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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLÍNIO LEITE

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO


AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DA CULTURA DE


TOMATE DE MESA: COMPARAÇÃO ENTRE OS
SISTEMAS CONVENCIONAL E ORGÂNICO

Professora: SHEILA FRANKLIN

Grupo:
CARLOS AFONSO PEREIRA ROSA
ERALDO PESSOA DA SILVA
GENILSON DE SOUZA MENDES
GUILHERME TRINDADE LELIS JÚNIOR
HULLY EMERICH SILVA
JOSUÉ BASTOS

Turma: 2010-3

Niterói
2010
1 Introdução

De acordo com UOV 2010, o tomate (Lycopersicon esculentum L.) é uma


planta herbácea da família Solanaceae, originária da América do Sul. O
Brasil é o nono produtor mundial dessa hortaliça, tendo produzido
3.303.530 toneladas no ano de 2005. É cultivada em todos os Estados
brasileiros, com exceção do Amapá e Alagoas (CHAVES, 2006). O tomate
é a segunda hortaliça mais importante do Brasil, perdendo apenas para
a batata (LUZ et al, 2007).
Sua cultura é realizada conforme a finalidade da produção, isto é,
de acordo com tipo de consumo visado: para industrialização ou
consumo in natura. A produção para processamento pelas indústrias é
dita tomate industrial, a para consumo in natura é designada tomate
de mesa. Seu cultivo, seja industrial ou de mesa, é de difícil condução,
por ser uma planta muito susceptível ao ataque de pragas e doenças, o
que exige vários tratos culturais, com uso intensivo de produtos
químicos (LUZ et al, 2007).
Por tratar-se de uma herbácea, o tomateiro possui caule flexível,
não suportando o peso dos próprios frutos, fazendo com o que o fruto
fique em contato com o solo, prejudicando, assim, sua qualidade
estética. Para o plantio industrial, em que a aparência dos frutos não é
primordial, isso é irrelevante. Porém, para a cultura do tomate de mesa,
a preferência do consumidor por frutos com boa apresentação estética,
demanda tratos culturais especiais, tal como as diversas formas de
tutoramento da planta, com utilização de hastes de bambu ou emprego
de fitilhos (MARIM et al, 2005). Pesquisa realizada por ANDREUCCETTI et
al. (2005) apud FARIA & OLIVEIRA (2005), revela que os consumidores
consideram como tomate ideal aquele que apresenta boa durabilidade,
coloração vermelha, de consistência firme e sem injúrias ou manchas.
O tomate de mesa pode ser cultivado pelo sistema agrícola
convencional, com uso de insumos químicos em larga escala, ou pelo
sistema orgânico, com a utilização de fertilizantes naturais (como
compostagem) e controle de pragas e doenças realizadas por controle
biológico e extratos naturais, pouco ou nada agressivos ao meio
ambiente (SOUZA, 1998 apud LUZ et al, 2007).
Em virtude do tomate de mesa ser muito consumido in natura,
principalmente em saladas, e a crescente preocupação da população
com aspectos de saúde, devido a possibilidade da presença de resíduos
de defensivos, vem aumentando a procura por tomate orgânico. Dessa
forma, os consumidores de tomates orgânicos, aceitam frutos com
formatos e cores, não valorizados pelo mercado convencional, estando
disposto a pagar a mais por eles (LUZ et al, 2007).

1.1 - Objetivo
Efetuar comparação entre os tomates de mesa cultivados pelo sistema orgânico e
pelo sistema convencional, com relação a impactos ambientais e preço no mercado
varejista, de forma a possibilitar uma tomada de decisão de compra ao consumidor final.

1.2- Unidade Funcional


1.2.1 – Para cálculo dos impactos ambientais foi adotada a unidade funcional de 1.000
kg de tomates produzidos e entregues no mercado varejista.
1.2.2 – Para a comparação do preço final ao consumidor foi adotada a unidade funcional
de 1 kg de tomate.

1.3 Fronteiras do Sistema


1.3.1 – Fronteira em relação o sistema técnico e aos sistemas naturais: o presente
trabalho ocupa-se das interações a partir da semeadura da cultura até a colocação do
produto final à disposição do consumidor, no mercado varejista (Figura 1).
1.3.1 – Fronteiras geográficas
PRODUÇÃO DAS SEMENTES

CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO

1.3.2 – Área de obtenção dos dados sobre os insumos da cultura do tomate: região da
Chapada de Ibiapaba, Estado do Ceará.
MERCADO VAREJISTA

1.3.3 – Área de coleta de preços do tomate: Niterói – RJ.

FERTILIZANTES E PESTICIDAS
EMBALAGEM

Figura 1
TRANSPORTE

TRANSPORTE
CRESCIMENTO E

Fronteiras do Sistema
CONSUMO
COLHEITA DO
SEMEADURA,

TOMATE

PREPARO DO SOLO

Fronteira do Sistema
2– Inventário

2.1- Coleta de Dados


Os dados do presente trabalho foram coletados de estudos sobre produção de
culturas orgânicas, tanto os focados nas implicações ambientais (LUZ et al, 2007) como
aqueles que visavam o levantamento dos custos financeiros (MENEZES et al, 2007). Os
dados referentes ao mercado varejista foram realizados em março de 2010. Foram
estudados os tratos culturais dispensados pela cultura protegida (estufa) e cultura
natural, optando-se pela última, por ser a que mais possibilita as interações com o meio
ambiente.

