Вы находитесь на странице: 1из 56

http://www.releituras.com/oandrade_bio.

asp
Oswald de Andrade

Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Aí do lado
Que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm

(Primeiro caderno do aluno de poesia)

Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald de Sousa


Andrade, filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta
Inglês de Sousa Andrade.

Inicia seus estudos, em 1900, na Escola Modelo Caetano de Campos, ainda


marcado pelo fato de haver presenciado a mudança do século.

Em 1901, vai para o Ginásio Nossa Senhora do Carmo. Tem como colega Pedro
Rodrigues de Almeida, o “João de Barros” do”Perfeito Cozinheiro das Almas
desse mundo...”.

Em 1903, transfere-se para o Colégio São Bento. Lá tem como colega o futuro
poeta modernista Guilherme de Almeida.

Em 1905, com o São Paulo em ebulição — surge o bonde elétrico, o rádio, a


propaganda, o cinema — participa da roda literária de Indalécio Aguiar da qual
faz parte o poeta Ricardo Gonçalves.

Em 1908, conclui os estudos no Colégio São Bento com o diploma de Bacharel


em Humanidades.

De família abastada, Oswald, em 1909 inicia sua vida no jornalismo como


redator e crítico teatral do “Diário Popular”, assinando a coluna "Teatro e
Salões". Ingressa na Faculdade de Direito.

Em 1910, monta um atelier com o pintor Oswaldo Pinheiro, no Vale do


Anhangabaú. Conhece o Rio de Janeiro, e fica hospedado na residência de seu
tio, o escritor Inglês de Souza. Passa o primeiro Natal longe da família em
Santos, numa hospedaria de carroceiros das docas.

No ano seguinte, com a ajuda financeira de sua mãe, funda “O Pirralho”, cujo
primeiro número é lançado em 12 de agosto, tendo como colaboradores
Amadeu Amaral, Voltolino, Alexandre Marcondes, Cornélio Pires e outros.
Conhece o poeta Emílio de Meneses, de quem se torna amigo. Lança a
campanha civilista em torno de Ruy Barbosa. Passa uma temporada em
Baependi, Minas, nas terras da família de seu avô.

Em 1912, viaja à Europa. Visita vários países: Itália, Alemanha, Bélgica,


Inglaterra, França, Espanha. Conhece durante a viagem a jovem dançarina
Carmen Lydia, (Helena Carmen Hosbale) que Oswald batiza em Milão. Morre
em São Paulo sua mãe, no dia 6 de setembro. Retorna ao Brasil, trazendo a
estudante francesa Kamiá (Henriette Denise Boufflers). Reassume sua atividade
de redator de “O Pirralho”, onde publica crônicas em português macarrônico com
o pseudônimo de Annibale Scipione.

No ano seguinte, participa das reuniões da Vila Kirial e conhece o artista plástico
Lasar Segall. Escreve “A recusa”, drama em três atos.

Nasce o seu filho, José Oswald Antônio de Andrade (Nonê), com Kamiá, em
1914. Torna-se Bacharel em Ciências e Letras pelo Colégio São. Bento, onde foi
aluno do abade Sentroul. Cursa Filosofia no Mosteiro de São Bento.

Em 1915, participa do almoço em homenagem a Olavo Bilac, promovido pelos


estudantes da Faculdade de Direito. Torna-se membro da Sociedade Brasileira
dos Homens de Letras, fundada em São Paulo por Bilac. Chega ao Brasil a
dançarina Carmen Lydia, com quem mantém um barulhento namoro. Faz
viagens constantes de trem ao Rio a negócio ou para acompanhar Carmen
Lydia.

No ano seguinte, publica em “A Cigarra” o primeiro capítulo — e, depois, lança,


com Guilherme de Almeida, as peças teatrais “Theatre Brésilien — Mon Coeur
Balance” e “Leur Âme”, pela Typographie Asbahr. Faz a leitura das peças em
vários salões literários de São Paulo, na Sociedade Brasileira de Homens de
Letras, no Rio de Janeiro e na redação “A Cigarra”. Publica trechos de
“Memórias Sentimentais de João Miramar” na “A Cigarra” e na “A Vida
Moderna”. Sofre de artritismo. A atriz Suzanne Després recita no Municipal
trechos de “Leur Âme”. Passa a colaborar regularmente em “A Vida Moderna”,
que publica em 24 de maio, cenas de “Leur Âme”. Volta a estudar Direito, cujo
curso havia interrompido em 1912. Recebe o convite de Valente de Andrade
para fazer parte do “Jornal do Comércio”, edição de São Paulo e em 1º de
novembro começa seu trabalho como redator. Redator social de “O Jornal”.
Passa temporada com a família em Lambari (MG). Veraneia em São Vicente
(SP). Vai regularmente a Santos, em companhia de Carmen Lydia. Continua a
viajar intermitentemente ao Rio. Naquela cidade freqüenta a roda literária de
Emílio de Meneses, João do Rio, Alberto de Oliveira, Eloi Pontes, Olegário
Mariano, Luis Edmundo, Olavo Bilac, Oscar Lopes e outros. Passa temporada
em Aparecida do Norte. Está escrevendo o drama “O Filho do Sonho”.
Em 1917, conhece Mário de Andrade. Defende a pintora Anita Malfatti das
críticas violentas feitas por Monteiro Lobato ("A exposição de Anita Malfatti", no
“Jornal do Comércio”, São Paulo, 11/01/1918). Participa do primeiro grupo
modernista com Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e Di
Cavalcanti. De 1917 a 1922 escreve regularmente no “Jornal do Comércio”.

Trabalha em “A Gazeta”, em 1918. Começa a compor “O perfeito cozinheiro das


almas desse mundo...”, diário coletivo escrito em colaboração com Maria de
Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone), Guilherme de Almeida,
Monteiro Lobato, Leo Vaz, Pedro Rodrigues de Almeida, Inácio Pereira da
Costa, Edmundo Amaral e outros. Fecha a revista “O Pirralho”.

Em 1919 é o orador do “Centro Acadêmico XI de Agosto” da Faculdade de


Direito. Pronuncia a palestra "Árvore da Liberdade". Bacharel em Direito, é
escolhido orador da turma. Morre seu pai, em fevereiro. Casa-se, “in extremis”,
com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone). Publica no
jornal dos estudantes da Faculdade de Direito, “XI de Agosto”, três capítulos de
“Memórias Sentimentais de João Miramar”.

No ano seguinte edita “Papel e Tinta”, assinando com Menotti del Picchia o
editorial e escrevendo regularmente para o periódico. Descobre o escultor
Brecheret. Escreve em “A Raposa” artigo elogiando Brecheret com texto
ilustrado com fotos de trabalhos do artista.

1921 – Em julho, publica artigo sobre o poeta Alphonsus de Guimarães,


ressaltando a forma de expressão, no seu entender, precursora da linguagem
modernista. (“Jornal do Comércio” (SP), 07/1921). Faz a saudação a Menotti del
Picchia no banquete oferecido para políticos e poetas no Trianon. Revela Mário
de Andrade poeta, em polêmico artigo "O meu poeta futurista". Principia a
colaboração do “Correio Paulistano” até 1924. Participa da caravana de jovens
escritores paulistas ao Rio de Janeiro, a fim de fazer propaganda do
Modernismo. Torna-se o líder dessa campanha preparatória para a Semana de
Arte Moderna. Toma aula de boxe com o antigo pugilista suíço Delaunay.

Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São


Paulo. Faz conferência, em 18 de setembro, comemorativa ao centenário da
Bandeira Nacional. É um dos participantes do grupo da revista “Klaxon”, onde
colabora. Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila
do Amaral e Menotti del Picchia. É escolhido como orador do banquete oferecido
em homenagem ao escritor português Antonio Ferro, por ocasião de sua visita
ao Brasil, no Automóvel Clube do Brasil (São Paulo). Publica “Os Condenados”,
com capa de Anita Malfatti, primeiro romance de “A trilogia do exílio”. Viaja a
negócios ao Rio. Em dezembro embarca para a Europa. Começa sua amizade
com Tarsila.
No ano seguinte, ganha na justiça a custódia do seu filho Nonê. Faz viagem a
Portugal e Espanha, com passagem pelo Senegal, acompanhado de Tarsila.
Matricula seu filho no Licée Jaccard em Lausanne, Suiça. Reside em Paris até
agosto, no atelier de Tarsila. No dia 23 abril, participa do almoço oferecido pelo
embaixador na França a intelectuais franceses. Em 11 de maio pronuncia a
Conferência “L'effort intellectuel du Brésil contemporain”, na Universidade de
Sorbonne. No dia 28 de maio, conhece o poeta Blaise Cendrars. Em agosto,
goza as férias de verão com Tarsila na Itália, em Veneza. Assiste entusiasmado
o bailado negro de Blaise Cendrars, com música de Darius Milhaud e cenários
de Fernand Léger, apresentado pelo Ballets Suédois, no Teatro dos Champs-
Elyseés. Visita a exposição de Arte Negra, no Museu de Artes Decorativas.
Reescreve “João Miramar”. Em julho, faz conferência em Lisboa. Em Paris, de
volta ao Brasil, é homenageado com um banquete pela Sociedade Amis des
Lettres Françaises, sendo saudado pela presidente do grupo Mme.Rachilde.
Retorna ao Brasil no final do ano.

Em 1924, no dia 18 de março publica no “Correio da Manhã” o “Manifesto da


Poesia Pau Brasil”. Toma parte na excursão ao carnaval do Rio de Janeiro e à
Minas com outros intelectuais brasileiros e do poeta Blaise Cendrars, chamada
de “Caravana Modernista”. Em Minas Gerais, recebidos por Aníbal Machado,
Pedro Nava e Carlos Drummond de Andrade, excursionam pelas cidades
históricas. No “Correio Paulistano”, publica o artigo “Blaise Cendrars — Um
mestre da sensibilidade contemporânea". Participa do V Ciclo de Conferência da
Vila Kyrial falando sobre "os ambientes intelectuais da França". Publica
“Memórias Sentimentais de João Miramar”, com capa de Tarsila. Faz uma leitura
do “Serafim Ponte Grande”, em casa de Paulo Prado para uma platéia de
amigos modernistas. Viaja à Europa. Em 20 de novembro faz viagem à Espanha
(Medina e Salamanca), de passagem para Suíça. Monta com Tarsila um novo
apartamento em Paris, conservando este endereço até 1929. Passa o Natal com
Tarsila na casa de campo do poeta Blaise Cendrars em Tremblay-sur-Mauldre.

Visita seu filho na Suíça, em março de 1925. Em fevereiro e março faz curso de
inglês na Berlitz School, em Paris. Assiste ao festival Satie, em Paris. Em maio,
viaja ao Brasil. Participa do jantar na Vila Fortunata (casa de René Thiollier) em
homenagem a D.Olivia Guedes Penteado. Volta à Europa, passando em Lisboa.
Em julho vai a Deauville para alguns dias de férias. Publica em Paris pela editora
Au Sans Pareil o livro de poemas “Pau Brasil”. Em agosto retorna ao Brasil.
Candidata-se à Academia Brasileira de Letras. Oficializa o noivado com Tarsila
do Amaral. Faz nova viagem à Europa. Com Tarsila, passa novamente o final do
ano em Le Tremblay-sur- Mauldre, residência de campo de Cendrars.

Em janeiro e fevereiro do ano seguinte viaja ao Oriente, em companhia de


Tarsila, de seu filho, de Dulce (filha de Tarsila), do escritor Cláudio de Souza, do
governador de São Paulo Altino Arantes. Visita cidades da Grécia, Turquia,
Israel e Egito. Em 05 de maio é recebido com outros brasileiros em audiência
pelo papa, a fim de tentarem a anulação do casamento de Tarsila. Permanece
em Paris, com Tarsila, ajudando-a nos preparativos para a exposição na Galérie
Percier. Chega ao Brasil em 16 de agosto. Casa-se com Tarsila do Amaral, em
30 de outubro, em cerimônia paraninfada pelo Presidente Washington Luis.
Publica na “Revista do Brasil” o prefácio de “Serafim Ponte Grande”,primeira
versão, "Objeto e fim da presente obra". Divulga em “Terra Roxa e Outras
Terras” a "Carta Oceânica", prefácio ao livro “Pathé Baby” de Antônio de
Alcântara Machado e um trecho do “Serafim Ponte Grande”. Viaja a Cataguazes
(MG), mantém contato com o Grupo da Verde.

Publica, em 1927, “A Estrela de Absinto”, segundo romance de “A trilogia do


exílio”, pela Editora Helios com capa de Brecheret. Publica “Primeiro Caderno de
Poesia do Aluno Oswald de Andrade”, ilustrado pelo autor, com capa de Tarsila.
Começa no “Jornal do Comércio” a coluna "Feira das Quintas". Participa do
jantar literário em homenagem a Paulo Prado, em abril na Vila Fortunata.
Permanece uma temporada, de junho até agosto, em Paris para a exposição de
Tarsila, voltando ao Brasil faz escala na Bahia. Abre escritório comercial na
Praça do Patriarca. 20. Disputa o prêmio romance, patrocinado pela Academia
Brasileira de Letras, com “A Estrela de Absinto”, que obteve menção honrosa.
Publica trechos de “Serafim Ponte Grande” na revista “Verde”.

