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COM TODO O CORAÇÃO

– O principal Mandamento da Lei. Amar com todo o nosso ser.

– Amar a Deus também com o coração.

– Manifestações de piedade.

I. AMAR A DEUS não é simplesmente uma coisa muito importante para o


homem: é a única que importa absolutamente, aquilo para que foi criado e,
portanto, a sua ocupação fundamental aqui na terra e, depois, a sua única
ocupação eterna no Céu. Sem isso, a vida do ser humano fica vazia. Como
eram inteiramente acertadas as palavras que uma alma que muito amou o
Senhor deixou escritas depois de uma vida de inúmeros sofrimentos físicos: “O
que frustra uma vida – escreveu numa pequena nota – não é a dor, mas a falta
de amor”! Este é o grande fracasso: não termos amado; termos feito talvez
muitas coisas na vida, mas não termos levado a bom termo o que realmente
importava: o amor a Deus.

Lemos hoje no Evangelho da Missa1 que, com ânimo de tentá- lo, de


tergiversar as suas palavras, um fariseu aproximou-se de Cristo e
perguntou-lhe: Mestre, qual é o principal mandamento da Lei? Talvez
esperasse ouvir alguma coisa que lhe permitisse acusar Jesus de ir contra a
Escritura. Mas Jesus respondeu-lhe: Amarás o Senhor teu Deus com todo o
teu coração, e com toda a tua alma, e com todo o teu entendimento. Este é o
maior e o primeiro mandamento. Deus não pede para si um cantinho no nosso
coração, na nossa alma, na nossa mente, ao lado de outros amores: quer a
totalidade do amor. Não um pouco de amor, um pouco de vida, mas a
totalidade do ser. “Deus é tudo, o Único, o Absoluto, e deve ser amado ex toto
corde, absolutamente”2, sem limites nem medida.

Cristo, Deus feito homem que vem salvar-nos, ama-nos com um amor único
e pessoal; “é um amante ciumento” que pede todos os nossos afectos. Espera
que lhe entreguemos aquilo que temos, seguindo a vocação pessoal a que um
dia nos chamou e a que continua a chamar-nos diariamente no meio dos
nossos afazeres.

“Deus tem o direito de nos dizer: – Pensas em Mim? Tens presença de


Mim? Procuras-me como teu apoio? Procuras-me como Luz da tua vida, como
couraça..., como tudo?

“– Portanto, reafirma-te neste propósito: nas horas que a gente da terra


qualifica como boas, clamarei: Senhor! Nas horas que chama de más, repetirei:
Senhor!”3

Todas as circunstâncias devem servir-nos para amá-lo com todo o coração,


com toda a alma, com todo o espírito..., com toda a nossa existência. Não só
quando vamos ao templo para visitá-lo, para comungar..., mas no meio do
trabalho, quando chega a dor, o fracasso, ou uma boa notícia inesperada.
Temos que dizer-lhe muitas vezes na intimidade do nosso coração: “Jesus, eu
te amo, aceito esta contradição com paz por Ti, terminarei esta tarefa com
perfeição porque sei que Te agrada, que não Te é indiferente que a faça de um
modo ou de outro...” Agora, na nossa oração, podemos dizer-lhe: “Jesus, eu te
amo..., mas ensina-me a amar-Te”; que eu aprenda a querer-Te com o coração
e com as obras.

II. DÁ- ME, MEU FILHO, o teu coração, e põe os teus olhos nos meus
caminhos4.

Ao comentar o preceito de amar a Deus com todo o coração, São Tomás


ensina que o princípio do amor é duplo, pois pode-se amar tanto com o
sentimento como pelo que a razão nos diz. Com o sentimento, quando o
homem não sabe viver sem aquilo que ama. Pelos ditames da razão, quando
ama aquilo que o entendimento lhe diz. E nós devemos amar a Deus de ambas
as maneiras: também com o nosso coração humano, com o afecto com que
queremos às criaturas da terra5, com o único coração que temos. O coração, a
afectividade, é parte integrante do nosso ser. “Sendo homens – comenta São
João Crisóstomo contra a seita maniqueia, que considerava os sentimentos
humanos essencialmente maus –, não nos é possível carecer por completo de
emoções; podemos dominá-las, mas é impossível viver sem elas. Além disso, a
paixão pode ser proveitosa, se soubermos usá-la quando necessário”6.

O amor que contemplamos em Jesus Cristo quando lemos o Evangelho é


humano e sobrenatural: cheio de calor, de vibração, de ternura..., quando se
dirige ao seu Pai celestial e quando está com os homens. Comove-se ao ver
uma mãe viúva que perdeu o seu único filho, chora por um amigo que morreu,
sente a falta de gratidão de uns leprosos que tinham sido curados por Ele da
sua doença, mostra-se sempre cordial, aberto a todos, mesmo nos momentos
terríveis e sublimes da Paixão... Nós, que desejamos seguir Cristo muito de
perto, ser de verdade discípulos seus, temos de recordar que a vida cristã não
consiste “em pensar muito, mas em amar muito”7.

No nosso íntimo, experimentamos muitas vezes a nossa indigência, a


necessidade de ajuda, de protecção, de carinho, de felicidade... E esses
sentimentos, às vezes muito profundos, podem e devem ser veículo para
procurarmos a Deus, para lhe dizer que o amamos, que temos necessidade da
sua ajuda, para permanecer junto d’Ele. Se a nossa conduta fosse somente
fruto de escolhas racionais e frias, ou pretendêssemos ignorar a vertente
afectiva do nosso ser, não viveríamos integramente como Deus quer, e a longo
prazo seria possível que nem sequer o amássemos. Deus nos fez com corpo e
alma, e é com todo o nosso ser – coração, alma, forças – que devemos amá-lo,
diz-nos Jesus Mestre.

