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Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva

Vol. 1

UNIDADE 7 - EMPRESA

1. Conceito de Empresa

a) Na acepção semântica: empreendimento, atividade, tarefa, intento, desígnio.

b) Na acepção jurídica trabalhista, empresa “é a organização destinada a realizar um fim


determinado, econômico ou não, mediante a utilização permanente de energia pessoal de
empregados sob direção e retribuição do organizador.”1

Para Orlando Gomes e Elson Gottschalk: “Empresas são organizações nas quais há
um certo número de empregados, desenvolvendo uma atividade comum, sob a
autoridade de um chefe investido no poder de direção.”2

O Direito do Trabalho não tem pela empresa o mesmo interesse que tem a ciência
econômica, para ele o que é relevante são as relações interpessoais que se desenvolvem
no seio dela. Uma organização produtiva embora seja empresa na expressão econômica,
não o será na seara trabalhista quando não tiver empregados, como por exemplo empresa
unipessoal ou do produtor autônomo, que trabalha sem ajuda de empregados. Embora
sejam empresas no sentido econômico e do Direito Comercial.

O conceito de empresa no sentido econômico não abrange todas as situações


em que, no mundo das atividades civis, uma instituição de cunho não comercial ou industrial
representa fonte permanente de trabalho subordinado. Exemplo: sindicato, condomínio,
Clube recreativo, associação educativa ou científica, entidade religiosa, etc.

2. Distinção entre empresa e estabelecimento

2.1. Estabelecimento

Como ensinado por Rodrigues Pinto, na acepção etimológica, estabelecimento é o


“ato de dar colocação estável, ou edifício onde se exerce uma indústria. Sendo a empresa a
expressão de uma atividade permanente, é imperioso fixar-se ou estabelecer-se um centro
de exercício dessa atividade.”3

“O estabelecimento é a unidade técnica, financeira, hierárquica e juridicamente


subordinada à empresa. A sua subordinação pluridimensional é o seu traço característico.”

2.2. Traços distintivos entre empresa e estabelecimento

a) independência contábil e financeira

O estabelecimento possui escrita fiscal, porém, parcial e fragmentada. A empresa


concentra a escrita e a contabilidade do empreendimento a realizar.

1
Pinto, José Augusto Rodrigues Pinto – Curso de direito individual do trabalho – 2ª ed. São Paulo :LTr. 1995
2
Gomes, Orlando e Elson Gottschalk – Curso de direito do trabalho – Rio de Janeiro : Forense , 1998
3
Obra citada.
1
Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

O estabelecimento não possui independência financeira. O capital da empresa é uno


e individual, mesmo que sejam destacadas parcelas para filiais.

b) subordinação hierárquica

A subordinação hierárquica do estabelecimento à empresa é outro traço de sua


relevância. Os chefes dos estabelecimentos têm poder hierárquico sobre o seu pessoal. Mas
esse poder é exercido por delegação do chefe da empresa (empreendedor). É a
desconcentração da autoridade. Porém o poder supremo permanece com a empresa.

Portanto o estabelecimento é apenas uma unidade hierarquicamente subordinada. O


estabelecimento não cria estabelecimento, enquanto a empresa cria outras empresas ou
quantos estabelecimentos quiser.

c) exame do risco da atividade econômica

Quem determina os fins da atividade econômica e lhe assume os riscos é o


empresário. Somente ele se expõe aos riscos e se beneficia dos lucros. Os meios técnicos-
financeiros e jurídicos para sanar os riscos e as suas consequências são predispostos pelo
empresário, em sede da empresa.

Distinção sintética dada por Elson Gottschalk: “A empresa é o objetivo das


atividades do empresário, o estabelecimento é a manifestação material da empresa.”

3. Relevância do estabelecimento

Apesar da subordinação, o estabelecimento assume lugar de relevância e destaque


no Direito do Trabalho. Normas de tutela do trabalho, como as de higiene e segurança,
duração do trabalho em todos os seus aspectos, equiparação salarial, etc., dirigem-se, em
primeiro lugar, ao estabelecimento e, apenas mediatamente a empresa. Isto não significa
que o Direito do Trabalho não regulamente também a empresa (sucessão, grupo econômico,
etc.).

LAMARCA : “Os direitos dos trabalhadores brasileiros são adquiridos na empresa e


não no estabelecimento, como regra geral.”

Entendo que os direitos dos trabalhadores são adquiridos na empresa, via de regra,
porém existem aqueles que são auferidos junto ao estabelecimento. Ex.: inamovibilidade em
razão de atividade sindical.

4. Princípio da Continuidade da Empresa

É uma extensão do princípio básico da proteção do hipossuficiente. Diz respeito à


empresa singularmente considerada. Através da continuidade da empresa se visa à
permanência da relação individual de emprego.

2
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Vol. 1

Está enunciado nos artigos 10 (Parte Geral) e 448 da CLT (na parte do contrato
individual do trabalho).

A mudança na propriedade da empresa (transferência de cotas sociais ou ações) não


tem relevância para o Direito do Trabalho. A empresa aí é objeto de direito e não sujeito
de direito. Porém, caso a alienação da empresa tenha como finalidade livrar o sócio ou
titular de sua responsabilidade pessoal para com as dividas do empreendimento, a
transferência de propriedade deverá ser ignorada.

Excepcionando o Princípio da Continuidade da Empresa e também o Princípio da


Continuidade da Relação de Emprego, o art. 483 § 2º da CLT, no caso de morte do
empregador constituído em empresa individual, faculta ao empregado rescindir o Contrato de
Trabalho. Numa interpretação apressada e fortemente influenciada pelo caput, poderíamos
concluir que também nessa hipótese o empregado receberia a devida indenização, ou seja,
as parcelas decorrentes de uma despedida indireta, como indenização do aviso prévio e os
40% do FGTS. Todavia, essa conclusão seria extremamente injusta porque puniria o espólio
do empregador quando inexistente qualquer conduta culposa por parte dele.

Existem empresas societárias cuja capital social está quase todo concentrado nas
mãos de um dos sócios, como por exemplo, aquelas sociedades em que um dos sócios
detém 99% do capital e o outro apenas 1%, geralmente marido e mulher, pai e filho, etc. Só
formalmente essas empresas são uma sociedade, pois, de fato, funcionam como
verdadeiras firmas individuais. Nesses casos também aceitaria a incidência do art. 483, § 2º
da CLT na hipótese de morte do sócio majoritário.

5. Sucessão de Empregadores ou de Empresas

Para alguns autores, o tema deveria ser tratado como sucessão de empresas e outros
como sucessão de empregadores. Ousando divergir dos doutos, afirmamos que esses
fenômenos são distintos e não se confundem. A sucessão de empresas é uma coisa e a de
empregadores outra, por exemplo: a empresa Y, uma firma individual e sem empregados, foi
vendida para a empresa W, que assumiu todo seu patrimônio e as suas atividades. Como a
empresa Y era unipessoal, houve a sucessão de empresas sem que houvesse a sucessão
de empregadores. A empresa X, antes de ser vendida para a empresa G, dispensou todos
os seus empregados e quitou todas as suas obrigações para com eles. Ao absorver e dar
continuidade às atividades da empresa X, a empresa G o fez apenas com o seu quadro
funcional, sem aproveitar qualquer dos empregados da empresa X. Aqui há sucessão de
empresas e não sucessão de empregadores.

