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ALVENARIA
Alfredo M. P. G. Dias
Índice
1 Introdução ............................................................................................................................. 5
2 Características e Propriedades da Madeira .......................................................................... 6
2.1 Características principais............................................................................................... 6
2.2 Constituição macroscópica ........................................................................................... 7
2.2.1 Anéis de crescimento ............................................................................................ 7
2.2.2 Cerne e borne ........................................................................................................ 8
2.2.3 Lenho juvenil ......................................................................................................... 9
2.2.4 Lenho de reacção .................................................................................................. 9
2.2.5 Inclinação das fibras ............................................................................................ 10
2.2.6 Nós....................................................................................................................... 10
2.3 Propriedades Físicas .................................................................................................... 11
2.3.1 Massa volúmica ................................................................................................... 11
2.3.2 Teor de água da madeira..................................................................................... 12
2.3.3 Retracção e dilatação .......................................................................................... 14
2.4 Madeira como material de construção ....................................................................... 16
2.4.1 Aspectos gerais.................................................................................................... 16
2.4.2 Do material madeira aos produtos de construção.............................................. 17
2.4.3 Classificação de madeira ..................................................................................... 17
2.4.4 Processamento e reconstituição ......................................................................... 21
2.5 Propriedades mecânicas da madeira .......................................................................... 21
2.5.1 Aspectos gerais.................................................................................................... 21
2.5.2 Ortotropia da madeira ........................................................................................ 22
2.5.3 Propriedades de rigidez....................................................................................... 23
2.5.4 Propriedades resistentes..................................................................................... 24
2.5.5 Propriedades diferidas ........................................................................................ 29
2.5.6 Influência do teor de água nas propriedades mecânicas.................................... 30
2.5.7 Efeito de volume ................................................................................................. 31
2.6 Durabilidade ................................................................................................................ 32
2.6.1 Aspectos gerais.................................................................................................... 32
2.6.2 Fungos ................................................................................................................. 33
ÍNDICE 1
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
ÍNDICE 2
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
5.3.7 Torção.................................................................................................................. 70
5.3.8 Compressão ângulo com as fibras ....................................................................... 71
5.3.9 Flexão associada com tracção ............................................................................. 71
5.3.10 Flexão associada com compressão ..................................................................... 72
5.3.11 Torção associada com corte ................................................................................ 73
5.3.12 Estabilidade de pilares ........................................................................................ 73
5.3.13 Estabilidade de vigas em flexão .......................................................................... 76
5.4 Dimensionamento aos estados limites de serviço ...................................................... 78
5.5 Ligações ....................................................................................................................... 81
5.5.1 Capacidade resistente de ligadores isolados – Ligadores tipo cavilha................ 81
5.5.2 Outras disposições - Ligadores tipo cavilha ........................................................ 86
5.5.3 Ligações com forças a actuar com ângulo com as fibras da madeira .............. 89
5.5.4 Capacidade resistente de uma fila de ligadores – Ligadores tipo cavilha ........... 90
5.5.5 Outros tipos de ligações ...................................................................................... 91
6 Concepção e Projecto de Estruturas de Madeira................................................................ 92
6.1 Concepção estrutural .................................................................................................. 92
6.1.1 Coberturas ........................................................................................................... 92
6.1.2 Pavimentos .......................................................................................................... 93
6.1.3 Tracção na direcção perpendicular à direcção das fibras ................................... 93
6.1.4 Ligações ............................................................................................................... 95
6.2 Durabilidade ................................................................................................................ 96
6.2.1 Aspectos gerais.................................................................................................... 96
6.2.2 Durabilidade natural ........................................................................................... 98
6.2.3 Durabilidade por tratamento químico ................................................................ 99
6.2.4 Tratamentos químicos....................................................................................... 101
6.2.5 Concepção para a durabilidade ......................................................................... 105
6.2.6 Ligações ............................................................................................................. 109
6.3 Outros aspectos de natureza construtiva ................................................................. 109
7 Exemplos de Aplicação ...................................................................................................... 111
7.1 Reabilitação de edifício de habitação ....................................................................... 111
7.1.1 Problema Nº1 .................................................................................................... 112
7.1.2 Problema Nº2 .................................................................................................... 113
ÍNDICE 3
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
ÍNDICE 4
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
1 Introdução
Estes apontamentos servem de apoio as aulas teóricas e práticas da disciplina de Estruturas de
Madeira e Alvenaria do perfil de Estruturas do Mestrado Integrado em Engenharia Civil, da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
C – Informação conceptual
INTRODUÇÃO 5
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
Os constituintes principais da
madeira são a celulose (com uma
percentagem superior a 60%)
hemicelulose, lenhina e sais
minerais.
Figura 1 – Fotografia da estrutura celular da madeira
O material madeira caracteriza-se por uma elevada anisotropia que resulta nomeadamente da
forma e orientação das células e da estação de crescimento.
A madeira pode ser proveniente de duas espécies distintas, folhosas ou de folha caduca e
resinosas ou de folha perene. As madeiras destas duas proveniências diferem não só na sua
constituição e organização celular mas também ao nível das propriedades físicas e mecânicas
com importância sob o ponto de vista de engenharia. Por este motivo na classificação de
madeira para uso estrutural é feita a distinção entre espécies folhosas “hardwood” e resinosas
“softwood”.
As madeiras folhosas provenientes de árvores de folha caduca, são geralmente madeiras mais
duras (ex: castanheiro, eucalipto, carvalho, choupo). As madeiras resinosas, provenientes de
árvores de folha persistente, são geralmente madeiras mais brandas (ex: pinheiro, abeto,
cedro).
Figura 4 – Relação entre a espessura dos anéis de crescimento e a massa volúmica da madeira (STEP, 1995)
A espessura dos anéis de crescimentos está relacionada com a sua massa volúmica. Para a
maioria das espécies resinosas a massa volúmica aumenta com a diminuição da espessura dos
anéis:
A distinção entre borne e cerne é bastante importante uma vez que a madeira proveniente
destas duas zonas apresenta características e propriedades bastante distintas, nomeadamente
ao nível da resistência e rigidez mecânicas, da durabilidade e do aspecto visual. Como estes
aspectos são essenciais para aplicações na construção a maior ou menor preponderância de
cerne e borne é um aspecto tido quase sempre em consideração quer seja por razões
meramente estéticas ou por razões de desempenho mecânico.
O lenho juvenil corresponde à madeira na zona dos primeiros 5-20 anéis. Este lenho tem
propriedades distintas da madeira das restantes zonas (Figura 6). Regra geral apresenta
resistências e rigidezes bastante inferiores ao restante lenho, apresentando ainda massas
volúmicas menores e coeficientes de retracção superiores (Figura 7).
Na maioria das situações o lenho juvenil não é fácil de distinguir, no entanto este localiza-se
em redor da medula. Por esta razão condiciona-se a existência de medula como forma
indirecta de condicionar a existência de lenho juvenil.
distinguir (Figura 8). Este crescimento leva a um crescimento pronunciado de uma das
direcções do tronco conduzindo por isso a secções ovalizadas.
Este material apresenta coeficientes de retracção mais elevados e roturas mais frágeis. Por
esta razão a sua presença é condicionada em elementos estruturais para aplicações
estruturais.
2.2.6 Nós
Os nós são porções dos ramos das árvores que ficam embebidos no interior dos troncos
aquando do crescimento destes. Se o ramo estava morto quando foi embebido trata-se de um
nó morto se o ramo estava vivo, trata-se de um nó vivo.
Na prática os nós são geralmente a característica da madeira que influencia de forma mais
significativa as propriedades resistentes do material.
A massa volúmica da madeira é uma das propriedades mais importantes deste material. Esta
tem boas correlações com várias propriedades mecânicas da madeira interessando também
para a quantificação de pesos próprios.
Regra geral assume-se que os valores característicos, nomeadamente o quantilho inferior (k)
podem ser estimados a partir do valor médio (m) considerando uma distribuição estatística
normal com um determinado coeficiente de variação B-Quadro A - 2. Para as situações mais
habituais o valor característico pode ser obtido a partir do valor médio através da Equação 1.
Para quantificação dos pesos próprios pode ser usada a uma estratégia semelhante, ou
alternativamente usados os valores tabelados que são apresentados no EC1 Quadro A - 3 .
O teor de água da madeira () è a relação, em percentagem, entre o peso de água (peso com
um teor de água -P menos o peso seco-Ps) e o peso seco de uma dada amostra (Equação 1).
P Ps
100 (2)
Ps
Dadas as características do material madeira (com um elevado índice de vazios) esta definição
de teor de água pode conduzir a valores superiores a 100%.
Por esta razão quando se refere uma determinada propriedade da madeira tem também de
ser referido o teor de água correspondente. Quando tal não é indicado explicitamente
consideram-se como teor de água de referência 12%. Este teor de água corresponde para a
maioria das espécies a uma temperatura de 20ºC e uma humidade relativa do ar de 65%.
A água que se encontra no material madeira pode ser de duas fontes distintas, de
preenchimento dos vazios celulares, água livre, ou de constituição das paredes celulares, água
retida.
A água livre é perdida com relativa facilidade enquanto a água retida necessita de maiores
quantidades de energia para a sua libertação. No processo de secagem em primeiro lugar é
expulsa a água livre e só depois a água retida. O ponto em que a madeira começa a perder
água constituinte das paredes celulares é o ponto de saturação das fibras.
O teor de água da madeira tem grande influência em quase todas as suas propriedades. Este
não é característico da madeira variando com as condições ambientais (temperatura e
humidade relativa do ar) a que esta está sujeita.
O equilíbrio higrotérmico varia com as condições ambientais e de espécie para espécie, sendo
característico para um determinado conjunto humidade relativa do ar/temperatura e espécie.
Na Figura 12 são apresentadas as curvas d equilíbrio higrométrico para a madeira de Pinho
bravo.
Figura 12 – Equilíbrio higrotérmico para madeira de Pinho bravo (Ficha M9, LNEC)
Como a variação do teor de água pode conduzir a variações dimensionais e o teor de água de
equilíbrio varia com as condições ambientais em que a madeira está aplicada esta deve ser
sempre aplicada com o teor de água o mais próximo possível daquele que irá ser o seu teor de
água de equilíbrio.
Uma das dificuldades práticas que existe é a definição do teor de água de equilíbrio, uma vez
que na esmagadora maioria das situações a humidade relativa do ar e temperatura a que a
madeira está sujeita variam ao longo do tempo nomeadamente com as estações do ano.
Na Figura 13 são apresentados os teores de água de equilíbrio que podem ser esperados no
nosso clima em diferentes condições de aplicação na construção.
Figura 13 – Teores de água de equilíbrio a esperar em madeiras aplicadas em diferentes situações ((Ficha M9,
LNEC)
1 0 , 01
0 (3)
1 0.01v
A madeira sofre variações dimensionais significativas com a variação do seu teor de água.
Sofre igualmente variações dimensionais com a variação da temperatura mas amplitude
bastante mais pequena, logo estas são geralmente desprezadas.
Estas variações conduzem a coeficientes de retracção que são bastante diferentes para as três
direcções (longitudinal- l, radial – r e tangencial-- t).
Muitas vezes é também importante o coeficiente de retracção volumétrica v, que define a
variação de volume com a variação do teor de água.
Existem espécies com coeficientes de retracção muito elevados como o Eucalipto (r= 7,7%,
t=11,0%, v=18,7%), e espécies com coeficientes de retracção bastante mais baixos como a
Teka (r=2,5%, t=5,8%, v=7,0%). Apesar disso em todas elas se verifica que o coeficiente de
retracção na direcção longitudinal é bastante inferior ao nas direcções radial e tangencial. Por
esta razão a variação dimensional na direcção longitudinal é muitas vezes desprezada.
ocorrer empenos. Por essa razão uma peça que não apresente qualquer empeno se for sujeita
a um ciclo humidificação/desumidificação pode passar a apresentar. Por esta razão é da maior
importância o acondicionamento da madeira em estaleiro até à sua aplicação.
