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Apostila

GEOMETRIA GRÁFICA
TRIDIMENSIONAL

Autoras:
Profª Andiara Lopes
Prof ª Mariana Gusmão

Organização dos exercícios:


Prof. Cesário Júnior

2016.1
APRESENTAÇÃO e AGRADECIMENTOS

Caro(a) Aluno(a),

Esta é uma apostila desenvolvida especialmente para os alunos da disciplina


Geometria Gráfica Tridimensional, ministrada no Ciclo Básico do Curso de Engenharias da
Universidade Federal de Pernambuco.

Essa apostila surgiu da necessidade de registrar soluções didáticas encontradas em


sala de aula e discussões posteriores realizadas periodicamente por uma equipe de
professores que ministram essa disciplina desde 2009. Vale salientar que essa equipe de
professores não é fixa e, portanto, não há como registrar nominalmente cada um dos
membros que contribuiu com as discussões.

Essa apostila aborda três tipos de projeções bastante utilizadas em desenho técnico:
Cavaleira, Desenho Isométrico e Sistema Mongeano. Além disso, aborda temas como Vistas
Auxiliares, Verdadeira Grandeza e o estudo da Seção Plana nos sólidos básicos.

A apostila está dividida em seis capítulos. O primeiro capítulo é introdutório e aborda


algumas noções básicas sobre desenho, representação, projeção e perspectiva, bem como
materiais de desenho e sua utilização. O segundo capítulo trata da Perspectiva Cilíndrica
Cavaleira. O terceiro capítulo aborda o Desenho Isométrico, que é uma simplificação da
Perspectiva Cilíndrica Isométrica. O quarto capítulo tem como tema o Sistema Mongeano de
Representação. Finalmente, o quinto e sexto capítulos tratam dos estudos de Verdadeira
Grandeza e Seção Plana, respectivamente.

Os exercícios foram retirados, em parte, de livros e apostilas, especialmente do livro


do professor Mário Duarte e da apostila anterior da disciplina, do professor João Duarte. Outra
parte dos exercícios foi retirada de provas anteriores elaboradas pela equipe de professores já
citada acima.
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

1.1. A Disciplina Introdução ao Desenho 4


1.2. Instrumentos de Desenho 4
1.3. Elementos Básicos do Desenho 6
1.4. O Desenho como Linguagem 7
1.5. Ortoedro de Referência 9
1.6. Sistema de Projeção 10
1.7. Tipos de Projeção 12
1.7.1. Projeção Cônica 13
1.7.2. Projeção Cilíndrica 14
1.8. Aplicabilidade da Perspectiva Cilíndrica 16

CAPÍTULO 2 – Perspectiva Cilíndrica Cavaleira

2.1. Caracterização da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira 18


2.2. Eixos Coordenados 18
2.3. O Eixo y 20
2.4. Parâmetros da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira 21
2.4.1. A Direção da Cavaleira – ângulo α 21
2.4.2. Fator de Deformação (K) 22
2.5. Rotação da Peça 23
2.5.1. Diferença entre Rotação e Variação do
24
Quadrante de Projeção do Eixo y
2.5.2. Diferença entre Faces e Vistas 25
2.6. Cilindros e Cones 26
2.6.1. Cilindros 27
2.6.2. Cones 28
2.6.3. O Desenho da Elipse 28

CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico

3.1. Caracterização da Axonometria 33


3.2. Caracterização do Desenho Isométrico 34
3.3. Desenho Isométrico na Prática 35
3.4. Os Eixos Coordenados e o Ortoedro de
36
Referência
3.4. 1. A Visualização de Todas as Faces 36
3.4.2. Rotação da Peça 37
3.5. Cilindros e Cones 37
3.5.1. O Desenho da Elipse e da Oval 39

EXERCÍCIOS DA PRIMEIRA UNIDADE 44


CAPÍTULO 4 – A Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

4.1. Introdução 49
4.2. Caracterização da Perspectiva Cilíndrica
Ortográfica 50
4.3. Observador, Objeto e Planos de Projeção 52
4.3.1. Primeiro e Terceiro Diedros 53
4.3.2. Segundo e Quarto Diedros 54
4.3.3. Sistemas Alemão e Americano 54
4.4. As Seis Vistas 55
4.5. Os Eixos Coordenados 58
4.6. Visualização das Vistas Mongeanas e da Peça 59
4.7. A Escolha das Vistas 61
4.8. Desenhando as Primeiras Peças em Mongeano 62
4.9. Os Sólidos Básicos: Prismas, Pirâmides, Cilindros,
Cones e Esferas 65
4.9.1. Prisma 65
4.9.2. Pirâmides 67
4.9.3. Cilindros 68
4.9.4. Cones 70
4.9.5. Esferas 72

EXERCÍCIOS DA SEGUNDA UNIDADE 75

CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

5.1. Definições e Usos 100


5.1.1. Compreendendo as Três Posições
Básicas: Paralela, Perpendicular e
100
Oblíqua
5.2. Sistema Mongeano e Plano Auxiliar 102
5.3. Mudança de Plano 105
5.4. Caso 1 105
5.5. Caso 2 107
5.6. Caso 3 109

CAPÍTULO 6 – Seção Plana

6.1. Introdução ao Conceito de Seção Plana e


Interseção 112
6.1.1. Superfície e Sólido 112
6.1.2. Interseção e Seção 113
6.2. Seção Plana de Sólidos Geométricos Básicos 115
6.2.1. Seção Plana de Prismas 115
6.2.2. Seção Plana de Pirâmides 117
6.2.3. Seção Plana de Cilindros 120
6.2.4. Seção Plana de Cones 124

EXERCÍCIOS DA TERCEIRA UNIDADE 133


CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

1.1. A Disciplina Introdução ao Desenho

O conteúdo dessa disciplina é importante para os estudantes de engenharia porque a prática


profissional inclui a resolução de problemas que envolvem a visualização e representação de objetos
e construções em diversas escalas nos projetos de engenharia.
O principal objetivo da disciplina Introdução ao Desenho é desenvolver as habilidades de
visualização espacial, expressão e interpretação gráficas. Isso quer dizer que ao final do semestre, se
espera que os alunos possam visualizar sólidos geométricos, se expressar graficamente e representar
objetos em cavaleira, desenho isométrico e no sistema mongeano.
Para tanto, a metodologia utilizada na disciplina inclui aulas expositivas e resolução de
exercícios em sala. No entanto, para atingir um nível satisfatório na disciplina é necessário que o
aluno reserve tempo extra-aula para complementar com resolução de exercícios.
A disciplina será divida em três unidades: I) cavaleira e desenho isométrico; II) sistema
mongeano e; III) verdadeira grandeza e seção plana. Ao final de cada unidade será realizada uma
prova. O assunto é cumulativo. O calendário do curso é fixo, portanto as datas das provas são
definidas no início do semestre. As informações e materiais trocados entre professor e aluno deverão
ser feitas em sala de aula e através de e-mail.

1.2. Instrumentos de Desenho

É muito importante que os alunos das disciplinas de desenho tenham total domínio do uso dos
instrumentos básicos de desenho.

1. Lapiseira: recomenda-se o uso de lapiseira com grafite do tipo HB com espessura de 0,5 mm,
para evitar perda de tempo e imprecisão.
2. Borracha: recomenda-se o uso de borracha branca macia, se possível borracha específica para
desenho técnico.
3. Régua: recomenda-se o uso de régua transparente de plástico ou acrílico, com 15 ou 20 cm.
4. Compasso de Metal: recomenda-se o uso de compasso de metal. O compasso é um
instrumento utilizado para desenhar arcos e circunferências, mas ele também pode ser usado
para transportar medidas e ângulos.
5. Par de Esquadros: recomenda-se o uso de um par de esquadros que não tenham marcação de
escala. No par, um deve ter dois ângulos de 45ᵒ e o outro um ângulo de 60ᵒ e um de 30ᵒ. Veja
as figuras 1.1 e 1.2. O tamanho dos esquadros é medido pelo lado maior, a hipotenusa do
triângulo formado pelo esquadro de 45ᵒ e o lado de tamanho médio, cateto maior, do
esquadro de 60ᵒ.

4
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

Fig. 1.1

Fig. 1.2

Os esquadros são vendidos em pares por duas razões: primeiro porque um serve de
apoio para o outro no traçado de linhas paralelas e perpendiculares e segundo, porque
quando usados em conjunto com a régua T ou a régua paralela, seus ângulos permitem a
formação de diversos outros ângulos. Ver figura 1.3.

Fig. 1.3

6. Papel: recomenda-se o uso de papel branco com formato A4. A quantidade a ser utilizada é
de aproximadamente meia resma. O formato básico de papel designado de A0 (A zero)
considera um retângulo de 841 mm (altura “a”) por 1.189 mm (largura “l”) correspondente a
1 m² de área. Deste formato derivam-se os demais formatos na relação l = a√ 2 , conforme
figura 1.4.

Fig. 1.4
http://blog.creativecopias.com.br/simplificando-o-tamanho-e-formato-dos-papeis/

5
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

1.3. Elementos Básicos do Desenho

O desenho possui quatro elementos básicos por meio dos quais podemos expressar ideias.
São eles: o ponto, a linha, a superfície e o volume. Esses elementos são conceitos ou ideias, portanto
são abstratos. Quando desenhamos um ponto, uma linha, uma superfície ou um volume esses
conceitos deixam de ser conceitos e passam a ser formas ou representações.

1. O Ponto: É o elemento mais básico e mais fundamental do desenho. Ele indica uma posição,
não possui formato ou dimensão, não ocupa um lugar no espaço. É também o lugar do
cruzamento de duas ou mais linhas. O ponto marca o início e o fim de uma linha. É
representado por uma letra maiúscula do alfabeto latino (A, B, D, K). Observe as figuras 1.5,
1.6 e 1.7.

Fig. 1.5 Fig. 1.6 Fig. 1.7

2. A linha: À medida que o ponto se move, a sua trajetória se torna uma linha. Assim, a linha é o
enfileiramento de pontos unidos. Possui apenas uma dimensão (comprimento); mas possui
posição e direção. Porém, a posição e a direção são sempre relativos a um referencial,
conforme veremos. É representada por uma letra minúscula do alfabeto latino (a, b, c, r, p, q,
v, x). A linha define os limites de uma superfície e podem ser classificadas de acordo com o
Formato e de acordo com o Traço.

Nessa disciplina utilizaremos, com relação ao formato, linhas retilíneas e linhas curvas.
Com relação ao tipo de traço, utilizaremos três tipos de linhas, conforme o quadro abaixo.

