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MOD a rat ewiigie 0) Ke Da eae ices Cyro dos Anjos Vinicius de Moraes EVALUCe) Merete (ovtaet ubem Ey Mario de Andrade Mrsew agent cotso nn ae Meireles araes Rosa ye ee TEM Ere oloy ar ins do Rego Rachel de Queiroz Pees Q maT Cassiano Ricardo Guilherme de Almeida Jorge Amado Erico Verissimo Graciliano Ramos urilo Mendes rel de Andrade a eas DEL Ty Hil MODERNISMO IDEM — Manifesto Regionalista, Recife, Regio, 1952. HOURCADE, Pierre —Tendéncias e Individualidades do Romance Brasileiro Contemportneo, Coimbra, Universidade de Coim- bra, 1938. LEssa, Luiz Carlos — O Modemismo Brasileiro ¢ a Lingua Portu- ‘guesa, Rio de Janeiro, Fundagio Getilio Vargas, 1966. Lima, Alccu Amoroso — Quadro Sintéico da Literatura Brasileira, Rio de Janeiro, Agir, 1956. ‘MACHADO, Lourival Gomes —Reirato da Arte Moderna do Brasil, Sao Paulo, Departamento de Cultura, 1948, Marrins, Wilson —A Literatura Brasileira —vol. VI —O Moder- rismo, So Paulo, Cultrix, 1965. 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O movimento surgi em Sao Paulo com a famosa Semana de Arte Moderna, em 1922, ¢ se ra- mificou depois pelo Pats, tendo como finalidade principal su- perar a literatura vigente, formada pelos restos do Naturalis- ‘mo, do Parnasianismo e do Simbolismo. Correspondeu a ele uma teoria estética, nem sempre claramente delineada, e mui- to menos unificada, mas que visava sobretudo a orientar definir uma renovagao, formulando em novos termos 0 con- ceito de literatura e de escritor. Estes fatos tiveram 0 seu mo- ‘mento mais dindmico e agressivo até mais ou menos 1930, abrindo-se a partir dat uma nova etapa de maturacdo, cujo sérmino se tem localizado cada vez mais no ano de 1945. Con- én, portanto, considerar encerrada nesse ano a fase dindmi- ca do Modernismo, Uma simples inspecdo dos niimeros mostra queo Moder- nismo se vincula estreitamente a certas transformacées da so- ciedade, determinadas em geral por fendmenos exteriores, que 9 10 MODERNISMO vvém repercutir aqui. 1922 6 uo ano simbdlico do Brasil moder- no, coincidindo como Centenério da Independéncia. A Guerra Mundial de 1914-1918 influiu no crescimento da nossa indis- tria e no conjunto da economia, assim como nos costumes € nas relacées politicas. Nao apenas surge uma mentalidade re- novadora na educacdo e nas artes, como se principia a ques- tionar seriamente a legitimidade do sistema politico, dominado pela oligarquia rural. Torna-se visivel, principalmente nos esta~ dos do Sul, que dominam a vida econémica e politica, a influ- éncia da grande leva de imigrantes, que fomneceram méo-de- ‘obra e quadros técnicos depois de 1890, trazendo elementos ‘novos ao panorama material e espiritual Em 1922 irrompe a transformacio literéria, ocorre o pri- ‘meio dos levantes politico-militares que acabariam por triun- far com a Revolucdo de Outubro de 1930, funda-se o Partido ‘Comunista Brasileiro, etapa significativa da politica de massas, que se esbocava e que avultaria cada vez mais. Em 1930, segunda data-chave, sofriamos, como todo 0 mundo civilizado, os efeitos da grande crise econdmica mun- dial, aberta em 1929, que motivou um decénio de depresséo. Golpeando na base o nosso produto de exportacao, o café, ela abalou a oligarquia dirigente, apoiada na economia rural, ¢ permitiu a vitdria dos liberais na Revolugdo de Outubro. Um ‘grande sopro de esperanca percoreu 0 Pats, criando um clima favordvel para as renovacoes. A arte e a literatura modernas — ‘antes postas & margem e consideradas