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S. R.

MI N I S T É R I O D AS F I N AN Ç AS E D A A D M I N I S T R A Ç Ã O P Ú B L I C A
DIRECÇÃO-GERAL DO ORÇAMENTO
GA B IN E T E D E C O N S U L T A D OR I A O R Ç A M E N T A L

Concordo com este Parecer Jurídico,


o qual poderá ser divulgado na
Intranet e enviado à.CMSeixal.

PARECER JURÍDICO N.º 5659/2008

Referência Oficio nº 14847, P.º nº D.R.H, de 2/04/2008, da Câmara Municipal do Seixal


Registo nº 5656, Cl 05.02.02, de 4/04/2008, do Gabinete do Senhor Director-Geral do Orçamento
Ent.ª nº 5659, de 8/04/2008, do Gabinete de Consultaria Orçamental da Direcção-Geral do Orçamento

ASSUNTO: ARTIGO 35.º DA LEI Nº 12-A/2008, DE 27 DE FEVEREIRO.

1. Por determinação superior, foi enviado a este Gabinete de Consultadoria Orçamental, para
emissão de parecer jurídico, o ofício da Câmara Municipal do Seixal colocando uma questão de
interpretação do artigo 35.º, da Lei nº 12-A/2008 1 , de 27 de Fevereiro.

1 Estabelece os regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas.

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2. A Câmara Municipal do Seixal pretende ver aqui analisada e esclarecida qual a interpretação a
dar aos nºs 1 e 2, alínea b), e o nº 6, do artigo 35.º, da Lei nº 12-A/2008.

3. A questão colocada em concreto consiste em saber “Como celebrar um contrato de


prestação de serviços com uma pessoa colectiva para o exercício de uma actividade que
por natureza é exercida por uma pessoa singular?”

II

1. O artigo 35.º, da Lei nº 12-A/2008 refere:

“1 Os órgãos e serviços a que a presente lei é aplicável podem celebrar contratos de


prestação de serviços, nas modalidades de contratos de tarefa e de avença, nos termos
previstos no presente capítulo.

2 A celebração de contratos de tarefa e de avença apenas pode ter lugar quando,


cumulativamente:

a) Se trate da execução de trabalho não subordinado, para a qual se revele inconveniente


o recurso a qualquer modalidade da relação jurídica de emprego público;

b) O trabalho seja realizado, em regra, por uma pessoa colectiva;

c) Seja observado o regime legal da aquisição de serviços;

d) O contratado comprove ter regularizadas as suas obrigações fiscais e com a segurança


social.

3 Considera -se trabalho não subordinado o que, sendo prestado com autonomia, não se
encontra sujeito à disciplina e à direcção do órgão ou serviço contratante nem impõe o
cumprimento de horário de trabalho.

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4 Excepcionalmente, quando se comprove ser impossível ou inconveniente, no caso,


observar o disposto na alínea b) do n.º 2, o membro do Governo responsável pela área das
finanças pode autorizar a celebração de contratos de tarefa e de avença com pessoas
singulares.

5 O contrato de tarefa tem como objecto a execução de trabalhos específicos, de


natureza excepcional, não podendo exceder o termo do prazo contratual inicialmente
estabelecido.

6 O contrato de avença tem como objecto prestações sucessivas no exercício de


profissão liberal, com retribuição certa mensal, podendo ser feito cessar a todo o tempo,
por qualquer das partes, mesmo quando celebrado com cláusula de prorrogação tácita,
com aviso prévio de 60 dias e sem obrigação de indemnizar”.

2. De acordo com o artigo supra transcrito, pode-se concluir que a celebração de um contrato de
tarefa ou de avença pode ter lugar quando se verifiquem cumulativamente as situações descritas
nas alíneas do nº 2, do artigo em análise.

3. Da leitura da alínea b), do nº 2, deste artigo 35.º conclui-se que regra geral a celebração de
contratos de tarefa ou de avença devem ser realizada com pessoas colectivas. No entanto esta
alínea tem duas ressalvas:

a) O facto de, em regra, ser realizado por pessoa colectiva indicia que, em casos
excepcionais, se possa admitir a realização por pessoa singular;

b) A possibilidade de ao abrigo do nº 4 do artigo em análise se poder, excepcionalmente e


sempre que se verifique a impossibilidade ou inconveniência do trabalho realizado por
pessoa colectiva, autorizar a celebração de contratos de tarefa e de avença com pessoas
singulares, através de despacho do membro do Governo responsável pela área das
Finanças.

