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DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Plebiscito e Referendo. Diferenças1
- Plebiscito: é uma consulta prévia que se faz aos cidadão no gozo dos
direitos políticos, sobre determinada matéria a ser, posteriormente, discutida
pelo Congresso Nacional;
- Referendo: consiste em uma consulta posterior sobre determinado ato
governamental para ratificá-lo, ou no sentido de conceder-lhe eficácia, ou,
ainda, para retirar-lhe eficácia.
A ação popular é instrumento destinado a corrigir toda e qualquer lesão ao
patrimônio público ou de entidade de que participe o Estado. Ela é uma
garantia constitucional não apenas judicial, mas também política, uma vez
que possibilita a participação do cidadão na vida pública.
Jamais a pessoa jurídica tem legitimidade para propô-la, uma vez
que a pessoa jurídica não pode ter direitos políticos, não pode ser cidadã.
O ato lesivo, passível de anulação, é o que atinge a moralidade
administrativa (art. 37), o meio ambiente (art. 225), o patrimônio histórico
e cultural (art. 216) e o patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe.
O cidadão estará agindo de boa-fé se o fizer no interesse da
comunidade; neste caso, não arcará com as custas judiciais, que é a verba
que se recolhe ao Estado por se ter movimentado o Poder Judiciário, e
nem com o ônus da sucumbência, isto é, os honorários advocatícios,
pagos por quem perde a ação.
Havendo motivos escusos por parte do cidadão, no caso de perder a
ação, que é movida em seu nome, deverá haver o recolhimento das
custas judiciais e do
ônus de sucumbência.
Os efeitos da ação popular se traduzem ou pela anulação do ato
lesivo praticado, ou pela sua sustação (caso sua consumação esteja
prestes a ocorrer), ou pela ordenação da sua prática, na hipótese de
omissão (a autoridade deveria ter praticado o ato e não o fez).

NACIONALIDADE

CONCEITO
É um vínculo jurídico político que liga a pessoa a determinado
Estado. É o status do indivíduo em face do Estado2.
É diferente de cidadania que significa a capacidade para exercer
plenamente os direitos políticos.
Assim, todo cidadão é nacional, mas nem todo nacional é cidadão.
Todo cidadão é nacional ressalvado o caso do português equiparado.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país;

1
Lei 9.709, de 18 de novembro de 1998.
2
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. 30 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2003, p.109.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja
a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem,
em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países
de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais
de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.


§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

NACIONALIDADE PRIMÁRIA
‐Nacionalidade primária (originária) – involuntária. é aquela que resulta
do fato natural, ou seja, o nascimento;

CRITÉRIOS PARA ESTABELECIMENTO DA NACIONALIDADE ORIGINÁRIA

‐Critério territorial (jus solis) ou critério biológico (jus sanguinis).


jus soli (origem territorial): é considerado nacional o nascido no território
do Estado, independentemente da nacionalidade de sua
ascendência.
jus sanguinis (origem sangüínea ou sucessória): é considerado nacional
todo descendente de nacionais, não importando o local de
nascimento.

Critérios de nacionalidade primária:


Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) critério territorial; “os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;”
b) critério sanguíneo + critério funcional; “os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do
Brasil;”
a) critério sanguíneo + registro ou
critério sanguíneo + critério residencial + opção confirmativa.
“os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem,
em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;”
Obs. − critério residencial e a opção confirmativa: pode ser a qualquer
tempo, não precisa ser exatamente aos 18 anos. Mas, para fazer opção,
parte se do pressuposto de que o indivíduo tenha capacidade.

Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta
Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em
repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir
na República Federativa do Brasil.

NACIONALIDADE SECUNDÁRIA

Nacionalidade secundária (adquirida) – voluntária. Pode ser tácita


(grande naturalização – a nossa CF/88 não reconhece, era reconhecida
pela Constituição de 1891) ou expressa, que se subdivide em ordinária ou
extraordinária. Naturalização pode ser tácita ou expressa. A tácita busca
agregar o maior número de pessoas. A República Federativa do Brasil não
a adota. Adota a expressa. A naturalização expressa subdivide se em
ordinária e extraordinária. é aquela que se adquire por ato voluntário, depois do
nascimento, em regra pela naturalização.

