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MUSEU NACORAL DE ARTE MODERN, CENTRO CEORGES POMPIZOU, PARIS Bella writing, de Mare Chagall, 1918. Aquarela, 20,3 x 30,5 cm. Chagall fepresenta sua mulher Bella em um momento de intimidade, em que se encontra concentrada, escrevendo, No meio da noite, acordando de um sono profundo, me pergunto, que barulho é esse? Ah, 6 0 bebé, meu netinho, que veio passar a noite! Quando meus filhos eram pequenos, eu acordava com qualquer mur- mirio. Hoje, choro de bebé nao esté mais entre as minhas preocupacées. Levanto-me, acendo a luz do corredor @ tateio meu caminho até o bergo. Por que chora 0 meu principe? Meu nariz nao acusa fralda suja, mas, mesmo assim, eu a troco por outra limpi- nha. Ele continua a chorar. Sera fome? Sede? Ou sera que bebés do século XX! jé tém pesadelos? Tento dar a mamadeira, sem sucesso. Nao é fome 320 =a Coloco a mao sobre sua testa, para sa- ber se tem febre. Também néo. Esta fres- quinho. Como nao sei 0 que possa ser, decido contrariar as ordens da mae, pego-o no colo, levo-o para a cadeira de balango e conto- the uma historia de anjos lindos como ele. Ele sori, aninha-se e logo valta a dormir. 1. O que é ler Para ler o mundo Pensando um pouco sobre esse texto | que narra.a minha noite de ontem, percebo que fui obrigada a interpretar, ou seja, a dar | significado a uma série de acontecimentos eprops. 14. Cie Parl eLe @610c8 128 eon de 108, Vet que me tiraram da cama e tornaram o meu sono impossivel. Vamos destacar alguns. Primeiro, foi o som ao qual atribui o signifi- cado “choro de bebé”. Em seguida, dei outro significado ao primeiro: "Eo meuneto que esta aqui e tenho de me levantar para acuci-lo” Em seguida, precisei usar de toda a experiéncia acumulada em minha vida para tentar descobrir por que ele chorava. Intui- tivamente, fui fazendo suposigées e anali- sando suas reagées: 1. no havia cheiro que indicasse fralda suja; 2. nao tinha fome, Porque recusou @ mamadeira: 3. nao esta- va doente, porque no tinha febre; 4. nao havendo como saber se era pesadelo, soli- dao, saudade da mae, peguei-o no colo eo embalei com movimentos e palavras. A cada dia, durante toda a vida, faze- mos exatamente isso: atribuimos significa- dos ao que acontece ao nosso redor. A essa atividade de atribuir significados damos 0 nome de /eitura. A leitura, nesse sentido, passa a ser uma atividade bastante ampla: ¢ efetuada toda vez que /emos um significado emalgum acontecimento, alguma atitude, al- gum texto escrito, comportamento, quadro, mapa e até, por exemplo, nas gracinhas de um cachorro. A tudo isso podemos chamar de leitura do mundo. E para que possamos fazer uma leitura adequada do mundo a nos- sa volta, € preciso saber observa-lo, recolhen- do informagoes dos mais variados tipos. Mas voltemos a historia inicial. Ao ouvir 0 barulho, tive uma informagao auditiva. Ao nao sentir 0 cheiro de fralda suja, tive uma informagao olfativa. Com relagao ao frescor da sua testa, tive uma informagao tatil. Ao ligar cada informagao as minhas experién- cias anteriores, exclui certos significados para o choro do bebé. E por isso que precisamos estar aten- tos a tudo 0 que acontece a nossa volta e saber que todos os nossos sentidos (0 olfa- to, a visdo, 0 paladar, a audigao, o tatoe a cinestesia, isto 6, a capacidade de sentir 0 espaco por meio dos nossos movimentos) estao constantemente nos fornecenda inu- meras informag6es a respeito do mundo. Basta que prestemos atengao a elas. ence Neste ponto, podemos ampliar, tam- bém, 0 conceito de texto: em latim, texto significa "tecido” e é entendido como qual- quer significado articulado fazendo-se uso de uma linguagem determinada. Por exem- plo, um quadro pode ser um texto, pois tem um significado articulado por meio da lin- guagem da pintura (linguagem pictorica). Um filme, além do texto verbal dos dialo- gos, apresenta um texto visual, constitufdo pelas imagens que se sucedem na tela. 0 mesmo acontece com a televiséo. Quantas. vezes lemos, isto €, damos um significado as imagens que vernos na “telinha’, mes- mo que no estejamos ouvindo 0 som? Precisamos lembrar, no entanto, que essa tarefa de leitura, de atribuigao de sig- nificados, depende da vivéncia de cada lei- tor, porgue € essa vivéncia que faz cada um de nés observar o mundo de uma forma diferente da dos outros. Toda leitura depen- de de nossas experiéncias, idade, género, pais e época em que vivemos, classe social a que pertencemos, enfim, de nossa hist6- ria de vida Vamos considerar, por exemplo, apenas 08 objetos presentes em nossa vida didria, para poder entender melhor como o signifi- cado se modifica de acordo coma situaco individual de cada leitor. Examinemnos 0 caso do leite, Para as criangas que moram na ci- dade, 0 leite chega embalado, pasteuriza~ do, pronto para o consumo imediato. Para as criangas da area rural, no entanto, 0 leite é associado a vaca que 0 produz, ao bezer- ro que dele se alimenta, ao trabalho de quem faz a ordenha, a presenga de grande quan- tidade de nata, a necessidade de ser fervi- do para nao azedar, e assim por diante. Es- ses diferentes signiticados atribuidos ao mesmo objeto — o leite — so fruto de ex- periéncias de vida diversas entre si. Concluindo: todos nds, alfabetizados ou nao, precisamos aprender a observar 0 mundo ao nosso redor, aprender a estar constantemente indagando. O que isso sig- nifica? © que isso quer dizer? E no momen- to que nos colocamos essas questdes que estamos aprendendo a ler. 321 I — Noa heh tela Para ler um texto escrito | Trataremos, neste momento, apenas da | leitura de textos verbais, que s40 0 mais | trequentes na vida escolar. Nos capitulos so- | bre arte, discutimos a leitura de textos ndo- | -verbais, que, pela variedade de linguagens | utilizadas, foram examinados caso acaso. | Os textos verbais, isto é, 0s que utiizama palavra, incluem desde os livros e as aposti- las usados em sala de aula, os artigos de jor- | nais @ revistas, os romances, os contos, as | poesias, os artigos cientifices, as letras de | miésica, alé a parte falaca de um fime, de uma propaganda, de um programa de televi- | sao. Portanto, abrangem tanto os textos de | ficgdo quanto os de ndo-fice&o. A estes ulti | mos damos 0 name de fextos referenciais, | pois fazem referéncia ao contexto ou aomun- | do que nos cerca e englabam, por exemplo, as descrigdes de lugares, de comportamen- tos e de aparelhos (um texto sobre o sistema digest6rio, sobre a vegetagao tropical ou so- bre o funcionamento de um computador so | exemplos de textos referencias). Da mesma forma que existem diferentes tipos de texto, existem diferentes tipos de leitura desses textos, cada um dos quais atendendo a um objetivo diferente. As ve- zes, lemos para nos divertir, outras, para aprender, 0 que nao significa que esses ob- jetivos diversos estejam completamente se- parados: podemos ter prazer e divertimento esiudando e, por