TIPO DE LINHA DESENHO FUNÇÃO


Linha fina contínua Representar linhas auxiliares de
construção ou arestas não visíveis
no desenho da cavaleira e do
desenho isométrico
Linha grossa contínua Representar arestas visíveis

Linha grossa tracejada Representar arestas não visíveis no


sistema mongeano

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CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

3. A superfície: Na medida em que a linha se desloca, a sua trajetória, que não seja a sua direção
intrínseca, se torna uma superfície. Assim, a superfície é o enfileiramento de linhas unidas. As
superfícies possuem apenas duas dimensões, profundidade e largura. A superfície define os
limites de um volume. Porém, a posição e a direção são sempre relativas a um referencial,
conforme veremos. É representada por uma letra do alfabeto grego (α, β, γ, δ, λ, π, φ).

4. O Volume: A trajetória de uma superfície em uma direção, que não seja a sua direção
intrínseca, se torna um volume. O volume tem uma posição no espaço e possui também três
dimensões: largura, altura e profundidade. No espaço o volume é limitado por planos. Ver
figura 1.8.

Fig. 1.8

1.4. O Desenho como Linguagem

De maneira geral, o desenho é uma forma de linguagem. Em outras palavras, pode-se dizer que
um dos interlocutores usa-o para representar uma ideia e, assim, transmiti-la para o outro. No campo
das engenharias, ele adquire um caráter específico, uma vez que precisa representar a forma,
dimensão e posição de um objeto de acordo com as necessidades de cada projeto. Para os desenhos
dessa natureza dá-se o nome de Desenho Técnico.
Nas engenharias, como em muitas áreas de conhecimento existe a necessidade de se criar
formas, desde um parafuso até uma edificação. A base desse processo está numa etapa chamada de
criação, sendo seu produto um projeto. Esse último consiste na representação daquilo que está no
plano das ideias, para que essas sejam compreendidas e executadas pelos outros profissionais
envolvidos no processo precisam ser desenhadas. Esse desenho não pode ser feito de qualquer
maneira, deve obedecer a alguns padrões e procedimentos que visem sua universalização. Dessa
maneira, o desenho técnico cumpre sua função, que é a de estabelecer a comunicação entre as
partes envolvidas no processo de criação e execução de objetos.
Em um desenho artístico a representação é uma escolha do artista, este não tem compromisso
com o que é real, sua representação é livre e é feita de acordo com a interpretação do objeto no
contexto de sua visão do mundo. Nesse caso, cada artista possui uma linguagem própria, única e
quanto mais particular for essa linguagem mais marcante será seu estilo. Diferentemente do desenho
artístico, o desenho técnico é comprometido com a representação da realidade. Essa sua
característica possibilita a comunicação entre as partes envolvidas no processo de produção de um
objeto através da linguagem universal. Observe as figuras abaixo e reflita um pouco sobre as
diferenças entre o desenho artístico, à esquerda, e o desenho técnico, à direita.
7
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

Kandinsky, Arch and Point, 1923


http://aordemsinequanonoide.blogspot.com.br/2010/12/desenho-
http://www.invisiblebooks.com/Kandinsky.htm
tecnico-mecanico.html
Fig. 1.9
Fig. 1.10

Para representar um objeto é importante perceber que todos os objetos que estão a nossa
volta possuem três dimensões: largura, altura e profundidade. Quando vamos fazer a representação
desse objeto, as dimensões precisam ser desenhadas em uma superfície com apenas duas
dimensões, como é o caso do papel ou da superfície da tela do computador. Como fazer essa
representação é exatamente o objetivo dessa disciplina.
É importante salientar, mais uma vez, que a representação para o desenho técnico, não pode
ser feita de maneira aleatória, ela deve obedecer a normas específicas para garantir a universalidade
da linguagem. Tanto quem desenha como quem lê o desenho precisa falar a mesma língua, ou seja,
dominem a representação na qual o desenho foi feito. Visando padronizar as possíveis
representações de um objeto foram criados sistemas de representação.
Os sistemas de representação são como linguagens a qual os profissionais da área dominam.
Quem desenha e que lê o desenho sabem em qual sistema de representação o objeto foi desenhado,
sabe retirar/interpretar do próprio desenho as informações necessárias para a sua construção. As
representações dentro dos Sistemas de Representação são chamadas de perspectivas.
O principal objetivo perspectivas é representar em uma superfície bidimensional as três
dimensões de um objeto. Existem duas etapas nessa representação. A primeira diz respeito ao
processo cognitivo de transpor a imagem do objeto real para a representação do mesmo no papel. A
outra etapa é, exatamente, percorrer o caminho inverso, o qual consiste em perceber a
tridimensionalidade do objeto quando ele está representado em duas dimensões, ou seja, no papel.
Ambos os processos requerem o domínio das regras que diferenciam asperspectivas.
A palavra perspectiva possui origem grega e deriva da palavra Perspicere, que significa “ver
através de”. A maneira mais simples de definir perspectiva é: Perspectiva é a representação de um
objeto ou paisagem – que possui três dimensões – em desenho, ou pintura, ou outra forma de
representação gráfica, em duas dimensões. Ou ainda, a representação de três dimensões em duas
dimensões.

PERSPECTIVA = 3D 2D
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CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

Abaixo estão diferentes representações de um mesmo objeto utilizadas no desenho técnico,


figuras 1.11, 1.12, 1.13 e 1.14.

Axonometria Cônica Isometria Cavaleira Mongeano


Fig. 1.11 Fig. 1.12 Fig. 1.13 Fig. 1.14

Essas representações se diferenciam em função de dois aspectos:


1°) Posicionamento do ORTOEDRO DE REFERÊNCIA, que imaginariamente envolve o objeto,
em relação ao plano de projeção e;
2°) Tipo de projeção.
A seguir será explicado o significado de cada um desses termos.

1.5. Ortoedro de Referência

A utilização do ortoedro de referência é uma técnica muito útil quando se trabalha com
representações em geral. Ela consiste em imaginarmos o objeto que queremos desenhar dentro de
uma caixa, mas não de uma caixa qualquer. Essa caixa também pode ser chamada de ortoedro
auxiliar, ortoedro envolvente, ou ainda, de paralelepípedo de referência. Ver figura 1.15.
O ortoedro de referência possui características que facilitam a visualização espacial do objeto,
são elas:
1. Todas as suas arestas são paralelas a algum dos três eixos coordenados x, y e z, largura,
profundidade e altura, respectivamente;
2. Possui faces retangulares;
3. As faces formam ângulos retos umas com as outras;
4. As faces opostas são iguais entre si.

Fig. 1.15

9
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

A técnica do ortoedro de referência é um artifício que utilizamos para desenhar objetos


quaisquer. É muito importante que ortoedro envolva o objeto completamente e, além disso, que
fique bem “colada” ao objeto, de modo que possibilite a coincidência de faces e arestas do objeto
com faces do ortoedro. Dessa maneira, o ortoedro de referência seria a MENOR CAIXA POSSÍVEL
capaz de conter o objeto que queremos desenhar.
Muitas vantagens podem ser vistas quando usamos o ortoedro de referência:
1. O ortoedro é um objeto simples de ser desenhado;
2. O uso do ortoedro faz com que possamos controlar quais faces queremos mostrar, porque
primeiro decidimos como fica o desenho do ortoedro e só então colocamos o objeto
dentro dele;
3. Como o ortoedro possui todas as suas arestas paralelas a um dos três eixos coordenados,
é fácil fazer uma correlação entre as medidas do objeto e as medidas do ortoedro;
4. Qualquer objeto pode ser colocado, ou imaginado, dentro de um ortoedro, especialmente
os objetos com faces curvas ou muito detalhadas. Quando mais detalhado é o objeto mais
precisamos do ortoedro de referência. A figura 1.16 mostra um objeto qualquer e a figura
1.17 mostra o mesmo objeto inserido no Ortoedro.

Fig. 1.16 Fig. 1.17

1.6. Sistema de Projeção

As representações têm em seu arcabouço sistemas de projeção. Para entender como funciona
um sistema de projeção o exemplo mais comumente utilizado é o da sombra. Ver figura 1.18.

http://well31.comunidades.net/index.php?pagina=1305455344
Fig. 1.18

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CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

Na figura 1.18, da fonte de luz (F) saem os raios luminosos que iluminam o objeto e a parede
atrás do objeto. A sombra acontece porque os raios que iluminam o objeto não chegam até a parede,
deixando a projeção da imagem do objeto na superfície bidimensional da parede.
Um sistema de projeção funciona de forma semelhante. Para representar um objeto
primeiramente é necessário projetá-lo. O processo de projeção funciona como uma cena, para
compreendê-la precisamos conhecer alguns elementos básicos que a compõe. São eles:
a. Observador: centro de projeção;
b. Objeto: o objeto é o que queremos representar;
c. Projetantes: raios visuais que partem dos olhos do observador;
d. Plano de Projeção: é o plano onde será desenhada a projeção.

A cena funciona da seguinte maneira: o observador observa o objeto. Para perceber o objeto,
dos olhos do observador partem raios visuais, ou projetantes, que conectam os olhos do observador
aos limites do objeto, projetando o objeto no plano de projeção. Os pontos, onde as projetantes
“passam” ou “tocam” no plano de projeção definem o desenho da projeção do objeto, que consiste
em uma imagem bidimensional proporcional ao objeto tridimensional.
Na figura 1.19 abaixo o centro de projeção está representado pela lanterna, os raios de luz
que saem da lanterna (projetantes) incidem sobre o objeto projetando-o no plano do quadro (plano
de projeção).

http://edificacacaomoderna.blogspot.com.br/2012/03/projecoes-conicas.html
Fig. 1.19

Na situação anterior o exemplo foi dado a partir de um objeto real, porém, podemos imaginar
uma situação na qual o objeto é virtual, ou seja, existente apenas como uma ideia. Sendo assim, é
necessário um grau de abstração relativamente maior para imaginar toda essa cena primeiramente
em nossa mente, para, só então, representar no papel a projeção final do processo.

11
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

1.7. Tipos de Projeção

Existem dois tipos de projeção bastante conhecidos e utilizados, a PROJEÇÃO CÔNICA e a


PROJEÇÃO CILÍNDRICA. Cada tipo possui uma subdivisão. Nessa disciplina serão abordadas as
projeções Cilíndricas: cavaleira, isometria e sistema mongeano. Observe abaixo um quadro síntese
que mostra o mesmo objeto sendo representado em cada um dos tipos de projeção.

