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0s ]03) se Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat Fundayao Santo André Bombas Hidraulicas Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat Fundagao Santo André Maquinas Hidraulicas Definigio Maquinas Hidrdulicas sto méquinas que trabalham fornecendo, retirando ou modificando a energia do liquido que se encontra em escoamento, Neste curso estudaremos: Bombas, Turbinas e Ventiladores. 1. Bombas Hidraulicas Instalagées de bombeamento siio sistemas que fazem parte do dia-a-dia do ser humano, encontradas nas mais variadas formas ¢ aplicagdes. Eles so constituidos por bombas, sistemas de acionamento (motores elétricos, motores a combustdo), valvulas e tubulagdes. Sio por exemplo encontradas na simples garrafa térmica automética, nos sistemas de arrefecimento da quase totalidade dos veiculos automotores, nos sistemas de distribuigao de gua em cidades ou no transporte de derivados de petrdleo. ‘A complexidade destas instalagdes depende da aplicagao desejada. Pode-se ter uma simples bomba e condutos em circuito fechado como os sistemas de arrefecimento de veiculos. O liquido refrigerante do sistema de arrefecimento recalcado pela bomba opera sob diferentes temperaturas, retirando calor do bloco do motor & transferindo-o para o radiador para entio retornar a0 bloco. Neste caso a complexidade maior fica por conta da existéncia de controle do ciclo por um termostato, proprio da maioria dos veiculos modernos. Pode-se ainda ter sistemas extremamente complexos compostos por varias bombas interligadas por condutos em rede e de varias dimensdes, com bombas, vilvulas e demais equipamentos sendo controlados remotamente a partir de informagdes fornecidas por instrumentagio especifica. © Sistema de Abastecimento Metropolitano capta, trata, armazena e distribui gua para todos os habitantes da Grande $. Paulo, Todos os elementos ativos da rede, bombas, valvulas, reservatérios, torres, redes de adutoras somam mais de 20 000 km de condutos de varios didmetros. Sao controlados de uma central a partir de informagses recebidas remotamente. 0 Poliduto OSBRA, com cerca de 800 km de condutos de cerca de 500 mm de didmetro e 200 km de condutos de 300 mm leva combustiveis da Refinaria de Paulinia em SP até Brasilia. O controle operacional deste poliduto é feito a partir de Guarulhos por meio de informagdes trocadas por satélite entre os elementos ativos do poliduto ¢ a central de controle. De complexidade muito maior, 0 sistema de dutos ¢ terminais da regiio compreendida por So Paulo e o Centro-Oeste do Brasil é mostrada de forma esquemiatica na figura que se segue, ‘Maquinas Hidraulicas Demétrio Baracat Fundagao Santo André Bombas Hidrdulicas so equipamentos que transformam energia mecénica em energia hidraulica, que é fornecida ao liquido. Também sao chamadas "geradores hidrdulicos", ou ainda, "eguipamentos hidromecéinicos”. Um fluido ao passar por uma bomba, tem um aumento de energia liquido. Qbs.: Na hidréulica, a linha de energia praticamente coincide com a linha piezométrica. 1.1 Tipos de Bombas Hidrdulicas Os principais tipos de bombas hidréulicas sao: 1,1,1, Estatica-volumétrica ou de deslocamento positivo Possui uma cémara em cujo interior 0 movimento de um érgio propulsor comunica energia de pressio ao liquido, provocando o seu escoamento. Proporciona, ento, condigdes para que se realize 0 escoamento na tubulagdo de aspiracdo até a bomba, e na tubulagio de recalque até 0 ponto de utilizagao. A vazio é proporcional 4 geometria da mesma e & sua velocidade. Esquema de uma bomba de émbolo Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat Fundagao Santo André ‘A principal caracteristica deste equipamento é que a particula liquida em movimento segue a mesma trajetéria do agente que a impele. E utilizada em méquinas de lavagem sob presstioe aplicagdes de limpeza industrial. 1.1.2, Alternativa ou Reciproca O agente que provoca 0 movimento do fluido faz um movimento de "vai e vem", alternando seu sentido. Esquema I: pistdo de simples efeito 2: sistema biela-manivela 3: cdmara pneumtica 4: vilvula de suegio 5: vilvula de descarga ‘Note-se que em caso de bloqueio do conduto de recalque a bomba continuar’ ‘operanclo © podera clevar a pressio do fluido acima do Timite de ruptura do material do conduto, ‘As bombas alternativas transferem energia ao fluido através do movimento alternativo linear de um pistio. A forma construtiva mais simples ¢ aquela em que um {inico pistéo realiza trabalho sobre o fluido apenas em um sentido, retornando em vazio ‘Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat Fundagio Santo André para completar 0 ciclo. © movimento do pistio alterna-se entre dois extremos, cuja distancia define o seu curso, movido por um sistema biela-manivela, A cada rotagio completa do sistema biela-manivela tem-se um ciclo completo de sucgo e compressio, \ar er gua por pitio tort dr titolo \ wlio Gréfico da vazio em fungaio do tempo a) Utilizada para pequenas vazées e grande pressio; b) Vazio proporcional a rotagiio => usada como bomba dosadora (dosa reagentes quimicos: sulfato de aluminio, cloro, cal, flor) em uma estago de tratamento de agua Modos de varia a vaziio 19 Variando 0 rai da manivela; 29 Variando a velocidade do motor. Neste caso o ajuste da velocidade é feito eletronicamente em funco da vacdo necesséria A variagio da vazio éfeita com a variagéo da freqténcia da rede elétriea. Normalment: fase polos S60: (clos por segundo) n= 120 (pm) polos=mimero de polos do motor elétrico que pode ter: p=2, 4, 6, 8, 10, c) Apresenta vaziio pulsante; 4d) Nao pode operar com o registro de descarga fechado, a uma vilvula de alivio no recalque; ¢) Em automéveis antigos era utilizada como bomba de combustivel. sim 6 importante a instalagao de ‘Maquinas Hidriulicas Demétrio Baracat Fundagao Santo Andre 1.1.3, Bomba rotativa bomba de engrenagens. Tem baixo custo operacional. Trabalha com baixas vazdes € baixas presses. O liquido bombeado é empurrado pelos dentes das engrenagens. E utilizada com liquidos lubrificantes, face ao atrito entre os dentes da engrenagem. A vazio & proporcional ao volume entre os dentes e a velocidade das engrenagens. Uma das engrenagens é movimentada por um motor. Exemplo de uso: bombeamento de éleo combustivel para caldeira e/ou para forno de usina de cimento. Esquema 1.1.4, Bomba centrifuga radial © liquido penetra no rotor paralelamente ao eixo, sendo dirigido pelas pas desta para a periferia, segundo trajetérias