Вы находитесь на странице: 1из 19

O BOM POLÍTICO

Resumo

O autor identifica o lugar que o político ocupa frente aos cidadãos e ao Estado. Para
isto, utiliza a coisa pública como referência simbólica que não cessa de produzir
diferenças. Há o bom e o mau político. Este discernimento vai depender da relação que
cada um estabelece com a coisa pública. Descrita como o sagrado de uma nação, a
coisa pública não é propriedade de ninguém, pois ela serve a todos e todos servem a ela.
Palavras-chave: bom e mau político, a coisa pública, corrupção. O que
nos leva a sempre criticar os políticos? Temos para com eles uma gritante relação de
insatisfação que faz brotar, em nosso espírito, um sentimento que chega às raias do
escárnio, do desprezo. Os políticos, então, são para nós seres desprezíveis, que
despertam sentimentos regidos pelo ódio e pela desconfiança, quase sempre arrolados
na esteira de um estigma como seres corruptos. Para nós, o lugar que o político ocupa é
aquele de um quadro já pintado, já configurado em seus matizes, por vezes demoníacos,
concluído numa definição que é salpicada de significações que se estruturam como
verdadeiras injúrias. Ou seja, do ponto de vista do cidadão comum, o político é isto, é
aquilo. Portanto, o político já está de antemão sentenciado, condenado perpetuamente
pelo imaginário social, como algo que deve ser mantido à margem. Mas, qual a razão
desta interpretação tão negativa? Eles são mesmo dignos de tamanha maledicência?
Podemos inferir que a imagem distorcida que temos do gestor político não se deve, em
hipótese alguma, à presença deste ou daquele fator ligado à corrupção. A ideia de uma
possível corrupção se alimenta naquilo que já está ali, que vige por baixo, nos
bastidores da relação de desprezo que o cidadão comum mantém com seu governante. O
político como alguém sinônimo de corrupção é então consequência e não causa desta
mácula exuberante. A corrupção é um desvio que existe e passa a consistir, cada vez
mais, em função do intenso distanciamento que o sentimento de desprezo faz brotar
nesta relação. Em todo caso, a questão reside em outra parte, e tem a ver propriamente
com o lugar que uma autoridade política ocupa na vida psíquica de cada um de nós. Daí
eles se tornam os responsáveis por nossos sofrimentos, decepções, infortúnios e
contrariedades que assolam e esmaecem os rumos de nossa vida cotidiana. Imputamos a
eles as razões de nossas impotências e fracassos, além de esperarmos que realizem
tarefas impossíveis. O homem que exerce o lugar de autoridade política realmente
nunca é bem visto. Isto não é recente, não é de agora. Trata-se de algo que remonta a
séculos e não se dirige necessariamente à pessoa que dará corpo à função. As razões
destes sentimentos exacerbados devem-se, em grande parte, ao fato de que vivemos para
com ele uma magistral suposição, uma idealização que se dirige fundamentalmente ao
lugar que ele ocupa na sustentação de uma organização social. Acreditamos que o gestor
político pode responder aos nossos anseios, nossas faltas. Ele ocupa, assim, para cada
um de nós e para os grupos sociais, o lugar daquele que sabe e que deve, portanto, nos
orientar sobre o que fazer para que as coisas caminhem melhor. Por isso mesmo, o lugar
que o homem político ocupa faz nascer uma função que se demarca como verdadeira
suposição de saber. É aquele que tem as respostas, que sabe a direção a se tomar. Mas
não queremos saber de nada disso! A saída imediata será aquela de uma assombrosa
desconfiança que irá nutrir-se de uma paixão hedionda que mescla amor e ódio, a partir
de uma visada persecutória e emotiva: isto dificulta qualquer entendimento sobre o de
que se trata nesta relação, sobre o que está na base do laço social, o governar e ser
governado, sua razão lógica e sua necessidade estrutural. De fato, há um sentimento de
insatisfação que rege toda expectativa em relação ao homem que exerce o poder político
e ao que ele poderia fazer por nós, cuidando cada vez melhor de nossas vidas,
iluminando mais e mais nossos caminhos, não permitindo que algo de mal nos aconteça.
É certo e seguro: desejamos viver uma vida de paz e harmonia, sem nos perturbarmos
com isso ou aquilo, sem que seja necessário que nos responsabilizemos por nada, sem
pagamento algum. Nesse sentido, os políticos serão os responsáveis pelo nosso bem-
estar, pois depositamos neles esperanças exageradas, e nos acomodamos numa
alienação.É realmente isto! Depositamos nos políticos uma contundente esperança,
outorgamos a eles uma responsabilidade desmedida de resolução de nossos problemas,
que se traduz em algo que vem recobrir a fragilidade e a penúria que habita nossos
ideais. Ou seja, trata-se de uma expectativa impensada, fruto de nosso desamparo
radical que nos leva a demandar, do outro, responsabilidades e afazeres capazes de
locupletar a falta que marca a fragilidade do ser humano. Uma espécie de terceirização
daquilo que podemos e devemos realizar como cidadãos na construção de um futuro
menos doloroso. Exigimos, daqueles que nos representam, tudo aquilo que serve para
aplacar os desígnios cruéis que a realidade da vida nos impõe.Os políticos são eleitos
como governantes a partir de nossas escolhas, de nossos votos. Quando dou meu voto a
alguém, eu o nomeio representante de meus direitos de cidadão, legiferados na
constituição de uma determinada sociedade. Com esse gesto, abro mão de uma possível
liberdade que se exerce na vida individual. O que equivale a dizer, de uma subjetividade
vivida como todo-prazer, que não leva em conta os sacrifícios inerentes à construção de
laços sociais. Assim, para se fazer inserir numa ordem social, cada um não cessará de
abrir mão de sua individualidade, de perder alguma coisa de si mesmo, uma cota de
gozo, em benefício de uma vida inserida numa civilização. Quando alguém diz sim,
você tem o meu voto, está ao mesmo tempo barrando uma lei de si mesmo para aceder a
uma lei outra, uma lei que delimita e circunscreve uma convivência com a diferença.
Portanto, quando alguém diz sim, você tem o meu voto para me fazer representar, está
abrindo mão de um estar sozinho para fazer parte de uma comunidade, assentindo às
normas e às leis que necessariamente regem a estrutura social. Desta forma cidadão irá
agir dentro dos parâmetros de leis e normas que são reconhecidas como legais no grupo
social. Qual o lugar que o político ocupa em nossas vidas? O que ele representa na
polis, nas relações dos cidadãos entre si e com a autoridade em exercício? Ele ocupa um
lugar de autoridade que guarda alguma semelhança àquela do pai, aquele ao qual nos
referenciamos no que diz respeito ao futuro de nossos desejos, no qual nos apoiamos e a
quem delegamos as responsabilidades de nossos fracassos e sucessos. O político está ali
colocado para nos dar respostas pontuais na medida em que depositamos em suas mãos
o nosso destino, o futuro que nos aguarda. Por isso é a ele que imputamos a resolução
de nossos momentos de impotência, as razões de nossos fracassos e inseguranças.
De toda maneira, procuramos esquecer que outorgamos a um político o voto
para nos fazer representar frente às importantes decisões que sustentam uma
governabilidade e os lugares de direção das instituições. Muitas vezes, queremos outras
coisas deles, queremos que resolvam aquilo que não anda bem, como uma das maneiras
de nos eximirmos de nossa responsabilidade frente ao insuportável que habita o
processo civilizatório. Infelizmente, é isto!O lugar exercido pela autoridade política é
tinto de atributos que se inscreveriam como desejáveis? Ele está inscrito na ordem
social como algo invejável? Não! Não é um lugar fácil de ser ocupado, regulado e
administrado com dignidade, por isso mesmo não parece ser tão invejado assim! Não há
interesse algum em se exercer esta função que é desgastante demais. Não desejamos
ocupar este lugar, mas queremos todas as possíveis benesses que circulam em torno
dele. Aquele que ocupa tal função está sujeito a muitos erros e tropeços uma vez que
sua posição é uma posição de risco, insustentável e perigosa demais. Há uma margem
de insegurança e de desequilíbrio que se torna constante em seu posicionamento, pois
que existe o não cessar de um chamado para fazer suplência aos clamores do outro o
que, em todo caso, faz brotar uma profunda margem de vulnerabilidade. Por quê?
O político é um ser humano como outro qualquer. Eis aí um grande problema, senão o
entrave maior. Há o homem, há as mulheres que desejam ocupar este lugar. É
necessário que alguém o ocupe, faz falta, na medida em que o exercício da função
política promove um gesto de corte que mantém viva uma diferença sustentável entre os
sujeitos no grupo social. O poder, implícito ao exercício da autoridade política,
quando não é bem administrado, torna-se algo muito perigoso. Ele pode ofuscar a
consciência política que tem por função demarcar o lugar ao qual o poder se submete.
Caso contrário, ele pode ser utilizado de uma maneira desviante, a serviço da vida
privada de seu gestor. O político pode se deixar, erroneamente, seduzir pelas benesses e
pelas ilusões que brotam deste lugar. Por alguma razão, sempre inerente à historicidade
da vida particular de tal autoridade, ele pode se embaralhar a esta função e passar a se
acreditar, aí, proprietário da mesma, sem conseguir manter nenhum distanciamento
simbólico, tão necessário ao bom exercício da gestão política. Este fato não é raro de
acontecer; ele irá embaçar a razão de discernimento da autoridade política que é
