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Existem diversas classes de ferro fundido cinzento, com diferentes tipos, tamanhos e
quantidades de grafite e diferentes tipos de matriz metálica (variações nos teores de
perlita e cementita). Podem ser submetidos a tratamentos térmicos para endurecimento
localizado, porém, em geral, são utilizados nos estados normalizado ou recozido
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Foi com um deles que a empresa obteve a fusão e depois o aquecimento num forno
elétrico e fundiu o primeiro bloco de motor fabricado no Brasil, em 1958, para a
Mercedes Benz. Anos depois a Mercedes Benz passou a ser o principal cliente da
Sofunge e acabou adquirindo-a posteriormente.
A maioria dos cubilôs em funcionamento no país são simples e de pequeno porte, que
podem ser desligados quando for necessário. Já os cubilôs modernos foram projetados
para funcionar ininterruptamente. O segundo cubilô moderno do Brasil, com capacidade
para produzir de 20 a 22 toneladas por hora, foi inaugurado em 2001, na Luk, cuja
fundição ficava em Mogi Mirim (SP) e sua fábrica de freios em Sorocaba (SP). O terceiro
começou a funcionar em 2005, na Teksid do Brasil, a empresa fundidora controlada pela
Fiat, em Betim (MG).
Os fornos cubilôs convencionais são equipamentos poluidores, e não era diferente com
os que estavam instalados na Sofunge funcionando em sua sede na Vila Anastácio, em
São Paulo. A Cetesb, o órgão de controle ambiental paulista, não demorou para exigir
da empresa uma solução para o problema da poluição. A Mercedes Benz, que naquela
época detinha o controle acionário da Sofunge, decidiu adquirir um cubilô moderno na
Alemanha.
Os cubilôs de última geração estão equipados inclusive para retirar as partículas sólidas
e gasosas e para aproveitar o calor antes da fumaça ser expelida. De um total de 135
fundições funcionando com fornos cubilôs no Brasil, somente três contam com
equipamentos como esse. Nos últimos anos, porém, várias empresas nacionais já
pediram orçamentos para a Küttner ± a empresa que sucedeu a GHW ± e sua
implantação só depende da tomada de decisões.
No total, são cerca de dez projetos em andamento, com capacidades que chegam a 40
ou 50 toneladas por hora. Esses novos projetos resultaram da expectativa criada pelo
recente desempenho da indústria automobilística nacional, cujo aquecimento se refletiu
na demanda de autopeças, tanto para o mercado interno quanto para o externo.
O detalhe a ser considerado é que esses orçamentos foram solicitados antes da atual
crise global, o que permite imaginar que esses novos investimentos devem ser
postergados até que a situação fique mais definida ± isto é, se eles forem realizados.
Na sua essência o forno cubilô é um forno de fusão, cuja função é derreter a carga
metálica utilizando como fonte de calor um combustível sólido, aquela pedra de carvão
mais conhecida como coque. Ele é, portanto, um forno de fusão com combustível sólido.
No entanto, para atender à demanda dos países árabes produtores de petróleo, há
cerca de 20 anos foi inventado um forno cubilô que utiliza gás como combustível.
O coque não é um combustível puro; ele tem uma quantidade de cinzas que, por sua
vez, contêm enxofre, que é prejudicial quando se trata de fazer um produto especial, o
ferro fundido nodular. Nesse caso, é preciso então tirar o enxofre através de um
processo externo de dessulfuração. Como o gás não tem enxofre, os fornos cubilô a gás
se prestam para fazer ferro fundido nodular. Assim, os 35 fornos cubilô
que existem na Europa são usados só para fabricar ferro fundido 100% nodular.
Isso, porém, não quer dizer que o cubilô a gás seja melhor do que o cubilô a coque.
Isso depende do tipo de metal que precisa ser produzido. Para atender a indústria
automobilística, o cubilô a coque continua sendo o favorito porque ele tem condições de
fazer o metal com altas temperaturas.
O forno a gás tem um inconveniente: ao queimar o gás, ele não consegue captar todo
calor gerado pela queima para mantê-lo nas esferas. Uma parte dessas calorias, o
próprio gás queimado leva para a chaminé e se perde com a fumaça, que sai quente.
Essas calorias vão fazer falta dentro do forno, porque o metal não sai tão quente como
nos fornos a coque. Ele sai morno do cubilô e precisa ser aquecido novamente, gerando
um custo adicional. Já com o coque esse problema não existe.
O princípio dos fornos cubilô é o mesmo tanto nos convencionais quanto nos modernos.
O que mudou foi o grau de automatização, que foi responsável pelo significativo
aumento de sua produtividade e, ao mesmo tempo, por uma sensível redução no
impacto ambiental causado por esses equipamentos. Depois deles, novas tecnologias
surgiram, mais modernas e sofisticadas, como os fornos elétricos e por indução, mas
elas não são viáveis para grandes volumes de produção.
Algumas empresas solucionam essa deficiência instalando vários fornos de indução para
executar o mesmo trabalho de um forno cubilô. O problema é que os fornos de indução
são muito caros e, para se obter a mesma produtividade, a diferença entre os
investimentos requeridos pode ser de um zero a mais, isto é, para se obter o mesmo
volume, os fornos por indução podem custar dez vezes mais. Assim, o que conta não é
a quantidade de fornos implantados, mas o volume de metal produzidoY