Ordinária – Art. 12. São brasileiros:


II - naturalizados:>
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral;
⇝Divisão: se o indivíduo é proveniente de um país que fala língua
brasileira, sendo exigido para ele idoneidade moral e residência
ininterrupta de um ano; ou se é de outro país sendo exigido o
preenchimento dos requisitos estabelecidos no art.
112 da Lei 6.815/80) Também há outras possibilidades estabelecidas no
estatuto do estrangeiro:
⇝Radicação precoce e conclusão de curso superior. São caminhos
mais simples para aquisição da naturalização.
⇝Radicação precoce: criança vem para o Brasil com menos de cinco
anos de idade, pode ser feito o registro provisório e a criança tem o prazo
de dois anos após a maioridade para optar pela nacionalidade brasileira.
⇝Conclusão de curso superior: a criança que veio para o Brasil
menor de idade e cursou a graduação em instituição de ensino
reconhecida. Ao término da graduação, tem até um ano para fazer a
opção pela nacionalidade brasileira. V. art. 115 da Lei 6.815/80

Extraordinária – Art. 12. São brasileiros:


II - naturalizados:>
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa
do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.
Requisitos:
 Residência de 15 anos ininterruptos no país;
Ausência de condenação penal;
 Requerimento.
QUASE NACIONALIDADE
Quase nacionalidade – equipara brasileiros e portugueses.
Portugueses terão tratamento de brasileiro naturalizado sem necessidade
de se naturalizar. Existe o Tratado de igualdade de direitos e deveres
entre brasileiros e portugueses.

DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS


Art. 12, § 2º, da CF/88: a lei não poderá estabelecer distinções entre
brasileiros natos e naturalizados ressalvados as já descritas na CF/88.
Art. 12. § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo nos casos previstos nesta Constituição.
São distinções:
⋕ Cargos que exigem a condição de brasileiros natos:
Art. 12. § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
⋕ Função:
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele
participam:
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara
dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
⋕ Extradição: art. 5º, inciso LI, da CF/88 – O brasileiro nato jamais será
extraditado.
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei;
⋕Relativo à propriedade no art. 222 da CF/88:
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
⋕Restrito de brasileiros natos ou naturalizados a mais de 10 anos.

HIPÓTESES CONSTITUCIONAIS DE AQUISIÇÃO DA


NACIONALIDADE ORIGINÁRIA (BRASILEIROS NATOS)
Art. 12, I, a - Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país (jus soli):
Para que os filhos de pais estrangeiros que nasceram em território brasileiro
não sejam brasileiros é necessário:
a) que ambos os pais sejam estrangeiros;
b) um dos pais, no mínimo3, esteja a serviço de seu país de origem,
entendendo-se que não basta estar a serviço particular ou para terceiro país.

Art. 12, I, b: Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira,


desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil
(jus sanguinis + critério funcional);

3
Essa é a opinião de Alexandre de Moraes (Ob. Cit. p. 216). Contudo, cabe a advertência de José
Francisco Resek (Direito Internacional Público, p. 178), segundo o qual se reputam a serviço de
nação estrangeira ambos os componentes do casal, ainda que apenas um detenha cargo, na
medida em que o outro nada mais faça do que acompanhá-lo.
Dessa forma, para ser considerado brasileiro nato os que nascem no
exterior, é necessário:
a) um dos pais seja brasileiro;
b) o pai ou a mãe brasileiro deve estar a serviço do Brasil, entendendo-se
como tal o serviço diplomático, consular, ou em autarquias, sociedades de economia
mista, fundações, empresas públicas, ou seja, a serviço da administração direta ou
indireta, seja Federal, Estadual ou Municipal e do Distrito Federal.

Art. 12, I, c: os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira,


desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Exigências:
a) um dos pais seja brasileiro;
b) que o pai ou mãe brasileira não estejam no exterior a serviço do Brasil;
c) registro em repartição brasileira no exterior (Ver EC nº 54/2007)

ou, não havendo o registro no exterior,

a) as mesmas condições anteriores citadas nas alíneas “a” e “b”;


b) fixar residência no Brasil e, ainda;
c) atingida a maioridade, ingressar com a ação de opção confirmativa, após a
maioridade e a qualquer tempo, na Justiça Federal.

HIPÓTESES CONSTITUCIONAIS DE AQUISIÇÃO DE


NACIONALIDADE ADQUIRIDA (BRASILEIROS NATURALIZADOS).
NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA

Naturalização Ordinária (Comum)


Ocorre nas seguintes situações:

Estrangeiros que não são originários de países de língua


portuguesa.
Condições da Lei 6.815/80 (Art. 112) - "Estatuto dos Estrangeiros":
capacidade civil; possuir visto permanente; residência no Brasil por mais de 4
anos4; ler e escrever português; boa conduta e saúde; exercício de profissão
ou posse de bens suficientes à manutenção própria ou da família; bom
procedimento; inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil
ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão
superior a um ano.

