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As eleições mais femininas da história brasileira

José Eustáquio Diniz Alves1

Introdução

O ano de 2010 vai entrar para a história da luta das mulheres pela conquista de mais espaços de
poder na política, com as eleições de maior participação feminina no eleitorado e nas candidaturas. O
Brasil, que ocupa um vergonhoso lugar no bloco dos lanterninhas no ranking internacional de
participação feminina nos poderes Legislativo e Executivo, pode iniciar um processo de mudança do
quadro de sub-representação e, quem sabe, em um futuro não muito distante, da paridade de gênero
nos espaços de decisão das políticas públicas. A tomada de consciência do problema do déficit
democrático de gênero pode ser a marca das atuais eleições.

As mulheres brasileiras já são maioria no número de eleitores no país, desde o ano 2000. A cada ano
que passa se consolida e se amplia o poder de voto do eleitorado feminino. A cada nova eleição
cresce o número de candidatas e eleitas e aumenta o time de mulheres experientes nos cargos de
direção e com amplo respaldo da opinião pública. Não é de se estranhar, portanto, que duas mulheres
– Dilma Rousseff e Marina Silva – tenham conseguido ocupar o pódio da corrida presidencial, em
uma campanha que conta com sete homens candidatos e somente duas mulheres.

As questões de gênero entraram definitivamente para a pauta da mídia. No dia 10 de abril, o


jornalista Fernando Rodrigues, do jornal Folha de São Paulo (FSP) mostrou como o eleitorado
feminino tem um comportamento eleitoral diferente do eleitorado masculino e como é necessário as
candidaturas responderem aos anseios das mulheres. Em seguida, a ex-prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy, respondeu sobre o assunto, em entrevista à repórter Ana Flor (FSP, 13/04/2010). No dia 25
de abril, o jornalista Gilberto Scofield, de O Globo, publicou artigo afirmando que “Mulheres vão
decidir a eleição”, especialmente as balzaquianas, isto é, aquelas com mais de 30 anos de idade.
Dando continuidade a esta cobertura, os meses seguintes foram ricos em reportagens e artigos sobre
as questões de gênero e política, abrindo-se a temporada de análises que têm contribuído para retirar
as questões eleitorais femininas da escuridão e da invisibilidade.

Finalmente, o Brasil percebe que não pode jogar para debaixo do tapete o grave problema das
desigualdades sociais de gênero. E mais importante, o país começa a perceber que as desigualdades
entre homens e mulheres na política podem ser superadas em um curto espaço de tempo. Novos
horizontes se abrem e a equidade na política entre os dois sexos deixou de ser um tabu e já existe
uma luz no fim do túnel indicando que existe um caminho para ser trilhado rumo à paridade.

Envelhecimento e feminização do eleitorado brasileiro

Em decorrência das mudanças demográficas, o Brasil deixou de ser uma nação predominantemente
jovem. O país assistiu, desde o início do século XX, a uma queda das taxas de mortalidade e, em um
segundo momento, a uma queda das taxas de natalidade. Este fenômeno conhecido como transição
demográfica teve e continuará tendo reflexos no século XXI, com a mudança da estrutura etária e o

1
Doutor em Demografia e Professor titular da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE.
E-mail: (jed_alves@yahoo.com.br). Tel: (21) 2142 4689 Artigo publicado dia 11 de agosto de 2010.

1
processo de envelhecimento populacional. Paralelamente, devido ao fato das mulheres terem
menores taxas de mortalidade e serem mais longevas, existe também o fenômeno da feminização da
população brasileira, isto é, a cada ano cresce o superávit de mulheres no país, conforme pode ser
observado gráfico 1, que mostra as pirâmides demográficas do Brasil para os anos de 1980 e 2010.
Nota-se que a base da pirâmide (o grupo de crianças e jovens) está se reduzindo e o lado direito (das
mulheres) ficando maior do que o lado esquerdo (dos homens), principalmente nas idades superiores.

Gráfico 1: Pirâmides etárias brasileiras, 1980 e 2010


1980 2010
80+ 80+
70-74 70-74
60-64 60-64
50-54 50-54
40-44 40-44
30-34 30-34
20-24 20-24

10-14 10-14

0-4 0-4
(10000) (8000) (6000) (4000) (2000) 0 2000 4000 6000 8000 10000 (10000) (8000) (6000) (4000) (2000) 0 2000 4000 6000 8000 10000

Fonte: IBGE, 2008 (atualização das projeções populacionais)

O processo de feminização e envelhecimento da população brasileira tem um reflexo imediato sobre


o eleitorado brasileiro. Este envelhecimento ocorreu com mais destaque para o sexo feminino. O
gráfico 2 mostra que, em outubro de 1992, as mulheres eram menos de 50% do eleitorado em todos
os grupos etários. Porém, em julho de 2010, as mulheres já tinham ultrapassado a barreira dos 50%
em todas as idades, especialmente aquelas acima de 35 anos.