contidas em planos normais a0 eixo. As trajet6rias sio, portanto, curvas planas contidas em planos radiais. t Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat Fundagao Santo André ‘As bombas deste tipo possuem pis cilindricas (com simples curvaturas), com geratrizes paralelas ao eixo de rotagaio, sendo estas pas fixadas apenas a um disco (rotor aberto). ‘Nas bombas radiais bem projetadas, a regia I das pas pode se apresentar com a forma de superficie de dupla curvatura para melhor atender & transiglio das trajetdrias das particulas liquidas, da dirego axial para a radial, sem provocar choques, nem turbulén excessivas. As bombas do tipo radial, pela sua simplicidade se prestam a instalagiio em série, sendo sua utilizagdo com vazdes compreendidas entre 5 e 500 l/s para pequenas, médias e grandes alturas de elevagiio. Estas especificagdes vagas e imprecisas. A escolha do tipo de rotor dependerd da nogao de velocidade especifica. Quando se trata de descargas grandes e Ppequenas alturas de elevagao, o rendimento das bombas radiais torna-se baixo, ¢ 0 seu custo se eleva em virtude das dimensdes que assumem suas pecas, tornando-se pouco conveniente empregé-las. O uso deste tipo de bomba ¢ recomendado quando o fluido for abrasivo, no sistema de reftigeragdio de torres de resfriamento, sistemas com baixa pressio, sistemas de combates a incéndio prediais (sprinkler). 1.1.5. Bomba Hélico-centrifuga Neste tipo de bomba, 0 liquido penetra no rotor de modo axial, atingindo as pas cujo bordo de entrada é curvo e inclinado em relagiio ao eixo. O fluido segue uma trajetéria que é uma curva reversa, pois as pas silo de dupla curvatura, ¢ atinge o bordo de saida 0 qual é paralelo ao eixo ou ligeiramente inclinado em relagio a ele. O fluido sai do rotor segundo uma trajet6ria ligeiramente inclinada em relago ao plano perpendicular ao eixo A pressdo & comunicada pela forga centrifuga e pela ago de sustentagdo ou propulsio das pai Trajet6ria de uma particula liquida na bomba hélico-centrifuga Maquinas Hidriulicas Demétrio Baracat Fundagio Santo And feo mista fo mito Rotor duplo fseo sas fectado 1.1.6, Bomba helicoidal Nestas bombas, 0 liquido desereve uma trajetéria que ¢ uma hélice cénica e reversa atingindo o bordo das pas que & curvo e bastante inclinado em relagdo ao eixo (as pas so superficies de dupla curvatura). © rotor normalmente possui apenas uma base de fixagdo das ps com a forma de um cone ou de uma ogiva. Estas bombas so utilizadas para grandes vaz6es e pequenas e médias alturas de elevagiio. Como as pas do rotor sao de dupla curvatura, seu projeto é mais complexo e sua fabricagaio apresenta certos problemas de fundigéio. As bombas hélico-axiais so bombas com formato intermediario entre as bombas helicoidais e as axiais. ‘Trajetdria de uma particula na bomba helicoidal Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat Fundagio Santo André 1.1.7. Bomba axial ou propulsora Nestas bombas, as trajetdrias das particulas liquidas, pela configurago que assumem as pis do rotor as pis guias, comegam paralelamente ao eixo e se transformam em hélices cilindricas. Forma-se uma hélice de vortice forgado, pois, ao escoamento axial, superpde-se um vértice forgado pelo movimento das pas. Nao so propriamente bombas centrifuge pois a forga centrifuga decorrente da rotagao das pis nfo é responsivel pelo aumento de energia da pressio. So estudadas e projetadas segundo a Teoria da sustentago das asas ¢ da propulsdo das hélices, ou ainda, segundo a Teoria do vértice forgado. Trajetéria de uma particula liquida numa bomba axial ONO Rotor fecha dep Usica ‘Aplicada emmeos que formar trangados, als ‘comno pape vlho, tapos, cords esemahartes. Rotor fechado de ds pas ‘Aplcado em maos sos ou sides en suspensto. Rotor fechado de tte ple Usado en iquidos com. equeras impurezas como fearaas, eaptes Aecantaos, massa de papa ecelulose Rotorabato detré pas ‘icado em guidot ‘mtaizados 04 com gers. Rotorabarto de pis ais Demétrio Baracat 1.1.8. Bombas submersas para pocos profundos Pogos profundos so aqueles em que se tem uma altura de sucgdio nao afogada superior a cerca de 7 (sete) metros. Bombas para pogos profundos so compostas por rotores associados em série, Para pequenas alturas de elevagiio tém-se poucos rotores. Grandes alturas exigem até dezenas de rototes. Pogos profundos, nao mais abertos a superficie, exigem a perfurago do solo por equipamentos especiais. Pequenos didmetros externos do conjunto motor-bomba implicam em menores custos de perfuragio, normalmente o maior investimento do projeto, ¢ impdem um niimero elevado de rotores associados em séri ‘A figura abaixo ilustra a forma construtiva de bombas hidréulicas de fluxo para aplicagdo em pogos profundos, chamadas de bombas submersas. Nela sao encontrados rotores radiais € mistos e um conjunto completo motor-bomba-valvula de retengao, identificados apenas os componentes principais. A sua instalagdo é feita de forma simples, com o conjunto motor- bomba sendo mergulhado no fluido e operando afogado. Com o afogamento desaparece o problema de sucgao nio afogado, porém o motor deve ter isolagao propria para nao permitir curto-circuito quando imerso. A qualidade de fabricago do conjunto deve ser elevada para, assim, reduzir a freqiiéncia de manutengdes do sistema. 1.1.9, Outros jpos de Bombas Ainda podemos citar a bomba a parafuso e a bomba de palhetas que possuem uso muito especifico. A bomba ejetora, a bomba tipo carneiro e a bomba de excéntrico com uso muito mais restrito no seraio abordadas neste curso. Maquinas Hidréulieas Demétrio Baracat Fundagao Santo André A bomba de parafuso tem sua aplicagio ligada a processos de extrusiio. Na indiistria de plisticos tais maquinas tém a sua caracteristica de operacdo continua aproveitada para a produgo de pegas longas tais como mangueiras e tubos. Abaixo se apresenta um tipo de bomba a parafuso para a industria de extrusio. A bomba de palhetas é usada para o recalque de combustivel em postos de servigo. A operaggio de volumes definidos de fluido sem a geragdo de turbuléncia, caracteristica operacional das bombas estiticas, impedindo a formagdo de vapor de combustivel durante 0 bombeamento para o tanque dos veiculos. Com isso evita-se que 0 motorista pague por um volume de vapor medido e que nao teré utilidade no uso do veiculo. Neste curso vamos analisar com mais detalhes apenas as Bombas Centrifugas. 