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Linux Magazine
# 67
A REVISTA DO PROFISSIONAL DE TI
SEGURANÇA DE REDES
LINUS CASE ALFRESCO p.26
A Construcap agilizou seus
projetos com o Alfresco
LINUX PARK 2008 p.28
Iniciada em Porto Alegre a temporada
de seminários Linux Park de 2008
CEZAR TAURION p.34
O Código Aberto como
incentivo à inovação
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A REVISTA DO PROFISSIONAL DE TI
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NO BRASIL
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MELHORES PRÁTICAS ADOTADAS E
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MAIS EXPERIENTES NESSA ÁREA p.36
» O que dizem os profissionais
certificados p.24
» Cobit, CMMI, ITIL. Quais as
melhores práticas? p.36
DOSBOX
» ITIL na prática p.39
» Novidades do ITIL v3. p.44
SHINKEN
SEGURANÇA
SOCIAL VPN
DE REDES
OPENVAS
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para manter a segurança da sua rede,
monitorá-la e manter seus dados seguros. p. 33
MYSQL WORKBENCH
REDES: SOCIAL VPN p.65
Comunicação interna e troca de
informações de forma segura.
WWW.LINUXMAGAZINE.COM.BR
Expediente editorial
Ganhamos!
Diretor Geral
Rafael Peregrino da Silva
rperegrino@linuxmagazine.com.br
Editor
Flávia Jobstraibizer
fjobs@linuxmagazine.com.br
EDITORIAL
Pablo Hess
phess@linuxmagazine.com.br
LINUS
NO BRASIL p.24
CAPA
Segurança de Redes 33
Conheça ferramentas imprescindíveis para manter a segurança
da sua rede, monitorá-la e manter seus dados seguros.
4 http://www.linuxmagazine.com.br
Linux Magazine 67 | ÍNDICE
COLUNAS TUTORIAL
Klaus Knopper 08 Inicialização do sistema com Grub 54
Charly Kühnast 10 C ontinuaremos a explorar a inicialização de um sistema OpenSolaris.
Zack Brown 12
Depuração de kernel com SystemTap 58
Augusto Campos 14
Kurt Seifried 16
E screvaou reutilize scripts para examinar as atividades de um
sistema Linux, desde a camada de aplicação até a camada de kernel.
Alexandre Borges 20
NOTÍCIAS
Geral 22
➧ Jim Zemlin visita o Brasil e anuncia LinuxCon Brasil 2010
➧ Google e Verizon Lançando Tablet para Competir com Ipad
➧ Limpeza de discos rígidos no descarte
➧ CEO da Mozilla anuncia saída da empresa
REDES
Segredo Simples 65
O
SocialVPN oferece uma abordagem simples e rápida para configurar
uma conexão segura para comunicação e troca de informações.
CORPORATE
Notícias 24
➧Linus Torvalds no Brasil
SERVIÇOS
Editorial 03
Emails 06
Linux.local 78
Eventos 80
Preview 82
nja
sa
Permissão
CARTAS
de Escrita
Entendendo a detecção de hardware ✉
Já li muito sobre como é fantástica a detecção de hardware do Knoppix. Eu adoraria entender
como funciona a detecção e configuração de hardware em um Live CD ou mesmo em um
sistema já instalado: quais processos isso envolve e como tudo se organiza. Vocês poderiam
me explicar?
Jefferson Lima
Resposta
Caro Jefferson, a detecção e o suporte a hardware mudaram muito desde as primeiras versões
do Knoppix. Na primeira versão, era uma mistura entre “carregar os drivers de hardware mais
comuns” e um programa (hwsetup) escrito em C que varria o sistema em busca de hardwares
conhecidos, carregava os drivers correspondentes e criava os arquivos de configuração de vá-
rios serviços relacionados a hardware.
Atualmente, o udev, como serviço padrão do sistema, é usado para carregar os drivers cor-
retos em vez daquele programa em C, e os scripts criam arquivos de configuração e linhas
de sistemas de arquivos. Ficou um pouco mais fácil para mim agora, embora ainda seja ne-
cessário verificar exceções quando hardwares “maus” são encontrados, e aplicar formas de
contornar alguns problemas comuns.
É possível examinar a maior parte do processo de inicialização e detecção de hardware
do Knoppix simplesmente lendo os arquivos /etc/init.d/knoppix-autoconfig e /usr/sbin/
{scanpartitions,rebuildfstab}. Partes destes arquivos são apenas pré-configurações de aspec-
tos do sistema de uma forma conveniente que é diferente dos padrões do Debian. Eu tento
evitar fazer tudo de forma diferente, então meu esquema de inicialização não encosta nos
componentes do Debian. Ele simplesmente é executado no lugar do sistema do Debian e,
após a instalação do sistema no disco, pode ser desativado para que o usuário volte a usar o
esquema padrão de inicialização.
Espero que tenha clareado suas idéias! n
6 http://www.linuxmagazine.com.br
Coluna do Augusto
Contribuindo
COLUNA
em dobro
Usuários de Linux contribuem mais que usuários de Windows.
