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Humanistica 1. Ino a vida tlc, BLibanio 2 A norma lngustica, Marcos Bagno (org) ‘A incluso do ouro~ Estudos detearia politica, Wngen Habermas 4. Sociologia da comunicagt, Philippe Breton, Serge Prous 5. Socolingistcainzraionl, Branca Ribeiro, Pero M. Gareez [ores] 6. Lingttica da norma, Marcos Bagno {ore| 7. Verdade ustifiagao — Ensaisflsfirs, | Habermas Jiirgen Habermas Verdade e justificacao Ensaios filoséficos Traded Milton Camargo Mota Titulo origin Wahrheit und Rechiferigung ~ Philosophische Aufsitce (© Sutvkamp Verlag, Frankfurt am Main, 1999 ISBN: 3-518.58273.9 pick ne-rexno: Marcos Macioilo ‘Duacraatacho: Miriam de Melo Francisco Revisio: Mauricio Balthazar Leal Edigoes Loyola Ron 192200 47 — Iianga {05216 00 Sto Paulo, SP Caixa Psa $2.35 - 8218970 Sto Paul, SP Boor ooia- 1922 Sorin siss-az7s Home pugs e ends: wwe yo com br ator Tyola@oyea com br Xena: vendax@loyoacom be Tro otis reer Sesh par ds a a pen mai pe ura a gece meer once chins Foci roar on reed aula ima enc ar pein st a tore ISBN ASIsR836 © BDIGOES LOYOLA, Sto Paulo, Brasil, 2008 ‘Sumario Int 4g80 ns co 7 Recinwo aca iatn ta rtcaimca iene ‘Comuniasio os epee? _ 5 Coote ttt nec ar ‘Ogustigoamento ranssendental depois do pragmtiono 8 ‘oe prolena conoconequenca Abeta do conhesimenig tovada ea deen ene undo eran € gad mm 28 Um sturaliso aco depoisde Kate de Darwin 31 Realm sem epetpS0 ne 38 Merde tire nnn 6 Progress naga, So I Da hermenéutica & pragmatica formal T iosotia heemenéuticaefilosofia analitien - 8 og vrsrs courant aaa LNGGNTICA 2 Racionalidade do entendimento mituo nr) vias snaco concen pe aciowasmAne cM ‘esas da cima. cone oz Modaades do asa lng - 109 Aaircomunieivo vr ier 7 Ricionlidae conunietiac abertsiguiics 0 opdo “ie Apes onl praia da siting 10 0 Intersubjetividade e objetividade 3 DeKant aHefel nvenrinnsnnnnnnninennnninsnnnnninns BS Aracssice usctienen de Row Beano 4. caminhos da destranscendenaizagio oe 183 De Kas Ht, eve m Verdade no discurso eno mundo da vida 5 Verdade ejusifcagio uceennenn Avinana acaimcn ne Rosen Romy Anti por impo patonico — m9 Avira peagatica eis Contest ectcisno como problemas especicas ‘eparadigmas patie enon Nndade estar. ‘conse smn de verlae« erpectvapraatic. (O const epistemic de edad do posto devs prison conceit pragmatic de verte A naturlinagio da rarotomada nga © Corregto versus verdad an 267 (O sexo ps vaoabe DBONTOLaca Ue ROS eNORMASNORAS v Limites da filosofia 7 Via vee mais: elas entre teoraepriies ee 3S Indice onoméstco oo ur Introducgao REALISMO APOS AVIRADA DA PRAGMATICA LINGUISTICA, © presente volume rene traballos filoséfins escrito entre 1996 e 1998, que retomam o fio de uma reflexto interrompida desde Caneci- _mentoe inteesse, Com excesao deste iltimo, todos tratam de questoes de Slosofia tedrica que desde entio eu havia abendonado. Por certo,a prag. _msticalingistica, que desenvolvi desde inicio da década de 1970 ‘bem no pode passar sem as catogorias de verdade e objetvidade,realida- pria da linguagem”, Cada linguagem natural projeta um horizonte ‘ategoral de sigificagio,em que seartculam para umacomunidadelin- auistca historica uma forma de vida cultural e a pré-compreensio do ‘mundo como um todo. Em seguida, Heidegger concebe a diferenca inscendental entre mundo e intramundano como diferenca ontologies entre ser ¢ ente, ¢ poe a compreensio a cada vee dominante do set na dependéncia do priori do sentido, proprio da abertura linguistica 40 ‘mundo. Com isso, a conseignciainvariante do sujito transcendental dis- solves na mutagio histérca das omtologias” gramaticalmenteinscritas nas linguas a cada ver dominantes. concepeo da historia do Ser toma, cemprestados do modelo da histSra intrarmundana os aspetos de wm acom= tecer contingente em que eatio entedados os sujitos capazes de fala € agit. Mas al concep localiza os“eventos” das interpretacbes epocais do ‘mundo no nivel transcendental de uma instauracio a priori do sentido, cdo qual os contemporiinens nao podem se subtrar, Os sujitoscapazes de falar e gir estdo entregues 3 historia do Ser como a uma ftalidade. Com essa concepcio, Heidegger faz justica — na forma de uma historcizayto do a priori do sentido — a destranscendentalizago da es- pontaneidide geradora do mundo, sem precisa enfrentar consequenciss Aporétias, De um lado, ele mantém, com a diferenca transcendental en tre mundo e itramundano, a diferenca metodologica entre investigacOes| ‘ontoldgicas e Onticas, Assim, 0 movimento dos destinos meta-hstéricos no se situa mesma altura que o uso das contingénciasintramun danas, De outro, Heidegger também fornece um argumento em defesa da obje 1B. Lafont, Sprache und WehersligSung, Frankfurt a. M., 1994 tividade do coobecimento. Come & o proprio Ser que realize seu destino rmeta-historico, aqulo que a cada ver se revela 208 sujitos& hur do Ser nao pode cair na suspeita de no passar de um fragmento meramente subjetvo do ente como um todo. Em seu procesto de abertura a0 mundo, ‘© que quer que © Ser a um so tempo ocult ou faga parecer no ente €0 cente em si, Por outro lado, slta 20s olhos 0 prego que os sueitas que dizer “sim endo” devem pagar por esse fatalismo do Ser. A "recordagio” csotérica que, em face de um destino “imemorial’ se sabe liberta dos deveres da justificacio inerentes 8 fala motivadora e 20 pensamento dliscursivo invoca um acess privilegiado & verdade. Para 2 autocom- preensao de sees autonomes que se deixam levar por razdesa tomadas de posigao racionalmente motivadas, essa