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Escola Estadual Monsenhor Rocha

2º Período EJA - Noturno


Professora: Erica

Democracia
Conforme a disciplina de Filosofia

Alunos 1: Camila Medeiros nºs 1: 39


2: Fernando Maia 2: 12
3: Graciela 3: 14

Santa Bárbara do Leste, 16 de agosto de 2010.


O Que É a Democracia?

Democracia vem do grego: Povo e Kratos: Poder, tem por significado que o poder está
nas mãos do povo. Na democracia é o povo que detem o poder soberano sobre o poder
Executivo e o poder Legistativo.
Embora existam pequenas diferenças nas várias democracias, certos princípios e práticas
distinguem o governo democrático de outras formas de governo.
Democracia é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por
todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente eleitos.
Democracia é um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana; é a
institucionalização da liberdade.
A democracia baseia-se nos princípios do governo da maioria associados aos direitos
individuais e das minorias. Todas as democracias, embora respeitem a vontade da
maioria, protegem escrupulosamente os direitos fundamentais dos indivíduos e das
minorias.
As democracias protegem de governos centrais muito poderosos e fazem a
descentralização do governo a nível regional e local, entendendo que o governo local
deve ser tão acessível e receptivo às pessoas quanto possível.
As democracias entendem que uma das suas principais funções é proteger direitos
humanos fundamentais como a liberdade de expressão e de religião; o direito a proteção
legal igual; e a oportunidade de organizar e participar plenamente na vida política,
econômica e cultural da sociedade.
As democracias conduzem regularmente eleições livres e justas, abertas a todos os
cidadãos. As eleições numa democracia não podem ser fachadas atrás das quais se
escondem ditadores ou um partido único, mas verdadeiras competições pelo apoio do
povo.
A democracia sujeita os governos ao Estado de Direito e assegura que todos os cidadãos
recebam a mesma proteção legal e que os seus direitos sejam protegidos pelo sistema
judiciário.
As democracias são diversificadas, refletindo a vida política, social e cultural de cada
país. As democracias baseiam-se em princípios fundamentais e não em práticas
uniformes.
Os cidadãos numa democracia não têm apenas direitos, têm o dever de participar no
sistema político que, por seu lado, protege os seus direitos e as suas liberdades.
As sociedades democráticas estão empenhadas nos valores da tolerância, da cooperação e
do compromisso. As democracias reconhecem que chegar a um consenso requer
compromisso e que isto nem sempre é realizável. Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a
intolerância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do
verdadeiro espírito democrático”.
A Democracia pura
Os Fundamentos da democracia Pura.
Os estudos sobre a forma de governo nas comunidades humanas sempre se orientaram
pelo direito positivo e história dos povos.
Com exceção de Platão e de Protágoras, esse procedimento veio desde a Antiguidade
clássica abrangendo todos aqueles que trataram do assunto, inclusive Aristóteles.
De sorte que muitos são os modelos que foram indicados como opções de formas de
governo à humanidade: monarquia, teocracia, oligarquia, aristocracia, plutocracia,
democracia representativa e suas degenerescências como a ditadura, a tirania, o
totalitarismo, etc.
Ao invés de se restringir ao direito positivo e à história, concentrou suas pesquisas de
acordo com os princípios científicos, recorrendo às ciências humanas e auxiliares
( psicologia comparada, paleoantropologia, arqueologia,antropologia, etnologia,
etiologia, história crítica, etc.)
Citando apenas algumas das contribuições dessas ciências, podemos destacar, entre
outras revelações, o seguinte:
Pela psicologia comparada, evidenciou-se que aflorava uma evolução no sentido da
democratização das sociedades animais. Pela paleoantropologia, dá-se a conhecer que os
fosseis encontrados nas comunidades destacavam que havia números iguais entre os
sexos, indicando assim ausência do regime do macho-dominante, em que os adultos
machos seriam expulsos com o predomínio de uma única autoridade e possuidor. Pela
arqueologia, constata-se que os primeiros agrupamentos urbanos ( na Suméria) não