Em 1928, lê o “Manifesto Antropófago” para amigos na casa de Mário de


Andrade. Publica o “Manifesto Antropófago” na “Revista de Antropofagia”, que
ajuda a fundar, com os amigos Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado.
Viaja à Bahia. Viaja à Europa, regressando no mesmo ano, com passagem por
Lisboa. Fica em Paris nos meses de junho e julho para a 3ª exposição de
Tarsila.

No ano seguinte, volta ao Rio para a exposição de Tarsila, com Anita Malfatti,
Waldemar Belisário, Patricia Galvão. Está em Paris em julho. Entra em contato
com Benjamin Péret que mora no Brasil até 1931. Hospeda na sua fazenda —
Santa Tereza do Alto — o filósofo alemão Hermann Keyserling e a dançarina
Josephine Baker. É expulso do Congresso de Lavradores, realizado no Cinema
República (SP) por propor um acordo com o trabalhador do campo. Separa-se
de Tarsila do Amaral. Rompe com Mário de Andrade e Paulo Prado. Viaja à
Bahia com Pagú.

No dia 1º de abril de 1930 casa-se com Patricia Galvão (Pagu) numa cerimônia
pouco convencional. O acontecimento foi simbólico, realizado no Cemitério da
Consolação, em São Paulo. Mais tarde, se retrataram na igreja. Escreve "A casa
e a língua", em defesa da arquitetura de Warchavchik. Nasce seu filho Rudá
Poronominare Galvão de Andrade com a escritora Patrícia Galvão (Pagú). É
preso pela polícia do Rio de Janeiro, por ameaçar o antigo amigo, poeta
Olegário Mariano.

Em 1931, escreve “O mundo político”.Tem um encontro com Luis Carlos Prestes


em Montevidéu, que muda o rumo político do escritor Oswald. Começa a
escrever ensaios políticos, geralmente sobre a situação e os problemas do
operário. Funda com Queiroz Lima e Pagú “O Homem do Povo”. Publica o
“Manifesto Ordem e Progresso”. Engaja-se no Partido Comunista.

No ano seguinte, redige o prefácio definitivo de “Serafim Ponte Grande”.

Em 1933, pronuncia conferência — “O Vosso Sindicato” — no sindicato dos


padeiros de São Paulo. Publica “Serafim Ponte Grande”. Patrocina a publicação
de “Parque Industrial”, romance de Pagú.

No ano seguinte, deixa Pagú e une-se à pianista Pilar Ferrer. Publica “A Escada
Vermelha”, terceiro romance de “A trilogia do exílio”, e “O Homem e o Cavalo”,
com capa de seu filho, Oswald de Andrade Filho. Lê cenas da peça “O Homem e
o Cavalo” no Teatro de Experiência de Flávio de Carvalho. Programada a
apresentação dessa peça, o teatro, é interditado pela polícia. No dia 24 de
dezembro, assina contrato ante-nupcial em regime de separação de bens com
Julieta Bárbara Guerrini.

Em 1935, compra uma serraria. Com sua mulher Julieta, acompanha C. Levis-
Strauss em excursão até Foz do Iguaçu. Escreve sátira política para “A Platéia”.
Faz parte do movimento artístico cultural “Quarteirão”. Está fichado na polícia
civil do Ministério da Justiça, sob o nº 70, como subversivo.

No ano seguinte, publica na revista “XI de agosto”, "Página de Natal" do Marco


Zero. Conclui o poema “O Santeiro do Mangue”, 1ª versão, dedicado
criticamente a Jorge de Lima e Murilo Mendes. Empenha um cordão de ouro na
casa Leão da Silva Ltda. Em dezembro casa-se com a escritora Julieta Bárbara
Guerrini, tendo como padrinho o jornalista Casper Líbero, o pintor Portinari e
uma irmã da noiva, Clotilde. Passa a residir no Rio de Janeiro, na Av. Atlântica e
em São Paulo na Rua Júlio de Mesquita.

Escreve “O país da sobremesa”, em 1937. É feita uma tentativa de encenação


da peça “O Rei da Vela” pela Companhia de Álvaro Moreyra. Atua na Frente
Negra Brasileira. Escreve na revista “Problemas” (São Paulo). Publica “A Morta”
e “O Rei da Vela”. No Rio de Janeiro, a edição de “Serafim Ponte Grande” é
dada como esgotada.

Em 1938, publica o trecho "A vocação" da série “Marco Zero: IV”, “A presença
do Mar”. Está ligado ao Sindicato de Jornalista de São Paulo, matrícula nº 179.
Redige “Análise de dois tipos de ficção”.

No dia 16 de fevereiro de 1939, Oswald ingressa no Pen Club do Brasil. Em


agosto viaja à Europa, com sua mulher Julieta, para participar do Congresso do
Pen Club, em Estocolmo, que não se realizou por causa da guerra. Retorna pelo
navio cargueiro Angola. Publica no jornal “Meio Dia” as colunas "Banho de Sol" e
"De literatura". É o representante do jornal “Meio Dia” em São Paulo. Escreve
para o “Jornal da Manhã” (SP) uma série de reportagens sobre personalidades
importantes da vida política, econômica e social de São Paulo. Passa uma
temporada em Águas de São Pedro, perto de Piracicaba (SP), em tratamento de
saúde.

Escreve “O lar do operário”. Candidata-se à Academia Brasileira de Letras pela


segunda vez, enviando uma carta aberta aos imortais, em 1940.

Em 1941, monta um escritório de imóveis na rua Marconi, com Nonê, o filho


mais velho.

No ano de 1942, expõe trabalhos de pintura na Sala dos Intelectuais, no VII


Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Publica “Cântico dos
Cânticos para Flauta e Violão”, dedicado à sua futura mulher, Maria Antonieta
d’Alkmin. Lança, em 2ª edição pela Globo, “Os Condenados”, com capa de
Koetz.

Publica “Marco Zero: I A revolução melancólica”, pela José Olympio, capa de


Santa Rosa. Começa a publicar no “Diário de S.Paulo” a coluna "Feira das
Sextas". Casa-se com Maria Antonieta d'Alkmin, em 1943.

Em 1944, pronuncia na Faculdade de Direito a conferência "Fazedores da


América", publicada no “Diário de S.Paulo” em 31/10/1944. Inicia a série
“Telefonema”, publicada no “Correio da Manhã”, até 1954. Viaja a Belo
Horizonte, com uma caravana de intelectuais e faz uma conferência na
Exposição de Arte Moderna, organizada pelo Prefeito Juscelino Kubstichek.

No ano seguinte escreve "O sentido da nacionalidade no Caramuru e no


Uruguai". Publica "A Arcádia e a inconfidência", tese apresentada à cadeira de
literatura brasileira da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade
de São Paulo, na qual o biografado é livre-docente.em Literatura Brasileira.
Nasce sua filha Antonieta Marília. Reúne no volume “Ponta de Lança” artigos
esparsos. Publica "A sátira na poesia brasileira", conferência pronunciada na
Biblioteca Pública Municipal de São Paulo. Participa do Congresso de Escritores
em São Paulo. Publica “Poesias Reunidas - Oswald de Andrade”, editora.
Gazeta e “Marco Zero: II — Chão”, pela José Olympio. Faz a saudação a Pablo
Neruda em visita ao Brasil. Inicia a organização da Ala Progressista Brasileira,
programa de conciliação nacional. Lança um manifesto ao "Povo de São Paulo,
Trabalhadores de São Paulo. Homens livres de São Paulo". Escreve o "Canto do
Pracinha só". Rompe com o Partido Comunista do Brasil e Luis Carlos Prestes,
seu secretário geral. Publica na “Gazeta de Limeira”, conferência pronunciada
em Piracicaba intitulada "A lição da inconfidência".

Em 1946, publica “O Escaravelho de Ouro” (poesia). Assina contrato com o


governo de São Paulo para a realização da obra "O que fizemos em 25 anos",
espécie de levantamento da vida nacional, em todos os setores da atividade
técnica e social à literária e artística. Profere conferência sob o título "Informe
sobre o modernismo". Apresenta o escritor norte-americano Samuel Putnam, em
visita ao Brasil, na Escola de Sociologia e Política (São Paulo). Participa em
Limeira (SP) do Congresso de Escritores.

Candidata-se a delegado regional da Associação Brasileira de Escritores e


perde a eleição. Envia bilhete-aberto ao Presidente da Seção Estadual, escritor
Sérgio Buarque de Holanda, protestando e desligando-se da Associação, em
1947.

Em 1948, pronuncia em Bauru a conferência "O sentido do interior". Nasce seu


filho Paulo Marcos.

Publica na revista Anhembi o texto "O modernismo", em 1949. Profere


conferência no Centro de Debates Casper Líbero: "Civilização e dinheiro", e no
Museu de Arte de São Paulo, “Novas dimensões da poesia". Realiza excursão a
Iguape, com Albert Camus, para assistir às tradicionais festas do Divino. É
encarregado de apresentar e saudar o escritor francês de passagem por São
Paulo para fazer conferências. Escreve a coluna "3 linhas e 4 verdades" na
“Folha de S.Paulo”, até 1950. Profere nova conferência na Faculdade de Direito
em homenagem a Rui Barbosa.

Em 1950, escreve “O antropófago”. É homenageado com um banquete, no


Automóvel Clube, pela passagem do 60º aniversário, saudado por Sérgio Milliet.
Participa de concurso para provimento da Cadeira de Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, ocasião em que
defende a tese "A crise da filosofia messiânica", sem êxito. Candidata-se a
deputado federal pelo PRT, com o seguinte slogan: “Pão – Teto – Roupa –
Saúde – Instrução”. Pronuncia as seguintes conferências: "A arte moderna e a
arte soviética", "Velhos e novos livros atuais". Redige "Um aspecto antropofágico
da cultura brasileira — o homem cordial" para o 1º Congresso Brasileiro de
Filosofia. Apresenta a versão definitiva de “O Santeiro do Mangue”.

Escreve, em 1952, “Introdução à antropofagia”. Profere discurso de saudação


em homenagem a Josué de Castro, representante da ONU, por iniciativa da
Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Escreve o artigo "Dois
emancipados: Júlio Ribeiro e Inglês de Souza".

É membro da Comissão Julgadora do Salão Letras e Artes Carmen Dolores, em


1953. Saudou o escritor José Lins do Rego, pelo prêmio recebido em torno do
romance “Cangaceiros”, patrocinado pelo Salão de Letras e Artes Carmen
Dolores Barbosa. Começa a publicar a série “A Marcha das Utopias” no jornal “O
Estado de S.Paulo”. Tenta em vão vender sua coleção de quadros.

Em 1954, escreve o ensaio “Do órfico e mais cogitações" e "O primitivo e a


antropofagia”. Envia comunicação, por intermédio de Di Cavalcanti, para o
Encontro de Intelectuais, no Rio de Janeiro. Publica o primeiro volume das
“Memórias — Um homem sem profissão”, com capa de seu filho, Oswaldo Jr.,
pela José Olympio. Graças à interferência de Vicente Rao, foi indicado para
ministrar um curso de cultura brasileira em Genebra. Retorna como sócio à
Associação Brasileira de Escritores (A.B.D.E.).

Falece em São Paulo, em 22 de outubro de 1954, na sua residência da rua


Marquês de Caravelas, 214. É sepultado no jazigo da família, no cemitério da
Consolação, em São Paulo (SP).

É homenageado postumamente pelo Congresso Internacional de Escritores, em


1954. Em 1990, no centenário de seu nascimento, a “Oficina Cultural Três Rios”
passa a se chamar “Oficina Cultural Oswald de Andrade; é lançado o filme “Cem
Oswaldinianos”, de Adilson Ruiz.

Antônio Peticov é o autor de "Momento Antropofágico com Oswald de Andrade",


um painel de azulejo, ladrilho, madeira, aço e vinil com 3m x 16,5m instalado na
estação República do Metrô paulista, também em 1990.

OBRAS

Humor:

Revista “O Pirralho” — crônicas em português macarrônico sob o pseudônimo


de Annibale Scipione (1912 — 1917)

Poesia:

Pau-Brasil (1925)

Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927)

Cântico dos cânticos para flauta e violão (1945)

O escaravelho de ouro (1946)

Romance:

A trilogia do exílio: I — Os condenados, II —A estrela de absinto, III — A escada


vermelha (1922-1934)

Memórias sentimentais de João Miramar (1924)


Serafim Ponte Grande (1933)

Marco Zero: I - A revolução melancólica, II — Chão (1943).

Memórias: Um homem sem profissão (1954)

Teatro:

A recusa (1913)

Théâtre Brésilien — Mon coeur balance e Leur Âme (1916) (com Guilherme de
Almeida)

O homem e o cavalo (1934)

A morta (1937);

O rei da vela (1937).