Délio Maranhão ensina: "O conceito de sucessão, em sua acepção mais ampla,
abrange todos os casos em que se verifica uma modificação do direito quanto ao respectivo
sujeito. Nas palavras de Coviello, sucessão, em sentido jurídico consiste ‘na substituição de
uma pessoa por outra na mesma relação jurídica’: a identidade da relação e a diversidade
dos sujeitos caracterizam a verdadeira sucessão." 4

4
SÜSSEKIND, Arnaldo... et al. - Instituições de direito do trabalho –- 17ª ed. vol.1 – São Paulo : LTr. 1997.
p.308.
3
Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

Délio Maranhão exige dois requisitos para configuração da sucessão de


empregadores: a) que um estabelecimento, como uma unidade econômico-jurídica, passe de
um para outro titular; b) que a prestação de serviço pelos empregadores não sofra solução
de continuidade.5

A unidade econômico-jurídica é aquela produtiva, capaz de produzir bens e serviços.


A transferência de coisas singulares, parte do imóvel, ou de máquinas e equipamento, não
caracteriza a sucessão, porque não constituem uma unidade produtiva.

Com relação a este assunto, temos por importante saber que todo o patrimônio
envolvido na atividade da empresa fica afetado pelo trabalho de seus empregados como se
as obrigações da empresa para com seus empregados fossem do patrimônio dela, ou seja,
obrigações ob rem ou propter rem, que se transferem juntamente com os bens a que estão
unidas. Esses bens, corpóreos ou incorpóreos, responderão para com os direitos dos
empregados independentemente de quem seja os seus titulares.

Quem detiver o patrimônio da empresa, subroga-se nos deveres do sucedido para


com seus empregados. O sucessor fica responsável pelos créditos trabalhistas dos ex-
empregados ainda não satisfeitos.

Os trabalhadores contemporâneos a sucessão em nada serão afetados. Conta-se o


tempo de serviço para efeitos de férias e outros direitos, os contratos suspensos ou
interrompidos voltam a fluir, cessadas as causas que levaram a paralisação, etc.

Havendo sucessão de empresas, o empregado pode escolher entre acionar


judicialmente a antiga ou a nova, a que julgar mais conveniente, tendo a sucessora direito
regressivo contra a sucedida.

Entendo dever existir para caracterização da sucessão o elemento intelectual ou


subjetivo de querer suceder, mesmo beneficiando-se a nova empresa, de algum modo, do
fundo de comércio da outra. Assim, não haveria sucessão nos caso de um espaço físico
próprio para certa atividade posteriormente ocupado, com a mesma específica atividade, por
um terceiro que nada contratou com o seu ocupante anterior, como por exemplo: bar, posto
de gasolina, cinema, etc., no caso de despejo.

N 225 OJS SDI-1 CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. RESPONSABILIDADE


TRABALHISTA. (nova redação, DJ 20.04.2005)
Celebrado contrato de concessão de serviço público em que uma empresa (primeira concessionária) outorga a
outra (segunda concessionária), no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer outra forma contratual,
a título transitório, bens de sua propriedade:
I - em caso de rescisão do contrato de trabalho após a entrada em vigor da concessão, a segunda concessionária,
na condição de sucessora, responde pelos direitos decorrentes do contrato de trabalho, sem prejuízo da
responsabilidade subsidiária da primeira concessionária pelos débitos trabalhistas contraídos até a concessão;
II - no tocante ao contrato de trabalho extinto antes da vigência da concessão, a responsabilidade pelos direitos
dos trabalhadores será exclusivamente da antecessora.

6. Grupo Econômico ou Consórcio de Empresas

5
idem, p. 311.
4
Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

6.1. Conceitos de Grupo Econômico

a) Conceito doutrinário: ”formado um grupo de empresas, cada qual mantendo direção


própria para a sua atividade, mas todas sujeitas à coordenação geral, de sentido econômico,
da controladora do capital social. Essa visão proporcionou o batismo e o conceito do
moderno grupo econômico.”6

b) Conceito legal: “Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra,
constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão,
para efeitos da relação de emprego, solidariamente responsável a empresa principal e cada
uma das subordinadas.” (art. 2°, § 2° da CLT)

6.2. Requisitos do Grupo Econômico

a) pluralidade de empresas;

b) personalidade jurídica e direção interna próprias de cada empresa;

c) interesse econômico integrado;

d) direção geral, ou coordenação do interesse econômico comum, por uma das empresas.

“De início, estabeleça-se que da própria conceituação legal se extrai que o grupo
econômico previsto na Consolidação das Leis do Trabalho tem maior abrangência do que
aquele previsto na Lei n. 6.404/76, que regula as sociedades anônimas. De fato, enquanto
para efeito da lei comercial, o grupo econômico será constituído, necessariamente, mediante
convenção registrada, entre sociedade controladora e sociedades filiadas, devendo, estas
últimas, revestirem a forma de sociedade anônima ou em comandita por ações; para efeitos
trabalhistas, o grupo existirá desde que presente os requisitos indicados no § 2º do art. 2º da
Consolidação.” 7

6.3. Solidariedade das empresas integrantes do Grupo Econômico

Pela solidariedade das empresas integrantes do Grupo Econômico, os efeitos


obrigacionais dos contratos individuais dos empregados estão assegurados contra todas as
empresas que compõem o grupo econômico e não apenas contra aquela que estabeleceu a
relação de emprego.

Ignora-se a existência de empregador, fazendo aderir a obrigação à empresa que


tenha condição financeira de atendê-la, mesmo sem envolvimento na relação individual de
emprego, tendo-se por solidariamente responsável pelo adimplemento da obrigação todo o
grupo econômico.

6.4. Solidariedade das empresas rurais

6
PINTO, José Augusto Rodrigues, obra citada, p. 153
7
CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da - Direito do Trabalho, p.54
5
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Vol. 1

A Lei n° 5.889/73, que cuida do trabalho rural, no artigo 3º, § 2º, alargou o princípio da
solidariedade das empresas componentes de grupo econômico, não exigindo no âmbito rural
o requisito subordinação das empresas grupadas à empresa-mãe ou controladora,
bastando que integrem grupo econômico ou financeiro rural.

6.5. Conseqüência da Solidariedade

Sobre conceito e regras gerais de solidariedade ativa e passiva, ver artigos 267/285
do Código Civil.

Portanto, em razão do estudado, é possível afirmar que o empregado pode exigir, de


qualquer das empresas coligadas economicamente, o cumprimento das obrigações do
contrato celebrado por qualquer delas, independentemente de benefício de ordem ou
sucessividade.

Há outras formas de solidariedade no Direito do Trabalho, mesmo não decorrente do


princípio da solidariedade (ver art. 455 da CLT).

OJ SDI-1 191DONO DA OBRA. RESPONSABILIDADE. Inserida em 08.11.00


Diante da inexistência de previsão legal, o contrato de empreitada entre o dono da obra e
o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações
trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa
construtora ou incorporadora.

6.6. Teoria da Solidariedade Passiva

Essa teoria entende que o vínculo obrigacional se forma entre o empregado e a


empresa que o contratou, sendo as outras apenas responsáveis pela satisfação de seus
créditos trabalhistas.

6.7. Teoria Solidariedade Ativa

“Conquanto o contrato de trabalho seja celebrado com uma das empresas


componentes do grupo, o vínculo se formaria com o todo, visto que as mesmas se
unificariam para se converter em um único empregador. A vinculação seria com o grupo, de
tal sorte que ao empregado seria dado exigir seus créditos de uma, algumas ou de todas as
empresas, posto que solidariamente responsáveis. Mais do que isso, os defensores de tal
posição entendem que todas as empresas poderiam exigir trabalho desse empregado,
havendo, portanto, unidade de vínculo com relação ao trabalhador que prestasse serviços a
várias empresas do mesmo grupo. Nesse sentido é o Enunciado n. 129 do TST.” 8

As consequências dessa teoria seriam: transferência de empregados de uma para


outra empresa do grupo, equiparação salarial de empregados de empresas diferentes, desde
que pertencente ao grupo, soma de tempo de serviço, etc.