investida do poder. Inevitavelmente, ele vai se confundir com o lugar que lhe será dado
a ocupar, e que não é outro senão aquele que permite o remanejamento disciplinar que
deve existir entre o que é da ordem do privado e da ordem do público. O que é do
privado e o que é do público, eis o grande desafio. A convivência exemplar destes dois
lugares, do privado e do público, não é qualquer coisa! Exige do homem político uma
verdadeira arte, uma mestria. Dois lugares distintos pedindo por uma disciplina, que não
é nem moral nem ética, mas, sim, estrutural, no exercício de ordens distintas,
particulares. É de um discernimento que se trata, nada mais que isto. O exercício
de uma função política, digna deste nome, exige o constante balizamento do privado e
do público. Como articular estes dois lugares num agir positivo? É o saudável, por
excelência! Isto porque o privado não cessa de se deixar assanhar pela sedução da
tessitura pública. Não existe uma ordem paradigmática, uma medida comum capaz de
esclarecer o possível andamento das coisas a serem administradas politicamente. Não
existe um delineamento que possa ser dado antecipadamente. Há, sim, o bom e o mau
político. O que é o bom político? É aquele que não cessa de aprender com a coisa
pública, que deve estar aberto, com humildade, para se deixar ensinar com e a partir
dela. Não deve identificar-se com o poder que o lugar lhe outorga. O poder é algo
fascinante, vicia, toma conta do sujeito que a ele se identifica. O poder transforma o
sujeito num objeto destituído, degradado. É a pior de todas as drogas, pois pode se
tornar um vício autorizado pela ordem institucional. Um perigo!O privado e o público
de um bom político correm sob o fio da navalha que a coisa pública lhe impõe. A coisa
pública está ali para que ele se submeta à sua lei: o bom político é um eterno
funcionário do povo, do cidadão comum. O assentimento à coisa pública desperta esta
lembrança: eu não sou sua nem de ninguém, pois sou de todos! Trata-se, de todo modo,
do delineamento de um sentido de lei que se inscreverá como o coeficiente de uma
constante construção daquilo que poderíamos nomear de persistência simbólica. É um
agir pautado no movimento disciplinar da prática do discernimento justo e pontual no
tocante à sua tarefa política. Um gesto que restará como memorável e que provoca um
não esquecimento, algo a ser feito a serviço da coisa pública. Isto irá permitir ao
homem político lidar com a coisa pública a partir de um distanciamento necessário para
que a coisa funcione. O discurso político realmente quer isto: que a coisa funcione e que
ande. Este discurso é o filho legítimo do discurso do senhor, do mestre. Entre o homem
que exerce autoridade política e os cidadãos há este lugar terceiro que dá as coordenadas
simbólicas que conduzem a ação política a seu bom termo. Esta relação deve ser bem
pensada o suficiente, porque é ela que fundamenta o exercício de uma função que torna
possível fazer brotar o imperativo de legitimidade do poder. Ou seja, um poder que não
sufoque e macule o lugar de autoridade. A política não está na origem da natureza
humana. O homem, em sua estrutura de sujeito falante, em sua razão de desejo, é avesso
ao laço social que fundamenta uma sociedade política, porque esta pressupõe que cada
um perca algo de si, algum pedaço fundamental da sua individualidade. Mas ela é
essencial à instituição das sociedades. A política, portanto, é necessária. Ela não pode
faltar, pois dá suporte ao incurável do ser humano, que sofre de uma discórdia
estrutural, que se traduz numa insatisfação fundamental consigo mesmo e com seus
semelhantes. A política virá como uma suplência no sentido de administrar essa
discordância originária. Sua presença impede que a vida seja um verdadeiro caos e que
cada um se isole no seu canto, encurralado, vigiando seus bens, num estado de constante
alerta para que ninguém se apodere do que é seu. Ela é uma eterna tentativa de dar
esperanças ao homem frente sua própria podridão humana. Muito cedo o ser humano se
divorciou radicalmente do princípio judaico-cristão que preconiza que cada um deve
amar o próximo como a si mesmo. O homem tem uma relação por demais narcisista
consigo mesmo e com a propriedade de seus bens. O meu bem é só meu, e de mais
ninguém! Trata-se de uma verdadeira paixão que vem em suplência à miséria que habita
o ser humano. Vivemos, na política, o jogo de uma ilusão-desilusão frente às
promessas e esperanças que estão dentro de cada um de nós e que serão verbalizadas
pela boca do homem político. É o que permite a Freud afirmar que governar é
impossível, ou seja, não existe possibilidade lógica de qualquer grupo ou país viver em
harmonia social. O máximo que se consegue são respostas amenas, pequenas, parciais.
Sempre teremos crises, distúrbios. Mesmo que queiramos disciplinar ao máximo as
instituições, há sempre um ponto intersticial que escapa, que foge ao controle. Há algo
nas estruturas sociais que é indisciplinável e incurável. Por isso mesmo é necessário
caminhar na direção de uma vida que não seja de todo ruim e que requer uma
convocatória dos cidadãos no sentido de um trabalho conjunto de insistência. O governo
somos todos nós, ele deve transcender ao gestor político. Em todo caso, o bom
político é aquele que sabe das limitações estruturais no ato de governar. Ele insiste no
processo de conscientização com o objetivo de passar ao público a necessidade de
dividir responsabilidades mantendo, ao mesmo tempo, uma pequena dose de esperança.
O gesto que emana de seu discurso abre, na sociedade à qual ele dispõe sua autoridade,
um movimento de seres que querem, que vão à luta. O bom político deve insistir para
que os sujeitos desejem. Não cessem de desejar, nada mais que isto! O bom político
tem por objetivo criar condições de convivência em sociedade, colocando em
funcionamento os procedimentos modernos de uma regulação socioeconômica a partir
de estruturas institucionais pautadas pelo Estado, pelas leis em questão. Ele tem a
aptidão de fundar, no social, uma legitimidade do poder a ser administrado, uma vez
que depende de um contraponto com a vontade e diversidade dos cidadãos. Mas com
isto ele deve, aí, fundar lugares de desejos. Os sujeitos devem insistir no desejo, por
exemplo, de buscar saber. Uma cidadania se alicerça no conceito pleno de liberdade
como uma disposição a participar da sociedade política no sentido amplo. O político
será este agente que estimula os desejos mediante uma educação política.
O político erra quando se identifica com aquilo que lhe pedem, caindo numa posição de
se fazer amado. Não há nada pior que um político que quer ser amado; porque ele toma
sobre si todas as responsabilidades, provocando nos eleitores, inevitavelmente, uma
verdadeira decepção. Por certo ele irá abolir o respeito que deve estar presente na
relação com os sujeitos que o elegeram. Quando promete o que sabe que não irá
cumprir, ele se situa numa posição perversa. Ao contrário, o bom político governa
sem alimentar muitas esperanças. Ou seja, ele não se confunde com o poder que lhe é
conferido pelo voto, ele insiste na preservação sistemática do lugar de autoridade que
ocupa junto da sociedade. Ele cria, com a política, a arte de suportar a convivência a
partir desta ou daquela diferença, em um tempo e num determinado lugar. Ele exerce a
difícil e sacrificial tarefa de fazer valer o consenso como o que autoriza a regulação
social, ao que é comum ao homem e às mulheres. O gesto político de governar faz valer
uma diferença no social, independentemente do sexo, da cor e das diferenças
ideológicas. O que deseja o discurso político? O discurso político faz a coisa caminhar,
faz a coisa andar com passos direcionados rumo à cidadania. Pelo menos é o que se
espera de seu encaminhamento. Aqui reside uma verdadeira arte da política que faz de
alguém um bom político, na medida em que exerce o bom senso de não desrespeitar a
essência mesma do ser que habita o sujeito do desejo. Ele não pode, e não deve,
tamponar as iniciativas que estão dentro de cada um de nós, isso que nos corrói e nos
impulsiona no sentido de ir à luta pelas conquistas que são possíveis de se alcançar. Ele
cria as condições a partir das quais cada um poderá fundar um novo caminho, alçando
seu próprio vôo. Todos somos seres desejantes, potencializados ou não. O veio
paternalista, tão presente em alguns governos, são elementos predatórios, mortificantes,
que fortalecem o lugar da injúria numa sociedade. É como se eu dissesse: estou lhe
dando isto porque você é fraco, é impotente, é burro. Estou lhe dando o que você jamais
irá conquistar por si mesmo, a partir das oportunidades que estão aí. Isso engendra uma
dívida que leva o político a prometer além, muito além do que pode cumprir. Entretanto,
uma autoridade política deve oferecer somente o necessário, o essencial no âmbito de
uma tessitura pública rumo à cidadania. E embora o discurso político não faça ato, sua
ação subliminar está na capacidade de criar e sustentar, no social, as condições
simbólicas necessárias ao acolhimento de novos sujeitos no campo do desejo.Os
políticos e todos aqueles que ocupam lugar de autoridade pública estão, pois, sujeitos a
uma identificação com os seus cargos de poder, fusionando, deste modo, o privado com
o público. Trata-se de uma degradação dos verdadeiros valores que sustentam a
dignidade da gestão pública, que faz proliferar uma lei desviante, que não cessará de
parir as mazelas da corrupção, que lesam os laços sociais que demarcam a incidência do
discurso político.