N
o início de maio publiquei no BR-Linux uma E a situação chamou a atenção de outras pessoas, a
notícia sobre a promoção que um conjunto de começar pelos leitores do BR-Linux, que fizeram esta
produtores independentes de jogos estava ofe- notícia alcançar, com larga vantagem, o topo do ranking
recendo, em que o usuário escolhia livremente o valor semanal das mais lidas do site – com vários deles co-
que iria pagar por um pacote de 5 jogos cujo preço de mentando que haviam aderido.
venda total, fora da promoção, era próximo de 80 dólares. Mas o mais interessante foi a conclusão dos realiza-
A promoção tinha mais alguns aspectos interessan- dores da promoção, que antes mesmo do seu término
tes, a começar pelo fator comunitário: a receita seria divulgaram um comunicado cujo título pode ser traduzi-
dividida igualmente (ou na proporção que cada cliente do, literalmente, como ”Usuários de Linux contribuem
escolhesse) entre os produtores dos jogos e duas enti- o dobro dos usuários de Windows”.
dades sem fins lucrativos. Mas a questão que mais me No texto, fica claro que a maior parcela do fatura-
chamou a atenção, e justificou a menção original ao mento da campanha veio de usuários de Windows, pois
fato no BR-Linux, é que todos os jogos funcionavam a quantidade deles era muito maior, como seria de se
em Linux (e também em Mac e Windows). esperar (o Linux correspondia a 14% do total de parti-
Acompanho a cena Linux há quase 15 anos e até vi cipantes, e o Windows a 65%).
um número de promoções comerciais de jogos para esta Só que quando a análise chega aos valores a situação
plataforma – mas situações em que a mesma promo- muda completamente: cada um escolhia livremente
ção, e os mesmos jogos, estavam sendo oferecidos com quanto pagar, e o usuário médio de Windows pagou
sucesso e simultaneamente para Linux e para as outras US$ 6,78 pelos jogos, enquanto o usuário médio de
plataformas certamente não são a norma – e para mim Linux pagou $13,65 - mais do que o dobro!
são muito bem-vindas. Claro que os produtores dos jogos ficaram contentes
com a acolhida pela turma do Linux, e espero que isso
inspire outros produtores na hora de optar pelas pla-
laro que os produtores
C taformas que suportarão. Se as contribuições maiores
dos jogos ficaram foram um efeito da mentalidade comunitária comum
no Linux, ou da demanda reprimida por jogos, é difícil
contentes com a acolhida saber – pense a respeito, e considere suas conclusões na
pela turma do Linux, e hora de contribuir com iniciativas similares no futuro!
Claro que os produtores dos jogos ficaram contentes-
espero que isso inspire com a acolhida pela turma do Linux, e espero que isso
outros produtores na hora inspire outros produtores na hora de optar pelas plata-
formas que suportarão. n
de optar pelas plataformas
que suportarão. Augusto César Campos é administrador de TI e, desde 1996, mantém o
site BR-linux.org, que cobre a cena do Software Livre no Brasil e no mundo.
14 http://www.linuxmagazine.com.br
Conheça a nova coleção
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Os livros da Coleção Academy são roteiros práticos e objetivos, com didática
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Samba:
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virtuais com
individualmente para facilitar o aprendizado por etapas.
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O material aqui apresentado é indicado tanto para autodidatas quanto O material aqui apresentado é indicado tanto para autodidatas quanto
de Redes
para utilização em escolas. O professor irá se sentir confortável para para utilização em escolas. O professor irá se sentir confortável para
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Passo a passo da montagem de uma rede Configuração e manutenção de serviços máquinas virtuais com Sun VirtualBox®. conexões virtuais, exportação/importação
Linux, Mac OS X etc. Definição de compartilhamentos de arquivos, impressoras – incluindo
de computadores, desde o cabeamento essenciais como DNS, compartilhamento Como trabalhar com sistemas operacionais de máquinas virtuais e criação de pontos
a instalação automática de drivers – e utilização do Samba como controlador de domínio
e roteadores até a configuração das de arquivos e acesso remoto. – Windows, Linux etc – na mesma máquina de recuperação (snapshots).
(PDC) também para clientes Windows Vista e Windows 7.
máquinas clientes. e simultaneamente.
Jim Zemlin, diretor da Linux Foundation, anunciou a realização da LinuxCon 2010 no Brasil em coletiva de imprensa ex-
clusivamente para a Linux Magazine. O evento contou com a participação de jornalistas da Revista Época, Portal Execu-
tivos Financeiros, PC World, etc.
"O Brasil lidera muitos outros países em sua adoção de Linux e é uma
crescente base de desenvolvimento. A hora é apropriada para levar a mais
importante conferência Linux da indústria ao Brasil", disse.". "A LinuxCon
Brasil irá prover um fórum neutro no qual os interessados de toda parte do
país podem unir-se à comunidade do kernel e comunidades de negócios glo-
bais para avançar a plataforma."
Em um jantar com membros de organizações internacionais do ramo
de tecnologia, o executivo questionou o crescente interesse da comunidade
brasileira nos projetos Linux, e aproveitou para destacar as vantagens que
a conferência trará para o Brasil, além de mostrar-se muito interessado na
culinária brasileira.
Jim Zemlin estará presente na LinuxCon Brasil 2010 juntamente com
outros grandes nomes do mundo Linux como o criador do sistema operacio-
nal, Linus Torvalds (foto) que fará palestras exclusivas no dias do evento, que
ocorrerá em 31 de agosto e 01 de setembro de 2010.
Não perca a oportunidade de comprar os seus ingressos através do site da
Linux Magazine. n
22 http://www.linuxmagazine.com.br
Gerais | NOTÍCIAS
➧L
impeza de discos
rígidos no descarte
A segurança da informação, hoje, é as-
sunto em evidência não apenas durante a
utilização de equipamentos de informá-
tica, mas também após sua obsolência:
com o retorno médio de 45 toneladas de
equipamentos de informática, a empresa
de leasing CSI Leasing deparou-se com
a necessidade de eliminar os dados sigi-
losos da empresa e de seus clientes das
máquinas descartadas ou remanufatura-
das. “Percebemos que poucas empresas,
no Brasil, possuem tecnologias capazes
de realizar a tarefa”, afirma Ricardo Ab-
dalla, diretor da CSI.
O resultado foi o desenvolvimento
de um serviço de “sanitização do disco
rígido”, com um processo de formatação
em sete etapas. Segundo o anúncio da
empresa, os melhores programas atu-
ais para recuperação de dados podem
chegar somente até a quarta camada
de segurança, mas nenhum ultrapassa
as sete rasuras.