Gráfico 2: Percentagem de mulheres no eleitorado brasileiro, por grupos de idade, 1992 e 2010
55
%

50

45
Total 16-17 18-24 25-34 35-44 45-59 60-+
Total e grupos etários

out/92 jul/10

Fonte: TSE, 1992 e 2010

2
O destaque deste processo encontra-se no grupo etário de 60 anos e mais, já que em 1992 as
mulheres eram apenas 47,9% e passaram, em 2010, para 53,8%. Segundo dados do TSE, o número
de brasileiros aptos a votar em julho de 2010 era de 135,8 milhões de eleitores, sendo que 57,5
milhões tinham entre 16 e 34 anos, representando 42,4% do eleitorado e 78,3 milhões tinham 35
anos ou mais, representando 58% do eleitorado.

O gráfico 3 mostra como se deu a reversão do hiato de gênero entre o eleitorado brasileiro. Em
outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição Brasileira, havia 38,3 milhões de homens
registrado no cadastramento eleitoral e 37,2 milhões de mulheres, que representavam 49,2% do
eleitorado. Em 1998, aconteceu a última eleição em que as mulheres foram minoria do eleitorado
(49,9%). As eleições do ano 2000 foram as primeiras, na história do Brasil, com maioria feminina
(50,6%), pois houve 54,2 milhões de homens e 55,4 milhões de mulheres.

Esta diferença em favor das mulheres cresceu rapidamente e, em julho de 2010, as mulheres já
superam os homens no eleitorado em mais de 5 milhões de votos. Em 22 anos, as mulheres
praticamente dobraram sua força eleitoral, passando de 37 milhões, em outubro de 1988, para 70,4
milhões de eleitoras, em julho de 2010.

Gráfico 3: Evolução do número de eleitores (em milhões), segundo sexo. Brasil, 1988-2010
80
70
Eleitores/as em milhões

60
50
40
30
20
10
0
1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010
Anos eleitorais (mes de outubro)

Homens Mulheres

Fonte: TSE, consultado em julho de 2010

Desta forma, nota-se que o eleitorado brasileiro tem se tornado, progressivamente, mais envelhecido
e mais feminino. As mulheres de 35 anos ou mais constituem 30,3% do eleitorado brasileiro,
segundo dados do TSE para julho de 2010. Ou dito de outra forma: as mulheres “balzaquianas” vão
ter um peso cada vez maior no processo eleitoral brasileiro, influindo na decisão do voto e na agenda
dos candidatos. Já não há como ignorar o poder de voto das mulheres acima de 30 anos de idade.

3
Mulheres candidatas à Presidência e “indecisão” do voto

A primeira mulher a disputar a Presidência da República, no Brasil, foi Lívia Maria Ledo Pio de
Abreu, do Partido Nacionalista (PN), em 1989. Na cédula eleitoral havia 22 candidatos, sendo apenas
uma mulher, que terminou o primeiro turno em 16º lugar, com 190 mil votos. Na eleição de 1994 não
houve mulheres na disputa. Em 1998, Thereza Ruiz, do Partido Trabalhista Nacional (PTN) disputou
a Presidência em uma lista com 12 homens, conseguindo 166 mil votos, ou 0,24% do eleitorado. Na
eleição de 2002 não houve mulheres na disputa. Nas eleições passadas, de 2006, a ex-senadora
Heloísa Helena, concorrendo pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) conquistou 6,5 milhões de
votos, cerca de 7% do eleitorado brasileiro. Até hoje foi a mulher que mais obteve votos numa
disputa presidencial. Também concorreu à Presidência, em 2006, Ana Maria Rangel, do Partido
Republicano Progressista (PRP), que obteve 126 mil votos, correspondentes a 0,13% do total de
votos, o pior resultado obtido por uma mulher até hoje.

Nas eleições de 2010, existem duas mulheres e sete homens concorrendo à Presidência da República.
Os sete homens são: José Serra (PSDB), José Maria Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy
Fidelix (PRTB), Plinio de Arruda Sampaio (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO), e Zé Maria (PSTU).
Na pesquisa do Instituto Ibope, divulgada em 30 de julho de 2010, o ex-governador de São Paulo,
José Serra ficou com 34% das intenções de voto. Os outros 6 (“nanicos”), juntos, não pontuaram, e
no máximo devem somar 3% dos votos. Portanto, somando a intenção de votos de todos os homens,
a percentagem fica em torno de 37% no total.

Já as mulheres candidatas são somente duas, mas Dilma Rousseff (PT) com 39% de intenções de
voto e Marina Silva (PV) com 7%, somam um total de 46% de intenções de voto, fazendo com que
as candidaturas femininas, na pesquisa Ibope de final de julho, tenham maior simpatia do eleitorado
do que as candidaturas masculinas. Na pesquisa Datafolha, divulgada 24 de julho de 2010, as duas
mulheres atingiram 46% das intenções de votos totais, representando mais de 50% dos votos válidos.
Este fato representa uma grande novidade no cenário político nacional e mostra ser um mito a idéia
de que o eleitorado tenha alguma discriminação contra as mulheres.