8
CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da - Direito do Trabalho, p. 57)
6
Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

Súmula TST

Nº 129 CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO


A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a
mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de
trabalho, salvo ajuste em contrário.
(RA 26/1982, DJ 04.05.1982)

Jurisprudência:
PROCESSO: RR-522.520/1998.6 - TRT DA 3.ª REGIÃO - (AC. 5.ª TURMA)
CORRE JUNTO: 522519/1998.4
RELATOR: MIN. GELSON DE AZEVEDO
EMENTA: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. SUCESSÃO. RECURSO DE REVISTA DA FERROVIA
CENTRO ATLÂNTICA S.A. Recurso de que não se conhece, porque deserto. RECURSO DE REVISTA DO
MINISTÉRIO PÚBLICO. ILEGITIMIDADE. Os limites da competência do Ministério Público do Trabalho
estabelecidos no art. 83 da Lei Complementar nº 75/93, mais especificamente no seu inciso VI - ao prever a
possibilidade de interposição de recurso das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário,
tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei - hão de ser entendidos
à luz do art. 127 da Constituição Federal. A atuação do Ministério Público como fiscal da lei deve restringir-se
às hipóteses em que se pretende assegurar a observância dos valores e bens da ordem jurídica
predominantemente tutelados, quando esta se reporte a litígio em que apareça o interesse público ou direitos
que mereçam amparo especial. Na situação em exame, o Ministério Público recorre para defender interesse da
Rede Ferroviária Federal S.A., sociedade de economia mista, ente dotado de personalidade jurídica de direito
privado, que, inclusive, se encontra regularmente representado por advogado que manifestou recurso de revista
do acórdão do Tribunal Regional na parte que lhe foi desfavorável. Inexistente interesse público a ser
resguardado, não se conhece do recurso de revista. Publicado no DJ n.º 48. 10/03/2000. p. 82.

PROCESSO: RR-358.959/1997.0 - TRT DA 3.ª REGIÃO - (AC. 5.ª TURMA)


RELATOR: MIN. RIDER NOGUEIRA DE BRITO
EMENTA: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - DONO DA OBRA. Não tratando o artigo 455 da CLT de
responsabilidade subsidiária do dono da obra pelas obrigações trabalhistas, não pode o intérprete da lei
estender tal responsabilidade, sob pena de ampliar o sentido da norma. Revista conhecida e provida.
Publicado no DJ n.º 91. 12/05/2000. p. 420.

PROCESSO: RR-346.185/1997.6 - TRT DA 1.ª REGIÃO - (AC. 2.ª TURMA)


RELATOR: MIN. RICARDO MAC DONALD GHISI
EMENTA: REVISÃO DE POSICIONAMENTO FUNCIONAL - EMPREGADOS DA CEF, ORIUNDOS DO BNH.
Empregados do BNH, organizados em condições diversas daquelas dos empregados da CEF, não poderiam
exigir manutenção de seu "status" funcional, ao que não estavam autorizados pelo Decreto-Lei
2.291/86.Revista parcialmente conhecida e desprovida. Publicado no DJ n.º 231. 03/12/99. p. 160.

PROCESSO: RR-434.990/1998.1 - TRT DA 1ª REGIÃO - (AC. 1ª TURMA)


RELATOR: MIN. JOÃO ORESTE DALAZEN
EMENTA: SUCESSÃO. PETROBRÁS. INTERBRÁS. UNIÃO. 1. Determinando a Lei nº 8.029/90 a
responsabilidade da União pelas obrigações pecuniárias advindas da extinção ou dissolução de sociedade,
exclui-se desse encargo a Petrobrás, quando a sociedade dissolvida é a Interbrás. 2. A locução "demais
obrigações pecuniárias" inclui aquelas oriundas da relação de trabalho. 3. Recurso de revista conhecido e
provido. Publicado no DJ nº 231, Seção I, 03/12/99, p. 136

PROCESSO: AG-E-RR-295.742/1996.2 – TRT DA 20ª REGIÃO – (AC. SBDI1)


RELATOR: MIN. VANTUIL ABDALA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. SUCESSÃO DE EMPRESAS. PETROMISA/PETROBRÁS. Não viola a
literalidade do art. 20 da Lei n.º 8.029/90 decisão de TRT que exclui a União Federal do feito, por
entender que a Petrobrás é a sucessora da Petromisa, já que recebeu todos os bens móveis e imóveis da
empresa extinta, responsabilizando-se expressamente pelos processos judiciais, inclusive na área trabalhista.
Agravo Regimental desprovido. Publicado no DJ n.º 231, Seção I, 03/12/99, p.47.
7
Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

PROCESSO: RR-486.767/1998.1 - TRT DA 3ª REGIÃO - (AC. 1ª TURMA)


RELATOR: MIN. JOÃO ORESTE DALAZEN
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. ARRENDAMENTO. 1. Na hipótese de sucessão de empresas, a
responsabilidade quanto a débitos e obrigações trabalhistas recai sobre o sucessor, nos termos dos artigos 10
e 448 da CLT, em face do princípio da despersonalização do empregador. 2. Apresenta-se irrelevante o vínculo
estabelecido entre sucedido e sucessor, bem como a natureza do título que possibilitou ao titular do
estabelecimento a utilização dos meios de produção nele organizados. 3. Dá-se a sucessão de empresas nos
contratos de arrendamento, mediante o qual o arrendatário ocupa-se da exploração do negócio, operando-se a
transferência da unidade econômico-jurídica, bem como a continuidade na prestação de serviços. 4. Recurso
de revista parcialmente conhecido e não provido. Publicado no DJ nº 91-E. Seção I, p. 264, 12/05/00

PROCESSO: RR-324.953/1996.5 - TRT DA 5.ª REGIÃO - (AC. 4.ª TURMA)


RELATOR: MIN. LEONALDO SILVA
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. DIREITOS RELATIVOS AO PERÍODO ANTERIOR À SUCESSÃO. O
sucessor responde obrigatoriamente, por força de lei, por todas as dívidas trabalhistas havidas pelo sucedido,
em face da mudança havida no controle empresarial. A substituição de uma pessoa jurídica por outra, ainda
que haja sido interrompida a relação contratual pela despedida anterior a sucessão, desautoriza a propositura
da demanda diante do sucedido, pois nos termos do art. 896 do CCB, ora invocado subsidiariamente ao Direito
do Trabalho, a solidariedade não se presume, há de resultar da lei ou da vontade das partes. Com efeito, se a
empresa sucedida não mais existe, absorvida que foi pela sucessora, o princípio da despersonalização do
empregador, pelo qual a responsabilidade pelos débitos trabalhistas existe em função da empresa, direciona no
sentido de que cabe a esta responder pelos débitos trabalhistas imputados àquela, já que, em virtude da
sucessão, os bens patrimoniais da sucedida foram transferidos para o patrimônio da sucessora, ainda que o
direito pleiteado se refira a período anterior à sucessão de empregadores. Recurso de revista provido.
Publicado no DJ n.º 226. 26/11/99. p. 272.

PROCESSO: E-RR-466.439/1998.4 - TRT DA 6.ª REGIÃO - (AC. SBDI1)


RELATOR: MIN. MILTON DE MOURA FRANÇA
EMENTA: SUCESSÃO DE EMPREGADORES - BANCO BANORTE E BANCO BANDEIRANTES. Opera-se a
sucessão de empregadores, com a conseqüente sub-rogação do sucessor na relação de emprego, quando da
transferência de estabelecimento como organização produtiva, cujo conceito é unitário, envolvendo todos os
diversos fatores de produção utilizados no desenvolvimento da atividade econômica, inclusive o trabalho. O
negócio jurídico realizado entre o Banco Banorte e o Banco Bandeirantes, consistente na aquisição por este
último da organização produtiva e econômica daquele, implica típica sucessão trabalhista, de forma que os
direitos adquiridos dos empregados permanecem íntegros e passíveis de exigibilidade junto ao sucessor, nos
exatos termos dos arts. 10 e 448 da CLT. Recurso de embargos não conhecido. Publicado no DJ n.º 39.
23/02/2001. p. 637.

