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O entrevistado em questão falou sobre o sistema prisional brasileiro, abordando desde os

elementos envolvidos no ingresso, passando pela situação dentro dos presídios, até a forma
como são tratados os egressos. O modus operandi é baseado em um sistema judiciário
moroso, dificuldade de acesso aos capitais cultural, econômico e social devido ao alto nível de
desigualdade, o racismo estrutural e um viés de limpeza social promovida pela máquina
estatal, afinal é mais fácil para eles sumirem com as pessoas “problemáticas” do que criar
políticas sociais eficientes.

No livro “ Vigiar e Punir” do Michel Foucault o autor discorre sobre o nascimento das prisões e
da dinâmica envolvida no processo. Os presídios são invenções modernas em substituição às
bárbaras punições em público que eram aplicadas em tempos imediatamente anteriores a
esse. Para que o sistema penitenciário fosse minimamente humano seria necessário que
alguns requisitos fossem cumpridos, como: a oferta de educação universal e de qualidade,
trabalho para quem está fora das prisões, assistência às pessoas que estão em estado de
vulnerabilidade social, a garantia de pessoal especializado e com capacidades técnicas e
morais para lidar com os detentos, o acompanhamento dos egressos até sua total
recuperação, divisão dos detentos por gravidade dos crimes, e atenção especial para as
mulheres, atendendo suas demandas fisiológicas e psicológicas especiais, como as mulheres
grávidas.

O Brasil possui a quarta maior população carcerária, no entanto os três primeiros colocados da
lista estão com uma taxa de ocupação negativa, ao contrário do Brasil que apresenta 168 %
como taxa de ocupação, sendo que alguns presídios são mais superlotados que outros de
forma que em alguns lugares a quantidade de indivíduos é superior em mais de 68 % do que o
permitido.

O entrevistado falou em conhecer as complexidades de cada pessoa para não cair do


determinismo para ditar as causas do crime. É importante trabalhar sobre uma visão do todo,
saber reconhecer as causas estruturais sociais envolvidas, ter sensibilidade para reconhecer
que o problema é muito mais amplo do que o senso comum costuma apontar.

Saber ouvir os infratores que ingressam é necessário, no entanto isso quase não acontece, é
dado atenção aos aspectos burocráticos, esses indivíduos são tratados como meros números,
e é a sociedade que toda que sai perdendo, se alguém ingressa no sistema prisional e não
passa por uma ressocialização efetiva tem grandes chances de retonar ao seio social como
criminoso reincidente.

2)

Quais seriam algumas estratégias úteis para humanizar o sistema prisional atual?
R: A garantia de pessoal especializado e com capacidades técnicas e morais para lidar
com os detentos, o acompanhamento dos egressos até sua total recuperação, divisão
dos detentos por gravidade dos crimes.

De que forma a escuta de infratores contribuem para o tratamento destes?


R: A escuta é humanizadora, aquilo que não pode se comunicar por linguagem não é
humano, deixar o indivíduo alheio a esse processo é fazê-lo se sentir como impotente
e insignificante diante da situação

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