Com o novo serviço, empresas que
obtenham seus computadores por meio
de leasing podem ter certeza de que seus
dados confidenciais não serão usados por
concorrentes ou outras companhias. n
➧C
EO da Mozilla
anuncia saída
da empresa
O chefe executivo (CEO) da Mozilla,
John Lilly, deixará a companhia assim
que encontrar um substituto, encerrando
mais de dois anos como líder da desen-
volvedora do navegador Firefox.
Lilly se tornará parceiro de negócios
da Greylock Partners, mas continuará no
grupo de diretores da Mozilla.
Depois de ajudar no começo de al-
gumas companhias de tecnologia, Lilly
entrou na Mozilla em 2005 e subiu de
chefe de operações para CEO em janeiro
de 2008, assumindo o cargo de Mitchell
Baker, que se tornou presidente.
O Firefox é a alternativa mais popular
ao Microsoft Internet Explorer, com par-
ticipação no mercado de mais de 25%. n
Linus Torvalds
CORPORATE
no Brasil
Linus Torvalds visita o Brasil para a I LinuxCon Brasil 2010.
por Rafael Peregrino
“Olá todo mundo por aí usando Mi- criador nem cogitava a possibilidade de Ele não sabia, mas acabava de lan-
nix: estou desenvolvendo um sistema haver uma interface gráfica para ele. çar as bases para mudar o mundo da
operacional livre (somente um hobby, É possível que o Linux tivesse tecnologia. Com a versão 0.12, Linus
não vai ser grande e profissional como permanecido assim. Porém, graças decidiu adotar a licença livre GPL
gnu) para clones de 386(486) AT. Está ao acaso, Linus apagou por enga- (Licença Pública Geral do projeto
sendo desenvolvido desde abril e está no sua instalação do sistema Minix GNU). Isso autorizava qualquer pes-
começando a ficar pronto...” (uma versão simplificada do Unix) soa a copiar e modificar o sistema,
Em 25 de agosto de 1991, o fin- e resolveu continuar seu trabalho no sob a condição de que as alterações
landês Linus Torvalds, enviou a Linux, ao invés de reinstalar o Minix, fossem devolvidas para a comuni-
mensagem acima para o grupo de que estava sendo desenvolvido pelo dade de desenvolvedores original,
discussão sobre o sistema operacional professor Andrew Tanenbaum e ser- deixando o código fonte aberto e
Minix, baseado no Unix. Naquele via como exemplo didático de um disponível para download.
momento, ele nem imaginava que sistema operacional, que rodava nos O que começou como projeto
sua criação iria se transformar na recém-lançados PCs com processado- de uma só pessoa expandiu-se por
base tecnológica de um mercado que res Intel. Linus, então um estudante todo o globo. Usuários do mundo
movimenta atualmente centenas de de informática de 21 anos de idade inteiro não paravam de enviar no-
bilhões de dólares! da Universidade de Helsinque, tinha vas extensões e melhorias para o
Por pouco, o Linux não foi cha- comprado uma cópia do Minix para sistema. Linus decidia (e decide até
mado de Freax. Graças a Ari Lemke, o seu primeiro computador, por se hoje) quais novidades deveriam ser
um assistente da Universidade Politéc- tratar de um sistema semelhante ao introduzidas no código fonte, dando
nica de Helsinque (na Finlândia), o Unix, usado na universidade, além também amplo espaço para o traba-
sistema acabou sendo batizado como de ser mais acessível. lho dos voluntários.
Linux. Lemke foi quem baixou pela Assim que a primeira versão do Em 1992, Orest Zborowski portou
primeira vez o Linux (ainda na versão Linux ficou pronta, Linus con- o sistema X Window System para o
0.01), em 17 de setembro de 1991, do seguiu se conectar ao sistema da Linux. O X Window System é uma
servidor da universidade. Meio que universidade, ler emails e abrir interface gráfica livre, capaz de ge-
a contragosto de Linus Torvalds, que discussões na rede de mensagens renciar múltiplas janelas. Torvalds se
achou o nome egocêntrico demais, Usenet. Mas o sistema ainda não entusiasmou tanto com a novidade
Ari impôs o nome Linux (uma mis- conseguia armazenar dados no disco que nem publicou a já planejada
tura de Linus com Unix) ao projeto. rígido. Essa foi o próximo recurso a versão 0.13, dando um salto direto
Transcrito, o código fonte do Li- ser acrescentado. Para isso era ne- para a versão 0.95.
nux cabia em menos de 100 páginas. cessário um meio de se comunicar Até o Linux 1.0, que deveria ser
A aparência também não era muito com o disco rígido e o sistema de um sistema operacional de rede com
impressionante: havia a linha de co- arquivos. Quando finalmente ele múltiplos recursos, havia ainda um
mando (Shell) em modo texto e um tinha um Shell e um compilador longo caminho a ser percorrido – e
compilador, que transformava o código funcionando, Linus decidiu dispo- entre as versões 0.95 e 1.0 havia poucos
fonte em programas executáveis. Seu nibilizar publicamente o projeto. números disponíveis. Linus introdu-
24 http://www.linuxmagazine.com.br
Linus | CORPORATE
ziu então os patchlevels, que eram tro dos aviões da Boeing, da Airbus
atualizações menores. Por exemplo: e até mesmo da Embraer.