O rei floquinhos (1953)

Manifestos:

Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924)

Manifesto Antropófago (1928)

Manifesto Ordem e Progresso (1931)

Teses, artigos e conferências publicadas:

O meu poeta futurista (1921)

A Arcádia e a Inconfidência (1945)

A sátira na poesia brasileira (1945)

Versões e adaptações:

Filme “O homem do Pau-Brasil”, de Joaquim Pedro de Andrade, baseado na


vida de Oswald de Andrade (1980)

Filme “Oswaldinianas”. Formado por cinco episódios, dirigidos por Julio


Bressane, Lucia Murat, Roberto Moreira, Inácio Zatz, Ricardo Dias e Rogério
Sganzerla (1992)

Publicações póstumas:

A utopia antropofágica – Globo

Ponta de lança – Globo

O rei da vela – Globo

Pau Brasil – Obras completas – Globo

O santeiro do mangue e outros poemas – Globo

Obras completas – Um homem sem profissão – Memórias e confissões sob as


ordens de mamãe – Globo

Telefonema – Globo

Dicionário de bolso – Globo

O perfeito cozinheiro das almas desse mundo – Globo

Os condenados – A trilogia do exílio – Globo

Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade – Globo

Os dentes do dragão – Globo

Mon coeur balance – Le Âme - Globo

Dados obtidos no livro "O Salão e a Selva: uma biografia ilustrada de Oswald de
Andrade", Editora da UNICAMP: Editora Ex Libris - Campinas (SP), 1995, de
Maria Eugenia Boaventura; no sítio Itaucultural e em outros sobre o biografado
http://www.e-
biografias.net/biografias/oswald_andrade.php

Oswald de Andrade
OLD

Poeta, romancista e dramaturgo paulista (11/1/1890-


22/10/1954). José Oswald de Sousa Andrade nasce em São
Paulo, em uma família rica. Estuda na Faculdade de Direito
do Largo São Francisco e, em 1912, viaja para a Europa. Em
Paris, entra em contato com o futurismo e com a boemia
estudantil. De volta a São Paulo faz jornalismo literário. Em
1917, defende a pintora Anita Malfatti de uma crítica
devastadora de Monteiro Lobato. Ao lado dela, do escritor
Mário de Andrade e de outros intelectuais, organiza a
Semana de Arte Moderna de 1922. Com Pau-Brasil (1925),
junta o nacionalismo às idéias estéticas da Semana de 1922.
Em 1926, casa-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos
depois, radicalizando o movimento nativista, o seu Manifesto
Antropofágico propõe que o Brasil devore a cultura
estrangeira e crie uma cultura revolucionária própria. Nessa
época, rompe com Mário de Andrade, separa-se de Tarsila
do Amaral e casa-se com a escritora e militante política
Patrícia Galvão, Pagu. De 1931 a 1945, milita no Partido
Comunista Brasileiro (PCB) e, em 1933, lança o romance
Serafim Ponte Grande. São dele ainda o livro Memórias
Sentimentais de João Miramar (1924) e as peças O Homem e
o Cavalo (1934) e O Rei da Vela (1937). Morre em São Paulo.

http://www.unicamp.br/~boaventu/page19.htm
OSWALD DE ANDRADE: VIDA E OBRA

Mesmo para pesquisadores sofisticadamente especializados as várias facetas


da figura de Oswald permanecem obscuras. As fissuras realizadas pela sua obra
no quadro acadêmico da vida cultural brasileira são vistas, geralmente, como
lances imprevistos e momentâneos de uma intuição privilegiada. Daí a
necessidade de se chamar atenção, por exemplo, para a lista das obras
fundamentais do pensamento e da literatura ocidentais lidas e anotadas pelo
escritor; para as suas pacientes e renovadas tentativas de reescrever seus
livros. Muita lenda e anedota têm corrido sobre a figura humana e a
personalidade literária do escritor Oswald de Andrade. Ora rasgados elogios às
suas descobertas geniais, reconhecidas como fruto da intuição e imaginação
fabulosas, ora críticas ao gosto pela improvisação e pela surpresa. Esta
exposição não almeja um panorama frio sobre a vida de mais um escritor
modernista. Antes pretende divulgar ângulos e facetas desconhecidas ou pouco
exploradas deste escritor ao longo da história do Modernismo: o criador atento a
melhor estruturação do seu texto; o homem de negócios planejando lucros e
administrando à sua maneira seus bens; o pai carinhoso; o político engajado no
partido que lhe pareceu no momento atender aos anseios de reestruturação
social, etc.
1847

- Nasce José Oswald Nogueira de Andrade.

1881

- Chega a São Paulo, proveniente do interior de Minas o Sr. José Oswald


Nogueira de Andrade.

1890

- Nasce em São Paulo José Oswald de Souza Andrade, filho único de José
Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta de Souza Andrade, na rua
Barão de Itapetininga, esquina com a atual D. José de Barros, antiga 11 de
março.

1896

- Faz sua primeira viagem ao Guarujá.

1900

- Mora no alto da ladeira Santo Antônio, com João Adolfo.

- Estuda na Escola Caetano de Campos.

1901

- Estuda no Ginásio Nossa Senhora do Carmo.

- Colega de Pedro Rodrigues de Almeida, o João de Barros do Perfeito


Cozinheiro das Almas desse mundo...

1903

- Estuda no Ginásio São Bento.

- Colega do futuro poeta modernista Guilherme de Almeida.

1905

- Começa a participar da roda literária de Indalécio Aguiar da qual faz parte o


poeta Ricardo Gonçalves.
1908

- Conclui os estudos no Ginásio São Bento.

1909

- Redator e crítico teatral do Diário Popular, assinando a coluna Teatro e


Salões.

- Ingressa na Faculdade de Direito.

1910

- Monta um atelier com o pintor Oswaldo Pinheiro, no vale do Anhangabaú.

- Conhece o Rio e fica hospedado no palacete da Rua.S.Clemente, nº 271,


residência de seu tio, o escritor Inglês de Souza.

- Passa o primeiro Natal longe da família em Santos, numa hospedaria de


carroceiros das docas.

1911

- Com a ajuda financeira de D. Inês funda O Pirralho, cujo primeiro número é


lançado em 12 de agosto, tendo como colaboradores Amadeu Amaral,
Voltolino, Alexandre Marcondes, Cornélio Pires, etc.

- Conhece o poeta Emílio de Meneses de quem se torna amigo.

- Lança a campanha civilista em torno de Rui Barbosa.

- Passa uma temporada em Baependi, Minas, nas terras da família de seu


Avô.

1912

- fevereiro a setembro: viaja à Europa, a bordo do Marta Washington, o


mesmo navio de João Miramar.

- Visita vários países: Itália, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França, Espanha.

- Conhece durante a viagem a jovem dançarina Carmen Lydia, (Helena


Carmen Hosbale) que Oswald batiza em Milão.
- Morre em São Paulo sua mãe Inês Henriqueta Inglês de Souza Andrade, no
dia 6 de setembro.

- Retorna ao Brasil a bordo do Oceania, trazendo a estudante francesa Kamiá


(Henriette Denise Bouffers).

- Reassume sua atividade de redator de O Pirralho.

1913

- Participa das reuniões da Vila Kirial e conhece o artista plástico Lasar


Segall.

- Escreve A recusa, drama em três atos

1914

- Nasce o seu filho José Oswald Antonio de Andrade (o artista plástico


Oswald de Andrade Filho) com Kamiá. Reside à rua Teodoro Sampaio 114,
esquina com a Oscar Freire.

- Cursa a Faculdade de Filosofia de S. Bento, sendo aluno do Pe.Sentroul,


abade do convento de S.Bento.

1915

- Participa do almoço em homenagem a Olavo Bilac, promovido pelos


estudantes da Faculdade de Direito no restaurante PROGREDIOR.

- Membro da Sociedade Brasileira dos Homens de Letras, fundada em São


Paulo por Olavo Bilac.

- Chega ao Brasil a dançarina Carmen Lydia, com quem mantém um


barulhento namoro.

- Passa a residir na rua Augusta nº 64, onde hoje é o restaurante Pirandelo.

- Tem casa de veraneio na Praia de São Vicente 23.

- Faz viagens constantes de trem ao Rio a negócio ou para acompanhar


Carmen Lydia.

- No Rio freqüenta a Rotisserie Rio Branco.


- Hospeda-se no Avenida Hotel, quarto 12.

1916

- Publica em A Cigarra, 1º capítulo da peça Mon Coeur Balance.

- Lança com Guilherme de Almeida Mon Coeur Balance e Leur Âme,pela


Typographie Asbahr.

- Faz a leitura das peças em vários salões literários de São Paulo na Sociedade
Brasileira de Homens de Letras, no Rio de Janeiro e na redação A Cigarra.

- Publica trechos de Memórias Sentimentais de João Miramar n'A Cigarra e


n'A Vida Moderna.

- Sofre de artritismo.

- A atriz Suzanne Després recita no Municipal trechos de Leur Âme.

- Passa a colaborar regularmente em A Vida Moderna, que publica em 24 de


maio, cenas de Leur Âme.

- Volta a estudar Direito, cujo curso havia interrompido em 1912.

- Recebe o convite de Valente de Andrade para fazer parte do Jornal do


Comércio, edição de São Paulo e em 1º de novembro começa seu trabalho
como redator.

- Redator social de O Jornal.

- Passa temporada com a família em Lambari no Hotel Mello.

- Veraneia em São Vicente casa 56, rua 16.

- Vai regularmente a Santos, em companhia de Carmen Lidia, hospedando-se


no Palace Hotel.

- Continua a viajar intermitentemente ao Rio, hospedando-se no Avenida


Hotel e Bristol Hotel.

- No Rio frequenta a roda literária de Emílio de Meneses, João do Rio,


Alberto de Oliveira, Eloi Pontes, Olegário Mariano, Luis Edmundo, Olavo
Bilac, Oscar Lopes, etc.
- Passa temporada em Aparecida do Norte, no Hotel das Famílias.

- Em Santos, hospeda-se no Washington Hotel.

- Está escrevendo o drama O Filho do Sonho.

1917

- Monta em S.Paulo a Garçonnière da rua Líbero Badaró,67 - 3º - andar.

- Conhece Mario de Andrade.

- Defende a pintora Anita Malfatti das críticas violentas feitas por Monteiro
Lobato ("A exposição de Anita Malfatti", no Jornal do Comércio, S.P. 11
jan.1918).

- Participa do primeiro grupo modernista com Mário de Andrade, Guilherme


de Almeida, Ribeiro Couto, Di Cavalcanti e este escritor.

- De 1917 a 1922 escreve regularmente no Jornal do Comércio.

- Fecha a revista O Pirralho.

1918

- Trabalha em A Cazeta.

- Começa a compor O Perfeito cozinheiro das almas desse mundo... diário


coletivo escrito em colaboração com Dasy (Miss Cíclone) Guilherme de
Almeida, Monteiro Labato, Leo Vaz, Pedro Rodrigues de Almeida, Inácio
Pereira da Costa, Edmundo Amaral e outros.

1919

- Orador do Centro Acadêmico 11 de agosto da Faculdade de Direito.

- Pronuncia a palestra "Árvore da Liberdade".

- Torna-se bacharel em Direito, e é orador da turma.

- Morre seu pai, em fevereiro.


- Casa-se in extremis com Dasy (Miss Ciclone),ou Maria de Lourdes Pontes
de Andrade.

- Muda-se para o Grand Hotel Rotisserie Sportsman.

- Publica no jornal dos estudantes da Faculdade de Direito - Onze de Agosto -


três capítulos de Memórias Sentimentais de João Miramar.

1920

- Instala-se em S.Paulo numa garconnière na Praça da República, esquina


com a Rua Pedro Américo.

- Edita Papel e Tinta até 1921, assinando com Menotti del Picchia o editorial
e escrevendo regularmente para o periódico.

- Descobre o escultor Brecheret.

- Escreve em A Raposa artigo elogiando Brecheret com texto ilustrado com


fotos de trabalhos do artista.

1921

- julho - publica artigo sobre o poeta Alphonsus de Guimarães, ressaltando a


forma de expressão, no seu entender, precurssora da linguagem modernista.
(Jornal do Comércio, S.P. 10/25, jul.1921).

- Faz a saudação a Menotti del Picchia no banquete oferecido para políticos e


poetas no Trianon.

- Revela Mário de Andrade poeta, em polêmico artigo "Meu poeta futurista".

- Principia a colaboração do Correio Paulistano até 1924.

- Participa da caravana de jovens escritores paulistas ao Rio de Janeiro, a fim


de fazer propaganda do Modernismo.

- Toma aula de boxe com o antigo pugilista suiço Delaunay.

1922

- Faz parte da Semana de Arte Moderna.


- Participa dos festejos comemorativos do centenário da Bandeira nacional
fazendo conferência em 18 de setembro.

- Faz parte do grupo da revista Klaxon, onde colabora.

- Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do
Amaral e Menotti del Picchia.