CONTRATO DE TRABALHO. Grupo de empresas


EMENTA: Grupo econômico. Inexiste duplicidade contratual, quando a atividade é exercida durante uma única
jornada de trabalho a duas empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico. Entendimento
consubstanciado no Enunciado n.º 129, do C. TST (TRT - 1.ª R - 7.ª T - RO n.º 13865/97 - Rel. Juiz Carlos
Alberto Araújo Drummond - DJRJ 12.07.99 - pág. 202).

GRUPO ECONÔMICO
ART. 2º, §2º DA CLT - SOLIDARIEDADE - CONTRATO ÚNICO
EMENTA: Recurso Ordinário - Grupo Econômico - Solidariedade - Contrato Único. O parágrafo 2º do art. 2º da
CLT, não esgota a matéria no que diz respeito a grupo econômico. É preciso que se considere outras
situações, que a prática pode criar e que, resultando das diversas formas de aglutinação de empresas, nem por
isso se desvirtua a co-responsabilidade de todas as empresas envolvidas em determinada relação jurídica. Nas
empresas coligadas não existe o liame de dependência ou controle, mas mesmo assim são co-responsáveis
pelo direito dos trabalhadores que a elas prestam serviços. Assim, e ante o reconhecimento do contrato único,
não há qualquer prescrição a ser declarada, nos termos do Enunciado n. 156 do C. TST. TRT 1ª Reg. RO
18070/96 - Ac. 3ª T - Rel. Juiz José Leopoldo Félix de Souza - DJRJ de 5.11.98, pág. 169.

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Sócio quotista - Teoria da desconsideração a pessoa jurídica
8
Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

- Ementa: Responsabilidade Solidária - Sócio Cotista - Teoria da Desconsideração da Pessoa Jurídica - Em


sede de Direito do Trabalho, em que os créditos trabalhistas não podem ficar a descoberto, vem-se abrindo
uma exceção ao princípio da responsabilidade limitada do sócio, ao se aplicar a teoria da desconsideração da
personalidade jurídica (disregard of legal entity) para que o empregado possa, verificando a insuficiência do
patrimônio societário, sujeitar à execução os bens dos sócios individualmente considerados, porém
solidariamente e ilimitadamente, até o pagamento integral dos créditos dos empregados.
TST - ROAR - 531.317/1999.4 (Ac. SBDI2) - TRT 3.ª Região - Rel. Min. Ronaldo Lopes Leal - DJU 10.12.99,
pág. 30.

PROC.: TRT 18ª R/AP-0879/98 – Ac. Nº 1892/99 – 5ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATORA: JUÍZA JACIRA CARVALHO DA SILVA
EMENTA: EMBARGOS DE TERCEIRO. SUCESSÃO TRABALHISTA. Desenvolvendo o executado atividade
de prestação de serviço em que se utilizava instrumentos do tipo de bens penhorados e sendo a penhora
realizada no mesmo local onde se desenvolvia a atividade empresarial do executado, e ainda, tendo o
embargante dado continuidade a mesma atividade, incontestável é a presunção de que os bens penhorados
compõem a massa do espólio do executado, sendo o agravante, pois, sucessor obrigacional. Agravo improvido.
(sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/AP-190/99 – Ac. 1795/99 – 8ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ BRENO DE MEDEIROS
EMENTA: SUCESSÃO DE EMPREGADORES. É DESNECESSÁRIA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO
SUCESSOR. Caracteriza-se a sucessão de empregadores, não importando se o obreiro não prestou serviços
ao adquirente do estabelecimento ou ao locador, ou, ainda, se houve alguma interrupção mostra pequeno o
intervalo entre o fechamento do primeiro e o reinício das atividades, porque a vinculação do empregado é com
a empresa, e não com os seus proprietários, não importando se a sucessão ocorreu antes ou depois da
rescisão do pacto laboral, e, portanto, se o obreiro laborou para a primeira ou para a segunda empresa. Quanto
ao lapso temporal entre as atividades. Conforme ensina o eminente jurista TOSTES MALTA: “A vinculação do
trabalhador à empresa, a qual normalmente importa na existência de um patrimônio, é um modo de garantir o
empregado. Por isso deve reconhecer-se quem passa a explorar a empresa como sucessor, como responsável
pelos contratos de trabalho, qualquer que seja a forma por que a empresa passe de um titular a outro, ainda
que o empreendimento fique paralisado durante um certo tempo”. (Christóvão Piragibe Tostes Malta,
“Comentários à CLT”, São Paulo, LTr, 1993, pág. 42) (Data do Julgamento: 09.04.1999)

PROC.: TRT 18ª R/AP-0027/99 – Ac. 1574/99 – 12ª JCJ DE ANÁPOLIS/GO


RELATORA: JUÍZA DORA MARIA DA COSTA
EMENTA: SUCESSÃO. CARACTERIZAÇÃO. CISÃO DE SOCIEDADE ANÔNIMA. A transferência de
parte da unidade de produção da sociedade cindida para a cindenda é fato suficiente para caracterizar a
sucessão trabalhista. (Data do Julgamento: 07.04.1999)

PROC.: TRT 18ª R/RO-4614/98 – Ac. 1451/99 – 9ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ JOÃO GONÇALVES DE PINHO
EMENTA: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA/SUBSIDIÁRIA. Condomínios. Construtora. Inexiste
responsabilidade solidária ou subsidiária dos condomínios pelos créditos trabalhistas não adimplidos pela
empresa construtora, posto que, ocorre, no caso, a aquisição das unidades autônomas pelos condôminos, e
não a empreitada ou a sucessão de empregadores. (Data do Julgamento: 23.03.1999)

PROC.: TRT 18ª R/AP-263/97 – Ac. 6613/97 – 5ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ OCTÁVIO JOSÉ DE MAGALHÃES DRUMMOND MALDONADO
EMENTA: SUCESSÃO DE EMPREGADORES. A localização do estabelecimento no mesmo endereço, por si
só, é insuficiente para caracterizar a sucessão de empregadores, na falta de elementos que demonstrem um
vínculo de causalidade entre as atividades desenvolvidas por cada um deles, ainda que de igual natureza.
(Data do Julgamento: 15.12.1997)

PROC.: TRT 18ª R/AP-0378/97 – Ac. 2572/98 – 8ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ HEILER ALVES DA ROCHA
EMENTA: SUCESSÃO DE EMPRESAS. RESPONSABILIDADE PELAS OBRIGAÇÕES. A sucessão, no
âmbito do Direito do Trabalho, encontra-se preceituada nos artigos 10 e 448 do texto consolidado, visando
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Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

conceder ao empregado a garantia de percepção dos seus créditos, já que o sucessor deve responder pela
totalidade das obrigações decorrentes da relação empregatícia. (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/RO-0943/98 – Ac. 5834/98 – 1ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ LUIZ FRANCISCO GUEDES DE AMORIM
EMENTA: GRUPO ECONÔMICO – CONFIGURAÇÃO. Em sede trabalhista, o grupo econômico configura-se com
maior amplitude do que na legislação comercial, ou seja, através da existência de uma sociedade ou firma individual
controladora, ou até mesmo por uma pessoa física detentora da maioria das ações, enfim, a concentração pode dar-se
através de variados aspectos, os quais podem ser melhor identificados tendo-se em vista a aplicação do princípio da
primazia da realidade. (Data do Julgamento: 12.08.1998)