versão 0.99, patchlevel 15A. No Brasil, praticamente todas as
Assim muitas versões puderam ser grandes cadeias de varejo do país –
acomodadas entre a 0.95 e a 1.0 (que Carrefour, Grupo Pão de Açúcar,
foi lançada apenas dois anos depois, em Extra, Casas Bahia, Ponto Frio, C&A,
14 de março de 1994, em uma sala de Lojas Renner, Casas Pernambucanas,
aula da universidade de Helsinque). Lojas Marisa, Ri-Happy, Droga Raia,
Drogaria Onofre, Brasif Duty Free
Aonde está o etc. – já adotaram o Linux como sis-
tema para seus pontos de venda (os
Linux hoje? “caixas” dos supermercados e lojas do
O Linux é atualmente o sistema tipo), bem como para seus servidores,
operacional mais utilizado no mun- para as mais diversas finalidades. O
do. Sim, já está instalado em mais Brasil está entre os países de maior
computadores que o Windows, da crescimento na adoção o uso de Li-
Microsoft. A gigante de Redmond nux. O governo brasileiro foi um dos
ainda detém a liderança de instalações primeiros a subsidiar PCs equipados
apenas no desktop. Se considerarmos, com Linux como programa de inclu-
entretanto, o total de computadores são digital, através do então chamado
e sistemas embarcados, o sistema do “PC Conectado” – rebatizado mais
pingüim já ganha “de lavada”. A ven- tarde “PC para Todos”, – que rece-
da de celulares equipados com siste- beu incentivos fiscais e fez explodir
mas baseados em Linux, tais como o o consumo de microcomputadores
Android, o webOS, etc, já superou em 2003, acabando com o “mercado
a venda de iPhones no mundo, e a cinza” de hardware.
próxima geração de smartphones da Segundo pesquisa realizada pelo
Nokia virá equipada com o MeeGo, Instituto Sem Fronteiras e pela IT
sistema operacional baseado em Li- Data em 2007 com mais de mil dire-
nux resultante da combinação do tores de TI do mercado brasileiro, o
projeto Moblin, da Intel, e Maemo, uso de GNU/Linux e Software Livre
da Nokia, este último desenvolvido está disseminado nas empresas no
no Instituto Nokia de Tecnologia país. Mais de 47% dos PCs comuns
(INdT), aqui no Brasil. das empresas estão equipados com
O sistema operacional criado Software Livre, sendo que cerca de
por Linus Torvalds há mais de 18 8% das empresas pesquisadas infor-
anos se tornou o fundamento da mou que todos os seus PCs estão
Internet, sendo o mais utilizado em equipados com Software Livre. Do
servidores, em computação de alto lado do servidor, uma média de 56%
desempenho e em sistemas embar- das empresas informaram que seus
cados. Está presente em uma série servidores estão equipados com GNU/
de serviços considerados essenciais Linux e Software Livre, percentual
hoje em dia, mantendo em funcio- que varia de acordo com o tamanho
namento as operações das bolsas da empresa (adoção de 71% nas maio-
de valores de Nova Yorque, Tokyo, res, com mais de 1.000 funcionários,
Frankfurt e Londres, da bolsa mer- e de 27% nas menores, com menos
cantil de Chicago, da Nasdaq e até de 99 funcionários). A região Centro-
da Bovespa, em São Paulo. É o Linux Oeste se destaca nessa segmentação
que garante o funcionamento do ser- com 78% de adoção de Software
viço de controle aéreo dos Estados Livre como sistema operacional de
Unidos e da Alemanha, bem como seus servidores, especialmente por
os sistemas de entretenimento den- conta do amplo apoio do governo
federal ao uso dessa modalidade acelerem a criação do conhecimento Latina no roteiro de eventos inter-
de tecnologia. e promovam o avanço do Linux. Os nacionais da organização.
Além disso, executivos de TI de eventos oferecem ainda uma platafor- Além dele, já estão também con-
48% das empresas entrevistadas de- ma para a criação de novos projetos firmadas as presenças dos seguintes
clararam utilizar GNU/Linux e Soft- de desenvolvimento do Linux e de mantenedores e contribuidores no de-
ware Livre em aplicações de missão outras tecnologias de código aberto. senvolvimento do sistema do pinguim:
crítica. Cerca de 87% das empresas • Andrew Morton, mantenedor
pesquisadas consideraram o Custo LinuxCon Brasil oficial do kernel Linux;
Total de Propriedade – o famoso “O Brasil tem tanto a compartilhar • Ian Pratt, arquiteto chefe do projeto
TCO, que computa não somente o com a comunidade Linux global e é de código aberto Xen e fundador
custo de aquisição das soluções, mas uma escolha natural para a realiza- da XenSource (hoje uma divisão
também os custos indiretos, com trei- ção de uma edição da LinuxCon”, da Citrix);
namento de equipe, manutenção de declarou Jim Zemlin, diretor execu- • Ted Ts’o, primeiro desenvolvedor
sistemas, sua atualização etc. – das tivo da Linux Foundation. “A Linu- do kernel Linux da América do
soluções baseadas em Software Livre xCon Brasil será um fórum neutro Norte e pesquisador do Google;
inferior (o que é bom) ou similar ao no qual as principais organizações • James Bottomley, engenheiro da
das soluções proprietárias. do país poderão se encontrar com Novell e mantenedor do subsis-
É importante também considerar a comunidade de desenvolvimento tema SCSI do kernel Linux, res-
que o mercado de Software Livre no do Linux, bem como com as comu- ponsável pela portagem do Linux
Brasil, abrangendo serviços e solu- nidades de negócios globais, com o para a arquitetura Voyager e pelo
ções com base nessa tecnologia – na objetivo de trazer avanços para o uso driver 53c700;
qual o GNU/Linux está inserido –, da plataforma”. • Jon Corbet, desenvolvedor do
é estimado em mais de R$ 1 bilhão Apoiada atualmente pelos pa- kernel Linux e editor da Linux
(esse era o tamanho do mercado no trocínios Platinum da Globo.com Weekly News (LWN); e
início de 2008). e da Intel, pelos patrocínios Gold • Thomas Gleixner, desenvolvedor
da Caixa Econômica Federal e da do kernel Linux, criador do pro-
Linux Foundation Locaweb e pelos patrocínios Silver jeto do timer de alta resolução do
A Linux Foundation é uma organi- da Citrix e da 4Linux, a LinuxCon kernel, bem como desenvolvedor
zação sem fins lucrativos, dedicada Brasil vai reunir uma combinação de seus recursos de operação em
a promover o crescimento do Linux. única de desenvolvedores do ker- tempo real.