capricho de alguns ico- noclastas irresponsdveis — sdo agora reconhecidas como ex- pressio legitima da nossa sensibilidadee da nossa mentalidade; ‘ocore uma intensa radicalizacdo politica, tanto para a esquer- da quanto para a direita; e a comogao das velhas estruturas sociais favorece 0 desejo de descrever ¢ esquadrinhar a realida- de sociale espiritual do Pats. MODERNISMO i Esse vagalhito renovador niio chega a ser quebrado pelo regime de forca instaurado no fim de 1937, pois a Segunda Guer- ra Mundial, niciadaem 1939ena qualentramosem 1942, airow as melhores correntes da nacdo no campo democritico. A ter- ceira data-chave, 1945, corresponde ao ano em que terminou 0 conflito. Como ocorrera no de 1914-1918, ele influiu decisiva- ‘mente em nossa economia e mentalidade, fazendo-nos entrar na era industrial, formando um proletariado numeroso, que passou «@ exigira sua participacdo na vida politica, liquidando nas éreas adiantadas 0 mandonismo local. Ao voltarem as liberdades de- mocriticas abafadas pelo regime ditatorial de 1937, inclusive as da imprensa, o Pais verificou, meio atbnito, que tinha ingressado numa fase nova, de industrializacdo e progresso econémico-so- cial acelerado, que nos vai agora transformando rapidamente em poténcia moderna, apesar das graves e perigoses problemas do subdesenvolvimenio, Portanto, seja tomado como movimento renovador, seja como nova estética, seja como sindnimo da literatura dos timos quarenta anos, o Modemismo revela, no seu ritmo his- {6rico, uma adesao profunda aos problemas danossa terrae da ‘nossa histéria contemportnea. De fato, nenhum outro momen- 10 da literatura brasileira € tao vivo sob este aspecto; nenhum ‘outro reflete com tamanha fidelidade, e ao mesmo tempo com tanta liberdade criadora, os movimentos da alma nacional. Caracteristicas estéticas Os modemistas de 1922 nunca se consideraram compo- nnentes de uma escola, nem afirmaram ter postulados rigorosos em comum. O que os unificava era um grande desejo de ex- ressio live e a tendéncia para transmit, sem os embeleza- R MODERNISMO. ‘mentos tradicionais do academismo, a emocéo pessoal ea rea- lidade do Pats. Porisso, nao.se cansaram de afirmar (sobretudo Mario de Andrade) que a sua contribuigdo maior foi a liberda- de de criagdo e expressao. “Cria o teu ritmo livremente’, disse Ronald de Carvalho. Este conceito € relativo, pois em arte niio ha originali- dade absoluta. No Brasil, ele significou principalmente liberta- do dos modelos académicos, que se haviam consolidado entre 1890¢ 1920, segundo vimos. Em relagio a eles, os modernistas afirmaram a sua libertagio em vérios rumos e setores: vocabu- lirio, sintaxe, escolha dos temas, a prépria maneira de ver 0 mundo. Do ponto de vista estilistico, pregaram a rejeigao dos pa- dries portugueses, buscando uma expressiio mais coloquial, préxima do modo de falar brasileiro. Um renovador como Mario de Andrade comecava os periodos pelo pronome obli- quo, adotava a funco subjetiva do pronome se, abandonava inteiramente a segunda pessoa do singular, acolhia expressbes @ palavras da linguagem corrente, procurava incorporar @ es- crita 0 ritmo da fala e consagrar literariamente 0 vocabu- Iério usual. Em certos casos, chegou a imitar a sintaxe das inguas indigenas, com um sentido experimental que depois abandonou. ‘Mesmo quando néo procuraram subverter a gramética, ‘0s modemistas promoveram uma valorizagéo diferente do Ié- -xico, paralela é renovacio dos assuntos. O seu desejo principal {foi de serem atuais, exprimir a vida didria, dar