PROC.: TRT 18ª R/RO-2175/97 – Ac. 2931/98 – 2ª JCJ DE AP. DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ OCTÁVIO JOSÉ DE MAGALHÃES DRUMMOND MALDONADO
EMENTA: SOLIDARIEDADE. Quando o proprietário de empresa de engenharia utiliza-se dos serviços de
empregado da empresa para efetuar reformas em seu imóvel particular, ambos, tanto o dono da obra, quanto a
empresa, são responsáveis, solidariamente, pelos direitos trabalhistas do obreiro. (Data do Julgamento:
27.04.1998)

PROC.: TRT 18ª R/RO-3460/97 – Ac. 3620/98 – JCJ DE LUZIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ GERALDO RODRIGUES DO NASCIMENTO
EMENTA: TERCEIRIZAÇÃO SIMULADA. PESSOA INTERPOSTA. VÍNCULO DE EMPREGO. Restando
comprovado, nos autos, que reclamante e reclamada se uniram para tentar fraudar a legislação trabalhista,
auferindo lucros em prejuízo de trabalhadores, descabida a pretensão do autor – pessoa interposta – de ter
reconhecido vínculo de emprego com a demandada. Aplicável, in casu, o princípio de que a ninguém é dado
beneficiar-se com a própria torpeza. Recurso desprovido. (Data do Julgamento: 26.05.1998)

PROC.: TRT 18ª R/AP-0208/98 – Ac. 3441/98 – EG JCJ SÃO LUÍS MONTES BELOS/GO
RELATORA: JUÍZA IALBA-LUZA GUIMARÃES DE MELLO
EMENTA: SUCESSÃO DE EMPRESAS. CONFIGURAÇÃO. O prosseguimento da empresa na mesma
atividade econômica desenvolvida pela anterior, servindo-se das mesmas instalações, dos mesmos
empregados e com certeza da mesma clientela, acarreta apenas a alteração jurídica da empresa, impondo-se o
reconhecimento da sucessão de empregadores. (Data do Julgamento: 22.05.1998)

PROC.: TRT 18ª R/RO-4666/98 – Ac. 2372/99 – 12ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ HEILER ALVES DA ROCHA
EMENTA: SUCESSÃO DE EMPRESAS. No Direito Laboral, a sucessão de empresas possui conceito
mais abrangente que o oriundo do Direito Mercantil, verificando-se a ocorrência de sucessão pela simples
passagem do acervo empresarial do antecessor para o sucessor, de modo a se evidenciarem a continuidade
(embora relativa) do funcionamento da empresa e a identificação de seus fins, todavia, no presente feito, a
Recorrente não conseguiu comprovar os fatos alegados como constitutivos de seu pretenso direito. Nego
provimento. (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/AP-33/98 – Ac. 3892/98 – 6ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ GERALDO RODRIGUES DO NASCIMENTO
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR. A sucessão trabalhista
não pressupõe o desaparecimento do sucedido. O sucessor responde inclusive pelos créditos de emprego que
foi despedido antes dos créditos de empregado que foi despedido antes do trespasse, uma vez que tal fato não
é suficiente para exclui-lo das garantias que a lei estabelece a todos os trabalhadores que prestaram serviços
subordinados à empresa sucedida. A sucessão opera ope legis, automaticamente, não sendo necessária a
intimação do sucessor para os processos já instaurados em face do sucedido. Ele é que deverá diligenciar no
sentido de promover a defesa do patrimônio que lhe foi transferido. (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/RO-2295/98 – Ac. 5690/98 – 4ª JCJ DE ANÁPOLIS/GO


RELATOR: JUIZ HEILER ALVES DA ROCHA
EMENTA: INTERMEDIAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA. DONO DA OBRA. RESPONSABILIDADE. “O dono
da obra deve ser responsabilizado pelas dívidas trabalhistas do empreiteiro quando escolhe para realizar a obra
um ente inidôneo (pessoa física, jurídica ou massa patrimonial despersonalizada), porque é evidente, neste
caso, seu erro de conduta. De fato, o erro de conduta manifesta-se sob várias formas, consistindo na falha do
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Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

dever de vigiar (culpa in vigilando), ou de cuidar da coisa que se tem sob guarda (culpa in custodiendo), ou na
omissão diante do dever de agir (culpa in omittendo) ou quando o agente escolhe mal a pessoa a quem será
confiada uma certa tarefa (culpa in eligendo). Se o empreiteiro não paga o que deve aos empregados, por
exemplo, resta ipso facto demonstrada sua inidoneidade e, por conseguinte, a culpa in eligendo do dono da
obra” (Juiz Mário Sérgio Bottazzo). Recurso Desprovido. (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/RO-1100/98 – Ac. 7982/98 – 3ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ OCTÁVIO JOSÉ DE MAGALHÃES DRUMMOND MALDONADO
EMENTA: GRUPO ECONÔMICO – CARACTERIZAÇÃO. Para efeitos trabalhistas, não é indispensável a
existência de uma empresa líder para que se caracterize o grupo econômico, sendo suficiente que haja uma
unidade de comando, ainda que composta por diversas pessoas físicas, proprietárias das diversas empresas
agrupadas horizontalmente. (Data do Julgamento: 24.06.1998)

PROC.: TRT 18ª R//RO-0958/98 – Ac. 5835/98 – 11ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ LUIZ FRANCISCO GUEDES DE AMORIM
EMENTA: GRUPO ECONÔMICO – CONFIGURAÇÃO. Em sede trabalhista, o grupo econômico
configura-se com maior amplitude do que na legislação comercial, ou seja, através da existência de uma
sociedade ou firma individual controladora, ou até mesmo por uma pessoa física detentora da maioria das
ações, enfim, a concentração pode dar-se através de variados aspectos, os quais podem ser melhor
identificados tendo-se em vista a aplicação do princípio da primazia da realidade. (Data do Julgamento:
12.08.1998)

PROC.: TRT 18ª R/AP-0613/98 Ac. 8012/98


RELATORA: JUÍZA ANA MÁRCIA BRAGA LIMA
EMENTA: EXECUÇÃO. Sucessão. Para que se configure a sucessão é necessário haver a continuidade
do mesmo ramo econômico, no mesmo local. Havendo lapso temporal e não sendo transferidos os bens da
empresa anterior, para a nova empresa, mesmo que explore a mesma atividade econômica, no mesmo local,
não há falar-se em sucessão, salvo provado artifício para burlar a lei. (Data do Julgamento: 03.11.1998)

PROC.: TRT 18ª R/AP-0065/99 – Ac. 2187/99 – 1ª JCJ DE ANÁPOLIS/GO


RELATORA: JUÍZA JACIRA CARVALHO DA SILVA
EMENTA: AGRAVO DE PETIÇÃO. SUCESSÃO EMPRESARIAL. Na Consolidação das Leis Trabalhistas
não há exigibilidade de prova formal da sucessão, levando-se em conta os diversos elementos componentes do
empreendimento. Comprovados os elementos caracterizadores da sucessão trabalhista, deve o agravante
responder pelos débitos trabalhistas anteriores à transferência. (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/AP-136/99 – Ac. 2885/99 – 1ª JCJ DE ANÁPOLIS/GO


RELATOR: JUIZ BRENO MEDEIROS
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR. A sucessão trabalhista
não pressupõe necessariamente o desaparecimento do sucedido. O sucessor responde inclusive pelos créditos
do empregado despedido antes do trespasse, uma vez que tal fato não é suficiente para excluí-lo das garantias
que a lei estabelece a todos os trabalhadores que prestaram serviços à empresa sucedida. A sucessão
trabalhista tem em vista justamente garantir os créditos relativos ao período que a antecede, uma vez que, a
partir do trespasse, a responsabilidade do sucessor decorre do fato de ter sido beneficiário dos serviços do
empregado. A sucessão opera ope legis, automaticamente, não sendo necessária a intimação do sucessor
para os processos já instaurados em face do sucedido. Ele é que deverá diligenciar no sentido de promover a
defesa do patrimônio que lhe foi transferido. Se o sucessor se mantém silente, tal fato deve ser imputado a sua
negligência e não à omissão do reclamante, uma vez que, ao adquirir o estabelecimento, presume-se tenha ele
se informado a respeito dos ônus que sobre aquele pesavam. Se não tomou as providências cabíveis, deve
responder pelas conseqüências. (Data do Julgamento: 18.05.1999)