outro lado, também somos capazes de aprender e exercer 0 senso cri- tico na pratica de atividades que tém por fi- nalidade primeira a divers&o, A separacao que esiabelecemos entre os dois tipos de leitura é simplesmente didatica, para que possamos perceber as diferengas entre eles. Vejamos, entao, a seguir, os dois tipos de leitura que podemos fazer de um texto verbal escrito: a leitura por prazere a leitura critica Leitura por prazer E a “leitura subjetiva", que nos empol- ga, liserando emagoes e dando asas a nos- sa fantasia. Entregamo-nos de corpo e alma 322 a0 universo criado pelo autor, seja ele ima- gindrio ou real, viajando no tempo e no es- ago, experimentando prazer ou angustia. Nés nos colocamos no lugar do narrador ou de alguma personagem, na situacao em que esta se encontra, e nos solidarizamos com seus sentimentos e suas atitudes. Du- rante esse processo de identificacao, parti- cipamos da vida afetiva alheia e liberamos emogées que, muitas vezes, ndo nos per- mitimos ter na vida real. E 0 que acontece quando lernos um romance interessante ou assistimos a uma novela na TV. Nesse tipo de leitura, 0 Unico critério de avaliagao usado € 0 da preferéncia: gosta- mos 0u nao de um texto, dependendo de motives pessoais ou de caracteristicas do texto que nao sao definidas. Durante o processo da leitura por pra- zer, algo acontece ao leitor, que sofre, que se angustia e se alegra com as situagdes apresentadas no texto. Tudo isso faz com que o leitor possa se distrair. Mas distrair-se, es- capar da realidade imediata nao significa, necessariamente, fugir, alienar-se, ou seja, negar-se a viver os problemas do dia-a-dia € a soluciona-los. Mesmo 0 texto no qual nos jogamos emocionalmente pode, nos interva- los da leitura ou ao seu final, facilitar o esta- belecimento de relagées entre a nossa vivéncia, 0 nosso mundo e aquele mostrado no texto. Ao fazer isso, estaremos nao s6 atri- buindo significados ao texto lide, mas tam- bém a nossa vida € & nossa realidade. Esta- remos, ento, fazendo uma dupla leitura: a do texto a da nossa propria realidade. Leitura critica Esse tipo de leitura exige uma com- preenséo mais abrangente do texto e mo- biliza, além do sentimento, as capacidades racionais do leiter, como, por exemplo, ade analisar o texto, separar suas partes, esta- belecer relagées entre elas e outras textos, sintetizar as ideias do autor etc Estabelecemos um didlogo com o texto fazendo perguntas que nos levem a com- preender sua forma de construgdo e seus proto rote, A104 do Cig Pana Le 61040 19 evr do 00, Peprodupte probit At 184 do Cd Pnale Lal 3610 de 1c frre da 1888 VOOM significados mais profundos. Os textos, em geral, nao s40 construgdes transparentes, nao nos entregam totalmente os seus signi- ficados logo numa primeira leitura. Temos, naverdade, de “conquistar’ o texto, respei- tando as caracteristicas préprias que 0 fa- zem diferente dos demais. Voltemos, agora, a histéria com que ini- ciamos este Apéndice. Fagamos algumas perguntas sobre sua forma de construgao: Em que tempo verbal esta escrita? Em que pessoa? Ha um narrador? E uma descrigao, uma narragao, um didlogo dramatico? E prosa ou poesia? Vemos que 6 um texto em prosa, escrito na primeira pessoa do singular, no presente eno qual um narrador conta varias coisas E que coisas sao essas? Uma mulher acorda no meio da noite com o choro do neto e tenta encontrar a causa para que 0 bebé volte a dormir. Podemos nos dar por satisfeitos com esse primeiro e necessario momento de lei- tura. Mas sera que 0 texto nao nos conta mais nada? Quem é 0 narrador? E uma mulher de meia-idade, pois tem um neto. E que situagao o narrador esta vivendo no momento? Esta em casa, cam tempo dis- ponivel para cuidar do neto, enquanto os pais ndo estéo. Com disponibilidade afetiva, também, para se levantar no meio da noite sem reclamar, tentar descobrir a causa do choro por meio de varias acdes e, finalmen- te, sem medo de contrariar 0s desejos da mae da crianga, tiré-la da cama, dar-Ihe 0 aconchego e 0 canforto do calor do seu corpo, da sua voz, criando uma historia ima- gindria. Esta exercendo a sua prerrogativa de av6 que néo é responsdvel pela educa- 980, pela criacdo de habitos saudaveis para toda a familia. Avos podem descumprir al- gumas das ordens, desde que nao colo- quem a crianga em perigo, porque, tendo educado seus préprias filhos, angustiados coma eterna dtivida de estar fazendo 0 “cer- to”, descobriram que o seu papel é dar afe- to, 6 ser um porto seguro, é ter tempo para dar atengao e mimar cada um dos netos, dentro de certos limites. E um papel que esta avo assume com prazer: esse prazer é revelado pelo ponto de exclamacgao da se- gunda frase; pelo uso do diminutivo “neti- nho”; pelo uso do substantivo “principe”, para se referir 4 crianga; pela frase “historia de anjos lindos como ele” Até essa historinha, aparentemente tao simples, tem outros significados mais escon- didos. Podemos, entdo, dizer que a leitura critica de um texto ¢ uma forma de “re-cri- ar” esse texto, visando a sua compreensaio mais profunda. A “re-criagdo” ¢ feita a par tir das perguntas que fazemos ao texto. E como as perguntas sdo nossas, estamos, nos, leitores, tendo um papel ativo nessa recriago, nessa leitura, nessa atribuigaio de significados que estao latentes no texto, mas nao totalmente 4 mostra. A leitura critica comporta, assim, uma subdivisdo em niveis, que constituem “eta- pas de aprofundamento da interpretagao” denotagao, interpretagao, critica e proble- matizagao. E como se andassemos dentro de uma espiral e fossemos dando voltas, cada vez mais profundas. A denotagao Eo primeiro nivel de leitura critica de um texto. Visa & compreensao do sentido mais literal, direto e superficial do texto e, no caso dos ensaios, envolve as etapas a seguir. 1. Levantar informagées adicionais, como a) vocabulério — grifar e procurar no dicionario 0 significado das palavras desconhecidas ou cujo sentido nao tenha ficado claro; b) dados sobre 0 autor, situagao histéri- ca e finalidade para a qual foi escrito o texto — para uma aula? Uma confe- réncia? Trata-se de um artigo de jor nal? E 0 capitulo de um livro? Uma carta? Resposta a alguém?; c) autores, teorias, obras, eventos co- mentados no texto e que nos sao des- conhecidos. 2. Localizagao da ideia central do texto, res- pondendo-se as perguntas: Do que trata 0 texto? Qual é 0 assunto discutido? 