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O que é religiosidade?
Nos dias atuais a religião pode ser entendida como um conjunto de práticas
institucionalizadas, ou não, cujo objeto e objetivo é fazer a ponte de ligação entre
criatura e criador, o Homem e Deus. As práticas não institucionalizadas por serem
sincréticas e livres, muitas vezes são erroneamente julgadas como bruxaria, feitiçaria,
“espiritismo”.
1 DUARTE, Patrícia. A Primeira Manifestação Pré-histórica do Universo Religioso. Último Andar [21] – março de 2013.
Disponível em: file:///home/juliana-valentini/Downloads/13988-33733-1-SM.pdf
“A Constituição Federativa do Brasil prevê que somos uma nação laica - que não
pertence, nem está sujeito a uma religião ou influência religiosa. Prevê também que a
liberdade de crença da minoria, que não se vê representada por qualquer símbolo
religioso, deve ser igualmente respeitada pelo estado”1. Dessa forma, o Estado deve
assegurar o respeito ao ateísmo e quaisquer outras formas de crenças religiosas.
Embora, tenha se intensificado os debates e a criação de leis que preveem a
liberdade de culto e crença, dando a impressão de que “vivemos em um país
democrático e gigante por natureza”, vivenciamos cotidianamente situações de
discriminação religiosa evidenciando que ainda somos imaturos no exercício da
verdadeira liberdade religiosa. Nossa “Pátria mãe gentil” ainda convive com a
intolerância religiosa sistemática.
Nos últimos anos têm se verificado diversos atos de violência religiosa que têm
vitimado os praticantes de religiões de matrizes africanas. Historicamente, as
expressões e manifestações de fé vinculadas a crenças africanas sofrem perseguições,
desde as mais moderadas, às agressivas.
Dada à emergência da intolerância religiosa contra as religiões afro-brasileiras,
tem-se buscado identificar, localizar e focalizar os fanáticos que utilizam a má
interpretação bíblica para disseminar ódio, e ignorância para com as pessoas devotas do
Candomblé ou qualquer outro tipo de seguimento afro-religioso.
Entre os grupos religiosos que estão ligados à práticas de intolerância encontram-
se os de matriz evangélica, ligadas ao neopentecostalismo2. Dentro dessa matriz religiosa
prevalece o entendimento de combate aos cultos de matrizes africanas, que se
materializa apenas em difusão do ódio, o desprezo e a tentativa de conversão imediata de
fieis afro-religiosos. (SILVA, 2007)
2
Significa a crença de que é preciso eliminar a presença e a ação do demônio no mundo, tem como característica
classificar as outras denominações religiosas como pouco engajadas nessa batalha, ou até mesmo como espaços
privilegiados da ação dos demônios, os quais se "disfarçariam" em divindades cultuadas nesses sistemas.
(SILVA,2007
Exemplos reais de intolerância religiosa vivenciados no Brasil mostram a
incapacidade para compreender o outro e a não aceitação das diferentes religiões.
FONTE: http://www.sitelimitezero.com/menina-e-apedrejada-na-saida-de-culto-de-candomble-no-rio/
Sincretismo Religioso
Vale destacar que muitas crenças de hoje passaram por fusão e integração cultural.
Assim, contrapondo-se a intolerância religiosa está o sincretismo religioso, ou seja, a
união de diferentes tradições religiosas ou doutrinas que resultará na origem de novas
práticas religiosas, como o Sincretismo Religioso da Bahia. Essa prática é fruto da fusão
entre duas crenças, o Cristianismo, predominante entre os portugueses, e o Candomblé,
de origem africana, aquela monoteísta e dualista, crença em um único Deus e divisão
entre bem e mal e está panteísta, crença em vários deuses (Orixás), sendo cada um a
representação dos elementos da natureza. O Sincretismo se identifica na fusão entre os
Orixás do Candomblé com os Santos Católicos, logo, coincidindo os dias e festas
comemorativas de cada um e os nomes dados aos santos (Exu = Santo Antônio, Obaluayê =
São Lázaro, Oxum =Nossa Senhora da Conceição, Oxossi = São Sebastião, Xangô = São
João Batista/São Jerônimo, Iansã = Santa Bárbara, Ogum = São Jorge, Yemanjá = Nossa
Senhora da Glória, Oxalá = Jesus Cristo...
Ainda na Bahia a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim é um dos melhores exemplos de como
o sincretismo vigora até hoje; todos os anos, os fiéis se unem para adorar tanto os
Deuses africanos como os Santos cristãos. O ritual da lavagem da escadaria da Igreja do
Bonfim ocorre em Janeiro, no segundo domingo após o Dia de Reis. A procissão de 8 km
até a ladeira do Bonfim inicia-se às 10 da manhã na frente da Igreja de Nossa Senhora
da Conceição a Praia, na cidade baixa. De lá, 500 mulheres com o tradicional vestido de
baiana partem em direção ao Bonfim. Na igreja, usam água de rosas e lavanda para lavar
os degraus, cantando hinos de candomblé.
Bibliografia
http://www.viagemdeferias.com/salvador/cultura/sincretismo-religioso-bahia.php
DUARTE, Patrícia. A Primeira Manifestação Pré-histórica do Universo Religioso. Último Andar [21] – março de 2013.
SILVA, Vagner Gonçalves. Neopentecostalismo e Religiões Afrobrasileiras: Significados do Ataque aos Símbolos da Herança Religiosa Africana
no Brasil Contemporâneo, 2007.