Ano I - Edição 002 - Abril de 2010

R$ 5,00

www.profeciaonline.zip.net “E toda terra se encherá do

conhecimento do Senhor, assim como
as águas cobrem o mar”. (Isaías 11:9)

Restauração familiar:
A luz no fim do túnel

A parte frágil
A multiplicação da
iniquidade e a
desestrutura
familiar

Veredicto popular E mais...

O casal Alexandre Nardoni e
Anna Jatobá recebe o veredicto
que a sociedade,
há dois anos antes, já tinha
estabelecido.
• Mulheres no comando
• Os pilares da educação
• Um novo paradigma familiar
• Voltando aos treinos
 EDITORIAL A queluz
dissipa as trevas
O texto bíblico de Isaías capítulo 60:2 diz “Eis que as
EXPEDIENTE trevas cobrem a terra e a escuridão os povos”. Apesar
desta afirmação ter sido escrita há mais de mil e
EXPEDIENTE

Operações Estratégias: quinhentos anos atrás, é completamente pertinente ao

Jairo Salles - revistaprofecia@gmail.com nosso contexto atual.
Editoria: Tornam-se comuns as evidências de uma contundente
Matheus Viana |editorial.revistaprofecia@gmail.com
falência moral que acomete a sociedade pós-moderna.
Consultoria Comercial:
Flávio Alves | comercial.revistaprofecia@gmail.com
Além da violência nua e crua que amedronta e nos faz
Jornalista Responsável: reféns de fortes esquemas de segurança, da
José Olavo de Miranda - MTB 48336/SP imensurável corrupção existente no âmbito político e
Projeto Gráfico: das guerras étnico-religiosas que ribombam no oriente
Moysés Moraes | moyses_moraes@terra.com.br médio, a moralidade comportamental do indivíduo
Impressão: está cada vez mais comprometida.
Brussegraf - Gráfica e Editora Neste tenebroso emaranhado, vemos, como
Tiragem: consequência da disseminação de uma liberdade
1000 exemplares sagaz e enganosa, o exorbitante e crescente índice de
adolescentes grávidas, da proliferação da Aids e de
Contatos:
(16) 3021.0687 | (16) 8113.2737 | (16) 8803.9673
uma pedagogia que visa a sumária imposição de
determinados comportamentos, principalmente ao
A Revista Profecia é um veículo que visa oferecer público infanto-juvenil.
informações e reflexões. Ser uma voz do clamor por Neste processo, um dos fatores motriz é a
uma cidadania digna. A Revista Profecia não tem decomposição familiar. Todavia, militar pela
responsabilidade nos anúncios e informes manutenção da ‘célula-mater’ da sociedade, a
publicitários. soberana instituição chamada família, torna-se, com o
passar do tempo, um ideal cada vez mais perigoso e
ÍNDICE que expõe o indivíduo a todo tipo de catarse moral.
Tal militância não visa, de maneira nenhuma, depreciar
Toxicomania - 4 o ser humano. Nem tampouco fomentar qualquer tipo
O efeito colateral da filosofia atual - 6 de intolerância. Apenas mostrar a luz da restauração
O período tóxico da puberdade - 8
familiar que dissipa as trevas da degradação humana
Revendo as prioridades - 9
em todas as suas esferas.
A parte frágil - 10
O salmista Davi declara; “Lâmpada para os meus pés e luz
11
ÍNDICE

Mulheres no comando -
para os meus caminhos é a sua palavra ó Deus”. (Salmo
Veredicto popular - 12
119:105). Verdades que apontam para o iminente advento
A vileza que se encerra em nosso
que “converterá o coração dos pais aos filhos e dos filhos
peito juvenil - 14
aos pais”. (Malaquias 4:6), cujos desdobramentos você
É possível sair dele! - 16
lerá nas instigantes páginas desta edição que segura em
Os pilares da educação - 18
Os valores familiares em
suas mãos. Ou seja, a restauração da família é, de fato, a luz
que dissipa a densa nuvem negra que paira sobre a
uma sociedade globalizada - 20
humanidade. E você, leitor, pode ser
Acima da lei - 22
participante do extraordinário cum-
Censura ao imoral - 24
primento desta profecia tão necessária.
Gestão privada do Estado - 26
O principal direito humano e
seu Consenso - 28 Boa leitura.
Um novo paradigma familiar - 30
Voltando aos treinos - 32 Matheus Viana
A caminho de Emaús - 34 Editor

3

CAPA
Toxicomania
A relação entre a sexualidade e o uso
de drogas na adolescência
Este é o tema estudado pela psicana-
lista Angelina Arabe, do Instituto de
Psicanálise Lacaniana de São Paulo.
Arabe disseca os papeis da educação e
da psicanálise na formação moral do
adolescente.
Sigmund Freud (1856-1939), conside-
rado o pai da psicanálise, nunca usou o
termo ‘adolescência’ para definir esta
faixa etária. Denominava-a como ‘puber-
dade’. Termo que, segundo sua concep-
ção, designava a sexualidade latente. Ou
seja, o aflorar dos impulsos e o início da
vida sexual. Este período foi relatado na
literatura com o livro ‘O despertar da
primavera’, onde a expressão ‘primavera’
ocultava o termo ‘sexualidade’. Segundo
Freud, é nesta ‘puberdade’, onde os
impulsos se afloram em busca de um
CAPA
prazer desconhecido, que surge a obses-
são compulsiva e a ineficácia da moralida-
de. Advento que culmina na exacerbação
do sexo e no uso de substâncias tóxicas.
Segundo Arabe, inclui-se neste contexto o
uso desenfreado da internet, de jogos e de
outros instrumentos de interatividade.
Na medida em que a experiência se
torna realidade, a família passa a ser
secundária em relação ao objeto de sua
dependência, o que causa a desestrutura
deste fundamento crucial para o jovem. O
efeito colateral de todo este turbilhão é o
surgimento da errância social. Onde ele
não consegue se fixar em instituições
sociais e passa a possuir um caráter cada
vez mais errante e depreciativo.
Para o psicólogo Jacques-Marie Lacan
(1901-1981), a psicanálise usada na
educação do adolescente consiste no
4
Matheus Viana
Psicanalista Sigmund Freud: a puberdade e seus impulsos
mote do mal-estar da sociedade. Seus
conceitos baseiam-se no texto ‘O mal-estar
da civilização’, publicado no ano de 1929
por Freud que preconiza o seguinte adágio:
além do jogo e da droga, a religião, o delírio,
o amor e a sublimação são muletas para
este mal-estar. Ou seja, Freud afirma que a
depreciação do indivíduo está conectada
ao fato de que os valores morais utilizados
no combate aos malefícios causados pelo
vício, quando disseminados de maneira
equivocada, podem adquirir um poder
nocivo. De remédios podem se tornar
venenos, culminando no mal-estar vivido
pela humanidade.
Segundo Lacan, o portador do sintoma
obsessivo não se queixará dele. Pelo
contrário, o dignificará. Na psicanálise
clássica, o tratamento deste sintoma
consiste em ir contra ele, um exercício
chamado de ‘conflito de forças opostas’.
No entanto, este tratamento fica inviável
se o sintoma não é visto como algo
nocivo. Na contramão, o paciente vive
sob o engodo de que o objeto de seu vício
traz benefícios para ele, já que lhe propicia
 CAPA

o tão desejado prazer. Mesmo lhe viver em família. A maioria dos adoles-
causando dispêndios nos âmbitos centes que cometem atos infracionais
físicos, sociais, afetivos e familiares. são produtos da desestrutura familiar.
Esta conduta evidencia seu desprezo “Adotados” por traficantes, tal convívio
pela reabilitação. Um exemplo marcante lhes proporciona o prazer e o suprimen-
e atual é a conduta da cantora britânica to das obsessões e extravagâncias
Amy Winehouse, que expressa este peculiares da idade.
desprezo em forma de arte para ocultar o É notório o fato de que o sucesso no
sofrimento causado pelo seu vício. tratamento de jovens dependentes
Lacan elucida que os principais químicos se dará na medida em que os
motivos para tal conduta são a angústia e rudimentos familiares forem restaura-
a depressão oriundas do insucesso dos. Para isso, a moralidade - e não o
afetivo. Ou seja, do fracasso da aceitação moralismo - precisa ser novamente
social. Sob esta égide, a abordagem ao incorporada pela sociedade em todas as
jovem usuário consiste em tentar suas esferas. Todavia, evoca-se a
diminuir seu apreço e apego pela subs- restauração dos pais, dos filhos e dos
tância tóxica e também aos artifícios que educadores como indivíduos. Pois,
o conduz a ela. Além disso, introduzir uma como Freud afirma, tais dispêndios são
questão que desperte seu interesse, de os efeitos colaterais do “mal-estar do
modo a produzir nele um prazer capaz de indivíduo”. Ou seja, precisamos reconhe-
substituir o propiciado pela droga. cer as nossas mazelas interiores e o caos
Em sua afirmação “O mal-estar não é que nos acomete a fim de que possamos
inerente da droga, e sim do próprio nos submeter à restauração pertinente e
indivíduo”, Freud sintetizou uma necessária. Pois, um doente só se
verdade inegável, mas que a humanida- submeterá ao devido tratamento quando
de, em sua esmagadora maioria, não reconhecer a patologia que o acomete.
assume. A adolescência é um período
turbulento onde se aflora uma séria crise
existencial. O indivíduo enfrenta o
drama que se dá entre a passagem do
mundo infantil para o adulto. A inocên-
cia desvanece, mais ainda há a carência
da maturidade e da sabedoria necessári-
as para a tomada de decisões.
É neste processo que o papel da
família torna-se crucial. A profecia bíblica
de Malaquias narra esta abordagem: “...
converterá o coração dos pais aos filhos e
dos filhos aos pais”. (Malaquias 4:6).
Contudo, é nítida a defasagem moral e
social causada por tal carência. Contexto
propício para o que adolescente se
aventure nas desconhecidas expedições
que a vida, quer queiramos ou não, lhe
oferecerá.
Há no âmago do indivíduo, indepen-
dente de sua idade, a necessidade de O psicanalista Jacques-Marie Lacan: Depressão decorrente
do insucesso afetivo do adolescente
5

