Вы находитесь на странице: 1из 4

Equipe

Liberdade Ana Livian


Ana Maria
(...) E que eu por ti, se torturado for, Dalliny Barros
Débora Figueiredo
possa feliz, indiferente à dor, morrer
Laura Isabelle
sorrindo a murmurar teu nome.
Hemilly Paola
Leticia Vitória
Pelo direito à liberdade

O que é religiosidade?

As religiões e as crenças vêm sendo desenvolvidas desde as primeiras sociedades,


nas quais os seres humanos estabelecem relações com seres celestiais e desenvolveram
os primeiros rituais sagrados. Essas manifestações são percebidas desde a pré-história,
quando o homem primitivo seleciona e classifica lugares, objetos e determinados
elementos da natureza, seja ele ser vivo ou não, para reproduzir determinadas crenças;
para estar próximo do mundo dos imortais, ou do
sobrenatural o homem pré-histórico buscou reviver o
tempo sagrado através da produção de imagens nas
paredes de cavernas, porque para ele aquelas imagens
possuíam um poder mágico-religioso.
A partir dessas experiências e tradições as
sociedades foram aperfeiçoando as relações entre o
humano e o divino, dando origem a diferentes
manifestações religiosas em diferentes partes do
mundo1.
FONTE: http://www.sitelimitezero.com/menina-e-apedrejada-na-saida-de-culto-de-candomble-no-rio/

Nos dias atuais a religião pode ser entendida como um conjunto de práticas
institucionalizadas, ou não, cujo objeto e objetivo é fazer a ponte de ligação entre
criatura e criador, o Homem e Deus. As práticas não institucionalizadas por serem
sincréticas e livres, muitas vezes são erroneamente julgadas como bruxaria, feitiçaria,
“espiritismo”.

Diante dessas definições de religiosidade, podemos entender que


liberdade religiosa é ...

“O direito de ter uma religião e crer em um ser divino; o direito de


não ter uma religião e não crer em um ser divino; o direito à
neutralidade religiosa em espaços de uso comum (público)”.

1 DUARTE, Patrícia. A Primeira Manifestação Pré-histórica do Universo Religioso. Último Andar [21] – março de 2013.
Disponível em: file:///home/juliana-valentini/Downloads/13988-33733-1-SM.pdf
“A Constituição Federativa do Brasil prevê que somos uma nação laica - que não
pertence, nem está sujeito a uma religião ou influência religiosa. Prevê também que a
liberdade de crença da minoria, que não se vê representada por qualquer símbolo
religioso, deve ser igualmente respeitada pelo estado”1. Dessa forma, o Estado deve
assegurar o respeito ao ateísmo e quaisquer outras formas de crenças religiosas.
Embora, tenha se intensificado os debates e a criação de leis que preveem a
liberdade de culto e crença, dando a impressão de que “vivemos em um país
democrático e gigante por natureza”, vivenciamos cotidianamente situações de
discriminação religiosa evidenciando que ainda somos imaturos no exercício da
verdadeira liberdade religiosa. Nossa “Pátria mãe gentil” ainda convive com a
intolerância religiosa sistemática.

O que é Intolerância Religiosa?

A intolerância religiosa pode ser definida como um conjunto de ideologias e atitudes


ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos, esse tipo
de intolerância torna-se uma perseguição e viola o direito à liberdade religiosa.
No Brasil os casos de Intolerância religiosa aumentaram gradativamente, nos
últimos 5 anos (2011-2015), houve um crescimento de 3706% nos casos.
De acordo com a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos no ano de 2015 houve
556 casos de intolerância, concentradas nos estados da região sudeste, com 22,8% de
todas as queixas do país.
Para a presidente da Fundação Cultura Palmares, Cida Abreu “a intolerância não é só
religiosa. A intolerância religiosa reflete, na verdade, à intolerância a Cultura de um povo.
E a principal vítima no Brasil hoje é a matriz africana”.

A Intolerância Religiosa no Campo Afro-brasileiro

Nos últimos anos têm se verificado diversos atos de violência religiosa que têm
vitimado os praticantes de religiões de matrizes africanas. Historicamente, as
expressões e manifestações de fé vinculadas a crenças africanas sofrem perseguições,
desde as mais moderadas, às agressivas.
Dada à emergência da intolerância religiosa contra as religiões afro-brasileiras,
tem-se buscado identificar, localizar e focalizar os fanáticos que utilizam a má
interpretação bíblica para disseminar ódio, e ignorância para com as pessoas devotas do
Candomblé ou qualquer outro tipo de seguimento afro-religioso.
Entre os grupos religiosos que estão ligados à práticas de intolerância encontram-
se os de matriz evangélica, ligadas ao neopentecostalismo2. Dentro dessa matriz religiosa
prevalece o entendimento de combate aos cultos de matrizes africanas, que se
materializa apenas em difusão do ódio, o desprezo e a tentativa de conversão imediata de
fieis afro-religiosos. (SILVA, 2007)

2
Significa a crença de que é preciso eliminar a presença e a ação do demônio no mundo, tem como característica
classificar as outras denominações religiosas como pouco engajadas nessa batalha, ou até mesmo como espaços
privilegiados da ação dos demônios, os quais se "disfarçariam" em divindades cultuadas nesses sistemas.
(SILVA,2007
Exemplos reais de intolerância religiosa vivenciados no Brasil mostram a
incapacidade para compreender o outro e a não aceitação das diferentes religiões.