pretensdo é uma hipoteca nao menos pesada que a nivelagho naturalista de nossa autocompreensio normativa Quando se deiva de confundir © naturalism com cientiicismo, os problemas resutantes de uma destranscendentalza¢30 realizada com in tengo pragmitica rsolvem-se de forma completamente diferente, Mas ‘entao preciso extair as conseqiténciascorretas do abandono do modelo representacionalsta de conhecimento, (@) Do ponto de vista pragmitic, 0 processo do conhecimento 8 representado como um comportamento inteligente que resolve proble- ‘mas e possbilta processos de aprendizagem,corrige errs ¢invalida ob jegbes A fungao representativa da linguagem no sugere a imagem enga- nadora de umm pensamento que representa objetos ou sendo quando & desvinculada desse contexto de experinciasligadasaagSes ede justifica- {Ges discursivas. © "espelho da natureza” —a representacao da reahidade — 0 modelo falso do conhecimento™, porque a relagao de dos teemos de imagem ¢ objeto retratado —- ea rlagio esttica entre enunciado € estado de coisas — faz abstragdo da dindmica do erescimento do saber pela solugao de problemas e pela justficacto. Na dimensdo espacial osconhecimentosresltem do processamento das docepgdes que sofemos no tratointeligente com umm mundo citcun- dante pleno de riscos:na dimensdo socal, da justticagao das solugbes de 0. Rory 970, sono problemas diante das objecdes de outros partcipantes da angumentacSo; fa temporal, eles resltam,enfim, dos provessos de aprendizado, que se futrem da revisto dos erros proprios. Quando se considera 0 conhesi~ mento fugao de tal dispostivo complexo,vé-se como oelentento passivo da experiencia de sucesso ou fracasso praticos se entrelaga com os mo- rentos construivos de projeto, interpretagBo e justificasto, Os jus empitios formar se nos processos de aprendizagem « provim de solu- tes de problemas, Por isso nio faz sentido orientara validade de jus pea diferengaentresereparecer.entre odado“emsi"eo dado para n6s" como seo eonhecimento do pretensamente imediato devess se p= rifcado de ingredientes subjetivos e mediag@es intersubjetivas. Ao con- {tirio,o conhecimento depende da fungio cognitiva dessesingredientes cemediagées. Do ponto de vista praginétco, a realidade nao ¢ algo set retratado; ela nao se far notar endo performativamente, pels litagdes aque esto submetidas nossassolugdes de problemas ¢ nossos processos ddeaprendizado — ou seja,como a totalidade das resistencias processadas das previsas ‘© modelo representacional do conbecimento — que expiea a"fgu= agio” (Darstellung) quee como representa {Vorstellang) dos objetos quer como reproduc dos fatos:€ a "verdade” como correspondéocia entre arepesentago eo objeto ou entre a propesiie eo fato— passa a0 largo do sentido cognitivo-operativo da “superagBo" de problemas e do “sucesso” de procesos de aprendizagem, Nas interpreta;des fundamen tadas,refletem-se o que a realidade nos ensina em nosso trato tivo com «tae o que nos ensinamas objegdes que encontramos na toca discursva Certamente, real é tudo 0 que 0 caso € que pode ser representado em ‘nunciaos verdadeiros. Mas a faticidade das imitagdes em que nos «> ffegamos no rato tanto cotidiano como experimental manifesta a resis~ tencia dos objetos aque nos referimos quando afirmamosfatos sobre cles, Porisso,supomos o mundo objetivo como sistema para reeréneias pos siveis — como o conjunto de objetos, no de fatos. ‘Quando separ dese concritopragmitico deconhecimento surge um oturalsmo que dea intacta a diferenga entre mando ¢intramundano — Io obstante a destranscendentalzacao. Essa concep apsia-se numa nica suposigdo mettebrica: a de que nossos procesws de aprendizado — possves na moldura das formas de vida socioculturais — de certo 8 Vinoxne rusrmcacko sas mosorens modo apenas dio continuidade aos ‘processos de aprendizado evolu ionsrios” previos 0s qusis, por seu turno, produriram as estruturas de rossts formas de vida. Pois, entio, as estruturas que possibilitam transcendentalmente 0s prooessos de aprendizado do tipo em que nos ‘envohvemos qualificam-se, por seu turno, como o resultado de processos| de aprendizagem histrico-naturais menos complexos — € com: isso ga- hart, elas mesmas, um conteido cognitive. No entanto, a “continuagio" dos processos de aprendizagem num nivel superior pode ser entendida apenas no sentido de tam naturaismo “fraco’ com 0 qual ndo se pode ‘ineular nenhuma pretensio reducionist, Uma esatégia de explicagio “estritamente” naturlista tem a inten de substiuiraanalise conceitual de priticas do rmundo da vida por uma explicacio clentifica — por exem> plo, neutolégica ou biogendtica — das operagdes do cérebro humano, O naturalism fraco satisfaz-se,em contrapartida, com hipétese de fundo de que oequipamento orginicn eo modo de vida cultural do homo sapiens ‘tem uma origem “natural” e s80, em principio, aessveis a uma explic ‘fo caleada na teoria da cwlugso. Ese pressuposto global de uma continuidadehistorico-natural, que por assim dizer atravessa toda a cultura, abstém-se de qualquer hipétese filosdfica sobre a relagio entre corpo e esprit (por exemplo, no sentido de umn matetialismo eliminacionista ou reducionista); ao contrétio, ele thos guard da reificaco de uma diferenca entre atitudes metodoigicas ‘questo, emsi mesmas, ontologicamente neutras, Enquanto conservames ‘0 questionamento transcendental precisemos separar estritamente a re- construsio racional de estruturas do mundo da vida — reconstrugao hermenéutica que fazemos da perspestiva de participant: — da andlise causal da