CAPA
O efeito colateral da
filosofia atual
As implicações oriundas da filosofia carpe diem
Uma jovem de 17 anos, viciada em drogas e
grávida de um garoto com quem estava
“apenas ficando”. Apesar da promessa de que
assumirá a paternidade da criança, o “ficante”
não formará família com a gestante. Ou seja,
cada um, mesmo tendo um filho em comum,
levará sua vida de forma individual.
Este é o drama vivido por uma das adoles-
centes atendidas pela Liberdade Assistida,
popularmente conhecida como LA. Programa
sócio-educativo que lida com menores
infratores exercido pela prefeitura de Ribeirão
Preto, interior de São Paulo, em parceria com
CAPA
diversas ONGs do município junto ao NAI
(Núcleo de Atendimento Integrado).
Longe de ser um caso atípico, inusitado ou
peculiar, é a demonstração da normalidade
vivida pelo contingente atendido pela LA. Fruto
da tênue combinação entre sexualidade
precoce, uso de drogas e desestrutura familiar.
Fatores evidentes na conduta aqui analisada.
Este é o “mix” que tem resultado na
desafagem moral e social de grande parte do
público infanto-juvenil. O ressoar de uma
filosofia que apregoa a liberdade a qualquer
66
Matheus Viana
custo, que ecoa na mídia de forma geral e na
pedagogia atual disseminada nas escolas e
universidades. Claro, com pleno e descarado
apoio do Estado.
Prestes a ser sancionado, o Estatuto da
Juventude surge com a missão de consolidar
esta sórdida miscelânea. A distribuição gratuita
de apostilas didáticas de conteúdo sexual para
crianças de 8 a 12 anos e da doutrinação
marxista nas universidades são para aqueles
que têm oportunidade de acesso á educação.
Todavia, para aqueles que não usufruem de tal
direito, a mídia cumpre, com exímia competên-
cia, seu papel.
A psicanálise preconiza que é na adolescên-
cia, período etário chamado por Freud de
‘puberdade’, onde os prazeres juvenis vêm a
tona. Que, se não forem acolhidos por uma
salutar e coerente educação, transformam-se
em graves obsessões de caráter patológico e
psicossomático.
A filosofia atual dissemina o ideal fortemen-
te pautado no carpe diem - “viver o momento” -
, mesmo sabendo da intemperância emocional,
física e mental vivida pelo jovem. Quem sofre
com os malefícios de tal insanidade? O
indivíduo que a ela se submete, os que fazem
parte de seu contexto e a sociedade. Quantas
pessoas morreram, em pleno vigor da juventu-
de, em decorrência de uma overdose? Quantas
foram ceifadas pela Aids? Quantos pais
choram a morte de seus filhos? Quantos
abortos são realizados na tentativa de extirpa-
rem o “problema” causado por um relaciona-
mento sexual precoce, irresponsável e ilícito?
Diante de todo este disparate, a cúpula
governista insiste na militância em prol do
aborto e da descriminalização da maconha.
Movida pelo ideal de “democracia”, ou seja,
liberdade total e em todos os âmbitos, não
importando com seus efeitos colaterais. Para
que se importar com a “hipocrisia”, nas
“indeléveis” palavras do ministro Carlos Minc,

da família e da sobriedade? O jovem precisa é
curtir a vida. O futuro não é, de maneira
nenhuma, motivo de preocupação.
É nítida a “liberdade” vivida por esta jovem de
17 anos. “Livre” para desfrutar de sua gravidez
precoce e desprovida do laço matrimoni-
al/familiar, e, para usufruir sua DEPENDÊNCIA (o
maiúsculo é proposital) da maconha. Estes são
apenas meros desdobramentos da liberdade
aclamada pela sociedade pós-moderna.
Assim como a LA visa ajudar jovens
infratores e viciados a vencerem os seus
problemas e serem inseridos dignamente na
sociedade, há uma LA que nos convida a trilhar a
conduta que nos conduz a uma vida abundante.
O homem no princípio vivia sob a tutela de
uma LA celestial. Uma liberdade assistida pela
soberania do Criador e pela plenitude de Sua
aliança. Nela, ele e sua companheira não
tinham falta de nada. Pelo contrário: todas as
coisas lhes eram lícitas e ao alcance de ambos.
Exceto o conhecimento do bem e do mal, para o
próprio bem deles.
CAPA
Entretanto, a avidez cega em tomar posse e
provar do fruto proibido causou a ruptura desta LA
e sua consequente morte. Não uma morte física,
apesar de perderem naquele momento a eternida-
de que lhes fora atribuída por serem criados a
imagem e conforme a semelhança do Criador.
Mas a morte da... Ela mesma, da liberdade.
Ambos tornaram-se reféns de suas necessi-
dades e ansiedades, que seriam supridas, a
partir dali, com o suor de seus próprios esforços.
Trocaram o inefável sabor da benção pelo
penoso dissabor da maldição por meros
segundos da uma substância tóxica: o fruto
proibido que representa a nossa desobediência
aos preceitos da suprema LA divina. Cujo intento
é que sejamos verdadeiramente livres (Evange-
lho segundo João 8:36) a fim de que tenhamos
vida abundante (Evangelho segundo João
10:10). Por isso, o apóstolo Paulo orienta “Fuja
das paixões da juventude e siga a justiça, a fé, o
amor e a paz, com aqueles que, de coração puro,
invocam o Senhor”. (II Timóteo 2:22). A chave
para a liberdade está em suas mãos...

CAPA
O período tóxico da
Os desdobramentos dos adventos juvenis
da drogadição e da sexualidade
Quando tentamos “tratar” de jovens usuários
de drogas nos sentimos frustrados e impotentes
frente esta difícil tarefa. Mas qual será a origem
desta patologia? Qual o melhor tratamento? Quais
formas de prevenção são mais eficazes?
Segundo os argumentos da psicanalista Angelina
Arabe, tenta-se encontrar uma explicação
psicanalítica para o tema.
É interessante pensar que, na maioria dos
casos, o indivíduo inicia o uso de substâncias
tóxicas na adolescência. Nessa fase também
ocorre a puberdade, e um fato está totalmente
relacionado com o outro.
Na puberdade ocorre o amadurecimento e a
descoberta da vida sexual. Fase em que o jovem
CAPA
Patrícia Viana
puberdade
existir uma reflexão e posteriormente, uma
transformação. Entretanto, o que o sujeito menos
deseja é entrar em contato com suas angústias.
Para isto, precisamos de uma etapa anterior
que consiste em fortalecer o sujeito internamente,
estimulando sua autoestima, autoconfiança e,
principalmente, levá-lo ao autoconhecimento.
Isso só será possível se houver um vínculo e uma
confiança estabelecida entre o indivíduo e o
facilitador. Esta etapa só será possível quando
este facilitador tornar-se um articulador do
encontro entre o indivíduo e seu Criador. Pois, O
conhecendo este terá, cada dia mais, consciência
de sua verdadeira personalidade.

enfrenta momentos de extrema ansiedade Patrícia Viana é Terapeuta Ocupacional.

provocados por situações internas e
externas. Internas pelo fato de seus
hormônios estarem em pleno vapor,
somando-se a curiosidade por algo até então
desconhecido: o sexo. Externas pelo fato do
grupo social a qual pertence, em decorrência
de uma mídia cada vez mais erotizada,
enfatizar o sucesso na relação sexual como
pré-requisito para aceitação.
Nesse contexto, o adolescente decide se
aventurar na descoberta do seu corpo e do
sexo, uma vez que sua personalidade não
está plenamente formada. Fato que gera
maior ansiedade. Na tentativa de supri-la,
recorre ao mecanismo de defesa do
deslocamento, e o objeto desse desloca-
mento é, em grande parte, o uso das drogas.
Ao considerarmos que o uso de drogas é
um deslocamento, entendemos que é um
mecanismo inconsciente usado pelo sujeito
para evitar entrar em contato com algo
angustiante. Ou seja, é um sintoma e não a
patologia propriamente dita. Desta forma,
entendemos que para um tratamento mais
efetivo é importante levar o sujeito a olhar para
o epicentro de sua angústia, para que possa

Amarildo Freitas
Revendo as
prioridades
Estamos vivendo em uma época diferente de
todas as que já se passaram. Parece que, constan-
temente, somos atingidos por um espírito de
ansiedade e de ativismo. O estresse, doença
considerada moderna, é fruto desta agitação e do
excesso de atividade. Tudo o que está ao nosso
redor, os meios de comunicação, o trabalho, as
circunstâncias financeiras e os amigos, convida-
nos a ocuparmos nosso tempo com algo que
pareça prioridade. Entretanto, ao observar tudo o
que têm nos envolvido, começamos a refletir:
“será que vale a pena os esforços que fazemos
para conseguir determinadas coisas? Será que
estas são realmente importantes?”.
Certo dia, o rei Davi resolveu analisar como
andava sua agenda. Quais eram suas prioridades.
Ao fazer isso, concluiu que estava perdendo tempo
de sua preciosa vida com coisas que eram pura
vaidade e disse: “Dá-me a conhecer, Senhor, o meu
fim e qual a soma dos meus dias, para que eu
reconheça a minha fragilidade. Deste aos meus dias
o comprimento de alguns palmos; à tua presença, o
prazo da minha vida é nada. Na verdade, todo
homem, por mais firme que esteja, é pura vaidade.
Com efeito, passa o homem como uma sombra; em
vão se inquieta; amontoa tesouros e não sabe quem
os levará” (Salmos 39:4-6).
No dia 27 de março de 2003, eu e minha
família protagonizamos um susto. Naquele dia eu
comecei a sentir fortes dores no estômago, que
atingiram também o peito e depois o braço
esquerdo. Fui levado ao hospital e ali fiquei
internado com suspeita de infarto! Graças a Deus,
depois de realizados os exames necessários,
confirmou-se que não era infarto, e que meu
coração não tinha nenhum problema. Os sintomas
eram de origem gástrica, tratando-se de uma
hérnia de hiato, cujo tratamento foi uma simples
cirurgia realizada anos após este ocorrido.
Durante o período em que estive no hospital,
pela agitação dos médicos que ainda não sabiam o
que eu tinha, cheguei a pensar que perderia a vida.
Mas em nenhum momento tive medo ou dúvida de
que Deus estava no controle daquela situação.
Porém, algo me levou a pensar no salmo citado.
Naquele momento não fiquei preocupado com
9
CAPA
quem me substituiria em meu trabalho caso viesse a
morrer, tampouco com coisas financeiras. Só conseguia
pensar em duas coisas: em Deus e em minha família!
Pensei em como estava meu relacionamento com meu
Deus e em como seria triste deixar minha amada
esposa. Fiquei triste por imaginar que minhas filhas
menores (Rebeca Lyssa, na época com quatro anos e a
Sarah Heloisa com dois anos) não se lembrariam de mim
quando estivessem adultas, e outras coisas como estas
passaram pela minha cabeça...
Quer saber de uma verdade? Só pensei em Deus e
em minha família porque realmente estas coisas são
as mais importantes da minha vida! E a conclusão a
que chego agora é que devo aproveitar todo o tempo
que tenho para poder investir nelas! Preciso de alguma
forma trabalhar e me esforçar para melhorar o tempo
que tenho com Deus e o que tenho com minha família!
Nesta reflexão, convido você a avaliar como tem
sido o seu tempo com Deus. Que tipo de relacionamen-
to você tem tido com Ele. Em segundo lugar é impor-
tantíssimo verificar como anda o tempo que você tem
separado para sua família.
Escrevo estas coisas para poder levá-lo a refletir
comigo: qual foi a última vez que você agendou um
tempo para se encontrar com Deus? Qual foi a ultima
vez que você agendou ficar em casa para apenas curtir
sua família? Você jovem, adolescente, qual foi à última
vez que fez isso? Você homem casado, qual foi a última
vez que você decidiu reservar um dinheiro para sair e
dormir fora com sua esposa?
Deus está desejando ajustar nossas vidas. Tenho
a cada dia aprendido que além de ter tempo com
Deus e com meus familiares, esse tempo tem que ser
de qualidade.
Amarildo de Freitas é pastor evangélico