reservavam diferenciamento nas moradias, que havia salões amplos possivelmente
destinados ao ajuntamento de todos para tomada de decisões e que dispunham de sinetes
característicos do chamamento dos membros para tais ajuntamentos e suas decisões
sociais. Pela antropologia, que os homens primitivos sempre agiram em grupo
necessitando de cooperação recíproca. Pela etnologia, observam-se varias comunidades
ágrafas resolvendo seus assuntos sociais numa forma de democracia natural; e quanto
mais primitiva, mais apresentava requisitos de plena democracia, sem hierarquias, nem
governos.
Nenhuma estabelece a soberania do povo. Não cabe sequer serem consideradas. E
seguramente serão extintas totalmente no futuro, quando a humanidade estiver
esclarecida.
A única forma de governo condizente à natureza humana é a Democracia Pura, que
viabiliza o exercício da soberania de todos os cidadãos, neles inclusos os cidadãos
comuns.
A OPOSIÇÃO POLÍTICA E SEU PAPEL
O víeis político do fenômeno da oposição tem suas origens vinculadas ao cenário
britânico e aos processos que culminaram com o amadurecimento do parlamentarismo e
da idéia de responsabilidade política que lhe é inerente.
Na realidade, o desenvolvimento do parlamentarismo trouxe contornos mais nítidos ao
fenômeno da oposição, eis que, naquele sistema, a idéia de alternância (perfeita), fundada
num claro antagonismo entre governo e minoria parlamentar e na idéia de
responsabilidade política, fez com que o partido opositor adotasse não apenas uma
postura crítica (de mera dissensão) em relação ao governo, mas, também, uma postura
responsável, apoiada em propostas alternativas, considerada a possibilidade, sempre real,
de assumir-se o governo, abandonando-se a original posição de minoria opositora.
A hipótese, sempre viável, da concretização de uma alternância no poder, aliada à
situação de embate responsável que se trava no sistema parlamentarista inglês (puro)
entre governo e oposição, deu origem ao que Samuel Finer denominou política de
adversários.
Em verdade, deve-se destacar que essa ampliação que se verificou, ao longo de sua
consolidação histórica, no conceito oposição, fez com que este, longe de tutelar apenas os
direitos das minorias parlamentares, passasse a proteger, também e sobretudo, os direitos
dos mais diversos segmentos da sociedade, no sentido de participação no processo de
tomada de decisão das políticas fundamentais e no sentido de se controlar a maneira
como tais decisões estão sendo executadas.
Nesse contexto, o direito de oposição, para além de integrar a categoria dos direitos
fundamentais individuais (liberdade de expressão, manifestação do pensamento), passou
a constar, também, da categoria dos direitos fundamentais políticos, entendidos estes
como o "conjunto de regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular.
São direitos públicos subjetivos que investem o indivíduo no ‘status activae civitatis’,
permitindo-lhe o exercício concreto da liberdade de participação nos negócios políticos
do Estado...".
"O direito de oposição democrática (cfr. Art. 117/2º) é um direito imediatamente
decorrente da liberdade de opinião e da liberdade de associação partidária. Precisamente
por isso, o direito de oposição não se limita à oposição parlamentar (art. 117/3º,
conjugado com o número 1º do mesmo artigo poderia ser interpretado nesse sentido),
antes abrange o direito à oposição extraparlamentar, desde que exercido nos termos da
Constituição (art. 10º/2). A interpretação restritiva do direito à oposição (no sentido de
uma simples oposição parlamentar ao ‘governo de sua majestade’), conduziria, desde
logo, a que as forças políticas não representadas no Parlamento vissem a sua liberdade
política, o seu direito de participação na vida pública, o seu direito fundamental de
associação e a sua liberdade de expressão, indirectamente restringidos (...) por uma
anódima interpretação do direito de oposição democrática (...). A idéia de oposição
extraparlamentar conexiona-se, de resto, com outros direitos fundamentas como, por ex.,
os direitos de reunião e manifestação (art. 45º), e com o próprio princípio democrático. O
princípio democrático postulará mesmo a oposição extraparlamentar quando a oposição
parlamentar deixar de ter expressão significativa, como é o caso das ‘grandes coligações’
formadas por todos os partidos com assento no Parlamento".