O bom exercício da lei pode bem dizer o caráter simbólico da coisa pública. O caráter
privado da vida sintomática - a história de uma vida desencontrada de um gestor
político -, pode produzir efeitos catastróficos no marco simbólico que dignifica sua
posição de vida pública. É necessário que haja um distanciamento do privado e do
público, pois são coisas distintas que devem ser bem dosadas. Uma não deve se deixar
tomar pela outra. Há aí uma justa medida, um grau suportável que deve ser da ordem da
justeza. Hoje, mais do que nunca, com o advento das invasões bárbaras da tecnologia
agressiva e magistral, temos um encurtamento da distância entre o privado e o público.
Como encontrar seu bom termo? A coisa pública é, por assim dizer, o sagrado de
uma nação, porque representa, em ato, o exercício pleno do discurso político numa
tentativa de preservar os laços sociais que demarcam as diferenças no singular: a lei é
sua verdadeira guardiã, o que sustenta a autoridade do político. Por isso mesmo
podemos afirmar que a coisa pública não pertence a mim, não pertence a você, muito
menos a ele. Ela é pública, ocupa um lugar sempre outro, terceiro. Pública que dizer: de
todos e de nenhum. Ela serve e é servida, está a serviço da legitimidade de uma
cidadania. Ela é uma coisa que está entre: entre o cidadão e a nação à qual ele pertence,
entre você e eu! A coisa pública não poderá ser reduzida ou transformada em algo
privado sem passar pela autoria de uma nova lei. Quando a lei é respeitada e exercida
com retidão, ela mesma se nutre e se investe de uma virulência capaz de reger
eticamente o estatuto dessas autoridades simbólicas que fundam uma sociedade.

Podemos afirmar que a coisa pública é causa política em si mesma. Tudo se articula e
gira em torno dela, pois que sustenta um agir segundo certos limites. A coisa pública é a
verdadeira escola do exercício político dotado de uma soberania exemplar. Ela baliza o
encaminhamento do gesto político em sua efetiva virilidade de fazer surgir o limiar de
uma cidadania. Eis aí um fato que por si só faz valer o empuxo ao voto, ou seja, faz
brotar uma voz que clama pela cidadania. Mas o gestor político é humano, ele também
porta as mesmas qualidades e os mesmos defeitos do homem comum. Em alguns casos,
ele está sujeito a cometer erros, e pode ficar cego e escorregar no brilho do poder. Ao
ocupar o lugar de autoridade na tomada de decisões, ele não cessa de ser assediado por
este ou aquele agente – seja indivíduo ou grupo econômico -, destoante do bem comum,
que se distancia em muito daquilo que estaria inscrito numa gestão social. Ele pode,
contudo, ser firme, irredutível às tentações. Ou não: ele pode ser alguém maleável,
frágil, mal intencionado, e acaba por se fazer assediar.