CAPA
A parte
A multiplicação da iniquidade e a desestrutura familiar
Uma pesquisa publicada no mês de
setembro de 2009, baseada em 1.286 casos de
violência registrados nos serviços públicos de
saúde do Estado de São Paulo, trouxe á tona
uma triste e alarmante realidade. Não bastasse
o exorbitante número de registros, as principais
vítimas de violência doméstica são as mulhe-
res, com 75% do total. Deste número, cerca de
68% são agredidas pelo próprio parceiro
(marido, companheiro ou namorado). Segundo
a amostragem, a principal forma de violência é a
agressão física, que representa 59%. Em
seguida, aparecem a opressão psicológica com
18%, a auto-infligida com 13% e a sexual (ou
CAPA
estupro) com 5%.
Desta barbárie covarde e desigual nem
mesmo os famosos escapam. Em 2008, o ator
britânico Christian Bale, protagonista do
sucesso de bilheteria: Batman – O cavaleiro das
trevas, foi preso por agredir a própria mãe dias
antes da estréia do filme em Londres. No ano
seguinte, o ex-velocista e medalhista olímpico
Robson Caetano foi detido por ser acusado de
agredir a esposa.
Tais fatos são nada mais, nada menos do
que um mero reflexo do tumor contido no
organismo de uma sociedade onde o fator
família está, infelizmente, acometido por um
célere processo de degradação.
A violência contra a mulher é, em sua quase
totalidade, sintomas de um relacionamento
familiar desestruturado. No entanto, o que pode
causar tal dispêndio? Muitos são os fatores.
Contudo, o epicentro de todos eles pode ser
encontrado em uma profecia de Jesus proferida
quando alertava sobre os desdobramentos e o
caos dos últimos tempos: “Mas, por se
multiplicar a iniquidade, o amor de muitos
esfriará”. (Evangelho segundo Mateus 24:12).
De acordo com a profecia declarada por Jesus,
a multiplicação exacerbada e desenfreada é
tamanha que tem culminado no mórbido
esfriamento do amor entre as pessoas e,
10
Matheus Viana
frágil
consequentemente, no triste e fatídico quadro o
qual nos deparamos.
A multiplicação de toda sorte de iniquidade
tem se dado por intermédio da chamada
‘revolução comportamental’. Basta uma
investigação mais acurada para percebermos o
avassalador efeito colateral de uma miscelânea
composta pelo uso ilícito de drogas (incluindo, é
claro, as legalizadas como o álcool, por exemplo)
e da imoralidade em todas as suas nuances.
O apóstolo Paulo emite o seguinte ensinamen-
to: “Maridos, ame cada um a sua mulher, assim
como Cristo amou a Igreja e entregou-se por ela
para santificá-la”. (Efésios 5:25). O mesmo Jesus
que profetizou a multiplicação da iniquidade em
todas as suas vertentes foi movido por este amor
imensurável para extingui-la por completo (I João
3:8). Se o aumento da iniquidade gera o lúgubre
esfriamento do amor e a consequente violência
que culmina na ruína de relacionamentos, o
arrependimento oriundo da cruz de Cristo
(Evangelho segundo Mateus 16:24), a suprema
demonstração de seu amor (I João 4:10), produz o
elo perfeito. O único capaz de gerar relacionamen-
tos sólidos a fim de fundamentar a soberana
instituição chamada família.
“Acima de tudo, porém, revistam-se do amor
que é o elo perfeito”. (Colossenses 3:14).
 Matheus Viana
Mulheres no
comando
Os desdobramentos da revolução
feminista na sociedade
Estudo divulgado em outubro de 2009 pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
indicou um expressivo aumento no índice de
participação das mulheres no mercado de trabalho.
Entre os anos de 1998 e 2008, este número cresceu
de 42 para 47,5%. Tal crescimento, de acordo com o
estudo, é devido à vantagem que as mulheres vêm
obtendo em relação aos homens no tocante à
escolaridade média. Em 2008, a média apontada foi
de 9,2 anos de estudos para as mulheres, contra 8,2
para os homens.
O estudo também detectou o fato de mais de um
terço das famílias brasileiras serem chefiadas por
mulheres. Segundo o SIS (Síntese de Indicadores
Sociais), no período de 11 anos este índice subiu de
25,9% para 34,9%.
Tais amostragens demonstram a simbiose
sofrida pelas famílias. Desde a revolução feminista,
em meados dos anos 60, temos acompanhado as
conquistas e os avanços obtidos pelo público
feminino, sobretudo nas esferas sociais, econômi-
cas e políticas. Contudo, devemos refletir sobre os
efeitos colaterais sentidos pela estrutura famíliar e
pela sociedade como um todo. Um deles é o
aumento da criminalidade entre o contingente
infanto-juvenil que vem aumentando a cada dia de
forma drástica e desmedida.
O advento da mulher na atividade econômica
trouxe uma aparente conquista na perspectiva
social. No entanto, limitou sobremaneira seu
tempo em investir na educação de seus filhos. O
afeto, o ensino de determinados princípios, o
referencial de família, entre outros atributos
fundamentais para o desenvolvimento salutar de
uma criança ficaram comprometidos. O que
culminou na transferência de responsabilidades e
valores ás instituições educacionais. Sem levar em
conta que nenhum educador, por mais eficiente que
seja, irá substituir o papel dos pais.
O fato das mulheres assumirem a posição de
liderança na família denota um sério agravante: a
Lula e Ahmadinejad: diga-me com quem tu andas e te direi quem tu és
11
CAPA
passividade dos homens no papel de chefe da
família. Não pretendo aqui, de forma alguma,
fazer apologia ao autoritarismo insano e
truculento nem tampouco à uma espécie de
ditadura paternalista. Mas sim ao fato de que
o homem deve exercer, com hombridade,
sabedoria, temperância e amor, o papel que
lhe é devido.
O apóstolo Paulo elucida: “Mulheres,
sujeite-se cada uma ao seu marido...”. E aos
maridos: “Maridos, ame cada um a sua
mulher...”. No entanto, o exercício destes
atributos matrimonais, indispensáveis para
o convívio familiar, possui um fundamento:
“Mulheres, sujeite-se cada uma ao seu
marido, como ao Senhor, pois o marido é o
cabeça da mulher, como também Cristo o
cabeça da Igreja, que é o seu corpo, do qual
ele é o salvador. Assim como a Igreja está
sujeita a Cristo, também as mulheres
estejam em tudo sujeitas aos maridos.
Maridos, ame cada um a sua mulher, assim
como Cristo amou a Igreja e se entregou por
ela”. (Efésios 5:22-25).
O epicentro da desestrutura familiar que
tem culminado no aumento significativo de
jovens infratores é o fato de que este padrão
não tem sido a base de muitas famílias. É
nítida a exortação de Paulo de que a submis-
são da mulher ao seu marido deve ser fruto do
amor e da renúncia manifestos por ele em
relação a ela. Destarte, com o avanço da
mulher na sociedade, a submissão ao marido
torna-se algo cada vez mais “demodê”. Ou
seja, fora de moda. E, consequentemente,
esta inversão de valores é, de maneira
inconsciente, transmitida aos filhos. O
resultado? Temos visto todos os dias nas
principais manchetes dos jornais...
 Matheus Viana
NACIONAL

Veredicto popular
Sob o julgamento de um juri popular, o casal Alexandre Nardoni e
Anna Carolina Jatobá recebe o veredicto que a sociedade,
há dois anos antes, já tinha estabelecido.

Culpados. Esta foi a

sentença que o júri popular
composto por sete pessoas
leigas do ponto de vista
jurídico deu ao casal
Alexandre Nardoni e Anna
NACIONAL

Carolina Jatobá na madru-

gada do dia 27/03.
Veredicto previsto semanas
antes do início do julgamen-
to pelo advogado de defesa,
Ro b e r t o Po d v a l , e m
entrevista ao Domingo
Espetacular, programa
jornalístico exibido pela
Rede Record. “A sociedade
já os condenou”, afirmou. O casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá: condenados pela sociedade
Declarados responsáveis
pelo homicídio triplamente qualificado de Isabela
Nardoni, de 5 anos, no dia 29 de março de 2008,
Alexandre e Anna Carolina foram condenados a
31 anos, 1 mês e 10 dias e 26 anos e 8 meses de
reclusão, respectivamente. Ambos em regime
fechado. O casal poderá pleitear o direito ao
regime semiaberto a partir de 2018. Neste
período, permanecerão presos nos presídios no
município de Tremembé, há 147 km de São Paulo,
onde aguardaram o julgamento desde o ano em
que o crime ocorreu.
Segundo especialistas, apesar das
contundências e da veracidade das provas
periciais, a atuação do promotor Francisco
Cembranelli foi fundamental para o veredicto.
Já para a defesa, não restava muitas alternati-
vas senão tentar refutar o trabalho da perícia.
O julgamento de um crime de forte reper-
cussão nacional nos faz refletir sobre a conduta
do ser humano em relação ao seu próximo.
Muitas conspirações e hipóteses, com certeza,
foram levantadas no intelecto da população que
acompanhou, de alguma forma, os desdobra-
mentos deste caso atroz e intrigante.
No entanto, a primeira fatalidade cometida
contra Isabela foi a ruptura familiar. É difícil para
uma criança em tão tenra idade lidar com a
separação dos pais. O fato de ter que dividir
seus sentimentos e afetos, hora com o pai e
hora com a mãe, é algo emocionalmente
nocivo, que pode acarretar em sérias conse-
quências no futuro. Neste caso, ele foi brutal-
mente interrompido.
Um dos pontos fortemente pautados pelo
promotor Francisco Cembranelli durante o
julgamento foi o fato de Anna Carolina Jatobá
nutrir um ciúme ameaçador em relação tanto a
Anna Carolina Oliveira, mãe de Isabela, como
também á própria enteada. Cujo sentimento
culminou, segundo Cembranelli, na barbárie
que comoveu a nação.
A população, representada pelos sete
membros do júri, sentenciou o casal que, na