Fundada em 2007, a Linux Founda- nel, administradores de sistemas,
tion patrocina o trabalho do criador usuários, líderes de comunidade e Xen Directions
do Linux, Linus Torvalds, e é mantida especialistas da indústria, em diversos A LinuxCon Brasil abrigará também
por empresas com posição de lide- níveis. A conferência foi criada para a primeira edição nacional do even-
rança no mercado internacional de encorajar a colaboração e apoiar as to Xen Directions, evento de cunho
tecnologia, bem como por desenvol- futuras interações entre o Brasil e o técnico voltado para as tecnologias e
vedores de sistemas de código aberto restante da comunidade global em soluções de virtualização baseadas no
de todo o mundo. A Linux Founda- torno do Linux, incluindo o país no projeto de código aberto Xen. O even-
tion promove, protege e padroniza roteiro de eventos mundiais da Li- to Xen Directions é uma iniciativa de
o Linux, fornecendo recursos de nux Foundation. O evento combi- membros da comunidade de desen-
maneira centralizada e os serviços nará sessões de palestras, tutoriais e volvimento do Xen – a Xen.org –, em-
necessários para que tecnologias de encontros para discussão (birds of a presas, universidades e pesquisadores.
código aberto possam competir de feather), nas áreas de desenvolvimen- No Brasil, o evento contará também
modo bem sucedido com plataformas to, infraestrutura de TI e negócios. com a atuação da comunidade nacio-
de tecnologia proprietárias. Assim, Linus Torvalds, seu cria- nal de promoção e desenvolvimento
Os eventos da Linux Foundation dor, que poderia ter sido o próximo da plataforma Xen, a Xen-BR.org. A
procuram fornecer a desenvolvedores, Bill Gates, nô-lo deu gratuitamen- primeira edição do Xen Directions foi
especialistas em infraestrutura de TI, te, para o bem da humanidade. No realizada em 2009 em Berlim, na Ale-
usuários (domésticos e corporativos) dia 31/08/2010 ele estará no Brasil, manha, ocasião em que o evento foi
e executivos da indústria, um fórum na primeira LinuxCon promovida alocado dentro da maior conferência
independente e sem fins lucrativos, pela Linux Foundation na América sobre GNU/Linux e Software Livre
no qual colaboração e treinamentos Latina, o que vai incluir a América da Europa, a LinuxTAG. n
26 http://www.linuxmagazine.com.br
INFORMAÇÕES SOBRE O LINUX QUE
28 http://www.linuxmagazine.com.br
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www.linuxfoundation.org
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29
Coluna do Peregrino
CORPORATE
Novas lideranças
Previsões que se concretizam e lideranças que se consolidam.
N
ão é de hoje que as previsões e análises publi- Internet cada vez mais presente: os dispositivos mó-
cadas pelo Gartner ganharam um status de veis. Em recente coletiva de imprensa da Motorola,
quase profecia para boa parte dos executivos por ocasião da MOTODEV Summit, que ocorreu
do mercado de TI. Há que se perguntar se tais previ- no início de maio, a fabricante de celulares foi cate-
sões se concretizam por conta da excelência das análi- górica ao abraçar de corpo e alma a plataforma An-
ses realizadas ou se o mercado, após ter conhecido “o droid – baseado em Linux, como sabemos. HTC, LG,
futuro” pelas mãos do aclamado instituto de pesquisas, Samsung, Sony Ericsson, Dell, entre outras gigantes
corre para fazer com que elas se tornem realidade. Seja que atuam nesse mercado, também adotaram a pla-
qual for o caso, por ocasião da IX Conferência Anual de taforma Android para boa parte dos seus celulares.
Tecnologias Empresariais do Gartner, que ocorreu em Da mesma forma, a HP adquiriu a Palm, e planeja
São Paulo em meados de abril deste ano, Daryl Plum- usar o web OS – também baseado em Linux – para
mer, analista e vice-presidente de pesquisas do grupo, equipar seus dispositivos móveis (celulares e tablets),
afirmou que Cloud Computing é fato consumado. tendo cancelado o lançamento do Slate, tablet que
O que chamou nossa atenção nas declarações de seria equipado com o Windows 7. Há algum tempo,
Plummer durante a coletiva de imprensa, entretanto, Nokia e Intel anunciaram a fusão de seus projetos
foi a composição dos assim chamados “cloud enablers”, de sistemas operacionais para dispositivos móveis de
ou seja, os fornecedores por detrás das cinco camadas acesso à Internet, criando o projeto MeeGo – também
fundamentais dos serviços em nuvem: infraestrutura baseado em Linux. E como se não bastasse, a Nokia
de sistemas, infraestrutura de aplicações, aplicações abriu o código do Symbian, sistema operacional que
propriamente ditas, serviços de informação e de pro- detém uma fatia de 47,2% do mercado de smartpho-
cessos. Assim, nossa intenção aqui não é nos atermos ao nes, segundo pesquisas de mercado publicadas em
conteúdo das declarações do representante do Gartner, fevereiro de 2010
mas ao que ele deixou de mencionar na infraestrutura Nas duas pontas que vão interessar para o mercado
de serviços que representam o futuro da TI mundial: de TI nos anos que virão – serviços em nuvem e dis-
a falta da liderança da Microsoft em todas as camadas positivos móveis –, o mercado tem se mostrado hostil
acima citadas. Dependendo da camada, o vice-presi- às investidas da Microsoft e cada vez mais pró Open
dente de pesquisas do Gartner apontou as lideranças de Source. Resta saber se a empresa de Bill Gates, agora
Amazon, Salesforce.com, Oracle e Google, ou de ofer- comandada por Steve Ballmer, está preparada para o
tas combinadas dessas empresas – grande parte dessas novo jogo do mercado, ou se irá manter uma atitude
ofertas baseadas em tecnologias de código aberto. Isso, tímida ao lidar com essas questões. Mais ainda: será
de certa forma, não nos espanta, já que o mercado de que a empresa notou que “o elefante está na sala” – ou
aplicações web 2.0 nunca foi necessariamente o forte seriam um GNU e um pinguim? n
da gigante de Redmond. Mas a ausência de uma lide-
rança determinada da empresa em toda a “pilha” de
serviços em nuvem deve ser considerada sintomática. Rafael Peregrino da Silva foi chefe de pesquisa e desenvolvimento
da Cyclades Europa. É um dos fundadores da Linux Magazine Brasil e
Todos esses serviços em nuvem têm um cliente atualmente atua, entre várias outras funções, como seu editor-chefe.