- Orador do banquete oferecido em homenagem ao escritor português


Antonio Ferro, por ocasião de sua visita ao Brasil, no Automóvel Clube do
Brasil (São Paulo).

- Publica Os Condenados com capa de Anita Malfatti.

- Viagem a negócios ao Rio, ficando hospedado no Yankee Hotel.

- Em dezembro embarca para a Europa pela Compagnie de Navegation Sud


Atlantique.

- Começa sua amizade com Tarsila.

- Em Paris tem como endereço o nº 25, Rue Louis Le Grand.

1923

- Ganha na justiça a custódia do seu filho Nonê.

- Janeiro/fevereiro - Viagem a Portugal e Espanha, com passagem pelo


Senegal, acompanhado de Tarsila.

- Matricula seu filho Nonê no Licée Jaccard em Lausanne, Suiça.

- Reside em Paris até agosto, Hégésipe Moreau n. 9 (Montmartre), onde


Tarsila tinha um atelier e no nº 6 da rua Le Chapelais.

- 23 abril Participa do almoço oferecido pelo embaixador na França aos


intelectuais franceses.

- 11 de maio - Pronuncia a Conferência L'effort intellectuel du Brésil


contemporain, na Sorbonne.

- 28 de maio - conhece Blaise Cendrars.


- Agosto - Férias de verão com Tarsila na Itália, ficam hospedados em Roma
no Hotel Windsor, na Via Veneto 54, em Veneza na Pensione G.de Po.

- Assiste entusiasmado o bailado negro de Blaise Cendrars, com música de


Darius Milhaud e cenários de Fernand Léger, apresentado pelo Ballets Suédois,
no Teatro dos Champs-Elyseés.

- Visita a exposição de Arte Negra, no Museu de Artes Decorativas.

- Reescreve João Miramar.

- Julho - faz conferência em Lisboa.

- Em Paris, de volta ao Brasil, é homenageado com um banquete pela


Sociedade Amis des Lettres Françaises, sendo saudado pela presidente do
grupo Mme.Rachilde.

- Retorna ao Brasil no final do ano pelo navio Santarém.

1924

- 18 de março - publica no Correio da Manhã o Manifesto Pau Brasil.

- Toma parte na excursão ao carnaval do Rio de Janeiro e à Minas com outros


intelectuais brasileiros e Blaise Cendrars.

- Em Minas Gerais excursionam pelas cidades históricas inclusive Ouro


Preto, onde se hospedam no Hotel Toffolo.

- No Correio Paulistano publica o artigo Blaise Cendrars - "Um mestre da


sensibilidade contemporânea".

- Participa do V Ciclo de Conferência da Vila Kyrial falando sobre "os


ambientes intelectuais da França".

- Publica Memórias Sentimentais de João Miramar com capa de Tarsila.

- Faz uma leitura do Serafim Ponte Grande, em casa de Paulo Prado para
uma platéia de amigos modernistas.

- Viagem à Europa pelo Massília.


- 20 de novembro - Viagem à Espanha (Medina e Salamanca), de passagem
para Suiça.

- Monta com Tarsila um novo apartamento em Paris no nº 9, Boulevard


Berthier (l7e), conservando este endereço até 1929.

- Passa o Natal com Tarsila na casa de campo de Blaise Cendrars em


Tremblay-sur-Mauldre.

1925

- Visita seu filho na Suiça em março, hóspede do Hotel Victoria, em


Lausanne.

- Em fevereiro e março faz curso de inglês na Berlitz School, em Paris.

- Assiste ao festival Satie, em Paris.

- Em maio, a bordo do Andes viaja ao Brasil.

- Participa do jantar na Vila Fortunata (casa de René Thiollier) em


homenagem a D.Olivia Guedes Penteado.

- junho, volta à Europa pelo Avon, passando em Lisboa.

- julho, está em Deauville para alguns dias de férias.

- Publica em Paris pela editora Au Sans Pareil o livro de poemas Pau Brasil.

- Em 22 agosto retorna ao Brasil pelo Massilia.

- Setembro, está no Rio, hospedado no Pálace Hotel.

- Candidata-se à Academia Brasileira de Letras.

- Novembro oficializa o noivado com Tarsila do Amaral.

- Dezembro, nova viagem à Europa pelo Cap.Polonio.

- Com Tarsila passa novamente o final do ano em Le Tremblay-sur- Mauldre,


residência de campo de Cendrars.

1926
- De 13 de janeiro a 18 de fevereiro viagem ao Oriente, em companhia de
Tarsila, Nonê, Dulce (filha de Tarsila), do escritor Cláudio de Souza, do
governador de São Paulo Altino Arantes, a bordo do navio Lotus da
Companhia Messagier Maritimes.

- No Cairo se hospedam no Sheferds Hotel, mais tarde, destruído por um


incêndio; em Jerusalém no Allemby Hotel; em Haila no Windsor Hotel.

- 05 de maio é recebido com outros brasileiros em audiência pelo papa, a fim


de tentarem anulação do casamento de Tarsila.

- Permanece em Paris, com Tarsila, ajudando-a nos preparativos para a


exposição na Galérie Percier.

- Chega ao Brasil em 16 de agosto pelo Almanzorra.

- Casa-se com Tarsila do Amaral, em 30 de outubro, em cerimônia


paraninfada pelo Presidente Washington Luis.

- Passa a residir na rua Barão de Piracicaba, 44.

- Publica na Revista do Brasil o prefácio de Serafim Ponte Grande,1ª versão,


"Objeto e fim da presente obra".

- Divulga em Terra Roxa e Outras Terras a "Carta Oceânica", prefácio ao


livro Pathé Baby de Antônio de Alcântara Machado e um trecho do Serafim
Ponte Grande.

- Viagem a Cataguazes, Minas Gerais, mantém contato com o Grupo da


Verde, se hospeda no Hotel Villas.

1927

- Publicação de A Estrela de Absinto pela Editora Helios com capa de


Brecheret.

- Publica Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade,


ilustrado pelo autor, com capa de Tarsila.

- Começa no Jornal do Comércio a coluna "Feira das Quintas".

- Participa do jantar literário em homenagem a Paulo Prado, em abril na Vila


Fortunata.
- Permance uma temporada, de junho até agosto, em Paris para a exposição
de Tarsila, voltando ao Brasil faz escala na Bahia.

- Abre escritório comercial na Pr. Patriarca. 20.

- Disputa o prêmio romance, patrocinado pela Academia Brasileira de Letras,


com A Estrela de Absinto, que obteve menção honrosa.

- Publica trechos de Serafim Ponte Grande no nº 3 da revista Verde.

1928

- Viagem à Bahia pelo Manaus.

- Ler o Manifesto Antropófago para amigos na casa de Mário de Andrade.

- Compra quadros do surrealista De Chirico: Enigma de um dia e Os


cavalinhos, um deles comprado diretamente do pintor e o outro da viúva do
escritor Apollinaire.

- Publica o Manifesto Antropófago e ajuda a fundar a Revista de


Antropofagia.

- Viaja à Europa, regressando no mesmo ano pelo Asturias com passagem por
Lisboa.

- Fica em Paris os meses de junho e julho para a 3ª exposição de Tarsila, de


18 de junhoa 2 de julho.

1929

- Julho, excursão pelo trem da Cruzeiro do Sul, em viagem ao Rio para a


exposição de Tarsila, com Anita Malfatti, Waldemar Belisário, Patricia Galvão.
Hospedam-se no Palace Hotel .

- Está em Paris em julho.

- Entra em contato com Benjamin Péret que mora no Brasil até 1931.

- Hospeda na sua fazenda - Santa Tereza do Alto - o filósofo alemão


Hermann Keyserling e a dançarina Josephine Baker.
- É expulso do Congresso de Lavradores, realizado no Cinema República
(SP) por propor um acordo com o trabalhador do campo.

- Separa-se de Tarsila do Amaral.

- Rompe com Mário de Andrade e Paulo Prado.

- Viagem à Bahia com Pagú.

1930

- Reside no Terminus Hotel em São Paulo.

- lº de abril e 1930 - casamento com Patricia Galvão (Pagu).

- Escreve "A casa e a língua", em defesa da arquitetura de Warchavchik.

- Nasce seu filho Rudá com a escritora Patricia Galvão.

- Preso pela polícia do Rio de Janeiro, por ameaçar o antigo amigo, poeta
Olegário Mariano.

1931

- Escreve O mundo político .

- Tem um encontro com Prestes em Montevidéu, que muda o rumo político


do escritor Oswald.

- Começa a escrever ensaios políticos, geralmente sobre a situação e os


problemas do operário.

- Reside na Rua dos Ingleses, 56.

- Funda com Queiroz Lima e Pagu O Homem do Povo.

- Engaja-se no P.C.

1932

- Redige o prefácio definitivo de Serafim Ponte Grande.

1933
- Pronuncia conferência - O Vosso sindicato - no sindicato dos padeiros de
São Paulo.

- Mora na Rua Machado de Assis, 57.

- Publica Serafim Ponte Grande.

- Patrocina a publicação de Parque Industrial, romance de Pagu.

1934

- Está casado com a pianista Pilar Ferrer.

- Publica A Escada Vermelha e o O Homem e o Cavalo, com capa de Nonê


(Oswald de Andrade Filho).

- Lê cenas da peça O Homem e o Cavalo no Teatro de Experiência de Flávio


de Carvalho.

- Programada a apresentação dessa peça para o teatro que é interditado pela


polícia.

- 24 de dezembro - assina contrato ante-nupcial em regime de separação de


bens com Julieta Guerrini.

1935

- Compra uma serraria.

- Com sua mulher Julieta, acompanha C. Levis-Strauss em excursão até Foz


do Iguaçu.

- Escreve sátira política para A Platéia.

- Faz parte do movimento artístico cultural Quarteirão.

- Está fichado na polícia civil do Ministério da Justiça, sob o nº 70, como


subversivo.

1936

- Publica na revista XI de agosto, "Página de Natal" do Marco Zero.


- Conclui o poema O Santeiro do Mangue, 1ª versão, dedicado criticamente a
Jorge de Lima e Murilo Mendes.

- Empenha um cordão de ouro na casa Leão da Silva Ltda.

- Dezembro - casa-se com a escritora Julieta Barbara Guerrini, tendo como


padrinho o jornalista Casper Líbero, o pintor Portinari e uma irmã da noiva,
Clotilde.

- Passa a residir no Rio de Janeiro, na Av.Atlântica, 290, aptº 103 e em São


Paulo na Rua Júlio de Mesquita, 50, 13º andar, apt. 13A, edf. Itapetininga.

1937

- Escreve O pais da sobremesa.

- Tentativa de encenação da peça O Rei da Vela pela Companhia de Alvaro


Moreyra.

- Atua na Frente Negra Brasileira.

- Escreve na revista Problemas (São Paulo).

- Publica A Morta e O Rei da Vela.

- No Rio de Janeiro, Serafim Ponte Grande é dado como esgotado.

1938

- Publica o trecho "A vocação" da série Marco Zero, vol. IV, A presença do
Mar.

- Está ligado ao Sindicato de Jornalista de São Paulo, matrícula nº 179.

- Redige Análise de dois tipos de ficção.

- Hospeda-se no Rio de Janeiro, no Natal Hotel.

1939

- 16 de fevereiro - Oswald ingressa no Pen Club do Brasil.


- 8 de agosto - Viagem à Europa pelo Alameda Star, com sua mulher Julieta,
para participar do Congresso do Pen Club, em Estocolmo, que não se realizou
por causa da guerra.

- Retorna pelo navio cargueiro Angola.

- Publica no jornal Meio Dia as colunas "Banho de Sol" e "De literatura".

- É o representante do jornal Meio Dia em São Paulo.

- Escreve para o Jornal da Manhã (S.P.) uma série de reportagens sobre


personalidades importantes da vida política, econômica e social de São Paulo.

- Reside na Brigadeiro Luis Antonio 3085, São Paulo.

- Passa uma temporada em S.Pedro, perto de Piracicaba, em tratamento de


saúde.

1940

- Escreve O lar do operário.

- Reside na rua Martiniano de Carvalho, n. 689.

- Candidata-se à Academia de Letras pela segunda vez, enviando uma carta


aberta aos imortais.

1941

- Monta um escritório de imóveis na rua Marconi, com o filho mais velho.

1942

- Expõe trabalhos de pintura na Sala dos Intelectuais, no VII Salão do


Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo.

- Publica Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão, dedicado à sua mulher
Maria Antonieta.

- Lança, em 2ª edição pela Globo, Os Condenados com capa de Koetz.

1943
- Publica Marco Zero - lº vol. pela José Olympio, capa de Sta.Rosa.

- Reside na João Passalaqua.

- Começa a publicar no Diário de S.Paulo a coluna "Feira das Sextas".

- Casa-se com Maria Antonieta d'Alkmin.

1944

- Pronuncia na Faculdade de Direito a conferência "Fazedores da América",


publicada no Diário de S.Paulo, 31 out. 1944.