323 SBN holo ay 3. Anélise do desenvolvimento do racioci- nio do autor: Como o autor trata a ideia central do texto? E um ensaio sobre um determinado assunto? De que ponto ele comega e quais as ideias, os argumen- tos @ os falos que usa para sustentar seu raciocinio? A que conclusdo chega? No momento em que conseguimos per- ceber como o autor montou seu texto, en- tramos na posse de sua estrutura légica, revelada pelo encadeamento das ideias, que devem desembocar na conclusao A interpretacao E 0 segundo nivel de leitura critica. Pro- cura 0s significados no explicitos, escon- didos, ou seja, os significados conotativos ou figurados. Perguntamos: O que o autor quer mostrar ou demonstrar com esse tex- to? Quais os valores que nele aparecem? Como as ideias apresentadas eo ponto de vista assumido se ligam & época da produ- Gao do texto? Qual a relacao do texto com oatual contexto historico e social? Enfim, 6 nesse nivel que vamos anali- sar mais a fundo os diversos elementos que compéem o texto, examinando as relacdes que eles mantém entre si e como cada um influencia 0 outro. E nesse nivel, também, que cruzamos ideias e valores presentes no texto com a situagao historica @ social da epoca em que foi escrito e, as vezes, até com a biografia do autor. Ao fazer isso, po- demos, inclusive, avaliar 0 significado das ideias apresentadas no texto na época de sua criacdo. Avaliamos o grau de novidade que ele eniao apresentou A andlise critica Olerceiro nivel é o momento da andlise critica, Nao a critica gratuita, com base no gosto ena opinido individual, subjetiva, mas aquela que surge do nosso entendimento da proposta do proprio texto. Podemos ve- rificar se o autor atinge ou nao os objetivos a que se propée, se é claro, coerente, se sua visao é original e se traz alguma contri- bui¢ao para o assunto abordado. 324 — Trata-se da critica objetiva, que nao depende do nosso gosto (ver capitulo 14, “Feio ou bonito? Depende do gosto?") e que esta fundamentada em aspectos do prdprio. texto. Nao é necessariamente uma critica negativa, pois permite apontar, também, os aspectos positivos do texto. ‘Ao chegar a esse nivel da leitura, tere- mos completado nossa andlise. Saberemos dizer do que 0 autor trata, quais os topicos por ele enfocados, a partir de que ponto de vista 0 assunto foi desenvolvido, se o autor foi coerente ao expor suas ideias 6 qual a sua contribuigdo a discussao daquele as- sunto. A partir desse momento, poderemos dizer se o texto é bom, ruim ou mediano, independentemente de termos gostado ou n&o dele. Alias, é importante frisar que criti- cas feitas por pessoas diferentes podem ser divergentes. Esse fato 6 positivo, pois a di- versidade aguga a nossa curiosidade e nos permite perceber aspectos do texto que nao tinham sido antes observados. A problematizagao E 0 quarto e ultimo nivel da leitura criti- ca. Nesse nivel, distanciamo-nos do texto e pensamos em assuntos ou problemas que, embora levantados a partir de sua leitura cuidadosa, vao além dele, E quando nos perguntamos: Naguela época, ou socieda- de, era assim; e hoje, como 6? Tal coisa é valida para x; e para y, como é? Ao problematizar, estamos indagando sobre outras possibilidades e exercitamos a ima- ginagdo, a coeréncia, 0 raciocinio, Abrimos Nossos olhos para novos significados, para novas Ieituras do mundo. Durante a problematizagdo do texto ver tona 0 local de onde o receptorileitor faz as perguntas: sua experiéncia pessoal, sua visdo de mundo, seus valores, sua cultura, seus conhecimentos e suas crengas. E 0 momento em que trazemos para a interpre- tagao do texto nossa situagao existencial Como se pode ver, a necessidade de aprender a ler é muito mais ampla e profun- da do que normalmente se coloca, pois sprog rid, et 4 do Cio Parle 2610 19 eee de 108, epost pti, 9 do Cia Pane Lol 10d 19 de evr 180 envolve a pratica de dar significados ao mundo que nos cerca e @ nossa propria vida. E tarefa que pode ser conseguida por meio dos sentimentos e também da razo. A leitura critica, como vimos, apresenta uma série de etapas que correspondem ao aprofundamento gradual dos significacios pre- sentes no texto, 0 que pode nos levar, para além do proprio texto, aos valores implicitos, escondidos, que presidiram a sua criagao. Este € 0 caminno critico que nos permite che- gar a problematizacao da nossa realidade e que, dependendo do tipo de abordagern que fizermos, poderé nos levar ao filosofar. 2. Aprendendo a fazer fichamento e resumo de textos Quando estamos estudando, seja para a escola, seja em virtude de interesse pes- soal por determinado assunto, o comple- mento natural da leitura analitica e critica, a qual vimos no item anterior, é a ficha de lei- tura. Essa ficha pode conter a estrutura do texto e 0 encadeamento ldgico das ideas nele apresentadas (de forma resumida) ou pode conter citagdes importantes sobre um determinado tépico O fichamento pode ser, portanto, de dois tipos: fichamento de um textoe fichamento de tOpicos determinados, que seraio aproveitados, mais tarde, para um trabalho de sintese Fichamento de textos Texto ensaistico O ensaio 6 um texto literario n&o- -ficcional, razoavelmente curto, que trata de um Unico assunto, a partir do ponto de vista escolhido pelo autor. Vamos estudar, agora, 0 fichamento de um texto ensaistico passo a passo. 1passo Para facilitar 0 trabalho de fichamento de um texto ensaistico, devemos fazer, em pri- eee Creche meiro lugar, uma /eitura corrente explorat6ria, som nos determos nas dificuldades. Muitas delas se resolverao na segunda leitura, quan- do jé tivermos uma ideia do texto todo, do Conjunto de argumentos que foram desen- volvidos. Devemos aproveitar essa primeira leitura para numerar os pardgrafos, o que nos auxiliaré muito no passo seguinte. 22 passo Consiste na identificagao das partes principais do texto. Todo texto ensaistico completo (isso nao se aplica, 6 claro, a tre- chos retirados de um todo maior) apresen- ta, de forma mais ou menos clara, trés par- tes distintas. a) Introducao: Nela, 0 autor coloca o proble- ma ou a indagagao que 0 levou a escre- ver 0 texto, A introdugao nos da, entao, uma ideia do assunto a ser tratado. Além disso, 0 autor também esclarece 0 ponto de vista ou 0 Angulo sob 0 qual o assunto seré abordado e, as vezes, 0 método, ou soja, o caminho por ele seguido (apresen- tagéio de casos para chegar a uma gene- ralizago, ou de um principio geral a par- tir do qual deduziré as consequéncias). 