1.2. Bombas Centrifugas 1.2.1. Definigao in Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat Fundagao Santo André Bombas Centrifiugas so bombas hidraulicas que t8m como prineipio de funcionamento a forga centrifuga através de palhetas e impulsores que giram no interior de uma careaga estanque, jogando liquido do centro para a periferia do conjunto girante. 1.2..2. Descrigdo A Bomba consta de uma cémara fechada denominada de carcaga, dentro da qual gira o rotor, que é um conjunto de palhetas que impulsionam o liquido através da voluta (Figura 1), 0 rotor é fixado no eixo da bomba conectado ao transmissor de energia mecanica do motor. A carcaca € a parte da bomba onde, no seu interior, a energia de velocidade ¢ transformada em energia de pressio, 0 que possibilita o liquido alcangar o ponto final do recalque. E no seu interior que esté instalado 0 conjunto girante (eixo-rotor) que toma possivel o impulsionamento do liquido. Figura 1 - Voluta em caracol A careaga pode ser do tipo voluta ou do tipo difusor. A de voluta é a mais comum podendo ser simples ou dupla (Figura 2). Como as areas na voluta no so simetricamente distribuidas em torno do rotor, ocorre uma distribuigao desigual de pressdes ao longo da mesma. Isto di origem a uma reagto perpendicular ao eixo que pode ser insignificante quando a bomba trabalha no ponto de melhor rendimento, mas que se acentua medida que a méquina sofre redugiio de vazies, baixando seu rendimento. Como conseqiién pequenas vaz6es temos eixos de maior didmetro no rotor. Outra forma para minimizar este empuxo radial & a construgio de bombas com voluta dupla, que consiste em se colocar uma diviséria dentro da propria voluta, dividindo-a em dois condutos a partir do inicio da segunda metade desta, ou seja, a 180° do inicio da "voluta externa", de modo a tentar equilibrar estas reagdes duas a duas, ou minimizar seus efeitos. Maquinas Hidriulicas Demétrio Baracat Fundagte Santo Rade Figura 2 - Voluta dupla Para vazOes médias e grandes alguns fabricantes optam por bombas de entrada bilateral para equilibrio do empuxo axial e dupla voluta para minimizar o desequilibrio do empuxo radial. A carcaga ifusor no apresenta forga radial, mas seu emprego é limitado a bombas verticais tipo turbina, bombas submersas ou horizontais de miiltiplos estigios axiais de grandes vazSes, A carcaga tipo difusor limita o corte do rotor de modo que sua faixa operacional com bom rendimento torna-se reduzida. 1.2.3. Classificagao A literatura técnica sobre classificagdo de bombas ¢ muito variada, havendo diferentes interpretagdes conceituais. Aqui apresentamos uma classificagio geral que traduz, a partir de pesquisas bibliograficas e textos comerciais, a visio mais comum sobre 0 assunto, Quanto a altura manométrica (para recalque de égua limpa): baixa pressao (H < 15 mea); média pressao (15 50 mea). (OBS: Para recalques de esgotos sanitérios, os limites superiores podem ser significativamente menores). Quanto a vazio de recalque: pequena (Q < 50 m’/hora); média ( 50 500 m’/hora). Quanto a diregdo do escoamento do liquido no i radial ou centrifuga pura, quando o movimento do liquido é na dirego ortogonal a0 eixo da bomba (empregadas para pequenas e médias vazdes e para qualquer altura manométrica, Deve-se considerar que 0 rendimento para grandes vazdes © pequenas alturas além de serem de grandes dimenses nestas condiges); Méquinas Hidréulieas Demétrio Baracat Fundagio Santo André diagonal ou de fluxo misto, quando © movimento do liquido & na diregao inclinada em relagao a0 eixo da bomba (utilizado em grandes vazSes e em pequenas ¢ médias alturas, estruturalmente caracterizam-se por serem bombas de fabricagiio muito complexa); axial ou helicoidais, quando o escoamento desenvolve-se de forma paralela ao eixo ¢ slo especificadas para grandes vazSes - dezenas de m’/s - € médias alturas - até 40 m (Figura 3); Figura 3 - Bomba axial: cortes Quanto a estrutura do rotor (Figura 4): aberto (para bombeamentos de dguas residuais ou égua bruta de mé qualidade); semi-aberto ou semi-fechado (para recalques de égua bruta sedimentada), Figura 4 - Tipos de rotores Quanto ao niimero de rotores: estdgio tinico; Maquinas Hidréuliens Demétrio Baracat Fundagao Santo André ‘miltiplos estagios (este recurso reduz. as dimensdes e melhora o rendimento, sendo empregado para médias e grandes alturas manométricas como na alimentagao de caldeiras e na captago em pogos profundos de Aguas e de petréleo, podendo trabalhar até com presses superiores a 200 kg/cm’, de acordo com a quantidade de estgios da bomba). Quanto ao nimero de entradas: sucgao tinica, aspiragGo simples ou unilateral (mais comuns); ssucedo dupla, aspiragdo dupla ou bilateral (para médias e grandes vazbes). Quanto a admissio do liquido: ssucedo axial (maioria das bombas de baixa e média capacidades); ssucgdo lateral (bombas de média e alta capacidades); ssucgdo de topo (situagdes especiais); ssucgao inferior (ombas especiais). Quanto a posigaio de saida: de topo (pequenas e médias); lateral (grandes vazes) inclinada (: vertical (situagSes especiais), Quanto a velocidade de rotagiio: baixa rotagdo ( N < 500rpm); média ( 500 = N < 1800rpm); alta (N > 1800rpm). OBS: As velocidades de rotagdo tendem a serem menores com o crescimento das vazdes de projeto, em fungao do peso do liquido a ser deslocado na unidade de tempo. Pequenos ‘equipamentos, trabalhando com agua limpa, tém velocidades da ordem de 3200rpm. Para recalques de esgotos sanitérios, em virtude da sujeira abrasiva na massa liquida, os limites superiores podem ser significativamente menores: N < 1200rpm. Quanto a posigdo na captagdo (Figura 5): submersa (em geral empregadas onde hi limitagdes no espago fisico como em pogos profiundos); afogada (mais freqiientes para recalques superiores a 100 I/s); altura positiva (pequenas vaz6es de recalque). Quanto a posigdo do eixo (Figura 5) eixo horizontal (mais comuns em captagdes superficiais); eixo vertical (para espagos horizontais restritos ¢/ou sujeitos a inundagdes e bombas submersas em geral). Demétrio Baracat uinas Hide Fundagao Santo André Figura S - Bomba de eixo vertical submersa Quanto a0 tipo de careaga: compacta; bipartida (composta de duas segdes separadas, na maioria das situagSes, horizontalmente a meia altura e aparafusadas entre si) 'A Figura 6 mostra um corte esquemitico de uma bomba centrifuga tipiea de média presso para pequenas vvazées ¢ pata funcionamento afogado ou com altura positiva, eixo horizontal e carcaga compacta, fluxo radial ‘com rotor fechado em mono-estigio de alta rotagdo, sucgao tinica, entrada axial e saida de topo. Figura 6 - Corte esquemitico