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Brian H. Cuthbertson
Charles L. Sprung
Djillali Annane
Sylvie Chevret
Mark Garfield
Serge Goodman
Pierre-Francois Laterre
Jean Louis Vincent
Klaus Freivogel
Konrad Reinhart
Mervyn Singer
Didier Payen
Yoram G. Weiss
Intensive Care Medicine publicado online em 04/08/2009
Resultados: 500 pacientes foram recrutados, dos quais 499 foram analisados;
96 (19,2%) receberam etomidato em até 72h antes da inclusão. A proporção de
não-respondedores à corticotropina foi significativamente maior nos pacientes
que receberam etomidato do que naqueles que não receberam a droga (61 vs
44,6% p=0,004). O uso do etomidato se associou a maior mortalidade após 28
dias na análise univariada (p=0,02) e após a correção para gravidade da
doença (42,7 vs 30,5% p= 0,06 e p= 0,03) em dois modelos multivariados. A
administração de hidrocortisona não diminuiu a mortalidade dos pacientes que
receberam o etomidato.
Embora os autores declarem que esta é uma análise que havia sido
estabelecida a priori, não encontramos nem nos end points primários ou
secundários nem nenhuma citação prévia que mostre este end-point como pré-
estabelecido para análise (neste tipo de situação comumente vemos uma
pequena nota publicada antes do estudo original, em uma outra revista,
declarando os objetivos do estudo e/ ou pormenorizando a metodologia do
mesmo...esta é uma forma elegante dos autores demonstrarm que de fato
tencionavam analisar este aspecto desde antes da publicação ou análise inicial
dos resultados do estudo. Do ponto de vista prático então, estamos falando de
uma análise pos-hoc do banco de dados que este estudo gerou.
2)os pacientes que usaram etomidato eram mais graves, mas após as
compensações do modelo matemático, a maior mortalidade persistia, ao
menos em um dos modelos.
Bem, então com base nestes dados o etomidato deve ser abandonado nos
pacientes com choque séptico?
Vários detalhes merecem ser realçados.
Além disto, qual o mecanismo que levou a piora da mortalidade nos pacientes
que receberam etomidato? O grupo etomidato teve nominalmente menor
incidência de choques refratários (22% vs 34,2%), que a princípio seria o
mecanismo mais plausível de prejuízo associável ao uso do etomidato. A
reposição de corticóides, tanto nos não-usuários como nos usuários do
etomidato não influenciou em nada a evolução destes...
Este trabalho, na minha opinião, não tem força para mudar práticas clínicas,
como os autores chegam a sugerir nas suas conclusões. Acredito que seu
maior mérito seja servir de mote para a realização de um estudo prospectivo
definitivo sobre o assunto