4
Ver. Art. 113 da Lei 6.815/80 sobre a redução do prazo quando preenchidas algumas condições.
Estrangeiros originários de países de língua portuguesa (CF,
Art. 12, II, a).
Exigências: residência por um ano ininterrupto; capacidade civil e idoneidade
moral.

Portugueses residentes no Brasil (Art, 12, § 1º).


Exigências: residência permanente e existência de reciprocidade.

Radicação precoce (Lei 6.815/80).


Exigências: nos termos do Estatuto do Estrangeiro, quem ingressar no Brasil
com até cinco anos de idade, estabelecido definitivamente no território
nacional, poderá requerer a naturalização provisória a ser confirmada perante
o Ministro da Justiça no prazo de até dois após alcançada a maioridade civil.

Colar grau em curso superior (Lei 6.815/80).


Exigências: nos termos do Estatuto do Estrangeiro, quem ingressar antes da
maioridade e colar grau em curso superior brasileira poderá requerer a
naturalização.

Naturalização Extraordinária (Quinzenária)


Segundo ensinam Luiz Alberto David Araújo e Vidal Serrano Nunes Júnior5,
na “(...) naturalização extraordinária, o objetivo do texto constitucional foi o de
prestigiar o tempo de residência, indicando àqueles que não tenham obtido a
naturalização, segundo uma das variantes legais, a possibilidade de obtê-la
mediante a comprovação pura e simples de dois requisitos a saber, a residência
ininterrupta por quinze anos e ausência de condenação penal, tanto no Brasil como
no estrangeiro.”

DIFERENÇAS ENTRE BRASILEIROS NATOS E


NATURALIZADOS
Nos termos da Constituição Federal, a LEI não poderá estabelecer distinção entre
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos nela mesmo previstos.
Assim, na Constituição, são encontradas cinco únicas hipóteses de distinção,
quais sejam:
1ª) Cargos privativos brasileiros natos (CF, Art. 12, § 3º).
2ª) Cidadãos integrantes do Conselho da República (CF, Art. 89, VII).

5
ARAUJO, Luiz Alberto David et al. Curso de Direito Constitucional. 8 ed. rev. e atual. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 201.
3ª) Quanto à extradição (CF, Art. 5º, LI).
4ª) Quanto ao direito de propriedade (CF, Art. 222).
5ª) Perda da nacionalidade adquirida (naturalizados) por prática de atividade nociva
ao interesse nacional (CF, Art. 12, § 4º, I).

PERDA DO DIREITO DE NACIONALIDADE


No texto Constitucional são identificadas duas hipóteses de perda da
nacionalidade:
1ª) Art. 12, § 4º , I (Perda-sanção).
 Sujeitos: brasileiros naturalizados.
 Hipótese de aplicação: pratica de atividade nociva ao interesse nacional.
 Procedimento: necessita de condenação judicial6 com trânsito em julgado.
 Eficácia objetiva da sentença: ex nunc.
 Forma de reaquisição: ação rescisória.

2ª) art. 12, § 4º, II (Perda-mudança).


 Sujeitos: brasileiros natos/naturalizados.
 Hipótese de aplicação: aquisição voluntária de outra nacionalidade.
 Procedimento: processo administrativo, com ampla defesa, finalizado por
decreto presidencial7
 Eficácia objetiva da sentença: ex nunc.
 Forma de reaquisição: pedido administrativo e também por Decreto
presidencial (Art. 36 da Lei 818/49)8.
 Exceções constitucionais: não perderá a nacionalidade brasileira, mesmo
tendo adquirida outra, o brasileiro que:

a) tiver reconhecida nacionalidade originária (natos – jus sanguinis) por parte de


outro Estado (Art. 12, § 4º, II, a);

b) imposição de naturalização como condição de permanência em Estado


estrangeiro ou para exercício de direitos civis (trabalho, herança...) (Art. 12, § 4º,
II, b).