- Tem como endereço em S.Paulo, Rua Aurora, 579, aptº 23, Tel. 49296.

- Inicia a série Telefonema, publicada no Correio da Manhã, até 1954.

- Viaja a Belo Horizonte, com uma caravana de intelectuais e faz uma


conferência na Exposição de Arte Moderna, organizada pelo Prefeito Juscelino
Kubstichek.

1945

- Escreve "O sentido da nacionalidade no Caramurú e no Uruguai".

- Publica "A arcádia e a inconfidência" tese apresentada à cadeira de


literatura brasileira da FFCL da USP.

- Nasce sua filha Antonieta Marília.

- Reúne no volume Ponta de Lança artigos esparsos.

- Publica "A sátira na poesia brasileira", conferência pronunciada na


Biblioteca Pública Municipal de São Paulo.

- Participa do Congresso de Escritores em São Paulo.

- Publica Poesias Reunidas O.A, ed. Gaveta e Marco Zero, 2º vol. pela José
Olympio.

- Faz a saudação a Pablo Neruda em visita ao Brasil.


- Inicia a organização da Ala Progressita Brasileira, programa de conciliação
nacional.

- Lança um manifesto ao "Povo de São Paulo, Trabalhadores de São Paulo.


Homens livres de São Paulo".

- Agosto - escreve o "Canto do Pracinha só".

- Rompe com o Partido Comunista do Brasil e Luis Carlos Prestes, seu


secretário geral.

- junho - publica na Gazeta de Limeira "A lição da inconfidência",


conferência pronunciada em Piracicaba.

1946

- Publica O Escaravelho de Ouro (poesia).

- Contrato entre o escritor Oswald de Andrade e o governo de São Paulo para


a realização da obra "O que fizemos em 25 anos", espécie de levantamento da
vida nacional, em todos os setores da atividade técnica e social à literária e
artística.

- Conferência "Informe sobre o modernismo".

- Apresenta o escritor norte-americano Samuel Putnam, em visita ao Brasil,


na Escola de Sociologia e Política (São Paulo).

- Participa em Limeira - SP do Congresso de Escritores.

1947

- outubro - candidato a delegado regional da Associação Brasileira de


Escritores e perde a eleição. Envia bilhete-aberto ao Presidente da Seção
Estadual, escritor Sérgio Buarque de Holan da, protestando e desligando-se da
Associação.

1948

- Pronuncia em Bauru a conferência "O sentido do interior".

- Nasce seu filho Paulo Marcos.


1949

- Publica na revista Anhembi o texto "O modernismo".

- 25 de janeiro - Conferência no Centro de Debates Casper Líbero:


"Civilização e dinheiro".

- 19 de maio - Conferência no Museu de Arte de São Paulo: - "Novas


dimensões da poesia".

- Excursão a Iguape, com Albert Camus para assistir às tradicionais festas do


Divino.

- É encarregado de apresentar e saudar o escritor francês de pas sagem por


São Paulo para fazer conferências.

- Escreve a coluna "3 linhas e 4 verdades" na Folha de S.Paulo, até 1950.

- 5 novembro - Conferência na Faculdade de Direito em homenagem a Rui


Barbosa.

1950

- Escreve O antropófago

- Homenageado com um banquete, no Automóvel Clube, pela passagem do


60º aniversário, saudado por Sérgio Milliet.

- Defende tese para livre docente na FFLCH-USP, "A crise da filosofia


messiânica".

- Candidato a deputado federal pelo PRT, tendo comitê na rua Vitória, 653, 2º
andar. Telefone 39017.

- Pronuncia as seguintes conferências: "A arte moderna e a arte soviética",


"Velhos e novos livros atuais".

- Redige "Um aspecto antropofágico da cultura brasileira - o homem


cordial" para o 1º Congresso Brasileiro de Filosofia.

- Reside na rua Ricardo Batista, 18, 5º andar, (esquina da rua Major Diogo).

- Apresenta a versão definitiva de O Santeiro do Mangue.


1952

- Escreve Introdução à antropofagia.

- Abril - Discurso de saudação em homenagem a Josué de Castro,


representante da ONU, por iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura de São
Paulo.

- Escreve o artigo "Dois emancipados: Júlio Ribeiro e Inglês de Souza".

- Reside na rua Bolivar, 130.

1953

- Membro da Comissão Julgadora do Salão Letras e Artes Carmen Dolores.

- Saudou o escritor José Lins do Rego, pelo prêmio recebido em torno do


romance Cangaceiros, patrocinado pelo Salão de Letras e Artes Carmen
Dolores Barbosa.

- Começa a publicar a série A Marcha das Utopias para O Estado de S.Paulo.

- Tenta em vão vender sua coleção de quadros (1 Léger óleo, 1 aquarela com
dedicatória, 3 Chirico óleo, 1 Picasso guache, 1 Picasso aquarela, 1 Chagall
desenho, 1 Miró têmpera, 1 Delaunay litografia com dedicatória, 1 Archipenko
óleo, 1 Laurens desenho, 1 Pruna óleo, 1 Severini óleo, 1 Picabia desenho.

1954

- Escreve o ensaio Do orfico e mais cogitações; O primitivo e a


antropofagia.

- Envia comunicação, por intermédio de Di Cavalcanti, para o Encontro de


Intelectuais, no Rio de Janeiro.

- Publica o primeiro volume das Memórias - Um homem sem profissão -


com capa de Nonê, pela José Olympio.

- Graças à interferência de Vicente Rao, foi indicado para ministrar um curso


de cultura brasileira em Genebra.

- Retorna como sócio à Associação Brasileira de Escritores (A.B.D.E.).


- Falece em São Paulo, em 22 de outubro, na sua residência da rua Marquês
de Caravelas, 214. É sepultado no jazigo da família, no cemitério da
Consolação, rua 17, nº 17.
TRAJETORIA
DE OSWALD ANDRADE

"O que importa para o artista moderno é traduzir nossa época e a sua
personalidade. O resto é literatura" (Rubens Borba de Moraes)

Mesmo depois de decorridos 60 anos de publicado, o romance Memórias


Sentimentais de João Miramar (1924) perturba pela sua modernidade. E
modelo de prosa revolucionária pouco conhecida pelo grande público.
Certamente Oswald de Andrade inaugurou no Brasil a prosa de
Vanguarda, ensinando aos seus contemporâneos como adaptar à narrativa
as experiências cubistas, bem-sucedidas na pintura moderna de Picasso e
Braque; prefaciando os novos lançamentos da época, apoiou as tentativas
subsequentes de renovação da ficção brasileira: apresentou, com a "Carta
Oceano" (l926), o Pathé Baby de Antônio de Alcântara Machado à
moderna literatura da época.

Este percurso de modernização da prosa brasileira configurou-se por


etapas, com tenacidade e pesquisa artesanal séria, embora se afirme,
equivocadamente, que a obra de Oswald foi conseqüência apenas da
genialidade de improvisação. Na realidade, Oswald levava muito tempo
para considerar seus textos maduros, para divulgação. As modificações
radicais que sofriam seus projetos resultaram da angustiante e bem-
sucedida busca de um ideário autêntico e moderno. Rubens Borba de
Moraes lembrava que as invenções concretizadas nos dois primeiros
decênios do século modificaram radicalmente a percepção estética. Sendo
assim, "0 homem não tem mais cinco sentidos, tem centenas, milhares. A
velocidade da vida moderna obriga o artista a realizar depressa o que ele
sentiu depressa, antes da inteligência intervir. Desse estado de coisas
nasceu a sintetizarão da arte moderna". O autor de Domingo dos Séculos
assinalou um fato curioso e que foi ao mesmo tempo uma das grandes
peculiaridades do processo construtivo da narrativa miramarina. No
romance de Oswald de Andrade, além da sintetizarão quase que extrema
da simultânea multiplicidade de acontecimentos, aconteceram momentos
de análise contundente e minuciosa. Um perfeito retrato da burguesia e
seus conflitos perante a modernidade que invadia seu pequeno mundo.

Miramar foi planejado e redigido em parte por volta de 1915, reescrito


várias vezes até atingir a forma sincopada e concisa da sua versão final.
Muitas foram as redações não depuradas dos ornamentos supérfluos.
Oswald costumava ler seus trabalhos para os amigos bem antes do
lançamento, ou pelo menos antes da redação final. Algumas referências
esparsas dão conta da trajetória desse romance. Ribeiro Couro (em carta
datada de 21 de maio de 1920) pedia notícias de Miramar e A Estrela do
Absinto; Sérgio Buarque, em O Mundo do Literário, (9 de janeiro de
1923), anunciava o segundo e o terceiro volume do romance A Trilogia do
Exílio e as Memórias de João Miramar.

Os diferentes desmontes que sofreu o romance confirma a pratica de um


projeto consciente voltado para a pesquisa incessante de estilo próprio e
atual: um interesse novo para tornar a frase diversão pura do espírito.
Como definia o romancista: "chapas fotograficamente batidas de estados
de espírito e de ação", onde domina o "divertimento estilístico que procura
a poesia e realiza o ritmo". Foram diversificados os procedimentos
empregados nessa incansável busca da forma adequada deste divertimento
estilístico, até alcançar a modernidade. Acredito que somente A revolução
melancólica ( do Marco Zero) foi redigida em tempo recorde para poder
participar do II concurso Literário latino-americano, embora,
fundamentada em trabalho de pesquisa prévio e demorado Oswald
declarava em entrevista (Diário de S. Paulo, 8 jan. 1943): "Em dois meses
redigi 364 páginas d' A revolução melancólica. Mais tarde o romancista
explicava o processo de construção desse livro: "( ... ) fiz uma obra de
trabalho sereno. Isso me custou muito esforço e paciência"; "Há nele um
fabuloso material colhido entre os vários dialetos e línguas que se falam
neste tumultuoso aglomerado de raças e de povos tão diferentes que é São
Paulo. 'Colhi material em todos os setores. Não fiquei no Brás, nem no
Bexiga". (o romance terminou abiscoitando o prêmio do concurso,
juntamente com Jubiabá de Jorge Amado.)

Miramar pediu auxílio à linguagem e bem-humorada o mundo


provinciano do cinema para criticar de forma precisa e medíocre da
pequena burguesia. São sobejamente conhecidos, depois sobretudo das
análises de Antônio Cândido, Mário da Silva Brito e da publicação das
suas Memórias, os lances autobiográficos desta narrativa crítica. A
permanência de Oswald na Europa, em 1912, mudou drasticamente a sua
visão de mundo: "Tinha-se aberto um novo front em minha vida (…) A
Europa fora sempre para mim uma fascinação Tudo isso vinha confirmar
a idéia de liberdade sexual que doirava o meu sonho de viagem longe da
pátria estreita e mesquinha, daquele ambiente doméstico, onde tudo era
pecado (... ) Apenas tinha uma nova dimensão na alma conhecera a
liberdade" (Um homem sem profissão. R.J., Civ. Brasil. 1972).
Os primeiros esboços como bem mostrou Haroldo de Campos (Estilística
miramarina) não tiveram o mesmo grau de ruptura e inovação da versão
definitiva. A radicalidade da experimentação da atualidade da prosa
miramarina impuseram-se na medida em que o mundo se transformava e
com isso mudava a maneira de seu irrequieto autor enxergar as coisas.
Oswald pretendia um ritmo mais dinâmico, a fim de aproximar a ordem
simultaneísta da técnica do cinema, imprimida antes de maneira comedida
em Os Condenados. Acreditava que a obra de arte era a forma encontrada
pelo artista com o intuito de fixar a matéria presente em toda parte e esta
forma devia estar em consonância com seu tempo e seu ambiente. O
caráter fragmentário, solto, caótico da narrativa miramarina surgiu
também da noção de que o romance devia ser uma. resposta à abrupta
transformação por que passava a civilização ocidental. Apesar de todo
aprendizado, o grande impulso à modernização da redação conhecida
deste romance foi dado graças a sua permanência, durante o ano de 1923,
em Paris. A amizade com Blaise Cendrars facilitou o contato do casal
Tarsiwald (apelido carinhoso de Mário de Andrade para Oswald e Tarsila)
com as manifestações mais atuais da arte francesa. arte francesa. Em Paris
redigiu o texto final do romance, conforme depoimento de Tarsila a Araci
Amaral.