Liberdade Religiosa, igualdade, tolerância e proselitismo no Estado Democrático do


Direito.
Quando observamos que as circunstâncias que envolveram a afirmação histórica da
liberdade religiosa conectam-se ao pluralismo religioso advindo da quebra da unidade
teológico-político da cristandade e à eclosão do constitucionalismo moderno [01], o valor
que historicamente se sobressai como fundamental ao reconhecimento do direito à
liberdade religiosa é o princípio da igualdade.
É certo que num primeiro momento o discurso da igualdade é direcionado aos indivíduos
que pertencem aos ramos rompidos da cristandade, não alcançando os segmentos
religiosos estranhos à fé cristã. Quando muito, tenta timidamente incluir os que
professam a fé judaica. Somente num momento posterior da evolução constitucional –
sobretudo quando os Estados Unidos recebem um grande contingente de emigrantes
orientais – é que o discurso da igualdade torna-se mais inclusivista, englobando
indivíduos que adotem quaisquer credos ou cultos religiosos [02].
A igualdade, aliás, constitui o valor fundamental da democracia. A construção de um
Estado Democrático de Direito somente é possível a partir do respeito à igualdade
essencial dos seres humanos, pois, como sustenta com muita precisão Jónatas Machado,
O princípio da igualdade decorre da concepção da sociedade como ordem de cooperação
entre cidadãos livres e iguais. Ele está na base da justiça e da reciprocidade que a
alicerçam, bem como da igual consideração e respeito devida a todos os indivíduos [03].
Se assim o é, no campo da liberdade religiosa o princípio da igualdade reveste-se de uma
importância crucial. A idéia de liberdade religiosa somente pode prosperar num contexto
em que se busca o respeito à igualdade de direitos entre todos os cidadãos. Com efeito,
somente possui liberdade religiosa quem pode adotar esta ou aquela opção religiosa sem
recear sofrer tratamento discriminatório por parte da comunidade política.
O princípio da igualdade em matéria religiosa é claramente adotado no nosso
ordenamento jurídico-constitucional. Primeiro, o caput do artigo 5º da Constituição da
República reza que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza",
onde se inclui, naturalmente, a distinção de natureza religiosa. Depois, o inciso VIII do
mesmo artigo, estabelece que "ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa".
Estado leigo, a República Federativa do Brasil sempre reconheceu a liberdade de religião
e de exercício de cultos religiosos (art. 5º. VI), agora sem as limitações da cláusula "que
não contrariem a ordem pública e os bons costumes" que figurava nas constituições
anteriores. Afirma-se que "ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa [...]", salvo escusa de consciência (art. 5º., VIII).
Por tais razões, o princípio de igualdade em matéria religiosa não pode ser utilizado como
pretexto para que se considere discriminatória ou intolerante a conduta de quem, na
prática do proselitismo religioso, defende a verdade de suas crenças em oposição às
crenças dos outros. Desde que o esforço apologético do crente, seja qual for a sua
religião, limite-se a apontar o suposto erro da doutrina religiosa acreditada por alguém,
sem ofender a honra ou a dignidade pessoal do outro – inclusive respeitando o direito que
este possui de querer ou não ouvir o discurso –,não há como atribuir a tal conduta
qualquer afronta ao princípio constitucional de igualdade em matéria religiosa [09]. Ao
contrário, ambos possuem igualmente o direito de defender a verdade de sua crença,
assim como têm direito a defender a sua posição os que não crêem (ateus ou agnósticos) e
aqueles que sustentam que todas as religiões são, simultaneamente, verdadeiras.
Na verdade, não reconhecer ao crente o direito de fazer proselitismo religioso constituir-
se-ia, sem sombra de dúvida, na própria negação do Estado Democrático de Direito, cuja
concretização traz como pressuposto necessário não apenas o respeito às diferenças e ao
pluralismo em todas as suas formas, mas, sobretudo, a liberdade de pensamento, que na
lapidar definição de Sampaio Dória [10]é "o direito de exprimir, por qualquer forma, o
que se pense em ciência, religião, arte, ou o que for". Neste sentido é que André Ramos
Tavares [11], ao tratar da liberdade de religião, diz que "nada mais é que um
desdobramento da liberdade de pensamento e manifestação" [12].
As conclusões a que chegamos, portanto, são as seguintes:
• A liberdade religiosa pressupõe necessariamente o tratamento isonômico a todos os
cidadãos independentemente de suas crenças religiosas;
• A igualdade em matéria religiosa não se lastreia na necessidade de uniformização das
convicções religiosas e, ao contrário, somente pode ser concebida num ambiente de
pluralidade de crenças e de opiniões relacionadas à fé.
• A construção do Estado Democrático de Direito não se concebe sem que se reconheça
ao crente o direito de fazer proselitismo religioso, mormente considerando-se que a
liberdade religiosa, em certo sentido, é emanação da liberdade de pensamento, ou mais
precisamente o direito de exprimir o pensamento em matéria religiosa.
A Auternância de poder
A Soberania do povo na fiscalização do exercício de sua soberania.
Resumo
A soberania do povo, em nome do qual todo o poder é exercido, tem no direito ao voto
universal e secreto o meio de expressão da soberania popular. Tal direito carece de amplo
exercício de fiscalização para sua completa efetivação. Fiscalização esta que deve ser
exercida e compreendida, motu próprio, pelo eleitor comum, mediano, titular primeiro
desta soberania.
O soberano que não é instrumentado a fiscalizar o exercício de sua soberania não é
soberano. De nada vale um poder, uma prerrogativa, desprovido dos meios necessários à
sua verificação pelo seu titular.
Conclui-se que urge conciliar a irremovível instrumentação da soberania popular com as
conveniências da tecnologia. Proceder-se a votação e a apuração eletrônica, acompanhada
da impressão física das cédulas, de forma a garantir a palpável, testemunhável, eventual
aferição que venha a fazer-se necessária, é uma das soluções.