1 FUGA

PROJEÇÃO
2 FUGAS
CÔNICA

3 FUGAS

TIPOS DE
PROJEÇÃO

CAVALEIRA

ISOMETRIA

PROJEÇÃO
CILÍNDRICA AXONOMETRIA DIMETRIA

TRIMETRIA

SISTEMA
MONGEANO
O

12
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

1.7.1. Projeção Cônica


Na projeção Cônica o centro de projeção é chamado de PRÓPRIO, isso porque ele está a uma
distância finita do objeto. Esse sistema é bem semelhante ao exemplo dado anteriormente, que
comparou o centro de projeção com uma lanterna. No exemplo da figura 1.20 é fácil perceber que as
projetantes que partem dos olhos do observador formam um feixe cônico. Por essa razão o sistema é
chamado de Cônico. Esse feixe projeta o objeto, a esfera, no plano de projeção, ficando a imagem
projetada em forma de circunferência.
Na figura 1.21 temos um exemplo da uma projeção cônica de um objeto bidimensional, o
triângulo ABC, o qual projetado segundo um centro de projeção O, forma a imagem A’B’C’.

Projeção cônica
Fig. 1.20

http://det.ufc.br/desenho/?page_id=86
Projeção cônica
Fig. 1.21

Nesse curso nós não estudaremos esse tipo de projeção. Mas é importante sabermos que a
projeção cônica imita a visão humana. Por isso, seu desenho é mais facilmente percebido, mesmo
por pessoas que não conhecem o desenho.
Nas figuras 1.22 e 1.23 temos a mesma cena vista de ângulos diferentes. A cena mostra uma
projeção cônica com o plano de projeção localizado entre o observador e o objeto. Ao observarmos
as duas imagens, podemos perceber claramente a relação entre observador, projetantes, objeto e
sua imagem.

13
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

http://edificacacaomoderna.blogspot.com.br/2012/03/projecoes-conicas.html
Fig. 1.22

http://edificacacaomoderna.blogspot.com.br/2012/03/projecoes-conicas.html
Fig. 1.23

1.7.2. Projeção Cilíndrica

Na projeção Cilíndrica o observador está uma distância infinita do objeto. Nesse caso o centro
çde projeção é IMPRÓPRIO, ver figura 1.24.
As projetantes ao invés de serem concorrentes (num ponto que é o centro de projeção), como
ocorre no sistema cônico de projeção, elas são paralelas. Isto é, as projetantes partem do centro de
projeção num feixe em forma de cilindro, é por essa razão que esse sistema de projeção é chamado
de cilíndrico. Um exemplo que ilustra bem a mecânica desse sistema de projeção é o dos raios
luminosos que partem do sol. O sol está a uma distância tão grande da terra que ao chegar à sua
superfície os raios luminosos estão quase paralelos entre si e aí projetam a sobra dos objetos sobre a
superfície terrestre de forma cilíndrica.

14
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

http://edificacacaomoderna.blogspot.com.br/2012/03/projecoes-
conicas.html
Fig. 1.24

No sistema cilíndrico de projeção podemos ter as projeções cilíndricas oblíquas (figura 1.25) e
as projeções cilíndricas ortogonais (figura 1.26). O que diferencia uma da outra é exatamente o
ângulo de incidência das retas projetantes no plano de projeção. Nas projeções cilíndricas oblíquas o
ângulo é diferente de 90° e nas projeções cilíndricas ortogonais esse ângulo é igual a 90°. Reparem a
diferença:

http://det.ufc.br/desenho/?page_id=86 http://det.ufc.br/desenho/?page_id=86
Projeção Cilíndrica Oblíqua Projeção Cilíndrica Ortogonal
Fig. 1.25 Fig. 1.26

15
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

1.8. Aplicabilidade da Perspectiva Cilíndrica

Uma coisa muito importante e motivadora para aprender um novo assunto é saber sobre a
aplicabilidade do que se está aprendendo. Uma pergunta sempre válida diante de um novo
conhecimento é “Que usos esse assunto possui?”. No caso dessa disciplina a pergunta seria? Que
usos a representação de objetos tridimensionais em duas dimensões pode ter para um futuro
engenheiro?
A primeira aplicação seria a representação de objetos que muitas vezes estão apenas no plano
das ideias. Quando é necessário comunicar uma ideia para outros, apenas palavras não explicam
tudo, especialmente quando as ideias tratam de formas.
As Perspectivas Cilíndricas são indispensáveis para todas as áreas do conhecimento que
trabalham ou estudam a FORMA: Arquitetura, Engenharia, Arte, Design, Expressão Gráfica, entre
outras. Tal tipo de representação é a base do desenho técnico.
Outra aplicação das Perspectivas Cilíndricas está presente em manuais de equipamentos
sejam de móveis, de máquinas e até de brinquedos. Esses se utilizam das perspectivas cilíndricas tipo
cavaleira ou axonometria (usualmente o desenho isométrico) para representar peças e
equipamentos. Veja a figura 1.27 de um manual virtual para montagem de um brinquedo. Observe
que desde as peças do menu até a representação da peça a ser montada estão em desenho
isométrico.

http://www.baixaki.com.br/download/lego-digital-designer.htm
Fig. 1.27

Uma terceira forma de aplicação das perspectivas está nos ambientes virtuais de jogos e
manuais. Nesse ambiente a visão isométrica é um recurso amplamente utilizado, como mostra a
figura 1.28.

16
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas

http://www.tecmundo.com.br/1085-o-que-e-visao-isometrica-.htm
Fig. 1.28

Na área das Engenharias a aplicabilidade das perspectivas em geral é quase uma


obrigatoriedade, porque não há como falar de objetos, sejam reais ou virtuais, sem lançar mão do
uso de algum tipo de representação da forma (ver figura 1.29). As perspectivas nesse caso são o
recursos que estabelecem a comunicação na área. Nesse caso é possível utilizar tanto as perspectivas
feitas à mão livre, quanto as feitas com esquadros e compasso, até mesmo as feitas com o auxílio de
softwares especializados. Independentemente de como as perspectivas são elaboradas, para
desenhá-las são necessários conhecimentos específicos sobre o assunto.

HTTP://WWW.NAVAL.COM .BR/BLOG/2012/03/09/AVISOS-HIDROCEANOGRAFICOS-FLUVIAIS-AVHOFLU-RIO-SOLIMOES-E-RIO-
NEGRO/
Fig. 1.29

Muitos acreditam que com o amplo uso do computador não será mais necessário aprender
certos conceitos, essas pessoas esquecem que o computador não realiza procedimentos sozinho.
Para que o desenho seja feito com softwares é preciso efetuar comandos, caso contrário, mesmo
com os mais avançados softwares disponíveis no mercado, o desenho pode findar incorreto ou
incompleto.

17
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

CAPÍTULO 2 – PERSPECTIVA CILÍNDRICA CAVALEIRA


2.1. Caracterização da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira
Conforme visto no item 1.4 do capítulo anterior, as representações de objetos em perspectiva
se diferenciam em função de dois aspectos:
1. Posição do ortoedro de referência em relação ao plano de projeção, e;
2. Tipo de projeção.
No caso da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira, que está representada na figura 2.1, a posição
característica ortoedro de referência é tal que sua face frontal SEMPRE ficará paralela ao plano de
projeção.
Já a projeção é do tipo CILÍNDRICA OBLÍQUA, ou seja, as retas projetantes são paralelas entre
si, porque o observador está em um ponto impróprio, e essas encontram o plano de projeção de
forma oblíqua, fazendo, portanto, um ângulo diferente de 90ᵒ, como aparece na figura 2.1.

Fig. 2.1
Fonte: DUARTE, 2008. Fig. 2.2

A análise da figura 2.2, que traz a representação em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira do objeto
da figura 2.1, mostra que os ângulos retos existentes na face frontal são mantidos em sua verdadeira
grandeza, ou seja, a Perspectiva Cilíndrica Cavaleira mantém a VG das medidas angulares, bem como
lineares na face frontal da peça. Lembrando que isso ocorre porque a face frontal encontra-se
paralela ao plano de projeção. Além disso, as arestas referentes às profundidades e às alturas são
paralelas entre si.

2.2. Eixos Coordenados


A visualização de objetos tridimensionais se dá com mais facilidade quando se utilizam os
eixos coordenados, uma vez que eles funcionam como uma estrutura que dá suporte a todo o
desenho. A figura 2.3 traz um desenho esquemático dos três eixos coordenados. Nele está o eixo x,
que é o eixo referente às larguras; o eixo y que é o eixo referente às profundidades, e o eixo z, que é
o eixo referente às alturas. Dessa forma, todas as larguras da peça ficarão paralelas ao eixo x, todas
as profundidades ficarão paralelas ao eixo y e todas as alturas ficarão paralelas ao eixo z.

18
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

Fig. 2.3 Fig. 2.4

Posicionamento das Faces

A figura 2.4 mostra um dado desenhado em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira e referenciado


pelos eixos coordenados. A face que contém o número um do dado é a FACE SUPERIOR do objeto, a
face que contém o número dois é a FACE FRONTAL e a face que contém o número três é a FACE
LATERAL DIREITA. A face oposta à face frontal é a FACE POSTERIOR, já a face oposta à face superior é
a FACE INFERIOR e, finalmente, a face oposta à face lateral direita é a FACE LATERAL ESQUERDA.

ATENÇÃO!
É muito comum confundir a denominação das faces laterais, esquerda e direita.
A face lateral esquerda fica do lado esquerdo de quem observa. Consequentemente, a face
lateral direita fica do lado direito.
Lembrem-se de que desenhos são inanimados, eles não possuem consciência e referência próprias.
O observador é quem denomina as partes, direções e demais elementos do desenho. Portanto, é o
referencial de quem observa que é levado em consideração.

Quando os eixos coordenados são desenhados, como na figura 2.3, é possível perceber alguns
aspectos particulares desse tipo de Perspectiva Cilíndrica Cavaleira. O primeiro deles é a manutenção
da ortogonalidade entre os eixos x e z. Se considerarmos o espaço tridimensional, é possível afirmar
que todos os eixos fazem 90ᵒ entre si. No entanto, se considerarmos a representação em Perspectiva
Cilíndrica Cavaleira só enxergamos 90ᵒ de fato entre os eixos x e z. Essa característica confere à
Perspectiva Cilíndrica Cavaleira um aspecto importante que é o fato dos ângulos e medidas contidas
na face frontal e posterior do ortoedro de referência manterem suas verdadeiras grandezas (VG), isto
é, as medidas do desenho são iguais às medidas do objeto real. É por essa razão que se diz que na
Perspectiva Cilíndrica Cavaleira as faces paralelas ao plano de projeção estão em VG. Já as outras
faces sofrem algum tipo de deformação, fato que será estudado com mais detalhes adiante. Dessa
maneira, quando se desenha uma Perspectiva Cilíndrica Cavaleira os eixos x e z SEMPRE fazem 90ᵒ
entre si, ou seja, eles ficam fixos nessa posição, já o eixo y não tem uma posição fixa. A variação da
direção do eixo y e as implicações dela serão estudadas no próximo item.