A presença da corrupção na vida pública é algo inevitável. Este fato é observável, é


detectável, e está na ordem do dia. Por isso mesmo, torna-se necessário um constante
debate sobre este tema, é algo que se impõe, que retifica o discurso político em sua
ação. Há um pudor em relação a este tema. A palavra corrupção deriva do latim
“corruptus que, numa primeira acepção, significa quebrado em pedaços e numa
segunda acepção, apodrecido, pútrido. O verbo corromper significa tornar pútrido,
podre” os acordos regidos pela lei, estabelecidos como legais numa sociedade.
Corromper não quer dizer somente obter benefícios de ordem material. Pode, também,
estar intimamente atrelado a uma ultrapassagem dos limites, a uma invasão de
domicilio, no sentido de não se respeitar uma delimitação dos poderes que regem uma
nação: o legislativo, o judiciário e o executivo como uma estrutura articulada a partir de
propriedades singulares. A imprensa, hoje, ocupa lugar de lei, de crivo, o lugar de
uma pontuação eletiva em relação aos distúrbios que se interpõem na boa arte de
governar. Isto deve ser bem analisado, pois não é uma função tão simples, uma vez que
não existe uma separação dicotômica, uma demarcação clara e nítida, e, portanto,
excludente: corrupto e não corrupto. Mesmo o bom político sofre com estas questões, na
medida em que há, sim, uma névoa de corrupção que habita no seu entorno, caucionada
pelas vicissitudes de uma cultura. Mas ele sabe de seus limites, ele jamais será um
invasor.

Todos nós, seres humanos, carregamos no mais íntimo de nosso ser, nos mais bem
intencionados redutos de nossa alma, uma disposição à corrupção. O ser humano é, por
sua própria natureza, corrupto, corruptível, seja lá o que for. É alguma coisa estrutural
no humano, que se atualiza nas relações que se estabelecem no social de um com o
outro. Corromper e ser corrompido! Este fato encontra suas razões nos sentimentos mais
rudimentares do sujeito, avalizados por um desamparo radical, que se sustenta numa
necessidade do se fazer amar, no desejo de submissão, de se fazer submeter. De todo
modo, uma autoridade política pode apresentar uma forte tentação no sentido do
exercício de uma prática que venha tornar-se corrosiva e desviante em seus objetivos
originários. Nesse sentido, o político pode se deixar seduzir pelo brilho que permeia as
benesses que o poder lhe outorga. Eis aí o sentido maior do borbulhar de uma artéria
hedionda que culmina no desvio daquilo poderia operar com dignidade o que é da
ordem da coisa pública. O poder, quando cala a voz do lugar da legitimidade de uma
autoridade, funciona como uma prática abortiva da cidadania. É o que tende sempre a
corromper e a se fazer corromper. As ações de um político que cai na esteira narcísica
da corrupção estariam balizadas sempre pelos interesses escusos e abusivos, um uso
ilegal do poder político e financeiro, por onde circula a moeda tecida numa trama da
corrupção. A corrupção sempre existiu. Sempre existirá. Ela é intrínseca a toda
razão que estrutura uma vertente política, pois é por onde ela encontra uma luz mais
favorável para o seu encaminhamento. Mas ela está presente em todas as áreas, em
todas as relações humanas, profissionais e amorosas. Ela insiste, caminha por perto,
próxima, e acaba por encontrar o seu modo de circulação no discurso inerente ao
exercício da gestão política. Existe, sim ou não, discurso político puro, virgem de um
ideário das praticas de corrupção? Logicamente, sim! O bom político é aquele que
apresenta um grau maior de resistência ao assédio que aninha as relações de
autoridades. Uma ilusão? Mas há um limite da corrupção que se avizinha e que persiste
silenciosamente nos escombros da vida pública. Os cidadãos comuns sabem dos perigos
da sua existência. Esse limiar é impossível de ser eliminado. Sabemos, por exemplo,
que a política não tem recursos próprios, que ela depende, portanto, dos incentivos às
campanhas eleitorais. Mas qual é o limite? É aí justamente por onde a onça bebe sua
água. Sob o véu dos subsídios de campanha tudo pode acontecer! A corrupção poderia
ser configurada como um verdadeiro câncer. Um câncer cuja metástase não tem mais
cura: nenhuma radioterapia, nenhuma quimioterapia, nada poderá amenizar sua onda de
voracidade. E sendo assim, este limiar que é aceitável tem uma relação com o
movimento próprio ao discurso político em sua necessidade de revitalização? Como
legiferar este limite e não permitir que ele mesmo possa avalizar práticas de crimes de
corrupções políticas?É seguro que há uma injunção à corrupção que emana do
necessário mesmo do discurso político. Não há, pois, política sem os desígnios da
corrupção. Este fato, aparentemente obsceno, abjeto, tem se desvelado como nunca na
atualidade neoliberal do mundo capitalista. Realidade que se impõe e exige que se abra
mão de qualquer julgamento moral para que daí se possa tirar consequências. Na lógica
ultraliberal, o político já não será honesto ou desonesto, será tão-somente um político.
Essa lógica é que dará lugar ao pouco de corrupção que é indissociável da prática
política da vida cotidiana. Mas tudo irá depender realmente da interpretação que se
possa dar ao fato dentro de uma perspectiva que possa se fazer relativizar. Como lidar
com esta realidade? Não raro, optamos pelo desvio do olhar, nada mais que isto.
Entretanto, podemos dizer que há, sim, um saber que promove uma tessitura
estabelecendo o verdadeiro sentido do funcionamento do discurso político. Político
sério, nesse sentido, é aquele que consegue simbolizar e manejar este saber podendo, até
mesmo, se desviar deste limiar de corrupção.

A escrita do discurso político se esclarece no discurso da dominância, o discurso do


