Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
II
que praticou outro mal. O seu sentido est ligado ideia de castigo,
expiao, o que tem a ver com a ideia religiosa de punio por um certo
pecado.
Diga-se ainda que, a suposio de uma culpa que deve ser retribuda
no pode, s por si, levar aplicao de uma pena; a culpa individual
est ligada existncia da liberdade da vontade (o livre arbtrio), que
indemonstrvel, como, de resto, admitem os prprios partidrios da
teoria da retribuio. Essa impossibilidade de demonstrao da
liberdade da vontade impede que ela possa funcionar como nico
fundamento da interveno do Estado.
Alm disso, nos termos desta teoria nada obstaria a que fosse aplicada
uma pena ressocializadora quando algum mostrasse uma forte
perigosidade criminal, sem que se provasse que a pessoa tinha cometido
um facto punvel concreto. Ela permitiria limitar a liberdade individual
muito para alm do que admissvel e desejvel num Estado de Direito
democrtico. Com base nesta teoria possvel, nomeadamente, um
60
que cometeu o crime, mas sim nos seus efeitos intimidatrios sobre a
generalidade das pessoas. A pena tem por fim intimidar as pessoas para
que elas no cometam crimes.
3.6. Crtica
Kant e Hegel diziam contra esta teoria que, se o fim da preveno geral
intimidar os outros, ento utiliza-se o delinquente como exemplo para
os outros; transforma-se a pessoa em objecto para se alcanar um fim, o
que incompatvel com a dignidade humana. Esta a crtica tradicional
teoria da preveno geral.
Outra crtica de que tem sido alvo a preveno geral a de que ela, tal
como a preveno especial, no apresenta qualquer critrio de limitao
da durao da pena, podendo, no caso concreto, ser ultrapassada a
medida da pena desejvel e permitida num Estado de Direito
democrtico. Portanto, hveria sempre o perigo de a preveno geral se
transformar em terror estatal, pois as penas mais graves so mais
intimidativas.
4.1. Crtica
6.1. Crtica
Esta teoria recusa a retribuio como fim da pena. Segundo ela, a pena
s tem fins preventivos gerais e especiais.
68
Roxin sustenta que "o ponto de partida de todas as teorias da pena tem
que estar no reconhecimento de que o fim da pena s pode ser um fim
de preveno". Pois, como as normas penais s so justificadas se
visarem a proteco da liberdade individual ou de uma ordem social
que a sirva, a pena concreta s pode servir para realizar essa funo se
prosseguir fins preventivos.