do outro lado que deverá tornar a experiência com a
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por Flávia Jobstraibizer
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ou até mesmo uma rede potenciais vulnerabilidades em deroso scanner de vulnerabilida-
doméstica segura, é uma sua rede, software e sistemas de des, poderá lhe ajudar a descobrir
árdua tarefa. A segurança da infor- forma a conseguir tomar medi- quaisquer pontos falhos em sua
mação é um dos setores empresariais das preventivas – afinal é melhor infra-estrutura de rede. Você poderá
que mais recebem investimento atu- prevenir do que remediar – pode obter detalhados relatórios de testes
almente, superando até mesmo o tornar-se um pouco menos com- realizados em milhares de vulnera-
setor de infra-estrutura física. plexo com algumas imprescin- bilidades conhecidas e até mesmo
Garantir que os dados estarão pre- díveis ferramentas que vamos obter indicações de ações a serem
servados e seguros contra possíveis apresentar nesta edição. tomadas para correção ou melhoria
destas falhas.
Apresentamos ainda o Shinken,
uma reimplementação atualizada e
atual do já poderoso Nagios, e que
possui monitoramento efetivo para
serviços de rede, recursos de hard-
ware, e muitas outras funcionalidades.
Simples de instalar e configurar, o
Shinken será um dos seus grandes
aliados no seu dia a dia como com-
batente à insegurança da rede.
Fique seguro e boa leitura! n
Planejamento de bancos
ANÁLISE
de dados com o
MySQL Workbench
Planejar um pequeno banco de dados no papel é simples, mas a estrutura logo vai se
complicando quando mais elementos são adicionados. O MySQL Workbench pode ajudar
a manter as tabelas organizadas. por Falko Benthin
M
uitos aplicativos necessitam ramentas gratuitas normalmente são nais de bancos de dados. Os bancos
de algum tipo de banco oferecidas pelos próprios fabricantes de dados MySQL são muito usados
de dados. Quanto mais do banco de dados. As ferramentas por webdesigners e administradores
complexo o projeto, mais compli- comerciais geralmente suportam de sistemas. Mesmo que você seja
cadas, demoradas, tortuosas e com múltiplos bancos de dados, mas fer- apenas um desenvolvedor MySQL
tendência a erros ficam as estruturas ramentas de vendedores de bancos ocasional, irá perceber que uma
dos bancos de dados corresponden- de dados normalmente destinam-se ferramenta como o MySQL Work-
tes. Os fabricantes de softwares estão a seu próprio produto. O MySQL bench é muito útil e eficiente. Ele
cientes desse problema, o que explica Workbench [1], feito para ser usado usa a licença GPLv2 e se baseia na
a enorme quantidade de ferramentas com o sistema de banco de dados experiência e no feedback da fer-
de visualização para planejamento e MySQL, é uma dessas ferramen- ramenta de modelagem de dados
geração de banco de dados. tas. É uma ferramenta gráfica para DBDesigner 4 [2]. O Workbench
A escolha de ferramentas de visuali- planejar e editar esquemas MySQL. está disponível nas versões padrão e
zação é um tanto restrita no Linux. Os O sistema de gerenciamento de comunitária; a edição padrão difere
desenvolvedores podem optar entre bancos de dados MySQL não é so- da comunitária pelo custo de 79 €
ofertas gratuitas ou comerciais; as fer- mente para desenvolvedores profissio- anuais, capacidade de verificar esque-
Quadro 1: Instalação
Há pacotes binários do MySQL Workbench disponíveis para Ubuntu e Fedora [3]. Com sorte, é possível encontrar o
software em repositórios de outras distribuições ou de terceiros. Por exemplo, Norbert Tretkowski criou um pacote do
Workbench [4] para o Debian.
Se forem necessárias mudanças urgentes, é possível baixar o código-fonte da ferramenta, descompactar o tarball, ir
para o diretório criado por ele e ler o arquivo README antes de qualquer coisa. O arquivo lista as dependências do soft-
ware, além de outras coisas. É possível, então, montar o software por meio do comando:
Será preciso substituir caminho pelo nome do diretório onde o software está sendo instalado. Essa instalação demorou
bastante no nosso laboratório, mas foi completada com sucesso, pois todas as dependências já haviam sido resolvi-
das.
50 http://www.linuxmagazine.com.br
MySQL Workbench | ANÁLISE
Engenharia reversa
Caso haja um modelo de banco de
dados pronto para ser usado, é pos-
sível enviá-lo diretamente para seu
banco de dados ou usar um arquivo.
Para isso, selecione File | Export |
Forward Engineer Create SQL Script
([Shift]+[Ctrl]+[G]), digite o nome
do arquivo (sem o nome do arquivo,
o aplicativo irá exibir o script mas
não armazená-lo) e, se for preciso,
Figura 3 O editor de rotinas aparece na base da janela. selecione as opções necessárias.