senhor. Este discurso acredita que é possível governar, na medida em que subverte a
relação de cada sujeito com a dívida simbólica. Para existir e, portanto, se efetivar, ele
corrompe, perverte os laços sociais, os laços simbólicos que escreveriam os sujeitos
como sujeitos particulares. Esta é sua perspectiva de funcionamento: a de uma graciosa
perversão que coloca a coisa num funcionamento preciso, que faz com que as coisas
caminhem melhor. Em todo caso, não devemos deixar de abordar a corrupção nos laços
que regem o social, negando ou querendo passar a idéia de uma não aceitação. Dizem os
deuses que o problema maior não são tanto os corruptos, mas, justamente os
incorruptíveis. Estes, sim, são perigosos. Eles impedem que a coisa funcione. Não
existem dois lados vividos separadamente: o certo e o errado, o bom e o mau, o corrupto
e o não corrupto. Não há uma separação clara e nítida sustentada pelo juízo de
atribuição. A vida humana é exercida, vivida, portanto, testemunhada, a partir de uma
torção sensacional, em que um lado é veiculado pelo outro, um lado veicula o outro: o
bom carrega consigo uma maldade que lhe é intrínseca e necessária. Muitos sujeitos,
que participaram de movimentos sociais de esquerda, ao se analisarem, revelaram-se,
em sua razão inconsciente, verdadeiros reacionários de direita! É isto! Mas existe, sim,
o mau político. O mau político é justamente aquele que pessoaliza por demais a função
de autoridade que lhe foi outorgada pelo voto, que irá usar o poder político em benefício
próprio. Trata-se, certamente, do sujeito que não sofreu em si mesmo os efeitos da lei,
ou seja, não passou por uma devida castração em sua vida pessoal, na relação com seus
pais, na escolaridade da vida. Ele não discerne bem as coisas, confunde sua vida íntima,
pessoal, com a vida pública, se fazendo invadir pelos benefícios que se sustentam numa
facilidade maior na vida pública, tomado conta da vida pessoal do mau político. Uma
vida sem limites. São sujeitos que não sofreram os efeitos decisivos da lei do pai,
tornaram-se avessos aos efeitos de lei, que projetam uma prática efetiva de um
discernimento. O mau político perverte o sentido simbólico da lei que sustenta a
dignidade de uma função política e passa, portanto, a gozar transgressivamente tudo
aquilo que emana da coisa pública. É justo aquele que se acredita como senhor de todas
as coisas, e que se torna exageradamente onipotente em suas ideações. É o bobo por
excelência. Não traz em sua vida as marcas necessárias à prática de discernimento do
privado e do público. São sujeitos incapazes de fazer história, marcas progressivas,
refutam a todo custo o dito milenar que afirma que uma andorinha só não faz verão. O
mau político é um ser confuso por excelência. Trata-se de um ser fragilizado demais em
sua constituição, que sobrevive no regime de uma dependência. O seu caminhar
sustenta-se à custa de muletas, pois ele não sabe andar com as próprias pernas. De saída,
ele se faz alienar em sua vida pessoal, pelo território propriamente público. Em todo
caso, o mau político é justamente aquele que vive embriagado pelo outro, ele navega
nas ilusórias insígnias que o poder supostamente pode lhe proporcionar. Vive refém de
seus cúmplices, daqueles que habitam o seu entorno político. Sua preocupação maior
não é outra senão alimentar suas bases eleitorais, visto que seu olhar está voltado tão-
somente para próximos mandatos, esquecendo-se do dia a dia de seu mandato atual.
Pois, então, é isto: o mau político é alguém frágil, pequeno, que necessita do poder
outorgado pelo cargo em si mesmo. O valor está fora, o que o torna obcecado pelas
insígnias do poder. O poder funciona, para alguns políticos, como uma suplência à sua
impotência fálica, funcionando como uma verdadeira muleta. Há, aí, uma amputação da
lei que estabelece o limite vigente entre o privado e o público. Ele passa a fazer um uso
inadequado daquilo que não lhe pertence. O mau político se sustenta na
promessa, ele promete o impossível! É aquele que mantém uma relação perversa com a
coisa pública, ele a toma para si, confunde-a transgressivamente com seu corpo fazendo
dela uma extensão de si mesmo. Ele atualiza, com o cargo que ocupa, uma questão
sintomática, fazendo-se invadir pelo espaço público a partir de suas incoerências
privadas. É como se ele reproduzisse a cena de um gozo incestuoso com a mãe: desde
sempre permaneceu refém desse gozo mortífero na posição de objeto, incluso, desde
sempre, com a coisa materna. O pobre coitado mantém uma relação incestuosa com a
coisa pública. Trata-se de uma inversão, pois ele próprio se faz passar por uma mãe
perversa, que carrega dentro de si. O abuso de poder tem a ver com os abusos que uma
criança sofreu de seu Outro primordial, a saber, a mãe. Ele se confunde com a
autoridade que lhe é outorgada pelo voto ou por uma nomeação, e atualiza sua
sintomática – da sua vida privada, da sua subjetividade doente – na vida pública. É
aquele que se confunde com o poder alienando-se ao fascínio das supostas benesses da
coisa pública. Muitas vezes nem é no sentido de “meter a mão”, mas de se atrapalhar e
de se ver sendo visto enaltecido no exercício do poder. É o que se observa, é o que se
vê. O mau político não acredita na máxima freudiana que afirma que governar é
impossível. Ele eleva, às últimas consequências, a perversão estrutural que está na base
do discurso do mestre, o discurso do senhor. Este discurso, que tem no discurso político
sua potencialidade maior, acredita que tudo deve se submeter à lei, que existe um
mundo que se constitui como totalidade e que deve se submeter à lei enquanto tal. É o
que lhe dá vida, aquilo que o propulsiona frente a este impossível de governar. Há uma
idéia de que o saber possa se articular como universal, como totalidade, promovendo a
ilusão de uma felicidade plena, de harmonia ou, se quisermos, de que realmente existe
relação sexual, de que há uma complementaridade entre os sexos. O mau político trilha
uma suposta governabilidade que é extensiva de sua vontade patogênica, de sua vida
psíquica desde sempre doentia demais. Com isso, ele caminha contra a voz da
cidadania. Ele age como se fosse o proprietário soberano, livre para agir em benefício
próprio, para malversar sobre a essência mesma da coisa pública. Ele renega a
impossibilidade que estrutura as relações humanas, fazendo viger, assim, o desacordo
com a verdade: verdadeiro uso e abuso do poder.

José Nazar, psiquiatra e psicanalista. Membro da Escola Lacaniana de Psicanálise de


Vitória, Brasília e Rio de Janeiro. Editor Chefe da Companhia de Freud Editora. E-mail:
doutorjosenazar@gmail.com – tel: 21.96110365

RESUMO

A política social tem se apresentado como uma política fundamental para o “bem estar dos
cidadãos”, além de se constituir em objeto de reivindicação dos mais diferentes movimentos
sociais e sindicais. Debater a política social como política no âmbito da sociedade capitalista é
buscar resgatar seu caráter de classe social – ou seja, uma política que responde,
principalmente, aos interesses das classes políticas e econômicas dominantes.

Palavras chaves: política, política social, Estado, classe social.

Política

Denomina-se política a ciência de bem governar um povo, constituído em Estado. Em um


Estado democrático, essa governabilidade é exercida pelo poder público, via representantes
conduzidos ao poder, direta ou indiretamente, pelo povo.

Assim, a política tem como objetivo estabelecer os princípios que se mostrem indispensáveis à
realização de um governo, tanto mais perfeito, quanto seja o desejo de conduzir o Estado ao
cumprimento de suas precípuas finalidades, isto é, em melhor proveito dos governados.

A política mostra o corpo de doutrinas, indispensáveis, ao bom governo de um povo, dentro das
quais devem ser estabelecidas as normas jurídicas necessárias ao bom funcionamento das
instituições administrativas do Estado.

Quando o Estado busca, em suas realizações, o atendimento a necessidades sociais básicas


da população, seja através de garantias e ações concernentes à assistência social, saúde,
educação, segurança etc., verifica-se a implementação e efetivação da política social por parte
daquele.

Neste raciocínio, política e política social representam atuações do poder político visando o
bem-estar da população. Entretanto, analisados desta forma, estes conceitos perdem sua
historicidade e, fundamentalmente, seu conteúdo de classe social.
O que determina as doutrinas, as normas jurídicas, e o funcionamento das instituições
administrativas do Estado, emana de uma concepção da relação indivíduo-sociedade
fundamentada numa perspectiva positivista, de uma ordem natural, onde a existência das
diferenças e das desigualdades sociais apresentam-se como fenômenos inerentes à natureza
humana. Daí que teríamos pessoas mais capazes de definir o “bem comum”, e outras, que por
suas incapacidades naturais, devem se submeter ao saber dominante.