Contudo, uma tendência recorrente nas eleições presidenciais do Brasil, durante a Nova República, é
o maior percentual de intenção de votos brancos, nulos, nenhum e não sabe entre as mulheres. As
pesquisas eleitorais ocorridas em 2010 mostram que as mulheres superam os homens quando se trata
de intenção de voto branco, nulo, nenhum ou não sabe. Ou seja, as mulheres são menos propensas a
definir o voto nas candidaturas presidenciais, pelo menos antes da decisão final no segundo turno.

Alguns políticos e analistas interpretam este fenômeno como fazendo parte de um processo de
fraqueza feminina, pois as mulheres seriam mais indecisas e, de certa forma alienadas da política.
Elas acompanhariam menos os noticiários políticos e tenderiam a seguir os homens (pais, maridos,
colegas de trabalho, vizinhos, lideranças locais, etc.) na hora de definir o voto. Por isto, elas estariam
sempre atrás no processo de definição do voto e apresentariam maiores taxas de indecisão. Desta
forma, a candidatura que conquistasse os homens, levaria as mulheres à reboque.

Contudo, gostaria de apresentar uma outra interpretação. Considero que a recusa em definir o voto
com rapidez deve ser uma reação feminina ao fato da maioria das mulheres estar alijada dos cargos
de direção dos partidos e do governo. Pode ser uma reação também à linguagem da política, que é
muito machista e dominada por um discurso falocêntrico e que privilegia a agenda masculina. Desta

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perspectiva, as mulheres resistem em definir o voto em função do seu alijamento do processo político
e da falta de uma liderança que seja capaz de tocar o “coração e mente” do eleitorado feminino. Ao
invés de serem indecisas, as mulheres, na realidade, são exigentes e não seguem integralmente o
caminho apontado pelos homens.

Um exemplo de como as mulheres são alijadas da política pode ser ilustrado pelo baixo número de
mulheres nas direções dos partidos e pela pouca divulgação dos temas relacionados às desigualdades
de gênero nos programas eleitorais e no cotidiano das práticas políticas. Além de tudo, os constantes
escândalos de corrupção e a má gestão da coisa pública afastam o interesse das pessoas, em geral, e
das mulheres, em particular, com o acompanhamento das ações governamentais e o processo
legislativo.

Desta forma, não é de se surpreender com o fato das mulheres apresentarem menor interesse com a
política, esta política tal como é feita hoje no Brasil. De fato, as mulheres são excluídas das
instâncias de decisão dos partidos e dos espaços do poder e depois são acusadas de serem eleitoras
alienadas da política. Contudo, este quadro precisa ser melhor compreendido no pleito de 2010, tanto
nas eleições majoritárias, quanto nas proporcionais.

As pesquisas de intenções de voto e a conquista da liderança feminina

Os gráficos seguintes mostram os resultados das pesquisas de intenção de voto, de quatro Institutos,
para as três principais candidaturas à Presidência, entre janeiro e junho de 2010 (além da soma das
intenções dos votos nulo, branco, nenhum e não sabe - Branco/nulo/N/NS). Os dados, desde o início
do ano, são do cenário sem Ciro Gomes. Embora as pesquisas não sejam totalmente comparáveis,
especialmente a partir de junho quando se começou a pesquisar as intenções de voto com a lista
completa de candidatos, podem ser úteis para se ter uma visão de longo prazo. Os gráficos mostram
que existe uma tendência de queda de Serra e uma tendência de elevação de Dilma. A vantagem de
se analisar pesquisas de diversos institutos, ao longo do tempo, é evitar a sazonalidade e as
inevitáveis diferenças amostrais e metodológicas. A reta linear representa a média das pesquisas e
aponta para as tendências das intenções de voto durante o ano.

O gráfico 4 mostra as intenções de voto para o eleitorado total (ambos os sexos) de janeiro até a
primeira semana de agosto de 2010. Nota-se que nos meses de janeiro e fevereiro o candidato José
Serra (PSDB) tinha cerca de 40% das intenções de voto, Dilma Rousseff (PT) tinha menos de 30% e
Marina Silva (PV) tinha cerca de 9%. As intenções de voto branco, nulo, nenhum e não sabe estavam
acima de 20%. Nos meses de março e abril, a despeito de algumas oscilações, houve uma
estabilidade nos índices do candidato José Serra, com manutenção da liderança, e uma tendência de
subida da candidata Dilma Rousseff, enquanto a candidata Marina Silva se manteve constante no
mesmo patamar de 9%. A subida de Dilma se deveu à diminuição da intenção de votos
branco/nulo/nenhum/não sabe.

No mês de maio, a candidata do PT passou a assumir a liderança da corrida eleitoral, na maioria das
pesquisas, e se beneficiou da saída oficial do ex-candidato Ciro Gomes, ocorrida no final de abril.
Assim, o bloco governista pode sair unido e com apenas uma candidatura. A saída de Ciro Gomes da
disputa significou o engajamento do PSB na campanha de Dilma Rousseff, o que significou uma

5
força, principalmente nos Estados de Pernambuco e Ceará, onde os governadores Eduardo Campos e
Cid Gomes gozam de alto índice de popularidade.