de uma bomba centrifuga tipica 1.3. Grandezas caracteristicas Uma bomba destina-se a elevar um volume de fluido a uma determinada altura, num certo intervalo de tempo, consumindo energia para desenvolver este trabalho e para 0 movimento do fluido, implicando, pois, em um rendimento caracteristico. Estas so, entdo, as chamadas grandezas caracteristicas das bombas, isto &, Vazdio Q, Altura manométrica H, Rendimento Qe Poténcia P. 1.3.1. Altura manométrica ou Carga - H Altura manométrica de uma bomba é a capacidade de elevagio no ponto em que a bomba trabalha. E dada pela expresstio Miquinas Hidréulicas Demétrio Baraeat Fundagio Santo André yt H=h, +h, +h, +h, +~ Eq. 1 ena trent 4 onde: H = altura manomeétrica total; h,= altura estitica de sucgdo; hg= perda de carga na sucgio (inclu: h,= altura estatica de recalque; hye= perda de carga na linha do recalque; v-'2g = parcela de energia cinética no recalque (normalmente desprezivel em virtude das aproximagdes feitas no cdleulo da poténcia dos conjuntos elevatérios (Figura 7). e NPSH, que seré analisado posteriormente); Figura 7 - Elementos da altura manométri 1.3.2, Rendimentos 1.3.2.1, Perdas de Energia ‘A quantidade de energia elétrica a ser fornecida ao conjunto motor-bomba para que execute © recalque, nao é totalmente aproveitada para elevacdo do liquido, tendo em vista que nao & possivel a existéncia de méquinas que transformem energia sem consumo nesta transformagio. Como toda maquina consume energia para seu funcionamento, entio, haverd consumo no motor, na transformagdo da energia elétrica em mecénica e na bomba quando da transformagdio da energia mecdnica em hidraulica (Figura 8) 1.3.2.2. Rendimentos da bomba - ny, Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat Fundagio Santo Andre Rendimento de uma bomba € a relago entre a poténcia fornecida pela bomba ao liquido (poténcia iil) e a poténcia cedida & bomba pelo eixo girante do motor (poréncia motriz). Uma bomba recebe energia mecdnica através de um eixo e consome parcela desta ener para o funeionamento de suas partes méveis. Parte da energia cedida pelo rotor ao liquido perde-se no interior da prépria bomba em conseqiiéncia das perdas hidréulicas diversas, da recirculagtio © dos vazamentos, de modo que s6 parte da energia recebida do motor é convertida em energia hidréulica itil. Figura 8 - Esquema das demandas de energia nos conjuntos A relagiio entre a energia dtil, ou seja, aproveitada pelo fluido para seu escoamento fora da bomba (que resulta na poténcia ttil) e a energia cedida pelo rotor é denominada de rendimento hidrdulico interno da bomba. A relagio entre a energia cedida ao rotor e a recebida pelo eixo da bomba ¢ denominada de rendimento mecdnico da bomba. A relagio entre a energia til aproveitada pelo fluido para seu escoamento fora da bomba (poténcia Util) ea energia inicialmente cedida ao eixo da bomba é denominada rendimento hidrdulico total da bomba e & simbolizada por ny(Tabela 1). ‘Tabela 1 - Rendimentos hidraulicos aproximados das bombas centrifugas QWs) [5.0] 7.5 | 10 | 15 | 20 [25 [30 | 40 | 50 | 80 | 100 | 200 n(%) | 55 | 61 | 64 | 68 | 72 | 76 | 80 [83 | 85 | 86 | 87 | 88 A relago entre a energia cedida pelo eixo do motor ao eixo da bomba (que resulta na poténcia motriz) e a fornecida inicialmente a0 motor é denominada de rendimento mecdnico do motor, Yw(Tabela 2). A relagio entre a energia cedida pelo rotor ao liquido (que resulta na elevagao do fluido) e a fornecida inicialmente ao motor é chamada de rendimento total. © dada pelo produto 1 Ta Este rendimento é tanto maior quanto maior for a vazo de recalque para um mesmo tipo de bomba. cv |i [2 [3 [5 Jo [75] 10 [15 [20 [30 [40 [60 | 80 | 100 | 150 | 250 1% | 72 | 75 | 77| 81 [82 [83 [84 [85 | 86 [87 [88 [89 [89 [90 [91 [92 ‘Tabela 2 - Rendimentos mecAnicos médios 1.3.3. Poténcia solicitada pela bomba - Pp 18 Maquinas Hidréuticas Demétrio Barneat Fundagao Santo André Denomina-se de poténcia motriz (também chamada de poténcia do conjunto motor-bomba) a poténcia fornecida pelo motor para que a bomba eleve uma vaz30 Qa uma altura H. Nestes termos temos: Fq.2 Py = poténcia em [W], ‘y= peso especifico do liquido [Kg/ms] . Q=vazio {m*/s}, H = altura manométrica [m}, 11 = rendimento total (= n».mm ) Se quisermos expressar em cavalos-vapor - CV (unidade alema) 1QH Eq. 3 » 75 ou em HP (unidade inglesa) 10H Eq. 4 76n Nota: Embora sendo 1CV = 0,986HP, esta diferenga nto ¢ tio signifieativa, pois a folga final dada ao motor «€ arredondamento para valores comerciais de poténcia praticamente anulam a preocupagio de se trabalhar ‘com CV ou HP. Como & aproximadamente igual 1000 Kg/m para gua, entdo podemos empregar pss Bg.5 750 1.4, Curva caracteristica da bomba E a representagio grifica em um diagrama cartesiano da variagio das grandezas caracteristicas (Figura 9). Demétrio Baracat Maquinas Hide Fundagao Santo André 4" P Le cia |f 0 > vazio @ Figura 9 - Representagao grifiea de uma curva caracteris formato da curvas caracteristicas H x Q podem ser classificadas como: + flat - altura manométrica variando muito pouco com a variag&o de vazio; + drooping - para uma mesma altura manométrica podemos ter vazies diferentes; + steep - grande diferenga entre alturas na vazdo de projeto € a na vazo zero (ponto de shut off); + rising - altura decrescendo continuamente com o crescimento da vazio. As eurvas tipo drooping sto ditas instaveis e sto préprias de algumas bombas centrifugas de alta rotagao utilizadas em tubulagdes ¢ situagdes especiais, principalmente em sistemas com curvas de encanamento acentuadamente inclinadas. As demais sio consideradas estaveis, visto que para cada altura corresponde uma sé vazio, sendo a rising a de melhor operacionabilidade (Figura 10). 20 Demétrio Baracat ‘Maquinas Hidriulicas Fandagio Santo Rade steep Figura 10 - Tipos de curvas caracteristicas 1.5. Associagio de bombas A) Associagies tipicas Dependendo da necessidade fisica ou da versatilidade desejada nas instalages elevatérias 0 projetista pode optar por conjuntos de bombas em série ou em paralelo, Quando o problema é de altura elevada geralmente a solugio é 0 emprego de bombas em série e quando temos que trabalhar com maiores vazies a associagdio em paralelo é a mais proviivel. © conceito a ser utilizado é que bombas em série somam alturas e bombas em paralelo somam vazées. 