19
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

2.3. O Eixo y
As perspectivas sempre mostram três faces. No caso da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira a
face frontal, que fica paralela ao plano de projeção, SEMPRE é mostrada. Esta é, em geral, a
principal face da peça. Usualmente, são mostradas as três faces que contêm mais detalhes ou as
três que melhor definem o objeto. Sendo assim, podemos ter apenas as seguintes combinações:
§ Frontal, lateral direita e superior;
§ Frontal, lateral esquerda e superior;
§ Frontal, lateral direita e inferior, e;
§ Frontal, lateral esquerda e inferior.
A representação de um ou de outro conjunto de faces, acima listados, depende da direção
escolhida para projetar o eixo coordenado y, pois, como foi mencionado, os eixos x e z ficam fixos,
fazendo 90° entre si. Assim, caso a direção escolhida para o eixo y seja como a que está na figura 2.5,
as faces mostradas são a FRONTAL, a LATERAL ESQUERDA e a SUPERIOR. Já se a direção de y for
como na figura 2.6 as faces mostradas são FRONTAL, LATERAL DIREITA e INFERIOR.

Fig. 2.5 Fig. 2.6

A figura 2.7 traz a síntese das quatro possíveis direções que o eixo y pode assumir, bem como
as faces que são mostradas em cada caso. Quando a direção escolhida para a projeção do eixo y é a
que está no quadrante 1, são mostradas as faces: FRONTAL, LATERAL ESQUERDA e INFERIOR. No
quadrante 2 são as faces: FRONTAL, LATERAL DIREITA e INFERIOR. No quadrante 3, as faces:
FRONTAL, LATERAL DIREITA e SUPERIOR; e, finalmente, no quadrante 4, as faces mostradas são:
FRONTAL, LATERAL ESQUERDA e SUPERIOR.

2 1

3 4

Fig. 2.7 20
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

2.4. Parâmetros da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira


Para que uma Perspectiva Cilíndrica Cavaleira possa ser elaborada dois parâmetros precisam
ser previamente definidos: a direção da Cavaleira (α) e o fator de deformação (k).

A figura 2.8 apresenta a projeção de um


objeto em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira.
Nessa representação podemos perceber que
as arestas referentes à largura (ex.: AC) e à altura (ex.:
AD) são paralelas ao plano de projeção e quando
projetadas aparecem nesse plano exatamente com a
mesma medida que possuem no real. Isso significa
que na Perspectiva Cilíndrica Cavaleira elas estão em
VG.
No entanto, as arestas referentes à
profundidade (ex.: AB), que no espaço estão
perpendiculares ao plano de projeção, quando
projetadas, aparecem de maneira deformada. Essa
deformação vai depender da direção tomada pelas
retas projetantes (ex.: AA’). Tal direção pode ser
determinada por dois ângulos (α e β). No próximo
item tais ângulos e as relações que eles têm com os
parâmetros determinantes da Perspectiva Cilíndrica
Cavaleira serão estudados.
Fig. 2.8
Fonte: DUARTE, J., 2008.

2.4.1. A Direção da Cavaleira (α)

DEFINIÇÃO: O ângulo α pode ser definido como sendo o ângulo formado pela horizontal da projeção
(ex.: A’C’) e pela projeção da profundidade do objeto (ex.: A’B’), como podemos ver na figura 2.8.
Não existe uma medida definida para α, ou seja, uma Perspectiva Cilíndrica Cavaleira pode ser
desenhada com α medindo qualquer ângulo entre 0ᵒ e 90ᵒ. No entanto, a medida de α vai influir na
porção vista das faces. Na prática, os ângulos existentes nos esquadros (30ᵒ, 45ᵒ e 60ᵒ) acabam
sendo, pela praticidade, os ângulos mais utilizados na elaboração de Perspectivas Cilíndrica Cavaleira,
mas nada impede que outras medidas sejam adotadas. Veja nas três figuras abaixo uma comparação
mostrando o que acontece quando variamos os valores de a.

Fig. 2.9 Fig. 2.10 Fig. 2.11


21
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

O que podemos concluir após a análise das figuras acima é que mesmo que estejam sendo
mostradas as mesmas faces (FRONTAL, LATERAL DIREITA e SUPERIOR), quando o ângulo α varia,
porções diferentes das faces FRONTAL e LATERAL DIREITA são mostradas. No entanto, o mesmo não
ocorre com a face FRONTAL, a qual aparece da mesma forma nas três figuras. Isso acontece porque
ela está paralela ao plano de projeção e, consequentemente, em VG. Dessa forma, suas medidas
lineares e angulares são resguardadas mesmo depois da sua projeção.
Na figura 2.9, α mede 30°, e a face LATERAL DIREITA aparece com bem mais destaque do que
a face SUPERIOR. Já na figura 2.10, onde α mede 45ᵒ, ambas as faces aparecem com o mesmo
destaque. Finalmente, na figura 2.11, que tem α medindo 60°, vemos uma porção bem menor da
face LATERAL DIREITA do que da face SUPERIOR. O mesmo pode ser feito com as outras combinações
de faces.
ATENÇÃO!
Ao escolher a medida de α, evite os ângulos 90ᵒ e 180ᵒ, porque com esses valores só é
possível mostrar duas das faces do ortoedro.

Fig. 2.12
Fonte: DUARTE, J., 2008.

2.4.2. Fator de Deformação (K)

DEFINIÇÃO: O fator de deformação (K) consiste na relação constante entre o comprimento real de
um segmento (ex.: AB, da figura 2.13) e o comprimento dele depois de projetado (ex.: A’B’).

Essa relação também é dada pela tangente do


ângulo β, o qual está contido no triângulo AOA’ da figura
2.13.
DEMONSTRAÇÃO: K = tg (b)

tg (β) = cateto oposto = A’O = A’B’


cateto adjacente AO AB

Assim: K = A’B’
AB
A’B’ = K x AB
Fig. 2.13
Se K = 1; A’B’ = AB
Se K = 0,5; A’B’ = 0,5 x AB
22
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

ATENÇÃO!
O fator de deformação (K) atua apenas nas projeções das arestas que são paralelas ao eixo
coordenado Y, ou seja, aquelas que no espaço, são ortogonais ao plano de projeção. As projeções
das arestas paralelas ao plano de projeção permanecem com o tamanho real.

O fator de deformação (K) é utilizado nos casos em que se quer mostrar uma face em
detalhes. Muitas vezes o desenho da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira sem deformação (K=1), ou seja,
com as medidas iguais às do objeto real faz com que porções de uma determinada face não
apareçam, ver figura 2.14. Se uma face não estiver sendo vista completamente é possível aplicar o
fator de deformação (K) de forma que essa face seja mostrada completamente, ver exemplo das
figuras 2.14 e 2.15. Na primeira figura K = 1 e na segunda k = 0,4.

Fig. 2.14 Fig. 2.15


Fonte: DUARTE, J., 2008. Fonte: DUARTE, J., 2008.

ATENÇÃO!
A prática mostrou que se o fator de deformação (K) variar entre 0,5 e 1 a representação da
peça se assemelha bastante ao aspecto real da mesma. Portanto, para que a perspectiva se
assemelhe à peça real utilize esses valores.

2.5. Rotação da Peça


A rotação é uma operação gráfica utilizada
no aprendizado da visualização espacial. Uma
maneira de realizar essa rotação ainda no plano das
ideias é utilizar os eixos coordenados como
referência e imaginar o objeto sendo rotacionado
em torno de um dos eixos, ver figura 2.16.
Dessa forma, a rotação depende:
1. do eixo escolhido como referência: x, y ou z;
2. do sentido da rotação, se horário ou anti-
horário, e;
3. da extensão da rotação, ou seja, com
quantos graus deverá ser feito o giro.
Fig. 2.16

23
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

As figuras 2.17 e 2.18 mostram um exemplo de rotação. Na primeira figura tem-se a peça na
posição original, já a figura 2.18 mostra a representação da mesma peça após uma rotação de 90ᵒ,
em torno do eixo z, no sentido anti-horário.

Figura 2.17 Figura 2.18

2.5.1. Diferença entre ROTAÇÃO e VARIAÇÃO DA DIREÇÃO DA PROJEÇÃO DO EIXO Y

É importante não confundir a ROTAÇÃO, discutida no item 2.5, com a VARIAÇÃO DA DIREÇÃO
DA PROJEÇÃO DO EIXO Y, discutido no item 2.3. Tais procedimentos podem ocorrer em comandos
distintos, ou num mesmo comando. Se esse for o caso, a rotação ocorrerá primeiro e somente no
plano das ideias (mentalmente), ou seja, o objeto será rotacionado em torno de um dos eixos e, em
seguida, serão escolhidas as faces que serão mostradas após a rotação. Essa escolha dependerá da
direção tomada pela projeção do eixo y.
A peça da figura 2.17 após rotacionada 90ᵒ, em torno do eixo z, no sentido anti-horário, pode
ser representada de quatro maneiras, conforme mostra a figura 2.19. É possível perceber na figura
abaixo que os quatro desenhos mostram a peça na mesma posição, porém as faces mostradas
variam.

Fig. 2.19
24
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

2.5.2. Diferença entre Faces e Vistas

Existe uma diferença entre FACES e


VISTAS. A face pertence ao objeto, enquanto que
a vista é própria do ortoedro de referência.
As vistas do ortoedro de referência se
configuram num referencial fixo de
posicionamento. Por exemplo, na figura 2.20, a
face do objeto que contém o número um
corresponde à vista SUPERIOR do ortoedro de
referência. Da mesma maneira, a face do objeto
que contém o número dois corresponde à vista
FRONTAL do ortoedro. Já a face do objeto que
contém o número três corresponde à vista
Fig. 2.20
LATERAL DIREITA do ortoedro.

2.6. Cilindros e Cones

Cilindros e cones são sólidos geométricos


gerados segundo algumas “leis de geração”.
Pode-se dizer, por exemplo, que o cilindro é
uma superfície gerada por uma reta (geratriz)
paralela a um eixo, a qual se desloca em torno de
uma circunferência (diretriz), como aparece na
figura 2.21.
Outra forma de gerar uma superfície
cilíndrica é quando uma circunferência (geratriz) se
desloca ao longo de um eixo. Esse movimento,
também, gera uma superfície cilíndrica.
Portanto, um cilindro possui geratrizes retas
(primeiro exemplo), bem como geratrizes curvas
(segundo exemplo).