génese histoico-natural dessas estrutura,anslise guiada pela observagao. E apenas o paralogismo idealista que deduz a oposigio “ontoldgica entre spiritoe corpo (ou ser eente) de uma diferenga met dologica que indus.asituar as condigoes transcendentais da experiéncia ‘objetiva numa esfera transmundana do inteligivel — ou da historia do set Por outro lado, paralogisme naturalista — segundo 0 qual das con- digbes transcendentas sa assimiladas sem nenhuma ceriminia, ou sea, sem consideragi0 das aporias da auto-referencialidade, as condigGes cemipirias e projetidas num dominio objtivado pelasciéncias empiticas — 6 apenas 0 reverso da mesma medatha, 36 © natualismo fiaco evita integear ou subordinara"perspectia in tema” do mundo da vida ao“ponto de visa exerao” do mundo objetivo ‘ho contritio cle reine, no nivel metatdrio, as duas perspectivas tet ‘as senpre mantidas separa, na medida em que supbe a contindade “entre naturezae cultura, Noentanto. essa hipdtese de fund édetal modo expecifiada queaevolugio natural das especies — emt analogia com nossos proprio processos de aprendizagem., tornados possvis no nivel socio~ {ultra de evoluao ~-possa ser compreendia como uma seuéncia de “solugbes de problemas” que levaram a esados de evolugio sempre mais complexes com os nives de aprendizagem sempre mais elevados. Como $e deve compreender essa "analog e at que Ponto € petinene a for mula inicialmentemetarica do"aprendizadoevolucionaio’é,pois, uma {questo que nio pode ser devia na moldora de uma ou outa das te- ‘fas — postas em relagio apenas por esa analog O yocabulirio do sprendizao, que ganhaincalmente um sentido preciso gracas nossa perspeciva de partipante(¢ est, por exempl, na hase das conczpgbes, de aprendizado da pscologa do desenvolvimento). no pode, por sua verse simplesmnterenterpretdo na conecituaidade neodarwinista, Do conteri.o naturalismo frac perde sua essncia. interpola de ta “esa de processos de aprendizagem de diferentes niveisexplica apenas por que pedemospreservaradiferengstrnscendentalentremndo eintrarnundano sem preci projetaracontingéncia do "necessrio para 6s" dst lado dos procesios empiricos no lado dei dos events da his- téria do Ser Pos a concep da evoluggo natural coma um proceso analog ao apredzado asegura tim contetide cogaitivo 3s préprias teuruas que tfm uma ginese natural eposibiltam nossos procesos de aprendizado so, por su ver explca porque a universaidade a noces- Sidade de“nossa visto do mundo objetivo nao tem necessariamente de ser prejuicads plas circunstancascomtingemtes de sua gcse" UE caw expe pro constr deme combina Inco, gue P veined ene mania {um mans ns, Naturaen aad An Na ‘aa in Haber Pinoy 1999)Te he combination af an Kean with eh ‘Sens snd» propenly toward naturalism which maker forthe diner Habermat work tas him ou longing tab tradition wba dere fo the work of Hepes kt wing flies during the LN) an sf combina ‘gure ances easier e uma proprio ao naturalsmo oe iting ‘hr de Hahermas oo morc como petncte b subtadgo que dv en ie Iti obs ds eqn esians dos nos 830 184 a” Vosoe psriscacho = esas tosonces Sea evolugto natural ¢observada do ponto de vista de capacidades riéncia pela qual controlamos nossas suposigées € linguisticamente ‘struturada e se encontra engastada nos contexts de acio. Tao logo re fetimos sobre uma perda de nossas certe7as ingénuas,n3o mais encon. ‘ramos nenhuma classe de enunciados de hase que se lgitimam "por si ‘mesmos’, ou sea “primérdias” inequlvocas para além da linguagem, experigncias auto-evidentes aquém das razdes. O coneeito semantico- edutivo de fundamentacao tem alcance muito curto a eadeias de fun~ damentasio refluem pata os contextos dos quais elas provem. A venade 6 enone eusmieagho— estos RuosoRC0s 4 um emunciade parece poder ser garantida apenas por sua cosréncia com outros enunciados, fl accitos. Mas um contextualismo estrito™ nao ‘se conclia nem com os pessupostos do realismo cognitive, nem com & fora revisionist inerente ans processos de aprendizagem, que modificam 4 parti de dentro 0 contexto que os torna possiveis, nem com o sentido “universalista das pretensoes de verdade que transcendem seu contexto ‘Como saida para esse dilema se oferece a tentativa de combinar a ‘compreensao de referencia transcendente em relacao @ linguagem com ‘uma compreensio — imanente a inguagem — de verdade como assertibilidade ideal, De acordo com isso, um enunciado seria verdadeiro precisamente see somente se pudesse resist, sob os exigenes pressupos tos pragmaticos dos discursos acionas.afodasas entativas de invalida¢a0, fu sea, se pudesse se justificado numa situasao epistemica ideal. Em Ssequida a célebre sugestao de CS. Peirce”, K-O. Ape", H. Putnam € eu" defendemos, por momentos, uma ou outta versio de um tal conceito dliscursivo de verdade. 'No inicio, eu mesmo defini o sentido de verdade de modo procedural, ‘a saber como um pr prova sob as condiges normativamente exigen: tes da prixis da argumentacio, Essa privis repousa nos pressupostos idealizantes de (a) publicidade e total inclusio de todos os envolvidos, (b) Aisttibuigao eqitativa ds direitos de comunicasan, (c carter n20-vi- Teno de uma situagao que admite apenas a forga nto-coerciva do melhor argumento,e(d) a probidade dos proferimentos de todos os participa tes, O conceito discisivo de verdade deve, de um lado, evar em conta 0 fato de que a verdade de wm enunciado — dada a impossibilidade do $2: Clm richs dcuses de ety cmon ons” "The Wo Ln Th ul of spy 19-172 Shes Roe, Clad Popes p08 Ste dlaat bn tsar eFommorosomgemsnct nd be Gupta Aer BA ive (37 ol 2 phase el Op comunidad de ‘Shuma or tment cr Pomorie ofa gs ay STARS, p ah Faron Ronee der Mab od ia Tou) inlan 0) pp. 8119 eon ine Reson, than Fay, amb, Mam. 141 Mem Rel and am Cg ce. I Habeas water (172 em (186, p12 uit deg Pt 192596. 