Em um segundo passo, o software
criar chaves estrangeiras com a diferentes quando o mouse passar perguntará quais objetos devem ser
caixa de ferramentas; recomen- por cima delas. exportados (figura 4) antes de final-
damos o uso do editor. Agora, vá Para controlar as áreas relacio- mente gerar o script.
para a aba Foreign Keys e crie uma nadas em grandes bancos de dados, Para transferir o modelo diretamente
chave estrangeira apontando para o MySQL Workbench introduz o para o servidor do banco de dados,
a primeira tabela. Para isso, basta conceito de camadas. Uma camada é preciso inserir os parâmetros da
clicar na caixa correspondente: o permite destacar com o uso de cores conexão ao servidor em Database |
MySQL Workbench irá sugerir várias tabelas, para agrupá-las visual- Manage Connections. Para enviar o
um nome para a chave estrangei- mente. Para usar as camadas, basta esquema recém-criado diretamente
ra e apresentará uma lista para ir à barra de ferramentas ou digitar L para o servidor, selecione Forward
selecionar as tabelas existentes no e passar o mouse por cima de todos Engineering sob Database. Com
banco de dados. O software exibirá os objetos que devem ser incluídos poucos cliques é possível enviar o
as candidatas na área ao lado do na camada (figura 2). banco de dados para o local desejado.
nome da chave estrangeira e tabelas O processo para utilizar mode-
referenciadas. Ao fazer isso, ele Rotinas los de bancos de dados já existentes
apenas sugere campos com tipos É possível usar diagramas EER para (“engenharia reversa”) também é
de dados possíveis. criar visualizações de modo similar bem simples. É possível executar
O Workbench normalmente cria à criação de tabelas, mas os proce-
relações que combinam com os tipos dimentos e funções armazenados
de dados. Por exemplo, um registro precisam ser definidos no esque-
Pessoas poderia apontar para vários ma físico, não em um diagrama. O
registros de endereços e de números MySQL Workbench também se refe-
de telefones – isso é chamado de re- re a procedures e funções armazena-
lação um-para-muitos. Se o tipo de dos como rotinas. Este exemplo usa
relação não estiver correto, clique uma pequena procedure que conta
na relação com o botão direito do o número de objetos emprestados
mouse e faça ajustes no editor de no momento. Figura 4 Alguns cliques permitem
relações. Quando uma tabela con- Para isso, iremos do diagrama EER especificar o que o MySQL
tém múltiplas chaves estrangeiras, para o modelo MySQL. Chegando Workbench deve incluir no
o programa irá realçá-las em cores lá, clique em Add Routine, abaixo script.
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MySQL Workbench | ANÁLISE
OpenSolaris, parte 14
TUTORIAL
C
omo havíamos visto na edi- R:permite especificar um dire- Já que comentamos um pouco
ção anterior, o ponto em tório raiz alternativo sobre como funciona o Grub em
questão é que se qualquer OpenSolaris, é conveniente avançar
um dos arquivos que constituem o # bootadm update-archive -R /a e fazer algumas anotações sobre o
boot-archive sofrerem qualquer tipo processo de boot do OpenSolaris.
de mudança, o próprio boot-archive f: força a atualização do boot- De forma geral, ele é composto pe-
deverá ser reconstruído. Neste caso, archive las seguintes etapas:
o OpenSolaris possui dois serviços Grub > boot-archive > kernel (/
que fazem esta tarefa para o admi- Outro subcomando além de list- etc/system) `` > kernel modules
nistrador assim que o sistema é des- menu, list-archive e update-archive > /etc/init`` (/etc/inittab) > svc.
ligado, verificando qualquer tipo de (mencionados até aqui) que podem startd > services
mudança e refazendo o boot-archive. ser utilizados com o comando boota- O kernel (/platform/i86pc/ker-
Estes serviços são svc:/system/boot- dm é o comando set-menu para alterar nel/unixou /platform/i86pc/ker-
archive:defaulte svc:/system/boot- parâmetros do Grub: nel/unix)tem como principal ar-
archive-update:default. quivo de configuração o arquivo
Nada impede que o próprio admi- # bootadm set-menu default=1 /etc/system, que é utilizado para
nistrador efetue esta tarefa de forma configurar seus parâmetros. Para
manual caso seja preciso, desta forma: Neste comando, tendo em vis- familiarizar-se com ele, abra-o
ta que o menu do Grub listado na com qualquer editor de textos.
# bootadm update-archive figura1 tem apenas duas opções
de boot, está sendo estabelecido a Este arquivo assume como co-
Este comando aceitas algumas segunda opção como sendo a en- mentário o caractere “*“ o que vai
opções: trada padrão. no sentido oposto do padrão utilizado
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OpenSolaris | TUTORIAL
OSPRE
Linux
Professional
Institute www.lpi-brasil.org
Linux Magazine #67 | Junho de 2010 55
TUTORIAL | OpenSolaris
Outro arquivo que é utilizado 2: multiuser (boa parte dos servi- Estes serviços legados são execu-
neste processo é o /etc/inittab(que ços ficam online, exceto alguns tados de maneira satisfatória pois o
também existe no mundo Linux) e poucos de rede e NFS) OpenSolaris oferece alguns scripts
que rege o comportamento do script 3: multi-user-server (o nível padrão que promovem a compatibilidade
/etc/init: de serviços) System V. Veja:
A sintaxe de cada linha deste ar- 4: reservado para uso futuro
quivo é: 5: shutdown 22434-rwxr--r-- 3 root sys 2491
6: reboot 2009-05-14 12:48 rc0
id:runlevel_state:action:process 22437 -rwxr--r-- 1 root sys 2893
Semelhante a outros sistemas 2009-05-14 12:48 rc1
Onde: Unix/Linux, para mudar de runlevel 22454 -rwxr--r-- 1 root sys 2884
basta executar: 2009-05-14 12:48 rc2
id: identificador da linha. 22474 -rwxr--r-- 1 root sys 2807
rstate: para quais níveis de ser- # init <runlevel> 2009-05-14 12:48 rc3
viço (runlevel) a linha se aplica. 22434-rwxr--r-- 3 root sys 2491
action:os principais valores aqui O runlevel atual é mostrado com 2009-05-14 12:48 rc5
são: o comando: 22434-rwxr--r-- 3 root sys 2491
• sysinit: faz com que todas as 2009-05-14 12:48 rc6
linhas com este valor sejam as # who -r 22441 -rwxr--r-- 1 root sys 4901
primeiras a serem executadas 2009-05-14 12:48 rcS
neste arquivo; É fundamental ressaltar que
• powerfail: a linha somente é com o advento do OpenSolaris (e O primeiro ponto notório é que
executada se o sistema ope- Solaris 10) não é mais utilizado os runlevels 0 (halt), 5 (poweroff) e
racional receber um sinal de esta nomenclatura (runlevel) e a 6 (reboot) compartilham o mesmo
um no-break ; mesma ainda é referenciada por script (mesmo inode) pois a função
• process: processo a ser exe- uma questão de compatibilidade. A é a mesma em quase toda a execu-
cutado. nova denominação é “milestone”e ção: desligar os serviços. Somente
são apresentados outros níveis de no final é que o caminho que cada
De acordo com esta explicação, as serviço existentes (explicarei mais um segue é diferente.
