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Neste breve estudo, pretendemos aprofundar o tema tratado com maior ênfase
no Livro VI, capítulo 5, a respeito da phrónesis, que tem uma função central
nesse paradigma da ação, discutido por Aristóteles e que será ponto de partida,
pedra fundamental, para a compreensão do sentido da sua teoria da praxis.
Nosso interesse será o de descobrir qual a relação e em que sentido a praxis
humana depende da phrónesis, e sem ela não sobreviveria.
onde se concretiza a phrónesis, a ação deverá ser de tal modo pensada, que os
seus critérios possam levar o agente à bondade. Ressaltamos que, nestes
termos, esta atividade é limitada aos seres racionais, porque os animais não
participam da praxis; que é caracterizada pelo desejo e pela
que não está ao alcance destes por ser esta fruto de uma larga experiência,
definitivamente não são o público ideal para as lições de ética-política; ou
que, pelo menos, não lhes será tão fácil alcançar o entendimento da mesma
forma que chegam com presteza à compreensão da matemática e de outras
atividades intelectuais mais acessíveis a idades inferiores. De qualquer
maneira, estes jovens não são excluídos da busca incessante desse
conhecimento. A sua virtude consiste basicamente nessa
ocupação sublime, que é a obra essencial a ser levada a cabo. A vida do jovem
será então um momento rico de aprendizado dos ensinamento daqueles que já
amadureceram pela experiência. No entanto, o próprio Aristóteles esclarece
que o simples fato de se praticar uma ação naturalmente com vistas a atingir
um objetivo escolhido, não é questão de excelência, de phrónesis, e sim uma
demonstração de talento. A phrónesis torna a escolha acertada. "A obra do
homem é levada a cabo de acordo com a phrónesis e a virtude moral; a virtude
assegura qual é o fim adequado e
virtude moral (ethiké arethé), ou a bondade de caráter; uma vez que ambas se
encontram estreitamente unidas, no sentido de que uma não pode existir sem a
outra . Consequentemente, a virtude moral não é completa em si própria, ela
se completa na phrónesis. Para ser moralmente
Este sentido aplicado pelo Estagirita ao saber prático vem a ser uma
retificação da assimilação socrática que concebia equivocamente todas as
virtudes como formas da phrónesis. Aristóteles explicita e corrige tal
pensamento argumentando que existem duas formas de virtude, a virtude
natural e a virtude no sentido estrito, e a segunda não se alcança sem o
discernimento, ou o bom juízo. No entanto, o mesmo Aristóteles reconhece
que Sócrates tinha razão ao considerar que todas as virtudes têm implicações
na phrónesis. A partir dessas observações, e durante um
Temos, agora, quase que uma demarcação, o que não indica necessariamente
uma oposição, do campo de estudo aristotélico: o sentido prático e a sabedoria
filosófica. Tales fora chamado de sábio por Aristóteles e basta lembrar a
anedota a seu respeito na qual se conta
dizem que eles têm o conhecimento de questões elevadas e difíceis, mas sem
utilidade". Aristóteles, todavia, não pretendia afirmar que eles estavam
totalmente desatentos quanto à realidade que os cercava e aos apelos da vida
quotidiana, a discussão se presta apenas para apontar a
praxis significa a vida dos ser vivo enquanto tal, as formas determinadas do
comportamento vital, de sorte que a multiplicidade de seres vivos revela-se na
multiplicidade de sua praxis". Segundo esta
lhe foi dado a conhecer - dentre as várias possibilidades aquela que mais lhe
parece justa, e que melhor corresponde ao bem desejado, em direção do qual
se move.
ato, como é o caso da poiésis. E mais, "Uma teoria da praxis será, pois,
constitutivamente uma teoria do agir ético, pois toda praxis refere-se
necessariamente a um horizonte último de eticidade". Ou seja, esses traços
conceituais do agir humano, ou a teoria da praxis, têm como centro de
gravidade a phrónesis. Isto garantirá ao pensamento ético de Aristóteles um
caráter perene e quase que inatingível, sustentando por longos séculos o
pensamento ético do Ocidente.
A filosofia prática pretende refletir sobre a praxis humana e estreitamente
relacionadas com ela, a phrónesis, estão a eleição (proairesis), que "pertence à
esfera do voluntário", funcionando como uma combinação do desejo com a
razão; e a deliberação (bouleusis), que se ocupa das coisas que podemos fazer
sempre que há mais de uma forma de efetivá-las. Na verdade, trata-se de um
processo mental que visa descobrir os meios para se alcançar um fim
predeterminado. Assim sendo, o phrónimos vem a ser, em termos gerais,
aquele que se torna capaz de deliberar bem sobre o que irá beneficiar a si
mesmo, não apenas nas ocasiões particulares, mas também tendo em
consideração a vida boa em geral, ou seja, aquilo que nos leva a viver bem de
um modo geral. A
Aristóteles, livre é aquele que vive para si e não para o outro, "... mas a
liberdade não tem sua existência na vida do indivíduo isolado, mas na vida
inserida nas instituições éticas da pólis" e não quer significar, e não pode
assim ser entendida, a capacidade de poder agir ou não agir, conforme o modo
de pensar da tradição escolástica. "Razão e liberdade são compreendidas, na
verdade, sob um termo único (boúleusis), designando um só e único
movimento espiritual que orienta e conduz a
praxis ao seu fim, vem a ser, à sua realização ou excelência (arethé) e ao seu
bem (agathón)". A pólis, que é a comunidade de cidadãos livres, se nos
aparece como a comunidade da liberdade, pois a finalidade mesma da
liberdade é tornar viável essa comunidade de homens livres. A sua
tarefa é criar as condições para concretização da vida ética dos seus cidadãos.