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CONSAGRADOS AO SENHOR
Levítico 8.1-12
Uma pessoa pode consagrar, separar ou destinar parte do seu tempo diário à família,
ou a um esporte promotor de saúde. Ou, ainda, pode-se consagrar uma determinada
quantia do seu sustento, a fim de socorrer pobres e carentes.
O sagrado tem relação com separação, ou seja, com o retirar-se do uso comum e
aplicar uma finalidade específica. Assim ocorreu com a família de Arão. Foram
consagrados ao Senhor!
a) lavagem (8.6);
b) investidura (8.7-9);
c) unção (8.10-13)
d) sacrifícios (8.14-36).
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1 - O VALOR DA CONSAGRAÇÃO
É comum vermos, hoje em dia, o destaque que muitas pessoas dão a algo
consagrado. No meio religioso, podemos citar a água benta, a rosa ungida, a fita do
Senhor do Bonfim, o óleo santo de Israel, a medalhinha de Santa Clara etc.
Deus separa, conforme Levítico 8, uma família para servi-lo. Toda a descendência de
Abraão, por inferência, fazia parte do chamado de Deus. Todas as tribos de Israel
eram chamadas de povo do Senhor. Todavia, Deus separou, dentre eles, um grupo
específico para realizar uma obra distinta.
Este grupo seria separado das atividades seculares e cotidianas para uma finalidade
especial: cuidar da obra do Senhor. Para tanto, eles foram consagrados, postos à
parte.
E esta é uma visão distorcida do valor da consagração, pois, enquanto objetos são
cultuados pelo seu suposto poder de consagrados, a vida humana é menosprezada e
deixada de lado. Paulo afirma que nós somos "o santuário da habitação do Espírito
Santo".
2 - O TEMPO DA CONSAGRAÇÃO
Um outro aspecto curioso relacionado à ideia comum de consagração, é que basta um
ato de oração, ou uma cerimônia ritual, e a realidade das coisas muda. É assim que,
para alguns, o pão transmuta-se em carne de Cristo, e o vinho torna-se,
milagrosamente, o sangue de Jesus, na Ceia do Senhor.
O mesmo ocorre com cada área de nossa vida que, com o passar do tempo, deixa de
ser separada para uma finalidade específica. O casamento se desfaz quando não há
mais a consagração de um para o outro.
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A piedade acaba na vida do clérigo que se envolve com os negócios desta vida. E,
também a igreja, torna-se sem sabor diante da sociedade (Mt 5.13-16; Jo 17.15).
Jesus afirma aos que desejam segui-lo: "se alguém quer vir após mim, a si mesmo se
negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (Lc 9.23 ). O destaque que este versículo
apresenta não é o seguir, nem o negar-se a si mesmo. A ênfase está no tomar a cruz
dia a dia. Isto requer permanência, continuidade e perseverança. O ramo que não
permanece em Cristo não pode dar fruto (Jo 15.1-8).
3 - O OBJETIVO DA CONSAGRAÇÃO
Pode-se consagrar uma coisa, ou alguém, a todo tipo de situação. Alguns pais
consagram seus filhos ao futebol desde pequeninos. Outros consagram seus
rendimentos à construção de seus sonhos materiais. Outros consagram seu tempo ao
trabalho, de maneira devotada e servil.
Os filósofos do passado viam o bem atrelado à função para a qual algo ou alguém fora
criado. O machado fora criado para cortar árvores, não para socar a terra fofa. A
excelência do machado, então, dava-se no exercício do corte de árvore. O homem foi
criado por Deus para a sua glória. O Breve Catecismo de Westminster faz a seguinte
pergunta: Qual é o fim principal do homem? Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
Arão e sua casa eram separados para o serviço ao Senhor. A obediência à sua voz
traria a excelência deste serviço. O objetivo de vida daquela família era promover a
vontade de Deus entre o povo.
Mas, em Levítico 10, vemos a tragédia dos filhos de Arão, Nadabe a Abiú, que
conspiraram contra o objetivo de consagração - servir a Deus. A separação desta
família se voltaria exclusivamente para ouvir e executar a voz de Deus. Não serviriam
aos seus próprios desejos - mesmo os religiosos. Tal questão impunha restrições,
orientações e observações.
É a partir do ouvir e obedecer à voz de Deus que se consuma na vida humana sua
consagração. O tornar-se sagrado não se impõe apenas com rituais, mas com uma
vida de obediência, serviço abnegado e espontâneo (I Pe 5.1-4).
Discussão
• Como cultivar uma vida consagrada ao Senhor, sem cair no fanatismo religioso?
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