Voto Livre
O voto no Brasil, democracia ou obrigatoridade?
Votar é verdadeiro exercício da cidadania, a maneira mais eficiente e cristalina de
exercício da soberania popular. O voto direto e secreto, com valor igual para todos. Nossa
sociedade passa por mudanças constantes, como nossa jovem democracia, que ainda
mostra traços oscilantes quando analisada sob o ponto de vista da ditadura econômica que
nossos governantes implementam em nosso país todos os anos. Será que o voto
obrigatório ainda atende as peculiaridades do povo brasileiro? Será que é a melhor
solução para um povo que recentemente começou, efetivamente, a exercer esse poder? É
o que nos colocamos a analisar a partir de então.
O voto está inserido nos capítulos sobre direitos políticos nos diversos manuais de Direito
Constitucional. Devemos, pois, conceituar os direitos políticos como aquelas condições
que permitem ao cidadão intervir na vida política, votando e sendo votado.
A obrigatoriedade do voto não é uma singularidade brasileira, pois Argentina, Austrália,
Bélgica, França, México, Portugal, entre outros, adotam o voto obrigatório. Podemos em
um primeiro momento, pensar que a adoção do voto facultativo no Brasil possui seu lado
obscuro, pois um sistema com viés elitista poderia ser produzido, assim como ocorre nos
Estados Unidos da América, onde é comprovado que o eleitor negro, de baixa
escolaridade, mães solteiras, populações mais pobres e hispânicos se abstêm de votar,
pois acham que não possuem força para mudar o "status quo".Porém, alegar isso equivale
dizer que o povo brasileiro é ignorante e jamais aprenderá a fazer escolhas corretas. A
implementação do voto facultativo deve vir acompanhada de investimentos pesados em
políticas sociais e educação.
Neste diapasão, será um dos maiores objetos de nosso estudo a Constituição Federal de
1988, artigo 14, inciso 1o, parágrafos I e II, alíneas "a", "b" e "c".Não teceremos
comentários a respeito do artigo 6º da Lei n. 4.737/65, eis que este perdeu sua eficácia
ante o artigo 14 da Carta Política de 1988. Analisaremos o voto, seu conceito, princípios,
natureza e atributos, a democracia, o sufrágio e suas características, o voto obrigatório e o
facultativo, defendendo a adoção deste último.
VOTO: NATUREZA, PRINCÍPIOS E ATRIBUTOS
A natureza do voto também se caracteriza pelo dever do cidadão em manifestar sua
vontade, por meio do voto, para escolha de representantes em um regime político. O voto
é o instrumento pelo qual os eleitores expressam sua vontade, escolhendo que os
representará. É através do voto que o eleitor expressa sua confiança a um determinado
candidato. Em sendo o voto uma expressão de confiança que se perfaz por uma escolha,
não entendemos correto ser seu exercício obrigatório. É através do voto que se
materializa o direito público subjetivo dos cidadãos.
Para a concepção fascista, o eleitor é um órgão do Estado, exercendo uma função estatal
ao emitir seu voto, ao fazer sua escolha. Vejamos que, nessa concepção, a idéia de
soberania popular é abandonada, não existe. Quem detém o poder é quem poderá dirigir a
vontade. Ao contrário do sistema fascista e dos interesses dominantes, o voto enquadrado
na idéia de soberania popular é também uma função, porém função da soberania popular .
A escolha dos governantes nos regimes representativos deverá ser manifestada pelo voto
dos cidadãos, por isso é também um dever sócio-político, e isso independe da
obrigatoriedade jurídica.
O voto é personalíssimo, somente pode ser exercido pessoalmente. É obrigatório e igual