Entretanto, o que temos é uma sociedade capitalista, que não corresponde a uma ordem
natural de produção da vida social – já tivemos a forma escravista, ou a forma feudal, como
temos, ainda que causa de profundos debates acadêmicos e políticos, a forma socialista.

No modo capitalista de produção da vida social, a classe capitalista detém os poderes político e
econômico, determinando, assim, toda a vida social. Há que se considerar que numa
sociedade capitalista democrática, alguns aspectos da vida social são decididos coletivamente,
fundamentalmente aquelas decisões que não impliquem em mudanças substanciais no modo
de produção. Um modo de produção que se funda na desigualdade e na exploração da força
de trabalho. Um modo de produção onde a política é a política definida pelas classes
dominantes e que responde aos interesses desta. A política social não foge a esta regra.

Política Social

A política social é uma política, própria das formações econômico-sociais capitalistas


contemporâneas, de ação e controle sobre as necessidades sociais básicas das pessoas não
satisfeitas pelo modo capitalista de produção. É uma política de mediação entre as
necessidades de valorização e acumulação do capital e as necessidades de manutenção da
força de trabalho disponível para o mesmo. Nesta perspectiva, a política social é uma gestão
estatal da força de trabalho e do preço da força de trabalho. Ressaltamos que entendemos, por
força de trabalho todos os indivíduos que só têm a sua força de trabalho para vender e garantir
sua subsistência, independente de estarem inseridos no mercado formal de trabalho.

Como o capital e o trabalho se constituem nas duas categorias fundamentais do modo


capitalista de produção, a política social transita entre ambos. Ou seja, ainda que,
prioritariamente, respondendo às necessidades do capital, esta resposta deve produzir algum
grau de satisfação às necessidades do trabalho.

Portanto, há uma problematicidade na política social, dado que ela se insere no âmbito da
tentativa de buscar um certo grau de compatibilidade entre o capital e o trabalho.

Inicialmente, os beneficiários diretos da política social, em prática no Brasil, seriam os


trabalhadores assalariados. Porém, o Estado, ao garantir à camada necessitada alguns direitos
sociais que ele mesmo impôs (através das normas jurídicas), exige que, para tanto, seja
efetuada uma contraprestação por parte dos trabalhadores.

Esclarecendo: a política social, de qualquer forma que seja manifestada, é garantida e


efetivada apenas com o custeio dos próprios beneficiários, ou seja, dos trabalhadores
assalariados.

Tal custeio é imposto ao trabalhador ante a justificativa de ser ele o mantenedor de todo um
conjunto de “benefícios concedidos” pelo Estado em prol da classe trabalhadora. Vislumbramos
alguns exemplos: ao garantir a previdência (desconto do INSS sobre os vencimentos), e o
direito a um serviço de saúde mais eficiente (cobrança da CPMF sobre a movimentação
bancária).

No entanto, quando o poder público mantém uma política social como a que se encontra
vigente, contrariamente ao que aparenta, sua intenção não é a de propiciar uma vida digna à
força de trabalho, mas, na realidade, está o Estado incluindo um plus na remuneração do
empregado, porém, não em espécie.
Com isso, observa-se ações governamentais que garantem um mínimo de subsistência ao
empregado, o que, conseqüentemente, reflete no preço da força de trabalho que a ele é pago
pelo empregador.

Outrossim, com a política social implantada pelo Estado e garantida ao trabalhador, torna-se
possível a perpetuação deste último, despendendo-se um mínimo em dinheiro pela classe
empregadora, possibilitando-se, de efeito, um aumento em sua margem de lucro.

Todo o recurso que é apropriado pelo Estado, quando este visa garantir o bom funcionamento
da política social, por ser gerenciado pelo próprio poder público, não se torna necessária e
obrigatória a utilização do montante arrecadado em sua totalidade, já que, para dar ensejo às
garantias asseguradas ao trabalhador assalariado, objetiva-se um serviço, ao menos,
satisfatório.

Ocorre que a preocupação primordial do Estado (leia-se: os detentores e gerenciadores do


capital, ora auxiliados pelo Governo) é assegurar a perpetuação da força física trabalhadora e,
para isso, desnecessário priorizar a destinação dos recursos financeiros arrecadados em
benefício dos empregados.

Com tal política (latu sensu) adotada, torna-se por ideal o investimento do capital recolhido em
benefício da classe empregadora, perpetuando-se, portanto, essa apropriação pecuniária, diga-
se de passagem, quase que imperceptível aos menos instruídos, onde figura como parte
prejudicada a grande massa de trabalhadores.

Não se exige um gerenciamento eficaz dos recursos arrecadados perante a classe de


empregados, mas sim uma reciprocidade por parte do Estado via serviços e garantias (não
necessariamente exemplares), de cunho social, a fim de que esteja garantida, como foi dito
anteriormente, a mantença da força física do trabalhador, por prazo de tempo razoável, em um
Estado que satisfaça as exigências de um regime de produção capitalista, ora em uma
economia neoliberal.

Objetiva a política social posta (iniciada na ditadura militar de 1964) transferir parte do preço da
força de trabalho que é devido ao empregado para outros fins, visando, principalmente, o
investimento no capital privado lucrativo. Vide exemplos como o rombo de mais de R$ 40
bilhões na previdência social, onde o Estado (em especial os governos militares), ao seu bel
prazer, utilizou-se dos recursos disponíveis desvairadamente, tendo como beneficiário
prioritário a iniciativa privada, obedecendo, claro, os interesses estatais (que não inclui,
necessariamente, os interesses sociais dos trabalhadores).

O raciocínio aqui exposto é facilmente comprovado tomando como exemplos outros casos de
malversação dos recursos públicos visando interesses do capital privado (vide o PROER e os
investimentos a grandes grupos estrangeiros efetuados pelo BNDES).

Isto posto, denota-se uma verdadeira contradição entre os relevantes fins objetivados pela real
política social, em oposição àqueles alcançados pela vigente política maniqueísta
implementada, e eficazmente, utilizada pelo Estado, e maquiada sob o rótulo de “social”.

Não menos vislumbrante é o vergonhoso fato, e a priori, carregado de obviedade


(considerando-se as explanações acima), de que o controle legal do preço da força de trabalho,
e a perpetuação da subordinação do trabalhador (ambos os casos mantidos pela política social
atual) são custeados, sob o aspecto econômico, por toda a sociedade, sendo tal injusta
situação quase que imperceptível por grande parte da população, incluindo-se aí não somente
os leigos por má formação nos bancos escolares, mas, também, os ditos críticos e formadores
de opinião, dantes privilegiados pelo grau de instrução de que são detentores, que até o
presente não despertaram e visualizaram objeto do estudo aqui apresentado, visto a notável
evidência política manipuladora, institucional e legalmente, imposta por este Estado.
A política e a política social, portanto, apresentam claro e inequívoco conteúdo de classe social,
e respondem, em última instância, aos interesses das classes dominantes. Isto não significa
que se deve, neste momento histórico, negar uma ou outra – ou ambas. O que é fundamental é
o fortalecimento daqueles que se encontram fora dos processos decisórios que se dão, em
última instância, no âmbito político. Os espaços políticos já existentes – sindicatos,
associações, conselhos – e a busca incessante de criação de novos espaços de participação,
podem se constituir em um caminho possível de fortalecimento dos indivíduos para que
reconheçam sujeito coletivo e imponham mudanças importantes em ambas as políticas,
mudanças estas que venham a favorecer a maioria da população.