A novidade da narrativa desconcertou inclusive seus companheiros de luta


modernista, até mesmo os mais combatentes. Carlos Drummond de
Andrade descreveu (carta a Oswald 3 jan. 1925) a repercussão do livro
entre os intelectuais mineiros:..."aqui chegaram as "Memórias" que
derreteram a boa ingenuidade mineira em ohs! e ahs! mais ou menos
copiados do dr. Pilatos E o seu livro permita-me que decalque o- nosso
Mário de Andrade - é uma cilada". Mas o grande poeta mineiro não
escondeu seu entusiasmo:, "(... ) admiráveis é mesmo o único livro de prosa
verdadeiramente moderno que até hoje o Brasil produziu". Os
realizadores da revista Estética - Prudente de Moraes, neto, e Sérgio
Buarque - se queixaram da falta de articulação da narrativa, lamentando a
dificuldade para classificar o livro: "gênero indeterminado", "esquema
ligeiro e pitoresco". Apesar dos elogios, as mesmas ponderações no que diz
respeito ao "erro brasileiro", feitas primeiro por Mário e depois por
Drummond: "Ninguém fala o brasileiro de Miramar. Sua construção de
um raro poder expressivo é personalíssima. De artista. Portanto de
exceção". Mário já havia observado "uma dicção eminentemente artística
e personalíssima"; Drummond lembrou que "a linguagem pau brasil (... )
saiu eminentemente artística e personalíssima"; Emílio Moura fez coro e
sentenciou romancista nervoso "cheio de vida na sua técnica pessoal".
Todavia, foi este poeta mineiro que em A Revista (jul. 1925) fez a resenha
mais severa. Suas impressões sobre o recém lançado romance ainda
estavam sob o impacto das incontáveis leituras que deve ter feito do último
livro de poemas do Mário: "Miramar, como toda a literatura recente do
Oswald de Andrade,- lembremo-lo em tempo, não vai além de uma
tentativa( ... ) Ele podia colocar, naquele prefácio de Machado Penumbra a
sinceridade da Paulicéia Desvairada". Apesar de todas as restrições dos
modernistas, Mário de Andrade foi quem mais se entusiasmou com o
Miramar. Na sua costumeira correspondência com Sérgio Milliet
anunciava: "Memórias Sentimentais publicados. É uma delícia" (Carta de
11.08.1924). Plínio Salgado, outro modernista de primeira hora, mais tarde
ovelha desgarrada, considerou a forma da narrativa -intransigente,
intempestiva, ilógica e contraditória. Fez várias ressalvas à realização do
romance, mesmo assim admitiu ter encontrado neste livro um grande
repertório de orientação e sugestão. E não resta a menor dúvida, o estilo
desta narrativa serviu de modelo para o autor de O estrangeiro. Aliás,
Miramar fez escola, como bem demonstrou na época do lançamento a
resenha de Prudente de Moraes, neto, na Revista do Brasil (30, out. 1926):
"Há trechos e trechos de verdadeiros pastichos do autor de Pau brasil.
Desde a forma fragmentada até os menores cacoetes (... ) a escolha das
imagens, o ritmo da frase (... )". Às críticas a esta manipulação
desordenada da língua nas suas obras modernistas, Oswald de Andrade
respondia: "(…) nossas aparentes impropriedades, nossos possíveis
exageros (de que abertamente nos orgulhamos) são voluntários e tenderia
à fixação e instalação de tesouros populares que vem vibrantemente
enriquecer o estilo e a língua que falamos" (Trecho do comentário de
Oswald sobre a polêmica travada no Correio Paulistano entre o arquiteto
G. Warchavichic e o engenheiro Dácio de Moraes.)

Ao que parece, a história de Serafim é muito semelhante àquela do


Miramar. Oswald de Andrade, depois de escrever o Serafim Ponte Grande
entre 1923 e 1926, foi pacientemente condensando e burilando o texto até
alcançar a versão definitiva. Dez anos antes do seu lançamento, anunciava
em carta ao seu amigo Blaise Cendrars: Mon roman Serafim Ponte
Grande vá être imprimé. Um ano antes, portanto, do lançamento do
Miramar. Teria mesmo Oswald, naquela época, concluído o Serafim?
Mário de Andrade, escrevendo para Tarsila em Paris (dezembro de 1924),
acaba com todas as dúvidas sobre a data de elaboração do Serafim. Mário
perguntava a amiga sobre o Oswald: "Que faz ele? Mostrou-te o Serafim
Ponte Grande? Ficou (o Oswald) meio corcundo comigo porque eu disse
que não gostei". Em vários artigos de jornais c entrevistas Oswald
comentou sobre o livro em preparo: "0 meu espírito banha-se numa
piscina, inunda-se de repouso e de alegria, quando, por exemplo, chego
com um dos personagens prediletos Serafim Ponte Grande, o burocrata
transfigurado - à conclusão urbanista de que "0 Largo da Sé" é o ponto de
junção das ruas Direita e 15 de Novembro". Ao crítico Tristão de Athayde
(carta publicado em O Jornal), observava: "Deixo ao meu compatriota
Serafim Ponte Grande o prazer de lambuzar o cérebro no "tanglefoot" do
Harry e a vangloria de cear com as estreias verticais de Hollywood, na casa
da mulata Florence, onde aliás vou- por causa da lingüiça com melado".
Ambos os textos (a entrevista e a carta) datam de 1925, o que indica que a
esta altura muita gente tinha tomado conhecimento do seu "grande não
livro". Como ocorreu com o romance anterior, Serafim foi li para os
amigos, ainda em 1924, e Mário deu suas impressões a Sergio Milliet
-"Muito fraco. Muitíssimo inferior à Memórias Sentimentais" (Carta de
1924).

Oswald projetava um romance e construía aos poucos, embora como


acostumava acontecer, já tivesse título dedicatória (modificada a medida e
que as relações com as pessoas homenageadas sofriam abalos). Para o
Serafim a Revista do Brasil (30 nov. 1926) informou sobre um longo
prefácio dedicado à sua geração e que de certa for se constituía numa
espécie de profissão de fé modernista, com uma detalha justificativa -
dedicatória a D. Olívia Guedes Penteado, homenagem pelo s apoio e
incentivo à arte moderna Brasil. A revista Terra Roxa e Outras Terras (l7
set. 1925) publicou um fragmento do romance: "Do Meridiano
Greenwich". Comparados os dois te tos, o da revista paulista e o de 1933,
surpreendente o progresso do escritor na conquista de um estilo próprio e
moderno. Essa discrepância entre. os textos evidencia mais uma vez que a
modernidade oswaldiana não brotou de relance foi o resultado de um
longo Processo aprendizado.

É também evidente que este romance foi amadurecido simultaneamente


proposta da antropofagia. Aliás as ligações entre os dois projetos são mui
claras. Embora a Revista de Antropofagia tenha sido uma produção de
grupo de realização posterior, salta à vista marca oswaldiana na
experimentar da linguagem, apresentando a mesma quebra dos padrões
estéticos praticados primeiramente em Miramar e depois e Serafim. Os
parentescos entre a ficção oswaldiana e a revista são incontáveis. O
emprego da colagem e da paródia nesses dois romances e na citada revista
o mesmo aspecto zombeteiro e derrisivo; o dicionário de nomes que
compõe capítulo do livro "No elemento sedativo" e a seção Brasiliana (da
primei fase da revista) são montados dentro mesmo espírito de colecionar
tolices asneiras que espalhavam de certa forma facetas do ideário nacional
(aliás a revista Terra Roxa e outras Terras manteve também uma seção
com o objetivo reunir as "Manifestações espontâneas de Pau Brasil"); um
desfile de alusões dessacralizadoras a fatos literários e autores consagrados
tanto no livro c mo na revista; glosa do fluxo normal narrativa no
Miramar e no Serafim, como da linguagem usual da revista.

No espaço de tempo que vai 1923 até a data da publicação (l933), Serafim
ganhou diferentes montagens. Estes intervalos demorados entre a primeira
versão da obra e sua data publicação são sintomáticos de uma metodologia
cuidadosa e de um exaustivo trabalho de artesão. Anunciam, an de mais
nada, a paciente e laboriosa tentativa do romancista em aperfeiçoar o seu
estilo, transformando-o no retrato das suas idéias estéticas do momento
das suas observações a respeito do desenvolvimento da narrativa moderna.
espantosa a consciência oswaldiana torno da importância e do alcance seu
trabalho. Sabia que estava subvertendo os padrões da ficção tradicional ou
pelo menos que estava fazendo ai de novo em relação ao que havia gênero.
INTRODUÇÃO

Mesmo para pesquisadores sofisticadamente especializados as várias facetas


da figura de Oswald permanecem obscuras. As fissuras realizadas pela sua obra
no quadro acadêmico da vida cultural brasileira são vistas, geralmente, como
lances imprevistos e momentâneos de uma intuição privilegiada. Daí a
necessidade de se chamar atenção, por exemplo, para a lista das obras
fundamentais do pensamento e da literatura ocidentais lidas e anotadas pelo
escritor; para as suas pacientes e renovadas tentativas de reescrever seus
livros. Muita lenda e anedota têm corrido sobre a figura humana e a
personalidade literária do escritor Oswald de Andrade. Ora rasgados elogios às
suas descobertas geniais, reconhecidas como fruto da intuição e imaginação
fabulosas, ora críticas ao gosto pela improvisação e pela surpresa. Este trabalho
escolar não almeja um panorama frio sobre a vida de mais um escritor
modernista. Antes pretende divulgar ângulos e facetas desconhecidas ou pouco
exploradas deste escritor ao longo da história do Modernismo: o criador atento a
melhor estruturação do seu texto; o homem de negócios planejando lucros e
administrando à sua maneira seus bens; o pai carinhoso; o político engajado no
partido que lhe pareceu no momento atender aos anseios de reestruturação
social, etc.
VIDA

Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Aí do lado
Que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm

(Primeiro caderno do aluno de poesia)

Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald de Sousa


Andrade, filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta
Inglês de Sousa Andrade.

Inicia seus estudos, em 1900, na Escola Modelo Caetano de Campos, ainda


marcado pelo fato de haver presenciado a mudança do século.

Em 1901, vai para o Ginásio Nossa Senhora do Carmo. Tem como colega Pedro
Rodrigues de Almeida, o “João de Barros” do”Perfeito Cozinheiro das Almas
desse mundo...”.

Em 1903, transfere-se para o Colégio São Bento. Lá tem como colega o futuro
poeta modernista Guilherme de Almeida.

Em 1905, com o São Paulo em ebulição — surge o bonde elétrico, o rádio, a


propaganda, o cinema — participa da roda literária de Indalécio Aguiar da qual
faz parte o poeta Ricardo Gonçalves.

Em 1908, conclui os estudos no Colégio São Bento com o diploma de Bacharel


em Humanidades.

De família abastada, Oswald, em 1909 inicia sua vida no jornalismo como


redator e crítico teatral do “Diário Popular”, assinando a coluna "Teatro e
Salões". Ingressa na Faculdade de Direito.

Em 1910, monta um atelier com o pintor Oswaldo Pinheiro, no Vale do


Anhangabaú. Conhece o Rio de Janeiro, e fica hospedado na residência de seu
tio, o escritor Inglês de Souza. Passa o primeiro Natal longe da família em
Santos, numa hospedaria de carroceiros das docas

No ano seguinte, com a ajuda financeira de sua mãe, funda “O Pirralho”, cujo
primeiro número é lançado em 12 de agosto, tendo como colaboradores
Amadeu Amaral, Voltolino, Alexandre Marcondes, Cornélio Pires e outros.
Conhece o poeta Emílio de Meneses, de quem se torna amigo. Lança a
campanha civilista em torno de Ruy Barbosa. Passa uma temporada em
Baependi, Minas, nas terras da família de seu avô.

Em 1912, viaja à Europa. Visita vários países: Itália, Alemanha, Bélgica,


Inglaterra, França, Espanha. Conhece durante a viagem a jovem dançarina
Carmen Lydia, (Helena Carmen Hosbale) que Oswald batiza em Milão. Morre
em São Paulo sua mãe, no dia 6 de setembro. Retorna ao Brasil, trazendo a
estudante francesa Kamiá (Henriette Denise Boufflers). Reassume sua atividade
de redator de “O Pirralho”, onde publica crônicas em português macarrônico com
o pseudônimo de Annibale Scipione.

No ano seguinte, participa das reuniões da Vila Kirial e conhece o artista plástico
Lasar Segall. Escreve “A recusa”, drama em três atos.

Nasce o seu filho, José Oswald Antônio de Andrade (Nonê), com Kamiá, em
1914. Torna-se Bacharel em Ciências e Letras pelo Colégio São. Bento, onde foi
aluno do abade Sentroul. Cursa Filosofia no Mosteiro de São Bento.

Em 1915, participa do almoço em homenagem a Olavo Bilac, promovido pelos


estudantes da Faculdade de Direito. Torna-se membro da Sociedade Brasileira
dos Homens de Letras, fundada em São Paulo por Bilac. Chega ao Brasil a
dançarina Carmen Lydia, com quem mantém um barulhento namoro. Faz
viagens constantes de trem ao Rio a negócio ou para acompanhar Carmen
Lydia.