280. em, «6 Irmo0n;40 condicoes de verdade nao interpretadus — nao pode ser ‘medida por “evidencias peremptérias”. mas apenas por razdes justitic. dora, se bem que jamais defintivamente“obrigatoris"™ por outro lado, _aidealizagao de determinadas propriedades formas eprocessuais da pris argumentativa deveria pir em relevo um procedimento que, mediante uma consideracto sensata de tadas as vores, temas ¢ contribuigdes rele vanes. aga justia a transoendéncia da verdade em religioaseu contexto, ‘al como é reivindicada pelo falante para seu enunciado A concept epistémica do conccito de verdade transforma valida 4e (bimembre) do enuncisdo "p”na validade (trimembre) “para n6s" ‘© auditorio ideal (Petelmann), que deve poder justficar uma pretensd0 de verdade levantada para “p's contanto que ela sea legitima, Apenas a ampliago ideal do circulo dos destinatirios pode evtaro paticularismo inerente& referencia a uma primeita pessoal do plural. Aqui se trata nto apenas de uma dilatacto do publico de possiveis participantes argu mentativos na dimensdo socal, mas também de uma idealizacio de suas realizagdes no aspecto materiale temporal, ois aconexao conceitual entre avalidade ea validade demonstrada ou conhecida dep” (a"validade para 1nés") remete a “nds” no papel de participantes potencias de processos ideais de jusificagto™ ssa concepylo procedural de verdade como resgate discursivo das pretensOes de verdade é contra-intuitiva na medida em que, obviamente, a verdade nao ¢ um “conceitoligado ao sucesso” Por cert, hé para nds, CLS Rel "Dreche Kontetiamendens Deh Z Phils al 46,1998. pp. 549.58. Koel escontece a org pra node de um ein epizmia Se ‘ena pos zt "rast do const cabo a eng coca cet pretenses de veda taiads masa subs a ae torr rsp sis grant” de qu dipomos de rates nercss pate um er gut feos wet ‘acters pena as erteas de aco ects ola depts hts ‘hum horn do muro da rida em qo sina nos mila queer ae verdad” tlwtcamente eves Tap logo ess pitas slo pera cress ferfrmathameste ancora so grblematadnya pts donbiidade de rates “ere er uma ths, Nos precson de jnticat oy rinse bose ts So pm dca. prensa pens eho 5. Segundo compreensio procul da verade, 3 condo dessa nvr e sta pl to de pretend ead agimas mote se etek ‘jeter no proceso da argnentaao empresas, a ‘Venpane epsttncacAn~ isos osoreos enquanto nos movemos no nivel do dscurso, uma eonexto epistemologica incomtomavel de verdade ejustcagso. Mas, nesse meio tempo, eu me dleixei convencer (sobretudo em discussoes com Albrecht Wellmer € Cristina Lafont) de que nao resulta dessa cizcunstincia nenhuuma cone- xioconceitual entre verdadeeassertblidade racional em condigdes desis. ‘Caso contrio no poderiamos compreender a vercade como uma "Pro priedade inaliendvel” de enunciados. Até mesmo os argumentos que nos Eomvencem aqui e agora da verdade de “p” podem se revelarfalsos em, foutra situagio epistémica. Razdes pragmaticamente“itrsistiveis”ndo sto ‘arses “obrigatorias” no sentido logic de validade defnitiva. © emprego ‘acautelador da predicado de verdade — pot mais que “p”seja bem justi Ficado, ele pode sinda se revlar also ~- pode ser compreendio como & expressto gramatical de uma faibilidade que experimentamos em nds -mesmos no cufso de muitas angumentagBes e que abservamos nos outros na retrospectiva histrica sobre cursos de argumentagdes passadas, ‘Ou 0 contetide normativ dos pressupostos pragmticos de dscur ‘$05 racionais no € suficiemte para excluirafalibilidade de um consenso discursivamente aleancado em condighes aproximativamente ideas: ou as condigtes ideais de assertbilidade racional, que sto suficientes para isso, perdem a forga que caracteriza uma ideia reguladorae Ihe permite orientar 6 comportamento, porque eas nao podem ser cumpridas nem ‘mesmo de mancira aproximativapor sujetos apazesfalare api tal como ‘os conhecemos”. Estas objegpes me levaram a uma revisdo que relaciona fo conceito discursivo mantide de accitabilidaderscional sum conceito de verdade pragmatico, no epistimico, sem com isso asimilar a “verdade a“ eertibilidade idea!” -Mesmo depois detal evisto, o conceit de dscurso racional conser va‘ status de uma forma de comunicarao privilegiads, que exorta os participantes a uma continu descentragao de suas perspectivascognitivas, (Os pressupostos de comunicagio normativamente exgentes ¢ incontor- niveis da préxs argumentativa tem sempre o sentido de uma obrigacio {strutural que nos leva a formar um juizo imparcal, Poisaargumentaci0 “5 Apresentaio, entre autos, por Davidson, ese argument também vale part © conc, apoio de fa tpt de ut final opion que (segundo Pier) 5 ‘Drmri a comonidode omnis dos riage se mies no tempo em ‘Spon fin do thud’ por ani ie 4 1 ie bernie permanece o nico melo disponive para se certificar da verdade, porque ‘pio hi outra maneica de examinar as pretenses de verdade tornadas problemticas. Na existe um acesso ditet, nao fitrado pelo discurs0,38| condigBes de venlade de conviegdes empiricas, Com efeitos se tematiza fa verdade de opinides abaladas — de opinides desentocadas da inquestionabiidade das certras de acto que furcionam. Embora no possemos atravessar a conexao de verdade ¢ justificasio, essa conexto epistemicamente incontornavel nao pode — 10 sentido de um conceito