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Refletindo sobre Jesus, os recursos humanos e as relações interpessoais

Sandra Maria Borba Pereira

"Eis que vos envio, dois a dois..." Jesus

Incansavelmente os Espíritos Superiores nos têm alertado sobre o manancial


inesgotável que é o Evangelho do Cristo, fonte de esclarecimento e consolo para
quantos lhe buscam as lições imorredouras.

A cada leitura, novas descobertas. A cada nova descoberta, novos conhecimentos


se articulam, se refundem, se superam.

Em certa passagem surge o terapeuta Jesus; em dezenas de outras, o Mestre e


Educador da Humanidade se evidencia; nas narrativas surge o repórter de seu
tempo. Poesia, história, antropologia cultural, ética, ciência da observação, lógica
são alguns dos temas que preenchem o texto/contexto dos evangelhos.

Em recente estudo junto a um grupo de companheiros das terras pernambucanas


debatemos sobre as contribuições do Cristianismo sobre o tema dos Recursos
Humanos e do trabalho em grupo. Eis abaixo algumas idéias que julgamos
oportunas socializar com os trabalhadores das lides espiritistas;.

Jesus atua em conjunto, apesar de sua grandeza espiritual

— Espírito puro e governador espiritual da Terra, Jesus não prescinde da


participação de outros espíritos de condição espiritual inferior a dele para o
desenvolvimento de sua tarefa. Ele era e é o Messias esperado mas se faz
articulador de um grupo testemunhando com o próprio exemplo que tudo no
Universo nos revela a idéia de cooperação. Em tarefa de redenção espiritual de
elevado porte, faz-se acompanhar de uma falange invisível e de um punhado de
homens e mulheres carregando consigo conquistas e débitos espirituais. Atua em
conjunto, investindo no potencial do grupo, ainda que reconhecesse suas
fragilidades. Dá o apoio mas deixa que cada um cumpra a cota de serviço
necessária ao processo de crescimento individual e coletivo.

Jesus constitui um grupo de trabalho com pessoas diferentes

— É curioso observar o grupo constituído por Jesus, ainda que poucas informações
tenhamos sobre a maioria dos seus discípulos. Pelas Escrituras Sagradas sabemos
que foram discípulos do Mestre, em sua maioria, homens simples do povo embora
do grupo participasse um coletor de impostos ( Mateus). São jovens, adultos e
quase idosos, com características bastante heterogêneas: impetuosidade (Pedro),
desconfiança( Tomé) ; entusiasmo (Tiago, filho de Zebedeu) ; circunspecção (Tiago,
filho de Alfeu); docilidade (João), imediatismo (Judas Iscariotes). Essa miscelânea
torna o Colégio Apostólico uma curiosa representação da variada espécie humana
com suas poucas virtudes e muitas imperfeições. É que o Salvador aposta na
diversidade capaz de fortalecer a unidade em torno de um fim comum.

A unidade do grupo se dá em torno do objetivo comum

— O Mestre, o líder por excelência, identifica claramente o objetivo comum como o


elo capaz de unir personalidades tão diferentes, evitando que os interesses
pessoais ou de "panelas" se tornassem a tônica do trabalho do grupo. Jesus
demonstra que criaturas diferentes podem se completar auxiliando, com as próprias
diferenças, a concretização do objetivo. Em inúmeras passagens nos demonstra a
necessidade da superação das divergências quer através do estímulo à
reconciliação quer pela ênfase constante quanto aos fins a que se propõe a obra do
Cristianismo ou mesmo quando adverte os que buscam privilégios na coletividade.

Jesus respeita a individualidade que não mais se harmoniza com o objetivo


comum do grupo

— Se o objetivo comum é o elo capaz de manter unido um grupo de pessoas


diferentes, nada mais natural que as criaturas deixem de se sentir estreitamente
vinculadas ao grupo quando não mais se harmonizam com os objetivos centrais,
quando "pendem" para outros objetivos. "Aquele que quiser vir após mim, tome a
sua cruz e siga-me", afirmou o Cristo mas igualmente lembrou que há chamados e
escolhidos, demonstrando o respeito às opções individuais. Exemplo claro de Sua
posição se encontra no célebre diálogo com o moço rico e o exemplo máximo é Sua
maneira de receber Judas quando do momento de sua prisão, saudando-o
fraternalmente : "A que vieste, amigo?" Nenhuma crítica mordaz, nenhuma
cobrança. Só o respeito e a confiança no futuro.

O Mestre divide tarefas e amplia gradativamente seu grupo de trabalho

— O árduo trabalho do Cristianismo nascente se assenta na divisão de tarefas e no


gradativo aumento, pela adesão aos objetivos, dos seguidores do Nazareno. Envia
seus discípulos para o cumprimento de atividades várias: o provimento de
necessidades básicas, a divulgação da palavra, a assistência aos necessitados,
dentre outras. Escolhe seu "colégio apostólico" para posteriormente enviá-lo em
tarefas, dois a dois; em seguida chama 72 e culmina sua ampliação do grupo mais
direto de trabalho ao convidar os 500 da Galiléia para a ação evangelizadora no
mundo. Isso sem contar com os corações sensíveis que O seguiam e os convertidos
que se tornaram cooperadores de Sua obra.