 Concepção Material: Constituição existe desde que existe a noção do


outro, desde sempre todas as sociedades se organizaram de uma maneira
específica, que permitia que se os membros daquela sociedade se
identificassem como membros específicos de um grupo e não de outro, de
quais são suas regras: do trabalho, dos costumes que irão obedecer
diferente dos demais, aquele conjunto de regras que permitia que nós
6
Lei 818, de 18.9.49, estabelece o procedimento da ação que visa o cancelamento da naturalização
(Arts. 24 a 34).
7
Lei 818, de 18.9.49, estabelece o procedimento administrativo que visa o cancelamento da
naturalização por aquisição voluntária de outra nacionalidade (Art. 23).
8
Contra: Alexandre de Moraes (Ob .cit, p. 230) entende que no caso do art. 12, § 4º, II, da CF, o
brasileiro nato ou naturalizado somente poderá readquiri a nacionalidade pelo processos de
naturalização. Assim, o nato nessa hipótese, retornaria na condição de naturalizado.
disséssemos: nós somos nós e eles são eles. Nós vivemos desse lado da
montanha, eles do outro; nós somos gregos, eles não.
Normas constitucionais em sentido material são de duas espécies, segundo a doutrina
clássica:
(a) as que estruturam o poder do Estado, e
(b) as que limitam o poder do Estado, através de diretos fundamentais. São, enfim, as que
organizam e ordenam o poder dentro da ordem estatal.
No início (séc. XVIII e XIX), as Constituições se restringiam a esses dois assuntos. No
entanto, com o passar do tempo, os textos se tornaram mais analíticos, vindo a alcançar
diversos campos normativos que não se incluíam tradicionalmente no conceito de norma
materialmente constitucional, como, p.ex., família, tributos, previdência, índios, esportes,
ordem social e econômica etc.
Para boa parte da doutrina, todas estas matérias, que não são matérias de
Constituição (tradicionalmente) mas que foram nela incluídas, seriam constitucionais tão
somente do ponto de vista formal (por estar incluída no texto da Constituição escrita).
Não há, no entanto, consenso entre os doutrinadores, muitos deles afirmando que o
campo material das Constituição se ampliou, para alcançar também matérias novas, não
tratadas pelos constitucionalistas clássicos. Logo, não há precisão consensual quanto aos
contornos do conceito ora comentado.

 Concepção Formal: é uma acepção de constituição um pouco


mais recente que decorre de um movimento constitucionalista que
pretendeu formalizar o conceito de constituição. A acepção formal do
conceito de constituição provém de um movimento chamado
constitucionalismo, depois disso os Estados nacionais perceberam a
necessidade de reunirem em documentos formais escritos ou não, as
normas fundamentais que regeriam as relações entre aqueles indivíduos e
o próprio Estado. Dessa forma surge a noção formal de constituição. A
norma é introduzida com um procedimento mais dificultoso.
 Concepção política do Estado. Para que um Estado surja, ele
precisa reunir, pelo menos 4 elementos essenciais para sua formação, que
são os pressupostos:

Elemento espacial: território, limite geográfico;

Elemento pessoal: população


 Importante: Povo é um conceito distinto de população.
O conceito demográfico de população é bem mais abrangente do que o de
povo.
População engloba toda a gente:

1º) os nacionais: têm um vínculo de direito público com o Estado;

os estrangeiros que têm vínculo de direito público com algum estado,


2º)
que não este;

3º) apátridas, não têm vínculo de direito público com estado nenhum.

Povo se refere somente aos nacionais

Elemento Jurídico: Direito, finalidade, é a necessidade de organizar


aquela população no interior do território, organizar os recursos naturais,
artificiais no interior daquele território.

Elemento Político: Soberania


Nação Ianomami República Federativa do Brasil
Elemento espacial: território, Elemento espacial: território,
limite geográfico limite geográfico
Elemento pessoal: povo Elemento pessoal: população

Elemento Jurídico: leis Elemento Jurídico: Direito


próprias
Elemento Político: ---------- Elemento Político: Soberania
Estado Nacional

A República Federativa do Brasil tem o 4° elemento: soberania que o


torna Estado Nacional, diferentemente da nação Ianomami
Soberania é aquele conceito político que aufere poder a
determinado Estado e que pode ser analisado sob duas óticas:
Perspectiva Nacional: Supremacia. Existe um poder supremo,
nenhum outro poder dentro do País maior que a soberania.

Perspectiva Internacional: Independência. No cenário internacional,


no ponto de vista jurídico o Estado Soberano não se subordina a nenhum
outro, ele é completamente independente.
Soberania é aquilo que dá a cada um dos Estados no cenário
internacional, a sua independência.
No Brasil, a soberania não mais se personifica na figura de um rei,
de uma pessoa física, agora quem é soberana é a Constituição Federativa
do Brasil.
Soberania: atributo que se confere ao Estado em virtude de ser ele
juridicamente ilimitado. Um Estado não deve obediência jurídica a nenhum
outro Estado.