6) Desenvolvimento: E 0 corpo do texto, que apresenta os dados, as ideias, os argu- Mentos € as afirmagoes com que o autor constréi um edificio de relagoes entre as partes, € que constitui o seu pensamen- to original. A partir da indagagao-proble- ma colocada na introdugao, o desenvol- vimento revela como 0 autor conduziu a procura de solugdes/explicagdes e quais os caminhos que escolheu em detrimen- to de outros c) Conclusao: Toda a construgao anterior desemboca em algumas afirmacoes, negagOes ou em novas indagacées de- correntes de como 0 texto foi organizado e desenvolvido 3° passo Na terceira etapa, vamos levantar a es- trutura, isto 6, 0 plano logico a partir do qual © texto foi escrito. Para isso, resumimos em 325 . | (TEMAS DE FILOSOFIA poucas palavras as ideias principais de cada paragrafo, ou, em alguns casos, dos paragrafos considerados mais importantes, para poder, a seguir, agrupé-las sob titulos gerais. Devemos perguntar: Qual a ideia principal do paragrato? Ha uma palavra ou um titulo que condense o assunto que est sendo tratado naquele paragrafo? Depois que tivermos adquirido alguma pratica, so- mos capazes de elaborar os titulos sem pre- cisar fazer 0 resumo dos paragratos. Para exemplificar esses procedimentos, vamos nos utilizar do texto “Achados € per- didos na internet”, de Robson Pereira, que se encontra no final deste Apéndice, na Leitura complementar. Podemos dividir 0 texto nas sequintes partes: a) introducao — paragratos 1 € 2; b) desenvolvimento — pardgrafos 3 a 12; 0) conclus4o— ultimo periodo do paragrafo 12. Se resumirmos a introdugao e procurar- mos os temas de cada paragrafo, teremos 9 quadro abaixo: Apresentando 0 texto em forma de pla- no, temos: Introdugdio (pardgratos 1 © 2): A dificulda- de de se encontrar a informacao desejada na internet em bilhdes de paginas pode ser resolvida como uso de um servigo de bus- ca eficiente. Desenvolvimento (pardgrafos 3 a 12): 1. Tipos de buscadores 1.1. Os tradicionais Resumo da introdugao 1.2. Os medianamente conhecidos 1.3. Os metabuscadores n Metabuscadores 2.1, Modo de funcionamento 2.2. Os principais metabuscadores 3. Aprimoramento dos buscadores tradi- cionais 3.1. Disputa pelos usuarios 3.2. Disputa pelas altas verbas de publi- cidade dos links Conelusdio (Litimo periado do pardgrato 12) 4 passo Agora, estamos prontos para a quarta etapa, ou seja, para examinar a relagao que as ideias mantém entre si e elaborar 0 plano do texto: Quais as ideias, os fatos ou os argumentos apresentados que es- to no mesmo nivel, isto 6, que nao de- pendem uns dos outros, mas que se so- mam no desenvolvimento do texto? Quais | as ideias que dependem ou sao subdivi- sdes de outras? Tomando como exemolo o Sumario des- te livro, vemos que 0s capitulos estao no mesmo nivel de importancia (mesmo tama- nho € mesmo tipo de letra), sendo, portan- | to, ideias coordenadas. As subdivisées de cada capitulo, uma vez que dependem do assunto principal, so ideias ou proposigées, subordinadas. Podemos perceber a estru- tura de cada capitulo pelo tipo de diagra- macao usada Tépicos Pardgrafo 1: Multibuscadores impressionam por lacalizar qualquer informagao. 1. Importancia dos multibuscadores. Paragrafo 2: Compara a procura do pragra- ma preferido nos “poucos” canais de TV 6 a da informagao desejada em bilhdes de en- deregos na internet. Se a paciéncia resolve © primeiro problema, @ resolugao do segun- do exige um servico de busca eficiente 2. Necessidade de um servigo de busca de informagao eficiente. ey 526 i i 2 F occ 9 4 do gn Peal as 9010 de 18 erode 1998, eprodugto probit Neem Finalizando nosso trabalho de ficha- mento de texto ensaistico, organizamos os tdpicos sob a forma de plano, numerando cuidadosamente cada ideia principal e in- dicando quais as proposigées subordina- das a essa ideia principal Texto A construgao do texto literario nao obe- dece ao mesmo tipo de organizagao que o texto ensaistico. Apesar de o escritor tam- bém mostrar uma parte da realidade em que vive e defender ideias, isso se da de forma “encoberta’, menos direta, mais figurada. Ahistoria contada revela, na sua trama, as ideias e os valores que o autor defende e que nos cabe buscar no texto. Como primeiro passo, fazemos a leitura por prazer, como explicado no item anterior, entregando-nos as delicias de ler e de nos deixar envolver pelo assunto. © segundo passo é efetuar o levanta- mento do nivel denotativo, isto é, 0 signifi- cado imediato, literal do texto. O texto lite- rario também apresenta uma ideia central e um encadeamento logico detectado por meio das situagdes apresentadas que le- vam a um final (néonecessariamente a uma conclusao). As perguntas que nos orien- tam permanecem as mesmas: Como foi montada a historia? Quais os aspectos im- portantes mostrados? Respondendo a es- sas questdes, teremos 0 resumo do enre- do, ou trama, que corresponde ao nivel denotativo do texto ensaistico. O mesmo se aplica a um filme ou a uma novela de televiséo. Nao nos esquegamos de que resumir € contar, em poucas palavras, a historia apresentada no texto, mantendo apenas os detalhes importantes para que se compreenda a situagao e a atuacéio das personagens Como terceiro passo, procedemos ao levantamento do nivel conotativo, ou figu- rado, do texto: Que tema o autor esta dis- cutindo? Que ideias, que valores a historia simboliza? Vamos ver dois exemplos. A pega A vida de Gatileu, de Bertolt Brecht, conta a historia do italiano Galileu Galilei (século XVII), suas descobertas, a defesa do heliocentrismo, as brigas com os cardeais e com o papa (que defendiam 0 geocentrisma), seu julgamento © 0 fato de ele ter renegado a teoria que de- fendera, para néo ser condenado a morte. Esse 6 0 resumo do enredo da pega, isto 6, 0 nivel denotativo do texto O tema dessa pega, por sua vez, 6 a luta entre a fé, que representa o conserva- dorismo da elite no poder, e a razo (cién- cia), que representa a possibilidade de qual- quer individuo chegar ao conhecimento, com a consequente democratizagéo do saber, € 0 questionamento das agdes da- queles que detém o poder. Na historia da Branca de Neve e dos sete andes, cujo enredo conhecemos desde pe- quenos, uma das interpretacdes possiveis 6 © despertar da sexualidade. Os primeiros sinais s4o os cidmes que a madrasta tem da menina que se torna mulher. Depois, duran- te 0 tempo de vida com os andezinhos — que no representam homens normais, com desejos, sendo apenas protetores —, Bran- ca de Neve adormece por obra da madras- tae s6 6 despertada ao ser beljada pelo Pri cipe Encantado. O carater sexual desse des- pertar € indicado pelo meio utilizado: o bei- jo. Assim, o enredo, ou trama, da historia serve para revelar significados mais profun- dos, de carater figurativo (conotativo). No fichamento de um texto literario, alem do resumo do enredo e do tema discutido, devem constar, ainda, as passagens que nos permitem chegar a determinadas conotagées, com a indicagao de pagina e paragrato Fichamento de tépicos Uma vez escolhido um tema para pes- quisa, passamos a fichar topicos relativos aesse tema. Esse fichamento utiliza proce dimentos bastante diferentes dos usados no fichamento de texto. 327 = ee ec le eee aN) hokxo) 7-0 O objetivo principal desse tipo de ficha- mento 60 levantamento mais completo pos- sivel— de informagées sobre determinado assunto. Nesse caso, retiram-se de um tex- to somente as partes que tiverem alguma relagdo com 0 assunto em questao. Como, em geral, todo assunto comporta uma série de subdivis6es, devemos fazer uma ficha em separado para cada ideia, in- dicando, no canto superior direito, 0 t6pico © 0 subtépico ao qual se refere. Exemplo: topico: ENSAIO subidpico: Definigao “S. m. Liter. — estudo sobre determinado assunto, porém menos aprofundado e/ou menor que um tratado formal e acabado.” FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Diciondirio Aurétio basico da lingua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira/ Polha de 8.Paulo, 1995. p. 251. eal = tOpico: ENSAIO subiépico: Origem “A forma fol inventada no final do século XVI pelo escritor francés Michel de Montaigne, que ascolheu o nome essai para enfatizar que suas composicées eram tentativas, mo- dos de exprossar seus pensamentos ¢ experiéncias pessoais.” ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA. Micropaedia Ill. Londres: Encyclopaedia Britannica Inc., 1978. p. 963-964. (Trad. das autoras.) ea Desse modo, sobre o tinico topico, EN- SAIO, teremos varias fichas, cada uma tra- tando ou de um assunto ou de um entoque diferente. Poderemos ter tantas fichas de definigdes quanto o numero de detinigdes que encontrarmos nos autores consultados, sendo que em cada ficha sera anotada a indicagéo completa da fonte de onde foi retirada a definigao, isto 6, nome do autor, nome do livio, numero da edigao, local de 328 edicdio, editora, data da publicagao e pagi- na em que se encontra a intormagao. Devemos ter sempre 0 cuidado de co- locar entre aspas qualquer texto que seja uma citagao, isto é, uma copia direta de um trecho escrito por outra pessoa. Se a ano- tagdo na ficha for redigida com nossas pa- lavras, néo usaremos as aspas ¢ informare- mos também, entre parénteses, que é uma sintese propria, indicando ainda o autor, a obra e as paginas que resumimos Muitas vezes, durante a preparagdo das. fichas ou a leltura dos textos, ocorrem-nos ideias, questdes e dividas que devemos ter © cuidado de anotar, pois, em geral, serao esquecidas ao longo do trabalho. Essas ideias, quest6es e dividas serdo fichadas de igual maneira, uma em cada ficha, com indicacao de topico e subtépico e, se pos- sivel, 0 que nos levou a formulas. A principal vantagem do sistema de fichamento de topicos é que as fichas (e, portanto, os assuntos e suas subdivisdes) poderao ser arranjadas e rearranjadas de acordo com o plano de trabalho, que, geral- mente, é feito depois de completadas as lei- turas. Além disso, as fichas estarao disponi- veis para a elaboragao de outros trabalhos, sem que precisemos fazer uma caca ar- queologica em nossas anotagoes, para des- cobrir onde esta aquele texto lindo que le- mos € nao sabemos mais em que livro. Concluséo Depois de lermos tudo isso, a primeira pergunta que ocorre é: Mas para que toda essa trabalneira? Tanto a leitura bem-feita quanto o fichamento cuidadoso envolvem um tempo de trabalho bastante longo. E nao ha razao algu- ma para acharmos que 0 trabalho intelectual No exija esiorca € cisp6ndio de energia Geralmente, quando nos pedem para fichar um texto, vamos grifando tudo o que nos parece importante jé na primeira leitura e, depois, limitamo-nos @ copiar essas par- tes na ficha, como se fossem pedacos de uma colcha de retalhos. Pepraite pre, At 164 Cig Pana o ei 510d 1d evereode 168. Reprod probe. A164 do Gig Pea Lt 9510 1 evra de 1288 een mice | Passado algum tempo, revernos aque- las anotagses € nao conseguimos saber por que eram importantes naquele momento. Isso ocorre porque as nossas fichas nao nos dao a organizacéo logica do texto e, por- tanto, nao podemos acompanhar o pensa- mento do autor. Os procedimentos aqui dis- Cutidos proporcionam exatamente isso: 20 entender e anotar a organizacao do pensa- mento do autor, estamos tomando posse desse raciocinio. As ideias se tornam mais Claras e passamos a saber como elas se relacionam umas com as outras. O ficha- mento nos permite conhecer o percurso do pensamento do autor e guard-lo, para que possamos vottar a ele no momento que qui- sermos Fichar 6 trabalhoso, mas 6 um trabalho que estd ali, pronto, e a0 qual temos aces- 80 sempre que necessério, 3. Aprendendo a fazer um seminario Cada vez que um professor pede a seus alunos que fagam um semindrio, a reagdo 6 sempre a mesma: eles aceitam, escolhem 0 tema, formam os grupos e, quando co- megam a pensar no trabalho, descobrem que nao tém ideia de como fazé-lo. Em ge- ral, 0 resultado é mais ou menos catastroti- 00, ¢ tanto 0 aluno quanto o professor se sentem frustrados. Vejamos, entao, 0 que pode ser um serinario e como fazé-lo. O seminario, como nés 0 conhecemos nas escolas brasileiras, abrange dois tipos diferentes de trabalho. O tipo mais simples de semindrio é 0 que se limita & apresentagao oral das ideias principais de um texto. O professor, na im- possibilidade de pedir que todos os alunos leiam um certo numero de textos para o seu curso, distribui esses textos entre varios gru- pos de alunos, ou varios alunos, cada um se responsabilizando pela apresentacao para a classe do texto que Ine coube. O objetivo desse tipo de seminario 6 que todos os alu- nos tenham contato com as ideias apresen- | tadas em textos diferentes ou em varios ca- pitulos de um mesmo livro. Para fazer essa atividade, basta seguir as indicagdes dadas anteriormente sobre leitura, andlise de textos € fichamento. Co- nhecida a estrutura ldgica do texto, sera facil para o grupo apresentar, com suas proprias palavras, 0 encadeamento do pensamento do autor. O segundo tipo de seminério consiste No aprofundamento de um assunto por meio da sintese pessoal de uma bibliogratia va- riada, Nesse caso, dado um tema, 0 grupo | precisaré ler 0 que diferentes autores es- creveram a respeito do assunto em ques- 140, para entao chegar a uma opiniao pes- soal. Esse tipo de semindrio, mais compli- cado que 0 primeiro, envolve varias etapas. Como primeiro passo, precisamos fazer © levantamento de fontes de informagao so- bre 0 assunto, isto &, saber quais artigos, li- | wos, depoimentos, documentos (textos de lei, tegistros de cartério, cartas etc.), sites tratam desse assunto. Hoje, uma das princi- pais fontes de informagao €, sem duvida, a World Wide Web, ou www, acessada por meio de um computador conectado a internet. Utilizando um dos sites de servigos de busca (como 0 Yahoo ou 0 Google, por exemplo), podemos levantar uma infinidade de fontes sobre os mais variados temas. O Unico perigo com relagao a internet € o de nos perdermos no meio de tanta informacao. Nesse caso, é preciso que se faga uma tria- gem, uma escolha das informagdes mais Uteis, e 0 professor poderd colaborar com seus alunos nesse momento. Sites de confian- ga geralmente pertencem a museus, univer sidades, jornais e revistas, fundacées de pesquisa, institutos culturais etc. Uma boa biblioteca, com ficharios ma- nuais ou digitais, também é uma excelente fonte de informages. As obras se encon- tram catalogadas por autor e por assunio. Se n&o conhecermos os nomes de autores que escreveram sobre 0 tema que nos inte- ressa no momento, consultamos, antes, o catalogo de assuntos. lls WM TEMAS DE FILOSOFIA Muitas das bibliotecas no Brasil jé es- tao informatizadas, o que significa que a pesquisa bibliografica podera ser feita pelo computador, seja por nome de autor, por assunto ou por nome de livro ou texto, a partir de sua propria casa ou da