O Senhor exige respeito pelas outras pessoas que se identificam com o


objetivo do grupo, ainda que nele não esteja

— Causa-nos um certo estranhamento a reação do grupo de discípulos do Senhor


que relatam com certo tom de vaidade a atitude de admoestação que tomaram em
relação a um estranho que curava e pregava em nome de Jesus... sem pertencer
diretamente ao grupo dos 12. Grande é a resposta do Mestre "Aquele que não é
contra nós é por nós". É o bom senso crístico nos auxiliando a ter mais largueza de
vistas, a superarmos nossas visões "partidárias", a buscarmos o verdadeiro sentido
da fraternidade, a nos libertarmos das "panelas" ou posturas sectárias.

O Messias vai buscar "reforços" em pessoas "fora" do grupo mas


identificadas com o mesmo fim

— Evitando o espírito de "privilégio" e o sentido de "castas", Jesus busca em outros


companheiros que não do seu colégio apostólico para compor sua equipe de
trabalho. É assim com Lázaro e suas irmãs. O exemplo mais forte, porém, é o do
apóstolo Paulo, "... o vaso escolhido pelo Senhor..."segundo o Atos dos Apóstolos.
Essa postura possibilita a ampliação dos quadros de colaboradores, evitando o
exclusivismo de raça, seita ou posição pessoal. Aqueles a quem o Senhor busca e
encontra (a postos), ainda hoje, se convertem, pelo seu esforço e abnegação, em
"cartas vivas do Cristo", identificadas plenamente com seus objetivos.

Como líder, Jesus trabalha a auto-estima do grupo, buscando manter sua


motivação interna

— "Vós sois a luz do mundo", "Vós sois o sal da terra", "Chamo-vos amigos...", são
algumas das palavras de estímulo e emulação que Jesus utiliza junto aos discípulos
e às multidões. Esse encorajamento se tornará fundamental na hora do
testemunho. É necessário, nos demonstra o Salvador, trabalhar a auto-estima do
grupo para que o desânimo, o conformismo ou a insegurança não comprometam a
dinâmica da tarefa a ser desenvolvida. Os diálogos mais íntimos os desconhecemos
mas temos certeza de sua existência e eficácia pelos desdobramentos posteriores à
crucificação.

Como líder Jesus não se coloca afastado ou superior ao grupo mas nele se
engaja concretizando a idéia de conjunto

— "O filho do homem não veio para ser servido mas para servir".Essas palavras
foram concretizadas no dia a dia dos labores do Evangelho. Jesus não "ordena",
simplesmente. Participa, se envolve com a multidão, faz sua parte contribuindo
para a harmonia da tarefa. Não se isola do grupo mas mantém-se ligado inclusive
afetivamente aos companheiros de lutas redentoras. "Estarei convosco ..." é a
promessa do Senhor.

Jesus estabelece um critério para reconhecimento interno do grupo, no


campo das relações interpessoais

— "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei"é o novo mandamento. Novo devido
ao modelo de amor que o Mestre exemplificou. Este é o critério de reconhecimento
dos irmãos : o amor recíproco, o esforço para a vivência da legítima solidariedade.
O Messias ainda apresenta inúmeras sugestões no âmbito das relações entre os
discípulos : tolerância, companheirismo, perdão, oração, diálogo são alguns
exemplos que encontramos nas páginas do Evangelho.

Jesus estabelece um critério para os que estão fora reconhecerem seus


discípulos

"Nisto todos reconhecerão que sois os meus discípulos : se vos amardes uns aos
outros." É a lição da coerência. Se houver o amor entre nós, os que estão "fora"
testemunharão o esforço de vivência evangélica dos seguidores do Mestre. Isso
implica em responsabilidade nos nossos atos, palavras, pensamentos e
sentimentos. Sem esse testemunho não poderemos ser reconhecidos como
verdadeiros cristãos e, por conseqüência, não operaremos nossa tarefa na Terra.

Como podemos observar, o Evangelho é inesgotável manancial de lições a serem


meditadas, sentidas e vividas por todos nós que pretendemos ser chamados de
cristãos.

O trabalho em equipe ou grupo, como queiram, é dos mais produtivos, mecanismos


de evolução espiritual pelas exigências de auto-educação de que se revestem.
Resultam do esforço coletivo o auto-conhecimento, a construção das sólidas
amizades baseadas em laços espirituais, o cultivo do trabalho e das virtudes a fim
de que, como nos recomenda O Evangelho Segundo o Espiritismo, ".. o Senhor
encontre concluída a obra", apesar das diferenças individuais. É a lição da "equipe",
do "time", do "grupo verdadeiro", qualquer que seja a nomenclatura desejada. Não
são as expressões da linguagem que contam : é a parte boa que cada um pode dar
na construção do todo a serviço de todos.

Redação || jornal@feparana.com.br

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