2 Miiquinas Hidréulieas Demétrio Baracat Fundagao Santo André Na pratica, nos sistemas de recalque, isto dependeré do comportamento da curva caracteristica da bomba e da curva do encanamento, como estudaremos adiante. Para obtermos a curva caracteristica de uma associagao de bombas em série somamos as ordenadas de cada uma das curvas correspondentes. Exemplo: se quisermos a curva de duas bombas iguais dobram-se estas ordenadas correspondentes a mesma vazio. Quando a associago é em paralelo somam-se as abscissas referentes a mesma altura manométtic Nesta situagdo para duas bombas iguais dobram-se as vazées correspondentes (Figura ! 1). ‘curv dente A ‘curva para dusa bonbes ‘hem sete ‘curva para duns bombs & Figura 11 - Curvas caracteristieas de associagées de duas bombas iguais B) Bombas em paralelo E comum em sistemas de abastecimento de Agua, esgoto ou servigos industriais, a instalagio de bombas em paralelo, principalmente com capacidades idénticas. Esta solucdo torna-se viavel quando a vazao de projeto for muito elevada. No primeiro caso 0 emprego de bombas em paralelo se houver falha no funcionamento em uma das bombas no acontecera a interrup¢ao completa e, sim, apenas uma redugdo da vazio bombeada pelo sistema, No caso de apenas uma bomba aconteceria a interrupgio total, pelo menos temporiria, no fornecimento. 22 Maquinas Hidriiulicas Demétrio Baracat Fundagio Santo André Na segunda situago a associago em paralelo possibilitard uma flexibilizagdo operacional no sistema, pois como a vazio é varidvel poderemos retirar ou colocar bombas em funcionamento em fungdo das necessidades e sem prejuizo da vazao requerida. A associagao de bombas em paralelo, no entanto requer precaugdes especiais por parte do projetista. Algumas recomendagGes para instalagdes em paralelo so importantes + Vazao - uma bomba isolada sempre fornecera mais vazio do que esta mesma bomba associada em paralelo, com outra igual, porque a variag%o na perda de carga no recalque é diferente; + NPSH,- este seré maior com uma s6 bomba em funcionamento, pois neste caso a vaziio de contribuigéo de cada bomba seré maior que se a mesma estiver funcionando em paralelo; Para outras situagdes, como nos casos de associagiio com bombas diferentes, sistemas com curvas varidveis, bombas com curva drooping, por exemplo, as andlises tornam-se mais complexas, mas nio muito dificeis de serem desenvolvidas. C) Bombas em série Quando a altura manométrica for muito elevada, devemos analisar a possibilidade do ‘emprego de bombas em série, pois esta solug%io poderd ser mais vidvel, tanto em termos técnicos como econémicos. Como principal precaugio neste tipo de associag’o, devemos verificar se cada bomba a jusante tem capacidade de suportar as pressdes de montante na entrada e de jusante no interior da sua propria carcaga. Para melhorar a operacionabilidade do sistema & aconselhavel a associagio de bombas idénticas, pois este procedimento flexibiliza a manutengdo e reposigdo de pegas. D) Conclusdes ante da exposigdo anterior podemos coneluir que: na associagaio em paralelo devemos trabalhar com bombas com caracteristicas estiveis, que o didmetro de recalque seja adequado para nfo gerar perdas de carga excessivas € que a altura manoméiica final do sistema nunca ultrapasse a vazio zero de qualquer uma das bombas associadas (V. curvas do sistema); ona associagao em série selecionar bombas de acordo com as pressdes envolvidas; e,no geral, © selecionar bombas iguais para facilitar a manutengio; co indicar motores com capacidade de atender todos pontos de trabalho do sistema; ono caso de ampliagdes, conhecimento prévio das curvas das bombas do sistema em funcionamento. 23 Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat eed ae a E) Recomendagdes técnicas especiais Para projetos de estagdes elevatérias recomenda-se que, no caso de associagées em paralelo, 0 niimero fique limitado a trés bombas com curvas iguais e estaveis. Se houver necessidade do emprego de um ntimero maior ou de conjuntos diferentes, devemos desenvolver um estudo dos pontos de operagao, tanto nas suegdes como no ponto de unitio no recalque, principalmente para que nao hajam desniveis manométricos que prejudiquem as hipoteses operacionais inicialmente previstas. Quanto ao posicionamento das sucgdes apresentamos na Figura 12, algumas situagdes recomendadas para instalagdes bem como outras nfo recomendadas, mas que freqilentemente so encontradas por falta de uma otientagao técnica conveniente. ry ibe ber Figura 12 - Arranjos de suegdes Exemplo 1 Dado que a equagio hipotética de uma bomba centrifuga "A" é H = 70,00 - 0,00625Q* desenhar as curvas (a) caracteristica da bomba A, (b) de duas bombas A em série e (c) de duas bombas A em paralelo. 24 Maquinas Demétrio Baracat Fundasio Santo André Solugai (a) Compila-se uma tabela com os diversos valores de H encontrados a partir da equagdo H = 70,00 - 0,00625Q*, correspondentes aos valores de Q variando de 10 a 100 l/s & colocamos estes valores em um grdfico plano de H em fungio de Q, como na figura esquematizada abaixo da tabela. [Vario Q (Ws) [Altura '(m) 0 70,00 10 9.38. 20 67,50 30 64,38 40 60,00 30 54,38 60 47,50 | 70 39,38 80 30,00 90 19,38 100 7,50 Er} a H = 70-0,00625. a? ‘tara manamibienem eres Bele ° fo a 0 oo & 7 Wo oi ‘Veates emit ospersegundo Curva da bomba A (b) Idem para a equagao H = 2(70,00 - 0,00625Q°); H=270-0,00625.0%) . 0 0 0 Oo 0 om oO Ww (©) Idem para H = 70,00 - 0,00625((/2)* com Q variando de 10 a 200V/s. 25 as Hidriiulicas Demétrio Baracat Fundagao Santo André He Curvas das associagdes das bombas A em série e em paralelo 1.6, Semelhanga ou Similaridade E © conjunto de bombas de tamanhos diferentes porém com as mesmas proporgées, geometricamente semelhantes. Em uma série desta natureza temos: Q 4 ven A ) (2) Eqs. 6 ia} Dy onde: D = diémetro do rotor, H =altura manométrica, N = velocidade de rotagaio, P = poténcia, Q= vari. Estas expressbes indicam que um acréscimo no didmetro, mantendo-se a rotagdo constante, elevari a altura na razio do quadrado dessa variagio, a vaz%io no cubo ea poténcia requerida na quinta poténcia, 0 que pode trazer problemas para 0 motor caso 0 mesmo nao tenha nominalmente capacidade suficiente. De modo anélogo variagdes na rotagaio alteram linearmente a vazio, a altura na razio do quadrado do produto N x D e a poténcia exi no cubo daquela variagaio. 26 Maquinas Hidréuli Fundagio Santo André 8 Demétrio Baracat 1.6.1. Velocidade especifica E aquela que uma série homéloga teria para clevar na unidade de tempo, a uma altura unitéria, um volume unitério de 4gua com o maximo rendimento: Eq.7 ra 4 Nq=n Se N,< 80 = radial; Se 80 diagonal; SeN,> 150= axial. Concluimos que a determinagao da velocidade especifica permite a identificagao da bomba quanto ao escoamento interno, Ela é uma grandeza muito importante para o fabricante deste tipo de equipamento. Ela também € significativa no estudo da cavitagio, assunto que sera abordado a seguir. 