12
 NACIONAL
opinião pública, recebeu a justiça de seus atos.
Contudo, a história nos conta de um julgamento
que teve maciça participação popular. A socieda-
de da época declarou o réu como culpado, mesmo
sendo inocente. Cuja culpa foi determinante para
mudar o curso da humanidade.
Não quero aqui comparar a idoneidade, a
personalidade nem tampouco as circunstâncias
do julgamento dos Nardoni com a de um Galileu
chamado Jesus de Nazaré. No entanto, quero
apenas traçar um paralelo, já que ambos tiveram
participação popular em seus veredictos.
O veredicto dos Nardoni transmitiu um recado
á sociedade acostumada com a impunidade
vigente nas várias esferas da justiça brasileira. Já
o de Jesus foi necessário, mesmo sendo inocente, Isabela Nardoni: vítima fatal das diferenças familiares
para que a profecia se cumprisse e a humanidade
tivesse a oportunidade de exercer uma nova homem que morreu. Mais do que isso: entre-
conduta. “Cristo nos redimiu da maldição da Lei gou sua vida para que fôssemos livres de toda e
quando se tornou maldição em nosso lugar, pois qualquer sentença. Qual deles você é partici-
está escrito; “Maldito todo aquele que for pante? O próprio Jesus nos adverte: “Não
pendurado no madeiro”. (Gálatas 3:13). julgueis para não seres julgados. Pois na
“Cruficifa-o”, gritava a multidão, em unísso- mesma medida com que julgares, serão
no. No entanto, não sabiam que era necessário julgados”. (Evangelho segundo Mateus 7:1-2).
que Ele padecesse na cruz e fosse considerado
culpado e, além disso, maldito. A falácia do
ditado que diz: “a voz do povo é a voz de Deus” foi
perceptível no mais importante julgamento da
história: o que ocorreu em Jerusalém há mais de
dois mil anos atrás.
Há um veredicto de morte sobre nós. O
apóstolo Paulo elucida esta sentença dizendo:
“Pois o salário do pecado é a morte”. (Romanos
6:23). O salmista Davi descreve o legado
humano quando diz: “Em iniquidade fui formado,
e em pecado me concebeu minha mãe”. (Salmo
51:5). O apóstolo João nos adverte: “Aquele que
diz que não tem pecado, a si mesmo se engana e
a verdade não está nele”. (I João 1:9). Pois,
conforme Paulo ensina: “Por um homem entrou o
pecado, e pelo pecado a morte, e a morte passou
a todos os homens”. (Romanos 5:12).
No entanto, há um veredicto celestial que diz:
“Já não há mais condenação para aqueles que
estão em Cristo Jesus”. (Romanos 8:1).
Sentença oriunda do veredicto popular que foi
estabelecido sobre Aquele que “humilhou-se a si
mesmo e foi obediente até a morte, e morte de
cruz”. (Filipenses 2:8).
Dois veredictos populares. Um estabelecido
sobre o casal que matou e o outro sobre um

13
 Matheus Viana
COMPORTAMENTO
A vileza que se encerra em
nosso peito juvenil
COMPORTAMENTO
Barbáries deflagram a vileza do pudor e da responsabilidade
que a atual educação familiar e moral têm produzido.
Segundo informações do jornal
Agora, três adolescentes de 16, 17 e
19 anos de idade, cujos nomes não
foram divulgados, foram presos no
dia 13 de março por serem suspeitos
de tentativa de homicídio do taxista
Waldir Augusto da Silva, de 66 anos.
Eles embarcaram no dia anterior,
uma sexta-feira, no taxi de Silva com
destino ao Colégio Agrícola de
Penápolis, município situado á 479
km de São Paulo, no interior do
estado.
De acordo com a Polícia, Silva foi
agredido fisicamente e jogado para
fora do veículo, um Gol de cor prata. Após ter Em 2007 tivemos o caso macabro do menino
atropelado Silva com o próprio taxi, os adoles- João Hélio, de 8 anos, que foi arrastado e teve
centes, pensando que estivesse morto, o partes de seu corpo dilaceradas pelo asfalto das
puseram no porta-malas do veículo e o levaram vielas do Rio de Janeiro. Óbito precoce e
á ponte que cruza o rio Lageado, de onde o proveniente do banditismo juvenil, onde
jogaram. adolescentes roubaram o carro de mãe de João
Silva foi encontrado vivo no dia seguinte ás Hélio e, numa fuga tresloucada, cometeram uma
margens do rio pela Polícia, depois de vinte e atrocidade que chocou a nação.
duas horas de seu desaparecimento. Que foi No ano seguinte, cinco adolescentes da
percebido por um morador da região que classe média fluminense agrediram, sem
encontrou o taxi de Silva abandonado próximo nenhum motivo plausível, a empregada
ao ribeirão Lajeadinho. doméstica Sirley Pereira. Segundo os agresso-
Os adolescentes de 16 e 17 anos foram res, a confundiram com uma prostituta. O que
encaminhados á Fundação Casa (ex-Febem) de não muda nada a violência e a insanidade dos
Araçatuba. Já o de 19 anos foi levado ao fatos.
sistema prisional de Penápolis. Silva foi levado Em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, no
ao hospital Santa Casa de Misericórdia do mesmo ano, após sair de uma festa onde
município, onde foi internado. comemorava sua aprovação no vestibular do
Mais uma barbárie que suscita o interminá- curso de Direito na Unaerp (Universidade de
vel debate sobre o comportamento cada vez Ribeirão Preto), o jovem Caio Meneghetti Fleury
mais subversivo de uma juventude cada vez Lombardi, de 19 anos, invadiu, a bordo de seu
mais libertina. São muitos os casos de adoles- Vectra, um posto de combustível na zona sul do
centes envolvidos em atrocidades que fomen- município. Na colisão, atingiu uma das bombas e
tam o terror urbano. atropelou o frentista Carlos Alaetes Pereira Silva,

14
 COMPORTAMENTO

de 37 anos, arremessando-o a uma distância palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem

considerável. Na frustrada tentativa de fuga, prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E
colidiu de leve com um Corsa que estava no local desceu a chuva, e correram rios, e assopraram
impedindo sua passagem e permaneceu ventos, e combateram aquela casa, e não caiu,
acelerando com o veículo sobre a vítima, que porque estava edificada sobre a rocha”. Contudo,
chegou a ficar em coma. De acordo com “aquele que ouve estas minhas palavras, e não as
testemunhas e com a Polícia, Lombardi estava cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que
embriagado. Em seu veículo foram encontrados edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, e
seis frascos de lança-perfume. Um deles, correram rios, e assopraram ventos, e combateram
segundo a perícia, já havia sido utilizado. aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda”.
Tais fatos são oriundos da “vileza que se (Evangelho segundo Mateus 7:24-27).
encerra em nosso peito juvenil”. Muito mais do Que tipo de casa tem sido edificada sobre o
que paráfrase ao trecho do Hino da Bandeira, é o terreno fértil do coração dos nossos jovens? Os
reflexo da libertinagem que acomete o contin- fatos falam por si. Tal quadro só mudará, de fato,
gente. Quantas Sirleys, quantos Carlos e Silvas quando a profecia de Paulo que diz; “Edificados
precisarão aparecer para que providências sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas,
práticas e concisas sejam tomadas? Como diz o de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina;
antigo, porém sábio ditado popular: “de boas no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para
intenções e blá-blá-blá, o inferno tá cheio”. templo santo no Senhor. No qual também vós
Enquanto alternativas evasivas e utópicas juntamente sois edificados para morada de Deus
transbordam dos gabinetes políticos e policiais, em Espírito” (Efésios 2:22) ser plenamente
o cidadão comum fica a mercê da irreverência cumprida, de modo a culminar na ação sumária e
moral destes indivíduos. Não me refiro a no diligente exercício de sábios arquitetos – leia-se
métodos pedagógicos ou toda a parafernália da pais e educadores.
psicologia juvenil fortemente baseada no
humanismo. Mais de uma profunda reforma dos
princípios que os pais incutem em seus filhos no
delicado e precioso período de sua formação. A
maioria dos jovens de classe média recebe
atualmente uma criação isenta de responsabili-
dades e do custo do labor de seus esforços.
O dinheiro possui o poder transcendental de
migrar o dever dos pais em educar seus filhos aos
professores e educadores de maneira geral. Isso,
quando não são entregues ás babás virtuais: a
televisão, os videogames e a internet. Uma
verdadeira miscelânea de conceitos e valores.
Libertinagem e tragédia. Uma combinação
que tem se tornado comum no cotidiano juvenil
brasileiro. Com a ditadura da impunidade, da
injustiça e da diferença social impetrada na
nação, o clamor inerte dos “revolucionários
morais” apesar de intenso permanece inaudível.
Na contramão, permanecemos no curso linear
de nossa árdua jornada pela sobrevivência.
Discrepância de conceitos e valores cujo
epicentro nada mais é do que o cumprimento da
profecia contida em um dos mais importantes
ensinamentos de Jesus, o sermão da montanha:
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas

15

COMPORTAMENTO
É possível sair
Ex-lésbica descreve, num relato dramático e comovente,
COMPORTAMENTO
sua jornada pelos labirintos da homossexualidade e a
saga que culminou no horizonte da liberdade.
Kélem Patrícia, uma bela jovem de 27 anos,
hoje desfruta de relacionamentos sociais,
afetivos e familiares salutares. Mas nem
sempre foi assim. Na infância, se viu tragada
pela armadilha da homossexualidade. Conduta,
somada a outros desdobramentos emocionais,
que consumiu grande parte da adolescência e
quase a levou a óbito. Contudo, conseguiu
passar por este “vale da sombra da morte” e
encontrar o desejado horizonte da esperança.
PROFECIA: Quando e como você decidiu
pela homossexualidade?
Kélem Patrícia: Tudo começou aos sete
anos de idade. Brincando de “casinha” com
uma amiga da mesma idade, fomos levadas
pela idéia inusitada de "namorar". Eventuais
encontros aconteciam em algumas ocasiões.
Depois deles eu sempre sentia nojo. Pois,
mesmo sendo uma criança, entendia que
aquilo não deveria acontecer. Por isso, claro,
fazíamos tudo as escondidas.
Como você se sentia emocionalmente?
Entrei na adolescência com meu intelecto
acometido por um turbilhão de dúvidas.
Apaixonei-me desesperadamente por um
primo. Namoramos e a família toda interveio.
Tivemos que terminar, o que foi um verdadeiro
choque pra mim. Em decorrência de tal fato,
só pensava em tirar minha vida.
Em uma dessas tentativas de suicídio, meu
pai proferiu palavras maliciosas contra mim e
não achei nenhum apoio por parte do meu ex-
namorado, que na época nada podia fazer já que
também não passava de um adolescente.
Nesse dia, de fato, estava decidida a tirar minha
vida. Um forte sentimento maligno dizia que eu
atrapalhava a vida das pessoas.
16
Matheus Viana
dele!
Quais foram os desdobramentos deste
intento suicida?
Quando estava com cinquenta cápsulas de
sulfato ferroso para serem ingeridas no
banheiro do colégio onde estudava, uma moça
apareceu e me levou à diretoria. Estava quase
desmaiando de tanta tensão. Em junho do ano
de 1998, á espreita em uma calçada, ensaiava
me jogar debaixo dos carros que passavam
pela rua. No entanto, fui impedida de praticar
tal ato. A mesma moça que entrara no banheiro
do colégio, uma auxiliar de enfermagem,
também me segurou para não dar cabo ao meu
plano macabro. Depois disto, se tornou minha
confidente. Cheguei a namorar o irmão dela,
mas não deu certo. Além de ser muito ciumen-
to, eu não gostava dele.
Você chegou a ter algum envolvimento mais
profundo com esta moça?
Certo dia, estava fixando um mapa mundi na
parede do meu quarto. Me deitei na cama para
recitar um dos duzentos poemas que tinha feito
para o meu primo. Impetuosamente, ela também
se deitou. Me puxou para junto dela e logo em
seguida veio o beijo. Um misto de perplexidade e
curiosidade invadiu meu ser. Ela me pediu
desculpas dizendo que foi um "instinto".

Contudo, começamos a namorar. Meu pai não
deixava homem nenhum chegar perto de mim.
Uma mulher, naquela ocasião, soava como
liberdade. Na verdade, a prisão da homossexua-
lidade é pior que a droga e o alcoolismo juntos.
Apenas quem viveu sabe disso.
Como era este relacionamento?
Foram cinco anos do fim da minha adoles-
cência perdidos nas trevas do lesbianismo.
Essa moça levou todas as minhas roupas,
colocou meu nome no SPC-SERASA e quase
destruiu minha família. No final de 2003, fomos
a uma viagem em Jericoacoara. Eu trabalhava
na área hoteleira, o que facilitava a realização
de viagens gratuitas. Ela falava constantemen-
te que seria nossa última viagem juntas. E foi.
Lá eu conheci um casal cristão. Novos conver-
tidos e que ela odiava. O casal estava em lua de
mel e, como sempre, ela queria destruir a
felicidade deles, já que essa "amiga" conhecia o
rapaz antes dele se converter. Ao chegar de
viagem, Deus usou este casal para me presen-
tear com um CD, embora eu já ouvira por
diversas vezes os CD’s do Diante do Trono -
Ministério de Louvor e Adoração da Igreja
Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte.
Depois de conhecer este casal, alguma
coisa mudou em sua conduta?
Começei a frequentar uma igreja evangéli-
ca. Olhava para o grupo de louvor e dizia para
Jesus: “um dia quero cantar assim pra Ti,
Senhor!”. Tempos atrás, idolatrava a cantora
Madonna e tinha um grupo de dança que
contava com a participação de quatro homos-
sexuais. Minha mãe nessa época nem sabia,
mas já orava por mim, embora muitas vezes
brigávamos. Pois ela dizia que preferia que eu
fosse uma prostituta a ser uma lésbica, e aquilo
me revoltava ainda mais. Nessa igreja, olhei
para um rapaz com uma voz linda. Nem sabia
que era um cantor gospel. Subitamente, me
senti atraída. Foi então que a vontade de ser
liberta do lesbianismo aumentou.
Quando isso aconteceu?
No dia 22 de Novembro de 2003, dois dias
antes do meu aniversário de 21 anos. Eu estava
para ir tomar banho quando ouço um louvor que
17
COMPORTAMENTO
toca o meu coração. Fico então sabendo que um
culto para jovens seria realizado á noite, em um
colégio próximo da casa onde moro. Já no culto,
ouço Deus falar comigo através de tudo; louvores,
coreografia, cartazes, mensagem... Quando o Pastor
faz o apelo, eu queria levantar a mão, mas não
conseguia. Sentia toneladas de correntes me
prenderem. Começei a clamar. De repente, o Espírito
Santo de Deus levanta a minha mão e todos ficam
perplexos. Uma moça, a quem eu odiava pelo fato de
ser evangélica, veio me levar para aceitar a Jesus no
microfone. No entanto, quando ela me abraçou, o
ódio foi dissipado por completo.
Como você define todo este processo?
Foram muitas lutas, mas tremendas vitórias até
chegar aqui. Meu testemunho completo é bastante
longo. Para resumir estou há sete anos servindo a
Jesus. Louvo a Deus por onde eu vou. Faço missões,
prego a Palavra, tento vivê-la pela misericórdia de
Deus que tem aberto muitas portas para dar meu
testemunho. Certa vez fui testemunhar em uma
Assembléia de Deus-Madureira e Deus libertou uma
moça que vivia no lesbianismo. Foi algo maravilhoso
ver Jesus operar com grande poder e saber que não
há cadeias que Ele não possa quebrar! Para comple-
tar a benção, Deus me concedeu um varão. Um
homem de caráter virtuoso. Protagonista de um
testemunho impactante onde conseguiu vencer 16
anos presos pelas garras do alcoolismo. Fazemos
parte de uma igreja Congregacional aqui da cidade
de Fortaleza. Estudamos teologia juntos. Ele
também prega nas igrejas, falando o que Jesus fez
nas nossas vidas, exaltando e glorificando o nome
de Jesus. Creio, em nome de Jesus, que percorrere-
mos o mundo para pregar as boas novas do Senhor!
Á Ele, somente á Ele, toda honra, Glória e louvor
pelos séculos dos séculos. Amém.
 Cristiane Salles
EDUCAÇÃO

Os pilares da educação
A banalização e a compreensão equivocada de um de seus
fundamentos que culminam em sua crescente degradação.

Educação consiste em autoridade e ainda culminará em infratores potenciais.

ensino. Dois elementos inseparáveis. A Na falácia pedagógica que se levanta de
falência moral que acomete a sociedade maneira cada vez mais contundente, autorida-
EDUCAÇÃO

moderna é o efeito colateral da tentativa vã de de tem sido interpretada e exercida como

separá-los. Ou seja, a educação atualmente sinônimo de truculência. Disciplina, de
vigente tem sido ministrada sem o necessário inquisição ditatorial e de crime em privar a
exercício da autoridade. criança de exercer uma “liberdade” ao qual não
Não me refiro aqui ao autoritarismo. Ou está preparada, nem tampouco madura para
seja, à autoridade baseada em preceitos desfrutar.
religiosos, como as impugnações, ás vezes O sábio Salomão diz em Provérbios 22:6;
truculentas, das religiões – como
por exemplo, as doutrinas do
islamismo radical ou do cristianis-
mo institucional - existentes em
todo o mundo, nem tampouco ás
das ditaduras comportamentais.
Para a obtenção do pleno
êxito em se formar cidadãos
irrepreensíveis e, consequente-
mente, uma sociedade melhor e
mais justa, mais uma vez nota-se
a crucial importância da família.
Apesar de muitos questionarem,
não há autoridade que substitua
a dos pais.
Temos sim, inúmeros casos de
crianças que crescem sem a
autoridade e o ensino provenientes
de seus pais biológicos. No
entanto, outros assumem e cumprem, de “Ensina a criança o caminho em que ela deve
maneira competente, este papel fundamental. andar, para que mais tarde não se desvie dele”.
Contudo, convivemos com a triste verdade de Não precisa ser teólogo nem mestre em
que muitas crianças cresceram e crescem ao hermenêutica (como eu, que não sou nenhum
“Deus dará”, completamente á deriva da dos dois) para entender que Salomão exorta os
sociedade por não usufruírem o sublime leitores e observadores das Sagradas
convívio da família. E, claro, não podemos nos Escrituras a ministrarem a suprema educação.
esquecer dos casos de jovens que, mesmo Ou seja, o ensino alicerçado pela autoridade.
vivendo sob a tutela familiar, biológica ou não, Veja que Salomão diz que nós, como pais e
são carentes destes dois atributos. educadores, temos que ensinar a criança o
Contingente que culminou, tem culminado e caminho em que ela “deve andar”. No entanto,

18

o fato de exercermos autoridade a fim de que
nossos ensinos sejam estabelecidos com
excelência e cumpra a plenitude de seu
propósito é para o próprio bem dela. E, de
maneira nenhuma, trata-se de repressão
infantil como alegam determinadas filosofias
pedagógicas.
Este ensino e esta autoridade possui (o
singular é proposital) um padrão genuíno. Que
pavimenta a verdade de que não temos o direito
de fornecer à criança conceitos e princípios que
serão nocivos para a formação de uma
personalidade salutar. Este padrão é o que Deus
exercia com o homem antes do advento do
pecado. Basta lermos a narrativa de Gênesis
2:17, desprovidos de qualquer argumento ou
raciocínio tendencioso, para vermos que a
autoridade de Deus sobre o homem era plena.
Entretanto, este desfrutava de uma
liberdade que nenhum ser humano viveu nesta
terra. Fato que comprova a veracidade de que
EDUCAÇÃO
só provaremos da verdadeira liberdade quando
nos submetermos á autoridade divina descrita
no Evangelho segundo João capítulo 8,
versículos 32 e 36.
Foi o homem se rebelar contra este padrão
e o caos, em todas as esferas, veio á tona.
Temos sofrido, até hoje, suas terríveis conse-
quências. Todavia, o que mais me impressiona
é que, ao invés de fazermos o caminho inverso,
ou seja, nos convertermos de nossos maus
caminhos conforme o texto de II Crônicas 7:14
aconselha, temos “seguido o fluxo”.
Só teremos a capacidade de trilharmos
esta difícil jornada quando exercermos a
mansidão de sermos ensinados pelo Professor
profetizado por Jesus no Evangelho segundo
João 14:26: “Mas o Espírito Santo, o
Consolador (...), vos ensinará e vos fará
lembrar de tudo o que tenho dito”.
Cristiane Salles é pedagoga.
 Matheus Viana
VALORES
Os valores familiares em uma
sociedade globalizada
Como o avanço tecnológico afeta o atual orçamento das
famílias ocidentais causando mutações em determinados valores.
“Hoje em dia é muito
difícil uma esposa não
trabalhar e a família contar
apenas com a renda do
marido”. Essa foi a constata-
ção feita pela minha esposa,
enquanto desenvolvíamos
um edificante diálogo.
Subitamente, fui levado a
refletir sobre esta verdade
VALORES