A madeira é um dos mais antigos materiais de construção, tal deve-se em grande medida às
suas vantagens em relação aos outros materiais. De entre estas vantagens destacam-se:
Figura 16 – Funções de densidade de probabilidade para madeira de diferentes espécies e diferentes origens
Para ultrapassar este problema têm sido desenvolvidas técnicas que permitem controlar esta
variabilidade e dessa forma aumentar a fiabilidade da madeira enquanto material de
construção. Destas destacam-se a classificação de madeira e processamento de madeira
descritos adiante.
O baixo módulo de elasticidade é outro problema de difícil resolução. Devido a este factor o
dimensionamento das estruturas de madeira é muitas vezes condicionado pela
deformabilidade. Como forma de minorar esta desvantagem a madeira surge muitas vezes
associada a outros materiais mais rígidos como o betão ou o aço.
A dificuldade de execução das ligações é uma dificuldade significativa, mas tem sido minorada
com recurso a novas soluções e tecnologias, de entre estão por exemplo as ligações coladas e
os parafusos de grande comprimento.
Um elemento de madeira não constitui por si só um produto de construção. Para que este
seja um produto de construção é necessário que tenha sido processado de acordo com as
regras estabelecidas na Directiva de Produtos de Construção. Segundo esta no presente ou no
futuro próximo todos os produtos para entrarem no mercado terão de possuir marcação CE.
Para tal é necessário que estes tenham sido processados de acordo com de acordo com as
normas Europeias aplicáveis ou de acordo com algum documento de aplicação técnica (ETA).
para finalidades estruturais. Neste documento será focada a classificação para fins estruturais,
adiante referida como classificação.
Figura 17 – Funções de densidade de probabilidade para madeira não classificada e madeira classificada em três
classes (a, b, c), (STEP, 1995)
A classificação visual tem por base a medição/avaliação das características visuais dos
elementos de madeira (inclinação das fibras, nós, anéis de crescimento, fissuras, descaio
etc...), sendo o mais importantes para efeitos de classificação por resistência a dimensão e
posição dos nós. O classificador inspecciona visualmente a peça e define de seguida a sua
classe.
A classificação mecânica:
Em termos de classificação mecânica o método tradicional, e ainda hoje o mais usado consiste
em classificar a madeira com base no valor do módulo de elasticidade. Este é obtido por
aplicação de força determinada e medição da respectiva deformação ou vice versa (Figura
19Figura 18).
Nos últimos anos têm sido desenvolvidas outros métodos de classificação mecânica que
recorrem a técnicas distintas como por exemplo o raio X e gama, os ultrasons ou as
propriedades mecânicas dos elementos. No Quadro 2 são apresentadas as máquinas mais
usadas bem como as técnicas que usam, número de equipamentos em serviço (ano 2000) e a
velocidade de classificação.
Os processos de classificação estão enquadrados por normas específicas que têm de ser
seguidas. Na Europa a norma aplicável é a EN 14081, parte 1 genérica para classificação visual
e mecânica e as partes 2, 3, 4 com requisitos específicos para classificação mecânica.
No caso da classificação visual associadas as estas normas é ainda necessário ter normas
específicas para cada tipo de madeira e zona de produção onde estão os limites exigidos para
as diferentes características a avaliar para cada uma das classes de qualidade (Ex: NP 4305 –
Classificação visual de madeira de Pinho bravo). Com base nestas normas a madeira é
agrupada em classes de qualidade às quais são atribuídas classes de resistência EN 1912.
Regra geral considera-se para efeitos de classificação como teor de água de referência os 20%.
A madeira classificada que venha a ser alvo de qualquer tipo de processamento que altere as
dimensões da sua secção transversal tem de ser re-classificada. Processamento que altere as
sua dimensão na secção longitudinal não tem de ser re-classificada.
Durante este processo torna-se muito fácil seleccionar o material com melhores características
e rejeitar aquele que limitaria as propriedades resistentes dos elementos finais. Esta selecção
pode por exemplo passar pela classificação convencional de elementos de madeira maciça tal
como o que acontece no caso do lamelado colado. Este processamento tem ainda a vantagem
de no processo de reconstituição os defeitos são dispersos de forma aleatória o que é bastante
vantajoso porque elimina a concentração de defeitos que ocorre nos troncos (ex:
agrupamentos de nós).
Este processo é utilizado para produção de inúmeros produtos derivados de madeira, alguns
dos quais são apresentados no ponto C.
Produto Constituinte
Poste Madeira redonda
Processamento
Uma determinada propriedade mecânica da madeira pode apresentar valores muitos distintos
dependendo de diversos factores, nomeadamente: quantilho estatístico que representa, teor
de água correspondente, proveniência de madeira com ou sem defeitos. Por esta razão,
quando se refere a valor de uma determinada propriedade da madeira este deve ser sempre
enquadrado.
Quando nada for dito em contrário ao falar de propriedades da madeira estão a referir-se
valores para o teor de água de referência (12%) de madeira com defeitos. Por defeito são
indicados valores característicos para as propriedades resistentes e valores médios para as
propriedades de rigidez e para a massa volúmica.
Uma das mais importantes características da madeira é a sua ortotropia. As três direcções de
ortotropia são: longitudinal, radial e tangencial (Figura 22).
Tangencial
Radial
A ortotropia da madeira tem significado ao nível dos vários tipos de propriedades do material,
nomeadamente: propriedades resistentes, propriedades de rigidez e propriedades físicas.
aproximadamente com a direcção longitudinal de ortotropia. Por esta razão é fácil definir o
eixo longitudinal mas muito difícil definir os outros dois eixos. Por estes motivos
habitualmente só se distingue entre a direcção das fibras (longitudinal) e a direcção
perpendicular à direcção das fibras (radial e tangencial). Desta forma, na prática a madeira é
geralmente considerada como um material monotrópico.
Em termos de modelação pode ser relevante fazer a distinção entre as três direcções, para tal
deverá garantir-se que no elemento/componente que se pretende modelar as três direcções
são claramente conhecidas.
Por defeito quando se refere o módulo de elasticidade (E) refere-se o módulo correspondente
a flexão na direcção paralela às fibras, os módulos de elasticidade correspondentes a
compressão e tracção na direcção paralela às fibras são regra geral assumidos com igual valor.
Para madeiras classificadas de acordo com as normas europeias às quais corresponde uma
classe de resistência os valores dos módulos de elasticidade podem ser encontrados na EN 338
B - Quadro A - 7 ou nas normas correspondentes para outros derivados de madeira, lamelado
colado B- Quadro A - 8, LVL B- Quadro A - 9. Para madeira não classificada, ou para a qual não
existam normas de classificação, no Wood handbook (Wood handbook, 1999)-Tabelas 4-3, 4-4,
4-5 são dados os valores dos módulos de elasticidade para um grande número de espécies ou
no caso de madeiras Nacionais no Livro Madeiras Portuguesas de Albino de Carvalho.
E0 ,mean
E90 ,mean Resinosas (4)
30
E0 ,mean
E90 ,mean Folhosas (5)
15
Em certas situações muito particulares (ex: modelação de ligações) pode ser necessário o valor
dos módulos de elasticidade na direcção radial e tangencial. No Wood handbook (Wood
handbook, 1999) Tabela 4-2 são dadas relações entre estes e o módulo de elasticidade na
direcção longitudinal.
O módulo de distorção (G)é outro dos parâmetro com interesse sob o ponto de vista de
engenharia. Em termos de dimensionamento regra geral as deformações por corte são
desprezadas, o módulo de distorção não é necessário. Quando estas não são desprezáveis
considera-se somente um valor médio função do valor médio do módulo de elasticidade tal
como indicado na EN 338 (Equação 4).
E0 ,mean
Gmean (6)
16
O Wood handbook-Tabelas 4-1, 4-2 apresenta também relações entre os três módulos de
distorção (longitudinal-radial, longitudinal-tangencial e radial tangencial) e o módulo de
elasticidade na direcção longitudinal.
Tal como para o módulo de distorção o coeficiente de poisson ()é regra geral considerado
somente com o valor médio. Para a definição de um material ortotrópico são necessários os
seis coeficientes de poisson. O Wood handbook-Tabela 4-2 apresenta os seus valores para
várias espécies resinosas e folhosas.
As propriedades resistentes mais relevantes para finalidades estruturais são: tracção (ft)na
direcção paralela e perpendicular às fibras da madeira, compressão (fc) na direcção paralela e
perpendicular às fibras da madeira, flexão (fm) e corte (fv).
Figura 22 – Curvas tensão-extensão para madeira solicitada em tracção e compressão (STEP, 1995)
ft ,0 ,k 0 ,6 fm,k (7)
Existem poucos ensaios experimentais para determinar esta propriedade. Em provetes sem
defeitos obtêm-se valores médios (espécies Americanas) que podem variar entre os 45MPa e
os 120 MPa (Wood handbook, 1999). Em provetes com defeitos podemos encontar valores
característicos entre 8 para madeira da classe C14 e 42 MPa para madeira da classe para D70.
Como se verifica da diferença entre os valores para madeira com e sem defeitos, esta
propriedade é afectada de forma significativa pela existência de defeitos, particularmente nós
e desvio das fibras.
Os valores desta propriedade para efeitos de dimensionamento podem ser encontrados nas
normas correspondentes, nomeadamente: madeira maciça B - Quadro A - 7 lamelado colado
B- Quadro A - 8, LVL B- Quadro A - 9.
0 ,6
ft ,90 ,k min (8)
0 , 0015k
Tal como a resistência à tracção na direcção paralela à direcção das fibras, a tracção na
direcção perpendicular à direcção das fibras também é influenciada de forma significativa pela
existência de defeitos.
Os valores desta propriedade para efeitos de dimensionamento podem ser encontrados nas
normas correspondentes, nomeadamente: madeira maciça B - Quadro A - 7 lamelado colado
B- Quadro A - 8, LVL B- Quadro A - 9.
Pelas suas características este tipo de esforço deve ser sempre evitado. Sempre que tal não
seja possível devem ser previstas disposições que permitam evitar a rotura frágil que lhe está
associada O.
A compressão na direcção paralela à direcção das fibras (fc,0) resulta da instabilização das
fibras da madeira, e não da sua rotura como na tracção. Este tipo de rotura conduz à formação
de novelos de fibras característicos (Figura 24). Em termos mecânicos a compressão na
direcção paralela à direcção das fibras apresenta um comportamento aproximadamente
elástico linear seguido de uma cedência em que se pode observar alguma capacidade de
deformação plástica.
De uma forma geral a madeira solicitada em compressão segundo uma direcção paralela à
direcção das fibras, é considerada com um comportamento elástico linear até à rotura, no
entanto também pode ser considerada com um comportamento elasto-plástico. A sua
fc ,0 ,k 0 , 5 fm ,k
0 ,45
(9)
Em provetes sem defeitos obtêm-se valores médios (espécies Americanas) que podem variar
entre os 27 MPa e os 70 MPa (Wood handbook, 1999). Em provetes com defeitos podemos
encontrar valores característicos entre 16 MPa para a classe C14 e 34 MPa para a classe D70.
Os valores desta propriedade para efeitos de dimensionamento podem ser encontrados nas
normas correspondentes, nomeadamente: madeira maciça B - Quadro A - 7 lamelado colado
B- Quadro A - 8, LVL B- Quadro A - 9.