PROC.: TRT 18ª R/AP-57/99 – Ac.3051/99 – 12ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ OCTÁVIO JOSÉ DE MAGALHÃES DRUMMOND MALDONADO
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA – CISÃO DA EMPRESA ORIGINAL. A teor do art. 229 da Lei nº
6.404/76, no caso de cisão da sociedade anônima “a sociedade que absorver parcela do patrimônio da
companhia cindida sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no ato de cisão”. In casu, a agravante
absorveu parcela do patrimônio da executada, incluída aí a filial Goiânia e seus empregados, como consta no
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Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

ato de cisão. Caracterizada, portanto, a sucessão de empregadores. Agravo de petição a que se nega
provimento. (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/RO-940/99 – Ac. 2476/99 – 12ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ BRENO MEDEIROS
EMENTA: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA/SUBSIDIÁRIA. Não há falar em responsabilidade solidária
ou subsidiária dos condomínios em relação aos créditos trabalhistas não adimplidos pela empresa construtora,
quando no caso o que ocorre é a aquisição das unidades autônomas pelos condôminos, e não a empreitada ou
a sucessão de empregadores. (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/RO-2723/98 – Ac. 7453/98 – 1ª JCJ DE AP. DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ LUIZ FRANCISCO GUEDES DE AMORIM
EMENTA: GRUPO ECONÔMICO – CONFIGURAÇÃO. Em sede trabalhista, o grupo econômico
configura-se com maior amplitude do que na legislação comercial, ou seja, através da existência de uma
sociedade ou firma individual controladora, ou até mesmo por uma pessoa física detentora da maioria das
ações, enfim, a concentração pode dar-se através de variados aspectos, os quais podem ser melhor
identificados tendo-se em vista a aplicação do princípio da primazia da realidade. (Data do Julgamento:
15.10.1998)

PROC.: TRT 18ª R/RO-834/98 – Ac. 3746/98 – 4ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ GERALDO RODRIGUES DO NASCIMENTO
EMENTA: SOLIDARIEDADE. GRUPO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO. Informando a existência de
grupo econômico um dos sócios das empresas envolvidas, sendo todas as reclamadas pertencentes a
membros da mesma família, inclusive com endereços coincidentes entre si, além de previsão contratual
de existência de filiais e interligadas, impõe-se a aplicação do art. 2º, §2º, da CLT, devendo responder
todas solidariamente pelas obrigações trabalhistas oriundas da prestação de serviços a uma delas.
(Data do Julgamento: 27.05.1998)

PROC.: TRT 18ª R/AP-984/99 – Ac. 6763/99 – 6ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ JOSÉ LUIZ ROSA
EMENTA: CISÃO DE EMPRESAS. DIREITOS TRABALHISTAS. RESPONSABILIDADE. Nos termos do
ar. 10 e 448 da CLT, a cisão da sociedade anônima não tem o condão de afastar sua responsabilidade
trabalhista, vez que os contratos de trabalho aderem à sociedade sucessora, não tendo relevância a
denominação dada à transformação perpetrada pelos acionistas, considerando-se que a sucessão dá-se por
força de lei, impondo ao novo estabelecimento o dever de arcar com os direitos dos empregados.
(Data do Julgamento: 20.10.1999)

PROC.: TRT 18ª R/RO-4128/98 – Ac. 1385/99 – 1ª JCJ DE AP. DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ MARCELO NOGUEIRA PEDRA
EMENTA: “EMPREITADA – RESPONSABILIDADE DO DONO DA OBRA, NO CASO EM QUE A OBRA
CONTRATADA SE INSERE NO SEU RAMO DE ATIVIDADE ECONÔMICA – ADMISSIBILIDADE: Na
empreitada, se a obra contratada pertencer ao ramo da atividade econômica do proprietário, este responde
solidariamente com o empreiteiro pelas obrigações trabalhistas adimplidas (art. 455 da CLT).” (TRT – RO-
1183/93, AC. 0035/97, DJ-GO. 24.04.97, Rel. Juiz Luiz Francisco Guedes de Amorim). (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/AP-0623/98 – Ac. 8144/98 – JCJ DE FORMOSA/GO


RELATOR: JUIZ HEILER ALVES DA ROCHA
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. CARACTERIZAÇÃO. A sucessão, no Direito do Trabalho, como
no Direito comum, supõe uma substituição de sujeitos de uma relação jurídica. A transferência do acervo, como
organização produtiva, impõe que o novo empregador responda pelos contratos de trabalho concluídos pelo
antigo, a quem sucede. E esta responsabilidade ocorre ope legis. Não se exige, aliás, a transferência da
propriedade. O que se leva em conta é o fato objetivo da continuidade da exploração do empreendimento.
(sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/RO-2719/97 – Ac. 1798/98 – 1ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ LUIZ FRANCISCO GUEDES DE AMORIM
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA – MANTÊM-SE OS CONTRATOS DE TRABALHO DOS
RESPECTIVOS EMPREGADOS. Caracterizada está a sucessão de empregadores, quando a unidade
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Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

econômico-jurídica passou de um para outro titular e não houve solução de continuidade na prestação de
serviços. (Data do Julgamento: 17.03.1998)

PROC.: TRT 18ª R/RO-4637/98 – Ac. 2442/99 – 9ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATOR: JUIZ SAULO EMÍDIO DOS SANTOS
EMENTA: CONDOMÍNIO RESIDENCIAL. Ele não é sucessor trabalhista do construtor ou incorporador,
mormente se o empregado não chegou a trabalhar para o condomínio. Não há, também, responsabilidade
solidária ou subsidiária. Recurso desprovido. (sem referência)

PROC.: TRT 18ª R/AP-207/98 – Ac. 4698/98 – JCJ DE S. L. M. BELOS/GO


RELATOR: JUIZ OCTÁVIO JOSÉ DE MAGALHÃES DRUMMOND MALDONADO
EMENTA: SUCESSÃO DE EMPRESA. CARACTERIZAÇÃO. Caracteriza-se a sucessão trabalhista pela
transferência do estabelecimento de um para outro titular e a continuidade da atividade econômica com
aproveitamento dos mesmos empregados. (Data do Julgamento: 22.06.1998)

PROC.: TRT 18ª R/RO-0386/98 – Ac. 2714/98 – 11ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATORA: JUÍZA IALBA-LUZA GUIMARÃES DE MELLO
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. CONCESSÃO. CONFIGURAÇÃO. O prosseguimento da
empresa na mesma atividade econômica desenvolvida pela anterior, serviço público de transporte
ferroviário, em face de concessão outorgada pela União Federal, com arrendamento dos bens vinculados
à prestação do serviço bem como a assunção de parte dos contratos de trabalho então existentes, impõe
o reconhecimento da sucessão de empregadores, com alteração subjetiva do pólo passivo dos contratos
de trabalho assumidos. Os débitos trabalhistas transferem-se, pois, imperativamente à empresa
concessionária do serviço público.
(Data do Julgamento: 22.04.1998)

PROC.: TRT 18ª R/RO-0535/98 – Ac. 2717/98 – 10ª JCJ DE GOIÂNIA/GO


RELATORA: JUÍZA IALBA-LUZA GUIMARÃES DE MELLO
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. O prosseguimento da empresa na mesma atividade econômica
desenvolvida pela anterior, servindo-se das mesmas instalações, dos mesmos empregados e da mesma
clientela, acarreta a alteração jurídica, impondo-se o reconhecimento da sucessão de empregadores, com
alteração subjetiva no pólo passivo do contrato de trabalho. A transferência apenas de uma ou algumas das
frações da organização (estabelecimentos) não desvirtua a sucessão. Sob a ótica celetista, os débitos
trabalhistas transferem-se imperativamente ao adquirente. (Data do Julgamento: 22.04.1998)

PROC.: TRT 1ª R/RO-3227/97 – Ac. 2ª Turma


Adv. Edson Braz da Silva
EMENTA. Não é sucessora comercial, a empresa que apesar de continuar com o mesmo ramo do negócio
anterior, se instala em imóvel desocupado através de ação de despejo por falta de pagamento, depois de ficar 6
(seis) meses com as portas fechadas.