No dia 13 de maio houve a transmissão do programa do PT no horário eleitoral, com decisiva


participação do Presidente Lula que fez defesa incisiva em prol de sua ex-ministra da Casa Civil.
Sem dúvida, todas as pesquisas apontam que uma grande parte do eleitorado tende a votar no
candidato indicado pelo Presidente Lula e são mais favoráveis à continuidade das políticas do atual
Governo Federal. O Presidente Lula não tem evitado compartilhar com sua ex-ministra as glórias e
os bons índices da avaliação do governo.

Desta forma, a partir do mês de maio, Dilma ficou à frente em 6 pesquisas, Serra em duas e outras 3
cravaram empate. No conjunto dos 7 meses, o candidato José Serra apresenta uma tendência de
queda, enquanto a candidata Dilma Rousseff cresce na medida em que conquista votos indecisos e
votos antes declarados para o candidato do PSDB. São duas retas espelhadas, uma – a de Serra –
apontada para baixo e a outra – a de Dilma – apontada para cima. A candidata Marina Silva mantém
os índices em torno de 8 e 10% durante todo o período.

Gráfico 4: Intenção de voto para as três principais candidaturas à Presidência da República nas
eleições de 2010, segundo 23 pesquisas nacionais, para o eleitorado total (ambos os sexos), Brasil
Eleitorado total
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Ibope 09/02

Ibope 10/03

Ibope 16/04

Ibope 03/06

Ibope 21/06

Ibope 03/07

Ibope 29/07

Ibope 05/08
Vox 17/01

Sensus 29/01

Data 25/02

Data 26/03

Vox 31/03

Sensus 09/04

Data 16/04

Vox 13/05

Sensus 14/05

Data 21/05

Vox 26/06

Data 01/07

Vox 22/07

Data 24/07

Sensus 02/08

Serra Dilma Marina


Branco/nulo/N/NS Linear (Serra) Linear (Dilma)
Linear (Marina) Linear (Branco/nulo/N/NS)

Fonte: 23 pesquisas de intenção de voto de quatro institutos: DataFolha, Vox Populi, Ibope e Sensus,
de janeiro a agosto de 2010. A data no eixo é do último dia da pesquisa ou dia da divulgação.

O gráfico 5 mostra as intenções de voto das mesmas candidaturas do gráfico anterior, mas para o
eleitorado masculino. Nota-se que Dilma já havia ultrapassado Serra em duas pesquisas nos mês de
março e abril, mas somente a partir de maio ela aparece claramente na frente e com tendência a
aumentar a diferença. Em todas as pesquisas do mês de julho a diferença entre os dois primeiros
colocados nas pesquisas mantinha uma diferença igual ou superior a seis pontos a favor da candidata

6
feminina, entre o eleitorado masculino. Observa-se que as diferenças entre as intenções de votos dos
diversos Institutos tem permanecido dentro da margem de erro estimada. Ou seja, não há grandes
discrepâncias nos resultados encontrados no eleitorado masculino (o que não acontece com o
eleitorado feminino).

Não deixou de provocar certa surpresa o fato da candidata do “sexo frágil” conseguiu conquistar e
ampliar sua vantagem exatamente no meio do eleitorado masculino. Acontece que a candidata Dilma
tem se beneficiado da transferência dos votos do Presidente Lula que, tradicionalmente, possui mais
apoio entre os homens. Adicionalmente, os homens apresentam maiores índices de decisão do voto e,
de certa forma, podem estar antecipando uma tendência geral do eleitorado.

Gráfico 5: Intenção de voto para as três principais candidaturas à Presidência da República nas
eleições de 2010, segundo 23 pesquisas nacionais, para o eleitorado masculino, Brasil
Eleitorado masculino
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Ibope 09/02

Ibope 10/03

Ibope 16/04

Ibope 03/06

Ibope 21/06

Ibope 03/07

Ibope 29/07

Ibope 05/08
Vox 17/01

Sensus 29/01

Data 25/02

Data 26/03

Vox 31/03

Sensus 09/04

Data 16/04

Vox 13/05

Sensus 14/05

Data 21/05

Vox 26/06

Data 01/07

Vox 22/07

Data 24/07

Sensus 02/08
Serra Dilma Marina
Branco/nulo/N/NS Linear (Marina) Linear (Dilma)
Linear (Serra) Linear (Branco/nulo/N/NS)

Fonte: 23 pesquisas de intenção de voto de quatro institutos: DataFolha, Vox Populi, Ibope e Sensus,
de janeiro a julho de 2010. A data no eixo é do último dia da pesquisa ou dia da divulgação.

Há que registrar que nas últimas 3 pesquisas eleitorais (Ibope 29/07, Sensus 05/08 e Ibope 06/08),
Dilma já se elegeria presidenta, no primeiro turno, quando se considera apenas o eleitorado
masculino, pois suas intenções de voto são maiores do que as somas dos votos de Serra, Marina e dos
demais (chamados “nanicos”). Desta forma, pode-se repetir o quadro das eleições de 2002 e 2006 em
que Lula venceu no primeiro turno entre o eleitorado masculino, mas teve de ir para uma segunda
rodada em decorrência dos menores índices entre as mulheres.