Verifica-se que esta resistência é influenciada de uma forma muito significativa pela forma
como os carregamentos são aplicados. Quanto maior for a área de aplicação da carga em
proporção da área total do elemento, maior será a resistência correspondente. Os resultados
experimentais indicados na Figura 25 demonstram claramente esse efeito. Os resultados
apresentados mostram um acréscimo superior a 100% função da relação entre a área de carga
e a área de apoio.
Figura 24 – Resistência à compressão na direcção perpendicular à direcção das fibras função da superfície de
aplicação das cargas
0 , 007k Re sinosas
fc ,90 ,k (10)
0 , 015k Folhosas
Em provetes sem defeitos obtêm-se valores médios (espécies Americanas) que podem variar
entre os 2 MPa e os 20 MPa (Wood handbook, 1999). Em provetes com defeitos podemos
encontrar valores característicos entre 2 MPa para a classe C14 e 13,5 MPa para a classe D70.
Para esta espécie propriedade verifica-se uma diferença entre valores médios e valores
característicos muito inferior às restantes propriedades, especialmente de tracção. Tal deve-se
a vários aspectos, como a pouca influência da existência de defeitos e a capacidade de
deformação plástica da madeira sujeita a este tipo de esforço.
Os valores desta propriedade para efeitos de dimensionamento podem ser encontrados nas
normas correspondentes, nomeadamente: madeira maciça B - Quadro A - 7 lamelado colado
B- Quadro A - 8, LVL B- Quadro A - 9.
Em termos de resistência ao corte (fv)é necessário distinguir duas situações: corte definido
segundo um plano paralelo à direcção das fibras (corte convencional) e corte definido segundo
um plano perpendicular à direcção das fibras (“rolling shear”). A resistência ao corte
convencional é a mais frequente apresentando valores superiores aos do rolling shear.
3 ,8
fv ,k min (11)
0 ,2 fm ,k
0 ,8
Em provetes sem defeitos obtêm-se valores médios (espécies Americanas) que podem variar
entre os 3 MPa e os 16 MPa (Wood handbook, 1999). Em provetes com defeitos podemos
encontrar valores característicos entre 2 MPa para a classe C14 e 6,0 MPa para a classe D70.
A fluência, aumento da deformação para um nível de carga constante, tem uma grande
importância no caso da madeira. Na Figura 27 apresentam-se curvas de deformação devida a
fluência ao longo do tempo em ligações de madeira com placas denteadas.
Ensaio
Modelo
Aneis denteados
Tempo (dia)
Facilmente se verifica que a deformação devida à fluência pode ao fim vários anos ser várias
vezes superior às deformações elásticas iniciais.
Os níveis de fluência a que uma determinada estrutura está sujeita dependem de vários
factores, particularmente de: duração da carga, teor de água, temperatura, variações das
condições climáticas (humidade relativa e temperatura), e nível de tensão (Figura 27).
>30% ►=12%
=12% ► >30%
=12%
>30%
Figura 27 – Influência das condições climáticas e do nível de tensão na fluência (STEP, 1995)
A fluência aumenta com o período de duração dos carregamentos. Esta aumenta também de
forma significativa com a temperatura e teor de água, esta influência aumenta ainda de forma
significativa se o material estiver sujeito a ciclos climáticos (ex: variação sazonal das humidades
relativas e temperaturas). Outro aspecto de grande importância é o nível de tensão instalado.
Para níveis de tensão até aproximadamente 35% dos correspondentes aos níveis de tensão
resistente instantânea (próximos dos níveis que são de esperar para a estrutura em serviço) a
fluência é aproximadamente constante, considerando-se por isso linear. Para níveis de tensão
superiores a fluência deixa de ser linear podendo mesmo conduzir à rotura dos elementos.
Para níveis de tensão elevados e durações de carregamento longos a fluência passa a ser não
linear. Nessa situação a rotura pode ser influenciada de forma significativa. Têm sido
realizados muitos estudos com o objectivo de avaliar a influência deste aspecto na resistência
da madeira. O objectivo principal desses estudos é o de conhecer o tempo até à rotura para
um determinado nível de carga e dessa forma obter informação que permita relacionar os
níveis de tensões máximos admissíveis com as durações dos respectivos carregamentos.
Estes estudos são de difícil realização e os seus resultados de difícil interpretação devido à
grande quantidade de aspectos que os influenciam e à variabilidade sempre associada a todas
as propriedades da madeira. Um dos primeiros e mais conhecidos foi realizado na década de
40 do século passado nos Estados Unidos da América com o objectivo de avaliar os
decréscimos de resistência associados com a duração do carregamento em madeira limpa.
Com base nestes foram estabelecidas curvas que relacionam a duração da carga com a
resistência (Figura 29) que ficaram conhecidas como as “curvas de Madison”.
Dos resultados é possível verificar que para carregamentos muito longos a redução da
capacidade resistente pode chegar aos 60%.
Figura 30 – Relação entre resistência à tracção e o volume das peças (Therlandanson e Larson, 2003)
Existem diversas teorias para explicar este fenómeno, como a rotura frágil pela zona mais
fraca, gradientes significativos na distribuição no interior dos elementos resultado de rigidezes
diferenciais no interior destes, ou o facto de defeitos com grande influência neste tipo de
esforço (ex: fendas) serem maiores em peças de maior dimensão.
Geralmente assume-se que o efeito de volume é explicado pela da teoria do elo mais fraco.
Admitindo uma rotura perfeitamente frágil logo que exista rotura nalguma zona existirá rotura
em todo o elemento. Nesta situação podemos imaginar o elemento estrutural como uma
cadeia de elos de uma corrente. No momento em que ocorrer a rotura de um deles (o elo mais
fraco) a corrente deixa de transmitir força, atinge-se a rotura, logo esta é directamente
condicionada pela resistência do elo mais fraco.
Assumindo uma dada distribuição estatística para as propriedades resistentes de cada elo da
corrente, quanto maior for o número de elos maior será a probabilidade de existir entre eles
um de resistência baixa. Voltando ao elemento de madeira, quanto maior for o volume da
peça, maior será a probabilidade de existir um defeito que reduza de forma significativa a
resistência à tracção de uma determinada zona (o elo mais fraco).
2.6 Durabilidade
2.6.1 Aspectos gerais
Na durabilidade das estruturas de madeira têm de ser consideradas duas situações distintas:
Deterioração superficial que afecta a sua aparência mas que não afecta de forma
significativa as suas propriedades mecânicas.
Fungos
Insectos
Xilófagos marinhos
O risco de ataque destes agentes varia de forma muito significativa com a espécie de madeira
e as condições de aplicação da mesma.
2.6.2 Fungos
Abaixo o desenvolvimento dos fungos é a falta de água, acima deste valor não existe ar uma
vez que os vazios começam a estar preenchidos com água. Daqui resulta que em madeira seca
ou emersa em água não existe o risco de ataques devido a fungos.
Dependendo do tipo de fungo o seu ataque pode resultar, apenas, numa degradação das
propriedades mecânicas ou somente na degradação da aparência do material, através do
aparecimento de manchas e bolores.
2.6.3 Insectos
Constituem um risco para a madeira todo o tipo de insectos que se alimentem desta. De entre
estes destacam-se os carunchos e as térmitas. Estes podem atacar madeira seca ou madeira
húmida, só não existe risco em madeira emersa por falta de oxigénio.
O risco de ataque por insectos varia de forma significativa com a zona geográfica em que se
localiza a estrutura. Ao nível da Europa, os riscos mais elevados ocorrem nos países do Sul
(Quadro 5).
Quadro 5 – Risco de ataque por insectos nos diversos países Europeus (STEP, 1995)
As térmitas iniciam o seu ataque da madeira a partir de madeira infectada ou do solo. Como
tal deve ser sempre evitado o contacto entre a madeira e o solo, interpondo sempre que
possível barreiras entre estes que não possam ser ultrapassadas pelas térmitas (ex: betão,
chapa metálica). As térmitas têm muitas dificuldades quando têm de se expor à luz solar, razão
pela qual a exposição dos diferentes caminhos solo-madeira à luz solar pode ser suficiente
para impedir o seu acesso à madeira O.
2.6.4 Xilófagos
Estes agentes biológicos (ex: crustáceos e moluscos) destroem madeira emersa em água
salgada. São particularmente sensíveis as zonas de flutuação das marés.
A madeira maciça antes de poder ser usada como material de construção tem de ser sujeita a
vários processos de processamento. Estes visam produzir elementos com os comprimentos e
secções transversais desejadas e com um teor de água apropriado para a aplicação em causa
C. A este processamento acresce ainda a necessidade de ser sujeita a um processo de
classificação e marcação de acordo com a normalização correspondente C.
A madeira após classificação através de uma norma apropriada pode imediatamente ser
associada a uma classe resistente, nomeadamente através da EN 1912. A cada classe
resistente estão associadas um conjunto de propriedades mecânicas definidas na EN 338 que
fornecem ao utilizador/projectista a informação necessária para aplicação em termos de
estruturas Quadro A - 7.
Baixo custo
Boa trabalhabilidade
O uso de madeira maciça como material estrutural tem perdido importância com o
desenvolvimento de novos produtos derivados de madeira que permitem ultrapassar algumas
destas dificuldades.
3.2 Lamelado-colado
Dado que as peças serão coladas de forma aleatória, as direcções preferenciais de retracção C
não vão coincidir. Logo a retracção global das peças é limitada uma vez que estas se
restringem mutuamente. Deste facto resultam também menores desvios dimensionais.
Lamelado-
colado
Madeira-
maciça
Resistência
A classe de resistência da madeira lamelada colada depende da classe de madeira que lhe deu
origem. Podendo ser lamelado-colado homogéneo quando obtido por colagem de madeira
toda da mesma classe ou lamelado-colado combinado se colada com madeira de duas classes
de madeira distintas, com a madeira de classe superior nas extremidades do elemento.
exemplos de relações entre as classes de resistência de madeira maciça e de lamelado-colado
obtido a partir desta são definidas na NP EN 1194 (2002) e são as indicadas no Quadro 6.
Quadro 6 – Exemplos de relações entre a resistência da madeira maciça e da madeira lamelada colada obtida a
partir desta
Classe de resistência
GL24 GL28 GL32
Lamelado-colado homogéneo C24 C30 C40
Lamelado-colado combinado:
C24/C18 C30/C24 C40/C30
lamelas exteriores/interiores C
As propriedades resistentes de cada uma das classes de lamelado-colado são indicadas na
mesma Norma e estão apresentadas no Quadro A - 8.
O lamelado colado é aplicado em todo o tipo de estruturas de madeira, mas dadas as suas
características torna-se particularmente competitivo em coberturas, nomeadamente através
de vigas planas, vigas curvas, vigas de pendente ou sistemas treliçados (Figura 39).
O LVL é obtido por colagem de folha de madeira com espessuras geralmente entre 1 e 5mm.
Pelas suas funções estruturais a folha e colada essencialmente segundo uma direcção de
forma a maximizar as suas propriedades resistentes. Estas propriedades bem como as espécies
de madeira usada variam consoante a marca comercial em causa.
Figura 40 – Propriedades resistentes da madeira maciça (C24), lamelado-colado (GL32) e LVL (STEP, 1995)
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Sendo o ligador tipo cavilha o tipo mais vulgar de ligação é aquele para o qual existe um maior
número soluções comerciais, as mais importantes das quais se apresentam de seguida.
LIGAÇÕES 46
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LIGAÇÕES 47
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Os ligadores de contacto podem ser também agrupados em dois grupos distintos, ligações que
recorrem ao uso de ligadores metálicos e ligações tradicionais de carpinteiro, realizadas
essencialmente através de entalhes na madeira. De seguida são apresentados alguns exemplos
desses tipos de ligações.