cepistémico de verdade —serestilzada como ums conexio conceitualmente indissolvel, {As priticas do mundo da vida sto sustentadas por uma conssiéncia plena de certeza que, in actu, nao deixa nenhum espago para reservas {quanto a verdade, © comportamento solucionador de problemas proces- sa.as decepgdes que stngem contra. pano de fundo de expecttivasesté= ‘eis, ou sea, no contexto de uma granede massa de concepedes ingenua- ‘mente tidas por verdadeiras. No tato pritico com um mundo objetivo suposto como idénticoe independente, os atores dependdem de certezas de agi. E estas implicam, por sua ver, que se tenham as opinives que {governam 2 a¢So por absolutamente verdadeiras. Nao pisamos em pontes cuja estitica nos parece duvidosa, Ao realismo da praxis cotidiana, corresponde um conceito — subjacente, porém, apenas de modo performativo — de verdade absoluta, de verdade sem index epistémico, De modo geral, a confiabilidade das expectativas subjetivamente imunes adecepgies no suporta nenhuma reserva falibilistaconsciente durante a ago, Do ponto de vista das rotinas do mundo da vida, a verdade de enun~ cados ¢ tematizada como tal apenas quando préticas malsucedidas-e con ttadigaes emergentes nos fazem tomar consciéncia de que a abviedades: até entio em vigor sio meras“verdades pretendidas’ ou sea, pretenses de verdade em principio problemsticas. Flas sto tematizalas como tais ‘penas quando um proponente apasta, por assim dizer,com um oponen- ‘teque ele pode justlicar um enunciado cua validade foi hipotericamente suspensa. apenas com a transiqdo da agao para o discurso que os parti- ‘ipantes adotam unsaattude reflexivae, lu de res pre contra apre~ sentadas, disputam pela vendade tematizada de enunciadas controversos. ‘A estratificagio do mundo da vida em agio ¢ discursoilumina a Aiferenca dos papeis que o conceito de verdade desempenba emambasas 9 ie Vino = NSNOs mUENONCAS esferas.As opinibesimplicitamente tas por verdadeiras a acao contro Iada pelo sucesso ¢ as pretensbes de verdade implcitamente levantadas no agir comunicativo correspondem a suposiglo de um mundo objetivo de objetos que sio manipulados e avaliados. Afiemamos atos sobre os objetos mesmos, Esse conceito ndo-pstémico de verdade, que se mani festa no agir apenas operativamente e, portanto, de modo nao-temstico, ‘aonfere as pretensdes de verdade discursivamente temmatizadas um posto de referencia que transcende toda justificagao. A meta dasjustiicagbes € encontrar uma verdade que ultrapasse todas as justifcagbes, Por certo, essa referencia transcendente assegura a diferenca entre verdade © acetabilidede racional, mas poe os parcipentes do discurso numa situa ‘Ho paradonal. De um lado, sem acesso direto as condigdes de verdade, ‘les 6 podem resgatar as pretensies de verdude graces 3 forga de convic: «ho das boas razdes; de outro, as melhores razbes esto sob a reserva da falblidade, de modo que, justamente onde a verdade e a falsidade dos ‘enunciados sdo tematizadas,o abismo entre accitabilidade racionale ver- dade nao pode ser transposto. ‘Mas entio se poe 2 questdo de saber por que um acordo discurs ‘vamente alcangado poderia autorizar os patiipantes da angumer aceitar a pretensto de verdade convincentemente jusificnda par vez da verdade de “pA resposta pragmstica, que desenvolvi na discussio ‘com Richard Rorty (infra, pp, 267s), parte da idéia de que os discursos _permanecem engastades no contexto das prticas do mundo da vida, por ‘que tém 2 fungio de restabelecer ums acordo de fundo parcialmente per turbado, Do ponto de vista de priticas malsucedidas e certezas de agdo abaladas, as argumentagbes tem uma espécie de funeao reparedora. Com isso, gostaria de explicar por que os participantes da argumentag20, que pds oesgotamento de todas as objeges se convenceram da legitimidade ‘de uma pretensio de verdad, no tém mais no pape de atores, nenhum motive racional para continuar sua aitude reflexiva provisoriamente as suumida,em vez de compreender abem-sucedida desproblematizacso das _questdes sobre a verdade como licenga para retornar a um trato ingénuo ‘com o mundo. Essaé,no entanto, uma explicago funcional, que ja pressupdeo que deve ser explicado —- 6 motivo racional para a mudanca da perspectva do discurso para a da ag30, Mas se uma boa justificagao de "p” deve ser 0 . aie Donut suficiente para aetar“p" como verdadero. embora nos posaconfun- dir “verdade” com “acetabiidade racional’,& necestirio que 0 tipo de raabes que autorzam tl ransigo paeyaplausivel aos prprosparte= pantes da angumentagao — endo apenas ane 3tona 0 motivo ltente {queseencontra nos toes pois etes sempre jest sb pressho da ago, io que os envolvidos, enquanto participates da argumentacio, por tanto ji na molduradiscuiva, post reaver conscincia de ineabi- Iida que sustentaaspritcas usuais do mundo da via, Mas eles poder se convencer tanto mas faimente da verdade de concepgoesempirias, «quanto masclaramente 35 azdesetabslecerem uma conexao ntsmaente a posse de opines aceitiveis ea aquisgao rocional dew opiniges, Ese pensamento ¢ desenvolvido por L. Winger, partir da anise do saber por E, Getter”, Sabe-se que as tres condigoes que devem ser cumprdas para que se poss atribuiraFum saber de “p"—que"p" sj verdadeios que Festa convencido “de que p”: ¢ que poss justifiar sua convicio “de que p” — sto condigbesnecessrias, mas de modo nenbusm suficientes, As a> es accom as quai F pode expliar por que est convenido dep no bastam para qualificar uma convo suposta verdadeire como sa bers mas apenas as razdes