escola. Levantados os primeiros textos, consul- tamos a bibliografia especifica usada por seus autores, que certamente nos fara en- contrar muitos autros textos importantes De posse da bibliografia proviséria, loca- lizamos 08 textos (na internet ou em bibliote- cas) e os examinamos para saber quais os que realmente interessam 20 nosso trabalho. Descobrimos isso lendo o sumario, o prefa- cio, as orelhas ou o resumo que aparece no final ou no inicio da obra. Nessa etapa, 6 tam- bém de grande ajuda a leitura diagonal do texto, ou sea, aleitura rapida e superficial em que se deixam os olhos correr pelo texto. Essa leitura diagonal requer um certo train € sd serve como primeira aproximagao, que nos permite saber, em linhas gerais, do que o tex- to trata € se 0 ponto de vista utilizado interes- sa para o trabalho a ser feito Selecionados os textos, elaboramos um plano provisorio, que deve abranger as vé- tios aspectos do assunto e que ira nortear alleitura e 0 fichamento de t6picos. Feitaa leitura e 0 fichamento, teremos 0 material necessario para fazer 0 plano defi- nitivo do trabalho, organizando as ideias de modo a desenvolver a argumentagéio de forma ldgica e coerente. Finalmente, o seminario, com as conclu- ses a que chegamos a partir de nossa pesquisa, estd pronto para ser apresenta- do oralmente. Essas conclusdes podem ser um balango dos resultados obtidos ou o ponto de vista pessoal sobre esses resulta- dos, ou seja, sobre sua validade, seu alcan- ce @ sua importancia Sintetizando, expomos, como exemplo, 0 plano que orientou a escrita deste item, “Aprendendo a fazer um seminario”: 1. Hé dificuldades para se saber o que fa- zer em um seminar. 2. Diferentes tipos de seminario exigem pro- cedimentos diferentes: 330 2.1 simples apresentagaa das ideias principais de um texto (procedimen- to de leitura e fichamento); aprofundamento de um assunto por meio da sintese pessoal de uma bi- bliogratia variada. . Levantamento de fontes de informagao Plano provis6rio. Leitura e fichamento de tépicos. Organizac&o do plano légico definitive Conclusées. HA, portanto, um grau de complexida- | de crescente nos diferentes tipos de semi- nario, que correspondem a objetivos diver- sos a serem alcangados. 22 NOnao 4. Aprendendo a fazer uma dissertagao Até aqui, vimos algumas etapas igual- mente importantes para 0 estudo. Apren- | demos: a observar o mundo que nos cerca, | para interpretar 0 seu significado; a ler e a | analisar um texto; a fichar textos ¢ tépicos, | como complemento da leitura e preparacao | de trabalhos posteriores; a fazer um semi- | nario. Agora, resta disculir a redagdo de tra- | alhos dissertativos, isto é, aqueles em que | apresentamos uma série de informag6es, analisando-as e defendendo um ponto de | vista por meio da argumentagao. Em geral, essa etapa 6 a que mais nos dé medo. Expor nossas ideias por escrito, em vez de oralmente como em um semina- rio, parece ser uma tarefa mais comprome- tedora. Além disso, temos muito mais prati- ca em falar e discutir do que em escrever. Precisamos encarar a escrita apenas como uma anotacao da nossa fala, que, como esta, pode ser criticada, respondida, modificada O texto escrito, apesar de mais ordenado do que a fala, simplesmente traduz nossa maneira de pensar em um momento deter- minado e pode mudar em virtude da evolu- ao do nosso pensamento. | Aescrita apresenta, ainda, uma vanta- | gem sobre a fala: 0 fato de fixar nosso pen- IFRN - CAMPUS SANTA CRUZ BIBLIOTECA MONS. RAIMUNDO GOMES BAR: Fewrotuc pid, rt. 8 do Cio Para Lei D410 18 eves do 1038, a Ome Mice | samento, de guarda-lo, dé-nos a oportuni- dade de voltar a ele passados alguns dias e de considera-lo mais criticamente, com maior objetividade, permitindo as mudan- cas que forem necessarias. Dito isso, passaremos a discutr os pas- sos para a elaboracao de uma dissertacao feita com seriedade, obececendo a padres cientificos. Escrever uma dissertagao envolve eta- pas que podem ser resumidas assim: 4 Escolha do tema; 2. Levantamento das fon- tes de informagao; 3. Leitura e fichamento dos textos selecionados; 4, Construgao do plano logico do trabalho; 5. Redacao. Escolha do tema Em primeiro lugar, o tema precisa ser in- teressante para quem vai fazer 0 trabalho. O tema deve, também, ser claramente delimitado. Se trabalhamos com temas mui- to amplos, acabamos nos perdendo em generalidades que levam a lugar nenhum. Ao contrario, se soubermos delimitar clara- mente a area de nossa pesquisa, trabalha- remos com maior profundidade e acabare- mos encontrando dados interessantes. O tema meio ambiente, por exemplo, é amplo demais. Devemos escolher um de seus aspecios que mais nos interessa: meio am- biente urbano, meio ambiente rural, meio ambiente ¢ satide, meio ambiente e novas tecnologias etc. Recortamos ainda mais 0 tema, ao escolher uma época e um lugar determinados: meio ambiente e o cultivo de plantas transgénicas no Brasil no inicio do século XXI: prés e contras, assunto atual ¢ de grande importancia, Nosso tema ficard ainda mais delimitado se incluirmos 0 pon- to de vista sob 0 qual o examinaremos: do especialista, do politico, do consumidar lei- go, das multinacionais que tém interesse economico no assunto, dos agricultores, dos ambientalistas xiitas, e assim por dian- te. O assunto fica, assim, absolutamente claro para nés, facilitando as etapas poste- riores de procura de informagao e organi- zacao do material encontrado. Uma vez determinado claramente o tema, elaboramos uma ou mais questées relativas a ele, as quais iro dirigir a pesqui- sa. E evidente que sé iremos tentar encon- irar uma solugo se tivermos dividas ou no soubermos a resposta as questdes. Preci- ‘amos, portanto, problematizar 0 nosso tema. No exemplo dado, s4o perguntas possiveis O que sao as plantas transgénicas? Quais os problemas que podem causar ao meio ambiente? Quais os problemas para a sati- de dos consumidores? Quais as vantagens que apresentam? Quais as pesquisas neces- sdrias para tornalas seguras? Nesse caso, essas S40 as perguntas fundamentais que deverdo ser respondi- das ao longo do trabalho e em torno das quais se desenvolverd o levantamento de dados e a argumentacao. - om os Em toda cidade existe, pelo menos, a bibliote- ‘ca ptiblica municipal. Em centros maiores, po- demos encontrar bibliotecas em universidades, ‘em escolas de maior porte, em museus e em centros culturais. Algumas delas jd contam com hemerotecas (colecao de jornais e revistas), fonotecas (colecdo de discos e fitas cassete) € videotocas, constituindo o que toda biblioteca deve almejar ser: um centro de informacdes No Brasil, as principais si a Biblioteca do Con- ‘gtesso Nacional, em Brasilia, ea Biblioteca Na- ional, no Rio de Janeiro. Com a difuséio do uso da internet, tornou-se muito mais facil fa- Zeras consultas necessarias e obter os dados Para qualquer tipo de pesquisa. ES A EE Levantamento das fontes de informagao Ja discutimos, no item 3, como fazer 0 levantamento das fontes de informacao. Agora, vamos somente mostrar como fazer a documenta¢ao dessas fontes. As fontes consultadas deverao constar no final do trabalho, por ordem alfabética de acordo com 0 sobrenome do autor. As normas utilizadas variam um pouco nas di- ferentes areas do conhecimento. Aqui, usa- remos as seguintes formas: 331 SBT elegy No caso de livros: SOBRENOME, nome do autor. Titule do fivro. Numero da edipao. Lugar de edigao: editora, data Exempl SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do traba- tho cientifico. 