Fig. 2.21

25
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

Superfícies cônicas podem ser geradas de


forma semelhante à descrita acima. No primeiro
caso, tem-se uma reta g (geratriz) apoiada num
eixo Hh que se desloca em torno de uma
circunferência (diretriz). Outra forma de gerar
um cone é quando uma circunferência (geratriz)
se desloca ao longo de um eixo, e na medida em
que se desloca tem seu raio diminuído até
chegar ao vértice, onde o raio é igual a zero. Ver Fig. 2.22
figura 2.22. http://www.solucaomatematica.com.br/?p=1873

Nesta disciplina trataremos apenas de Cilindros e de Cones de Revolução. Eles são casos
particulares dos cilindros e cones uma vez que possuem uma propriedade específica que diz que todo
plano perpendicular ao eixo desses sólidos cortará a superfície desse sólido segundo uma
circunferência. Na representação de objetos em forma de cilindros e cones de revolução em
Perspectiva Cilíndrica Cavaleira são utilizados segmentos curvos (circunferências e elipses) para
representar as faces planas, e segmentos retos para representar a superfície curva. Tais segmentos
retos são chamados de geratrizes de limite de visibilidade. Elas, em geral, estão paralelas a um dos
eixos coordenados. Na figura 2.23 as geratrizes de limite de visibilidade estão paralelas ao eixo z,
enquanto que na figura 2.24 elas estão paralelas ao eixo x, já na figura 2.25 elas estão paralelas ao
eixo y.
geratrizes de limite de visibilidade

Fig. 2.23 Fig. 2.24 Fig. 2.25


No caso da representação de objetos em forma
de cones de revolução as geratrizes de limite de geratriz de
visibilidade concorrem em um ponto chamado vértice. limite de
visibilidade
Tais elementos serão estudados mais adiante.

Fig. 2.26

26
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

2.6.1. Cilindros
No espaço, um objeto em forma de cilindro possui duas faces planas e uma superfície curva. O
desenho das faces planas em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira é composto por circunferências e arcos
de circunferência. É preciso chamar a atenção para o fato de que as faces planas do cilindro possuem
forma de circunferência quando estão no espaço. No entanto, quando são representadas em duas
dimensões, elas podem permanecer com forma de circunferência ou tomar forma de elipse,
dependendo da posição dessas faces em relação aos eixos coordenados, como mostram as figura
2.27 e 2.28.

Fig. 2.27 Fig. 2.28

A figura 2.29 traz a representação de um cilindro cujas faces planas são paralelas aos eixos x e
y. Nessa situação, as curvas assumem a forma de elipse. Situação semelhante ocorre com o cilindro
da figura 2.30, onde as curvas aparecem como elipses. Nessa figura, as faces planas são paralelas aos
eixos y e z. Já na figura 2.31, as faces planas aparecem como circunferências, nesse caso, elas estão
paralelas aos eixos x e z.
É importante destacar que as faces que aparecem como circunferências estão paralelas ao
plano de projeção, portanto em VG. Quando estão perpendiculares a este plano, elas aparecem
como elipse, uma vez que sofrem deformação causada pelo eixo y.

Fig. 2.29 Fig. 2.30


Fig. 2.31

27
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

2.6.2. Cones

Situações semelhantes ocorrem na representação de objetos em forma de cone. As figuras


2.32, 2.33 e 2.34, mostram que a face plana do cone pode aparecer em forma de circunferência ou
de elipse pelas mesmas razões explicadas acima para o cilindro.

Fig. 2.32 Fig. 2.33 Fig. 2.34

Na figura 2.32 a face plana do cone aparece como uma circunferência porque ela está paralela
ao plano de projeção, portanto em VG. Já os cones das figuras 2.33 e 2.34 têm suas faces planas
representadas em forma de elipses. Essas faces estão perpendiculares ao plano de projeção,
portanto sofrem deformação.

2.6.3. O Desenho da Elipse

Existem alguns procedimentos para facilitar o traçado da elipse. A seguir serão apresentados
dois deles para a Perspectiva Cilíndrica Cavaleira: o procedimento dos 8 pontos, também chamado de
procedimento das diagonais, e o procedimento dos “n” pontos.

Procedimento dos 8 Pontos

Para desenhar uma elipse parte-se de parâmetros que valem para uma circunferência inscrita
em um quadrilátero, ou seja: a circunferência tangencia o quadrado na qual está inscrita em quatro
pontos, os pontos 1, 2, 3 e 4 da figura 2.35. Esses quatro pontos são os pontos médios dos lados do
quadrado. As diagonais do quadrado interceptam a circunferência inscrita nele em outros quatro
pontos, que são os pontos 5, 6, 7 e 8 da figura 2.36.

Fig. 2.35 Fig. 2.36

28
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

Colocados os parâmetros que valem para a circunferência, é possível transpô-los para a


representação da circunferência em perspectiva, ou seja, da elipse. Ver figura 2.37. Vamos começar
pelo desenho do quadrado em perspectiva, que será um paralelogramo posicionado de forma
perpendicular ao plano de projeção, ou seja, paralelo aos eixos x e y. No paralelogramo, desenham-
se os mesmos parâmetros vistos acima para o quadrado, ou seja, as retas que ligam os pontos
médios dos lados e as diagonais. Dessa maneira, encontram-se os primeiros quatro pontos, que são
os pontos de tangência da elipse no paralelogramo: pontos 1’, 2’, 3’ e 4’ da figura 2.37. Esses pontos
estão localizados nos pontos médios de cada lado do paralelogramo e correspondem aos pontos 1, 2,
3 e 4 do quadrado.

Fig. 2.37 Fig. 2.38

Para encontrar os pontos correspondentes aos pontos 5, 6, 7 e 8 do quadrado, é necessário


levá-los para o paralelogramo por meio de duas linhas, uma paralela ao eixo z, que liga os pontos 6 e
7 e outra paralela ao eixo y, que ao cruzar com as diagonais do paralelogramo, liga os pontos 6’ e 7’,
como aparece na figura 2.38. O mesmo procedimento é feito para encontrar os pontos 5’ e 8’.

Fig. 2.39 Fig. 2.40

Para determinar a elipse traçamos a mão livre uma linha curva que passe pelos oito pontos
encontrados anteriormente, ver figura 2.39. Para desenhar uma elipse na face lateral direita do
objeto procede-se de maneira análoga, como mostra a figura 2.40.

29
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

Um exercício muito interessante, que pode ser realizado tanto com o procedimento que
acabou de ser apresentado, quanto com o procedimento que será apresentado a seguir, consiste em
desenhar a elipse em todas as faces do ortoedro de referência.

DICA IMPORTANTE!
É possível determinar os pontos correspondentes aos pontos 5’, 6’, 7’ e 8’ do exemplo
anterior sem que seja necessário desenhar um quadrado com uma circunferência circunscrita
previamente.
Para isso encontra-se o segmento AB, da figura 2.41, através da fórmula: AB = r x 0,3.
A justificativa desse procedimento se baseia no fato de que:
AB = OB – OA = r – r cos (45o)
AB = r (1 - cos (45o)) = r (1 - 0,707)
AB = 0,293 x r, ou seja, AB = r x 0,3
O ponto D do paralelogramo corresponde ao ponto C do quadrado.

Fig. 2.41
Fonte: DUARTE, J. 2008.

Procedimento dos “n” Pontos


Existe outro procedimento que determina pontos da elipse, auxiliando a construção dessa
curva, o chamado procedimento dos “n” pontos. Com esse procedimento é possível determinar
quantos pontos se desejar, ou seja, “n” pontos. Enquanto que o procedimento anterior determina no
máximo oito pontos da elipse. Quanto mais pontos da elipse forem conhecidos, mais precisa será a
construção da mesma, sobretudo se o desenho for feito à mão livre. Portanto, a vantagem desse
procedimento é o desenho mais preciso da circunferência em perspectiva.
Partimos do paralelogramo que circunscreve a elipse que se quer construir. Em seguida,
determinam-se os quatro pontos médios dos lados do paralelogramo: M1, M2, M3 e M4. A partir
desses pontos, divide-se o paralelogramo em quatro quadrantes.

Fig. 2.42 Fig. 2.43


30
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

Dividem-se os segmentos destacados na figura 2.44 em qualquer quantidade de partes iguais.


Nesse exemplo, os segmentos foram divididos em três partes iguais. É muito importante que os
segmentos sejam divididos no mesmo número de partes. Ver na página seguinte como se divide um
segmento em partes iguais. Não importa que largura, altura ou profundidade, tenha o paralelogramo
que envolve a elipse, os dois segmentos que formam cada quadrante devem ser divididos no mesmo
número de partes. Depois, enumeram-se os segmentos destacados da mesma forma como aparece
na figura 2.44 e 2.45.

Fig. 2.44 Fig. 2.45


Para demonstrar como desenhar a elipse vamos realizar o procedimento no 1° quadrante (fig.
2.46) e, depois, repeti-lo nos demais quadrantes. Liga-se o ponto A ao ponto 1 do segmento oblíquo
e o ponto B ao ponto 1 do segmento horizontal. O cruzamento dos segmentos A1 e B1 é um dos
pontos da elipse, o ponto C. Para determinar mais um ponto no mesmo quadrante, repita a operação
anterior ligando o ponto A ao ponto 2 do segmento oblíquo e o ponto B ao ponto 2 do segmento
horizontal, o cruzamento dos segmentos A2 e B2, resulta no ponto D, figura 2.47.

Fig. 2.46 Fig. 2.47


Já é possível traçar à mão livre a elipse nesse quadrante. Para isso, inicia-se o traçado no
ponto B (que é um dos ponto de tangência da elipse com o quadrilátero que a circunscreve), e segue-
se traçando o arco de elipse até o ponto D, em seguida, segue-se ao ponto C e finaliza-se o arco de
elipse no ponto O (que é outro ponto de tangência da elipse com quadrilátero que a circunscreve),
ver a figura 2.49.

Figura 2.49 Fig. 2.50


31
CAPÍTULO 2 - Cavaleira

Para traçar a elipse nos outros quadrantes, inicia-se o traçado em um dos pontos de tangência
da elipse e procede-se analogamente, como mostra a figura 2.49. A elipse completa fica como na
figura 2.50.

DIVISÃO DE UM SEGMENTO EM PARTES IGUAIS


Tomamos como exemplo o segmento AB (figura 2.51), que será dividido em “n” partes iguais.

Fig. 2.51

Fig. 2.52

O primeiro procedimento consiste na construção de uma linha auxiliar partindo de uma das
extremidades do segmento AB, formando um ângulo qualquer com o segmento AB, figura 2.52. Em
seguida, divide-se a linha auxiliar no número de partes que queremos dividir o segmento AB (nesse
exemplo dividiremos em três partes iguais). Essa divisão pode ser feita com escala ou utilizando uma
mesma abertura no compasso, como mostra a figura 2.52.
Em seguida, liga-se a extremidade da última divisão à extremidade do segmento, nesse caso
o ponto A, traçando assim o segmento 3A, como mostra a figura 2.53. Para finalizar deve-se traçar
segmentos paralelos ao segmento 3A passando pelos pontos 1 e 2. Dessa maneira, os segmentos
traçados irão interceptar o segmento AB dividindo-o em 3 partes iguais, como se vê na figura 2.54.