que eusinaramt a F“que p”estabelecem uma conexio inte! egenéca ene o saber de que Fdipae ea agus racional dese aber. Apenas as rardes pels quis F pide eames "que p” Sio um indicio de que Faprendeu algo a props do mundo, Wingert ‘hama uma usifcagao de eonstrutva™ quando ela opera com szbes de ‘a tipo que podem demonstar que a prtensio a sabe ésullado de wm proceso de prendizado, por mais flv que sa. Ax ranbes peas ques Fafiema saber “que p” tram sua forga de atorizas30 particular do fio de «ue podem ser compreenddas como razbes que envaveram n0 "préprio "mundo" um sujeto em proceso de apreniage see arguento wingertano longa de mode plusivel, urna ponte sobre o abismo entre verdadee jusifiarso do ponto de vst do proprio process de usiicagdo,embora no ofeche. Ps, pars os participantes 42 argumnentaio,o conceito de aprendizadoestabelee, ¢ certo, cone- Fara que ssp cL. Winget Mires Sonn Bong ew Eling empires Refine de dara, Univer FsnhfutiM, 1P st ‘Vesna Eros - esos mewoncos to legitimadora entre saber e obtengio racional do saber, mas no con {ere a uma conviceio discursivamente justificeda, 20s olhos dos partic: Pantes da argumentacio, a infalibilidade das certezas de acio. Na medida ‘em que o saber se justilica por um processo de aprendizada que supera oF velhos ers, mas nio nos protege dos novos, cada estado de saber atl permanece relativo melhor situagao epstémica possve, Mesmo 0 acor- doalcangado por meio de uma justiticagao“construtiva"e que provisoria- mente conclui um discurso de modo convincente resulta num saber do {qualos envolvidos, em seu papel de partcipantes da argumentagio, podem saber que ele falivele perfectivel. Osatores que chegam a um bom termo ‘om o mundo nutrem-se de suas certezas de agdo, mas, para os sueitos ‘que, na moldura dos discursos, se cetficam reflevamente de seu saber, averdade ea faliildade deum enunciado So dos lados de mesma moeds, Progressos na legalidade A versio epistémica do conceito de verdade desvinculara a validade dos enunciados descritivos de toda representacao de uma correspondén: se coma referéncia a alguna isa no mundo objetivo. da qual jutamen te se fla algo, Convo Humbolde ja 0 vita ¢ erent & conversagao uma referencia objtivaa qual estabdoce uma conexdo internaentreo sentido ¢ verdade possel do que se diz. Do eontraio, Humboldt nio teria podiso vincular ampliagao hermenéutica do horionte da compreensio matuaaesperanga de um entendimento mucus wnivers ‘A primeira vista, com a dimensio comunicaiva da linguagem, Gadamer também parece eabiltar a promessa universalista da razio. “Também segundo sua Visso, a tentaiva de compreender um 30 outro tende &liago e, por fim, fusao" de horizontes de compreensio inicialmente dvergentes E, como Gadamer reconhece, a dindmica da comprecnsio recproca desevolve-sen0s trilhos da logica de um en- tendimento mituo progresivo sobre a propria cosa, Nao obstante Gadamer chega a conclusdes totalmente diferentes das de Humboldt 10. Apel "Die tang er prance Philosophie td ae rbles sk Galaeseachaen™ U964 [bre"O desdobramente Gls ls di isagem prensa cnc do opi in Tanga defi vo Ih, Bs oy, Sto Pau, 2909. pp. 7-110, “her Wigs und Heeger" (942) in ies (1973) 99.2 OsOMe HERMETIC F FOSORAASALITCA Pois, como em Heidegger, a referéncia abjetiva de didloge, que guia 0 processo de entendimento muitua, deve sempre se dar no solo de um consenso prévio, produzido por tradigdes comuns, A ravio mesma por ‘que essa hermentuticainicialmente programatica di, por fim, uma "vi- rada ontoligica" é compreendida quando se escatecem os motives do ‘empreendimento Gadamer desenvolve sua hermenéutica como resposta aquilo que. desde a “segunda observagao extemporanea” de Nietzsche, vinha preocu- ‘pando os contempordneos como o”problema de historiism’ Gadamer pretende se opor ao objetivismo das ciencias do espirito, que. a seu ver, desprendem as grandes tradigées historicas do contexto, enceram-nas fem museus, privam-nas de seu intrinseco potencial estimulante e, com, izam como “forea formadors”, Por iso, ee se orienta pelo «exemplo da apropriagao hermenéutica de obras clisscas — de obras da literatura, arte ereligito,e de modo geral de tradices dogmticas, como ‘os texts juridicos,Pois, ante obras lisicas,areflexso sobre asituagao de sida hermenéutica do intérprete pode trazer luz a iia que importa a Gadamer, A pré-compreensto que um interprete leva para 0 texto que ‘cumpre imterpretar ja ¢. quer ele queita quer no, impregnada e marcada Pela historia dos efeitos do proprio texto, Em primeico lugar. essa situagao explics por que o procesto da inter- retacdo — ou se, acorresao da pré-compreensio no texto ea precisio progressva da compreensdo na conversa virtual com seu autor — 36 & pssivel sobre o solo de um contexto tradicional comum queabarca des- de sempre os dois lados. Em segundo, visto que o intexprete¢ inserido desse modo no processo da tradicto,ainterpretagio de wm texto modelar consiste na aplicagdo de um saber superior a situacio presente, Desse ‘modo, o trabalho hermenéutico pode aperfeigoar uma tradiga0 sem paralsé-a pela apropriagio reflexiva e preiudicar a forga de obrigagio ‘que dela emana, Em terecro, visto que tarefs, essencialmente conserva~ dora, da hermentutica ¢ levar uma comunidade de origem a uma autoclarificasio (Sebstverstindigung) étca, 0 método das céncias does Pirito— de modo geal tentativa de assimilar as interpretagiesentinia | 48:14 G, Gadamer, Wari wed Sethe. Tubingen, 1960.trcta part ed br: edad mds ose Pepi 201 o dos cientifcos — repousa num