1.7. Cavitagéo 1.7.1. Descrigéo do fenémeno Como qualquer outro liquido, a 4gua também tem a propriedade de se vaporizar em determinadas condigdes de temperatura e presstio. Ela, por exemplo, entra em ebuligo sob a pressio atmosférica local ao nivel do mar (pressao atmosférica normal) a 100°C. A medida que a pressio diminui a temperatura de ebuligfio também se reduz. Por exemplo, quanto maior a altitude do local menor ser a temperatura de ebuligdo (Vide Tabela 4). Em conseqiéncia desta propriedade pode ocorrer 0 fendmeno da cavitago nos escoamentos idrdulicos Chama-se de cavitagio 0 fendmeno onde ocorre a evaporagiio da Agua no interior dos condutos, quando as condigées de presstio caem a valores inferiores a pressio de vaporizagtio. No interior das bombas podem ocorrer zonas de vaporizagaio do liquido, devidas & propria natureza do escoamento ou a0 movimento de impulsdo recebido pelo liguido. Este efeito pode também acarretar cavitagio, formando-se bolhas de vapor tema. Caso a pressio do liquido na linha de sucgao caia abaixo da pressiio de vapor originardo bolhas de vapor que sero arrastadas pelo fluxo. Estas bolhas de vapor desaparecerio bruscamente, colapsando-se e condensando-se, quando alcangarem zonas de altas presses em seu caminho através da bomba. Como esta passagem da fase gasosa_para liquida é brusca, o liquido alcanga a superficie do rotor em alta velocidade, produzindo ondas de alta pressio em dreas reduzidas. Estas presses podem ultrapassar a resisténcia do metal e arrancar progressivamente particulas superficiais do rotor, inutilizando-o com o tempo. Na ocorréncia de cavitagio os ruidos e vibragdes so caracteristicos e quanto maior for a bomba, maiores serio estes efeitos. Além de provocar o desgaste progressivo até a inutilizago dos rotores e das paredes internas da bomba. Simultaneamente acarretara uma 27 Maquinas Hidriiuliens Demétrio Baracat Fundagao Santo André queda progressiva de rendimento, caso o problema nao seja corrigido. Nas bombas a cavitago geralmente ocorre por altura inadequada da sucga0 (problema geométrico), por velocidades de escoamento excessivas (problema hidréulico) ou por escorvamento incorreto (problema operacional). 1.7.2. NPSH Em qualquer célculo de altura de sucg4o de bombas tem de ser levada em consideragio que no deve ocorrer o fendmeno da cavitagao e, para que possamos garantir boas condigées de aspiragio na mesma, é necessario que conhegamos 0 valor do NPSH (net positive suction head). © termo NPSH (altura livre positiva de sucgdo) comumente utilizado entre os fornecedores, fabricantes e usuarios de bombas pode ser dividido em dois tipos: 0 requerido (NPSH,) ¢ 0 disponivel (NPSHe)- ONPSH,é uma caracteristica da bomba e pode ser determinado por testes de laboratério ou clculo hidréulico, devendo ser informado pelo fabricante do equipamento. Podemos dizer que NPSH, é a energia necessiria para 0 liquido vencer as perdas de carga desde o flange de suegao até as pas do rotor, no ponto onde o liquido recebe o incremento de velocidade. Em resumo PSH, é a energia do liquido que a bomba necessita para seu funcionamento interno. Normalmente, o NPSH, é fornecido em metros de coluna de agua (mea). ONPSHr pode ser calculado através da expressio: NPSHi 6. Hn Eq. 8 1, sendo @ onde 0 coeficiente de cavitagdo 6 pode ser determinado pela expressiio @ «(Ns um fator de cavitagdo que corresponde aos seguintes valores: > para bombas radiais => 0,0011; > diagonais = 0,0013; >» axiais => 0,00145. > © NPSH, é uma caracteristica do sistema e define-se como sendo a disponibilidade de energia que um liquido possui, num ponto imediatamente anterior ao flange de sucgo da bomba, acima de sua tenstio de vapor. Pode ser calculado através da expressio: NPSHd = + hy+ [(Pat ~ By) /y] - bes Eq.9 Em resumo, 0 NPSH;, € a energia disponivel que possui o liquido na entrada de suegfio da bomba, Portanto os fatores que influenciam diretamente 0 NPSH sdo a altura estética de sucsio, 0 local de instalagdo, a temperatura de bombeamento ¢ o peso especifico, além do tipo de entrada, didmetro, comprimento e acessorios na linha de sucgdo que vaio influenciar nas perdas de carga na sue¢o. Para que nao ocorra o fendmeno da cavitagao, & necessario que a energia que o liquide dispde na chegada da flange de sucgo, seja maior do que ele vai consumir no interior da bomba, isto 6, que o NPSH disponivel seja maior que o NPSH requerido, NPSH, > NPSH,.. Teoricamente ¢ recomendado uma folga minima de 5%, ou seja, NPSHg > 1,0SNPSH,, sendo esta folga limitada a um minimo de 0,30m, isto é, 1,0SNPSH, 2 NPSH,+ 0,30m. 28 Maguinas Hidriulicas Demétrio Baracat Fundagiio Santo André 1.7.3. Altura de succdo Chama-se de altura de sucedo a diferenga entre as cotas do eixo da bomba e o nivel da superficie livre da Agua a ser elevada, quando a agua na captagdio esti submetida a presstio atmosférica, Neste caso € fungdo da pressio atmosférica do local (Tabela 3). Na realidade a altura de suegao nao é limitada somente pela pressio atmosférica local, mas, também, pelas perdas de carga pelo atrito e pela turbuléncia ao longo da sucgao ¢ no interior da bomba até que o Iiquido receba a energia do rotor e, além disso, pela necessidade de evitar a cavitago. Como as condigdes de pressdio atmosférica variam de acordo com a altitude do local e as de presstio de vapor com a temperatura do fluido a recalcar, os fabricantes nto tém condigdes de fornecer a altura de suego da bomba, mas devem apresentar a curva de variagio do NPSHr, determinada nos laborat6rios da indastria (Vide Exemplo de célculo a seguir). 