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CURSO COMPLETO DE ADVOCACIA PÚBLICA

Direito Tributário
Josiane Minardi

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Art. 146. Cabe à lei complementar:

Nos termos do artigo 96 do CTN, a I - dispor sobre conflitos de competência, em


legislação tributária compreende: Leis, Tratados matéria tributária, entre a União, os Estados,
e Convenções Internacionais, Decretos e o Distrito Federal e os Municípios;
Normas Complementares. II - regular as limitações constitucionais ao
Assim, quando houver menção à poder de tributar;
expressão “legislação tributária”, não temos III - estabelecer normas gerais em matéria de
apenas a lei em sentido estrito, mas os demais legislação tributária, especialmente sobre:
atos normativos que cuidam de relações
jurídicas tributárias. a) definição de tributos e de suas espécies, bem
como dos impostos discriminados nesta
Lei Ordinária Constituição, e dos respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes;
A lei ordinária é o veículo, por excelência, da b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e
matéria tributária, pois é o instrumento de decadência tributárias;
instituição, modificação e extinção dos tributos. c) adequado tratamento tributário ao ato
Os tributos irão ingressar no sistema jurídico cooperativo praticado pelas sociedades
pátrio, via de regra, por meio de lei ordinária. cooperativas.
O artigo 97 do CTN estabelece as matérias que d) definição de tratamento diferenciado e
somente poderão ser tratadas por meio de lei: favorecido para as microempresas e para as
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; empresas de pequeno porte, inclusive regimes
II - a majoração de tributos, ou sua redução; especiais ou simplificados no caso do imposto
III - a definição do fato gerador da obrigação previsto no art. 155, II, das contribuições
tributária principal; previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua contribuição a que se refere o art. 239
base de cálculo;
V - a cominação de penalidades para as ações Parágrafo único. A lei complementar de que trata
ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou o inciso III, d, também poderá instituir um regime
para outras infrações nela definidas; único de arrecadação dos impostos e
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e contribuições da União, dos Estados, do Distrito
extinção de créditos tributários, ou de dispensa Federal e dos Municípios, observado que:
ou redução de penalidades. (...)
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer
Lei Complementar critérios especiais de tributação, com o objetivo
Existem quatro tributos que só podem de prevenir desequilíbrios da concorrência,
ser instituídos e majorados por meio de lei sem prejuízo da competência de a União, por lei,
complementar. estabelecer normas de igual objetivo.

Contribuição Social Residual (art. 195, § Lei Delegada


4º CF);
Empréstimo Compulsório (art. 148 CF); Nos termos do art. 68 da CF, é um ato
IGF (art. 153, VII CF); normativo de feitura do Poder Executivo, em que
Imposto Residual (art. 154, I CF); o Presidente da República solicita autorização
do Congresso Nacional para poder legislar sobre
Além desses 4 tributos que só podem a matéria.
ser instituídos por meio de lei complementar, a A delegação pelo Congresso Nacional
Constituição Federal determina que algumas ocorrerá por meio de Resolução.
matérias também só podem ser tratadas por O § 1º do art. 68 da CF proíbe a lei
meio de lei complementar, nesse sentido, temos delegada tratar sobre matérias reservadas à lei
o art. 146 da CF: complementar.

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§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de revogada, mas apenas estava com sua eficácia
competência exclusiva do Congresso Nacional, suspensa.
os de competência privativa da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal, a matéria Tratados e Convenções Internacionais e a
reservada à lei complementar, nem a legislação Isenção Heterônoma
sobre: (...)
A lei delegada está praticamente em Os Tratados Internacionais podem
desuso atualmente, dado a possibilidade do conceder isenção de tributos estaduais e
Presidente da República valer-se das Medidas municipais, uma vez que o Presidente da
Provisórias para instituir e majorar impostos, República ao assinar esses tratados, assina
sem a necessidade de buscar autorização do como chefe de Estado e não como chefe de
Congresso Nacional. governo e, por isso, não seria considerado uma
isenção heterônoma, vedada pela nossa
Tratados e Convenções Internacionais Constituição Federal no art.151, III.

A Convenção de Viena de 26 de maio EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. RECEPÇÃO