para homens e mulheres, entre 18 (dezoito) e 70 (setenta) anos e facultativo entre 16
(dezesseis) e 18 (dezoito) e acima de 70 (setenta) anos, havendo inclusive sanção para
ausência não justificada. O eleitor pode escolher quem ele bem entender, diante dos
candidatos inscritos, ou votar em branco e até mesmo anular seu voto. Para expressar a
real intenção do eleitor, o voto deve revestir-se de alguns atributos, tais como eficácia,
sinceridade, autenticidade, personalidade e liberdade. Decorre do atributo da liberdade
que o voto seja secreto. Decorre da sinceridade, da autenticidade e da eficácia, que o voto
seja direto. De todos esses atributos, deveria decorrer a facultatividade do voto.
ESPÉCIES DE VOTO: OBRIGATÓRIO E FACULTATIVO
A natureza jurídica do voto tem sido objeto de acirrados debates. Sua transformação em
facultativo ou sua mantença em obrigatório é muito discutida, seja por juristas, políticos
ou o povo em geral.
Inicialmente, visto pelo prisma da soberania do povo, o voto é um dever político-social.
No Brasil, é obrigatório para maiores de 18 e menores de 70 anos
"Convém entender bem o sentido da obrigatoriedade do voto, prevista no citado
dispositivo constitucional, para conciliar essa exigência com a concepção da liberdade
do voto. Significa apenas que ele deverá comparecer à sua seção eleitoral e depositar
sua cédula de votação na urna, assinando a folha individual de votação. Pouco importa
se ele votou ou não votou, considerando o voto não o simples depósito da urna, mas a
rigor, o chamado voto em branco não é voto. Mas, com ele, o eleitor cumpre seu dever
jurídico, sem cumprir o seu dever social e político, porque não desempenha a função
instrumental da soberania popular, que lhe incumbia naquele ato".
Ao não escolher um candidato, anulando seu voto ou simplesmente votando em branco, o
cidadão efetivamente exercitou o ato de votar; o que ele não fez foi escolher um
candidato. Deixemos claro que, sem o alistamento eleitoral, o indivíduo não se torna um
cidadão, não podendo exercer seus direitos políticos. Não poderá votar nem ser votado,
não poderá promover ações populares nem oferecer denúncia para fins de impeachment,
não pode matricular-se, se maior de 18 anos, em estabelecimento de ensino público ou
privado, conforme artigo 1º da Lei n. 6.236/7 [23]. O mesmo ocorre se, alistado estiver,
deixar de comparecer ao pleito para fazer sua escolha, sem justificar sua falta.
Apesar de obrigatório, a rigor, todo sufrágio é restrito. O sufrágio universal também
possui restrições à capacidade dos eleitores, tais como nacionalidade, capacidade mental,
serviço militar, idade, etc., porém em menor grau se comparado ao sufrágio restrito
propriamente dito.
Vimos que o voto obrigatório é dever político-social e também jurídico. Se somente o
comparecimento é obrigatório e não o voto em si. No sistema facultativo, o voto é visto
como um dever político-social, que se não exercido, não pode ser sancionável. O
comparecimento ou não às urnas está incluso na idéia de voto, não vislumbramos como
separá-los. O ato de votar depende do ato de comparecer às urnas, além de traduzir algum
interesse do cidadão em participar da vida do Estado. O voto muitas vezes é exercido sem
consciência alguma, e isso é prejudicial para um País em desenvolvimento.
O voto em branco e o voto nulo não legitimam nenhum processo. Enganam-se os que
assim pensam, e também se enganam os que pensam que o voto obrigatório dá mais
autoridade aos eleitos.