ABSTRACT

The social politics has been presenting if as a fundamental politics for the “wellbeing of the
citizens”, besides constituting on a demand object of different social and union movements.
Debating the social policy as policy in the capitalist society environment, is to try to rescue its
social class character – that is, a policy that responds mainly to the interests of dominant
political and economical classes.

Keywords: policy, social policy, State, social class.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:


Senado, 1988.

DE MAIS, Domenico. O futuro do trabalho: fadiga e ócio na sociedade pós industrial. Rio de
Janeiro: J. Olympio; Brasília, DF: Ed. da Unb, 1999.

FALEIROS, Vicente de Paula. A política social do Estado capitalista: as funções da previdência


e da assistência sociais. São Paulo: Cortez, 1980.

IANNI, Octávio. A ditadura do grande capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

LAFARGUE, Paul. O direito à preguiça. São Paulo: Hucitec/Unesp. 1999.

MANDEL, Ernst. Marx, la crise actualle et l’avenir du travail humain. Quatrieme Internationale,
1986.

MARX, Karl. Manuscritos econômicos e filosóficos e outros textos escolhidos. São Paulo: Abril
Cultural, 1978.

SAWAIA, Bader (Org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da


desigualdade social. Petrópolis: Vozes, 1999.

Sistema Único de Saúde


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Nota: Se procura pela especificação do Unix, veja Single UNIX
Specification.
Símbolo oficial do SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 para
que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde.
Anteriormente, a assistência médica estava a cargo do Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS), ficando restrita aos empregados que
contribuíssem com a previdência social; os demais eram atendidos apenas em serviços
filantrópicos. Do Sistema Único de Saúde fazem parte os centros e postos de saúde,
hospitais - incluindo os universitários, laboratórios, hemocentros (bancos de sangue), os
serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental,
além de fundações e institutos de pesquisa, como a FIOCRUZ - Fundação Oswaldo
Cruz e o Instituto Vital Brazil.

A Wikipédia possui o portal:


Portal de Medicina

{{{Portal2}}}

{{{Portal3}}}

{{{Portal4}}}

{{{Portal5}}}

Índice
[esconder]

• 1 História
• 2 Princípios do SUS
• 3 Áreas de atuação
• 4 Financiamento
• 5 Referências
• 6 Legislação
o 6.1 Portarias do Ministério da Saúde
• 7 Ver também
• 8 Ligações externas

• 9 Outros recursos

[editar] História
Antes do advento do Sistema Único de Saúde (SUS), a atuação do Ministério da Saúde
se resumia às atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças (por exemplo,
vacinação), realizadas em caráter universal, e à assistência médico-hospitalar para
poucas doenças; servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha acesso ao atendimento
pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social. O INAMPS foi
criado pelo regime militar em 1974 pelo desmembramento do Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS), que hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS);
era uma autarquia filiada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (hoje
Ministério da Previdência Social), e tinha a finalidade de prestar atendimento médico
aos que contribuíam com a previdência social, ou seja, aos empregados de carteira
assinada. O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios, mas a maior parte do
atendimento era realizado pela iniciativa privada; os convênios estabeleciam a
remuneração por procedimento.

O movimento da Reforma Sanitária nasceu no meio acadêmico no início da década de


70 como forma de oposição técnica e política ao regime militar, sendo abraçado por
outros setores da sociedade e pelo partido de oposição da época — o Movimento
Democrático Brasileiro (MDB). Em meados da década de 70 ocorreu uma crise do
financiamento da previdência social, com repercussões no INAMPS. Em 1979 o general
João Baptista Figueiredo assumiu a presidência com a promessa de abertura política, e
de fato a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados promoveu, no período de 9 a 11
de outubro de 1979, o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, que contou com
participação de muitos dos integrantes do movimento e chegou a conclusões altamente
favoráveis ao mesmo; ao longo da década de 80 o INAMPS passaria por sucessivas
mudanças com universalização progressiva do atendimento, já numa transição com o
SUS.

A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi um marco na história do SUS por vários


motivos. Foi aberta em 17 de março de 1986 por José Sarney, o primeiro presidente
civil após a ditadura, e foi a primeira CNS a ser aberta à sociedade; além disso, foi
importante na propagação do movimento da Reforma Sanitária. A 8ª CNS resultou na
implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio
entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as
bases para a seção "Da Saúde" da Constituição brasileira de 5 de outubro de 1988. A
Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública brasileira, ao definir a
saúde como "direito de todos e dever do Estado". A implantação do SUS foi realizada
de forma gradual: primeiro veio o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao
Ministério da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990); e por fim a Lei
Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990) fundou o SUS. Em
poucos meses foi lançada a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao
SUS uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a participação dos
usuários (população) na gestão do serviço. O INAMPS só foi extinto em 27 de julho de
1993 pela Lei nº 8.689. ]]
[editar] Princípios do SUS

Cartão do SUS em São Paulo.

O Sistema Único de Saúde teve seus princípios estabelecidos na Lei Orgânica de Saúde,
em 1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal de 1988. Os princípios da
universalidade, integralidade e da eqüidade são às vezes chamados de princípios
ideológicos ou doutrinários, e os princípios da descentralização, da regionalização e da
hierarquização de princípios organizacionais, mas não está claro qual seria a
classificação do princípio da participação popular.

Universalidade
"A saúde é um direito de todos", como afirma a Constituição Federal.
Naturalmente, entende-se que o Estado tem a obrigação de prover atenção à
saúde, ou seja, é impossível tornar todos sadios por força de lei.
Integralidade
A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos; tanto os
individuais quanto os coletivos. Em outras palavras, as necessidades de saúde
das pessoas (ou de grupos) devem ser levadas em consideração mesmo que não
sejam iguais às da maioria.
Eqüidade
Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como,
no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de
saúde variam. Por isso, enquanto a Lei Orgânica fala em igualdade, tanto o meio
acadêmico quanto o político consideram mais importante lutar pela eqüidade do
SUS.
Participação da comunidade
O controle social, como também é chamado esse princípio, foi melhor regulado
pela Lei nº 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das
Conferências de Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e
através dos Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados também em todos
os níveis. Nos Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade: enquanto os
usuários têm metade das vagas, o governo tem um quarto e os trabalhadores
outro quarto.
Descentralização político-administrativa
O SUS existe em três níveis, também chamados de esferas: nacional, estadual e
municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios
têm assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento
dos serviços de saúde; as transferências passaram a ser "fundo-a-fundo", ou seja,
baseadas em sua população e no tipo de serviço oferecido, e não no número de
atendimentos.
Hierarquização e regionalização
Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível
primário deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem
ser utilizados apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o
fluxo de referência e contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a
sua eficiência e eficácia. Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência,
ou seja, é responsável pela saúde de uma parte da população. Os serviços de
maior complexidade são menos numerosos e por isso mesmo sua área de
abrangência é mais ampla, abrangência a área de vários serviços de menor
complexidade.