CONTRATO DE TRABALHO – PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A DUAS EMPRESAS DO MESMO GRUPO


ECONÔMICO – PLURALIDADE DE EMPREGOS – REQUISITOS – POSSIBILIDADE – “Grupo econômico.
Contrato de trabalho. Pluralidade. A prestação de trabalho a duas empresas integrantes do mesmo grupo
econômico não implica, necessariamente, a caracterização de contrato único, até porque a pluralidade de
empregos não é vedada por lei. A pactuação individualizada e o labor em horários diferentes, com
contraprestação salarial distinta, afasta a aplicação do entendimento consubstanciado no Enunciado nº 129 do
TST. Reajustes salariais. URP de Fevereiro de 1989. IPC de março de 1990. Inexiste direito adquirido ao
reajuste do salário pela URP de Fevereiro de 1989, com base na sistemática do Decreto-Lei nº 2.335/89, e pelo
IPC de março de 1990, na forma da Lei nº 7.778/89. Entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal
e do Tribunal Superior do Trabalho.” (Ac. un. da 3ª T do TRT da 4ª R – mv – RO 96.026792-1 – Rel. Juíza Nires
Maciel de Oliveira – j 23.04.98 – Recte.: Cirep – Comércio Indústria e Representações Ltda. e outra; Recdo.:
Oraci de Carvalho Feijó – DJ RS 18.05.98, p 32 – emenda oficial) (IOB nº 15/98 – Caderno 2 – p. 304).

Bens do sócio retirante


EMENTA: Execução – Bens do sócio – Dissolução da sociedade. Deve ser mantida a decisão que reputa
responsável a sócia que se retira da sociedade após a dispensa do reclamante e até mesmo após o
ajuizamento da demanda judicial, mormente quando comprovada a inidoneidade financeira da executada, que
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Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

foi desativada irregularmente, não tendo sido encontrados os sócios remanescentes, que se mudaram sem ao
menos informar para onde, no intuito de frustrar a aplicação do Direito do Trabalho. (TRT – 3ª R – 4ª T – Ap. nº
1834/97 – Rel. Antônio Marcellini – DJMG 31.01.98 – p. 5)

SUCESSÃO TRABALHISTA. Caracterização


EMENTA: Sucessão de empregadores. A melhor exegese dos artigos 10 e 448 da CLT é no sentido de que os
requisitos essenciais à ocorrência da sucessão de empregadores são a inexistência de solução de continuidade
na prestação de labor por parte do obreiro na mesma atividade econômica e a transferência da titularidade da
unidade econômica-jurídica. Na espécie, há que se reconhecer a sucessão entre as empresas reclamadas,
haja vista a inexistência de solução de continuidade entre os pactos laborais, bem assim a alteração quanto à
titularidade do estabelecimento onde o vindicante prestava o seu labor. (TRT – 23ª R – Ac. nº 139/98 – Rel. Juiz
Roberto Benatar – DJMT 26.02.98 – p. 10)

PENHORA. Bens dos sócios


EMENTA: Bens dos sócios – Penhora – Legalidade. É legal a penhora que recai sobre bens de sócios, quando
a empresa está desativada e não indica, na época oportuna, bens próprios, livres e desembaraçados para
garantia da execução. Neste caso, não há afronta a literal disposição legal e a ação rescisória é improcedente.
(TRT – 12ª R – SEDI – Ac. nº 14160/97 – Rel. Juiz J. Paulo Sventnickas – DJSC 03.11.97 – p. 94)

SOLIDARIEDADE. Dono da obra


EMENTA: Responsabilidade solidária – Dono da obra – Culpa in eligendo. A culpa in eligendo por parte da
tomadora de serviços em virtude da inidoneidade econômica da prestadora de serviços, implica em
responsabilidade subsidiária daquela em relação aos direitos trabalhistas dos empregados desta, e não
responsabilidade solidária. Recurso de Revista conhecido e não provido. (TST – 2ª T – Ac. 10442/97 – Rel.
Min. Moacyr Roberto Tesch – DJ 28.11.97 – p. 62437)

SOLIDARIEDADE. Caracterização
EMENTA: Trabalhando o empregado, inicialmente, para empresa de processamento de dados pertencente ao
mesmo grupo do Banco para o qual foi transferido, evidenciada a figura da solidariedade ativa ou, como
chamam alguns, a do empregador único. (TRT – 1ª R – 7ª T – RO nº 15404/94 – Relª Juíza Maria de Lourdes
Sallaberry – DJRJ 31.03.97 – p. 92)

Empreiteiro
EMENTA: Responsabilidade solidária. A empreiteira principal é responsável pelas obrigações trabalhistas
daqueles empregados contratados pela subempreiteira para execução dos serviços a que se obrigou e
transferiu, embora não seja a empregadora direta, o que a desobriga de anotar a CTPS. (TRT – 8ª R – 3ª T –
RO nº 54/97 – Relª. Juíza Odete Alves – DJPA 13.03.97 – p. 3)

SUCESSÃO TRABALHISTA. Caracterização


EMENTA: A aquisição do controle acionário de uma empresa, que permanece em atividade, não configura
sucessão, mas sim, a existência de grupo econômico, daí decorrendo a responsabilidade solidária pelo
inadimplemento das obrigações do contrato de trabalho. (TRT – 1ª R – 6ª T – RO nº 35117/94 – Rel. Juiz Luís
Carlos Novis – DJRJ 19.03.97 – p. 75)

Efeitos
EMENTA: Sucessão de empresas – Contrato único de trabalho – Efeitos. Caracterizada a sucessão de
empresas nos moldes previstos nos arts. 10 e 448 da CLT, a rescisão contratual procedida é nula e os efeitos
decorrentes do pacto laboral incidem sobre todo o período contratual, tendo em vista a unicidade do contrato de
trabalho. Sendo assim, somente é aplicada a prescrição qüinqüenal em relação às parcelas a partir do
ajuizamento da ação. (TRT – 12ª R – 1ª T – Ac. nº 2503/97 – Rel. Juiz José Francisco de Oliveira – DJSC
25.03.97 – p. 105)

GRUPO DE EMPRESAS. Caracterização


EMENTA: Grupo econômico – Caracterização. Confessada a existência de ingerência administrativa da
segunda reclamada sobre a primeira, resta caracterizada a existência de grupo econômico, nos termos do art.
2º, § 2º, da CLT. O preposto da recorrente confessou que os avisos prévios e TRCTs eram assinados pelo seu
diretor de pessoal, e que também a representavam perante o Sindicato para homologação das rescisões

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Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

contratuais. Recurso a que se nega provimento. (TRT – 10ª R – 1ª T – RO nº 4664/97 – Rel. Juiz Ricardo
Castanheira – DJDJ 20.02.98 – p. 21)

PENHORA. Bens dos sócios


EMENTA: Embora não tenham constado do título executivo judicial, podem os bens dos sócios serem
penhorados para garantir dívida contraída pela sociedade, mesmo que de responsabilidade limitada, fato que
ocorre na ausência de bens da sociedade, capazes de garantir a execução, como fundamento no artigo 596 do
CPC. (TRT – 1ª R – 8ª T – AP nº 626/97 – Rel. Juiz João Mário de Medeiros – DJRJ 21.10.97 – p. 131)

Responsabilidade dos sócios por dívidas trabalhistas da empresa

É permitida a apreensão de bens particulares dos sócios, gerentes ou não, quando não mais existirem bens
suficientes da empresa para saldar a dívida trabalhista. O entendimento foi mantido pela 1ª Turma do TRT-10ª
Região ao julgar recurso de sócio que, alegando ser minoritário, buscou a reforma da sentença que determinou
a penhora de suas cotas societárias, as quais, segundo ele, só poderiam ser transferidas a terceiros após
oferecidas aos demais sócios.