três primeiras linhas, por terem como posteriormente). Há um script para cada nível
ação (action) a palavra “sysinit”serão Atualmente, o OpenSolaris traba- de serviço e cada um segue a
as primeiras a serem executadas, sen- lha com duas maneiras de executar mesma rotina. Por exemplo, no
do que a última linha apenas será- seus serviços: o método System V e o caso do runlevel 2, ele executa
chamada em caso de o OpenSolaris SMF (Service Management Facility). os scripts do diretório /etc/rc2.d.
receber um sinal de um no-break. A metodologia System V (muito utili- Dentro deste diretório, existem
A terceira linha exerce um papel zada no Linux e também presente no alguns outros que começam com
fundamental já que ela é a respon- Solaris 7, 8 e 9) é bastante difundida “S”(start) e outros que começam
sável pela execução do daemon svc. e por isto, é aquela que possivelmente com “ K”(kill) e que são chama-
startd que é o daemon responsável trará maior conforto para que o lei- dos para iniciar (S) ou parar (K)
pela execução dos serviços do Open- tor já possa operar com serviços no um serviço. Todos estes serviços
Solaris. OpenSolaris. Infelizmente, ela data são numerados de 00 a 99 e são
Os “runlevels” referidos são os de muitos anos atrás e não oferece executados em ordem numérica.
níveis de serviço (ou conjunto de vantagens que seriam necessárias Estes scripts não são, na verdade,
serviços) que são executados pelo para uma administração mais ágil os verdadeiros scripts dos serviços
OpenSolaris. Se for adotado a no- nos dias atuais. e sim hardlinks (diferente do Li-
menclatura System V, estes são de- A maioria dos serviços do Open- nux, em que são links simbólicos)
finidos da seguinte maneira: Solaris já está no formato do SMF, para os scripts reais que estão no
entretanto ainda existem alguns diretório /etc/init.d. Neste con-
0: paralisa o sistema (com opção que permanecem no formato anti- texto, caso o script chamado seja
para reiniciar) go (System V) e por isto é preciso prefixado com “S”, então épassa-
s: single user (modo de manu- explicar um pouco como estes ser- do um argumento “start”para o
tenção) viços se comportam. script real em /etc/init.d e servi-
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OpenSolaris | TUTORIAL
linuxmagservice
# chgrp sys /etc/init.d/
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Escolha o runlevel apropriado cartas@linuxmagazine.com.br
para que o serviço criado seja exe- Este artigo no nosso site:
cutado (incluindo sua ordem de http://lnm.com.br/article/3384
execução) e, a partir disto, crie os
78 http://www.linuxmagazine.com.br
Linux.local | SERVIÇOS
Rede Host 07
CIAB 2010 9 a 10 de junho São Paulo, SP www.ciab.com.br
Central Server 09
UOL Host 11
SolivreX - 4a Edição 17 a 19 de junho Maringá, PR solivrex.psl - pr.org.br
Server 4 You 13
DCS Informática 15
FISL 2010 21 a 24 de julho Porto Alegre, RS www.fisl.org.br
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Encontro VOIP Center SP 21 a 23 de setembro São Paulo, SP www.encontrovoipcenter.com.br LINUXCON 2010 28
Impacta 31
CNASI 2010 20 a 22 de outubro São Paulo, SP www.cnasi.com
FISL 77
Bull 83
Python Brasil 6 21 a 23 de setembro Curitiba, PR www.pythonbrasil.org.br
Tecla 84
80 http://www.linuxmagazine.com.br
Na Linux Magazine #68
PREVIEW
INFRAESTRUTURA DE TI OTIMIZADA
Sistema de Arquivos
Sumo Ben Martin apresenta os tipos de filesystem, suas
Conheça o Sumo, gerenciador de acesso escrito em PHP vantagens e como fazer a melhor escolha. n
e que proporciona diversos níveis de autenticação com
uma única linha de código. Integrado com LDAP e di-
versos bancos de dados, pode ser utilizado em múltiplos
sistemas com uma única instalação. n
82 http://www.linuxmagazine.com.br
31 de agosto a
1 de setembro
São Paulo
Palestrantes confirmados
• James Bottomley, Novell Distinguished Engineer Linux e mantenedor do kernel do Mais informações no site:
subsistema SCSI. www.linuxfoundation.org
• Jon Corbet, desenvolvedor do kernel do Linux e Editor da Linux Weekly News (LWN). Local:
• Thomas Gleixner, mantenedor da arquitetura Intel (x86), Sheraton São Paulo WTC Hotel
• Ian Prat, arquiteto chefe do projeto de código aberto Xen e fundador da XenSource. Convention Center
• Ted Ts'o, primeiro desenvolvedor do kernel na América do Norte e parceiro do Google. Av. das Nações Unidas, 12559
Brooklin Novo — São Paulo/SP