1.7.4, Vértice Denomina-se de vértice o movimento em espiral gerado a partir da superficie livre de um liquido quando este escoa por um orificio, quando este orificio encontra-se a uma profundidade inferior a um determinado limite. Como a entrada de agua na sueg30 de um bombeamento assemelha-se a situagdo descrita, se nfo tomadas agées para evitar este efeito, podera haver condigdes favordveis ao aparecimento do problema. O crescimento continuo do vértice pode dar origem & entrada de ar no interior da bomba provocando cavitagao no interior da mesma. Portanto o dimensionamento pogos de suc¢fio deve ser conduzido de modo a impedir a entrada de ar nas instalagbes. Algumas recomendagdes so bisicas para se evitar 0 fendmeno, a saber > 0 bocal de entrada da tubulagdo de sucgao deve distar das paredes pelo menos duas vezes 0 didmetro ¢ se submerso em pelo menos trés vezes (com um minimo de 0,50m); © bocal deve ter forma alargada (boca de sino) quando nao existir valvula de ou ctivo e com folga minima para o fundo do pogo de 0,5 a 1,5 vezes 0 didmetro da sucgao; > a largura (ou didmetro) do pogo de sucg&io multiplicada pela profundidade do liquido acima do bocal deve equivaler a uma érea, no minimo, 10 vezes maior que a segio horizontal do mesmo pogo; > avvelocidade de aspiragio seja inferior ao apresentado na Tabela 5. . 1.7.5. Escorvamento Escorvar uma bomba & encher de liquido sua carcaga ¢ toda a tubulagdo de sucgao, de modo que ela entre em funcionamento sem a existéncia de bolhas de ar em seu interior. No caso de bombas com sucgio positiva este escorvamento ¢ mantido com a utilizagio das vlvulas de pé, principalmente em sucg6es com didmetros inferiores a 400mm, sendo 0 enchimento executado através do copo de enchimento para pequenas bombas ¢ de by pass na valvula de retengio no recalque. Para grandes instalagdes recorem-se is bombas de vécuo ou ejetores. Para grandes valores de NPSHr utilizam-se instalagdes com bombas afogadas ou submersas, onde temos 0 chamado auto-escorvamento 29 Baracat Miquinas Hidréulicas Demét Fundagao Santo André 1.7.6. Precaucées contra o aparecimento de cavitacao Para evitar cavitagées nas instalagGes de bombeamento alguns procedimentos sto clementares, tanto na fase de projetos como na de operagao, a saber: > tubulagiio de sucgao a mais curta possivel; > escorvamento completo; > NPSH2 NPSH, + 0,30m; > medidas anti-vértices; > Timitagao da velocidade maxima de aspiragaio em fungdo do diametro (Tabela 5); > indicagio clara da posigdio de abertura e de fechamento das pegas especiais; » ligeira inclinagao ascendente em diregao a entrada da bomba nos trechos horizontais, (para facilitar o deslocamento das bolhas de ar na fase de escorvamento); > conextio da sucgdo com a entrada da bomba através de uma redugdio excéntrica (também para facilitar 0 escorvamento); > niio projetar registros nas sucgdes positivas; > emprego de crivos ou telas na entrada da sucgiio; > emprego de valvula de retengao nas sucgdes positivas; Didimetro (mm) | Velocidade maxima (m/s) 50 0.15, 75 110 100) 130 150 14s 200 1,60 | 250 1,60 5 170 00 1,80 ‘Tabela 5 - Maximas velocidades de sucgio Exemplo 2 (adaptado de Macintyre) Calcular a maxima altura estatica de aspirago de uma bomba com rotor de entrada bilateral, com dois estagios, a 1150rpm, devendo elevar 80 Us de Agua a 60°C, a 40m de altura manométrica. Sao, ainda, conhecidos as seguintes informagdes: pressiio atmosférica local, Pay = 0,98kgf/em’; energia cinética, v’/ 2g = 0,12m; perda de carga na suc¢ao, hy = 1,30 mea. Solugio: a) dados pesquisados para agua a 60°C presstio de vapor, hy, 60= 0,203 kgf/em?, peso especifico y = 983 kgflm? +. hy= (0,203 kgficm” / 983 kef.m") x 10.000 = 2,07 mea € Pam = (0,98 / 983) x 10.000 = 9,97 mea; b) expressio para céleulo : emi = ©) definigao do NPSH, am (hg, + V7/2g + hy+ NPSH, ) 30 Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat Fundagao Santo André [oo rotagio especifica Ns= || 2 NT 2 coeficiente de cavitagtio = (N.)"°, onde @ ¢ 0 fator de cavitagdo que correspondente ao valor para uma bomba radial => @ = 0,0011 2.6. (N,)"? = 0,0011x25,5" = 0,0825; altura diferencial de presto NPSH, = o . H = 0,0825x40 = 3,30 mea. d) maxima altura estatica de aspiragio 25,5 => bomba radial; Iigmins = 9,97 (1,30 + 0,12 + 2,07+ 3,30) = 3,18 m. “Alitade Toca ] Column deigua equivalente a presto re) imoafriea (| 30 T5a0 0 1,32 300 934 00 3.165 1500 8.693 20007 $107 2500, 7616 3000 71150 3500 6708 4000 6.288 500 589 3000 S311 ‘Tabela 3 - Pressio atmosférica em fungao da altitude “Tensio de vapor Temperatura CC) | mm Hg glew Densidade 456 10,0082 | 0,998 5 650 (0.0084 1,000. 10 9.19 ‘0.0125 | 0.9997 15 127 oo174 | 0.9991 20, 114 0.0238 | 0.9982 25 236 10,0322 | 0.9970 30. 31 0.0129 | 0.9967 35 ag (0.0572 0.994 40. 349) 0.0730 | 0.9922 a5 7A 0.0974 (0.9901 30, 920 0.1255 0.9880 35 175 10,1602 (0.9867 60) 148.8 ‘02028 | 0,9832 6 1869 02547 | 09811 70 233.1 03175 | 0.9788 75 288.5 0.3929 | 0.9759 80, 3546 o4g28 | 0.9728 85 4330 ‘0.3898 | 0.9693 90, 325.4 07149 | 0.9653 95 a7 0.8600 | _0,9619 1007 760.0 10333 0.9580 105; 06,0 12320 | 09549 110 1073.0 1.4609 [09515 Hs 1268.0 17260 [09474 120, Loko 2.0270 | 0.9430 ‘TABELA 4- Tensio de vapor e densidade da gua com a temperatura 31 Maquinas Hidréuticas Demétrio Baracat Fundagao Santo André 1.8. Operacionalidade das Bombas Centrifugas 1.8.1. Ocorréncias ‘As bombas centrifugas so equipamentos mecdnicos e, portanto, esto sujeitas problemas operacionais que vdo desde uma simples redugio de vazio até 0 ndo funcionamento generalizado ou colapso completo. Mesmo que o equipamento tenha sido bem projetado, instalado e operado, ainda assim estard sujeito 4 desgastes fisicos © mecénicos com o tempo. Os problemas operacionais podem surgit das mais diversas origens como imperfeiges no alinhamento motor-bomba, falta de lubrificag’o ou lubrificagdo insuficiente ou qualidade inadequada do lubrificante, posicionamento e aperto das gaxetas, localizagiio do equipamento, dimensionamento das instalagdes de sucgdo e recalque, bem como suas proprias instalagdes, fundagdes © apoios na casa de bombas, qualidade da energia fornecida, ete. A entrada de ar, sentido de rotagao invertida do rotor e entrada de s6lidos no interior das bombas também so ocorréncias, principalmente nas fases iniciais de operagio do bombeamento. De um modo geral ao operar uma bomba com vaziio reduzida implica em aumento do empuxo radial e da temperatura do liquido bombeado, além de gerar um retorno de fluxo, extremamente prejudicial estrutura do rotor. Por outro lado vazies excessivas provocam aumento do NPSH, ¢ redugiio do NPSH, e, conseqilentemente, aumentando a possibilidade de surgimento de cavitagao, Também o excesso de vazio aumentara a poténcia requerida podendo, com isso, causar danos significativos ao sistema de fornecimento de energia mecéinica (motor). Os principais defeitos que ocorrem em bombas centrifugas stio descarga insuficiente ou nula, pressio deficiente, perca da escorva apés partida, consumo excessivo de energia, rapidos desgastes dos rolamentos e gaxetas, aquecimentos, vibragdes ¢ ruidos. E as principais causas so presenga de ar ou vapor d’égua dentro do