Com apenas 11 anos de idade, K. Conheceu a intolerância


religiosa de forma dolorosa. A menina seguia com
parentes e “irmãos de santo” para um centro
espiritualista, quando foi atingida na cabeça por uma
pedra, atirada, segundo testemunhas, por um grupo de
evangélicos. “Eles gritaram: „Sai Satanás, queima! Vocês
vão para o inferno‟.

FONTE: http://www.sitelimitezero.com/menina-e-apedrejada-na-saida-de-culto-de-candomble-no-rio/

Por conta de preconceito religioso, dois jovens


evangélicos invadiram a igreja matriz da cidade de
Sacramento, interior de Minas Gerais. Eles
destruíram oito imagens de santos. O rapaz disse
que destruiu as estátuas porque não concorda com a
idolatria que
os católicos
têm com as imagens.

No mundo globalizado o ritmo acelerado da


circulação de informações torna necessário o
respeito e a convivência com as diferenças, a
defesa do direito à liberdade em todas as esferas:
de pensamento, religiosa, política.

Sincretismo Religioso
Vale destacar que muitas crenças de hoje passaram por fusão e integração cultural.
Assim, contrapondo-se a intolerância religiosa está o sincretismo religioso, ou seja, a
união de diferentes tradições religiosas ou doutrinas que resultará na origem de novas
práticas religiosas, como o Sincretismo Religioso da Bahia. Essa prática é fruto da fusão
entre duas crenças, o Cristianismo, predominante entre os portugueses, e o Candomblé,
de origem africana, aquela monoteísta e dualista, crença em um único Deus e divisão
entre bem e mal e está panteísta, crença em vários deuses (Orixás), sendo cada um a
representação dos elementos da natureza. O Sincretismo se identifica na fusão entre os
Orixás do Candomblé com os Santos Católicos, logo, coincidindo os dias e festas
comemorativas de cada um e os nomes dados aos santos (Exu = Santo Antônio, Obaluayê =
São Lázaro, Oxum =Nossa Senhora da Conceição, Oxossi = São Sebastião, Xangô = São
João Batista/São Jerônimo, Iansã = Santa Bárbara, Ogum = São Jorge, Yemanjá = Nossa
Senhora da Glória, Oxalá = Jesus Cristo...
Ainda na Bahia a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim é um dos melhores exemplos de como
o sincretismo vigora até hoje; todos os anos, os fiéis se unem para adorar tanto os
Deuses africanos como os Santos cristãos. O ritual da lavagem da escadaria da Igreja do
Bonfim ocorre em Janeiro, no segundo domingo após o Dia de Reis. A procissão de 8 km
até a ladeira do Bonfim inicia-se às 10 da manhã na frente da Igreja de Nossa Senhora
da Conceição a Praia, na cidade baixa. De lá, 500 mulheres com o tradicional vestido de
baiana partem em direção ao Bonfim. Na igreja, usam água de rosas e lavanda para lavar
os degraus, cantando hinos de candomblé.

Embora os casos de Intolerância Religiosa sejam mais frequentes com religiões de


matrizes africanas, o ódio e o desrespeito atingem outras religiões, como vemos abaixo:

Poesia religiosa - AnaMari Sousa


Quatro pontos tem a minha religião
faço deles a minha filosofia e faço deles a minha E um abraço pra quem é ateu.
ação Axé pra quem é de Axé, Amém pra quem é de
viva, creia, ame e faça! Amém,
Essa também é minha oração, blessed pra quem é de magia,
Viva sua filosofia, ame a sua arte, e amor pra quem é do bem.
Creia na sua religião e faça a sua parte, Intolerância religiosa é a própria contradição,
mas não use sua religião pra tentar reprimir o Religião vem do latim religare que significa
outro, união,
Somos sete bilhões de mentes no mundo e Então pare de dividir o mundo entre os que vão
querer que todo mundo creia na mesma coisa é no e os que não vão para o paraíso,
mínimo papo de louco. O nosso mundo tá doente em tudo enquanto
Eu respeito todos que tem fé, nos perdemos tempo brigando por isso,
Eu respeito todos que não há tem, Ao invés de dividir as religiões entre as que
Eu respeito que crê em um Deus, São do mal e as que são do bem,
Eu respeito que não crê em ninguém. que tal botar sua ideologia no bolso e ajudar
Eu gosto de que tem fé no verso, aquele moço que de frio morre na rua
Eu gosto de quem tem fé em si mesmo, desamparado e sem ninguém,
Eu gosto de quem tem fé no universo, Os grandes mestres já disseram que
e Eu gosto dos que anda a esmo. precisamos de união, então porque não fazer
um abraço pra quem é da ciência, do respeito também uma religião
um abraço pra quem é de Deus,
um abraço pra quem é da arte,

Bibliografia
http://www.viagemdeferias.com/salvador/cultura/sincretismo-religioso-bahia.php
DUARTE, Patrícia. A Primeira Manifestação Pré-histórica do Universo Religioso. Último Andar [21] – março de 2013.
SILVA, Vagner Gonçalves. Neopentecostalismo e Religiões Afrobrasileiras: Significados do Ataque aos Símbolos da Herança Religiosa Africana
no Brasil Contemporâneo, 2007.

Вам также может понравиться