Pode acontecer de vez em quando que nos encontremos frios e apáticos,


como se o coração tivesse adormecido, pois os sentimentos apresentam-se e
desaparecem de maneira às vezes imprevisível. Não podemos então
resignar-nos a seguir o Senhor de má vontade, como quem cumpre uma
obrigação onerosa ou toma um remédio amargo. É necessário empregar os
meios para sair desse estado, se, mais do que uma purificação passiva – que o
Senhor pode permitir –, se trata simplesmente de tibieza, de falta de amor
verdadeiro. Temos de amar a Deus com a vontade firme e, sempre que seja
possível, com os sentimentos que o coração encerra; com a ajuda do Senhor, a
maior parte das vezes será possível despertar os afectos, acender novamente
o coração, ainda que falte uma ressonância interior de complacência.

Em outras ocasiões, Deus trata-nos como uma mãe carinhosa que, sem que
o filho o espere, lhe dá um doce como prémio ou, simplesmente, quer
manifestar-lhe todo o seu afecto. E esse filho, que sempre amou a sua mãe,
fica imensamente feliz e até se oferece voluntariamente para fazer o que seja
preciso, no seu desejo de mostrar-se agradecido. Mas sem dúvida repudiará
todo o pensamento que possa induzi-lo a pensar que a sua mãe não o ama
quando não lhe dá guloseimas, ou – se tem um mínimo de senso comum –
quando lhe faz uma correcção ou quer levá-lo ao médico. Assim devemos
comportar-nos com o nosso Pai-Deus, que nos ama muito mais. Nas épocas
difíceis, devemos recordar os tempos dos consolos sensíveis, para tirar forças
e persistir com mais generosidade na luta diária, sabendo que a essência do
amor não está nos sentimentos.

III. O MEU CORAÇÃO tornou- se como cera, derrete- se dentro das minhas
entranhas8, diz a Escritura.

É preciso cultivar o amor, protegê-lo, alimentá-lo. Evitando o


sentimentalismo, devemos praticar as manifestações afectivas da piedade –
sem reduzir o amor a essas manifestações –, pôr todo o coração ao beijarmos
um crucifixo ou ao olharmos uma imagem de Nossa Senhora..., e não querer ir
para Deus somente “à força de braços”, pois a longo prazo isso traz fadiga e
empobrece o trato com Cristo. Não devemos esquecer que o coração é um
precioso auxiliar nas relações com Deus.

“A tua inteligência está obtusa, inactiva. Fazes esforços inúteis para


coordenar as ideias na presença do Senhor; um verdadeiro entontecimento! –
Não te esforces nem te preocupes. – Escuta-me bem: é a hora do coração”9. É
o momento talvez de dizer ao Senhor umas poucas palavras simples, como
quando éramos crianças; de repetir com atenção jaculatórias cheias de
piedade, de carinho; porque os que andam pelos caminhos do amor de Deus
sabem até que ponto é importante fazer todos os dias as mesmas coisas:
palavras, acções, gestos que o amor transfigura diariamente em outros tantos
actos por estrear10.

Para amar a Deus com todo o coração, temos de recorrer com frequência à
Santíssima Humanidade de Jesus – e talvez ler durante uma temporada uma
biografia de Cristo –: contemplá-lo como perfeito Deus e como Homem perfeito,
observar o seu comportamento com os que o procuram: a sua compaixão
misericordiosa, o seu amor por todos. De modo especial, meditaremos a sua
Paixão e Morte na Cruz, a sua generosidade sem limites quando mais sofre.
Noutros casos, dirigir-nos-emos a Deus com as mesmas palavras com que o
amor humano se expressa, e até poderemos converter em verdadeira oração
as canções que falam desse amor nobre e limpo.

O amor a Deus – como todo o amor verdadeiro – não é só sentimento; não é


sentimentalismo vazio, pois deve conduzir a muitas manifestações operativas;
e além disso, deve comandar todos os aspectos da vida do homem. “«Obras é
que são amores, não as boas razões». Obras, obras! – Propósito: continuarei a
dizer-Te muitas vezes que Te amo – quantas não Te terei repetido hoje! –;
mas, com a tua graça, será sobretudo a minha conduta, serão as bagatelas de
cada dia que – com eloquência muda – hão de clamar diante de Ti,
mostrando-Te o meu amor”11.

(1) Mt 22, 34-40; (2) F. Ocáriz, Amor a Dios, amor a los hombres, 4ª ed., Palabra, Madrid, 1979,
pág. 22; (3) cfr. São Josemaría Escrivá, Forja, n. 506; (4) Prov 23, 26; (5) cfr. São
Tomás, Comentário ao Evangelho de São Mateus, 22, 4; (6) São João Crisóstomo, Homilias
sobre o Evangelho de São Mateus, 16, 7; (7) cfr. João Paulo II, Homilia, Ávila, 1-XI-1982; Santa
Teresa de Jesus, Castelo interior, IV, 1, 7; (8) Sl 21, 15; (9) São Josemaría Escrivá, Caminho,
n. 102; (10) cfr. J. M. Escartin, Meditación del Rosario, 3ª ed., Palabra, Madrid, 1971, pág. 63;
(11) São Josemaría Escrivá, Forja, n. 498.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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