Fig. 2.53 Fig. 2.54

32
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico
CAPÍTULO 3 – DESENHO ISOMÉTRICO

3.1. Caracterização da Axonometria


A isometria faz parte de um sistema de representação chamado AXONOMETRIA. Conforme foi
explicitado no capítulo 1, os sistemas de representação se diferenciam por duas características:

1. Posição de ortoedro de referência com relação ao plano de projeção;


2. Tipo de projeção.

Na axonometria a projeção é CILINDRICA ORTOGONAL, ou seja, as retas projetantes são paralelas


entre si e formam um ângulo de 90° com o plano de projeção.

Fig. 3.2
Fig. 3.1

Fonte: Duarte, 2008

No caso da axonometria o ortoedro de referência está posicionado de tal maneira com


relação ao plano de projeção que se as três arestas que partem de um mesmo vértice A forem
prolongadas todas elas encontrarão o plano de projeção nos pontos E, F e G (ver figura 3.1).
Diferente da cavaleira, na qual apenas uma das três arestas encontraria o plano de projeção caso
fossem prolongadas. Quando todas as faces do objeto são projetadas obtém-se uma imagem como
mostra a figura 3.2. Como não existem faces paralelas ao plano de projeção, pois estão todas
oblíquas em relação a ele, não existe nenhuma face em VG, ou seja, as três faces sofrem deformação
ao serem projetadas.
Como cada face, ao ser projetada, faz com o plano do desenho um determinado ângulo
podem ocorrer três situações: (1) se os três ângulos são diferentes entre si, temos a TRIMETRIA,
onde as faces que têm maiores ângulos têm menos destaque, ver figura 3.3; (2) se dois dos ângulos
são iguais e apenas um deles é diferente, temos a DIMETRIA, onde duas faces terão mais destaque do
que a outra, ver figura 3.4; (3) se os três ângulos são iguais, temos a ISOMETRIA, onde as três faces
sofrem a mesma deformação. O ângulo que as faces fazem com o plano de projeção é igual a 120°
(pois 360°/3 = 120°, ver figura 3.5).

33
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico

Fig. 3.3 Fig. 3.4 Fig. 3.5

3.2. Caracterização do Desenho Isométrico


Dentre as projeções axonométricas, a isometria é a mais utilizada. Principalmente a
perspectiva isométrica na sua forma simplificada, o DESENHO ISOMÉTRICO ou ISOMETRIA
SIMPLIFICADA, que não carece de coeficientes de redução.
O termo isométrico significa igual medida. Nos desenhos de perspectiva isométrica, o objeto
está oblíquo em relação ao plano de projeção, conforme mostra a figura 3.5. Essa obliquidade em
relação ao plano de projeção faz com que a projeção das dimensões do objeto no plano de projeção
seja reduzida igualmente em cada direção dos eixos. Dessa maneira, na isometria, todas as arestas da
peça que possuem direção igual a uma das direções das arestas de um ortoedro envolvente (AB, AC
ou AD) têm a mesma inclinação em relação ao plano de projeção. Portanto as projeções ortogonais
dessas arestas têm a mesma deformação (nesse caso, uma redução):

A’B’= 0,816 x AB
A’C’= 0,816 x AC
A’D’= 0,816 x AD

Veja a demonstração na figura 3.6:


Os pontos E, F e G são as interseções dos
prolongamentos das arestas AB, AC e AD
com o plano de projeção. Traçando por A
e B perpendiculares a EG determina-se o
segmento A’’ B’’.
A’’B’’ = AB x cos(45o) = A’B’ x cos(30o) à
A’B’= cos(45o) / cos(30o) x AB = 0,816 x AB

Fig. 3.6
Fonte: Duarte, J. 2008

Sendo assim, o desenho da projeção fica como a figura 3.6 Com todas as arestas reduzidas
com relação à peça real. Observe abaixo a diferença entre a perspectiva isométrica e o desenho
isométrico feito para a mesma peça. O DESENHO ISOMÉTRICO, figura 3.7 é maior porque não há
redução das arestas. O Desenho Isométrico é muito utilizado para o ensino de disciplinas
introdutórias de desenho e para o desenho em softwares.

34
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico

Isometria Exata Desenho Isométrico

Fig. 3.7 Fig. 3.8


Fonte: Duarte, J. 2008 Fonte: Duarte, J. 2008

Repetindo: No Desenho Isométrico as projeções das arestas não são reduzidas (A’B’= AB,
A’C’= AC e A’D’= AD). Os desenhos feitos com esquadros nessa disciplina serão executados
adotando o Desenho Isométrico.

3.3. Desenho Isométrico na prática


Na prática, a construção do ortoedro envolvente em desenho isométrico começa com o
desenho de uma linha horizontal de referência. Em seguida é escolhido um ponto nessa linha para a
partir dele desenharmos duas linhas formando 30o com a linha horizontal (ver figura 3.9).

Fig. 3.9

Para desenhar as linhas com 30° comece desenhando uma reta vertical e posicione os
esquadros como indicado na fig. 3.10 Desloque o esquadro de 30o na direção da seta e desenhe a
reta destacada. Em seguida posicione os esquadros como indicado na fig. 3.11 e desenhe a reta
destacada nessa figura.

Fig. 3.10 Fig. 3.11

35
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico
Determine a altura, a largura e a espessura da peça de acordo com os eixos coordenados e
complete o ortoedro traçando as paralelas indicadas, conforme veremos no próximo item.

3.4. Os Eixos Coordenados e o Ortoedro de Referência


Da mesma forma como foi demonstrado para a perspectiva cavaleira, podemos visualizar as
peças desenhadas com mais facilidade quando relacionamos suas dimensões com os eixos
coordenados. Ao pensarmos que tudo a nossa volta possui três dimensões facilitamos a transposição
do objeto real para o objeto desenhado no papel. Dessa maneira, teremos o eixo das larguras, o eixo
x; o eixo das profundidades, o eixo y e o eixo das alturas, o eixo z. Observe o exemplo abaixo.

As figura 3.12 mostra como fica a posição dos eixos coordenados no desenho isométrico. Na
literatura o eixo z sempre aparece localizado verticalmente, porém, não há um consenso com relação
ao posicionamento dos eixos coordenados x e y. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
adota o eixo x posicionado à esquerda e o eixo y à direita. No entanto, muito autores da área
(Duarte, M. 1996; Duarte, J., 2008 e Bortolucci) adotam o eixo x posicionado à direita e o eixo y à
esquerda. Nessa disciplina adotaremos esse último posicionamento, conforme mostra a figura 3.12.
A representação padrão exibe o objeto como na figura 3.13, que mostra um dado desenhado
em isometria e referenciado pelos eixos coordenados. A face que contém o número um do dado
corresponde à vista superior do ortoedro de referência; a face que contém o número dois do dado
corresponde à vista frontal do ortoedro de referência e, consequentemente, a face que contém o
número três do dado corresponde à vista lateral direita do ortoedro de referência. Todas as peças
desenhadas em desenho isométrico seguirão essa mesma convenção.

Fig. 3.12
3.13

3.4.1. Visualização de Todas as Faces

A exemplo da Perspectiva Cavaleira, no Desenho Isométrico são sempre mostradas três faces
do ortoedro envolvente. Na figura 3.13 foram mostradas as faces frontal, lateral direita e superior.
Para mostrar as outras faces do objeto podemos ter as seguintes combinações:
· Frontal, lateral direita e superior;
· Frontal, lateral esquerda e superior;
· Frontal, lateral direita e inferior, e;
· Frontal, lateral esquerda e inferior.

36
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico
Dada a peça da figura 3.14, desenhada em Desenho Isométrico, que mostra as vistas: frontal,
superior e lateral direita do ortoedro de referência, podemos representá-la de forma a mostrar as
outras faces da peça, conforme mostram as peças da figura 3.15. Nesse caso, tem-se que
rotacionar a peça em torno de algum dos eixos coordenados ou variar a posição do eixo y, como foi
visto para a Perspectiva Cavaleira.

Fig. 3.14 Fig. 3.15

3.4.2. Rotação da Peça

No Desenho Isométrico a rotação de uma peça


pode ocorrer da mesma maneira como vimos na
Perspectiva Cavaleira. Porém, deve ser observada a
posição dos eixos coordenados. Observe a figura 3.16
ao lado e veja como fica a rotação para cada um dos
eixos coordenados.
Dessa forma, a rotação depende:
1. Do eixo escolhido como referência: x, y ou z;
2. Do sentido da rotação, se horário ou anti-horário;
3. Da extensão, em graus, da rotação.
Fig. 3.16

3.5. Cilindros e Cones

As propriedades geométricas dos cilindros e cones não se alteram em funcão do tipo de


representação escolhida. Assim, a conceituação para leis de geração e geratrizes de limite de
visibilidade se aplicam para o Desenho Isométrico da mesma forma como foi visto para o desenho da
Perspectiva Cavaleira.
Na representação do cilindro e do cone
em Desenho Isométrico as faces que têm forma
de circunferência, quando são representadas em
duas dimensões sempre irão tomar forma de
elipse, porque no caso do Desenho Isométrico
nenhuma das faces do ortoedro de referência
está paralela ao plano de projeção.
Fig. 3.17 Fig. 3.18

37
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico
O cilindro pode assumir três posições básicas no desenho isométrico, com relação aos eixos
coordenados.

Fig. 3.19 Fig. 3.20 Fig. 3.21

Na figura 3.19, a face plana do cilíndro, que possui forma de circunferência quando está no
espaço, está representada paralela aos eixos y e x, tomando forma de uma elipse. Atenção ao
ortoedro envolvente para facilitar a visualização. Na figura 3.20 quando a face plana do cilíndro fica,
na representação, paralela aos eixos x e z toma a forma de uma elipse. Nesse caso, diferentemente
da cavaleira, na qual a face em forma de circunferência do cilindro fica na forma de circunferência.
Por último, na figura 3.21 a face plana do cilíndro, está representada paralela aos eixos y e z e,
também, toma forma de elipse.

Em Isometria e também em Desenho Isométrico a circunferência sempre toma forma de


elipse, não importa a que eixos a face em forma de circunferência ou arco de circunferência
esteja paralela. Isso ocorre porque em Isometria todos ou eixos estão oblíquos com relação ao
plano de projeção.

Pode-se aplicar para o caso do cone o mesmo que foi visto para o cilindro, uma vez que as
situações são semelhantes.
Na primeira figura, 3.22, a face plana do cone está paralela aos eixos x e y. Vai acontecer o
mesmo que aconteceu com o cilindro, ou seja, a face em forma de circunferência vai aparecer na
perspectiva como uma elipse.