O gráfico 6 mostra os dados de intenção de voto para o eleitorado feminino. Nota-se que o candidato
Serra se manteve à frente nas intenções de voto, entre as mulheres, ao longo de todo o primeiro
semestre de 2010, embora a diferença tenha apresentado uma tendência de redução. No mês de
janeiro, a diferença entre Serra e Dilma, no eleitorado feminino, estava em torno de 15 pontos

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percentuais, caindo para algo em torno de 5% nos mêses de maio e junho. A primeira pesquisa que
apontou empate cravado entre os dois primeiros colocados foi a do Ibope divulgada em 21 de junho.
A primeira pesquisa que apontou maior intenção de voto para Dilma Rousseff entre o eleitorado
feminino foi a pesquisa do Vox Populi divulgada no dia 23 de julho. Novamente, a pesquisa do
Ibope de 30 de julho apresentou empate cravado entre as mulheres. As pesquisas do Sensus 05/08 e
do Ibope 06/08 confirmaram a liderança de Dilma também no eleitorado feminino.

O fato é que as maiores diferenças e as maiores discórdias nos resultados das pesquisas dos quatro
Institutos tem acontecido no eleitorado feminino. Em parte, as diferenças podem estar relacionadas
com as diferentes amostras que podem sobrestimar ou subestimar o maior contigente de mulheres
que não definiram o voto. A maior discrepância ocorre entre a pesquisa do Datafolha - que entrevista
as pessoas em pontos de fluxo - e as outras 3 pesquisas que entrevistam prioritariamente nos
domicílios. Além das diferenças existentes nos questionários, a opção metodológica de onde
entrevistar os eleitores, especialmente as eleitoras, pode estar por trás dos resultados que extrapolam
as margens de erro no eleitorado feminino.

A despeito das diferenças metodológicas entre as pesquisas dos quatro Institutos, o gráfico 6 mostra
que existe uma tendência linear que indica uma redução de cerca de 40% para 35% do candidato
Serra e um aumento de cerca de 25% da candidata Dilma, no início do ano, para 35% em julho.
Acompanhando os duas retas de intenção de voto no eleitorado feminino, como já era apontado, a
ultrapassagem de Dilma aconteceu no início de agosto.

Gráfico 6: Intenção de voto para as três principais candidaturas à Presidência da República nas
eleições de 2010, segundo 23 pesquisas nacionais, para o eleitorado feminino, Brasil
Eleitorado feminino
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Vox 17/01

Vox 31/03

Vox 13/05

Vox 26/06

Vox 22/07
Ibope 09/02

Data 25/02

Ibope 10/03

Data 26/03

Data 16/04

Ibope 16/04

Data 21/05

Ibope 03/06

Ibope 21/06

Data 01/07

Ibope 03/07

Data 24/07

Ibope 29/07

Ibope 05/08
Sensus 29/01

Sensus 09/04

Sensus 14/05

Sensus 02/08

Serra Dilma Marina


Branco/nulo/N/NS Linear (Serra) Linear (Dilma)
Linear (Marina) Linear (Branco/nulo/N/NS)

Fonte: 23 pesquisas de intenção de voto de quatro institutos: DataFolha, Vox Populi, Ibope e Sensus,
de janeiro a julho de 2010. A data no eixo é do último dia da pesquisa ou dia da divulgação.

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Para reforçar esta tendência é preciso considerar que a maior parte das mulheres que ainda não
definiram o voto está concentrada entre aquelas parcelas de menor nível educacional e menor renda
familiar. Este eleitorado é mais propenso a votar na candidatura apoiada pelo Presidente Lula. É uma
parcela do eleitorado que tem menor conhecimento de que Dilma Rousseff é a candidata que defende
a continuidade do atual governo. Isto sugere que a candidata do PT deve continuar apresentando
crescimento entre o eleitorado feminino na medida em que for ficando mais conhecida e as mulheres
de baixa renda reduzirem os índices de não definição do voto. Além de tudo, vale dizer que são
exatamente as mulheres de baixa renda as mais favorecidas pelos programas sociais do governo,
como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, além de se beneficiarem com o crescimento da
cobertura do BPC/LOAS.

O fato de a candidata Dilma ter ficado todo o primeiro semestre de 2010 atrás do candidato Serra nas
intenções de voto, entre o eleitorado feminino, mesmo após ter ultrapassado entre os homens, gerou
muitas análises e discussão. De fato, é, no mínimo, inesperado haver uma mulher vencendo entre o
eleitorado masculino e um homem vencendo entre o eleitorado feminino.

Porém, esta peculiaridade está ligado aos dois fatores citados: o primeiro, é que PT sempre teve
menos votos no eleitorado feminino, mesmo quando Lula era candidato; e o segundo, é que existe
uma maior parcela de mulheres que ainda não definiram o voto, mas que ou não conhecem ou não
foram convencidas ainda a votar nas candidatas mulheres. A diferença de intenção de votos de Dilma
entre o eleitorado de ambos os sexos deve diminuir nos próximos dois meses, mas se seguir a
tendência das duas últimas eleições presidenciais, a diferença remanescente até o dia 03 de outubro
pode jogar as eleições para o segundo turno.