sistema, valvulas pequenas ui inadequadamente abertas, corpos estranhos no rotor, problemas mecdnicos, refrigeragZo inadequada, lubrificagfio ma executada, desgaste dos componentes, desvios de projeto erros de montagem, 1.8.2. Procedimentos de manutengao preventiva Em um programa de manutengdo na operagto de uma estagao elevatoria, é indispensivel que sejam feitas observagées e inspegdes didrias, mensais, semestrais ¢ anuais, em todas as, instalagdes eletromecdnicas. Diariamente 0 operador deverd anotar, caso ocorram, variagdes de corrente, temperaturas excessivas nos mancais da caixa de gaxetas, vibragdes anormais e ruidos estranhos. O surgimento de alteragdes como estas, indicam a necessidade imediata de inspegdes corretivas. Como procedimentos preventivos, mensalmente deverdo ser verificados 0 alinhamento do conjunto moto-bomba, a lubrificagto das gaxetas, a temperatura dos mancais e os niveis do leo € corrigi-los, se necessério. Semestralmente o pessoal da manuteng&o deverd substituir 0 engaxetamento, verificar o estado do eixo e das buchas quanto a presenga de estrias ¢, através da caixa de gaxetas, examinar 0 alinhamento € nivelamento dos conjuntos motores-bombas e verificar se as 32 Maquinas Hidréulicas Demétrio Baracat Fundagao Santo André tubulagées de suegao ou de recalque estdo foreando indevidamente algumas das bombas e, finalmente, medir as presses nas entradas e saidas das bombas. Independente de eventuais corregies, anualmente devem ser providenciadas uma revistio geral no conjunto girante, no rotor e no interior da carcaga, verificar os intervalos entre os fnéis, medir a folga do acoplamento, substituir as gaxetas, Vocal © leo e lubrificar os arses ef elaro que esse acompanhamento sistemético nfo di garantias que no corer tm situagdes emergenciais, mas a certeza que este tipo de ocorréncia seré muito mais raro é inquestiondvel. 1.10, Informagées Complementares 1.10.1. Namero de conjuntos Um sistema de abastecimento da égua nfo pode sofrer descontinuidade sob pena ¢® tot 8 Cfeigneia, medida pelo bindmio quantidade e qualidade, comprometida, 1 tecnicamente mizeivel que em linhas por recalque o bombeamento seja intetrompido Por falta de Trncionamento dos equipamentos de pressurizagio em decorréncia de problemas mecénicos rnormais, de manutengo preventiva, etc. Para que tal situagdo nfo ocorra, as estagdes elevat6rias deverto ser dimensionadas com conjuntos de reserva de modo que na impossibilidade de funcionameit de alguma mndguina, esta seja substituida por outra de igual capacidade pare ‘manter 0 pleno fanvionamento da linha, O niimero de conjuntos de reserva deve str compativel com as sandizoes operacionais e deve contar com pelo menos, um conjunta de reserva. 1.10.2. Selegao ‘Silo condigdes fundamentais para selegaio das bombas, as caracteristicas do escoamento, ou Seja, 0 ponto de funcionamento do sistema, a natureza do proto, propriedades da 4gua a ae rrcada, os equipamentos existentes no mercado ¢ a simiaridade com © {jd instalados fe em operagdo para flexibilizar a reposigao de pegas defeituosas ou desgastadas. Além Sisco, tambem deve ser elaborado um estudo intensivo da dimen io da obra e etapas de construgéio, e um programa de que facilite a operagdo e manutengao dos servigos 1.10.3. Manual de instrugées Seguit as instrugdes recomendadas pelos, fabricantes dos equipamentos quanta a sua instalagdio, operagdo e manutengdo € essencial para um bom ‘desempenho e garantia técnica dios conjuntos. Para grandes maquinas os fabricantes, geralmen'ey ‘além de fornecerem os manuals acompanham supervisionando toda a montagem ¢ © funcionamento inicial visando cortigir eventuais problemas na montagem, tais como desalinhamentos, fundagdes, apoios, corte bamentos conexdes com as tubulagies, operagdes de partida e manobras das valvulas e parada, etc. 1.10.4. Casa de bombas 33 As bombas deverao estar alojadas em uma edificagdo denominada de casa de bombas. Este edificio deverd ter dimensdes tais que permitam montagens e desmontagens dos equipamentos ¢ circulagio de pessoal de operagao © manutengao, de acordo com as normas téenicas em vigor e com as recomendagdes dos fabricantes. Por exemplo, um espago minimo de 1,50m entre cada conjunto, Também deve ter espago e estrutura para instalagéo de equipamentos de manutengao e servigo tais como vigas (para instalago de pérticos, talhas, pontes rolantes, jacarés, macacos hidrdulicos, ete) e aberturas em pisos e paredes. Estudos sobre a io dos equipamentos ¢ drenagem dos pisos so essenciais. Na elaboragtio de projeto arquitetonico & importante o estudo da iluminagao, ventilago aciistica. O emprego de degraus deve ser restrito, mas sempre que utilizados hd necessidade de corrimdes. O piso deve ser tal que impega ou minimize efeitos de escorregamento sobretudo sob 0 uso de botas de borracha muito utilizadas pelo pessoal de manutengao, 1.10.5. Acessérios e dispositivos complementares Sao procedimentos convencionais 0 emprego de registro nas sucgdes afogadas (nunca acima do nivel da agua) © somente em casos justificados poderio deixar de serem instalados registros de manobras e valvulas de retengo apés bomba. Nas suegdes positivas torna-se obrigatério o emprego de valvulas de pé para manutengdo do escorvamento, Em qualquer situagdo devemos instalar crivos ou telas na entrada da sucgao, Instalagdes de manémetros na entrada da bomba e na saida também sto muito importantes nas tarefas de inspegdo do equipamento. A conexiio da tubulagao horizontal de sucgiio, quando existir, deverd ser tal que a entrada da bomba seja feita através de uma redugdo excéntrica voltada para cima de modo a facilitar 0 escorvamento do trecho a montante. Todas as tubulagdes deverdo ser dispostas de maneira que possam permitir reparos & manutengao das pegas especiais e conexdes com um minimo de perturbagdes ao sistema, principalmente sem provocar tracionamentos nas demais pecas da tubulagao ou na flange de sucgio e recalque da bomba. As conexdes aparentes deverao ser em ferro fundido flangeado (juntas rigidas) e com uso juntas de dilatagio de ficil desmontagem (juntas gibault, por exemplo) visto que estas tubulagdes esto sujeitas 8s intempéries, vibragdes choques acidentais no dia a dia operacional. Em tubulagdes com didmetros inferiores a 100mm poderdo ser empregados tubos galvanizados rosquedveis, por questdes econdmicas. O projeto das tubulagdes deve evitar a0 maximo alargamento ou redugdes bruscas na continuidade das segdes 34

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