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PROF. MENDONÇA
Nesse ínterim, a Seguridade Social forma uma rede de proteção social que
envolve ações de SAÚDE, PREVIDÊNCIA e ASSISTÊNCIA SOCIAL.
1.1.1 SAÚDE
A principal lei que disciplina a saúde é a lei 8.080/90, sendo certo que o Poder
Público deve atuar diretamente ou por intermédio de terceiros.
Como não poderia ser diferente, o § 4º do já citado art. 199 veda qualquer tipo
de comercialização no que tange à remoção de órgãos, tecidos e substâncias
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados.
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Como a atuação na saúde envolve todos os entes da Federação, suas ações
devem integrar uma rede regionalizada e hierarquizada, formando um Sistema Único,
e baseado nas seguintes diretrizes (art. 198) :
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Pelo regramento acima exposto, resta evidente que, assim como a saúde, a
Assistência Social independe de contribuição, bastando que o interessado demonstre
preencher os requisitos para a proteção social.
A proteção social deve atender todas as pessoas e cobrir todos os riscos sociais. Como
a Seguridade Social se desdobra em três subsistemas, o princípio em comento deve ser
aquilatado em suas várias vertentes. Assim sendo, é de fácil percepção a sua aplicação na
saúde, pois se trata de um direito de todos e um dever do Estado. Na Assistência Social o
princípio tem plena aplicação, pois é prestada a quem dela necessitar, nos termos da lei. Já na
Previdência Social, somente quem exerce atividade remunerada é que recebe a proteção
social.Todavia, quem não trabalha pode se filiar como facultativo, o que torna a Previdência
também um sistema universal.
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Até a Constituição de 88, havia uma evidente diferenciação entre urbanos e rurais,
principalmente no que tange ao valor dos benefícios e no alcance da cobertura. Essa
discriminação deixa de existir com a aplicação desse princípio. Ademais, o art. 7º., inciso
XXXIV, da Constituição preconiza a proibição de diferenciação de direitos sociais entre
trabalhadores urbanos e rurais. Por uniformidade, deve-se concluir que os mesmos benefícios
que existem para os urbanos devem existir para os rurais. Por equivalência, que é um corolário
da igualdade, deve-se buscar um paralelismo entre o valor dos benefícios dos urbanos e rurais.
Tanto o trabalhador urbano como o rural não terão benefício que substitua salário-de-
contribuição inferior ao salário mínimo.
A irredutibilidade do valor dos benefícios possui duas vertentes, uma nominal e outra
real. Pela irredutibilidade nominal não pode haver redução numérica do benefício (por ex: de
R$ 1.000,00 para R$ 900,00. Por outro lado, os benefícios previdenciários tem a garantia da
preservação de seu valor real (art. 201, § 4º.), garantindo-se o reajustamento periódico do
benefício. Assim, além do benefício não poder ser reduzido nominalmente, deve receber
reajuste periódico.
Como a proteção social é um sistema universal, que deve atender a todas as pessoas
e atender todos os riscos sociais, o aporte de recursos para sua manutenção deve ter uma
fonte perene de recursos, infensa aos influxos da economia moderna. Como isso não é
possível, o Constituição prevê várias fontes de financiamento. Dessa forma, caso haja
diminuição da arrecadação oriunda de uma fonte de custeio, as demais manterão o volume de
arrecadação. Assim sendo, a constituição prevê que a sociedade financiará a Seguridade
Social, de forma direta (contribuições sociais) e indireta (impostos) com contribuição do
empregador incidente sobre a folha de pagamento, receita ou faturamento e lucro. Devem
contribuir também os trabalhadores. Existem , ainda, contribuições incidentes sobre a
importação de bens e serviços e sobre o concurso de prognósticos. Outras contribuições
poderão ser criadas, desde que mediante a edição de lei complementar, as acima citadas,
podem ser criadas por lei ordinária ou medida provisória.
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1.2.7 Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados
e do Governo nos órgãos colegiados
1.2.8 Solidariedade
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
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IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar.
Essa regra prestigia a Seguridade Social, evitando que o Poder Público (União,
Estados, DF e Municípios) contrate ou conceda benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios a pessoas jurídicas em débito com o referido sistema. Vale registrar que a
Constituição só se refere ao débito com a Seguridade Social, não fazendo qualquer
referência a outra espécie tributária. Todavia, a lei 8.666/93, nos procedimentos
licitatórios, exige a Certidão Negativa de Débito dos demais tributos administrados
pela receita fazendária.
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§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Segurados são aqueles que mantêm uma relação jurídica direta com a
Previdência Social, seja através do exercício de atividade laborativa seja pelo
pagamento de contribuições. Já o dependente mantém uma relação indireta com a
Previdência, pois, geralmente, só terá direito a algum benefício na ausência do
segurado.
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A relação jurídica entre a Previdência e o segurado tem início no momento em
que ele passa a exercer atividade remunerada, ou seja, ocorreu a filiação. Assim
sendo, nesse momento, o trabalhador passa a ser chamado de segurado. Além da
filiação, o trabalhador precisa fornecer os seus dados à Previdência, esse ato formal é
chamado de inscrição. Dessa forma, o trabalhador para ser segurado da previdência
precisa estar filiado e inscrito na Previdência. Por outro lado, existem pessoas que não
trabalham, a exemplo da dona-de-casa e do estudante, mas que podem estar
inseridos na Previdência social. Para tanto, basta que o interessado faça a sua
inscrição como segurado facultativo e pague as sua constribuições. Nesse caso, ao
fornecer os dados, ocorrerá a inscrição e, com o recolhimento da primeira
contribuição, filiado.
Ressalte-se que podem existir segurados inscritos mas ainda não filiados, a
exemplo da dona de casa que se inscreve como facultativa mas não recolhe
contribuições e também segurados filiados mas ainda não inscritos, a exemplo do
trabalhador que exerce atividade remunerada mas não fez a sua inscrição no INSS.
Pelo que foi visto, o segurado pode ser obrigatório ou facultativo. Como a
Previdência social é um seguro coletivo, contributivo e compulsório, a filiação do
trabalhador ao sistema independe de sua vontade ou mesmo de qualquer ação. Basta
o exercício de atividade remunerada, desde que não esteja vinculado a outro sistema
de previdência, para que o trabalhador forme um vínculo jurídico com a Previdência
(filiação). Claro que é fundamental que também forneça os seus dados à previdência,
momento em que ocorre a sua inscrição, o que completa o ciclo para se tornar um
segurado.