CONCLUSÃO
Isto posto, podemos afirmar que o voto é o poder (faculdade) democrático de mudança,
por isso deve ser feito de maneira consciente. Ao defendermos o voto facultativo,
alegamos que uma pessoa não quer votar, seja porque simplesmente não quer, ou por
ideologia política, religiosa, social ou por revolta com o "status quo", não deve ser
compelida a comparecer à sessão eleitoral.
O conservadorismo prejudica alguns pontos de uma mudança. Votar de forma obrigatória
é uma contradição, pois ao obrigar o cidadão a votar, não se pode obrigá-lo a estudar o
assunto que estará votando, nem mesmo o candidato em que votou, pois poucos escolhem
seus candidatos de forma consciente. Deve-se preservar a livre vontade do cidadão na
indicação de seus representantes.
Adotar o voto facultativo não está contra o ordenamento jurídico vigente, não está contra
os Princípios Gerais de Direito, tampouco contra o Estado Democrático de Direito. Se o
voto é uma escolha, ele jamais poderia ser obrigatório. Escolhas não se exigem.
Diante do conceito formulado de democracia, qual seja, a soberania popular, de
distribuição eqüitativa de poder, que emana do povo, pelo povo e para o povo, que
governa a si mesmo ou elege representantes, através do sufrágio, direto, universal,
secreto, facultativo, onde todos devem estar representados, porém prevalecendo a
vontade da maioria, desde que não contrarie os princípios da legalidade, igualdade,
liberdade e da dignidade da pessoa humana, temos que somente a não obrigatoriedade
do voto se coaduna com os ditames atuais.
É facultado ao povo possuir habilitação para guiar veículos automotivos, usar, gozar e
dispor de seus bens, entre outros tantos, porque não facultar o ato de votar? O voto entre
os 16 e os 18 anos de idade é facultativo, e funciona muito bem, pois são de certa
expressão os jovens que se inscreveram e continuam se inscrevendo como eleitores e
efetivamente votam. Existem inúmeros projetos para tornar o voto facultativo. O
Congresso Nacional, as entidades de classe, universidades e centros de pesquisa discutem
cada vez mais o tema. A quem interessa, então, manter o voto obrigatório?
Mas, afinal, qual a importância do voto? O que ele efetivamente muda na vida das
pessoas? O que têm a acrescentar? Vivemos um momento de mudanças, de grande
expectativa e aspirações nacionais. O voto é nossa arma mais poderosa para mudar um
País.
BÍBLIOGRAFIA

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