de 1969, sobre o Direito dos Tratados, no art. 2º, PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE
§1º, “a” esclarece não importar a terminologia 1988 DO ACORDO GERAL DE TARIFAS E
atribuída aos atos internacionais, por essa razão COMÉRCIO. ISENÇÃO DE TRIBUTO
não se faz distinções entre as expressões ESTADUAL PREVISTA EM TRATADO
“tratado” e “convenção internacional”. INTERNACIONAL FIRMADO PELA REPÚBLICA
Os tratados internacionais (ou FEDERATIVA DO BRASIL. ARTIGO 151,
Convenções) são atos firmados entre dois ou INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO DA
mais Estados, no intuito de estabelecer normas REPÚBLICA. ARTIGO 98 DO CÓDIGO
comuns a serem observadas no âmbito TRIBUTÁRIO NACIONAL. NÃO
internacional. CARACTERIZAÇÃO DE ISENÇÃO
Em matéria tributária, os tratados e HETERÔNOMA. RECURSO
convenções internacionais são muito utilizados EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO.
para evitar a bitributação, estabelecer a 1. A isenção de tributos estaduais prevista no
tributação de mercadorias exportadas e Acordo Geral de Tarifas e Comércio para as
importadas. mercadorias importadas dos países signatários
Nos termos do art. 84, VIII, da CF quando o similar nacional tiver o mesmo
compete privativamente ao Presidente da benefício foi recepcionada pela Constituição da
República celebrar tratados ou convenções República de 1988. 2. O artigo 98 do Código
internacionais, sujeitos a referendo do Tributário Nacional "possui caráter nacional, com
Congresso Nacional. eficácia para a União, os Estados e os
Municípios" (voto do eminente Ministro Ilmar
O art. 98 do CTN estabelece que: Galvão). 3. No direito internacional apenas a
República Federativa do Brasil tem competência
Os tratados e as convenções internacionais para firmar tratados (art. 52, § 2º, da
revogam ou modificam a legislação tributária Constituição da República), dela não dispondo a
interna, e serão observados pela que lhes União, os Estados-membros ou os Municípios. O
sobrevenha. Presidente da República não subscreve
Aplica-se a literalidade do dispositivo tratados como Chefe de Governo, mas como
supracitado, no sentido de que “os tratados e as Chefe de Estado, o que descaracteriza a
convenções internacionais revogam ou existência de uma isenção heterônoma,
modificam a legislação tributária interna”. vedada pelo art. 151, inc. III, da Constituição.
Contudo, observa-se que uma vez denunciado o 4. Recurso extraordinário conhecido e
tratado, a norma interna volta a produzir efeitos. provido. (STF, Pleno, RE, nº 229.096, Min. Rel.
Assim, tendo em vista que a legislação Ilmar Galvão, DJ. 16-08-2007).
interna volta a vigorar, uma vez denunciado o
tratado, não se pode dizer que ela havia sido Decreto

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Trata-se de instrumento normativo, A interpretação literal analisa pura e


utilizado pelo Presidente da República, conforme simplesmente o significado das palavras
previsão do art. 84, IV da CF, para obter a constantes no texto legal.
correta aplicação e execução da lei, sem ampliar Quanto às hipóteses de suspensão,
ou restringir o conteúdo por ela definido. exclusão do crédito tributário, bem como
Nesse sentido, estabelece o art. 99 do dispensa do cumprimento de obrigação
CTN: acessória, conforme disposto no art. 111 do
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos CTN, o aplicador somente poderá se valer da
decretos restringem-se aos das leis em interpretação LITERAL.
função das quais sejam expedidos, Assim, todas as hipóteses de
determinados com observância das suspensão do crédito tributário previstas no art.
regras de interpretação estabelecidas 151 do CTN, e as de exclusão, constantes no
nesta Lei. art. 175 do CTN, só podem ser interpretadas
literalmente.
Normas Complementares

Nos termos do art. 100 do CTN, são quatros as


normas complementares das leis, dos tratados e
convenções internacionais e decretos:
I - Os atos normativos expedidos pelas
autoridades administrativas;
II - As decisões dos órgãos singulares ou
coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei
atribua eficácia normativa;
III - As práticas reiteradamente observadas pelas
autoridades administrativas; Ademais, nos termos do art. 112 do
IV - Os convênios que entre si celebrem a União, CTN a lei tributária que define infrações, ou que
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. comina penalidades, será interpretada da
maneira mais favorável ao acusado, sempre
A observância das normas que houver dúvida quanto:
complementares exclui a imposição de
penalidades, a cobrança de juros de mora e a (i) à capitulação legal do fato;
atualização do valor monetário da base de (ii) à natureza ou às circunstâncias materiais do
cálculo do tributo. (CTN, art. 100, parágrafo fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
único). (iii) à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
(iv) à natureza da penalidade aplicável, ou à sua
Interpretação da Legislação Tributária graduação.

A aplicação da lei a um caso concreto, Ressalta-se, ainda, que a lei tributária


seja pela autoridade administrativa, pelo julgador não pode alterar a definição, o conteúdo e o
ou ainda pelo próprio sujeito passivo, requer a alcance de institutos, conceitos e formas de
sua interpretação para que seja identificado o direito privado utilizados, expressa ou
seu significado e o seu alcance. Assim, fazem-se implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
necessárias no momento de aplicação da Constituições dos Estados, ou pelas Leis
legislação considerações de ordem léxica, Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios,
lógica, sistemática, histórica e teleológica. para definir ou limitar competências tributárias.
Por essa razão, admite-se em direito (CTN, art. 110).
tributário, salvo as hipóteses previstas no art. Vistas as possibilidades de
111 do CTN, a utilização de todos os métodos interpretação da legislação tributária acima, tem-
de interpretação admitidos em direito, tais como se ainda as situações em que há obscuridade ou
o método literal, sistemático, teleológico e lacuna da lei e que se deve preencher o vácuo
histórico. por meio de integração. O art. 108 do CTN

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permite a utilização da integração desde que


ocorra na seguinte ordem sucessiva:

(i) analogia;
(ii) princípios gerais de direito tributário;
(iii) princípios gerais de direito público;
(iv) equidade.

O aplicador da legislação se vale da


analogia: quando diante de um caso sem
previsão expressa, utiliza uma norma legal
prevista para uma situação semelhante.
Conquanto, ninguém pode se valer da
analogia para cobrar tributo, conforme
estabelece o § 1º do art. 108 do CTN.
A equidade atua como instrumento de
realização concreta da justiça. Mas ninguém
pode utilizar a equidade para ser dispensado do
pagamento do tributo.

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