Sob a ótica INTERNACIONAL: Soberania =Independência (coloca o


Estado juridicamente em situação de igualdade com os demais Estados no
cenário internacional)
Sob a ótica INTERNA: Soberania = Supremacia (inexistência de outro
poder que lhe seja superior ou que esteja em mesmo nível hierárquico)

Entre os entes federados somente a União é soberana, os estados


que compõe um país não podem ser considerados soberanos. A União é o
ente federado que representa todos os estados do Brasil.

A constituição cria (constitui) o Estado - não existe um Estado


Nacional sem constituição, porque não existe um Estado sem soberania.
Não importa que modelo essa constituição obedece, mas cada Estado
precisa de uma constituição.
 O poder responsável pela criação de uma constituição recebe o
nome de
Poder Constituinte Originário:

O Poder Constituinte Originário tem as seguintes características:


Poder inicial: porque esse é o poder originário que cria o Estado
quando promulga ou outorga uma constituição, ou seja, não se funda em
nenhum outro e é dele que derivam os demais poderes.
 Ilimitado: Esse poder atua totalmente independente de regras
anteriores, não encontra limitações (do ponto de vista jurídico) no
ordenamento passado, sem poder violar a vontade política do povo.
 Incondicionado: não encontra condicionamentos impostos por
ordenamentos passados, livre, desembaraçado, sem imposições da ordem
jurídica anterior, ou seja, não possui qualquer forma anteriormente
estabelecida para sua manifestação. Nenhum direito, nenhuma regra,
nenhuma obrigação da ordem jurídica anterior, será capaz de se impôr a
esse poder. O Poder Constituinte Originário tem grande poder porque está
construindo um novo Estado, ele está começando de novo um novo
ordenamento jurídico.
 Autônomo: no sentido de livre.
 Titularidade (povo) permanente: Quanto à titularidade que
pertence ao povo, o Poder Constituinte Originário é permanente, porque
ele pertence ao povo, onde esse mesmo povo pode se organizar, se
reunir, para formar um novo poder originário e formular uma nova
Exercício – efêmero: Quanto ao exercício ele é efêmero, porque ele
é constituído e se reúne com a exclusiva finalidade de elaborar o texto
constitucional, no momento que o texto ficar pronto, esse poder se
dissolve.

Constituição de 1988

A criação da Constituição de 1988 foi elaborada com o pleno


exercício do poder constituinte originário. A assembléia nacional
constituinte de 1987 surgiu por meio de uma emenda constitucional à
constituição anterior. A assembléia nacional constituinte de 1987 que foi
criada por meio da autorização dada pela EC 26 de 85 era, conforme diz a
emenda, completamente livre e soberana, sem qualquer limite
estabelecido ou criado pelo ordenamento constitucional pretérito e se
reuniu pela 1ª vez no dia 1º de fevereiro de 1987. Trabalhou por mais ou
menos 1 ano e oito meses e foi promulgada no dia cinco de outubro de
1988 a Constituição Federativa do Brasil. Após essa promulgação se
dissolve a assembléia nacional constituinte.
A convocação do poder constituinte originário nem sempre se dá em
momentos de ruptura social, a entrada em vigor de uma nova constituição
pela convocação de um novo poder constituinte originário pode se dar
através de um momento de transição, sem que haja uma situação gravosa
para tal.
A filosofia do direito se divide entre a doutrina do direito naturalista
e a doutrina do direito positivista (de onde surgem a maioria das
doutrinas), para concurso público é abordada somente a teoria do direito
positivista.
Quando o Poder Constituinte Originário sai de cena ele dá lugar a
outros dois poderes:

 Poder Constituído Derivado (também pode ser chamado de:


poder derivado, Poder constituinte derivado, poder: reformador, instituído,
secundário, de segundo grau, de reforma, de revisão, de emenda) é
instituído pela própria constituição, dentro dos limites estabelecidos pela
própria constituição.

 Poder Constituído Decorrente. Esses dois poderes são


criatura, derivam ou surgem a partir do Poder Constituinte Originário, que
entram em substituição ao poder constituinte originário, mas o poder
constituinte derivado não se destina a rever a CF (como o derivado), e sim
elaborar suas próprias constituições estaduais.

