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NORDESTE DO BRASIL.
1 INTRODUÇÃO
No transcurso da história, as zonas litorâneas sempre desempenharam papel
importante para a humanidade. Desde a Antigüidade, como fonte de alimento, e na época
dos grandes descobrimentos marítimos, nas guerras e conquistas de novas terras, os seres
humanos estabelecem relações na e com a zona de contato terra-mar.
Durante o período dos descobrimentos marítimos, desde a exploração das costas
africanas até as conquistas das terras do Novo Mundo, os desembarques eram realizados em
águas costeiras abrigadas das correntes mais intensas, com auxílio de pequenas canoas.
Contudo, a pequena quantidade de tropas e as condições próprias da época, não
despertavam maior interesse pelo estudo das características das zonas costeiras, pois
mesmo nas maiores aglomerações humanas, os riscos ambientais ainda não comprometiam
a integridade e a qualidade de vida da população.
A reduzida percepção da influência do meio físico sobre o homem produzia
neste a falsa impressão de que dominava a natureza. Mesmo quando fatos naturais
impunham severos danos às comunidades, poucos indivíduos se empenhavam em
investigar detidamente suas causas e avaliar as conseqüências.
Em relação à zona costeira, a falta de empenho em investigar suas
particularidades relata-se no fato de que foram necessários cerca de cem anos de pesquisa
hidrológica para revelar os caracteres básicos do trabalho das águas correntes sobre o
relevo, e isto não poderia ser feito para as zonas costeiras ainda que os oceanógrafos não
tivessem voltado sua atenção para as águas profundas e os geólogos e geógrafos não
tenham aventurado um só passo no estudo da linha litorânea.
No início do século XX, emergiu a consciência dos problemas ambientais dos
ambientes costeiros das grandes cidades, particularmente naquelas localizadas nas áreas
costeiras, notadamente em função da densidade de ocupação, da extensão das áreas
ocupadas e do tipo e volume de material descartado.
O litoral do Estado do Maranhão possui extensão aproximada de 640 km,
estendendo-se no sentido oeste-leste da foz do rio Gurupi, na divisa com o Estado do Pará,
até o delta do rio Parnaíba, no limite com o Estado do Piauí, sendo o segundo mais extenso
do Brasil e da Região Nordeste, superado apenas pelo Estado da Bahia.
O litoral corresponde à faixa de terras banhadas periodicamente pela água do mar,
durante os movimentos de fluxo e refluxo, sendo delimitada pelas linhas de preamar e de
baixa-mar. Possui largura variável, dependendo das características geomorfológicas da
região e da amplitude das marés.
A faixa litorânea do Maranhão possui características geoambientais diferenciadas
que justificam sua divisão em Litoral Ocidental, Golfão Maranhense e Litoral Oriental.
Apresenta largura variável de oeste para leste, sendo mais ampla na área das reentrâncias.
Nesta faixa de terras, podem ser identificados os seguintes ecossistemas: apicuns, falésias,
lagunas, manguezais, pântanos salinos e salobros, praias e vasas.
Com o presente estudo, pretende-se discutir e refletir sobre a ocupação da zona
costeira maranhense a partir de fatos históricos e dados de estudos pontuais referentes a
características físicas e formas de uso pelas comunidades que as ocupam e exploram os três
principais segmentos costeiros maranhenses.
2 METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido com base nos métodos dedutivos e indutivos partindo-se
da análise das características gerais da compartimentação do litoral brasileiro, focalizando a
área objeto de estudo.
Os procedimentos metodológicos constaram de:
¾ Levantamento e Análise do material bibliográfico existente sobre o tema objeto de
estudo, disponível nas bibliotecas das universidades locais e dos diversos órgãos da
área ambiental que publicaram material relativo ao tema, sendo consultados os
principais programas e projetos abaixo descritos.
¾ Levantamentos a partir de Projetos e Pesquisas Nacionais
o Gerenciamento Costeiro do Maranhão (GERCO/MA, 1992/1993);
o Programa REVIZEE (desde 1995); “Minerais Pesados da Plataforma
Continental do Pará-Maranhão: Quantificação, Distribuição Espacial e
Proveniência”.
o (CNPq, 2001–2002); “Atlas Oceanográfico na área de influência do Bloco
Exploratório BM-BAR-1. PETROBRÁS” (2002); “Atlas da Plataforma
Continental Norte Brasileira: Fisiografia, Cobertura Sedimentar, Argilo-
Minerais & Recursos Minerais Marinhos” (2004 –2007).
¾ Levantamentos a partir de Projetos e Pesquisas internacionais
o GLOBESAR 2 - Aplicação do RADARSAT no Golfão maranhense
(Cooperação Canadá/Brasil, 1998/2000).
o Levantamento de material cartográfico e de sensoriamento remoto
relacionado com a área de estudo.