que enreda nosso contexto

presente. A maioria das
famílias, para manter seus
orçamentos sustentáveis,
precisa das rendas adquiri-
das tanto pelo homem como
também pela mulher. Por
isso, não estou isento desta
espécie de síndrome da família moderna. O
mês em que a renda de minha esposa não é
acrescida em nossa conta corrente, o
orçamento fica apertado.
Tal fato culmina numa série de desdobra-
mentos. Do índice de inadimplência, ou
qualquer outro ônus de caráter econômico,
até a corrosiva defasagem familiar. Não
podemos atribuir como causa única, embora
de participação cabal, a revolução feminista
iniciada nos anos 60. Mas também ao
sorrateiro consumismo que acomete grande
parte da humanidade.
Coisas outroras fúteis e consideradas “de
luxo” se tornaram necessidades fundamen-
tais. O indivíduo que não porta um aparelho
celular, um computador pessoal e não dispõe
da internet, por exemplo, é quase que
considerado um analfabeto social. Alheio ás
mudanças e tendências do mundo globaliza-
do. De acordo com a Terapeuta Patrícia
Toledo, as relações sociais de hoje estão
atreladas ao crescimento da tecnologia e ás
constantes mudanças dela provenientes.
Com o surgimento de novas tendências,
oriundos de produtos e serviços até então
desnecessários, cresce, consideravelmente,
a demanda. O que engorda o orçamento das
famílias, culminando numa necessidade cada
vez maior de aumento de renda para sustentar
este tresloucado e informatizado ritmo de
vida que acomete a sociedade pós-moderna.
Eu mesmo escrevi este texto que você está
lendo em um moderno notebook. Produto que
nunca pensei que um dia fosse tão útil. E,
mais do que isso, preciso admitir, essencial.
O status quo, uma das principais necessi-
dades do ser humano, também é um fator
preponderante. Ser aceito e desfrutar de
convívio social, conforme a teoria de Maslow,
acarreta em um consumismo que, de maneira
despercebida, vai sendo engendrado no

20

âmago do ser humano.
É comum ouvirmos sentenças como
“precisamos ter aparelho de DVD, TV de
LCD – agora é a Led –, Blue-ray, palm-
tops, notebooks” e outras parafernáli-
as tecnológicas que encantam o
indivíduo gerando o desejo avassala-
dor de possuí-las. Aparelhos celulares
de última geração, internet cada vez
mais rápida e canais por assinatura são
itens essenciais das famílias brasileiras.
Sem nos esquecermos da mensalidade
escolar de colégios particulares, já que o
Estado não providencia ensino público de
qualidade. Contudo, tudo isso tem um custo. Muito
mais alto do que podemos imaginar.
Nesta avidez em possuirmos e estarmos cada vez
mais “linkados” com uma sociedade globalizada,
muitas mães são forçadamente inseridas no
mercado de trabalho no intuito de contribuírem com
a renda familiar. O que compromete, e muito, o
relacionamento com a família, principalmente no
tocante aos filhos.
“Os protagonistas da violência do presente são os
filhos e netos das gerações oriundas da revolução
feminista.”, afirma a pedagoga Cristiane Salles. Sem
querer minar as importantes e cruciais conquistas das
mulheres na sociedade, não podemos cometer a
insanidade de querer “tapar o sol com a peneira” e
desconsiderarmos a defasagem familiar, social e moral
sentidas pelas crianças e adolescentes destas gera-
ções. O movimento contra-cultura, iniciado na França no
ano de 1968 e que ribombou por todo o mundo, nada
mais foi do que o reflexo de mulheres, muitas delas
mães, que, de certa forma, fizeram uma revolução em
relação aos valores sociais vigentes na época.
Embalados por tal medida, jovens enveredaram-se no
desvario de confrontarem tudo e todos, criando
condutas alternativas e influenciando, até os dias de
hoje, algumas gerações. Origem de grande parte da
imoralidade a qual somos atualmente acometidos.
Corremos o risco de cometermos o sério equívo-
co de dar aos nossos prazeres, confortos e necessi-
dades, um valor maior do que a formação moral e da
cidadania de nossos filhos. Não podemos nos
esquecer que um dos fundamentos para o estabele-
cimento destes atributos é um ambiente familiar
saudável. Filhos precisam da atenção, do cuidado,
do amor e do afeto de seus pais. Elementos que, se
21
VALORES
não forem concedidos em tempo oportu-
no, tornam-se irrecuperáveis.
O papel da mulher na consolidação
da família é o de ser a auxiliadora
idônea. Não uma mera serva do marido,
mas a mulher sábia que, segundo
Salomão elucida “edifica a sua casa”.
(Provérbios 14:1). Por isso, o papel de
provedor da família foi, anteriormente,
concedido por Deus ao homem.
Infelizmente, vivemos sob o decreto
da maldição oriunda da cobiça da mulher
e, de maneira leviana, aceita pelo
homem de desobedecer ao mandamento
divino; “Do suor do teu rosto, comerás”.
(Gênesis 3:5). No entanto, tal decreto foi
lançado sobre o homem. A mulher
continua sendo sua auxiliadora e
responsável por gerar uma descendên-
cia que pisará a cabeça da serpente, ou
seja, que derrotará nossos principais
inimigos. Por isso, o papel principal da
mulher é edificar. Dar suporte para que o
marido exerça, com competência e
diligência, o papel de provedor do lar. O
que implica em edificar uma família
coesa e sadia, providenciando toda a
estrutura necessária para que cada
membro reconheça seus direitos e
deveres. E, que tenhamos o cuidado de
não colocarmos, como alvo de cobiça,
os prazeres e as tendências que o
sistema tenta nos enredar. Pois, nenhum
conforto tecnológico é comparável á
abundância experimentada em um
contexto familiar plenamente salutar.
 Matheus Viana
POLÍTICA

Acima da lei
Lula faz afirmação inusitada que revela seus
intentos políticos: estar acima de qualquer sujeição.
“Não podemos ficar subordinados ao que
um juiz diz o que podemos ou não fazer”. Esta foi
a célebre frase de Lula dita durante uma reunião
do PCdoB de apoio á candidatura de Dilma
Rousseff, no dia 09 de abril, uma sexta-feira.
Comentando sobre a afirmação presidencial, o
ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar
Mendes, afirmou de maneira veemente que
qualquer cidadão, independente de quem seja,
está sujeito á Constituição do país.
A afirmação inflamada de Lula, que já foi
POLÍTICA

multado duas vezes por fazer propaganda

eleitoral gratuita, refere-se ás leis vigentes no
Brasil que regulamentam as campanhas
eleitorais. Contudo, como preconiza o adágio
popular: “para bom entendedor, meia palavra
basta”. Jesus emitiu um ensinamento sobre uma
verdade inquestionável: “A boca fala do que está
cheio o coração”. (Evangelho segundo Mateus
15:18). Ou seja, tal afirmação nada mais é do que
a exposição de seus intentos mais intrínsecos.
O que Lula e o PT querem é exatamente
isso: estarem acima da lei. O 3º Programa
Nacional dos Direitos Humanos em conjunto
com a candidatura de Dilma, a cartada final do
partido, são demonstrações de tal intento.
Basta analisarmos a interpretação que Lula
faz do governo de Chávez na Venezuela, a ponto
de dizer que trata-se de uma democracia, e o
ensaio de uma aliança diplomática com o
presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e
veremos quais objetivos ele nutre.
Aproveitando o ensejo, façamos uma
analogia sobre alguns fatos. João Goulart, o
presidente da República deposto pelo golpe
militar de 64, nutria intenções “comerciais”
com a China, em pleno auge do comunismo
chinês, além de abrigar, em solos tupiniquins,
guerrilheiros cubanos. Houve ingerência
americana no golpe? Indubitavelmente. No
entanto, boa parte dos golpistas, apesar de
cobiçarem o poder, previram o mal que se
instalaria no país caso os planos do então
presidente obtivessem êxito. Com certeza, seria
mais catastrófico do que o “terror” da ditadura
militar. Analisaremos este ponto mais tarde...
Lula, nosso atual presidente, é co-fundador
e um dos principais membros da organização
revolucionária latino-americana, em parceria
com Fidel Castro e as Farc, chamada Foro de
São Paulo. E, como temos visto, possui
intenções “comerciais” com o chefe de Estado
que declara, em alto e bom som, que o holoca-
usto não existiu e também sua avidez implacá-
vel em varrer Israel do mapa.
Lula tem conseguido, com a ajuda de
“Dudas Mendonças” e “Fábios Barretos”
espalhados por toda a mídia, embriagar a
grande massa, vítima da desinformação e
carente do desejo pelo conhecimento da
verdade. Fato que resulta nos exorbitantes 80%
de aprovação. Ou seja, uma outra maneira de
exercer a mesma ditadura exercida por
Ahmadinejad no Irã.
Por chefiar um Estado laico, diferente do
totalitarismo islâmico iraniano, Lula utiliza
artifícios “democráticos” para exercê-lo. Prova
disto é o Bolsa-Família que, nas próprias
palavras do ex-ministro de desenvolvimento

22

social, Patrus Ananias, “concede ao pobre o orgulho de
ser pobre”. Nota-se que tal ideologia é oriunda de um
governo que afirma lutar contra a desigualdade social.
Algo extremamente paradoxal.
Qualquer governo que não propicie desenvolvimen-
to intelectual, social, econômico e político para a
população na prática – sem essa de usar como subter-
fúgio eleitoreiro o crescimento do PIB - é o protagonista
de uma ditadura velada. Um governo que tem formulado
medidas escusas para estabelecer uma ditadura moral
por meio da aprovação do PL 122/06 que impedirá os
cidadãos de protegerem seus familiares contra a
avassaladora filosofia da homossexualidade, em
detrimento da boçalidade e falácia de estarem lutando
contra o preconceito. Com isso, qualquer opositor será
considerado criminoso homofóbico.
Por falar em ditadura, veja o discurso proferido por
Lula durante a solenidade do 3º Programa de Direitos
Humanos que aconteceu em dezembro de 2009 no
Palácio do Itamaraty, em Brasília: “a gente sofreria
menos se transformasse os nossos companheiros em
heróis, e não apenas em perseguidos”. Tal discurso foi
feito na ocasião em que Inês Etiene Romeu, guerrilheira
POLÍTICA
companheira de Dilma que foi torturada por
militares e, por isso, premiada pelo programa
instituído pelo governo.
Este é o intento de Lula: transformar em
heróis aqueles que lutaram contra a ditadura
militar em prol da “democracia”. Familiares
de vítimas de atentados terroristas causados
por esses “companheiros”, como por
exemplo o ocorrido no aeroporto dos
Guararapes, em Recife, tiveram apenas o
ônus do luto. Ahmadinejad nega o holocaus-
to. Lula oculta os crimes e o terrorismo de
seus companheiros revolucionários durante
a ditadura militar.
Jesus relata o caráter deste intento: “São
como sepulcros caiados; vistosos por fora,
mas por dentro estão cheio de ossos e de todo
tipo de imundície. Assim são vocês: por fora
parecem justos ao povo, mas por dentro estão
cheios de hipocrisia e maldade”. (Evangelho
segundo Mateus 23:27-28). Qualquer
semelhança, infelizmente, não é mera
coincidência...
 Matheus Viana
POLÍTICA