Segundo o juiz relator, Pedro Foltran, a jurisprudência vem interpretando ser permitida a apreensão dos bens
particulares dos sócios, gerentes ou não, por meio da teoria da desconsideração da personalidade jurídica: “O
objetivo é coibir fraudes cometidas por grande número de empresas que ‘anoitecem e não amanhecem’,
ajudadas pela facilidade com que se muda a sua razão social no Brasil, deixando grande rastro de dívidas,
principalmente as de cunho trabalhista”, explica. Ele citou várias decisões semelhantes adotadas no TRT, as
quais consideram ser possível definir o responsável pelo pagamento da dívida - que não o devedor, em face da
sua insuficiência patrimonial - na fase executória. Para o juiz, o fato de o contrato social restringir a
transferência de cotas a terceiros não tem o poder de revogar a legislação que disponibiliza a partes e
magistrados os meios para executar a dívida quando o devedor não a salda de forma espontânea.

O autor invocou ainda a aplicação do Enunciado 205 do TST, pelo qual “o responsável solidário, integrante do
grupo econômico, que não participou da relação processual como reclamado e que, portanto, não consta no
título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução”. Segundo o juiz Pedro
Foltran, o Enunciado não socorre o autor por tratar exclusivamente de situações envolvendo grupo econômico,
e não responsabilidade de sócio.
(1ª Turma - AP 484/2001) Fonte: T.R.T. 10ª REGIÃO

PROC. TRT-RO-237/99 - Ac. n° 2117/99 - JCJ de Luziânia-GO


Relator: Juiz Luiz Francisco Guedes de Amorim
Recorrente: ENGELUX Comercial e Construtora Ltda
Recorrido: José Fernandes Filho
EMENTA: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA EMPREITEIRA. A empreiteira principal é responsável
subsidiariamente pelos direitos trabalhistas do empregado em caso de inadimplência da subempreiteira,
independente de prova de inidoneidade financeira ou econômica da Segunda, bastando para tal o
descumprimento das obrigações contratuais. (data do julgamento: 14/04/1999)

PROC. TRT-RO-51/99 - ac. 1403/99 - 5ª JCJ de Goiânia-GO


Relator: Juiz Breno Medeiros
EMENTA: "GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. Para a
comprovação da existência de grupo econômico bastam elementos indiciários". (Proc. 1494/98, Ac. n°
5.720/98, Rel. Juiz Octávio José de Magalhães Drummond Maldonado). (julgado em 23/03/1999.

PROC.TRT-RO-3907/98 - Ac. 1758/99 - JCJ de Mineiros GO


Relator: Juiz José Luiz Rosa
EMENTA: TERCEIRIZAÇÃO. ATIVIDADE FIM. FRAUDE À LEI. A terceirização de serviços ligados à atividade-
fim da empresa atrai a presunção de fraude à lei; nos moldes do art. 9º da CLT, devendo ser reconhecido o
vínculo de emprego com o tomador. (julgado em 08 de abril de 1999)

PROC. TRT-RO-3661/99 - Ac. n° 7200/99 - 6ª JCJ de Goiânia - GO


Relator: Juiz Luiz Francisco Guedes de Amorim

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Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol. 1

EMENTA: GRUPO ECONÔMICO - CONFIGURAÇÃO. Demonstrando a prova dos autos a existência de


empresas distintas, porém, geridas por administrador comum e sócio de uma das empresas e parente do sócio
da outra, o qual dirige a prestação laboral a benefício de ambas as empresas como se tratasse de empregador
único, tem-se por caracterizada a formação de grupo econômico para efeitos de Direito do Trabalho, implicando
a responsabilidade solidária das empresas pelas obrigações trabalhistas, nos termos previstos no art. 2º § 2º da
CLT.

PROC. TRT/RO-4345/98 - Ac. nº 1360/99 - 2ª JCJ DE Goiânia - GO


Relator: Juiz Breno Medeiros
EMENTA: SUCESSÃO TRABALHISTA. ARRENDAMENTO DE COMPLEXO INDUSTRIAL DA EMPRESA.
EXISTÊNCIA. A transferência de uma fração da organização empresarial, vale dizer, de um ou mais
estabelecimento ou filiais, mesmo que decorrentes de contrato de arrendamento, configura a sucessão de
empresas, preconizada nos arts. 10 e 448 da CLT, independentemente da permanência em funcionamento da
empresa arrendatária. (julgado em 16/03/1999)

PROC. TRT/AP-0964/98 - Ac. nº 4567/99 - 3º JCJ de Goiânia - GO


Relator: Juiz Heiler Alves da Rocha
EMENTA: AGRAVO DE PETIÇÃO. SUCESSÃO EMPRESARIAL. Na Consolidação das Leis Trabalhistas não
há exigibilidade de prova formal da sucessão, levando-se em conta os diversos elementos componentes do
empreendimento, como ramo do negócio, ponto, clientela, móveis, máquinas, organização e empregados.
Comprovados os elementos caracterizadores da sucessão trabalhista, deve a agravante responder pelos
débitos trabalhistas da sucedida. ( sem referência)

PROC. TRT/AP-0553/99 - Ac. nº 4571/99 - 3º JCJ de Anápolis - GO


Relator: Juiz Heiler Alves da Rocha
EMENTA: BENS DE PROPRIETÁRIO DA EMPRESA EXECUTADA. PENHORA. VALIDADE. Lícita a penhora
de bem particular do proprietário da empresa para satisfação de dívidas trabalhistas quando inexistente bens
da sociedade capazes de solver a obrigação. Mantida a penhora. Agravo de petição conhecido e improvido.
(julgado em 13/07/1999)

PROC. TRT/AP-984/99 - Ac. 6763/99 - 6ª JCJ de Goiânia - GO


Relator: Juiz José Luiz Rosa
EMENTA: CISÃO DE EMPRESAS. DIREITOS TRABALHISTAS. RESPONSABILIDADE. Nos termos dos art. 10
e 448 da CLT, a cisão da sociedade anônima não tem o condão de afastar sua responsabilidade trabalhista,
vez que os contratos de trabalho aderem à sociedade sucessora, não tendo relevância a denominação dada à
transformação perpetrada pelos acionistas, considerando-se que a sucessão dá-se por força de lei, impondo ao
novo estabelecimento o dever de arcar com os direitos dos empregados.
( julgado em 20/10/1999)

PROC. TRT/RO-3543/99 - Ac. 7195/99 - 4° JCJ de Goiânia - GO


Relator: Juiz Luiz Francisco Guedes de Amorim
EMENTA: SÓCIO RETIRANTE. RESPONSABILIDADE. Considerando que ao tempo da transferência da
sociedade já se evidenciava a má gestão empresarial e, ainda, que os sócios retirantes se beneficiaram de
quase todo o período de prestação de serviço do autor, cumpre àqueles responder pelo crédito trabalhista
reclamado, o que segue autorizado, principalmente, pela aplicação analógica da Lei nº 8.884/94. ( julgado em
04/11/1999)

Alterada em 08/08/2008

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