Artigo 1º (ponto de vista geográfico) e


artigo 18º(conformação político administrativa da federação)

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.

• Soberania – soberano é a República Federativa do Brasil que é uma


pessoa jurídica de direito público externo, que representa o estado
federal todo, a quele que detém o poder político no grau máximo

• Autonomia – autônomos são os demais entes federados, a União é


mais um dos entes federados.
Apesar de União e República serem distintas, a União é que representa
e custeia a República Federativa do Brasil. O Presidente da República
representa a República quando atua como chefe do Estado e a União
quando atua como chefe de governo, do Poder Executivo Federal.

FORMA OU OPÇÃO FEITA PELA ALTERNATIVAS


SISTEMA CONSTITUIÇÃO
FORMA DE ESTADO ESTADO FEDERAL a) Estado Unitário
b) Estado Federal
(Regional, autonômico)
c) Confederação
(Obs.: Alguns não a
enten-
dem como forma de
Estado mas reunião
deles)
FORMA DE GOVERNO REPÚBLICA a) Monarquia (cuja
forma
viciada é a tirania)
b) Aristocracia (cuja
forma
viciada é a oligarquia)
c)República (cuja forma
viciada é a demagogia)
SISTEMA SISTEMA a) Parlamentarista
DE GOVERNO PRESIDENCIALISTA b) Presidencialista
c)Diretorial

»Art. 1 FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL:


Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Da leitura deste artigo depreende-se o seguinte:


a) Forma de governo do nosso país: República
Isto significa:
* Representantes eleitos pelo povo.
* Mandatos eletivos temporários.
* Agentes políticos passíveis de responsabilização por seus atos.
* Existência de soberania popular.
* Repartição de poderes.
* Prestação de contas da Administração Pública.
Conceito: Sistema adotado pelo Estado que determina como se atinge o
poder político e quanto tempo nele se permanece.
A Constituição adota a República como forma de governo com duas
características principais: a eletividade do mandatário e a
transitoriedade do mandato eletivo. Ressalte-se que esta é a primeira
Constituição republicana brasileira onde a forma de governo não é uma
das cláusulas pétreas

b) Forma do Estado Brasileiro: Federação


Ou seja: formado por um conjunto de Estados-membros com relativa
autonomia para se organizar política e juridicamente e regular os assuntos
compreendidos por suas atribuições.
Existem, então, pelo menos duas ordens jurídicas que se
sobrepõem: uma nacional, uniforme para todos os habitantes, e outra
regional, vigorando apenas no interior de cada território.
O conceito moderno de federação surge com a formação dos
Estados Unidos da América, quando as treze colônias se uniram em um só
país para fazer frente às metrópoles da época, se inserindo no cenário
mundial.
Cabe também ressaltar que confederação não é uma forma de
Estado, pois cada parte integrante dela possui o direito de soberania
(elemento de Estado).
Embora a Federação por excelência seja aquela em que convivem as
ordens jurídicas da União e a dos Estados-membros, a Constituição
Federal de 88 inseriu os Municípios e o Distrito Federal como entes
federativos.
Importante, ainda, frisar que tais entes estão ligados
indissoluvelmente, ou seja, não existe direito de secessão ou separação.
O constituinte não admite que um Estado da Federação brasileira
possa dela se separar, mesmo que a população local assim o decida
democraticamente. A nossa federação é indissolúvel, reza o art. 1º da CF;
não foi reconhecido aos entes federados o direito de secessão.
A Constituição veda, expressamente, o direito de secessão dos entes
federados ao afirmar que a República Federativa do Brasil é indissolúvel,
inseparável; não se pode desgarrar, para a formação de um novo Estado.
Contudo, observa-se que o poder constituinte originário não tem
limite, pois ele parte da vontade do povo, ou seja, o poder constituinte
originário pode, por exemplo, instituir a pena de morte em tempos de paz,
como também criar a secessão da federação.
Conceito: Típica forma de organização político-administrativa que
exige a divisão do Estado em partes internas dotadas de autonomia,
denominadas entidades federativas. No Brasil são entidades federativas a
União, os Estados-membros, os Municípios e o Distrito Federal.
A forma federativa de Estado é uma das quatro cláusulas pétreas.

