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8 O EXAME DE SENTENCAS DA JURISDICAO BRASILEIRA PELA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS Eduardo Talamini ‘Mestre e Doutor pela Faculdade de Direito da USP. Advogado em Causitiba e Sto Panlo, Professor de Dircito Processval. Sumitio: 1. Introdugio. 2. O objetivo do ensaio. 3. A ex- perigncia eusopéia: 0 modelo da Convengio Européia de Direitos Humanos. 4, O sistema interamericano de protega0 dos dtsitos do homem. 5. A eficicia da sentenga interamericana 6.A sentenga interamericana ca sentenca brasileira acobertada pela coisa julgada. 7. Conclusfo: a evolucio e os limites do controle supranacional. 8. Bibliografi 1. Introdugdo Em 2003, quando eu elaborava tese a tespeito da coisa julgeda ¢ seus meios de revisio no direito brasileiro, pareceu-me inicialmente que o exame de decisdes jurisclicionais estatais por cortes internacionais constituria um tema patalelo Aquele a que entio estava precipuamente me dedicando, Assim, além da tese, comecei a claborar ensaio sobre este assunto. Mas, a0 comegat a desenvolvé-lo, fai logo me convencendo de que no se tratava de tema me- Me Bpusapo TaLwant samente afim Aquele da tese. Mais do que isso, ele havera de integra, pelas rardes adiante expostas. Por isso, abandonei o ensaio avulso ¢ passei & dedi- ‘cat-me ao tema como um novo capitulo da tese (ora jé publicada como li- ‘10, ob o tial Cai julada cua revs, Sto Paulo, RT, 2005. O tema da revi so da coisa julgada pela Corte Interamericana 6 objeto de seu capitulo 12) ‘Ao teceber honroso convite para participar desta justa homenagem 20 Prof José Carlos Barbosa Moreia, pareceu-me que era o caso de retomar — € restaurar~o ensaio que fora transformado em capiclo do livro, Entre os muitos temas a que o Prof. Barbosa Moreira tem dedicado sua erudicao e perspicicia, esti o da impugnagio das decisées judicais, inclusive quando revestidas pela coisa julgada, O seus Comentinis o Cidigo de Praesio Cl, dedicados aos ttalos “Dos procestos nos tribunais” e “Dos recursos”, constitwem obta fundamen. ‘al na iteraturajuridica brasileira. Por outro lado, é uma preocupacio constant, ‘a produ intelectual do Prof. Barbosa Moreira, a adequade insergio dos insttutos vigentes no diteto brasileiro em contexto mais amplo e profundo, ‘que indique suas origens ¢ relagBes que transcendem a ondem jusidica nacional ‘sso est evidenciado no 86 nos seus muitos enstios dedicados especiticamen- te 20 diseito comparado e 20 processo internacional, como também nos seus ddemais escrtos, que jamais descuidam desse aspecto, (© exame a seguir descavolvido inspirt-se nessa mesma preocupacio ~ ainda que, obviamente, nem ouse pretender atingir os resultados invariavel- ‘mente aleancados pelo ilustre mestre carioca. 2. 0 objetivo do ensaio A acto rescs6ria & 0 instrument» essenclmente concebido para arevi- so da coisa julgada, no processo civil beasicizo. Além dela hé ainda outras medidas que, embora nfo tendo por Gnalidade eepeciica a escsto de jlga- dos, podem, ao cumpre seus eseopos, impliear também o desfazimento da coisa julgada, laserem-se entee essashipdteses, em maior ou menor medida, 0 embargos do art. 741, parigrafo tnico, do Cédigo de Processo Civil, impugnagio 20 cumprimento de sentenea do art. 475-L, § 1°, do mesmo diploma (acrescido pela Lei a” 11.232/2005), o babeas corpus, 2 agio de descumprimento de preceito fundamental, o mandado de seguranga..! 1 Acerca dessas medias, como melos de reviso da coisa julgads, vee se Talamini, Cita Jinks, capitaos 8a (0 Bue oe smeraves 9 Jumigio Beasts P14 CONTE DSERAMEMCANA DE 1 Mas, além desses instrumentos “internos”, cabe cogitar de possiveis rmecanismos “externas” aptos a, de algum modo, repercutir sobre coman- dos ji acobertados pela coisa julgada. Isso deriva da patticipacio do Brasil cm sistemas internacionais de protesio aos direitos humanos que operam jnclusive mediante tibunaisinternacionais, Como se veri, tas sistemas tém respaldo na ordem constitucional bra- sileita e, tendo o Brasil « eles regularmente aderido, se integram com 0 ordenamento interno brasileiro — de modo que denominar de “‘externos” os rmecanismos dat derivados € antes uma forma pragmética de expressio do que a precisa identificagio de sua natareza ‘© Brasil participa de dois sistemas supranacionais de protecio aos disci- tos humanos: 0 da Convengio Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica) e 0 do Pacto Internacional de Direitos Civis Politicos. Pelo Primeiro Protocolo Facultativo do Pacto de Direitos Civis e Poli- ticos (aprovado pela Assembléia Geral das NagSes Unidas em 16.12.1966 ¢ em vigor desde 23.03.1976), atibui-se ao Comité de Direitos Humanos, é:- gio da ONU, a competéncia para examinar deniinias de violacio do tefer- do Pacto, eelativamente aos Estados que o ratificaram, No entanto, o Brasil axé 0 momento nfo ratificou 0 Primeiro Protocolo. De sesto, 0 Comité de Dircitos Humanos no tem poder para 0 proferimento de verdadciras ¢ pproprias sentengas, imitando-se & emissio de recomendages?” Jao sistema americano a adesio do Estado brasileiro foi completa. O Brasil reconheceu inclusive a jutisdigio da Corte Interameticana para o julaa- mento de deniincias de violagio da Convencio Americana de Direitos Hu- manos. E desse sistema que se ocupari o presente enstio. 3, A experiéncia européia: 0 modelo da Convengao Eutopéia de Direitos Humanos Antes, todavia, convém examinar brevemente o sistema curopeu de protegio 20s direitos humanos estabelecido pela Convencio Européia de Direitos do Homem. Por um lado, a experiéncia jurisprudencial européia —

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