De fato, quando se analisa as últimas 5 pesquisas (Vox Populi 23/07, Datafolha 24/07, Ibope 29/07,
Sensus 05/08 e Ibope 06/08), no eleitorado feminino, Dilma aparece na frente em 3, empata uma e
perde na outra. Porém, sua recém vantagem ainda não é suficiente para garantir uma vitória no
primeiro turno.

Portanto, os próximos dois meses finais da campanha vão ser decisivos para a conquista desta parte
do eleitorado que pode definir quem vencerá o pleito presidencial e se o mesmo será resolvido no
primeiro ou no segundo turno. O horário de propaganda eleitoral gratuíta vai ser decisivo para que os
candidatos fiquem conhecidos e para que o eleitorado tenha elementos para fundamentar suas
escolhas. Evidentemente as chances de vitória são maiores para a candidata do Presidente Lula, pois
o eleitorado feminino que ainda não decidiu o voto é composto por mulheres de baixa renda que
tendem a votar na candidatura da situação.

A nova política de cotas e o aumento das candidaturas femininas

As mulheres brasileiras já conseguiram reverter diversas situações desfavoráveis em diferentes áreas.


Hoje as mulheres superam os homens em todos os níveis educacionais, possuem maior esperança de
vida e já são maioria na população economicamente ativa com mais de 11 anos de estudo. Contudo,
continuam excluídas dos espaços de poder, embora exista um esforço para vencer esta barreira.

A primeira experiência de políticas de cotas para aumentar a presença da mulher brasileira na


política aconteceu logo após a IV Conferência Mundial de Mulheres, ocorrida em Beijing, em 1995.

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As Leis 9.100, de 1995 e 9.504, de 1997, estabeleceram regras para os partidos colocarem um
percentual mínimo de candidaturas de cada sexo. A Lei mandou reservar 30%, no mínimo das vagas.
Mas os partidos e o TSE, inadequadamente, entenderam que a reserva não implicava preencher o
espaço reservado.

Buscando o aperfeiçoamento da política de cotas, o movimento feminista e as forças sociais que


defendem uma maior equidade de gênero na sociedade se mobilizaram para promover alterações na
legislação eleitoral aplicável ao pleito de 2010 no Brasil. Depois de ampla negociação e da
participação decisiva da atual bancada de deputadas federais, da Comissão Tripartite instituída pela
Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), de acadêmicos e da sociedade civil foi aprovada uma
nova redação na Lei 12.034, de 29 de setembro de 2009, que regula as eleições de 2010, e ficou
assim redigida:

"Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou
coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por
cento) para candidaturas de cada sexo".

A alteração parece pequena, mas a mudança do verbo "reservar" para "preencher" significa uma
mudança substancial na política de cotas.Com a nova redação, os partidos ficariam obrigados – no
ato de registro da lista de candidaturas no TSE - a apresentar no mínimo 30% de candidaturas de
cada sexo.

O resultado já pode ser percebido. O número de candidatas a deputadas federais passou de 490
mulheres (representando 11,4% do total), em 2002, para 737 candidatas (12,7%), em 2006 e chegou
a 1.332 candidatas (representando 22,1% do total), em 2010. Para deputadas estaduais (e distritais), o
número passou de 1.767 (14,8%), em 2002, para 1.995 (14,1%), em 2006, e chegou a 3.419 (22,5%),
em 2010. O aumento mais significativo aconteceu na Região Sul que lançou 26% de candidaturas
femininas. Portanto, houve um aumento considerável do número e do percentual de mulheres
candidatas aos cargos proporcionais, embora a cota de 30% não tenha sido alcançada. Portanto,
houve um aumento considerável do número e do percentual de mulheres candidatas aos cargos
proporcionais, em 2010, embora a cota de 30% não tenha sido alcançada.

Os dados do TSE, consultados em 06 de agosto de 2010, mostram que houve aumento das
candidaturas em todas as regiões. Com base em modelos estatísticos é possível se construir um
cenário de aumento das deputadas que devem ser eleitas em cada região. Este número pode ser
maior, dependendo da campanha e do acesso das candidatas ao tempo de propaganda eleitoral
gratuita e aos recursos financeiros dos fundos partidários.

As projeções indicam que o Nordeste deve eleger menos de 10% de mulheres para deputados
federais, enquanto a região Sul deve ultrapassar 15%. O Estado de Santa Catarina, por exemplo,
lançou apenas 10,5% de candidaturas femininas para a Câmara Federal, em 2006, mas chegou a
30%, em 2010. Além disto, existem duas mulheres disputando o governo do Estado: Ângela Amin
(PP) e Ideli Salvatti (PT). Desta forma, as eleições catarinenses devem ser marcadas pela presença
feminina e espera-se um aumento significativo no percentual de mulheres eleitas, comparados com
outros estados da Federação.

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Se a região Sul aumentar muito a participação feminina no Legislativo e no Executivo vai
reestabelecer uma relação encontrada em outros países que aponta para uma correlação positiva entre
o maior nível de inserção feminina nos espaços de poder e o grau de desenvolvimento humano,
medido pelo IDH.