No ano seguinte, publica em “A Cigarra” o primeiro capítulo — e, depois, lança,


com Guilherme de Almeida, as peças teatrais “Theatre Brésilien — Mon Coeur
Balance” e “Leur Âme”, pela Typographie Asbahr. Faz a leitura das peças em
vários salões literários de São Paulo, na Sociedade Brasileira de Homens de
Letras, no Rio de Janeiro e na redação “A Cigarra”. Publica trechos de
“Memórias Sentimentais de João Miramar” na “A Cigarra” e na “A Vida
Moderna”. Sofre de artritismo. A atriz Suzanne Després recita no Municipal
trechos de “Leur Âme”. Passa a colaborar regularmente em “A Vida Moderna”,
que publica em 24 de maio, cenas de “Leur Âme”. Volta a estudar Direito, cujo
curso havia interrompido em 1912. Recebe o convite de Valente de Andrade
para fazer parte do “Jornal do Comércio”, edição de São Paulo e em 1º de
novembro começa seu trabalho como redator. Redator social de “O Jornal”.
Passa temporada com a família em Lambari (MG). Veraneia em São Vicente
(SP). Vai regularmente a Santos, em companhia de Carmen Lydia. Continua a
viajar intermitentemente ao Rio. Naquela cidade freqüenta a roda literária de
Emílio de Meneses, João do Rio, Alberto de Oliveira, Eloi Pontes, Olegário
Mariano, Luis Edmundo, Olavo Bilac, Oscar Lopes e outros. Passa temporada
em Aparecida do Norte. Está escrevendo o drama “O Filho do Sonho”.
Em 1917, conhece Mário de Andrade. Defende a pintora Anita Malfatti das
críticas violentas feitas por Monteiro Lobato ("A exposição de Anita Malfatti", no
“Jornal do Comércio”, São Paulo, 11/01/1918). Participa do primeiro grupo
modernista com Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e Di
Cavalcanti. De 1917 a 1922 escreve regularmente no “Jornal do Comércio”.

Trabalha em “A Gazeta”, em 1918. Começa a compor “O perfeito cozinheiro das


almas desse mundo...”, diário coletivo escrito em colaboração com Maria de
Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone), Guilherme de Almeida,
Monteiro Lobato, Leo Vaz, Pedro Rodrigues de Almeida, Inácio Pereira da
Costa, Edmundo Amaral e outros. Fecha a revista “O Pirralho”.

Em 1919 é o orador do “Centro Acadêmico XI de Agosto” da Faculdade de


Direito. Pronuncia a palestra "Árvore da Liberdade". Bacharel em Direito, é
escolhido orador da turma. Morre seu pai, em fevereiro. Casa-se, “in extremis”,
com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone). Publica no
jornal dos estudantes da Faculdade de Direito, “XI de Agosto”, três capítulos de
“Memórias Sentimentais de João Miramar”.

No ano seguinte edita “Papel e Tinta”, assinando com Menotti del Picchia o
editorial e escrevendo regularmente para o periódico. Descobre o escultor
Brecheret. Escreve em “A Raposa” artigo elogiando Brecheret com texto
ilustrado com fotos de trabalhos do artista.

1921 – Em julho, publica artigo sobre o poeta Alphonsus de Guimarães,


ressaltando a forma de expressão, no seu entender, precursora da linguagem
modernista. (“Jornal do Comércio” (SP), 07/1921). Faz a saudação a Menotti del
Picchia no banquete oferecido para políticos e poetas no Trianon. Revela Mário
de Andrade poeta, em polêmico artigo "O meu poeta futurista". Principia a
colaboração do “Correio Paulistano” até 1924. Participa da caravana de jovens
escritores paulistas ao Rio de Janeiro, a fim de fazer propaganda do
Modernismo. Torna-se o líder dessa campanha preparatória para a Semana de
Arte Moderna. Toma aula de boxe com o antigo pugilista suíço Delaunay.

Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São


Paulo. Faz conferência, em 18 de setembro, comemorativa ao centenário da
Bandeira Nacional. É um dos participantes do grupo da revista “Klaxon”, onde
colabora. Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila
do Amaral e Menotti del Picchia. É escolhido como orador do banquete oferecido
em homenagem ao escritor português Antonio Ferro, por ocasião de sua visita
ao Brasil, no Automóvel Clube do Brasil (São Paulo). Publica “Os Condenados”,
com capa de Anita Malfatti, primeiro romance de “A trilogia do exílio”. Viaja a
negócios ao Rio. Em dezembro embarca para a Europa. Começa sua amizade
com Tarsila.
No ano seguinte, ganha na justiça a custódia do seu filho Nonê. Faz viagem a
Portugal e Espanha, com passagem pelo Senegal, acompanhado de Tarsila.
Matricula seu filho no Licée Jaccard em Lausanne, Suiça. Reside em Paris até
agosto, no atelier de Tarsila. No dia 23 abril, participa do almoço oferecido pelo
embaixador na França a intelectuais franceses. Em 11 de maio pronuncia a
Conferência “L'effort intellectuel du Brésil contemporain”, na Universidade de
Sorbonne. No dia 28 de maio, conhece o poeta Blaise Cendrars. Em agosto,
goza as férias de verão com Tarsila na Itália, em Veneza. Assiste entusiasmado
o bailado negro de Blaise Cendrars, com música de Darius Milhaud e cenários
de Fernand Léger, apresentado pelo Ballets Suédois, no Teatro dos Champs-
Elyseés. Visita a exposição de Arte Negra, no Museu de Artes Decorativas.
Reescreve “João Miramar”. Em julho, faz conferência em Lisboa. Em Paris, de
volta ao Brasil, é homenageado com um banquete pela Sociedade Amis des
Lettres Françaises, sendo saudado pela presidente do grupo Mme.Rachilde.
Retorna ao Brasil no final do ano.

Em 1924, no dia 18 de março publica no “Correio da Manhã” o “Manifesto da


Poesia Pau Brasil”. Toma parte na excursão ao carnaval do Rio de Janeiro e à
Minas com outros intelectuais brasileiros e do poeta Blaise Cendrars, chamada
de “Caravana Modernista”. Em Minas Gerais, recebidos por Aníbal Machado,
Pedro Nava e Carlos Drummond de Andrade, excursionam pelas cidades
históricas. No “Correio Paulistano”, publica o artigo “Blaise Cendrars — Um
mestre da sensibilidade contemporânea". Participa do V Ciclo de Conferência da
Vila Kyrial falando sobre "os ambientes intelectuais da França". Publica
“Memórias Sentimentais de João Miramar”, com capa de Tarsila. Faz uma leitura
do “Serafim Ponte Grande”, em casa de Paulo Prado para uma platéia de
amigos modernistas. Viaja à Europa. Em 20 de novembro faz viagem à Espanha
(Medina e Salamanca), de passagem para Suíça. Monta com Tarsila um novo
apartamento em Paris, conservando este endereço até 1929. Passa o Natal com
Tarsila na casa de campo do poeta Blaise Cendrars em Tremblay-sur-Mauldre.

Visita seu filho na Suíça, em março de 1925. Em fevereiro e março faz curso de
inglês na Berlitz School, em Paris. Assiste ao festival Satie, em Paris. Em maio,
viaja ao Brasil. Participa do jantar na Vila Fortunata (casa de René Thiollier) em
homenagem a D.Olivia Guedes Penteado. Volta à Europa, passando em Lisboa.
Em julho vai a Deauville para alguns dias de férias. Publica em Paris pela editora
Au Sans Pareil o livro de poemas “Pau Brasil”. Em agosto retorna ao Brasil.
Candidata-se à Academia Brasileira de Letras. Oficializa o noivado com Tarsila
do Amaral. Faz nova viagem à Europa. Com Tarsila, passa novamente o final do
ano em Le Tremblay-sur- Mauldre, residência de campo de Cendrars.

Em janeiro e fevereiro do ano seguinte viaja ao Oriente, em companhia de


Tarsila, de seu filho, de Dulce (filha de Tarsila), do escritor Cláudio de Souza, do
governador de São Paulo Altino Arantes. Visita cidades da Grécia, Turquia,
Israel e Egito. Em 05 de maio é recebido com outros brasileiros em audiência
pelo papa, a fim de tentarem a anulação do casamento de Tarsila. Permanece
em Paris, com Tarsila, ajudando-a nos preparativos para a exposição na Galérie
Percier. Chega ao Brasil em 16 de agosto. Casa-se com Tarsila do Amaral, em
30 de outubro, em cerimônia paraninfada pelo Presidente Washington Luis.
Publica na “Revista do Brasil” o prefácio de “Serafim Ponte Grande”,primeira
versão, "Objeto e fim da presente obra". Divulga em “Terra Roxa e Outras
Terras” a "Carta Oceânica", prefácio ao livro “Pathé Baby” de Antônio de
Alcântara Machado e um trecho do “Serafim Ponte Grande”. Viaja a Cataguazes
(MG), mantém contato com o Grupo da Verde.

Publica, em 1927, “A Estrela de Absinto”, segundo romance de “A trilogia do


exílio”, pela Editora Helios com capa de Brecheret. Publica “Primeiro Caderno de
Poesia do Aluno Oswald de Andrade”, ilustrado pelo autor, com capa de Tarsila.
Começa no “Jornal do Comércio” a coluna "Feira das Quintas". Participa do
jantar literário em homenagem a Paulo Prado, em abril na Vila Fortunata.
Permanece uma temporada, de junho até agosto, em Paris para a exposição de
Tarsila, voltando ao Brasil faz escala na Bahia. Abre escritório comercial na
Praça do Patriarca. 20. Disputa o prêmio romance, patrocinado pela Academia
Brasileira de Letras, com “A Estrela de Absinto”, que obteve menção honrosa.
Publica trechos de “Serafim Ponte Grande” na revista “Verde”.

Em 1928, lê o “Manifesto Antropófago” para amigos na casa de Mário de


Andrade. Publica o “Manifesto Antropófago” na “Revista de Antropofagia”, que
ajuda a fundar, com os amigos Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado.
Viaja à Bahia. Viaja à Europa, regressando no mesmo ano, com passagem por
Lisboa. Fica em Paris nos meses de junho e julho para a 3ª exposição de
Tarsila.

No ano seguinte, volta ao Rio para a exposição de Tarsila, com Anita Malfatti,
Waldemar Belisário, Patricia Galvão. Está em Paris em julho. Entra em contato
com Benjamin Péret que mora no Brasil até 1931. Hospeda na sua fazenda —
Santa Tereza do Alto — o filósofo alemão Hermann Keyserling e a dançarina
Josephine Baker. É expulso do Congresso de Lavradores, realizado no Cinema
República (SP) por propor um acordo com o trabalhador do campo. Separa-se
de Tarsila do Amaral. Rompe com Mário de Andrade e Paulo Prado. Viaja à
Bahia com Pagú.

No dia 1º de abril de 1930 casa-se com Patricia Galvão (Pagu) numa cerimônia
pouco convencional. O acontecimento foi simbólico, realizado no Cemitério da
Consolação, em São Paulo. Mais tarde, se retrataram na igreja. Escreve "A casa
e a língua", em defesa da arquitetura de Warchavchik. Nasce seu filho Rudá
Poronominare Galvão de Andrade com a escritora Patrícia Galvão (Pagú). É
preso pela polícia do Rio de Janeiro, por ameaçar o antigo amigo, poeta
Olegário Mariano.

Em 1931, escreve “O mundo político”.Tem um encontro com Luis Carlos Prestes


em Montevidéu, que muda o rumo político do escritor Oswald. Começa a
escrever ensaios políticos, geralmente sobre a situação e os problemas do
operário. Funda com Queiroz Lima e Pagú “O Homem do Povo”. Publica o
“Manifesto Ordem e Progresso”. Engaja-se no Partido Comunista.

No ano seguinte, redige o prefácio definitivo de “Serafim Ponte Grande”.

Em 1933, pronuncia conferência — “O Vosso Sindicato” — no sindicato dos


padeiros de São Paulo. Publica “Serafim Ponte Grande”. Patrocina a publicação
de “Parque Industrial”, romance de Pagú.

No ano seguinte, deixa Pagú e une-se à pianista Pilar Ferrer. Publica “A Escada
Vermelha”, terceiro romance de “A trilogia do exílio”, e “O Homem e o Cavalo”,
com capa de seu filho, Oswald de Andrade Filho. Lê cenas da peça “O Homem e
o Cavalo” no Teatro de Experiência de Flávio de Carvalho. Programada a
apresentação dessa peça, o teatro, é interditado pela polícia. No dia 24 de
dezembro, assina contrato ante-nupcial em regime de separação de bens com
Julieta Bárbara Guerrini.

Em 1935, compra uma serraria. Com sua mulher Julieta, acompanha C. Levis-
Strauss em excursão até Foz do Iguaçu. Escreve sátira política para “A Platéia”.
Faz parte do movimento artístico cultural “Quarteirão”. Está fichado na polícia
civil do Ministério da Justiça, sob o nº 70, como subversivo.

No ano seguinte, publica na revista “XI de agosto”, "Página de Natal" do Marco


Zero. Conclui o poema “O Santeiro do Mangue”, 1ª versão, dedicado
criticamente a Jorge de Lima e Murilo Mendes. Empenha um cordão de ouro na
casa Leão da Silva Ltda. Em dezembro casa-se com a escritora Julieta Bárbara
Guerrini, tendo como padrinho o jornalista Casper Líbero, o pintor Portinari e
uma irmã da noiva, Clotilde. Passa a residir no Rio de Janeiro, na Av. Atlântica e
em São Paulo na Rua Júlio de Mesquita.