c) A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de


Direito Estado de Direito:
· Todos estão submetidos à lei confeccionada por representantes do povo,
inclusive o próprio Estado;
· Os poderes do Estado estão repartidos, e exercem mútuo controle entre
si;
· Os direitos e garantias individuais são solenemente enunciados.
Estado Democrático:
· Fundado no princípio da soberania popular, ou seja, o povo tem
participação efetiva e operante nas decisões do governo;
· Fundado na idéia da defesa dos direitos sociais, ou seja, busca de
superação das desigualdades sociais e regionais e realização de justiça
social.
· Pluralidade partidária, pois em Estados de Exceção há a presença de um
único partido, o partido que institucionaliza a arbitrariedade.

d) Com relação aos fundamentos da República Federativa do Brasil


expressos nos incisos I, II e IV, cabem os seguintes comentários:
Soberania é o poder institucionalizador para efeitos de objetiva
consideração como pressuposto de existência do Estado.
“soberania indica o poder de mando de última instância numa sociedade
politicamente organizada. No plano interno consiste na supremacia ou
superioridade do Estado sobre as demais organizações, e no plano externo
quer dizer independência do Estado em relação aos demais Estados”
Por soberania entende-se ser respeitado em âmbito de direito interno e de
direito externo.
Soberania - é o status da nacionalidade brasileira acrescido dos direitos
políticos, isto é, do direito de participar do processo governamental, seja
enquanto candidato ao governo, seja enquanto eleitor. Conforme ver-se-á
no artigo 15, são excepcionalíssimas a perda e a suspensão dos direitos
políticos. Segundo Miguel Reale, é o “poder de organizar-se juridicamente
e de fazer valer, dentro de seu território a universalidade de suas
decisões, nos limites dos fins éticos de convivência”.
Pode-se entender soberania como o direito inconteste de poder na
seara interna de cada Estado.

Cidadania - Estabelece o princípio de inafastabilidade da participação


popular na tomada de decisões políticas.
A cidadania não se esgota na participação popular. Para que haja
respeito à cidadania é preciso promover as condições mínimas de
dignidade humana a fim de que o "cidadão" esteja cônscio de seus direitos
e deveres, inserindo-se de modo ativo no seio social. Um dos elementos
essenciais para o desenvolvimento da cidadania é a educação, de modo a
formar homens e mulheres envolvidos com a sociedade e capazes de
votar, serem votados, participar da vida política do país, fiscalizar a
atuação do Estado através dos meios próprios e zelar pelo cumprimento
de seus direitos e deveres.
Dignidade da pessoa humana - Encontra eco na relação de direitos
individuais fundamentais estabelecidos pela Constituição.

Valores sociais do trabalho - são todos os direitos que possibilitam que


o trabalho seja realizado com dignidade, entre eles, obrigação de uma
remuneração justa e condições mínimas para o desenvolvimento da
atividade.

Livre iniciativa - Dogma econômico e social que estabelece o modo de


produção capitalista no Estado Brasileiro. Significa que as pessoas
possuem inteira liberdade para possuir bens e para tentar desenvolver
empreendimentos de qualquer tipo, desde que respeitem as normas
legitimamente existentes.
É uma característica existente na economia de mercado, ou seja,
economia capitalista. A livre-iniciativa é um de seus elementos essenciais.

Pluralismo político - Princípio de democracia liberal que consagra valor


às idéias políticas de qualquer segmento popular. Veda a implantação do
uni partidarismo.
O conceito de pluralismo político aqui deve ser amplo, não se
tratando apenas de partidos, mas também de sindicatos, associações, etc.

Com relação ao parágrafo único, nos termos da atual Carta, o povo


exerce o poder indiretamente ao votar, de maneira direta e universal, para
eleger os membros do Poder Executivo (Presidente da República,
Governador, Prefeito) e os do Poder Legislativo (Congresso Nacional,
Assembléia Legislativa, Câmara Municipal e Câmara Distrital).
Por outro lado, existe também a possibilidade de o povo exercer
diretamente o poder ao decidir soberanamente certas matérias que lhe
são propostas.
Como vimos anteriormente, na atual Constituição há pelo menos
três institutos que garantem ao cidadão o exercício direto do poder: o
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.
A presença dos mecanismos diretos e indiretos de participação
popular no processo decisório configura o regime político de nosso país
como uma democracia
representativa semi-direta.