Placas denteadas
Anéis
Placas circulares
Chapas denteadas
LIGAÇÕES 48
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Placas pregadas
Ligações de carpinteiro
As ligações químicas são o tipo de ligação mais eficiente sob o ponto vista mecânico. No
entanto este tipo de ligação requer um rigoroso controlo de qualidade de forma a garantir
uma adequada fiabilidade da ligação, dado o seu comportamento altamente frágil.
As ligações químicas (colagens) têm sido usadas com grande sucesso para produção de
lamelados colados. Nalgumas situações são usadas para colar elementos de lamelado-colado
recorrendo a “finger joints” de grandes dimensões (Figura 43).
Figura 42 – Nós de ligações viga pilar em pórticos de madeira a- finger joints, b-glued in bolts c -
Os ligadores químicos surgem também por vezes associados a ligadores metálicos sendo a
situação mais vulgar os “glued in bolts” varões inseridos numa pré-furação de maior diâmetro
cujo a folga é preenchida com químico (Figura 42).
LIGAÇÕES 49
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As ligações coladas são eficientes quando não existem concentrações de tensões significativas.
Como nessas situações a resistência da colagem é igual ou superior à menor tensão resistente
esta constitui uma solução eficiente. As ligações coladas apresentam quase sempre rigidezes
bastante elevadas, o que constitui mais uma vantagem significativa.
Este tipo de ligação só deve ser produzido em fábrica onde é possível garantir correctas
condições de aplicação e um adequado controlo de qualidade.
A capacidade resistente de ligações com ligadores tipo cavilha, è determinada com base em
equações resultantes de uma análise plástica limite vulgarmente conhecida por teoria de
Johansen (investigador que primeiro as propôs em 1949, Johansen, 1949) ou modelos de
cedência Europeus. Nesta abordagem existem dois tipos de cedência possíveis (Figura 44):
1
2
My,Rk
fh,1,k
s
fh,1,k
fh,2,k
s
Figura 43 – Deformação plástica no ligador e esmagamento na madeira
LIGAÇÕES 50
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Para cada tipo de ligação são identificados os modos de colapso possíveis, é determinada a
carga de rotura correspondente a cada um deles assumindo um comportamento rígido
plástico perfeito (Figura 45). Esta simplificação permite simplificar bastante os cálculos
introduzindo um erro bastante pequeno. A capacidade resistente da ligação è então dada pela
menor dos valores obtidas para todos os modos de colapso.
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
Figura 44 – Exemplo de modos de rotura para uma ligação madeira-madeira em corte simples
A carga de colapso a cada um dos mecanismos pode ser obtida por equilíbrio estático no
ligador, ou alternativamente através do método dos trabalhos virtuais. Considerando o
exemplo de uma ligação madeira-madeira em corte simples e para o quarto modo de colapso
indicado na Figura 45 as tensões de cedência indicadas na Figura 46.
Fv,Rk
1
2
My,Rk
fh,1,k
s
fh,1,k
fh,2,k
s
Fv,Rk
fh,1,k fh,2,k
My,Rk
fh,1,k
a1 a1 b1 b2
LIGAÇÕES 51
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t1 4 2 My ,d
b1 2 1 e Fv ,Rk fh ,1 ,d db1
2 2
fh ,1 ,d dt1
fh ,1 ,d t1 4 2 My ,d
Fv ,Rk 2 1
2 2
fh ,1 ,d dt1
Os modelos obtidos desta forma não têm em consideração efeitos importantes como o atrito
ou o efeito de ferrolho “rope efect” (Figura 47). Este efeito pode ter uma importância
significativa como se torna claro das curvas força-deslocamentos indicadas na Figura 47 para
ligações madeira-betão com diferentes capacidades resistentes axiais.
FAx,Rk
kFv,Rk FAx,Rk
LIGAÇÕES 52
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35
30
25
Força (kN)
20
15
Figura 47 – Curvas força deslocamento para ligações madeira-betão com diferentes capacidades resistentes axiais
Estes efeitos têm de ser considerados de forma independente destes modelos. Nestes
modelos é essencial conhecer as propriedades resistentes dos ligadores (momento de
cedência plástica), e da madeira (resistência ao esmagamento).
LIGAÇÕES 53
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70
R² = 0.7168
60
0.082(1-0.01d)k
50
40
30
(kg/m3)
20
350 450 550 650 750 850 950
d3
Rectangular Mp fy
8 (13)
d3
Circular Mp fy
8
LIGAÇÕES 54
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100
90
80
Figura 50 – Curva momento rotação obtida numericamente para um ligador metálico de secção circular
Na prática as secções nunca estão completamente plastificadas, existe sempre uma zona junto
ao eixo neutro que se encontra em regime elástico (Figura 50). Na prática a importância dessa
zona depende de entre ouros factores do diâmetro dos ligadores. Para uma dada deformação
a rotação na secção onde se forma a rótula plástica será tanto maior, quanto menor for o
diâmetro. Dai mobilizarem-se momentos muito mais próximos do momento plástico teórico
para ligadores de pequeno diâmetro.
MP/MEC5
2,2
1,8
1
8 16 24 32
diâmetro do ligador (mm)
LIGAÇÕES 55
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4.3.5 Pré-furação
Os ligadores podem ser introduzidos na madeira sem qualquer furação prévia (sem pré-
furação) ou após uma furação prévia (com pré-furação). O recurso à pré-furação evita que a
introdução do ligador ocorra após densificação das fibras da madeira, uma vez que estas já
antes foram removidas através da pré-furação (Figura 53). Este aspecto é tanto mais
importante quanto maior for o diâmetro do ligador ou a massa volúmica da madeira.
Os afastamentos mínimos, são um requisito essencial para garantir que não existe fissuração
excessiva, na zona das ligações a qual possa por em causa o seu funcionamento mecânico.
Estes pretendem ainda garantir que a capacidade resistente e a rigidez de um ligador não seja
afectada pela presença próxima de outros ligadores.
LIGAÇÕES 56
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Fméd F
Assumindo um comportamento elástico dos
materiais a distribuição de forças nas ligações
d máx
Numa ligação podem ser associados vários tipos de ligadores (ex: pregos e parafusos) no
entanto para que as capacidades resistentes destes possam ser contabilizadas em simultâneo
é necessário que estes tenham características de rigidez compatíveis. Se por exemplo numa
ligação forem associados ligações tipo cavilha e ligadores químicos estes não vão atingir a sua
capacidade resistente máxima em momentos diferentes e por isso estas não podem ser
somadas. A cola atinge a sua resistência máxima para pequenas deformações tendo de
LIGAÇÕES 57
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seguida uma rotura frágil. Para essas mesmas deformações a capacidade resistente mobilizada
nos ligadores tipo cavilha é praticamente nula (Figura 56) O.
O tipo de ligadores - A opção por ligadores metálicos permite regra geral aumentar a
ductilidade da ligação devido à grande ductilidade do aço.
O tipo de esforços induzidos nos elementos de madeira – Devem ser sempre que
possíveis evitados os esforços de tracção na direcção perpendicular à direcção das
fibras, pois conduzem a roturas frágeis e difíceis de prever.
(d) - cavilhas
(g) - pregos
Figura 55 – Curvas força deslocamento para diversos tipos de ligação (STEP, 1995)
LIGAÇÕES 58
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LIGAÇÕES 59
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O EC5 está dividido em duas partes sendo a primeira composta por duas sub-partes:
EC5 –EN 1995-1 “Design of timber structures – Part 1-1 : General - Common rules for
buildings”
EC5 –EN 1995-1 “Design of timber structures – Part 1-2 : General rules – Structural Fire
Design”
Neste documento aborda-se essencialmente a O EC5 part 1-1 que aborda as regras gerais para
estruturas de madeira.
O EC5 indica que devem ser tidos em consideração os seguintes aspectos ao nível do
dimensionamento:
O Eurocódigo por defeito considera relações tensão-extensão lineares. até à rotura (EC5 –
3.1.2(1)P). Apesar disso para elementos sujeitos a compressão podem ser consideradas
relações tensão-extensão não lineares (EC5 – 3.1.2(2)).
Para realização das análises estruturais é, regra geral (sempre que as estruturas não são
estaticamente determinadas), necessário conhecer a rigidez dos materiais e ligações. Para
efeitos de dimensionamento aos ELU a determinação dessas propriedades depende do tipo de
Para efeitos de ELS devem os valores das propriedades de rigidez das ligações e materiais
devem ser considerados com os seus valores médios.
No EC5 a influência das condições ambientais a que a estrutura está sujeita é considerada
através das classes de serviço. São definidas 3 classes de serviço cujos valores indicativos de
humidade relativa do ar e temperatura são indicados no Quadro 9 conjuntamente com teor de
água de equilíbrio e exemplos de situações práticas.
Em termos de materiais os valores das propriedades de rigidez com maior interesse para
efeitos estruturais são, o módulo de elasticidade -Emean,fin e módulo de distorção - Gmean,fin. Em
termos de ligações a propriedade de rigidez relevante é o módulo de escorregamento – Kser.
Madeira maciça obtida de espécies resinosas (C) e de espécies folhosas (D) C EN 338 B-Quadro
A - 7.
No caso de ligações os valores podem ser obtidos através dos modelos indicados no EC5 (EC5
7.1) B-Quadro A - 11 ou através de ensaios realizados de acordo com a EN ISO 26891.
Os valores de longo prazo das propriedades de rigidez dos materiais e das ligações são
determinados através das Equações 1 a 3 (EC5 2.3.2.2):
Emean
Emean , fin = (14)
1 2kdef
Gmean
Gmean , fin = (15)
1 2kdef
K ser
K ser , fin = (16)
1 2kdef
Os valores de cálculo das propriedades de rigidez dos materiais são determinados através das
Equações 4 e 5 (EC5 2.4.1):
Emean
Ed = (17)
M
Gmean
Gd = (18)
M
2
Ku = K ser (19)
3
em que:
2 é o valor de redução das acções correspondente a uma acção quase permanente que está
definido no EC0
Os valores característicos das diferentes propriedades de resistência (Xk) podem ser obtidos
nas normas ou certificados de produtor dos respectivos produtos tal como antes indicado para
as propriedades de rigidez.
Em termos de dimensionamento aos ELU interessam os valores de cálculo (Xd) estes podem
ser obtidos através da Equação 4 (EC5 2.4.1):
Xk
Xd =k mod (20)
M
O EC5 permite que o efeito de escala seja considerado na determinação dos valores de cálculo
da resistência à flexão e tracção de madeira maciça, lamelado colado e LVL.
Consequentemente os valores de cálculo podem ser majorados pelo coeficiente kh de acordo
com a Equação 4.
Xk
Xd =kh kmod (21)
M
Sempre que a dimensão de referência respeitar a relação indicada no Quadro 10 kh pode ser
determinado de acordo com as Equações ai indicadas (EC5 3.2 e 3.3).
Dimensão de
Material Dimensão - esforço kh
referência
Altura -flexão 150 0,2
min h
Madeira maciça
<150mm
k700 kg/m3
Largura -tracção 1, 3
Altura -flexão 600 0,1
min h
Madeira
<600mm
lamelada colada Largura -tracção 1, 1
Os valores de cálculo podem ainda ser majorados pelo factor de sistema resistente (ksys) que
tem em atenção a possibilidade de a carga que um determinado elemento suporta, poder ser
redistribuída pelos adjacentes (EC5 6.6).
Figura 56 – Sistemas de elementos resistentes paralelos em que pode ser usado ksys
Para este coeficiente poder ser aplicado têm de existir vários elementos paralelos, igualmente
espaçados entre si a resistir a uma mesma solicitação e estes têm de estar ligados entre si
através de elementos transversais que permitem uma redistribuição de cargas. Para efeito de
verificação da resistência dos sistemas de redistribuição transversal, devem considerar-se as
acções como sendo de curta duração.