Fig. 3.22 Fig. 3.23 Fig. 3.24

38
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico
No segundo caso, figura 3.23, a face plana do cone está paralela aos eixos y e z e, a exemplo
do cilindro, também se torna uma elipse. No último caso, figura 3.24, a face curva do cone agora está
paralela aos eixos x e z, nesse caso a circunferência também tomará a forma de elipse.

3.5.1. Desenho da Elipse e da Oval

A exemplo da Perspectiva Cavaleira existem alguns procedimentos para facilitar o traçado da


elipse. Veremos três deles para o Desenho Isométrico. Os dois primeiros tipos são semelhantes aos
procedimentos já vistos para a Perspectiva Cavaleira: o traçado da elipse com 8 pontos, usando as
diagonais e o traçado da elipse com “n” pontos, usando a divisão do quadrilátero em quadrantes. O
terceiro procedimento não é utilizado na Perspectiva Cavaleira, ele é utilizado apenas na Isometria e
no Desenho Isométrico, que é o desenho da oval regular de quatro centros.

Procedimento dos 8 pontos


Para desenhar a elipse em Desenho Isométrico, a exemplo do que aprendemos para a
Perspectiva Cavaleira, serão utilizados parâmetros que valem para uma circunferência inscrita em um
quadrilátero, ou seja:

Na figura 3.25:
1) a circunferência tangencia o quadrado na
qual está inscrita em 4 pontos: 1, 2, 3 e 4.
Esses 4 pontos são os pontos médios dos lados
do quadrado, e;
2) as diagonais do quadrado cruzam com a
circunferência inscrita em mais 4 pontos: 5, 6,
7 e 8. Fig.3.25

Esse mesmos parâmetros são transpostos para realizar o desenho da elipse em Desenho
Isométrico. O primeiro procedimento é o do desenho do quadrilátero em desenho isométrico, que
será um paralelogramo paralelo aos eixos x e y. No paralelogramo são desenhados os mesmos
parâmetros do quadrado. Assim encontram-se os primeiros 4 pontos, que são os pontos de tangência
da elipse no quadrilátero, pontos M1, M2, M3 e M4, como na figura 3.26. Esses pontos estão
localizados nos pontos médios de cada lado do quadrilátero e equivalem aos pontos 1, 2, 3 e 4.
O segundo procedimento, figura 3.27, é encontrar os equivalente dos pontos 5, 6, 7 e 8 para a
elipse, através do traçado das diagonais. Observe que no desenho isométrico as diagonais ficam na
vertical e na horizontal.

Fig.3.26 Fig.3.27
39
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico

Para determinar os pontos 5, 6, 7 e 8, não é necessário desenhar a circunferência. Basta


utilizar o parâmetro: AB = r x 0.3, da mesma forma como vimos na Perspectiva Cavaleira, ou seja,
mede-se o raio, multiplica-o por 0,3 e descobre-se o tamanho do segmento AB. Em seguida,
posiciona-se o segmento AB em uma das arestas do ortoedro e, assim, determinam-se os pontos 5, 6,
7 e 8, conforme a figura 3.28.

AB

AB

Fig.3.28 Fig.3.29

Para determinar a elipse traça-se uma


curva à mão livre prestando bastante atenção
para que essa passe por todos os pontos
determinados, ver figura 3.29.
Um exercício muito interessante e que
ajuda a fixar os conhecimentos aprendidos é
desenhar a elipse em todas as faces do ortoedro,
como mostra a figura 3.30.

Fig. 3.30

Procedimento dos “n” pontos

O outro procedimento, demonstrado para a Perspectiva Cavaleira, também pode ser utilizado
na Isometria. Ele permite determinar não apenas 8, mas sim inúmeros pontos da elipse. Essa é a
vantagem da utilização desse procedimento, pois quanto mais pontos forem utilizados para dar
suporte ao traçado da curva à mão livre, mais preciso fica o desenho da curva.

Parte-se de alguns princípios semelhantes


ao procedimento anterior, ver figura 3.31:
1. A elipse será desenhada inscrita em um
quadrilátero;
2. Determinam-se 4 pontos de tangência nesse
quadrilátero, sendo as tangentes e seus pontos
médios;
3. O quadrilátero é dividido em 4 quadrantes. Fig.3.31
40
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico

Os quadrantes são trabalhados um a um, como mostram as figuras 3.32 e 3.33. No primeiro
quadrante dividem-se suas laterais em um número de partes iguais. Nesse exemplo dividiu-se ambos
os segmentos em 3 partes iguais. É muito importante que os dois segmentos que formam cada
quadrante sejam divididos no mesmo número de partes, ou seja, se dividirmos um em duas partes,
devemos dividir o outro também em duas partes.
Para demonstrar como desenhar a elipse vamos realizar o procedimento no 1° quadrante e
depois repetí-lo nos demais quadrantes. Ligue o ponto A ao ponto 1 do segmento mais próximo e o
ponto B ao ponto 1 do outro segmento, o cruzamento dos segmentos A1 e B1 será um ponto da
elipse, o ponto C. Observe na figura 3.32. Para determinar mais um ponto no mesmo quadrante, ligue
o ponto A ao ponto 2 do segmento mais próximo e o ponto B ao ponto 2 do outro segmento, o
cruzamento dos segmentos A2 e B2 será outro ponto da elipse, o ponto D. Observe na figura 3.32. Já
é possível traçar, à mão livre, a elipse nesse quadrante.
Para fazer isso inicie o traçado no ponto B (que é um ponto de tangência da elipse no
quadrilátero envolvente), siga traçando o arco de elipse até o ponto D e depois ao ponto C e finalize o
arco de elipse no ponto 0 (que também é um ponto de tangência da elipse no quadrilátero
envolvente).
Quando esse procedimento é repetido nos outros três quadrantes o resultado é como o da
figura 3.33.

Fig.3.32
Fig.3.33
Desenho da Oval
No caso da Isometria e do Desenho Isométrico, o desenho da elipse pode ser realizado
utilizando uma curva chamada de oval regular de quatro centros. Como a oval é muito semelhante a
elipse, ela também é conhecida como falsa elipse.
Muitas pessoas preferem desenhar a oval a desenhar elipse, porque a oval pode ser
desenhada totalmente com instrumentos (esquadros e compasso), eliminando assim a parte do
traçado à mão livre que precisa ser feita quando se desenha uma elipse.
Para desenhar a oval parte-se da mesma ideia
inicial dos procedimentos anteriores, ou seja, da divisão
do quadrilátero em 4 quadrantes. Sendo os pontos M1,
M2, M3 e M4 os pontos médios de cada lado, como
mostra a figura 3.34. Ao final do procedimento serão
desenhados com o compasso quatro arcos de
circunferências com quatro centros diferentes, um em
cada quadrante. Fig. 3.34

41
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico

O primeiro centro de arco, o ponto C1, é definido


no vértice de maior ângulo do quadrilátero, desse
primeiro centro C1 são traçados dois segmentos de reta
ligando-o aos pontos médios dos lados opostos M1 e M2,
ver figura 3.35.

Fig.3.35
O procedimento descrito acima é repetido no vértice oposto nomeando-o de C2. De C2 são
traçados mais dois segmentos de reta ligando-o aos pontos médios dos lados opostos M3 e M4,
como mostra a figura 3.36.
O cruzamento de C1M1 com C2M4 gera o ponto C3, que será o centro de um dos arcos que
compõe a oval. Da mesma forma, o cruzamento de C1M2 com C2M3 gera o ponto C4, que será o
centro de um dos arcos que compõe a oval, ver figura 3.36. Agora já é possível a traçar a oval.
Resumindo:
1. C1 e C2 são centros de dois arcos maiores de mesmo raio;
2. C3 e C4 são centros de dois arcos menores de mesmo raio;
3. Todos os arcos começam e terminam nos pontos médios do quadrilátero.
Para traçar a oval regular de quatro centros basta colocar a ponta seca do compasso em C1 e
fazer uma abertura (raio) até M1, em seguida, traçar um arco até M2. De forma semelhante,
mantendo a mesma abertura (raio), centrar a ponta seca do compasso em C2 e traçar um arco de M3
até M4, conforme a figura 3.37.

Fig.3.36
Fig.3.37

Para concluir a oval, centra-se a ponta


seca do compasso em C3, faz-se uma abertura
(raio) até M1 e traça-se um arco até M4. De
forma semelhante, mantendo a mesma abertura
(raio) centra-se a ponta seca do compasso em C4
e traça-se um arco de M3 até M2 conforme a
figura 3.38.
Fig.3.38

42
CAPÍTULO 3 – Desenho Isométrico
Um exercício muito interessante e que ajuda a fixar os conhecimentos aprendidos é desenhar
a oval regular de quatro centros em todas as faces do ortoedro, como na figura 3.39.

Fig.3.39

43
EXERCÍCIOS
1 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada. 2 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada.
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira
(α = 45°, K=1, mostrando as vistas: Frontal, (α = 30°, K=0,8, mostrando as vistas: Frontal,
Superior e Lateral Direita) após rotacioná-la 90° Superior e Lateral Esquerda) após rotacioná-la 90°
no sentido horário, em torno do eixo “z”. no sentido anti-horário, em torno do eixo “y”.

3 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada. 4 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada.
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira
(α = 30°, K=1, mostrando as vistas: Frontal, (α = 45°, K=0,7, mostrando as vistas: Frontal,
Superior e Lateral Direita) após rotacioná-la 90° Superior e Lateral Direita) após rotacioná-la 90° no
no sentido anti-horário, em torno do eixo “z”. sentido horário, em torno do eixo “y”.

5 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada. 6 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada.
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho
(α = 45°, K=1, mostrando as vistas: Frontal, Isométrico, após rotacioná-la 90° no sentido anti-
Superior e Lateral Esquerda) após rotacioná-la horário, em torno do eixo “z”.
90° no sentido horário, em torno do eixo “x”.

44
EXERCÍCIOS – Primeira Unidade
7 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça 8 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça
dada. dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α =
Isométrico após rotacioná-la 90° no sentido 30°, K=0,5, mostrando as vistas: Frontal,
anti-horário, em torno do eixo “z”. Superior e Lateral Direita) após rotacioná-la 90°
no sentido horário, em torno do eixo “z”.

9 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça 10 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça


dada. dada.
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira
(α = 45°, K=1, mostrando as vistas: Frontal, (α = 45°, K=0,5, mostrando as vistas: Frontal,
Superior e Lateral Direita) após rotacioná-la Superior e Lateral Direita) após rotacioná-la
90° no sentido horário, em torno do eixo 90° no sentido anti-horário, em torno do eixo
“z”. “x”.

11 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça


dada.
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira
(α = 60°, K=0,5, mostrando as vistas: Frontal,
Superior e Lateral Direita) após rotacioná-la 90°
no sentido horário, em torno do eixo “z”.

