Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Pelo abatimento, pela febre, pelo mal-estar e sofrimento, o organismo corporal exime-
se do domnio do cogito sobre quem tinha autoridade; "ele se dessolidariza,
rompendo a unidade pessoal" . O doente sente seu corpo como uma alteridade dentro
de si mesmo. Corpo e cogito, em conflito, constituem duas entidades que no
coincidem mais. O doente fica tentado a considerar seu corpo como um "obstculo",
isto , como um objeto, comparvel a outros objetos exteriores. O enfermo determina
uma "brecha, uma diviso de si para consigo". ela uma ruptura da unidade
subjetiva.
3) Experincia da finitude
Como tal, o estado patolgico , primeira vista, um fato que se impe liberdade
sob a forma de uma fatalidade. Mas numa segunda anlise, vemos que a liberdade
possui condies de dominar a situao. Longe de ser cerceada pelo patolgico e
obrigada a suport-lo passivamente, ela conserva o poder de dar-lhe novo enfoque
que lhe permite conferir um sentido do qual ser sempre soberana. O patolgico
aparece assim como uma situao original que prope liberdade uma empreitada
de reunificao subjetiva, de restaurao da comunicao, e de integrao da
finitude e da morte.
5) A reunificao subjetiva
O enfermo pode reconhecer que esse corpo dolorosamente descoberto pelos sentidos
no um objeto que o aliena, que no aquele "outro" da conscincia, porm o
mesmo. Essa reconciliao com o corpo, pelo consentimento corporalidade como
dimenso necessria da realidade humana, constitui um primeiro nvel de
reunificao.
6) A restaurao da comunicao
Dentro da dependncia mais ou menos total dos outros, o doente pode redescobrir a
intersubjetividade como constitutiva de seu ser. Compete-lhe reconhecer entre os
outros o mundo que organizam, e da sua prpria parte, a solidariedade essencial que
a sade muitas vezes ameaara encobrir ou comprometer. O doente ento levado a
no aviltar essa solidariedade sem a qual ele no saberia ver-se ou ser ele prprio,
reduzindo o outro ao nvel de objeto destinado a seu uso e o mundo ao nvel de um
cenrio longnquo. O sofrimento de depender dos outros, longe de ser um fator
inelutvel de mal-entendidos, leva a um aprofundamento da relao pessoal, pela
preocupao do outro.