»Art. 2: SEPARAÇÃO DOS PODERES:


Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
Estes poderes também estão presentes, além da União, nos Estados
Membros e no Distrito Federal, e nos Municípios exceto o Poder Judiciário.
A separação de poderes além de ser um princípio fundamental é
também consagrada cláusula pétrea no art. 70 § 4º, III

TRIPARTIÇÃO DOS PODERES

a) Poder Executivo, na esfera da União - é exercido pelo Chefe de


Governo que, no Brasil, assim como em todos os países presidencialistas,
é o Presidente da República. A sua função típica, essencial, é administrar,
mas também pode legislar (por exemplo: elaboração
de Medidas Provisórias ou de Leis Delegadas) e julgar (é o caso dos
Tribunais Administrativos, como por exemplo, o Tribunal de Impostos e
Taxas).
b) Poder Legislativo - é exercido pelo parlamento que, no Brasil,
corresponde ao Congresso Nacional, composto pelo Senado Federal e pela
Câmara dos Deputados. Sua função típica é a elaboração das leis, mas
também administra (exemplo: possibilidade de
criação ou extinção de cargos, empregos e funções relacionadas aos seus
serviços) e julga (compete à Câmara dos Deputados autorizar instauração
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os
Ministros de Estado; compete ao Senado Federal processar e julgar, nos
crimes de responsabilidade, essas mesmas pessoas e mais: os Ministros
do Supremo Tribunal Federal, o Procurador- Geral da República e o
Advogado-Geral da União).
c) Poder Judiciário - é exercido pelos juízes desembargadores e
ministros do judiciário; além de julgar, o Judiciário pode, de forma atípica,
legislar (por exemplo: elaboração de seu regimento interno) e administrar
(organização de suas secretarias e serviços auxiliares).
»Art. 3: OBJETIVOS FUNDAMENTAIS:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
São normas programáticas, metas, programas e planos. Este artigo
ratifica nossa Constituição Federal como sendo dirigente.
Normas constitucionais programáticas são normas com eficácia jurídica.
Temos neste dispositivo as metas que o Estado Brasileiro pretende
alcançar ao longo de um período de tempo incerto. Trata-se de uma norma
de conteúdo programático.
Este artigo, de conteúdo programático, fixa metas a serem
alcançadas em longo prazo. As enumerações desses objetivos
fundamentais fornecem diretrizes não apenas para o cidadão comum,
mas, sobretudo para as políticas governamentais.
O candidato deve observar uma importante diferença entre o art.1º
e o art.3º da Constituição, pois o art.1º define os fundamentos, isto é,
requisitos que já pertencem
ao país, enquanto que o art. 3º define objetivos, metas, normas que
devem ser cumpridas ao longo do tempo. Tem-se a idéia de que o direito é
um agente transformador da sociedade para torná-la mais justa.

»Art. 4: PRINCÍPIOS DA ORDEM INTERNACIONAL:


Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social
e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de
nações.
Cabem aqui algumas observações:
Diferença entre defesa da paz e solução pacífica dos conflitos:
Por defesa da paz entende-se como sendo o respeito à ordem, ao
status quo estabelecido, já a solução pacífica significa o repúdio à guerra
como meio de se evitar as mudanças. Pensemos: Hitler queria a paz, mas
com ele no poder. Não era ele um defensor da solução pacífica dos
conflitos.
Independência nacional: é a não-submissão da República Federativa do
Brasil a qualquer
ordenamento jurídico estrangeiro.
Autodeterminação dos povos: pode ser traduzida como respeito à
soberania dos demais países.
Não-intervenção: por “intervenção” deve-se entender, sobretudo a
invasão armada de um país estrangeiro, medida esta que tende a ser
recusada pelo legislador constituinte.
Repúdio ao terrorismo: o legislador refere-se, aqui, ao terrorismo
internacional, que não encontrará guarida no solo brasileiro (neste
sentido, há, por exemplo, a previsão, em nosso ordenamento jurídico, de
que o terrorista estrangeiro seja extraditado para o
país de origem).
Asilo político: é a proteção oferecida pelo Estado Brasileiro aos
estrangeiros que estejam sofrendo perseguição política em sua terra natal
ou no país em que estiverem. O oferecimento de asilo político se coaduna
com princípio, que vigora internamente, da livre manifestação do
pensamento (art. 5o, IV, da CF).
Temos aqui dez princípios que a República Federativa do Brasil se
compromete a observar em suas relações internacionais. Na verdade,alguns
destes princípios são redundantes expressões de soberania. O parágrafo
único estabelece um objetivo do Estado brasileiro no plano internacional: a
formação de uma comunidade latino-americana de nações. Podemos afirmar
que o Tratado do Mercosul já seria o embrião para a concretização desse
objetivo.

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