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4. Deste modo, parece-nos que o legislador tentou por esta via legal restringir a celebração de
contratos de avença e de tarefa com pessoas singulares por parte dos serviços e organismos da
Administração Pública, ao contrário do que acontecia anteriormente.

5. A Lei nº 12-A/2008, pretende assim, que a colaboração entre pessoas singulares e a


Administração Pública se faça por nomeação ou por contrato de trabalho, sendo só
excepcionalmente admissível, e em situações de comprovada necessidade ou conveniência, que
a colaboração se faça por contrato de avença ou de tarefa.

6. Assim, parece-nos que caso se pretenda contratar um colaborador em regime de tarefa ou


avença, deve o serviço requerer ao membro do Governo responsável pela área das Finanças, a
autorização para celebrar o mencionado contrato, apresentando desde logo a justificação da
impossibilidade ou inconveniente de contratar com uma pessoa colectiva.

7. Contudo, e no caso das Câmaras Municipais, parece-nos que a competência deverá ser do
órgão de governo próprio dos serviços autárquicos, porquanto o artigo 3.º, nº 2, da Lei nº
12-A/2008, refere que: “A presente lei é também aplicável, com as necessárias adaptações,
designadamente no que respeita às competências em matéria administrativa dos
correspondentes órgãos de governo próprio, aos serviços das administrações regionais e
autárquicas”.

8. Por outro lado, cumpre-nos salientar que apesar do contrato de avença, de acordo com o nº 6
do artigo agora em apreciação, referir que: “O contrato de avença tem como objecto
prestações sucessivas no exercício de profissão liberal (…)” a mesma profissão liberal não
tem de ser necessariamente exercida por uma pessoa singular.

9. Isto é, da Tabela de Actividades anexa ao artigo 151.º do Código do Imposto sobre o


Rendimento das Pessoas Singulares 2 , e constante da Portaria nº 1011/2001, de 21 de Agosto,
com alterações, constata-se que determinadas actividades, hoje em dia, são exercidas por
pessoas colectivas. Veja-se o caso das Sociedades de Advogados, de Revisores Oficiais de
Conta, de Consultores, etc.

2 Aprovado pelo Decreto-Lei nº 442-A/88, de 30 de Novembro, e com alterações.

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10. Destarte, parece-nos, salvo melhor opinião, não existir qualquer dificuldade de articulação entre
os nºs 2, alínea b) e 6 do artigo 35.º, da Lei nº 12-A/2008, porquanto o estabelecido no nº 6,
pode ser efectivamente realizado por pessoas colectivas.

11. Cumpre ainda salientar que a questão em apreço foi igualmente discutida com a Direcção de
Serviços de Análise e Finanças Públicas e com a 1ª Delegação da Direcção-Geral do
Orçamento, que emitiram os entendimentos em anexo.

III

1. Face ao que precede, somos de parecer que determinadas profissões liberais constantes da
Tabela de Actividade anexa ao artigo 151.º do Código do IRS, podem ser realizadas por
pessoas colectivas, podendo desta forma a Administração Pública celebrar com elas contratos
de tarefa e de avença.

2. Em conclusão, o artigo 35.º, da Lei nº 12-A/2008 pretende limitar a celebração de contratos de


tarefa e de avença apenas para pessoas colectivas, permitindo somente para situações
excepcionais, e devidamente comprovadas a celebração deste tipo de contratos com pessoas
singulares.

À consideração superior.
Lisboa, 11 de Abril de 2008

A Jurista

Patrícia Saragaço

Despachos:

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“Concordo com este Parecer Jurídico, o qual poderá ser divulgado na Intranet
e enviado à C. M. Seixal. À consideração superior.

2008.04.14

A Directora do Gabinete de Consultadoria Orçamental,

Amélia Alves Patrício”

“Concordo com o presente entendimento.

2008.04.14
Por delegação do Exmo Director-Geral
O Subdirector-Geral

Eduardo Sequeira”

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