O valor de ksys a considerar deve ser em geral 1,1. No entanto para sistemas laminados
horizontais podem ser utilizados valores superiores
Laminados colados ou
pré-esforçados
ksys
Laminados pregados
ou aparafusados
Pavimentos laminados
Nº de elementos carregados
Figura 57 – Pavimentos laminados e respectivos valores de ksys
Xk
Xd =ksys kh kmod (22)
M
A tracção na direcção das fibras da madeira é abordada no ponto 6.1.2 do EC5. A sua
verificação exige que as tensões actuantes sejam inferiores às tensões resistentes (Equação 4)
E , X, C
s t ,0 ,d ft ,0 ,d (23)
Em que:
Tal como referido anteriormente este tipo de esforço deve sempre que possível ser evitado.
Sempre que tal não seja possível devem ser propostas medidas que limitem a possibilidade de
ocorrência de roturas frágeis O.
O regulamento não indica qualquer verificação, apenas refere que o efeito de escala deve ser
tido em atenção. Para a verificação deste tipo de esforço sugere-se a adaptação das indicações
do EC5 para vigas de eixo curvo em que a tracção na direcção perpendicular à direcção das
fibras ocorre e não pode ser evitada.
Em que:
1, 0 madeira maciça
kvol 0 , 01 madeira lamelada colada e LVL com
V as fibras todas na mesma direcção
A compressão na direcção das fibras da madeira é abordada no ponto 6.1.4 do EC5. A sua
verificação exige que as tensões actuantes sejam inferiores às tensões resistentes (Equação 4)
E , X, C.
s c ,0 ,d fc ,0 ,d (25)
Em que:
Em que:
A tensão actuante deve ser determinada usando uma área efectiva determinada através da
multiplicação da largura de actuação pelo comprimento de actuação acrescido do mínimo de (
30 mm, a, l, l1/2) para cada um dos lados (Figura 59).
Figura 58 – Carregamentos aplicados na direcção perpendicular à direcção das vigas, (a)-apoios contínuos, (b)-
apoios discretos
kc,90 deve ser considerado por defeito igual a 1,0. Nos casos definidos no Quadro podem ser
considerados os valores superiores ai indicados.
Apoios discretos
com l1≥2h (Figura 59) 1,5 1,75*
*- l ≤400mm
fc ,0 ,d é a tensão resistente determinada de acordo com C
A verificação da flexão é abordada no ponto 6.1.6 do EC5. A sua verificação é realizada com
base numa expressão de interacção que considera simultaneamente a flexão instalada
segundo os dois eixos y e z E, X, C, O.
s m ,y ,d s
km m ,z ,d 1
fm ,y ,d fm ,z ,d
e (27)
s s
km m ,y ,d m ,z ,d 1
fm ,y ,d fm ,z ,d
Em que:
Esta curva corresponde a uma interacção linear entre as tensões provocadas na secção pelos
momentos flectores a actuar segundo as direcções y e z (Figura 59).
km=1.0
0.8
km=0.7
s m,y,d/fm,y,d
0.6
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
s m,y,d/fm,y,d
km é um factor que tem em atenção o facto de em flexão desviada quando se atinge a tensão
máxima na fibra mais solicitada, tal não significa necessariamente que a resistência máxima da
peça já foi atingida. Este aspecto está exemplificado na Figura 60 para uma secção quadrada
considerando comportamento elástico linear até à rotura.
1.16
1.12
1.08
Me/Mnl
h 1.04
Secção activa em
regime elástico
1.00
0.96
0 0.05 0.1 0.15 0.2
d Zona de rotura
h/d
5.3.6 Corte
A verificação do corte é abordada no ponto 6.1.7 do EC5. A sua verificação exige que as
tensões actuantes sejam inferiores às tensões resistentes (Equação 28) tendo em atenção a
possível influência da fendilhação através do kcr, E, X, C.
d fv ,d (28)
Em que:
Material kcr
Madeira maciça 0,67
Lamelado-colado 0,67
Outros derivados de madeira
1,0
(EN 13986 3 e EN 14374)
Para efeitos de contabilização do esforço actuante a carga a actuar sobre o apoio até uma
distância (medida segundo a direcção longitudinal) igual à altura do elemento na zona do
apoio pode ser desprezado. Esta simplificação não deve ser considerada quando existem
entalhes na madeira do lodo do apoio.
bef=0,67b
A resistência ao “rolling shear” deve ser considerada igual a duas vezes a resistência à tracção
perpendicular à direcção das fibras C.
5.3.7 Torção
A verificação do corte é abordada no ponto 6.1.8 do EC5. A sua verificação exige que as
tensões actuantes sejam inferiores às tensões resistentes (Equação 27), C.
Em que:
kshape é um factor que tem em atenção a geometria da secção e deve ser determinado através
1, 2 Secções circulares
h
kshape 1 0 , 15
min b Secções rectangulares
2,0
fc ,0 fc ,90
fc , (31)
fc ,0 sen fc ,90 cos 2
2
fc ,0 ,d
fc , (32)
fc ,0 ,d sen2
cos 2
kc ,90 ,d fc ,90 ,d
A verificação da flexão associada com tracção é abordada no ponto 6.2.3 do EC5. A sua
verificação é realizada com base numa expressão de interacção que considera
simultaneamente a flexão instalada segundo os dois eixos y e z e a tensão de tracção, X.
s t ,0 ,d s m ,y ,d s m ,z ,d
km 1
ft ,0 ,d fm ,y ,d fm ,z ,d
e (33)
s t ,0 ,d s m ,y ,d s m ,z ,d
km 1
ft ,0 ,d fm ,y ,d fm ,z ,d
Estas curvas correspondem a uma interacção linear entre as tensões provocadas na secção
pelos momentos flectores a actuar segundo as direcções y e z e pelo esforço axial de tracção
(Figura 63).
0.8
0
s m,y,d/fm,y,d
0.6
0,2
0.4
0,4
0,6
0.2
0,8
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
s m,y,d/fm,y,d
A verificação da flexão associada com compressão é abordada no ponto 6.2.4 do EC5. A sua
verificação é realizada com base numa expressão de interacção muito semelhante à do ponto
anterior. A diferença reside no facto de a relação entre tensão actuante e resistente de
compressão vir elevada ao quadrado. Tal permite ter em consideração que as roturas ocorrem
esmagadoramente do lado tracionado (para as quais a compressão axial é positiva) bem como
o facto de em compressão existir alguma capacidade de deformação plástica X.
2
s c ,0 ,d s m ,y ,d s
km m ,z ,d 1
fc ,0 ,d fm ,y ,d fm ,z ,d
e (34)
2
s c ,0 ,d s m ,y ,d s m ,z ,d
km 1
fc ,0 ,d fm ,y ,d fm ,z ,d
0.8
0
s m,y,d/fm,y,d
0.6
0,2
0,4
0.4
0,6
0.2 0,8
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
s m,y,d/fm,y,d
O EC 5 não apresenta qualquer verificação para considerar esforços de corte associados com
esforços de torção. No entanto como em ambos os casos são geradas tensões tangenciais esta
interacção deve ser considerada. Para realizar essa verificação sugere-se a consideração da
expressão indicada na Equação 32.
2
tor ,d v ,d
1 (35)
fv ,d fv ,d
sRd
fc ,0
Figura 65 – Curva de estabilidade
Para baixas esbeltezas a capacidade de carga è condicionada pela resistência do material. Para
esbeltezas elevadas a capacidade de carga è condicionada por efeitos de segunda ordem.
Capacidade resistente
condicionada essencialmente
pela resistência do material
Comportamento
elástico- linear
Capacidade resistente
condicionada essencialmente
pela resistência do material
Comportamento
elástico- linear
Figura 66 – Aproximação das curvas de estabilidade do EC5 e interacção momento-esforço axial (STEP, 1995)
Da Figura 67 verifica-se que a não linearidade não tem influência para elementos muito
esbeltos (aprox. > 20) em que a o regime de tensões não sai do elástico linear.
Com base neste estudo foram definidas as Curvas que são apresentadas no EC5 Equação 4.
kc ,y
1
ky k
2 2
com ky 0 , 5 1 c rel ,y 0 , 3 rel2 ,y
y rel ,y
e (36)
kc ,z
1
com kz 0 , 5 1 c rel ,z 0 , 3 rel2 ,z
kz k
2
z
2
rel , z
Em que:
y fc ,0 ,k fc ,0 ,k
rel ,y e rel ,z z
E0 ,05 E0 ,05
l0 ,y l0 ,y l0 ,z l
y 12 e z 12 0 ,z
iy hy iz hz
c é um parâmetro que tem em consideração a linearidade dos elementos e toma o valor 0,2
para madeira maciça (maiores desvios e variações dimensionais) e 0,1 para lamelado-colado
(menores desvios e variações dimensionais)
2
s c ,0 ,d s m ,y ,d s
km m ,z ,d 1
fc ,0 ,d fm ,y ,d fm ,z ,d
e (37)
2
s c ,0 ,d s m ,y ,d s m ,z ,d
km 1
fc ,0 ,d fm ,y ,d fm ,z ,d
A verificação da estabilidade é realizada com uma curva de interacção igual à indicada para
verificação da flexão associada com compressão mas com a tensão resistente de compressão
reduzida para ter em consideração a hipótese de instabilização (curvas de estabilidade - kc,y e
kc,z).
Em vigas de madeira esbeltas (relações h/b elevadas) pode ocorrer instabilidade por flexão-
torção (bambeamento). O momento crítico de instabilização de uma viga simplesmente
apoiada sujeita momentos concentrados nas extremidades é função do seu comprimento (l),
rigidez de flexão (EI) e rigidez de torção (GJ). Este comportamento é qualitativamente
semelhante ao relativo a encurvadura por varejamento.
2EA
Mcr = GItor EI Pcrit =
l 2
Este tipo de instabilidade pode por isso ser tratado da mesma forma, através de curvas de
estabilidade considerando uma esbelteza equivalente (rel,m.) dada pela relação entre a
resistência à flexão e a tensão crítica de encurvadura (Equação 4)
fm ,k
rel ,m (38)
s m ,crit
A tensão crítica de encurvadura pode ser determinada através do momento crítico usando a
Equação 4.
Para uma secção rectangular com espessura fina (Itor=hb3/3) e assumindo G=E/16 a Equação 4
pode ser simplificada para a expressão 4.
My ,crit 0 ,78b2
s m ,cr E0 ,05 (40)
wy hIef
Para vigas que não sejam rotuladas em ambas as extremidades, ou estejam sujeitas a
carregamentos diferentes dos momentos concentrados nas extremidades, devem determinar-
se comprimentos efectivos à semelhança do que acontece com a instabilidade por
varejamento. Para tal podem ser usados as condições indicadas no EC5, Quadro 11 O.
Como a zona em que é aplicada a carga também influência o valor do momento crítico, o EC5
indica que o comprimento efectivo deve ser acrescido de duas vezes a altura para
carregamentos aplicados na parte comprimida e decrescido de meia altura para
carregamentos aplicados na parte tracionada.
s m ,d kcrit fm ,d (41)
Quando existe flexão associada com compressão, a interacção deve ser verificada a interacção
entre estes esforços (Equação 36).
2
s m ,d s c ,d
1 (42)
kcrit fm ,d kc ,z fc ,0 ,d
O valor kcrit é dado das curvas de estabilidade para encurvadura por flexão torção indicadas no
EC5, Equação 40 e Figura 67.