Tudo indica que as eleições de 2010 devem bater um recorde no número de mulheres eleitas para
deputadas federais e estaduais. Contudo, este recorde poderia ser ainda maior se os 30% de piso
mínimo de candidaturas para cada sexo fosse respeitado. Infelizmente, não existe consenso nas
interpretações das autoridades do justiça eleitoral.

Alguns Tribunais Regionais (TRE), revertendo a lógica da política de cotas, consideram que a cota
não pode ser preenchida se não existem mulheres candidatas. A Vice-Procuradora-Geral Eleitoral
(PGE), Sandra Cureau, disse a seguinte “pérola”:

“A menos que se comprove que, intencionalmente, o partido ou a coligação excluiu


pessoas do sexo feminino que pretendiam concorrer às eleições, dando preferência a
candidatos do sexo masculino, entendo que não há como obrigar ao preenchimento do
referido percentual se não há candidatas mulheres interessadas em disputar o pleito em
número suficiente”

Porém, existem interpretações diferentes, como na afirmação de Ronaldo Sérgio Chaves Fernandes,
do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Norte:

“O objetivo da determinação [Cotas] é pôr fim à discriminação entre sexos na


democracia representativa. Não se pode simplesmente apontar dificuldades no cumprimento
da lei para se esquivar do seu comando, sob pena de tornarem-se inócuas as normas
jurídicas".

O argumento de que a cota não foi cumprida porque não podem obrigar as mulheres a serem
candidatas é não só falacioso, como representa uma tentativa de manter o déficit de representação de
gênero. Acontece que, neste ano de 2010, o país tem 2,6 mulheres para cada vaga da Câmara Federal
e mais de 3 mulheres para cada vaga das Assembléias Legislativas (e distrital). Portanto, não falta
mulher candidata. Para que a disputa fique equilibrada e os eleitores tenham maior igualdade de
oportunidade de escolha (de gênero) a solução é restringir o número de homens, pois, o que não é
possível e nem justo é o TSE ignorar a mudança da Lei e fazer uma interpretação que favorece ao
tradicionalismo machista na política.

Os partidos poderiam mudar suas listas até o dia 04 de agosto de 2010, dando condições mais
equilibradas na disputa eleitoral. Mas parece difícil que os 30% sejam respeitados neste momento.
Naqueles estados em que o TRE exigiram o cumprimento da cota o percentual de mulheres
candidatas foi maior. Todavia, a meta já perseguida por vários países é a PARIDADE, isto é,
participação meio a meio para cada sexo nas disputas eleitorais. O eleitorado é soberano para decidir
em quem votar, mas é preciso que o país dê igualdade de oportunidade na disputa eleitoral entre
homens e mulheres e dê igualdade de gênero nas opções de escolha do eleitorado.

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Conclusões

As eleições gerais de 2010 serão as mais femininas da história brasileira porque as mulheres superam
os homens em mais de 5 milhões de votos no eleitorado e porque nunca se inscrevaram tantas
mulheres para disputar os diversos cargos. No total, incluindo todos os níveis de disputa, foram
4.947 mulheres (representando 22,1%) num total de 22.373 candidaturas, segundo dados do TSE de
06 de agosto. O ano de 2010 poderá ficar marcado com destaque na longa trajetória de conquistas de
espaços no poder por parte das mulheres.

Nas eleições proporcionais houve um expressivo aumento de mulheres candidatas e, provavelmente,


haverá um crescimento do número de eleitas, pois a nova redação da política de cotas (Lei
12.034/2009) mudou o verbo “reservar” para “preencher”. Este fato fez aumentar significativamente
o número e o percentual des candidaturas femininas para deputadas estaduais e federais, com a
possível redução do déficit democrático de gênero no Poder Legislativo, em outubro de 2010,
embora ainda estejamos longe da paridade.

Porém, a maior mudança pode acontecer no Poder Executivo. As últimas pesquisas confirmam as
tendências que mostram que o Brasil poderá ter uma mulher no comando do Palácio do Planalto. A
candidata Dilma Rousseff tem maiores chances de vencer as eleições deste ano, pois tem se
beneficiado do desejo, por parte dos eleitores, de continuidade do atual governo. O eleitorado tem a
sensação de que o Brasil conseguiu melhorar o seu desempenho econômico, especialmente nos
últimos 6 anos, com redução da pobreza e das desigualdades sociais, territoriais, de gênero, etc.
Além do apoio de um Presidente com alta popularidade, existe uma coligação partidária muito forte
eleitoralmente e mais de 60% dos candidatos a deputados federais e estaduais apoiam a candidata do
PT.

A presença de mulheres no comando do Poder Executivo pode ser um passo fundamental para uma
maior equidade de gênero, se for acompanhado de políticas adequadas. Contudo, isto não basta. É
preciso que as candidaturas apresentem propostas concretas e que o Estado assuma o compromisso
de tratar de forma igualitária homens e mulheres.