12, ed, Sao Paulo: Cortez, 1985. Se for artigo de revista ou de jornal, ou capitulo de um livto, procede-se da seguin- te forma | SOBRENOME, nome do autor. Titulo do artigo. SOBRE- NOME do autor do livro, quando diferente do au- tor do artigo/capitulo. Nome da revista/livro. Lo- cal de edi¢do: editora, volume, data. paginas. Exemplo: SONTAG, Susan. O herolsmo da visao, Ensaios sobre fotografia, 2. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1986. p. 81-92, Se se tratar de um documento on-line (baixado da internet), ele sera referenciado da seguinte forma: AUTOR, Titulo Tipo do documento e suporte]. Produ tor/Edigo, Local, Edtora: ano [Data de citagao]. Disponibilidade do endereco, [Data de acesso}. Exemplo: | MARTINS, M. Helena P. A importéncia da arto @ da | cultura. [ensaio on-line] Dispontvel em: http: | ‘wwiecuearede org.br [26/04/2005] | Entretanto se tivermos obtido ainforma- | ¢4o por meio de correio eletrénico, agire- mos assim: AUTOR DA MENSAGEM (enderego eletronico do re | metenie), Assunto da mensagem. Dia, més e ano. E-mail para (nome do destinatério) (ende- rao do destinatério), | Exemplo: ADRIANA STUTGAR (adrianastutgar@aol.com). Incas (19/02/2004). E-mail para Maria Helena Pires Marins (mhmartns@uol.com br) Fichas de documentacgao Esse tépico foi bastante desenvolvido no item sobre fichamento. Aqui, basta relembrar que, para uma | dissertagao, usaremos 0 fichamento de t6- | picos: uma ficha para cada ideia, mesmo | que pertenca ao mesmo tdpico, nao se es- | quecendo de identificar 0 assunto (topicoe | 332 subt6pico) no canto dirito da ficha. Lem- brar, também, que a fonte (autor, titulo do texto, livro, editora e péginas) deve estar sempre indicada na ficha, mesmo que nao tenha sido copiado o texto. Veja o exemplo a seguir: mm smnrsttruroccmmmeamecenesrcmET EEE t6pico: OGM subt6pico: Definigao OGM: “organismo cujo material genético (ADN/ARN) tenha sido modificado por qual- quer técnica de engenharia genética’. PRESIDENCIA DA REPUBLICA. Lei n° 8.974, de 5/1/95, Paragrafo 32, artigo IV. Disponivel em: www.met.gov.br/legis/leis/ 8974_95 [consulta feita em 19/9/04] el | Construgao ldgica do trabalho E a elaboracao do plano que norteara a redacao da dissertacdo. Todas as etapas precedentes constituem atividades prepara- térias. Embora nenhuma das etapas anterio- res exclua a reflexo e a critica, o momento da construgao légica do trabalho €, por ex- celéncia, o momento reflexivo. Como desen- valver 0 raciocinio, como selecionar e orga- nizar a informagao que temos, a fim de solu- cionar o problema que deu inicio a0 nosso trabalho de pesquisa? Como apresentar tudo © que levantamos de forma légica, coerente e ordenada, para que 0 leitor entenda? Recapitulemos, entao, o que ja disse- mos, no item sobre leitura, a respeito da estrutura formal de um texto ensalstico. Todo trabalho ensaistico apresenta trés partes fundamentais: a introdugao, o desen- volvimento € a conclusao. Na introdugao colocames claramente 0 tema do trabalho, sua importancia e os obje- tivos, isto é, 0 que esperamos alcangar com esse esiudo. Essa "apresentacdo” do traba- tho, embora resumida, deve esclarecer a lei- toracerca do ponto de vista sob 0 qualo tema vai ser tratado e a natureza do raciocinio. 184 do Cc Parl oi 8.810 de 19d eves de 108. Recodo roti, Repro pti, 41104 do Cig Pens Li 510 19 cern de 1898, NR CR ice No desenvolvimento, que é a parte mais longa do trabalho, as ideias sao apresenta- das em fungéo de uma exigéncia légica Essa fundamentacaa ldgica do tema pode ser feita por meio de explicacées, discus- sdes € demonstragées. Explicar€ esclarecer uma ideia que nao esta Clara ou que é muito complicada. Dis- cutir é comparar ideias que parecem anta- g6nicas, diferentes ou conflitantes. Demons- trar6 partir de verdades conhecidas e acei- tas para consiruir outras; é mostrar, por meio de argumentos, que uma coisa é de deter- minadbo jeito. A concluséo se apresenta como uma sintese, como 0 desembocar de toda essa construgao légica em algumas afirmacdes ou em novas indagagées decorrentes da organizacao do desenvolvimento. Na con- clus&o n&o se pode apresentar dados no- vos, que néo apareceram no desenvolvi- mento. Em autras palavras, "nao se pode tirar mais coelho do que tem a cartola”. Ao longo do trabalho, percorremos um determinado caminho que nos leva a um ponio. Este 6 a conclus&o, em que 0 autor manifesta seu pon- to de vista em relaco aos resultados obtidos € ao alcance desses resultados. A conclusao deve ser breve, clara € nao ultragassar os limites dos dados apresentados No desenvolvimento. Pode-se, no entanto, in- cluir perguntas ou problematizar algum aspec- to do trabalho que leve a outra pesquisa. Redagao Chegamos, enfim, a redagao final do tra- balho. Ao acabarmos de elaborar 0 plano légico, a redaco se torna muito mais facil, pois ja fizemnos 0 raciocinio, jA sabemos 0 que vamos dizer, por onde comegar e como terminar, So falta encontrar a forma literéria que expresse 0 mais claramente possivel toda 0 raciocinio desenvolvido até entao. € nessa fase que as fichas de topicos vao ser de grande valia, Devernos, primeiro, organiza-las de acorco com a sequéncia |6- gica do plano de trabalho. Depois, ler todo esse material e, em seguida, comecar a re- dagao, de modo a incluir essas informagoes. Devemos lembrar que nao é nenhuma vergonha usar pequenos trechos de textos de outros autores. Se alguém ja disse 0 que te- mos a dizer, certamente podemos cité-lo. O que nao podemos nos esquecer é de indicar que € uma citagao e qual éafonte. Sempre que ulilizarmos, no nosso trabalho, textos de ou- tros autores, devemos copié-los entre aspas, literalmente, sem nenhuma alteraco, e, logo apés fechar as aspas, colocar entre parénte- se8 € com letras maitisculas o sobrenome do autor, As demais informacdes sobre a obra aparecerao nas referéncias bibliograficas. Quando citarmos varias obras do mesmo au- tor, além do sobrenome, indicaremos o ano de publicagao, para que os interessados pos- sam consultar 0 texto original. A nota de radapé serve a outros objeti- vos: esclarecimento de um ponto da ques tao; colocagées diferentes a respeito do assunto; comentarios do autor que n&o cai- bam no corpo do trabalho. Para inseri-la no texto, basta colocar um pequeno numero elevado no lugar adequado € o mesmo nu- mero no pé da pagina (rodapé) em que fa- remos os esclarecimentos desejados. Conoluida essa primeira redacao do tra- balho — ou rascunho —, devemos deixa-la “esquecida” por uns dois ou trés dias, as vezes até mais. Esse tempo nos permite um distanciamento de tudo o que descobrimos durante 0 processo de elaboracao do tra- balho. S6 ent&o poderemos voltar ao texto redigido e considerd-lo com maior objetivi- dade, para saber se realmente consegui- mos expressar todas as nossas ideias de forma clara para o leitor. Esse é o momento de efetuar a reviséo do contetido, buscan- do falhas logicas, de forma e de redacao Agora, 80 falta a elaboracdo das referén- cias bibliograficas. A partir do levantamento. das fontes de informacao feito na segunda etapa do trabalho, iremos separar os livros, 08 artigos e os documentos, os sites consul- tacos e efetivamente utllizados. Eles serao organizados por ordem alfabética a partir do sobrenome do autor e apresentados segun- do as normas ja dadas no topico sobre le- vantamento das fontes de informacdo. 