¾ Registros fotográficos realizados durante trabalhos de campo realizados desde o ano
de 2004 nas porções oriental, ocidental e norte do litoral maranhense.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Entende-se que o litoral corresponde à faixa de terras banhadas periodicamente pela
água do mar, durante os movimentos de fluxo e refluxo, tendo como delimitação as linhas
de preamar e de baixa-mar. Sua largura é variável, dependendo das características
geomorfológicas da região e da amplitude das marés (FEITOSA, 2007).
A Planície Sublitorânea corresponde ao prolongamento da morfologia costeira em
direção ao Oceano, abrangendo a Plataforma Continental que é larga a oeste, onde atinge
até 250 km e estreita a leste com máximo de 60 km com profundidades entre 150 e 200 m.
A Planície Litorânea é o ambiente modelado pelo fluxo das marés. A área de fluxo
direto é dominada por processos marinhos e fluviomarinhos que dão origem às praias,
mangues, vasas, apicuns, lagunas e falésias, enquanto na área de fluxo indireto, maré
dinâmica, ocorrem os pântanos. Neste ambiente destacam-se o Litoral Ocidental, o Golfão
Maranhense e o Litoral Oriental (Figura 01).
Figura 01: Mapa de Localização da área de estudo.
Fonte: EMBRAPA
Para ocupação do Maranhão os historiadores afirmam que diversos navegadores
passaram pelo Maranhão no primeiro século, entre eles Alonso de Ojeda, Vicente Pinzon e
Diego de Lepe (ANDRADE, 1984, p. 34). Os franceses investiram na ocupação do litoral
maranhense devido ao o fracasso da colônia fundada por Villegaignon no Rio de Janeiro e
ao desejo de expansão de colonial da França, para isso ocuparam em 1612 a Ilha do
Maranhão, iniciando assim a ocupação do Maranhão pelo litoral (VIVEIROS, 1992, p.7).
Para ocupação da faixa costeira maranhense a corrente do litoral, desempenhou papel
importantíssimo em relação as outras correntes migratórias. (Figura 02)
Densidade
Área População Demográfica Características
(hab/km²)
Complexo estuarino, onde deságuam os
Golfão maranhense 981.972 174.74 afluentes dos rios Mearim, Itapecuru e
Munim, entre outros menos expressivos
Linha de costa retilínea, recortando restingas,
Litoral oriental 155.215 13.12 cordões de dunas fixas e móveis,
manguezais, praias, baías, ilhas, enseadas e
sistemas deltáicos, estuarinos
Região das “reentrâncias maranhenses”,
Litoral ocidental 280.417 8.07 exibindo importantes manguezais e
profundos
estuários;
terras baixas, planas e inundáveis,
Baixada maranhense 190.493 22.42 caracterizadas por campos, matas de
galeria, manguezais e bacias lacustres
Figura 05: Características Populacionais dos segmentos do Litoral Maranhense.
Fonte: IBGE
As baías de Turiaçu, Lençóis, Capim, Cabelo de Velha, Cumã, Mutuoca,
Maracaçumé, Carará, Piracaua, Tromaí e Iririaçu, Iririmirim e Gurupi, todas pontilhadas
por ilhas de extensão e forma variadas, resultantes da dinâmica sedimentar, destacam-se
como principais recortes do Litoral Ocidental.
O importante arquipélago de Maiaú, encontra-se entre as baías de Turiaçu e de
Lençóis, onde se destacam as ilhas Mirinzal, Lençóis, Maiaú, Aracajá e Malhado e, entre as
baías do Capim e Cabelo de Velha, se encontra o arquipélago de Cabelo de Velha, formado
pelas ilhas Mangunça, Caçacueira, São João Mirim, São Lucas, Perus e Bicuava.
Neste segmento do litoral registra-se alto grau de vulnerabilidade da paisagem em
função da intensa dinâmica sedimentar. As atividades humanas não representam fator de
desequilíbrio, exceto nas áreas de influência direta dos povoados por causa do predomínio
do emprego de técnicas rudimentares na pesca e na extração de recursos como o sururu e
madeira de mangue (Figura 06).
CONCLUSÕES
As características ambientas descritas neste trabalho, demonstram as
particularidades de cada segmento do litoral maranhense, com suas formas de uso e seu
histórico de ocupação, percebe-se a necessidade de estudos mais específicos sobre a
realidade de cada segmento, estabelecendo indicadores de alteração das condições
necessárias a manutenção destes ambientes.
As condições geográficas dos segmentos do litoral denunciam alto grau de
vulnerabilidade da paisagem em função da intensa dinâmica imposta pela ocupação
humana em algumas áreas, seja através de práticas agrícolas mal elaboradas, seja pela
degradação ambiental dos ambientes em especial dos manguezais. Em outras áreas
específicas as atividades humanas não representam fator de desequilíbrio, exceto nas áreas
de influência direta dos povoados por causa do predomínio do emprego de técnicas ainda
rudimentares na pesca e na extração de recursos como caranguejo, sururu, camarão e
madeira de mangue, entre outros.
REFERÊNCIAS