1 rel ,m 0 ,75
kcrit 1, 56 0 ,75rel ,m 0 ,75 rel ,m 1 , 4 (43)
1
1, 4 rel ,m
rel ,m
2
Em que:
fm ,k
rel ,m (44)
s m ,crit
kcrit
1.4 scrit
1.2 1
1
0.8 1 ,56 0 ,75rel ,m
0.6 1
0.4
0.2 rel
2
,m
0
0 1 2 3 4
Esbelteza rel,m
Figura 67 – Curvas de Estabilidade para encurvadura por flexão torção
Deformações
Vibrações
A verificação dos ELS respeitantes a deformações pressupõe a verificação das flechas de curto
(uinst) e de longo prazo (ufin) E, X.
A deformabilidade dos elementos de madeira pode ser avaliada com base num cálculo
elástico linear da estrutura usando para os valores das propriedades da madeira o indicado em
Quadro 7.
Deslocamentos (d)
dinicial delástico
As deformações elásticas podem ser determinadas a partir da rigidez elástica das ligações
(módulo de escorregamento) que pode ser estimado através das equações apresentadas no
Quadro A - 11 indicadas no EC5. As deformações iniciais dependem do tipo de ligador, em
termos indicativos podem ser consideradas as folgas máximas permitidas no EC5 para a pré-
furação, que são indicadas no B - Quadro A - 16.
Para o cálculo das acções a considerar, na determinação das deformações, tem de ser
seleccionada a combinação de acções relevante em cada caso.
As deformações de longo prazo podem ser obtidas a partir das deformações de curto prazo,
através da Equação 44 para acções permanentes e da Equação 45 para acções quase
permanentes. Estas deformações devem ser determinadas para a combinação de acções
utilizada na determinação das deformações de curto prazo.
No Quadro 12 são indicados os valores que devem ser adoptados quando não existam
restrições especiais em termos de deformações. Estes limites foram estabelecidos para a
combinação de acções definida pela Equação 43.
uc
ufin
unet,fin
Quadro 12 – Valore limite das deformações admissíveis para vigas apoiadas nas extremidades
a mm/kN (50)
F
a b Desempenho
0,5 150
Melhor
1,0 120
2,0 80
4,0 50
Valores intermédios de a e b podem ser obtidos por interpolação linear
é a resposta em termos de velocidade a um impulso unitário
4 0 , 4 0 ,6n40 f11
b m / Ns2 (52)
mbl 200
Para pavimentos com dimensões totais de bxl, simplesmente apoiados nos quatro bordos, os
valores de n40 e f1 podem ser determinados a partir da Equação 49 e da Equação 50
respectivamente.
0 ,25
40 2 b 4 EI
n40 1 t l
1
f
l EI b
(53)
EI l
f1 (54)
2l 2 m
5.5 Ligações
5.5.1 Capacidade resistente de ligadores isolados – Ligadores tipo cavilha
A filosofia base para verificação de segurança nas ligações è a mesma da apresentada para os
restantes elementos estruturais, nomeadamente no que respeita à determinação dos
esforços/tensões actuantes.
Resistências efectiva
de uma fila de
Análise estrutural ligadores Fv,ef,Rk
R.M. e T.E.
Esforços Não
Resistências de
actuantes Fv,Ed < Fv,Rd
cálculo - Fv,ef,Rd
Fv,Ed Sim
Figura 70 – Verificação de segurança em ligações com ligadores tipo cavilha de acordo com o EC5
No caso de ligações madeira é importante distinguir entre ligações em corte simples e ligações
em corte duplo. Numa ligação em corte simples são ligados somente dois elementos existindo
por isso somente um plano de corte. Numa ligação em corte duplo são ligados três elementos
existindo nessa situação dois planos de corte.
Para ligadores madeira-madeira em corte simples são dados seis modos de colapso cujas
equações e modos de colapso são indicados de seguida (Equação 50 e Figura 71) a que
correspondem as seguintes Equações:
fh ,1 ,k t1d (a)
fh ,2 ,kt2d (b)
t t 2 2
fh ,1 ,k t1d 3 t2 t2 Fax ,Rk
1 2 2
1 2
2
1 (c)
t1 t1 t1 t1 4
f td 4 2 My ,Rk Fax ,Rk
1 , 05 h ,1 ,k 1 2 1 (d) (55)
2 fh ,1 ,k dt12 4
f td 4 2 My ,Rk Fax ,Rk
1 , 05 h ,1 ,k 1 22 1 (e)
1 2 fh ,1 ,k dt12 4
2 F
ax ,Rk
1 ,15 2 M f d (f)
1
y ,Rk h ,1 ,k
4
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
Para ligadores madeira-madeira em corte duplo são dados 4 modos de colapso cujas equações
e modos de colapso são dados de seguida (Equação 50 e Figura 72).
fh ,1 ,kt1d (a)
0 , 5 fh ,2 ,kt2d (b)
1 , 05 fh ,1 ,kt1d 2 1 4 2 My ,Rk Fax ,Rk
(c) (56)
2 fh ,1 ,k dt12 4
2 F
1 ,15 2My ,Rk fh ,1 ,k d ax ,Rk (d)
1 4
1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2
Em muitas das ligações usadas nas estruturas de madeira são usados elementos metálicos
(chapas) para transferir as cargas entre os diferentes componentes da ligação (Figura 73).
Figura 73 – Uso de chapas metálicas nas ligações das estruturas de madeira (Simpson-Tie)
No caso de ligações aço-madeira é também importante distinguir entre chapas de aço finas e
chapas de aço espessas, uma vez que conduzem a modos e cargas de colapso distintas. Chapas
finas não impedem a rotação dos ligadores, no EC5 consideram-se chapas finas aquelas que
têm uma espessura inferior a metade do diâmetro do ligador. Chapas espessas são aquelas
que têm uma espessura superior ao diâmetro do ligador e cuja folga de furação não seja
superior a 10% do diâmetro do mesmo.
Para ligadores aço-madeira em corte simples com chapas finas são dados 4 modos de colapso
cujas equações e modos de colapso são dados de seguida (Equação 50 e Figura 74).
0 , 4 fh ,k td (a)
Fax ,Rk
1 ,15 2My ,Rk fh ,k d (b)
4
4My ,Rk Fax ,Rk
fh ,k td 2 1 (c)
fh ,k dt 2 4
F
2 ,3 My ,Rk fh ,k d ax ,Rk (d)
4
fh ,k td (e)
fh ,k td (f)
4My ,Rk F
fh ,k t1d 2 2
1 ax ,Rk (g)
fh ,k dt 4
F
2 ,3 My ,Rk fh ,k d ax ,Rk (h)
4
0 , 5 fh ,k td (i)
Fax ,Rk
1 ,15 2My ,Rk fh ,k d (j)
4
0 , 5 fh ,k td (l)
Fax ,Rk (57)
2 ,3 My ,Rk fh ,k d (m)
4
(a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) (h) (i) (j) (l) (m)
Em que:
fh ,2 ,k
fh ,1 ,k
My,Rk é o momento de cedência plástica do ligador e deve ser determinado de acordo com as
indicações para cada ligador C, B –Pregos/Quadro A - 1 , B-Parafusos/Quadro A - 14, B-
Parafusos de porca e Cavilhas/Quadro A - 15
d é o diâmetro do ligador
Fax,Rk é a capacidade resistente axial do ligador e deve ser determinada de acordo com as
indicações para cada ligador C, B –Pregos/Quadro A - 10 , B-Parafusos/Quadro A - 14, B-
Parafusos de porca e Cavilhas/Quadro A - 15
Quadro 14 – Valores máximos permitidos para a contribuição do efeito de ferrolho percentagem da componente
devida à teoria de Johansen
Tal como foi referido antes C um dos aspectos mais importantes para garantir um adequado
comportamento da ligação é garantir uma correcta pré-furação. O EC5 obriga ao recurso à pré-
furação numa grande parte das situações é obrigatória essas situações estão indicadas no
Quadro 15, o diâmetro a usar nas pré-furações está indicado no Quadro A - 16.
Pregos lisos não podem ser usados para transmitir cargas axiais permanentes ou de
longa duração
Pregos aplicados na direcção das fibras na extremidade dos elementos não devem ser
usados para transmitir cargas axiais
A penetração do lado da ponta não deve ser inferior a 8d para pregos lisos e 6d para
pregos estriados. Quando estes comprimentos forem menores que respectivamente
12d e 8d a resistência axial deve ser minorada
Pregos lisos:
2 2
Fax ,Ed Fv ,Ed
1 (59)
Fax ,Rd Fv ,Rd
No caso dos parafusos de enroscar têm ainda de ser considerados os seguintes aspectos:
A parte lisa penetrar pelo menos 4 diâmetros no elemento onde está a ponta
do parafuso
Quando estas regras não se verificam o def deve ser considerado como 1,1 do diâmetro
da raiz da rosca(Figura 75 – d1).
Quando o diâmetro liso dos parafusos for superior a 6mm aplicam-se as regras para
parafusos de porca.
Quando o diâmetro liso for igual a 6mm ou menos aplicam-se as regras para pregos.
A penetração mínima do elemento do lado da ponta deve ser de pelos menos seis
diâmetros.
Dada a configuração das cavilhas, estas não têm capacidade resistente axial.
5.5.3 Ligações com forças a actuar com ângulo com as fibras da madeira
Quando as forças a actuar numa dada ligação fazem um ângulo diferente de 0 com a direcção
das fibras têm de ser verificada a resistência segundo a direcção perpendicular à direcção da
fibras de forma a evitar problemas de fendilhação.
O EC5 no ponto 8.1.4 indica a forma como essa verificação deve ser realizada. A componente
da força a actuar na direcção perpendicular à direcção das fibras (Fv,ED) tem de ser inferior à
resistência (F90,Rd) determinada a partir de F90,Rk (Equação).
he
F90 ,Rk 14bw (60)
he
1 h
em que :
w pl 0 ,35
max 100
w
1
1
Figura 76 – Verificação de segurança de forças a actuar com um ângulo diferente de zero em relação à direcção
das fibras (EC5)
Nestas situações é ainda necessário verificar a capacidade resistente da força global.No caso
de pregos, e como tal parafusos com diâmetro inferior ou igual a 6mm o EC5 indica somente a
necessidade de verificação da componente paralela à direcção das fibras.
No caso de parafusos de porca, parafusos com diâmetro superior a 6mm e cavilhas tem de ser
verificada explicitamente a resistência segundo a direcção da resultante. Esta pode ser
determinada tal como antes indicado para a direcção paralela à direcção das fibras mas
considerando uma resistência ao esmagamento estimada para uma actuação com um ângulo
com a fibras (fh,,k) que pode ser determinada através da Equação 47.
fh ,0 ,k
fh , ,k (61)
k90 sen cos 2
2
fh,0,k é a resistência ao esmagamento da madeira segundo a direcção das fibras e deve ser
determinada de acordo com as indicações para cada ligador C, B –Pregos/Quadro A - 10 , B-
Parafusos/Quadro A - 14, B-Parafusos de porca e Cavilhas/Quadro A - 15.
Para ter em atenção estes a distribuição de cargas não uniforme pelos vários ligadores de uma
fila de ligadores C o EC5 considera não o número total de ligadores existentes numa fila, mas
sim um número equivalente (nef) que resistindo à carga máxima individualmente conduzem a
uma carga de conjunto semelhante à da totalidade dos ligadores resistindo a cargas diferentes.
Para cada tipo de ligador o EC5 indica a forma como deve ser determinado este parâmetro B –
Pregos/Quadro A - 10 , B-Parafusos/Quadro A - 14, B-Parafusos de porca e Cavilhas/Quadro
A - 15.