mal-entendido. certficagio hermenéu ‘ica do micleo vivo de uma tradicao depende de um “acordo” estabelecido de maneira ndo-problematica, send ness sentido “sustentador’. Ele a. ticula, por seu turno, a prévia compreensto de si mesmo ¢ do mundo, propria da comuinidade lingUlstica a que se pertence. Por isso, "verdad €e*método” formam uma oposigio, "Reveladora’, a verdade do processo da tradigio seria simaplesmentedissimulada por um proceso metodotoico ‘que deveria assegurar a verdade dos enunciados. (© velho principio hermenéutico de compreender um autor melhor do que ele mesmo € reduzido por Gadamea compreendé-lo sempre de ‘outro mado, Em contrapastda, Apel insisteem que 2 hermenéatica, como ‘uma discipline ciemtifica, deve se fxar na meta e nos critérios do esforg0 da “melhor compreensio” F absolutamente impossivel expliitar as con digBes da compreensio possivel sem a0 mesmo tempo trazer a tonsa “a questdo, metodologicamenterelevante da validade dacompreensio" Para {que o conceito normativo de verdade nto sejasuprimio em proveito de uma mudanga epocal da abertura ap mundo, "sreflecto sobre validade deve ser salvaguardada em toda compreensto™™ Apel petende explicar a ‘comensurabilidade das diferentes viseslinguisticas de mundo com aux lio de universais pragmaticos. Nisso cle se deixa guiar pela ideia de que o saber linguistica deve também, ele proprio, indiretamente resist a prov ‘no contata com as priticas que cle pesibilita a0 mesmo tempo que 0 {rato cognitiyo com o mundo: “A possibildade de uma formagio prévia ca torn da inguger de R Brandom (1980) que seals mums lags complement de sonics flea pragmatic rma ‘Ge Habeas (981). 0h Lp se ROS HERENEUTICNEMDSOMLA AALTICN Neste context, os enunciados descriivos sobre algo no mundo objetivo teristia bisia de racionalidade em geral pode conseqiientemente ganhar precisio com auxilio da tematizacio auto-referencial de... performances na perspectiva da 1* pessoa do singular ou do plural; 56 éracionel quem capa de dizereu' ou 'n6s, ede tematizareatribuir asi mesmo o que cle ou faz", Schnadelbach poe-se assim na tradigao da filosofia da conscién- cia, Mas, ap6s a virada lingOlstica, emo boas razdes para seguir a suges- tio de G. H. Mead e explicar a auto-referéncia do sujito cognoscente, agente efalante — o& sea, a referencia da primeira pessoa “asi mesma” —apartir da adosao da perspectiva que uma segunda pesson assume em relagio a mim’. Assim, a auto-relago refletida, que Schnidelbach distin~ ‘gue como caracteristica bisica, seria dependente da relagdo entre par ‘ipantes argumentativos: noi reflexo que ndo se deixereconstrait como dliscurso interno. A atitude rellexiva com relagdo aos proferimentos pr prios efetua-se segundo 0 modelo da atitude que outros participantes ‘assamem com relacio @ validade problematica de scus proferimentos. “Areflexdo também &tributiria de uma relacio dialégea previa eno pai ra no vacvo de uma interioridade constituida independentemente da Sonera annie Za iis se inte cara OEP Pei Tir Se Rant 97.9.4 ‘iden coop Racionwunane no exreNonmesTo METUO ‘comunicagao".A tematizagao discusiva das pretenses de validade, plas ‘quais se mede racionalidade de nossos proferimentos, ea posse rlexiva desses proferimentos esto numa reac complement: elas remictem urna ‘outra. Nao considero promissora a sugestio de remeter aracionalidade a uma disposicio de pessoas raciona ‘Mas isso ndo abala a objog#o contra uma prerrogativa da racionali dade dscursiva corporificada na préxis da argumentagio. Aeito aobser- vvagio etica de Schnadelbach parto da idéia de que empre> ‘gamos 0 predicado I" primordialmente para opiniges, agdes ¢ proferimentos linguisticos porque deparamos,na estrus proposiional do conhecer, na estrutura teleoldgica do agir e na estrutura comunica- tiva do falar com diferentes razes da racionalidade. Esta, por sua ver, indo parecem ter nenhuma raiz comum, pelo menos nio na estrutura, discursiva da préis da fandamentagio, nem na estrutura reflexiva da suto-referencia de um sujeito partieipante dos discursos. Pareee, antes, ‘que a estrutura discursiva cria uma correlacio entre as estruturas rami ficadas de racionalidede do saber, do agire da fala ao, de certo modo, concatenar as raizes proposicionais, teleologicas ecomunicativas. Nesse modelo de estruturas nucleares engrenadas umas nas outeas, raciona Tidade discursiva deve seu privilégio nao a uma operagio fundadora, ‘mas a uma operacao integradora Se primeiramente seguirmos essa imagem, chegaremos a uma con- seqincia digna de nota, Por certo, camo a préxis da argumentasio & por assim dizer, uma forma reflexiva do agir comunicativo, ¢ racionalidade Fandamentacional corporificada no discurso sobrepGe-se de certo modo | racionalidade comunicativa encarnads nas acbes cotidianas; nao cobstante a racionalidade comunicativa se enoontra no mesmo nivel da ‘acionalidade epistémica eda teleoligica, Elana forma aestrutara englo- ‘bate, mas uma das trésestruturas centrais, que, contudo, sso entrelacadas| Pela acionalidade discursiva-— que v origina na racionalidade comoni- imagem no pode, porém, ser erroneamente compreendida hiduicrng durch eget in en, Nachostapyse hes Dene Franke M, 1988p, 15¥-185 eb: Prnament pst Tempo Brae, io de neo, 194), 101 Da WeRMENEUTiA ArRAcHATICA ORNL ro sentido mentalist. A racionalidade epistemic ea teleoldgica ndo sto de natureza pré-lingdistica,tampovcn aracionalidade comunicativapode Ser igualada a uma racionalidade em geral,corporiicada na linguagem. ‘Gostariaprimeiramente de esclarecer com algumas