Para superar séculos de exclusão, além da presença feminina é preciso uma agenda feminista que
aponte caminhos para superar a segregação ocupacional e a discriminação salarial no mercado de
trabalho, políticas que garantam os direitos sexuais e reprodutivos, ações para enfrentar todas as
formas de violência contra as mulheres, etc. Ou seja, a maior presença das mulheres na política, por
si só, pode ser uma conquista histórica, dependendo da condução da política que será implementada.
Mas é apenas mais um passo na longa luta para conquistar, em conjunto com os homens, uma
sociedade justa, próspera, socialmente inclusiva e com equidade de gênero.

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Bibliografia

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09/04/2010. Disponível em:
http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/art_70_expectativa_de_genero.pdf
ALVES, J.E.D. Feminização e envelhecimento do eleitorado e as eleições 2010, IE-UFRJ, Rio de
Janeiro, 13/04/2010. Disponível em:
http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/feminizacao_e_envelhecimento_12abr10.pdf.pdf
ALVES, J.E.D. A lei de cotas e as mulheres na política em 2010. Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/35007057/A-Lei-de-Cotas-e-as-Mulheres-na-Politica-em-2010
ALVES, J.E.D, CORREA, S. Igualdade e desigualdade de gênero no Brasil: um panorama
preliminar, 15 anos depois do Cairo. In: ABEP, Brasil, 15 anos após a Conferência do Cairo,
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JORDÃO, F.P. O poder do voto feminino. Instituto Patrícia Galvão, SP, junho de 2010. Disponível:
http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=448&catid=80
PINTO, C. Por que mulher não vota em mulher, jornal Zero Hora, Porto Alegre, 06/05/2010.
http://expressaomulher.blogspot.com/2010/05/por-que-mulher-nao-vota-em-mulher-por.html

Pesquisas:
1) Pesquisa VOX POPULI/BAND realizada entre os dias 14 a 17 de janeiro de 2010 e divulgada em
29 de janeiro de 2010.
2) Pesquisa SENSUS/CNT realizada entre os dias 25 a 29 de Janeiro de 2010, e divulgada em 01 de
fevereiro de 2010.
3) Pesquisa IBOPE/CNI realizada entre os dias 6 a 9 de fevereiro de 2010 e divulgada no dia 17 de
fevereiro de 2010.
4) Pesquisa DATAFOLHA realizada entre os dias 24 e 25 de fevereiro e divulgada em 28 de
fevereiro de 2010.
5) Pesquisa IBOPE/CNI realizada entre os dias 6 a 10 de março com 2002 e divulgada no dia 17 de
março de 2010.
6) Pesquisa DATAFOLHA realizada entre os dias 25 e 26 de março de 2010 e divulgada em 27 de
março de 2010.
7) Pesquisa VOX POPULI/BAND realizada entre os dias 30 e 31 de março de 2010 e divulgada em
3 de abril de 2010.
8) Pesquisa SENSUS/Sintrapav realizada entre os dias 05 e 09 de abril 2010, e divulgada em 13 de
abril de 2010.
9) Pesquisa DATAFOLHA realizada entre os dias 15 e 16 de março de 2010 e divulgada em 17 de
março de 2010.
10) Pesquisa IBOPE/CNI realizada entre os dias 13 a 16 de abril 2010 e divulgada no dia 21 de abril
de 2010.
11) Pesquisa VOX POPULI/BAND realizada entre os dias 8 a 13 de maio de 2010 e divulgada em
15 de maio de 2010.
12) Pesquisa SENSUS/CNT realizada entre os dias 10 a 14 de maio de 2010, e divulgada em 17 de
maio de 2010.
13) Pesquisa DATAFOLHA realizada entre os dias 20 e 21 de maio de 2010 e divulgada em 24 de
maio de 2010.

13
14) Pesquisa IBOPE realizada entre os dias 31 de maio a 03 de junho 2010 e divulgada no dia 05 de
abril de 2010.
15) Pesquisa IBOPE/CNI realizada entre os dias 18 a 21 de junho de 2010 e divulgada no dia 23 de
junho de 2010.
16) Pesquisa VOX POPULI/BAND realizada entre os dias 24 a 26 de junho de 2010 e divulgada em
29 de junho de 2010
17) Pesquisa IBOPE realizada entre os dias 27 a 30 de junho de 2010 e divulgada no dia 03 de julho
de 2010.
18) Pesquisa DATAFOLHA realizada entre os dias 30/06 e 1 de julho de 2010 e divulgada em 02 de
julho de 2010.
19) Pesquisa VOX POPULI/BAND realizada entre os dias 17 a 20 de julho de 2010 e divulgada em
22 de maio de 2010.
20) Pesquisa DATAFOLHA realizada entre os dias 20 a 23 de julho de 2010 e divulgada em 24 de
julho de 2010.
21) Pesquisa IBOPE realizada entre os dias 26 a 29 de julho de 2010 e divulgada no dia 30 de julho
de 2010.
22) Pesquisa SENSUS/CNT realizada entre os dias 31/07 a 02 de agosto de 2010, e divulgada em 05
de agosto de 2010.
23) Pesquisa IBOPE realizada entre os dias 02 a 05 de agosto de 2010 e divulgada no dia 06 de
agosto de 2010.

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