Este tipo de roturas pode ser particularmente importante quando os ligadores estão instalados
próximos da extremidade dos elementos de madeira.
Dos restantes tipos de ligações poderemos distinguir dois tipos, ligações: ligações com
elementos metálicos e ligações coladas.
Dentro das ligações com elementos metálicos existe uma grande diversidade de soluções. Para
uma grande parte destas existem metodologias de verificação de segurança específicas. No
Quadro 16 são indicados alguns desses tipos de ligações bem como referências onde se podem
encontrar indicações sobre o modo de verificação de segurança das mesmas.
Quadro 16 – Indicações sobre referências onde podem ser encontradas mais informações sobre outros tipos de
ligações
CONCEPÇÃO E PROJECTO 92
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
6.1.2 Pavimentos
Figura 79 – Disposição de elementos de contraventamento segundo a direcção perpendicular à direcção das vigas
(Thelandersson and Larson, 2003)
CONCEPÇÃO E PROJECTO 93
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
Figura 80 – Situações que podem originar o aparecimento de tracções na direcção perpendicular à direcção das
fibras (Thelandersson and Larson, 2003)
Não sendo possível evitar este tipo de solicitação devem prever-se mecanismos que permitam
aumentar a resistência do elemento e acrescentar ductilidade à ligação. Essas medidas podem
passar pela associação de ligadores metálicos aos elementos de madeira, quer sejam chapas
exteriores quer sejam parafusos aplicados com a direcção das tracções (Figura 82).
CONCEPÇÃO E PROJECTO 94
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
Figura 81 – Reforços para aumentar a resistência na direcção perpendicular à direcção das fibras (STEP,1995)
6.1.4 Ligações
As entregas de vigas são um dos tipos de ligações mais simples e mais comuns. Para cargas
normais em pavimentos de pequenos e médios vãos as tensões resistentes são regra geral
muito superiores às tensões actuantes. por essa razão o comprimento de entrega é definido
com base em razões construtivas e não de limitação de esforços.
Em situações em que existem cargas pontuais significativas a actuar próximo dos apoios, (ex:
pontes) a compressão na direcção perpendicular à direcção das vigas pode constituir um
problema sendo muitas vezes necessário recorrer a dispositivos que garantam uma eficiente
distribuição de tensões (Figura 82).
Tal como indicado anteriormente C um dos aspectos que deve ser tido em atenção no
dimensionamento das ligações é a sua ductilidade. Estas devem ser dimensionadas de forma a
CONCEPÇÃO E PROJECTO 95
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
maximiza-la. Como tal é preferível o uso de um número maior de ligadores de menor diâmetro
a um número menor de ligadores de maior diâmetro.
Na escolha do ligador a usar em determinada situação devem ser tidos em atenção vários
aspectos, nomeadamente a forças actuantes e o tipo de solicitação. As cavilhas e os parafusos
de porca garantem capacidades resistentes maiores com um menor número de ligadores mas
maiores custos e menor ductilidade. Os pregos e os parafusos garantem maior ductilidade e
regra geral custos mais baixos mas capacidade resistentes inferiores.
O parafuso de porca e as cavilhas diferem das cavilhas também na capacidade resistente axial
que é nula nas cavilhas e pode ser muito elevada nos parafusos. Além disso esteticamente a
cavilha é mais discreta e mais barata, pelo que em solicitações em que não requeiram
capacidade resistente axial ou limitação de deformações na direcção dos ligadores as cavilhas
são preferíveis. Estes dois tipos de ligadores são muitas vezes usados em conjunto (Figura 83).
6.2 Durabilidade
6.2.1 Aspectos gerais
CONCEPÇÃO E PROJECTO 96
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
Concepção
Risco, exigências,
materiais. Não
Durabilidade
Não Tratamento
natural suficiente ? possível ?
Sim Sim
Durabilidade Selecção do
garantida tratamento
Não existe um regulamento ou documento unificado que aborde todas as questões relativas a
durabilidade de madeira. A informação disponível encontra-se dispersa por diversas Normas.
O conceito base em termos de durabilidade é o de classe de risco, estas representão risco que
uma estrutura tem de ser atacada por agentes biológicos para determinadas condições de
aplicação.
Classe 3 – Corresponde a elementos de madeira que não estão sob coberto, logo expostos às
intempéries, mas não estão em contacto com o solo.
Para cada uma destas classes são definidas as probabilidades de ocorrência de ataques por
cada tipo de agente tal como indicado no Quadro 17.
Quadro 17 – Susceptibilidade da madeira aos diferentes tipos de agentes biológicos função da classe de risco
CONCEPÇÃO E PROJECTO 97
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Durabilidade
Classe
Cerne Borne
1 Muito durável Não durável
2 Durável Não durável
3 Moderadamente durável Não durável
4 Pouco durável Não durável
5 Não durável Não durável
Em relação aos insectos a EN 350-2 define 3 classes de risco, quer para carunchos (Quadro 19)
quer para térmitas (Quadro 21).
CONCEPÇÃO E PROJECTO 98
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
Durabilidade
Classe
Borne Cerne
D Durável Durável
S Susceptível Durável
SH Susceptível Susceptível
Quadro 20 - Classes de durabilidade natural definidas na EN 350-2 para térmitas
Durabilidade
Classe
Borne Cerne
D Susceptível Durável
M Susceptível Moderadamente Durável
S Susceptível Susceptível
No caso dos xilófagos marinhos a EN 350-2 define também 3 classes de risco (Quadro 21).
Durabilidade
Classe
Borne Cerne
D Susceptível Durável
M Susceptível Moderadamente Durável
S Susceptível Susceptível
Uma vez que a durabilidade natural da madeira está intimamente relacionada com o facto de
esta ser proveniente de borne ou de cerne a EN 350-2 apresenta também valores indicativos
para a largura do borne nos elementos de madeira.
Com base na classe de risco correspondente às condições em que a madeira está aplicada e na
sua durabilidade natural podem ser definidos os tratamentos, medidas necessárias para
garantir uma adequada durabilidade do material.
CONCEPÇÃO E PROJECTO 99
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
Na NP EN 460 são dados guias de exigência de durabilidade na sua utilização para as diferentes
classes de risco. No Quadro 23 é apresentada a situação em termos de fungos.
Quadro 23 – Guia das classes de durabilidade para fungos nas diferentes classes de risco
Em relação aos xilófagos marinhos a Norma indica que apenas o cerne de madeira de espécies
classificadas como D-durável ou M-moderadamente durável podem ser aplicadas sem
tratamento. A escolha entre madeira da classe D ou M deve ter em atenção aspectos como a
função, a utilização final, a duração de serviço e as consequências da rotura.
Sempre que se pretende aumentar a durabilidade da madeira por preservação química é ainda
necessário verificar se o tratamento é possível de ser aplicado a uma determinada espécie. A
permeabilidade das espécies ao tratamento é bastante variável existindo mesmo espécie em
que é impossível aplicar tratamentos em profundidade pelo que não pode ser aplicadas em
determinadas classes de risco.
A EN 350-2 define quatro classes de impregnabilidade (Quadro 24) que pode ser definida como
a facilidade com que a madeira pode ser penetrada por um líquido, por exemplo um produto
preservador. Os parâmetros principais para a definir para uma determinada madeira, são a
profundidade de penetração do produto e a quantidade de produto retido.
Classe Impregnabilidade
1 Facilmente impregnável
2 Medianamente impregnável
3 Pouco impregnável
4 Não impregnável
n/d Dados disponíveis insuficientes
v Espécie com nível de variabilidade
anormalmente elevado
Uma das formas mais usadas para aumentar a durabilidade das estruturas de madeira, é o
recurso a tratamentos químicos. Estes distinguem-se não só pelos produtos usados, mas
também pela forma como são aplicados.
Um dado produto e o correspondente modo de aplicação deve estar certificado para garantir
uma determinada durabilidade, para determinada classe de risco, de acordo com a EN599-1.
Recentemente têm sido desenvolvidos térmicos (temperaturas elevadas associadas com
impregnação com vapor ou óleos) que melhoram significativamente a durabilidade e a
estabilidade da madeira. No entanto estes tratamentos degradam as propriedades resistentes
do material e não são eficazes em classe de risco 4.
Os produtos químicos podem geralmente ser enquadrados num dos seguintes tipos:
Oleosos
Aquosos
Em solvente orgânico
O produto oleoso mais usado na preservação de madeira é o creosote. Tratamento eficaz, que
mantém um aspecto agradável por longos períodos (Figura 85). São necessárias grandes
quantidades de produto uma vez que perde em contacto com água. Têm cheiro intenso razão
pela qual não são geralmente usados em edifícios.
Figura 87 – Aspecto ao fim de 5 anos de dois elementos de madeira provenientes da mesma árvore aplicados em
ambiente exterior e interior
Este problema pode ser minimizado recorrendo a tratamentos, superficiais (ex: velaturas,
vernizes), no entanto estes têm uma eficácia limitada, pelo que devem ser sempre
complementados com uma manutenção adequada. Em ambientes exteriores esta manutenção
terá de ser efectuada com uma periodicidade de 2-5 anos.
Regra geral este tipo de degradação na madeira é superficial pelo que a remoção dessa
camada (ex: lixagem) permite recuperar o aspecto inicial (Figura 88).
A exposição solar sem contacto com humidade não leva a uma degradação tão significativa
mas provoca o escurecimento da madeira, que pode ser revertido através de lixagem.
Figura 90 – Madeira aplicada em ambiente interior com e sem exposição solar directa
Além da exposição prolongada aos raios solares e humidade, também certos tipos de fungos
podem alterar/degradar a aparência da madeira (ex: azulamento). Este problema ocorre muito
frequentemente em processos de secagem lentos em que as peças de madeira estão sujeitas a
um teor de água relativamente elevado, por períodos relativamente prolongados. Para
ultrapassar este problema podem ser usados tratamentos superficiais de fácil aplicação. Estes
ataques podem ocorrer em profundidade tornando-se por isso irreversíveis.
Uma correcta concepção de uma estrutura permite em muitas situações garantir adequados
níveis de durabilidade sem necessidade de recurso a tratamentos químicos, ou com recurso a
tratamentos químicos de mais fácil aplicação e menos tóxicos.
Os fungos são muito sensíveis à humidade, em madeira com teores de água inferiores a 20%
estes têm grande dificuldade em se desenvolver. Por esse motivo concepções adequadas
devem procura evitar que a madeira esteja de alguma forma em contacto com a humidade.
As zonas de contacto entre a madeira e a alvenaria constituem sempre pontos críticos uma vez
que a humidade pode sempre chegar à madeira através da alvenaria, quer seja a través de
condensações ou de capilaridades (Figura 91).
Figura 91 – Exemplo de degradação da madeira no contacto entre a alvenaria e a madeira (P.H. Kirkegaard –
Aalborg University)
Nestas situações e conveniente garantir uma boa ventilação dos elementos de madeira de
forma a permitir uma secagem rápida dos mesmo, evitando a existência de teores de água
elevados por períodos longos na madeira (Figura 92).
Figura 92 – Pormenores construtivos com vista a garantir uma boa ventilação dos elementos de madeira (P.H.
Kirkegaard – Aalborg University)
Quando tal não é possível (ex: entregas de vigas) pode ser colocada uma barreira, por exemplo
tela asfáltica, que impeça a humidade de passar da alvenaria para a madeira.
Em zonas em que existe contacto directo com água, como zonas expostas a chuva ou cursos de
água, é essencial garantir um correcto e rápido escoamento, principalmente em zonas em que
estejam expostas caces na direcção das fibras nas quais a água penetra com grande facilidade.