333 Slat esol y apontado permite que a escrita de uma dis- sertagao ou de um ensaio deixe de ser um bicho-de-sete-cabecas para ser um traba- O cumprimento de cada uma das eta- pas da pesquisa, documentagao e plane- Jamento Idgico facilita incrivelmente a re- | tho realizével por qualquer aluno. dagao do trabalho. Além disso, 0 uso cor Lembramos, ainda, que em situagdes eto das citagdes, das nolas € das fontes | como a de avaliagdes, no podemos, por de informagao 6 prova da honestidade in- | razdes Obvias, realizar todas as elapas aqui telectual do autor do trabalho, ao dar 08 | indicadas, como leitura e fichamento. Mas, devidos créditos as suas fontes, e também | mesmo nessas ocasiées, os estudantes que possibilita ao leitor ir direto as obras | ja tiverem feito esse tipo de trabalho terao indicadas, para aprofundar alguns aspec- maior facilidade em desenvolver uma reda- tos de seu interesse. 0 mais rica de conteuido. Achados € perdidos na internet Conclusao | De qualquer forma, 0 caminho aqui | | 1 “Os multibuscadores impressionam pela habilidade de localizar qualquer in- formacao. 2 Tente localizar o seu programa preferido em mais de uma centena de canais disponiveis na televisao por assinatura. Agora tente encontrar a informacdo que vocé precisa em dezenas de bilhdes de enderecos existentes na internet. No pri- meiro caso, um pouco de paciéncia ajuda e até resolve o problema. No segundo, s6 mesmo com o auxilio de um eficiente servigo de busca. 3 O que pouca gente sabe € que existem pelo menos mil dessas ferramentas que tentam dar um minimo de organizagao a internet. A grande maioria dos usua- rios opta pelos servicos mais tradicionais — ou mais conhecidos — come Google. Yahoo, MSN, Lycos e Altavista, os cinco enderecos de pesquisas mais utilizados na internet mundial. 4 Num bloco intermediario, aparecem nomes como Teoma, Excite, AllTheWeb, Hotbot, LookSmart € AskJeeves, entre centenas de outros servicos nao tao po- pulares, mas que proporcionam resultados parecidos ou até mais eficientes que os concorrentes mais famosos. Passe uma semana navegando por alguns deles ¢ lire suas proprias conclusdes. O resultado pode ser uma agradavel surpresa. 5 Mas existe uma categoria de buscadores que esta alguns niveis acima de qualquer um desses sites citados até aqui, o que nao significa, necessariamente, dizer que s4o melhores. Sao apenas diferentes, pelo simples fato de que foram projetados com objetivos distintos. S40 os chamados multibuscadores ou metabuseadores, como prefere 0 pessoal mais técnico. 6 Ummetabuscador usa a habilidade e a inteligéncia de varios outros buscadores de forma simultanea. Numa analogia com o que ocorre em nossas casas, seria uma espécie de superconirole remoto, projetado para comandar com um unico toque todos os demais existentes no mercado, extraindo de cada um toda a sua capacidade e poderio. 7 Bm vez de procurar a informacao em um outro site de forma isolada, 0 metabuseador realiza esta tarefa de maneira mais rapida e eficiente, ja que sua 2 : : : i : § : i a i é @ 8 2 OMe | Y eapecialidade ¢ vasculhar e organtzar tudo 0 que ja fo vasculhado e organizado pelos buscadores ‘comuns’. A pagina procurada pode até ter escapado do Google ou do Lycos, mas dificilmente conseguira escapar dos engenhosos robos que atuam por tras dessas ferramentas. 8 Nesta categoria aparecem nomes poucos conhecidos da imensa maioria dos usuarios que jamais serao encontrados na relacao dos mais populares da internet. Quem jé ouviu falar de Debriefing, Digisearch, Dogpile, Highway61, Ixquick, Isleuth, Mamma, Metacrawler, MetaSearch, NetTaxi ou ZapMeta? 9 DogPile, Ixquick e Metacrawler (talvez o melhor em toda a internet) vascu- Iham 14 sites diferentes de buscas — incluindo, é claro, Google, Yahoo e MSN — antes de olerecer respostas As nossas diwvidas. O NetTaxi e o MetaSearch esmiti- cam 12 enderecos diferentes, Everyone.Net e Alone sao ‘mais fraquinhos', mas mesmo assim retinem, de maneira organizada, resultados que somente seriam en- contrados se utllizéssemos um a um 05 seis maiores servicos de busca da internet. 10 0 ultimo supercontrole remoto a chegar ao mercado é o ZapMeta. Ainda nao completou quatro meses de vida, mas ja trabalha como gente grande. Impressiona pelo que faz ¢ pelo que deixa antever 0 que vird a fazer. Talvez jamais chegue a ser 0 Google dos multibuscadores, E nem precisa do titulo para ser reconhecido como uma dessas ferramentas sem as quals a internet nao teria chegado onde chegou. 11 O que ja era bom ficara melhor ainda. © més de marco [2004] comecou com uma disputa que (em tudo para tornar mais facil a vida dos usuarios da internet. Google, MSN ¢ Yahoo preparam o lancamento de novas ferramentas ¢ servicos de modo a fazer frente a um crescimento vertiginoso no ntimero de enderecos ¢ infor- macoes disponiveis na web. Em outras palavras, vao ficar mais fortes e mais po- derosos ainda. 12 0 objetivo ¢ um s6: atrair cada vez mais usuarios ¢ conquistar uma fatia maior do bilionario bolo publicitario, principalmente no segmento dos chamados links patrocinados, hoje uma das principais fontes de receitas dos sites de bus- cas. A estimativa para 2004 € que esse segmento movimente a bagatela de USS 2.5 bilhdes. A festa, como se vé, esta apenas comecando.” Regroicio probit, A. Id de Clg Pare Lal 810 19 fovtoo 168 PEREIRA, Robson. O Estado de 8, Paulo, 3 mar. 2004, p. D-5. mn aces Te eet A seguir apresentamos uma lista de alguns sites que contém informagées confiéveis, para muitas pesquisas. www. itaucultural.org.br www.mam.org. br www.macvirtual.usp.br www.artenaescola.org.br www.ims.com.or wew.belasartes. br www.museusegall.org.br www.revistapesquisa.fapesp.br www.ieb.usp.br www.sescsp.org.br www.mae.usp.br www.recicloteca.org. br wwww.mp.usp.br www.universiabrasil.net www.masp.art.br www.eciencia.usp.br 335

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