O Tribunal da Relação do Rio de Janeiro e o
Caso do Vice-rei Antônio Álvares da Cunha
Izabela Gomes Gonçalves
Departamento de História, GHT, RJ
Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, UFF/RJ
1. Objetivos
Analisar as relações de poder estabelecidas
entre o Tribunal da Relação do Rio de Janeiro
e o vice-reinado, através do estudo de caso da
trajetória administrativa de Antônio Álvares da
Cunha, o Conde da Cunha, oficial régio que
esteve à frente da governação portuguesa no
Atlântico Sul na segunda metade do século
XVIII. Para tanto, serão discutidas as
atribuições do cargo de vice-rei na dimensão
atlântica do Império, bem como o papel
desempenhado pelo Tribunal da Relação do
Rio de Janeiro.
2. Material e Método
Um discurso feito em homenagem ao
aniversário do vice-rei Antônio Álvares da
Cunha pelo Tribunal da Relação do Rio de
Janeiro, que está depositado na Seção de
Obras Raras da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro; e uma carta enviada pelo vice-rei, que
se encontra no Arquivo do Conselho
Ultramarino do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro. Ambos os documentos foram
escritos no final do governo do vice-rei, que se
estendeu de 1763 a 1767.
3. Resultado Parcial
O trabalho em questão encontra-se ainda em
fase inicial de seu desenvolvimento. No
entanto, os resultados por ora atingidos já
apresentam uma importância significativa,
posto que a partir do material analisado
algumas questões mostram-se de extrema
relevância no auxílio do melhor entendimento
da dinâmica da governação portuguesa no
ultramar, na segunda metade do século XVIII.
Antônio Álvares da Cunha foi o primeiro vice-rei
do Estado do Brasil com assento na nova
capital da colônia, o Rio de Janeiro, e o
Tribunal da Relação um importante órgão do
Império Ultramarino português. As relações
entre o vice-rei e o Tribunal da Relação
poderão ser percebidas claramente a partir da
análise da documentação analisada.
4. Conclusões
As conclusões alcançadas ainda são parciais.
Através da análise do discurso proferido no
Tribunal da Relação percebemos como este
serviu como um instrumento capaz de
representar o poder do vice-rei. Um poder que
parecia se impor de forma harmoniosa dentro
da sociedade colonial, contudo as tensões
estavam presentes e envolviam, inclusive, o
vice-rei e os próprios membros do Tribunal da
Relação. Assim podemos perceber que os
conflitos foram apenas silenciados
intencionalmente, uma vez que o objetivo deste
discurso era exaltar a figura do vice-rei, o que
de modo nenhum significa que eram
inexistentes.
5. Referências bibliográficas
[1] Fernando Bouza Alvarez, Imagem e
Propaganda: Capítulos de história cultural
Del reinado de Felipe II, Madrid, Akal
(1998).
[2] Pedro Cardim, ”Amor e amizade na cultura
política dos séculos XVI e XVII”, Lusitânia
Sacra — Revista do Centro de Estudos de
História Religiosa da Universidade Católica
Portuguesa, tomo 11, Lisboa, Solivros, 2ª
série, p. 21-57 (1999).
[3] Stuart B. Schwartz, Burocracia e Sociedade
no Brasil Colonial – A Suprema Corte da
Bahia e seus juízes: 1659-1751, São Paulo:
Perspectiva (1979).
[4] Arno Wehling, Maria José Wehling, “A
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Janeiro, 1751 – 1808”, Revista do IHGB,
Rio de Janeiro, 156 (386): 79-92.
[5] Maria de Fátima S. Gouvêa, Gabriel
Almeida Frazão, Marília Nogueira dos
Santos, “Redes de Poder e Conhecimento
no governo do Império português, 1688-
1735”, Topoi, vol. 5, nº 8, jan.-jun. 2004, pp.
96-137.