Censura ao imoral
Deputado catarinense cria Projeto de Lei que censura
a exibição de programas do tipo Reality Show

Tramita na Câmara dos Deputados, em

Brasília, um Projeto de Lei que visa censurar a
exibição de imagens que atentem contra a
dignidade humana em programas do tipo
reality show.
O PL 6446/2009, de autoria do Deputado
Federal Nelson Goetten (PR-SC), foi apresen-
tado no dia 18 de novembro de 2009. Caso
seja aprovado, atingirá diretamente progra-
mas como No Limite, apresentado esporadi-
POLÍTICA

camente pela Rede Globo, e os fenômenos de

audiência Big Brother Brasil e A Fazenda,
exibidos pelos canais Globo e Record,
respectivamente.
O Artigo 2º diz: “Fica vedada a exposição
de pessoas a situações e cenas, em progra-
mas do tipo reality show nas emissoras de
radiodifusão ou nos canais de TV por assinatu-
ra, que possam ser caracterizadas como
humilhantes, degradantes, que atentem
contra a integridade física, psicológica e moral
dos participantes...”.
O PL em questão deve encontrar oposi-
ções ferrenhas, já que seu intento ameaça
arrecadações astronômicas. No entanto, sua
aprovação será um fator determinante para o
desenvolvimento moral e intelectual da
população brasileira.
Tal medida não deve, de maneira
nenhuma, ser classificada como afronta á
liberdade de expressão ou a qualquer outro
elemento da democracia. Os alvos de
censura deste PL nada mais são do que
instrumentos que corroboram para a
degradação de toda uma nação.
O exorbitante valor monetário oriundo das
exibições destes programas tem colocado em
xeque o valor moral e social do indivíduo.
Corrosão de preceitos e princípios celebrada
todas as noites por uma quantidade que beira
o imensurável de expectadores.
Deputado federal Nelson Goetten:
mobilização pela moralidade
A notícia de quem foi eliminado no último
“paredão” torna-se mais importante do que
informações cruciais que afetam de forma
direta nosso cotidiano. Cidadania que baseada
num moroso contentamento em sermos meros
expectadores tanto em Big Brothers como na
vida de maneira geral.
A profecia proferida por Amós alerta; “Eis
que vem dias em que derramarei fome e sede
da minha palavra”. (Amós 8:11). A contínua
degradação humana a qual temos nos depara-
do culminará em um apetite moral sem
precedentes. E, somente as Sagradas
Escrituras e os preceitos que delas emanam é
que poderão saciá-la. Enquanto isso, contente-
mos com Projetos de Lei e toda a tímida
mobilização vigente pela restauração da
sociedade em todas as suas esferas.

24
Anuncio
19

POLÍTICA
Gestão privada do
José Serra quer instaurar um sistema de saúde onde
organizações sociais exerçam a gestão de hospitais públicos.
Medida que tem gerado um acirrado debate.
O governador de São Paulo, José Serra,
sancionou no fim do ano passado um
Projeto de Lei que repassará a gestão dos
hospitais públicos para as OSS (Organiza-
ções Sociais de Saúde).
De acordo com a Secretaria Estadual de
POLÍTICA
Saúde, cerca de 30% das pessoas atendidas
nos hospitais públicos possuem convênios
privados, mesmo assim, a conta destes
atendimentos vai para o SUS (Sistema Único de
Saúde). “Atualmente, parte da população
procura as unidades de referência do Estado,
mesmo possuindo um plano de saúde que
possibilita o atendimento nos hospitais
particulares. A população paga a conta duas
vezes. Através dos impostos e da mensalidade
do plano”, disse a deputada tucana Maria Lúcia,
responsável pelo encaminhamento do PL.
O sistema de OSS, que consiste na gestão
de hospitais públicos por entidades do terceiro
setor sem fins lucrativos, tem sido, desde a
sua criação, há 11 anos, questionado pelo
Ministério Público de São Paulo. Segundo o
O presidenciável José Serra: privatização estatal na saúde
26
Matheus Viana
Estado
promotor Arthur Pinto Filho, a mudança
prevista pelo PL representaria prejuízos para os
usuários; “É um modelo experimental, que está
sendo analisado ainda. E o que temos observa-
do é que não há uma fiscalização de prestação
de contas que é feita de forma indevida. Este é
o segundo ponto que questionamos neste
sistema”, disse o promotor.
A medida também foi bastante criticada por
algumas ONGs paulistas. Na opinião de Mário
Scheffer, integrante do Grupo Pela Vida/SP, a
política brasileira de combate á Aids é um
exemplo de que o SUS pode atender as deman-
das da saúde. “Estou preocupado com esse novo
modelo de gestão. Ele pode ter impacto inclusive
no combate á Aids. Antes de terceirizar a saúde é
preciso estudar outras possibilidades de
financiamento do SUS”, afirma.
Uma faca de dois gumes. A medida tucana
tem sido severamente rechaçada pelo PT e
seus simpatizantes que, como esquerdistas,
militam pela total estatização de todos os
setores. Por outro lado, tal medida pode levar o
sistema de saúde tupiniquim ao
drama vivido nos EUA antes da
reforma feita pelo presidente
Barack Obama. Onde a saúde é
totalmente gerida por planos
particulares e, além de elevar
consideravelmente o custo para a
população, promove a ineficácia
do Estado.
Vemos que as duas medidas,
tanto a tomada pelo PSDB de José
Serra, considerado, equivocada-
mente, direita e da esquerda
governista visam o poderio
absoluto deste setor fundamental
da sociedade.
Dono de uma das maiores

cargas tributárias do planeta, o Estado brasileiro tem o
dever de prover um sistema de saúde público de excelên-
cia e que atenda, em sua total amplitude, as necessida-
des da população que paga - e caro - por este serviço. No
entanto, ela não pode ser impedida de exercer o direito de
possuir um convênio médico. Contudo, com um sistema
que atenda as necessidades do usuário, os planos
particulares tornam-se desnecessários.
Sua precária estruturação, mesmo com uma
arrecadação contribuinte que beira o absurdo, não se
trata de “mera” má gestão de verba pública. Mas sim de
um plano meticulosamente arquitetado por uma política
‘social democrática’, que nada mais é do que uma
espécie de ‘esquerda light’, que consiste na falência
estrutural do Estado e no fortalecimento do setor
privado. Tática exercida pela fundação Rockefeller nos
EUA e demais patrocinadores da Nova Ordem Mundial.
Já o outro lado do que Lênin batizou de Estratégia da
tesoura, onde uma esquerda que se porta como uma
pseudodireita faz “oposição” á esquerda de fato, quer que
o sistema de saúde seja, em sua totalidade, controlada
pelo Estado a exemplo da China e de Cuba. Premissa para
o estabelecimento de um regime totalitário.
19
POLÍTICA
Analizando este contexto, lembro-me da
severa advertência que Jesus proferiu aos
fariseus; “Ai de vocês, mestres da lei e
fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da
hortelã, do endro e do cominho, mas têm
negligenciado os preceitos mais importantes
da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelida-
de”. (Evangelho segundo Mateus 23:23).
Por viver em uma sociedade religiosa
regida pela Torah, a lei mosaica, Jesus
exortou as pessoas que correspondem aos
políticos atuais. A cúpula judaica aliançada
com o império romano era semelhante á
nossa “direita” brasileira terrivelmente
negligente com o avanço do movimento
comunista na América Latina. Com o “nobre
intento” de exonerar o bolso do contribuinte
brasileiro, o atual governo paulista têm
neglicengiado também os preceitos mais
importantes para uma sociedade salutar.
Temos sentido na pele e no físico, literalmen-
te, esta política que utiliza os meandros
públicos para o alcance de ideais particula-
res. Ou seja, uma gestão privada do Estado.
 Matheus Viana
POLÍTICA
O principal direito humano e seu
consenso
Após ser bombardeado com severas críticas em relação ás
polêmicas propostas do PNDH-3, Paulo Vannuchi recua em alguns
pontos como legalização do aborto e liberdade de imprensa.

Apesar da afirmação veemente de

que deixaria o cargo caso algum ponto
do polêmico e ameaçador 3º Programa
Nacional de Direitos Humanos (PNDH-
3) fosse alterado, o ministro de Direitos
Humanos, Paulo Vannuchi, não cumpriu
com sua palavra.
POLÍTICA

No entanto, após ser retaliado com

severas críticas em relação ao
totalitarismo contido nas entrelinhas
do programa, recuou em alguns
pontos polêmicos e afirma estar
aberto para sugestões do Parlamento
a fim de chegarem a um consenso.
Segundo a Agência Estado, o novo
texto será publicado ainda este
semestre.
A medida inusitada foi anunciada
pelo próprio Vannuchi ao abrir a
reunião do Conselho de Defesa dos Direitos
da Pessoa Humana no dia 17 de março, em
Brasília. "Estamos dispostos a promover as
correções necessárias", afirmou. Disse ainda
que "o programa não é lei, nem invade
competências do Judiciário ou do
Legislativo, apenas arrola propostas."
Apesar das várias mudanças, nossa
proposta aqui é se ater a apenas uma: a
legalização do aborto. Um assunto mais do
que polêmico. Tema que fomenta opiniões
divergentes entre os âmbitos que se
propõem a debatê-lo. No entanto, não
refletiremos apenas sobre o aborto em si.
Mas, de maneira resumida e direta, sobre as
ações pró-família cada vez mais rechaçadas
pela sociedade.
O aborto possui uma importância peculiar
nesta espécie de mosaico. Pois, o ponto
nevrálgico que gera o acirrado debate entre
Ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi: consenso
pela ditadura
os prós e os contras é o aspecto vida. Onde,
afinal, começa a vida humana, o maior de
todos os direitos humanos? Na família. A
origem da vida humana propriamente dita
teve seu início em uma família que a planejou
desde a eternidade. “Que família foi esta?”,
certamente o leitor questiona. Respondo sem
pestanejar: a que é formada pela sublime
Trindade divina: Pai, Filho e o Espírito Santo.
(Gênesis 1:26).
“Façamos o homem á nossa imagem,
conforme a nossa semelhança”. Esta foi a
sublime sentença que deu origem á vida. Sob
a tutela da soberana família divina, receberam
a orientação e a capacitação de formarem
uma família e se multiplicarem (Gênesis
1:27). Ou seja, a família humana, como
extensão da divina, seria a fonte da vida