Escreve “O país da sobremesa”, em 1937. É feita uma tentativa de encenação


da peça “O Rei da Vela” pela Companhia de Álvaro Moreyra. Atua na Frente
Negra Brasileira. Escreve na revista “Problemas” (São Paulo). Publica “A Morta”
e “O Rei da Vela”. No Rio de Janeiro, a edição de “Serafim Ponte Grande” é
dada como esgotada.

Em 1938, publica o trecho "A vocação" da série “Marco Zero: IV”, “A presença
do Mar”. Está ligado ao Sindicato de Jornalista de São Paulo, matrícula nº 179.
Redige “Análise de dois tipos de ficção”.

No dia 16 de fevereiro de 1939, Oswald ingressa no Pen Club do Brasil. Em


agosto viaja à Europa, com sua mulher Julieta, para participar do Congresso do
Pen Club, em Estocolmo, que não se realizou por causa da guerra. Retorna pelo
navio cargueiro Angola. Publica no jornal “Meio Dia” as colunas "Banho de Sol" e
"De literatura". É o representante do jornal “Meio Dia” em São Paulo. Escreve
para o “Jornal da Manhã” (SP) uma série de reportagens sobre personalidades
importantes da vida política, econômica e social de São Paulo. Passa uma
temporada em Águas de São Pedro, perto de Piracicaba (SP), em tratamento de
saúde.

Escreve “O lar do operário”. Candidata-se à Academia Brasileira de Letras pela


segunda vez, enviando uma carta aberta aos imortais, em 1940.

Em 1941, monta um escritório de imóveis na rua Marconi, com Nonê, o filho


mais velho.

No ano de 1942, expõe trabalhos de pintura na Sala dos Intelectuais, no VII


Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Publica “Cântico dos
Cânticos para Flauta e Violão”, dedicado à sua futura mulher, Maria Antonieta
d’Alkmin. Lança, em 2ª edição pela Globo, “Os Condenados”, com capa de
Koetz.

Publica “Marco Zero: I A revolução melancólica”, pela José Olympio, capa de


Santa Rosa. Começa a publicar no “Diário de S.Paulo” a coluna "Feira das
Sextas". Casa-se com Maria Antonieta d'Alkmin, em 1943.

Em 1944, pronuncia na Faculdade de Direito a conferência "Fazedores da


América", publicada no “Diário de S.Paulo” em 31/10/1944. Inicia a série
“Telefonema”, publicada no “Correio da Manhã”, até 1954. Viaja a Belo
Horizonte, com uma caravana de intelectuais e faz uma conferência na
Exposição de Arte Moderna, organizada pelo Prefeito Juscelino Kubstichek.

No ano seguinte escreve "O sentido da nacionalidade no Caramuru e no


Uruguai". Publica "A Arcádia e a inconfidência", tese apresentada à cadeira de
literatura brasileira da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade
de São Paulo, na qual o biografado é livre-docente.em Literatura Brasileira.
Nasce sua filha Antonieta Marília. Reúne no volume “Ponta de Lança” artigos
esparsos. Publica "A sátira na poesia brasileira", conferência pronunciada na
Biblioteca Pública Municipal de São Paulo. Participa do Congresso de Escritores
em São Paulo. Publica “Poesias Reunidas - Oswald de Andrade”, editora.
Gazeta e “Marco Zero: II — Chão”, pela José Olympio. Faz a saudação a Pablo
Neruda em visita ao Brasil. Inicia a organização da Ala Progressista Brasileira,
programa de conciliação nacional. Lança um manifesto ao "Povo de São Paulo,
Trabalhadores de São Paulo. Homens livres de São Paulo". Escreve o "Canto do
Pracinha só". Rompe com o Partido Comunista do Brasil e Luis Carlos Prestes,
seu secretário geral. Publica na “Gazeta de Limeira”, conferência pronunciada
em Piracicaba intitulada "A lição da inconfidência".

Em 1946, publica “O Escaravelho de Ouro” (poesia). Assina contrato com o


governo de São Paulo para a realização da obra "O que fizemos em 25 anos",
espécie de levantamento da vida nacional, em todos os setores da atividade
técnica e social à literária e artística. Profere conferência sob o título "Informe
sobre o modernismo". Apresenta o escritor norte-americano Samuel Putnam, em
visita ao Brasil, na Escola de Sociologia e Política (São Paulo). Participa em
Limeira (SP) do Congresso de Escritores.

Candidata-se a delegado regional da Associação Brasileira de Escritores e


perde a eleição. Envia bilhete-aberto ao Presidente da Seção Estadual, escritor
Sérgio Buarque de Holanda, protestando e desligando-se da Associação, em
1947.

Em 1948, pronuncia em Bauru a conferência "O sentido do interior". Nasce seu


filho Paulo Marcos.

Publica na revista Anhembi o texto "O modernismo", em 1949. Profere


conferência no Centro de Debates Casper Líbero: "Civilização e dinheiro", e no
Museu de Arte de São Paulo, “Novas dimensões da poesia". Realiza excursão a
Iguape, com Albert Camus, para assistir às tradicionais festas do Divino. É
encarregado de apresentar e saudar o escritor francês de passagem por São
Paulo para fazer conferências. Escreve a coluna "3 linhas e 4 verdades" na
“Folha de S.Paulo”, até 1950. Profere nova conferência na Faculdade de Direito
em homenagem a Rui Barbosa.

Em 1950, escreve “O antropófago”. É homenageado com um banquete, no


Automóvel Clube, pela passagem do 60º aniversário, saudado por Sérgio Milliet.
Participa de concurso para provimento da Cadeira de Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, ocasião em que
defende a tese "A crise da filosofia messiânica", sem êxito. Candidata-se a
deputado federal pelo PRT, com o seguinte slogan: “Pão – Teto – Roupa –
Saúde – Instrução”. Pronuncia as seguintes conferências: "A arte moderna e a
arte soviética", "Velhos e novos livros atuais". Redige "Um aspecto antropofágico
da cultura brasileira — o homem cordial" para o 1º Congresso Brasileiro de
Filosofia. Apresenta a versão definitiva de “O Santeiro do Mangue”.

Escreve, em 1952, “Introdução à antropofagia”. Profere discurso de saudação


em homenagem a Josué de Castro, representante da ONU, por iniciativa da
Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Escreve o artigo "Dois
emancipados: Júlio Ribeiro e Inglês de Souza".

É membro da Comissão Julgadora do Salão Letras e Artes Carmen Dolores, em


1953. Saudou o escritor José Lins do Rego, pelo prêmio recebido em torno do
romance “Cangaceiros”, patrocinado pelo Salão de Letras e Artes Carmen
Dolores Barbosa. Começa a publicar a série “A Marcha das Utopias” no jornal “O
Estado de S.Paulo”. Tenta em vão vender sua coleção de quadros.

Em 1954, escreve o ensaio “Do órfico e mais cogitações" e "O primitivo e a


antropofagia”. Envia comunicação, por intermédio de Di Cavalcanti, para o
Encontro de Intelectuais, no Rio de Janeiro. Publica o primeiro volume das
“Memórias — Um homem sem profissão”, com capa de seu filho, Oswaldo Jr.,
pela José Olympio. Graças à interferência de Vicente Rao, foi indicado para
ministrar um curso de cultura brasileira em Genebra. Retorna como sócio à
Associação Brasileira de Escritores (A.B.D.E.).

Falece em São Paulo, em 22 de outubro de 1954, na sua residência da rua


Marquês de Caravelas, 214. É sepultado no jazigo da família, no cemitério da
Consolação, em São Paulo (SP).

É homenageado postumamente pelo Congresso Internacional de Escritores, em


1954. Em 1990, no centenário de seu nascimento, a “Oficina Cultural Três Rios”
passa a se chamar “Oficina Cultural Oswald de Andrade; é lançado o filme “Cem
Oswaldinianos”, de Adilson Ruiz.

Antônio Peticov é o autor de "Momento Antropofágico com Oswald de Andrade",


um painel de azulejo, ladrilho, madeira, aço e vinil com 3m x 16,5m instalado na
estação República do Metrô paulista, também em 1990.
OBRAS

Humor:

Revista “O Pirralho” — crônicas em português macarrônico sob o pseudônimo


de Annibale Scipione (1912 — 1917)

Poesia:

Pau-Brasil (1925)

Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927)

Cântico dos cânticos para flauta e violão (1945)

O escaravelho de ouro (1946)

Romance:

A trilogia do exílio: I — Os condenados, II —A estrela de absinto, III — A escada


vermelha (1922-1934)

Memórias sentimentais de João Miramar (1924)

Serafim Ponte Grande (1933)

Marco Zero: I - A revolução melancólica, II — Chão (1943).

Memórias: Um homem sem profissão (1954)

Teatro:

A recusa (1913)

Théâtre Brésilien — Mon coeur balance e Leur Âme (1916) (com Guilherme de
Almeida)

O homem e o cavalo (1934)

A morta (1937);

O rei da vela (1937).


O rei floquinhos (1953)

Manifestos:

Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924)

Manifesto Antropófago (1928)

Manifesto Ordem e Progresso (1931)

Teses, artigos e conferências publicadas:

O meu poeta futurista (1921)

A Arcádia e a Inconfidência (1945)

A sátira na poesia brasileira (1945)

Versões e adaptações:

Filme “O homem do Pau-Brasil”, de Joaquim Pedro de Andrade, baseado na


vida de Oswald de Andrade (1980)

Filme “Oswaldinianas”. Formado por cinco episódios, dirigidos por Julio


Bressane, Lucia Murat, Roberto Moreira, Inácio Zatz, Ricardo Dias e Rogério
Sganzerla (1992)

Publicações póstumas:

A utopia antropofágica – Globo

Ponta de lança – Globo

O rei da vela – Globo

Pau Brasil – Obras completas – Globo

O santeiro do mangue e outros poemas – Globo

Obras completas – Um homem sem profissão – Memórias e confissões sob as


ordens de mamãe – Globo
Telefonema – Globo

Dicionário de bolso – Globo

O perfeito cozinheiro das almas desse mundo – Globo

Os condenados – A trilogia do exílio – Globo

Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade – Globo

Os dentes do dragão – Globo

Mon coeur balance – Le Âme - Globo

Dados obtidos no livro "O Salão e a Selva: uma biografia ilustrada de Oswald de
Andrade", Editora da UNICAMP: Editora Ex Libris - Campinas (SP), 1995, de
Maria Eugenia Boaventura; no sítio Itaucultural e em outros sobre o biografado
CONCLUSÃO

"O que importa para o artista moderno é traduzir nossa época e a sua
personalidade. O resto é literatura" (Rubens Borba de Moraes)

Mesmo depois de decorridos 86 anos de publicado, o romance Memórias


Sentimentais de João Miramar (1924) perturba pela sua modernidade. E modelo
de prosa revolucionária pouco conhecida pelo grande público. Certamente
Oswald de Andrade inaugurou no Brasil a prosa de Vanguarda, ensinando aos
seus contemporâneos como adaptar à narrativa as experiências cubistas, bem-
sucedidas na pintura moderna de Picasso e Braque; prefaciando os novos
lançamentos da época, apoiou as tentativas subsequentes de renovação da
ficção brasileira: apresentou, com a "Carta Oceano" (l926), o Pathé Baby de
Antônio de Alcântara Machado à moderna literatura da época.

Este percurso de modernização da prosa brasileira configurou-se por etapas,


com tenacidade e pesquisa artesanal séria, embora se afirme,
equivocadamente, que a obra de Oswald foi conseqüência apenas da
genialidade de improvisação.

Oswald costumava ler seus trabalhos para os amigos bem antes do lançamento,
ou pelo menos antes da redação final.

A permanência de Oswald na Europa, em 1912, mudou drasticamente a sua


visão de mundo: "Tinha-se aberto um novo front em minha vida

Oswald projetava um romance e construía aos poucos, embora como


acostumava acontecer, já tivesse título dedicatória (modificada a medida e que
as relações com as pessoas homenageadas sofriam abalos

No espaço de tempo que vai 1923 até a data da publicação (l933), Serafim
ganhou diferentes montagens. Estes intervalos demorados entre a primeira
versão da obra e sua data publicação são sintomáticos de uma metodologia
cuidadosa e de um exaustivo trabalho de artesão. Anunciam, an de mais nada, a
paciente e laboriosa tentativa do romancista em aperfeiçoar o seu estilo,
transformando-o no retrato das suas idéias estéticas do momento das suas
observações a respeito do desenvolvimento da narrativa moderna. espantosa a
consciência oswaldiana torno da importância e do alcance seu trabalho. Sabia
que estava subvertendo os padrões da ficção tradicional ou pelo menos que
estava fazendo ai de novo em relação ao que havia gênero.
BIBLIOGRAFIA

http://www.e-biografias.net/biografias/oswald_andrade.php

http://www.releituras.com/oandrade_bio.asp

http://www.unicamp.br/~boaventu/page19.htm

Вам также может понравиться