2.2- Abrangência geográfica


Os dados sobre os insumos referem-se à região da Serra de Ibiapaba, Estado do
Ceará; e os dados do mercado varejista é o da praça de Niterói – RJ.

2.3- Confiabilidade dos dados


Podem ser considerados confiáveis, por serem oriundos de uma instituição
estadual de agricultura e extensão rural e de trabalhos acadêmicos.

2.4 – Principais insumos da cultura do tomate de mesa


Os principais insumos são os decorrentes do combate às pragas do tomateiro,
bem como os fertilizantes e corretivos de solo, além do consumo de água, energia
elétrica e utilização de tratores para preparação do solo. O Quadro 1 lista os insumos da
cultura orgânica e convencional do tomate de mesa.
Os insumos referentes a embalagens e transporte deixam de ser considerados,
em virtude de terem valores iguais, não importando do tipo de cultivo, portanto não
influi no processo comparativo objeto deste trabalho.

Quadro 1
Cultura de Tomate de Mesa – Insumos – 1 hectare

Descrição Un Quantidade
Orgânico Convencional
1- Fertilizantes/defensivos
Fosfato Natural ton 1
Farinha de rocha MB-4 ton 1
Descrição Un Quantidade
Orgânico Convencional
Skrill (concentrado mineral natural) L 20
Calda de oligoelementos L 2000
Palha para cobertura morta Carrada 2
Cinzas Ton 2
Óleo de nin (bioprotetor) L 25
Armadilha luminosa Un 6
Trichogramma (inseto p/ controle Cartela 5
biológico)
Dipel (bactéria p/ controle biológico) L 6
Sulfato de cobre (calda bordalesa – kg 30
fungicida)
Enxofre em pó (calda p/preservar Kg 50
madeira)
Calcário Ton 2 2
Composto orgânico Ton 25 15
Cal virgem Kg 60
Uréia Kg 500
Superfosfato simples Kg 600
Cloreto de Potássio Kg 500
FTE (micronutrientes: Zn, Mn, Cu, B) Kg 200
Formicida Kg 2
Fungicida Kg 8
Inseticida Kg 6
Inseticida/acaricida Kg 0,5
Água Mil 6
m3
2- Operações Mecanizadas
Incorporação do coquetel de h/trato 4
fertilizantes r
Aração h/trato 4
r
Gradagem h/trato 2
r
Sulcamento/incorporação h/trato 2
r
3- Energia Elétrica Kw/h 3.500 1.500

Fonte: SDA-EMATERCE apud MENEZES et al, 2007.

Da lista dos insumos envolvidos na cultura do tomate de mesa, foram destacados


aqueles com potencial para impactar o meio ambiente, cuja síntese é demonstrada no
Quadro 2.
Não foi possível encontrar, na literatura disponível, o consumo efetivo de água
na produção de tomate de mesa pelo sistema orgânico, sendo arbitrado um consumo
igual ao do sistema convencional.
Quadro 2
Tomate de Mesa
Insumos com potenciais impactos ambientais – 1 Hectare

INSUMOS UN QUANTIDADE
ORGÂNICO CONVENCIONAL
Fertilizantes kg 30 1.800
Defensivos kg - 16,5
Uso de trator h 4 8
Consumo de água m3 6.000* 6.000
Consumo de energia elétrica kw/h 3.500 1.500

* valor arbitrado.

2.3 Custos de Produção

De acordo com MENEZES et al, 2007, o custo de produção de um hectare de


tomate pelo sistema orgânico é de R$ 13.223,87, enquanto o convencional importa em
R$ 18.215,83.

2.4 Preços do tomate no mercado varejista

Conforme pesquisa efetuada no mercado varejista de Niterói, no período de 29 a


31 de março de 2010, foram encontrados uma grande variação no preço do tomate
convencional, resultado da abundância de oferta, enquanto só foi encontrado um
estabelecimento que comercializava o tomate orgânico. Para suprir a carência de oferta
do produto, recorreu-se ao mercado virtual. Vale registrar que o tomate orgânico
disponível para venda é apresentado em bandejas com 300g e 500g. Ainda, com relação
ao tomate orgânico, chamou a atenção a origem da produção: São Roque (SP), distante
688 km de Niterói, e Itaipava, região serrana do RJ. Apesar do presente trabalho não
considerar o aspecto transporte para efeito comparativo entre os dois sistemas de
cultivo, deve-se ter em mente que uma distância elevada do local de produção até o
mercado consumidor representa um custo ambiental adicional, em forma de maiores
níveis de emissões de poluentes para a atmosfera. É sempre recomendável ter ciência da
origem do produto a ser consumido, até mesmo para a avaliação do custo ambiental
envolvido no transporte desse produto. O Quadro 2 demonstra o resultado da pesquisa
de preços.
Quadro 2
Preços do Tomate no Mercado Varejista de Niterói