estado de li teratura aos fatos da civilizacdo moderna. Neste sentido, nao apenas celebraram a méquina, como os futuristas italianos, ‘mas tomaram por temas as coisas quotidianas, descrevendo-as ‘com palavras de todo dia, combatendo a literatura discursiva pomposa, o estilo retdrico e sonoro com que os seus ante- MODERNISMO B cessores abordavam as coisas mais simples. Dat tenderem por vezes ao estilo epigramético, & concisio eliptica, visando jus- tamente a comrgir esta orientagdo monumental. Um poema de Mério de Andrade se chama (verdadeiro desafio as conven- ‘¢6es) “Opoeta come amendoim’. Replicando ao famoso verso de Gonzaga —"Euienho um coragio maior que 0 mundo” — Carlos Drummond de Andrade diré: “Nao, meu coracdo nao é maior que o mundo. E muito menor”. Nao espania que, neste sentido, utilizassem como técnica eatitude de espiito a valorizaio do prosaico e do bom humor, que, em todas as suas gamas, lavou e purificou a atmosfera sobrecarregada pelos académicos. Ha no Modernismo uma extraordindria alegria criadora ("O claro riso dos modemos’, escreveu Ronald de Carvalho), que invade todos os géneros, atinge as alturas picarescas de Macuna{ma, tempera a obra de Anténio de Alcantara Machado, é elevada por Oswald de An- drade a instrumento de andlise e por todos manejada como arma de luta. Esta atitude no fundo é um desejo de retificagao, de des- mascaramento e de pesquisa do essencial; a ela se prerde 0 nacionalismo pitoresco, que os modemistas alimentaram de etnografia e folciore, rompendo o nacionalismo enfeitado dos predecessores. No indio, no mestico, viram a forca criadora do primitivo; no primitivo, a capacidade de inspirar a transforma- ¢do da nossa sersibilidade, desvirtuada em literatura pela ob- sessdo da moda européia. Doutra parte, dedicaram carinho especial a tudo queindi- casse a presenica da civlizagéo industrial: a méquina, a metré pole mecanizada, o cinema, a vida excitante de uma sociedade que liquidava os seus resqutcios patriarcais e adotava rapida- ‘mente os novos ritmos da vida contemporinea. Na andlise psi- colégica, no lirismo, aprofundaram:se com um senso do que i MODERNISMO hi no homem de infantil, mas também de complicado, retor- cido, utilizando as sugestées da psicandlise, do surrealismo e da antropologia. Grupos e tendéncias A Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922, teve sinais precursores, que a partir de 1920 se tomam cada vez mais conscientes e planejados. Em 1917, a exposigao de quadros de Anita Malfatti, em Sdo Paulo, deu lugar a uma primeira divisao virtual entre os partidérios da arte nova e os conservadores, estes representados violentamente por Monteiro Lobaio. De 1916 é a primeira redacdo das Memrias Senti- mentais de Joo Miramar, de Oswald de Andrade, que as aproximaré cada vez mais de um estilo experimental, em suces- sivas verses. Em 1920, tanto ele quanto Menotti del Picchia abrem nos jomais a campanha renovadora, que encontra 0 seu poeta em Mario de Andrade, cuja Paulicéia Desvairada fot ‘composta naquele ano, incluindo “Prefécio Interessantissimo”, equivalente a um primeiro manifesto estético. Nem se esqueca que Manuel Bandeira, no Rio, imprimira a muitos dos seus poemas wn cunho nitidamente renovador, pelo verso livre e pela deliberada atitude antipamasiana. De 1921 so os Epi- ‘gramas IrGnicos € Sentimentais (publicados em 1922), com que Ronulid de Curvalho, consagrado por dois livros de ins- iragho pamasiana, buscava uma expressio nova. No fim da-

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