Ser eficiente e eficaz, produzindo resultados com qualidades.

A Lei Orgânica da Saúde estabelece ainda os seguintes princípios:

• Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e


moral;
• Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
• Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua
utilização pelo usuário;
• Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação
de recursos e a orientação programática;
• Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio-ambiente e
saneamento básico;
• Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de
serviços de assistência à saúde da população;
• Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
• Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para
fins idênticos.

[editar] Áreas de atuação


Segundo o artigo 200 da Constituição Federal, compete ao SUS:

• Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a


saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
• Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de
saúde do trabalhador;
• Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
• Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento
básico;
• Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
• Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
• Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
• Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

[editar] Financiamento
Um bom trabalho está sendo feito, principalmente pelas prefeituras, para levar
assistencia à saúde aos mais distantes sertões, aos mais pobres recantos das periferias
urbanas. Por outro lado, os técnicos em saúde pública há muito detectaram o ponto
fraco do sistema: o baixo orçamento nacional à saúde. Outro problema é a
heterogeneidade de gastos, prejudicando os Estados e os municípios, que têm
orçamentos mais generosos, pela migração de doentes de locais onde os orçamentos são
mais restritos. Assim, em 1993 foi apresentado uma Emenda Constitucional visando
garantir financiamento maior e mais estável para o SUS, semelhante foi ao que a
educação já tem há alguns anos. Proposta semelhante foi apresentada no legislativo de
São Paulo (Pec 13/96).

[editar] Referências
• BERTONE, Arnaldo Agenor. As idéias e as práticas: a construção do SUS.
2002. Disponível em
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografia_revisada_Arnaldo.pdf.
• CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE. Legislação do
SUS. Brasília: CONASS, 2003. ISBN 85-89545-01-6. Acessado em 3 de junho
de 2006 em http://www.aids.gov.br/incentivo/manual/legislacao_sus.pdf
(Acessível também a partir do DATASUS).
• MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema Único de Saúde (SUS): princípios e
conquistas. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. 44p. il. ISBN 85-334-0325-9.
• MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. ABC
do SUS: Comunicação visual/Instruções Básicas. Brasília: Secretaria Nacional
de Assistência à Saúde, 1991. Acessado em 5 de junho de 2006 em
http://www.ensp.fiocruz.br/radis/web/ABCdoSUS.pdf.
• Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. O
SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios. Brasília: Ministério da Saúde,
2005. ISBN 85-334-0871-4. Disponível em PDF e online.
• Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. O
Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde: avanços, desafios e reafirmação
dos seus princípios e diretrizes. 1. ed., 2ª reimpr. Brasília: Ministério da Saúde,
2003. ISBN 85-334-055-8.
• SOUZA, Renilson Rehem de. O sistema público de saúde brasileiro. Brasília:
Ministério da Saúde, 2002. Disponível em
http://www.opas.org.br/servico/arquivos/Destaque828.pdf.
• SOUZA, Renilson Rehem de. Construindo o SUS: a lógica do financiamento e
o processo de divisão de responsabilidades entre as esferas de governo. 2002.
Disponível em
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografia_construindo_sus.pdf
• Sanitarista — Oitava Conferência Nacional de Saúde — uma das páginas da
Biblioteca Sérgio Arouca sobre o personagem homônimo da Reforma
Sanitária.
• THURLER, Lenildo, SUS - LEGISLACAO E QUESTOES COMENTADAS,
1.ª edição. Rio de Janeiro, Editora Campus, 2007. ISBN 9788535223804
http://www.livrodosus.com.br
• SUS, O que você precisa saber sobre o sistema único de saúde, Associação
paulista de medicina.

[editar] Legislação
Legislação fundamental

• Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro de 1988 —


Título VIII ("Da Ordem Social"), Capítulo II ("Da Seguridade Social"), Seção II
("Da Saúde").

Legislação básica

• Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 — Lei Orgânica da Saúde.


• Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 — Dispõe sobre a participação da
comunidade e transferências intergovernamentais.
• Lei nº 8.689, de 27 de julho de 1993 — Extingue o INAMPS (Instituto Nacional
de Assistência Médica da Previdência Social).
• Decreto nº 1.232, de 30 de agosto de 1994 — Regulamenta o repasse fundo a
fundo.

[editar] Portarias do Ministério da Saúde

• Portaria GM/MS nº 2.203 , de 5 de novembro de 1996 — Norma Operacional


Básica do Sistema Único de Saúde (NOB; disponível em PDF).
• Portaria GM/MS nº 1.886, de 18 de dezembro de 1997 — Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS) e Programa de Saúde da Família (PSF).
• Portaria GM/MS nº 3.916, de 30 de outubro de 1998 — Política Nacional de
Medicamentos.
• Portaria GM/MS nº 3.925, de 13 de novembro de 1998 — Manual para a
Organização da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde.
• Lei nº 9.782, de 26 de Janeiro de 1999 — Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA).
• Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999 — Medicamento genérico.
• Lei nº 9.961, de 28 de Janeiro de 2000 — Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS).
• Portaria GM/MS n. º 95, de 26 de janeiro de 2001 — Norma Operacional da
Assistência à Saúde (NOAS-SUS 2001; disponível em PDF).
• Portaria GM/MS n. º 17, de 5 de janeiro de 2001 (republicada em 16 de
fevereiro) — Cadastro Nacional de Usuários do Sistema Único de Saúde (em
PDF.
• Portaria GM/MS nº 373, de 26 de fevereiro de 2002 — Norma Operacional da
Assistência à Saúde (NOAS-SUS 2002; disponível em PDF).

[editar] Ver também


• Conselho Nacional de Saúde
• Estrutura da União (o nível federal do governo brasileiro).
• Sérgio Arouca — figura notória da Reforma Sanitária, na época presidente da
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
• Cartão do SUS.
• Observatório de Saúde da Região Metropolitana de São Paulo.
• UK National Health Service (em port)
• SiCKO Filme de Michael Moore comparando o Sistema de Saúde Americano
com o canadense, inglês e cubano

[editar] Ligações externas


• Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
• Conselho Nacional de Saúde (CNS).
• Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS).
• Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS).
• Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).
• Fundo Nacional de Saúde.
• Fundação Nacional de Saúde (FUNASA)
• Ministério da Saúde.
• Observatório de Saúde da Região Metropolitana de São Paulo.
• Ouvidoria Geral do SUS.

[editar] Outros recursos


• Brasil SUSO Maior Portal de Normas do Sistema Único de Saúde
• Publicações Ministério da Saúde, na íntegra
• Atos normativos da Esfera Federal do SUS - Saude Legis
• Evolução da Estrutura do Sistema de Saúde, um artigo.
• LegiSUS, assessoria jurídica em saúde legislação (parte do conteúdo requer
registro).
• Instituto de Direito Sanitário Aplicado, idem.

Вам также может понравиться