TIPO DE CULTIVO PREÇO POR kg (R$)


Mínimo Máximo Média
Convencional 3,98 4,98 4,48
Orgânico 16,98 17,33 17,15

2.4 Análises de Resultados

Com respeito aos aspectos ambientais, a comparação entre os dois sistemas de


cultivo de tomate de mesa aponta que o sistema convencional, em relação ao sistema
orgânico, utiliza uma quantidade muito maior de insumos com potencial de impactar o
meio ambiente, conforme fica evidenciado no Gráfico 1.
Gráfico 1
Insumos Com Potencial de IA na Produção de Tomate

Em relação aos aspectos econômicos, verificou-se que o sistema orgânico,


apesar de ter um custo de produção menor que sistema convencional, apresenta preço
mais elevado ao consumidor final, conforme demonstrado no Gráfico 2.
Gráfico 2
Custos de Produção e Preço no Varejo do Tomate
3– Interpretação

3.1 Avaliação de Impacto

Os impactos ambientais relacionados ao cultivo do tomate de mesa estão ligados


ao grande emprego de defensivos para o controle de pragas. O uso em larga escala
desses produtos químicos pode contaminar o solo e as águas, tanto as superficiais, pela
lixiviação, quanto as subterrâneas, pelo processo de percolação desses contaminantes.
Além da biota da região produtora, o homem também pode ser atingido por esses
contaminantes, tanto os agricultores, durante a aplicação dos defensivos, quanto os
consumidores, pelo efeito residual desses agentes químicos.

3.2 Avaliação Comparativa

O tomate de mesa cultivado pelo sistema orgânico possui desempenho ambiental


2,5 vezes superiores, porém custa ao consumidor final quase o quádruplo do preço do
tomate convencional. Essa comparação é demonstrada no Gráfico 3.

Gráfico 3
Tomate Orgânico
Comparação entre Impactos Ambientais e Preços
4. Conclusão

É inegável que cultivo do tomate orgânico possui um desempenho ambiental


muito superior ao sistema convencional, porém é injustificável a prática de preços
exorbitantes ao consumidor. Em que pese as estratégias de marketing que apontam o
consumidor orgânico como não sensível ao quesito preço, isto é, com disposição para
pagar um preço superior ao praticado pelo sistema convencional, recomenda-se evitar a
sua aquisição. Se os consumidores boicotarem o tomate orgânico que apresenta preços
elevados, a redução da demanda forçará uma queda nos preços do produto, que, então,
poderá ser obtido por um preço mais justo.
Destarte, não é recomendado o consumo do tomate do orgânico, pelo fato de
apresentar um preço quase quatro vezes superior ao convencional. Somente pode-se
admitir a compra do tomate orgânico se ele apresentar um preço, no máximo, 150%
maior em relação ao convencional, isso se o consumidor entender como razoável uma
razão direta entre impactos ambientais e preço do produto.
Bibliografia:

CHAVES, A.M. A Cultura do Tomate. Brasília, CONAB: 2006.


Disponível em:
http://www.conab.gov.br/conabweb/download/cas/especiais/Tomate_21_08_2006.pdf.
Acesso em 23 mar. 2010.

FARIA, F.F.; e OLIVEIRA, J.T.A. Matriz de Coeficientes Técnicos da Cultura do


Tomate de Mesa: Base para Cálculo dos Custos de Produção e Colheita.
UNICAMP/FEAGRI: Campinas, 2005. Disponível em:
http://www.feagri.unicamp.br/tomates/pdfs/026949RF.pdf. Acesso em 06 mar. 2010.

LUZ, J.M.Q., SHINZATO, A.V.; e SILVA, M.A.D. Comparação dos Sistemas de


Produção de Tomate Convencional e Orgânico em Cultivo Protegido. 2007.
Disponível em
www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournalteste/article/viewFile/.../3947. Acesso em
21 mar. 2010.

MARIM, B.G.; SILVA, D.J.H.; GUIMARÃES, M.A.; e BELFORT, G. Sistemas de


tutoramento e condução do tomateiro visando produção de frutos para
consumo in natura. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.4, p.951-955, out-dez
2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/hb/v23n4/a18v23n4.pdf. Acesso em 25
mar. 2010.

MENEZES, A.H.; PINHEIRO, J.C.V.; e LIMA, H.J.C. Rentabilidade Mínima do


Tomate de Mesa Orgânico e sua Competitividade em Relação ao Tomate
Convencional – Serra da Ibiapaba, Ceará. In: XLV CONGRESSO DA SOBER
"Conhecimentos para Agricultura do Futuro", Londrina, 2007.
Disponível em: www.sober.org.br/palestra/6/718.pdf. Acesso em 20 mar. 2010.

UNIVERSIDADE ON LINE DE VIÇOSA (UOV). Sítio Internet. Disponível em:


http://www.uov.com.br/biblioteca_arquivos/Curso53-19.pdf. Acesso em 23 mar. 2010.

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