28

humana. Sobre sua evolução, evoca-se uma
discussão que não é pertinente no momento...
Portanto, podemos ver que a vida humana foi
planejada. E, por isso, obteve êxito. Na contramão,
sabemos que os abortos, na maioria dos casos, são
realizados em decorrência do sexo ilícito, ou seja,
desprovido de planejamento. No capítulo 6 de
Gênesis, vemos que o relacionamento sexual fora do
contexto familiar estabelecido por Deus ao homem e
á mulher no Éden (Gênesis 2:24) tornou-se uma
prática comum. O nível de degradação foi tão intenso
que culminou na repugnância divina e em seu
consequente juízo. As Escrituras são claras em dizer
que Deus se arrependeu de ter feito o homem. Já
parou para pensar o que pôde causar tal sentimento?
A decisão para contornar esta situação foi
drástica. Deus planejou enviar um dilúvio a fim de
consumir toda a humanidade. A sórdida conduta
humana seria extinta, e uma nova humanidade,
pavimentada sob a égide dos eternos preceitos
divinos, seria estabelecida. No entanto, para dar
19
POLÍTICA
cabo ao Seu plano, proveu-se de uma...
Isso mesmo: família.
Noé foi achado o único justo entre uma
sociedade terrivelmente corrompida e, por
isso, sua família foi escolhida para tal emprei-
tada. A construção da Arca representa o
estabelecimento paulatino dos princípios
divinos sobre a humanidade. Apesar da
profecia de que o dilúvio não mais ocorrerá
(Gênesis 9:14-15), tal contexto bíblico é
completamente atual. Contudo, Deus, á
semelhança dos dias de Noé, quer encontrar
famílias íntegras e justas para restaurar os
padrões oriundos da soberana família divina.
Devoção ás medidas pró-família que consiste
no cumprimento da profecia de Malaquias que
diz: “Eu enviarei o profeta Elias antes do
grande e temível dia do Senhor. Ele fará com
que os corações dos pais se voltem para seus
filhos, e os corações dos filhos para seus pais,
do contrário, eu virei e castigarei a terra com
maldição”. (Malaquias 4:5-6).

INTERNACIONAL
Um novo
paradigma
Sessenta mil dólares. Segundo informa-
ções da agência internacional de notícias
AFP (Associated France Press), esta foi a
exorbitante quantia que o casal homossexual
INTERNACIONAL
americano Brad Fister, de 29 anos e Michael
– cujo sobrenome e idade não foram informa-
dos - pagaram a uma mãe de aluguel para
gerar a filha Ashton. O fato aconteceu em
Hyderabad, na Índia, no mês de fevereiro. O
primeiro deste caráter tratado pelo consula-
do americano na cidade.
Este é o novo paradigma familiar que
vem se formando em nossa sociedade. O
movimento homossexual tem vivido um
momento de grande repercussão. Fato que
torna crescente a formação de famílias
cujos núcleos são casais chamados
homoafetivos. O que descaracteriza o pa-
drão familiar tradicional.
Tal fato é uma prova irrefutável de sua
improbabilidade em observar o mandamento
bíblico, fundamental para o desenvolvimento
salutar da família: “Sede fecundos e multipli-
cai-vos”. (Gênesis 1:28). A plena e soberana
unidade formada pela convergência entre a
Matheus Viana
familiar
dualidade homem e mulher é crucial não
apenas para a reprodução da espécie
humana, mas para a formação espiritual,
social e moral do indivíduo.
Contudo, com o avanço da ciência,
métodos de reprodução alternativos e
antinaturais têm sido usados para aplacar
esta impossibilidade. Todos eles, vale
ressaltar, com a participação de um indivíduo
do sexo oposto. São muitos os casais
homossexuais que recorrem a eles ou à
adoção de crianças, medida que ainda
encontra certa resistência judicial.
O aparente êxito na formação e crescimen-
to das famílias homossexuais dá-se pela
degradação das heterossexuais. A infidelidade
conjugal, a pornografia e o vício são alguns dos
fatores que têm destruído casamentos. O
hedonismo, a filosofia do prazer a qualquer
custo, tem dilacerado o núcleo de um dos
principais pilares da sociedade. O que abre
precedentes para modelos alternativos e,
consequentemente, culminam no caos
emocional, social e moral do ser humano.
O papel crucial da família é notado em
toda a Bíblia. Para dar
cabo ao Seu plano
perfeito, depois de ter
criado todo o universo, Deus
instituiu sobre a terra o homem e
a mulher a fim de formarem uma
família. Tal fato não é um mero
detalhe. Ambos foram gerados com
uma missão e, sobretudo, como
referenciais de conduta.
No entanto, o advento do pecado
descaracterizou o projeto divino e inicial. A
degradação moral foi tamanha que levou
Deus, movido por uma repulsa incontida,
subverter a humanidade com o dilúvio.
Catástrofe natural provada por vários
ramos da ciência. E, por conseguinte,
estabelecer uma nova família com o
mesmo padrão da anterior, que
levaria adiante Seu projeto.
 INTERNACIONAL

Todavia, em detrimento de sua natureza

corrompida, o ser humano abandonou os
preceitos divinos e deu lugar ao ciclo linear do
prazer. A filosofia milenar do humanismo entrou
em cena. Todo tipo de perversão sexual, como a
sodomia e o bestialismo, por exemplo, vieram á
tona e tornaram-se comuns entre as pessoas. E,
infelizmente, tais condutas têm alcançado nossa
geração e se multiplicado.
A pequena Ashton terá, com certeza, amor,
afeto e carinho de sobra. Contudo, a carência do
papel insubstituível e fundamental de uma mãe
em seu desenvolvimento moral, educacional e
social terá suas consequências, mais cedo ou
mais tarde. E nem mesmo os U$s 60 mil que
propiciaram seu nascimento poderão suprir.
O ser humano foi criado para receber desta um papel único e peculiar no desenvolvimento de
plena convergência. Da dualidade homem e uma criança. Algo que tem sido banalizado e
mulher estabelecida por Deus sobre a terra totalmente desprezado. Fato que da veracidade à
desde o princípio. Os elementos ministrados seguinte verdade: o caos da humanidade nada
aos filhos por um pai não poderão ser ministra- mais é do que o reflexo do colapso que acomete
dos por uma mãe, e vice-versa. Cada um possui grande parte das famílias.

17

SÃ CONSCIÊNCIA
Voltando aos
treinos
Certa vez li em um artigo que Leonardo da
Vinci passou dez anos de sua vida desenhando
mãos, orelhas e outras partes do corpo. Ele o
fazia visando estabelecer maior destreza nos
detalhes, para só então pintar esboços
completos. Este relato foi pra mim uma lição.
Quando queremos fazer algo excelente,
precisamos treinar para isso. Na música, por
exemplo, precisamos treinar uma escala por
vezes até que se possa produzir através dela
um improviso que seja
agradável aos ouvidos.
Assim também deve ser
a nossa vida devocional.
Precisamos nos apresentar
diante de Deus constante-
mente e a pratica disso fará
diferença. Não no imutável
Deus, é claro. Mas em nós
que precisamos ser
transformados de “glória em
glória”. Mas na caminhada
cristã, tal como no futebol,
por exemplo, os atletas se
contundem. Com isso eles
ficam fora dos treinos e
principalmente das partidas.
Algumas vezes, as distra-
ções do cotidiano nos
passam uma rasteira e a
carnalidade entra de carrinho em nossa
espiritualidade. E quando menos percebemos
estamos distantes do Senhor.
Lembro-me de uma vez quando provei o
gosto amargo desse dissabor. Foram dias
onde eu estava seco, orgulhoso, irritado e
longe de Deus. Resolvi buscar ajuda e
procurei meu pastor e irmão em Cristo.
Confessei minha miséria e expus minha
32
Por Alessandro Reis
distância. Dele, além do ombro amigo, recebi
oração e ânimo. Mas me faltava algo.
Precisava me colocar diante do Pai e receber
o seu toque especial. Sai de lá e decidi ir pra
casa e dedicar um tempo a Deus.
Pensei em algumas palavras para iniciar
uma oração, mas não encontrei nenhuma.
Afinal, por conta da minha “contusão espiritu-
al” eu já não jogava há certo tempo. Estava –
como dizem os aficionados por futebol – “fora
de forma”. Mas de repente, de
modo surpreendente, antes do
meu próximo pensamento,
aquele que me amou primeiro,
entrou no quarto onde eu
estava e me tocou.
Daí por diante era meu
choro que falava da necessi-
dade que o meu coração tinha
em tê-LO de volta. Meus
ouvidos se abriram e de forma
carinhosa o Pai falou comigo:
“Quero você semelhante a
uma criança. Porque as
crianças são inocentes,
puras, dependem de seus
pais, são simples e quebranta-
das”. Essas palavras me
levaram a pegar o violão.
Sabia de alguma forma - não
dá pra explicar - que Deus queria que eu
musicasse aquele momento.
Então as palavras vieram como se estives-
sem todo tempo ali e não as escutasse. “Então
vem, toca-me Senhor, traz meu coração de
volta a ti e faz meu coração bater por ti”. Cantei
essas frases por quase uma hora, tomando
consciência da importância de não se levar
uma vida normal e da necessidade de um
 SÃ CONSCIÊNCIA

relacionamento sobrenatural com Deus. Foram

instantes mais valiosos do que mil momentos
nos lugares mais fantásticos da terra.
Assim nasceu uma de minhas canções, cujo
titulo é "Toca-me". E esta experiência me
ensinou que se estamos com nosso relaciona-
mento com Deus "contundido", temos um
“centro de reabilitação espiritual”. Temos quem
nos cuide e nos ame, mesmo quando estamos
caídos. Podemos voltar aos treinos, para
aperfeiçoar nossa forma de ouvi-LO e a maneira
de entender os desejos do coração de Deus Pai.
Isto resultará em um prazer tão satisfatório, que
de sua presença nunca mais desejaremos sair.
E assim, voltando aos treinos, quando estiver-
mos em campo conquistaremos a maior das
vitórias, conhecer o Criador do Universo em sua
intimidade. E teremos a habilidade de divulgá-lo
ao mundo.

Alessandro Reis é músico

 Matheus Viana
DIVAGANDO

A caminho de Emaús
A saga da humanidade

34