observagBes ese ‘complexo de estrututas que introdz de forma intuitive (). Em seguid, ‘explicari, com relacio as diferentes modalidades do uso da linguagem (Il) € 20s tipos correspondentes do spr (TI), como se imbricam as dif rentesestruturas de racionalidade no seio do medium lingtistico, Por fim, tratarei da complexa rela entre linguagem e racionalidade comunica- tiva(1V), Noapéndice, cto duas conseqnéncias que resulta dessas refle- x6es para a teoria pragmatica da sig ‘Tres raizes da racionalidade [No intuito de fornecer um panorama provisério da questio, wo (1) abordar a relagao complementar entre estruturadiscursiva e reflexto (out ‘auto-referéncia como uma condigéo para a racionaidade de pessoas). € fem seguidatratar das estraturas racionais centrais (2) do saber, (3) da stividede orientada a fins e (4) da comunicago. (2) Racionalidade diseursva ereflexdo ‘A racionaldade de uma pessoa mede-se pelo fato de clase expressar racionalmente e poder prestarcontas de seus proferimentos adotando uma atitude telexiva. Uma pessoa se exprime racionalmente na medida em {que se orienta performativamente por pretensdes de valida: dizemos {que ela no apenas se comportaracionalmente, mas que éracional, quart= Gopode prestar contasde suaorientacio por pretensbes devaidade Tam= bem charniamos esse tipo de racionalidade de plena responsabilidad, ‘A plena responsabilidade pressupOe uma auto-rlacio refletida da pessoa com 0 que ela pensa, faz ¢ diz: por meio das auto-referéncias ccorresponilentes, essa capacidade seentrelaga com as estruturas racionais| ‘centrais do saber, da atividade orientada a finse da comunicagao. A auto- 1a -ActoNMDADE BO ESTRNIMAENTO METH relagio epistemic significa uma atitude reflexiva do sujeito cognoscente ppara‘com suas pr6prias apinides e conviegdes, A auto-rlagio técnica pritic significa tal atitude do sueito agente para com sua pripr dade orientadaa fins, quer se trate de suas intervengiesinstrumentais no ‘mundo objetivo, quer das relasdes, orientadas ap sucesso, com outros sujetos que se encontram no mundo objetivo como antagonistas, (Aqui entendo por “mundo objetivo” a totalidade de entidades a respeito das ‘qusissio possveisenunciados verdadeiros,) A auto-relacto moral-priti- 2 do ator que age comunicativamente exige uma atitude reflxiva ante suas proprias agbes reguladas por normas; aauto-rlacio exstencalexige ‘uma atte reflexiva ante o projeto de vida proprio, no contexto de uma biogratia individual, mas entrelagads com formas de vida coletivas dadas. ‘Que uma pessoa seja capa, nesss diferentes dimensies, de se dstanciar desi mesma e de seus proferimentos 6 cle resto, uma condigho necessiria desta Fberdade, Aliberdade se distingue segundo os diferentes tipos de auto-referén- cas do sujito cognoscente e agente. Liberdade rellexiva, no sentido de auséncia de restrigoes cognitivas, exige a libertacto da perspectiva cegocéntrica propria de um participante enredado na contexto de 3¢0— aaquelsliberdade que tradicionalmente associamos i atitude teriea, Li berdade de arbitro consiste na capacidade da escolha racional de poder air assim ou assado, ou de estabelecer um novo comego na corrente de ‘ocorréncas, Com Kant, chamamos vontade livre ou autonomia acapaci- dade de autodeterminagio da vontade propria em virtude de uma idéia ‘moral. A lberdade éice posibilits, por fim, © projet consciente ea es tabilizagao de uma identidade do eu, Por certo, esas liberdades sto dis Posigdes que se podem sttibuir # uma pessow; mas as auto-teferencias correspondentes cevem-se cada uma, adoyioe a interiorizacio dss pers ectivas que outros participantes da argumentagao tém dante de mim: 1a auto-relagdo epismica e nas diferentes auto-rlagbes prticas eu me proprio, como uma primeira pessoa, da perspectiva da segunda, partir cla qual meus oponents, ou sea, outros participes dos discursos(empiricos| ‘ou tebricos, pragméticos, morais ou éticos) reagem aos meus proferi- 'mentos. Por conseguinte, na reflexio da pessoa racional, que toma distin ia desi mesina,reflete-se, de modo geral, racionalidade inerente &es- trutura.eao procedimento da argumentacdo, Contado, a0 mesmo tempo 103 ‘HeLa AFRAGMATICA HORN se-¥é que as ttés racionalidades parciais do conhecer, do agir do falar ‘convergem no nivel integrativo da reflexio e do discurso e que elas for- ‘mam, pois, uma sindrome, (2) Racionalidade epistémica [Nossa saber compoe-se de proposigdes ou juzos, as unidades ele- _mentares que podem ser verdadeiras ou falsas por causa de sua estrutura proposicional, saber é por naturezalingastco, Essa estrutura pode ser analisada com o auxilio de proposigdes en unciativas, No entanto, nfo vou gui discortr sobre a seméntica das proposigdes enunciativas ou do sen tido pragmatico de atos de roferenciagto ou de predicacio, Para saber algo no sentido explcito no basta, contuda, © mero co- inhecimento de fatos que podem ser reproduzidos em juizos verdadeiros, CConhecems fatose temos um saber sobre eles apenasse, 20 mesmo tem po, sibemes por que sto verdadsires os juizos correspondentes. Do con- trai, falamos de saber intuitivo ou implicto, de um saber “pitico”so- bre como se fax algo, Podemos entender muito bem de uma coisa sem saber ent queconsistem essas competéncias. Em contrapartida,0"sabero qué” est implicitamente ligado a0 “saber por qué” eremete nesse sentido jusifieagdes potenciais. Quem pensa dispor de um saber admite a pos- sibilidade de cumprit pelo discurso as pretensoes de verdade correspon.

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