Figura 93 – Pormenores construtivos com vista a um correcto escoamento da água (P.H. Kirkegaard – Aalborg
University)
No caso de elementos potencialmente sujeitos ao contacto com a chuva sempre que possível
deve ser prevista uma cobertura que evite o contacto com a água da chuva. Como boa regra o
ângulo formado entre o ponto mais exposto da madeira e a extremidade da cobertura deve
ser superior a 600 (Figura 94).
>30º
Figura 94 – Pormenorização com vista a evitar o contacto da água da chuva com os elementos de madeira
Quando não é possível evitar o contacto da humidade com a madeira pode ser prevista uma
camada superficial de madeira que quando estiver degradada possa ser facilmente substituída
por uma nova. Este tipo de solução é bastante eficiente desde que os elementos superficiais
sejam sempre substituídos antes de a degradação se alastrar aos elementos estruturais (Figura
95).
Figura 95 – Elemento superficial que serve de camada de protecção para os elementos estruturais
No caso dos carunchos a medida mais importante que pode ser tomada passa pelo evitar do
contacto entre madeira infectada e madeira não infectada.
As térmitas iniciam o seu ataque da madeira a partir de madeira infectada ou do solo. Como
tal deve ser sempre evitado o contacto entre a madeira e o solo, interpondo sempre que
possíveis, barreiras entre estes que não possam ser ultrapassadas pelas térmitas (ex: betão,
chapa metálica). As térmitas têm muitas dificuldades quando têm de se expor à luz solar, razão
pela qual a exposição dos diferentes caminhos solo - madeira à luz solar pode ser suficiente
para impedir o seu acesso à madeira.
6.2.6 Ligações
Na maioria das situações as ligações incluem a utilização de elementos metálicos. Desde que a
madeira não esteja exposta a teores de água elevados que possam propiciar o contacto da
água com o aço não existem em princípio problemas de durabilidade significativos. Apesar
disso existem alguma espécies que possuem constituintes altamente corrosivos para o aço,
como por exemplo a madeira de carvalho ou de castanheiro.
No EC5 são apresentados no ponto 4.2 exemplos de especificações mínimas a exigir em termos
de protecção dos elementos metálicos das ligações (Quadro 25).
Classe de serviço
Ligador
1 2 3
a
Pregos e parafusos d≤4mm Não exigido Fe/Zn 12C Fe/Zn 25Ca
Parafusos de porca e cavilhas d>4mm Não exigido Não exigido Fe/Zn 25Ca
Agrafos Fe/Zn 12Ca Fe/Zn 12Ca Aço inoxidável
a
Placas denteadas e chapas metálicas t<3mm Fe/Zn 12C Fe/Zn 12Ca Aço inoxidável
a
Chapas metálicas 3mm ≤t<5mm Não exigido Fe/Zn 12C Fe/Zn 25Ca
Chapas metálicas t>5mm Não exigido Não exigido Fe/Zn 25Ca
Se for usada zincagem a quente os tratamentos indicados devem ser substituídos, Fe/Zn 12c
por Z275 e Fe/Zn 25c por Z350
Nos casos de madeiras particularmente agressivas, ou outro tipo de condições particularmente
agressivas em relação ao aço as protecções apresentadas devem ser reforçadas ou usado aço
inoxidável.
Os levantamentos podem ocorrer mesmo sendo a madeira aplicada com um teor de água
correspondente ao de equilíbrio. Se aplicação for realizada no Verão durante o ciclo climático
de Inverno a madeira irá tender a absorver água e aumentar o seu teor de água e respectivas
dimensões. Nessa situação se não existir folga para o movimento do pavimento este irá reagir
ao aumento de dimensões com um levantamento. Por este motivo deve existir sempre folga
para permitir a variação dimensional da madeira, pois com maior ou menor significado as suas
dimensões irão sempre variar. por exemplo num pavimento de madeira essa folga pode existir
nas extremidades sendo facilmente ocultada por um rodapé de madeira.
Pelas razões apresentadas no ciclo de Verão a dimensão dos elementos e madeira tem
tendência a diminuir e logo a dar origem ao aparecimento de aberturas entre as tábuas. Para
diminuir a visibilidade deste problema uma opção consiste no uso de tábuas mais estreitas
logo conduzindo a um maior número de aberturas mas de menor dimensão que mais
facilmente passam despercebidas.
7 Exemplos de Aplicação
7.1 Reabilitação de edifício de habitação
Introdução
Com o enunciado dos diferentes problemas são fornecidos dados adicionais necessários para
os resolver. Esses dados e pressupostos poderão ser alterados sempre que tal se justifique
tendo em atenção as condições que seriam de esperar numa situação real, tais alterações
carecem de justificação adequada. Sempre que necessário devem ser assumidas as opções que
sejam tidas como mais razoáveis para a situação em causa.
Aspectos gerais
O edifício apresentado corresponde a uma moradia unifamiliar que está a ser restaurada de
forma a colmatar alguma deficiências existentes (Z2) bem como introduzir alguns elementos
novos (Z1, Z3, Z4) para melhorar as suas funcionalidades.
O edifício existente tem paredes externas de alvenaria de pedra com cerca de 60cm de
espessura sobre as quais poderão ser apoiados os elementos estruturais a dimensionar.
Zona 1
Localização
Outros aspectos
Alpendre externo coberto com a cota de soleira 50mm acima da cota do solo circundante. A
cobertura será realizada com telha canudo sem que exista a colocação de qualquer forro ou
revestimento, os elementos de madeira estão totalmente visíveis.
Zona 2
Localização
Toda a estrutura elementos principais e secundários da cobertura indicada (Figura 97) como
Cob.2
Outros aspectos
A cobertura da zona 2 será realizada com telha lusa. Este sótão é acessível mas somente para
vistorias limpezas ou reparações. A estrutura de madeira sobre a qual apoia a telha não tem
qualquer forro ou revestimentos. Entre o sótão e primeiro andar existe um forro de
revestimento constituído por madeira com 10mm de espessura sem qualquer isolamento, este
deverá ser substituído por gesso cartonado sobre o qual se irá aplicar um isolamento
constituído por lã de rocha com 100mm de espessura (120kg/m3)
Zona 3
Localização
Outros aspectos
A cobertura será realizada com telha lusa. Entre as telhas e a zona interior da casa será
colocado isolamento constituído por poliestireno exturdido, com uma espessura entre 50-
100mm. Pretende-se que os elementos estruturais de madeira sejam sempre que possível
visíveis para se tirar partido do valor estético da madeira. Dado existir um pé direito alto
pretende-se construir um piso intermédio que possa dar maior aproveitamento a essa divisão,
para servir como zona de estar e/ou zona de arrumos.
Zona 4
Localização
Outros aspectos
Esta estrutura servirá de suporte a plantas que serão plantadas futuramente. Prevê-se que
estas sejam suportadas por arames que terão que ser apoiados no mínimo em cada 50 cm.
Para cada uma dessas zonas seleccione as duas propriedades resistentes que considere
relevantes em cada situação e determine os correspondentes valores de cálculo para uso em
termos de dimensionamento aos ELU. Considere os seguintes materiais/ espécies para cada
uma das zonas:
Dimensionar aos ELU a viga V2 da cobertura assumindo que é constituída por madeira de
lamelado colado e que tem uma largura de 80mm. Assuma os seguintes valores de
carregamento:
Admita que a viga de extremidade no pavimento transmite a carga directamente ao pilar tal
como indicado na Figura 97. Determine o número efectivo de ligadores que têm de ser usados,
admitindo os seguintes tipos de ligador:
Pregos
Cavilhas
Parafusos de porca
Parafusos
Verificar qual o deslocamento elástico que pode ser esperado em cada uma das situações.
Pavimento intermédio:
Madeira de espécie desconhecida, mas que aparenta ser folhosa. Após remoção de
uma das vigas determinou-se uma massa volúmica aproximada de 380kg/m3. Os
elementos têm algum ataque por caruncho mas que não parece colocar em causa a
capacidade resistente das mesmas. As vigas têm uma secção de 120x200mm e não
apresentam deformação significativa. A ripa tem secção 25x40mm e apresenta
deformações significativas nalgumas zonas.
Pilares exteriores:
Os pilares exteriores são numa espécie desconhecida que apresenta ser folhosa e tem
uma massa volúmica alta (>650kg/m3). Têm uma aparência bastante degradada, mas
apresentam grande resistência à perfuração em todos os pontos e não apresentam
quaisquer indícios por ataque de carunchos ou de térmitas.
2.4m
P1
V1 V1 P2
A B 1.7m
A1 P2
6.0m 1.7m
1.0m
P1 V2
1.0m
16.0m
6.0m
Solho de madeira
A2
2.6m
P2
P1 V1 V1
Corte A-B
P3 P3
A1, A2 – Asnas de cobertura
4.0m V1, V2 – Vigas principais
P1, P2, P3 – Pilares
P3 P3
1.2m
1.0m
1.0m
0.6m 1.0m
2.50m 2.6m
Bibliografia
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Dias, A.M.P.G.. (2005), Mechanical behaviour of timber-concrete joints, Ph.D thesis, Delft
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2004.
EN 26891, “ Timber structures - Joints made with mechanical fasteners - General principles for
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Guide to natural durability and treatability of selected wood species of importance in Europe”.
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rules and rules for buildings”, CEN 2003.
ENV 1995 – 1-2 - “Eurocode 5 - Design of timber structures - Part 1-2 – General rules -
Structural fire design”,2000.
ENV 1995 – 2 - “Eurocode 5 - Design of timber structures - Part 2 – Bridges”, CEN 2004.
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BIBLIOGRAFIA 117
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
Anexos
Quadro A - 2 – Valores habituais para os coeficientes de variação das propriedades da madeira
Coeficiente de
Propriedade variação
(%)
Resistência à flexão 16
Módulo de elasticidade 22
Flexão por impacto 25
Compressão paralela à direcção das fibras 18
Compressão perpendicular à direcção das fibras 28
Resistência ao corte 14
Tracção paralela às fibras 25
Massa volúmica 10
ANEXOS 118
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
ANEXOS 119
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
Acções fundamentais M
Madeira maciça 1,3
Madeira lamelada colada 1,25
LVL, contraplacado e OSB 1,2
Ligações 1,3
Combinações envolvendo acções acidentais 1,0
ANEXOS 120
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
ANEXOS 121
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
ANEXOS 122
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
ANEXOS 123
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
ANEXOS 124
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
Quadro A - 10 – Coeficientes efectivos de encurvadura para vigas em flexão para outras situações de
carregamento e apoio
ANEXOS 125
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
ANEXOS 126
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
ANEXOS 127
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
d Fax,Rk
tpen
dh Fax,Rk
ANEXOS 128
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
d≤6 mm d>6 mm
fh – (MPa)
Tal como para os pregos Tal como para os parafusos de porca
f u,k
My,Rk – (Nmm) M y,Rk 180d2,6
600
6 mm≤d≤ 12 mm e 0,6 ≤d1/d≤ 0,75
Fax,Rk – (N) 0, 520k,8 d 0,5lef 0,9 d
Fax,Rk min ; 1
1, 2 cos sen
2 2
8
d≤6 mm d>6 mm
nef
Tal como para os pregos Tal como para os parafusos de porca
ANEXOS 129
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
f u,k
My,Rk – (Nmm) M y,Rk 180d2,6
600
Parafusos de porca Cavilhas
f u,k d2
Fax,Rk – (N)
Fax,Rk min 4 0
3, 0f
c,90 ,k A w
Fax,Rk
d d
3fc,90,k
fu fu
dh dh
Fax,Rk
Figura A 2 – Capacidade resistente axial de parafusos de porca
ANEXOS 130
DEC – FCTUC – 2014/2015 ESTRUTURAS DE MADEIRA E ALVENARIA
ANEXOS 131