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TEMPO DE GUERRA II

Começou!
O Tempo de Guerra tornou-se É Tempo de Guerra.
Nesse momento, com sofrimento e júbilo de um povo, americanos despejam o que
há de mais grotesco em tecnologia sobre o já, de há muito, combalido Iraque. O
nome dado a essa operação é sugestivo, Operação Libertação do Iraque. Porém há
uma pergunta. Estarão esses nobres guerreiros libertando o Iraque do jugo do
ditador Saddam Hussein ou do embargo comercial( leia-se menos petróleo no
mercado) que levou toda uma nação, antes da Guerra do Golfo considerada
desenvolvida para os padrões do oriente médio, à miséria, excetuando-se aqueles
privilegiados que sempre se beneficiam do contrabando e de seu status político?
Quem libertará quem de que ou de quem, ou será uma simples mudança de
senhores do destino?
Mas ainda e apesar de tudo, a agressão foi deflagrada e contra toda e qualquer
opinião contrária, não há quem possa negar a emoção e o deslumbramento gerados
por tal espetáculo maníaco - pirotécnico.
E retornamos à questão tecnológica. Tecnologia é produzida através da ciência, e a
ciência liberta a alma humana. Correto? Não necessariamente, pois a ciência pode
produzir monstros tecnológicos, absurdos da ciência libertadora ou de seus
promotores, humanos, passíveis de erros e sujeitos aos mesmos sentimentos que
qualquer outro homem. A ambição, certamente é fator chave que colabora com
esses desvios pois a ciência por princípio é incorruptível, seus promotores, os
homens, não.
Que busca o homem com seus artefatos tecnologicamente sujos? Talvez a auto-
afirmação sobre seu próximo, justificativas para sua intolerância com as
diferenças e o domínio sobre o mais fraco. Talvez! A alma humana tem escaninhos
que mesmo ela desconhece.
E ainda aqueles que protestam contra esse Tempo de Guerra, são essencialmente
iguais àqueles contra os quais protestam de forma tão veemente. São sujeitos aos
mesmos sentimentos e reações, e demonstrarão isso algum dia quando julgarem
necessário defender seus interesses inalienáveis.
Há conflitos armados, todo o tempo, em todo o mundo. Onde as manifestações
contra esses conflitos? O homem é movido por interesses, quase sempre
pecuniários. Com plena certeza terão morrido mais jovens brasileiros de até 25
anos de forma violenta ao final desse ano, do que morrerão iraquianos civis ou não
nesse espetáculo televisivo. E com direito a cobertura em horário nobre. Alguém vê
corajosas manifestações contrárias e cobertura jornalística tão competente nesse
nosso espetáculo permanente? Talvez o apelo humanitário-comercial não seja
digno de tamanha importância.
O homem tem guerreado, conquistado, escravizado e assassinado seu semelhante
desde tempos imemoriais. Assim é, O homem é lobo do próprio homem. E dentro
de pouco tempo, teremos esquecido o Tempo de Guerra, até que surja outro
conflito que mobilize o poder que dita nossas opiniões. Vejam que nos E.U.A. a
opinião pública, em sua maioria, apóia a ação militar de seu governo, em outros
países há divergências e reações contrárias. Será o apelo?
Guerra sempre foi um modo de domínio, um negócio, um modo de desviar a
atenção de problemas internos de um país - o déficit de conta corrente dos E.U.A.
está próximo de U$ 500 bi.
Começou, agora é Tempo de Guerra!
It's show time! Then let's enjoy, watching TV, drinking Coke and eating
microwave Popcorns.

Marcílio Ribeiro, Março de 2003

- Em tempo. Apesar do sarcasmo implícito e explícito no texto acima, considero


que toda batalha deva ser travada no campo (por vezes fértil) das idéias, ainda que
muitas vezes sejam desprovidas de ideais ou argumentos relevantes, é nesse campo
de batalha que o homem tem a chance de perseverar na incessante busca pela
verdade. Esteja ela onde estiver!

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