45
EXERCÍCIOS – Primeira Unidade
12 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada. 13 a) Desenhe o ortoedro envolvente
b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico na peça dada.
(lembrando: mostrar vistas Frontal, Lateral Direita e b) Redesenhe a figura abaixo em
Superior). Cavaleira
(α = 30°, K=1, mostrando as
vistas: Frontal, Superior e
Lateral Direita) após rotacioná-
la 180°, em torno do eixo “z”.

14 a) Desenhe o ortoedro de referência na peça dada; 15 a) Desenhe o ortoedro envolvente


b) Redesenhe a peça abaixo em desenho isométrico na peça dada.
(lembrando: mostrar vistas Frontal, Lateral Direita e b) Redesenhe a figura abaixo em
superior). Desenho Isométrico (lembrando:
mostrar vistas Frontal, Lateral
Direita e Superior).

a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada.


b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico
16 (lembrando: mostrar vistas Frontal, Lateral Direita e
Superior).

46
EXERCÍCIOS – Primeira Unidade

17 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça 18 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada.


dada. b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira Isométrico (lembrando: mostrar vistas Frontal,
(α = 30°, K=1, mostrando as vistas: Frontal, Lateral Direita e Superior), após rotacioná-la 90°
Superior e Lateral Direita). no sentido anti-horário, em torno do eixo “z”.

19 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça 20 a) Desenhe o ortoedro de referência na peça dada;


dada. b) Redesenhe a peça abaixo em desenho
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira isométrico (lembrando: mostrar vistas Frontal,
(α = 30°, K=1, mostrando as vistas: Frontal, Lateral Direita e superior).
Superior e Lateral Direita) após rotacioná-la
90 no sentido anti-horário, em torno do eixo
“z”.

47
EXERCÍCIOS – Primeira Unidade
21 a) Desenhe o ortoedro de referência na peça 22 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça
dada; dada.
b) Redesenhe a peça abaixo em desenho b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira
isométrico (lembrando: mostrar vistas (α = 45°, K=1, mostrando as vistas: Frontal,
Frontal, Lateral Direita e superior). Superior e Lateral Esquerda) após rotacioná-
la 90 no sentido horário, em torno do eixo
“z”.

23 a) Desenhe o ortoedro de referência na peça


dada;
b) Redesenhe a peça abaixo em desenho
isométrico (lembrando: mostrar vistas
Frontal, Lateral Direita e superior).

48
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Capítulo 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica


4.1. Introdução
A Perspectiva Cilíndrica Ortográfica é resultado da projeção de objetos tridimensionais
segundo as regras do chamado Sistema Mongeano. Tal sistema tem como arcabouço teórico a
Geometria Descritiva, que é considerada a parte da matemática que tem como finalidade
“representar no plano as figuras do espaço, de modo a podermos, com o auxílio da Geometria Plana,
estudar suas propriedades e resolver os problemas relativos às mesmas” (MACHADO, 1976, p. 11).

Dessa maneira foi possível expressar, comunicar,


antecipar e resolver problemas relativos aos objetos reais,
de diversas áreas do saber que trabalham e estudam a
forma através do desenho antes mesmo que esses
objetos fossem construídos. Tal fato trouxe um
significativo aumento na eficiência dos processos
produtivos na Europa estimulando tanto a Engenharia
Militar quanto a Revolução Industrial.
Gaspard Monge, cuja foto aparece na figura 4.1, é
considerado o criador da Geometria Descritiva e grande
teórico da Geometria Analítica. Ele viveu na França entre
os anos de 1746 e 1818, era uma pessoa que gostava das
ciências exatas (física, matemática e geometria) e que
possuía o que chamamos atualmente de inteligência
espacial, ou seja, ele facilmente visualizava relações
http://www.sciencephoto.com/ espaciais complexas. Foi um dos fundadores da Escola
Fig. 4.1
Politécnica Francesa e também lecionou na Escola Militar
Meziéres, tornando-se um acadêmico de renome.

Como também era um cidadão engajado politicamente, seu conhecimento também


contribuiu para a Engenharia Militar. Como militar criou um método baseado na aritmética e em
operações espaciais que tornou a artilharia francesa muito mais eficiente. A mudança foi tão
significativa que seu método foi considerado segredo de Estado durante anos. Em seus estudos,
Monge acabou por elaborar o arcabouço teórico que possibilitou o avanço bélico francês. Outro
exemplo de sua contribuição foi durante a Revolução Francesa quando houve a necessidade de se
produzir uma grande quantidade de canhões e de pólvora num curto espaço de tempo. Monge
liderou a produção e acabou elaborando um boletim, chamado "A Arte da Fabricação do Canhão", o
qual se tornou o manual das fábricas. Nesse boletim e ele traduziu seu raciocínio espacial do
ambiente militar e estratégico para o ambiente da produção de produtos em larga escala. Hoje,
podemos dizer que ele criou uma linguagem gráfica universal, a linguagem do desenho técnico. Essa
linguagem possibilitou a transmissão de informação sobre objetos tridimensionais com a precisão

49
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

necessária para a execução dos mesmos. De fato, a linguagem Mongeana permitiu que fábricas
fossem estruturadas não só na França, mas ao redor do mundo e que os produtos deixassem de ser
fabricados nos quintais dos artesãos e passassem a ser produzidos em larga escala.

4.2. Caracterização da Perspectiva Cilíndrica Ortográfica


Nos capítulos anteriores vimos que as representações de objetos em perspectiva se
diferenciam em função de dois aspectos:
1. Posição do ortoedro de referência em relação ao plano de projeção, e;
2. Tipo de projeção.
No caso da Perspectiva Cilíndrica Ortográfica, o objeto é projetado em pelo menos dois planos
de projeção, diferentemente da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira e do Desenho Isométrico, onde a
projeção é realizada somente em um plano de projeção. Por essa razão o Método Mongeano
também é chamado de “Método da Dupla Projeção Ortogonal”.
É possível afirmar ainda que:
§ a posição do ortoedro de referência em relação a cada um dos planos de projeção é a
seguinte: pelo menos uma das faces do ortoedro de referência tem que estar paralela
ao plano de projeção, e;
§ o tipo de projeção da Perspectiva Cilíndrica Ortográfica é a CILÍNDRICA ORTOGONAL,
o que significa que o observador está localizado a uma distância que tende ao infinito,
o que, por sua vez, tem como consequência o fato das retas projetantes serem
paralelas entre si.
O método desenvolvido por Monge consiste, primeiramente, na divisão do espaço por meio
de dois planos de projeção, um vertical e outro horizontal. Fazendo uma analogia às linhas
imaginárias do Planeta Terra é como se o plano horizontal passasse exatamente na Linha do Equador
dividindo o espaço em dois semiespaços, um meridional ou sul e outro setentrional ou norte, como
aparece na figura 4.2. E da mesma maneira, o plano vertical passasse no meridiano de Greenwich. A
figura 4.3 mostra este plano dividindo e o espaço em dois semiespaços, um oriental ou leste e outro
ociental ou oeste.

Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meridiano Fonte:http://meioambiente.culturamix.com/noticias/his
s-e-paralelos/meridianos-e-paralelos.php toria-do-meridiano-de-greenwich
Fig. 4.2 Fig. 4.3

50
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Os dois planos juntos dividem o espaço em quatro semiespaços, chamados de diedros (“di” de
dois e “edros” de planos) os quais são enumerados e organizados como mostra a figura 4.4. Cada
diedro consiste no espaço existente entre dois semiplanos, cuja nomenclatura também está na figura
4.4. A linha de encontro ou interseção do Plano Horizontal com o Plano Vertical chama-se Linha de
Terra ou, simplesmente, LT.

Fonte:
Fig. 4.4
Em seguida, Monge posicionou o objeto a ser representado num dos diedros – geralmente
sem tocar em nenhum dos planos de projeção – e, assim, realizou a projeção ortogonal de todos os
pontos desse objeto nos planos de Projeção Vertical e Horizontal, ver figura 4.5.

A figura 4.5 traz uma nova nomenclatura


para os planos de projeção e para as distâncias
entre o objeto e os planos de projeção, as quais
também serão adotadas ao longo dessa apostila:
(1) o plano de projeção horizontal será chamado
de plano π1 e o plano de projeção vertical será
chamado de plano π2, (2) já a distância entre
qualquer ponto do objeto e o plano π1, é
chamada de cota, e a distância entre o objeto e o
plano π2, é chamada de afastamento. A figura
também mostra que a cota fica registrada no
Fig. 4.5 plano de projeção vertical e que o afastamento
fica registrado no plano de projeção horizontal.

Tomando como exemplo a face frontal do objeto contido na figura 4.5, que é perpendicular
ao plano de projeção horizontal é possível perceber (1) que as arestas AB e DC têm projeções em
forma de segmento de reta no plano π1, (2) que a aresta AD foi reduzida a um ponto também no

51
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

plano π1, (3) que o mesmo ocorreu para a aresta BC. Resumindo, todos os pontos contidos nessa face
foram projetados no plano π1 sobre o mesmo segmento de reta, ou seja, por ter arestas paralelas ou
perpendiculares à π1, tal face aparece reduzida a um segmento de reta quando projetada.
Analisando a mesma face, agora em relação ao plano π2, é possível afirmar (1) que ela é
paralela a tal plano de projeção, (2) que todas as arestas foram projetadas de forma que foram
mantidas suas medidas lineares, (3) que os ângulos entre as arestas ao serem projetados também
mantiveram suas grandezas e que, portanto, tal face foi projetada em VG.
As outras faces do objeto também são projetadas de modo que todo o objeto seja
representado nos planos de projeção. No exemplo acima o objeto tem forma de caixa, porém a
Perspectiva Cilíndrica Ortográfica pode representar qualquer objeto, desde um parafuso até um
arranha-céu.
Dando continuidade ao raciocínio gráfico de Monge, cujo objetivo era obter a representação
do objeto, que é tridimensional, em duas dimensões, foi necessário fazer o plano horizontal girar de
modo que ele coincidisse com o plano vertical. Com essa operação, Monge criou o que ele chamou
de Épura, definindo-a como sendo a representação de um objeto por suas projeções. Na épura é
possível visualizar as três dimensões do objeto, utilizando-se apenas duas dimensões como mostra a
figura 4.6.

Fig. 4.6

4.3. Observador, Objeto e Planos de Projeção


Como já foi dito, um objeto terá suas projeções horizontais e verticais, independente do
diedro no qual está localizado. No primeiro capítulo dessa apostila, foram estudados os elementos
que compõem um sistema de projeção. Abaixo estão relacionados os principais elementos de um
sistema de projeção:
1) Observador: como se trata de um sistema cilíndrico o observador está no infinito;
2) Objeto: pode ser um objeto com quaisquer dimensões. É possível representar um objeto
existente ou mesmo um objeto que está no plano das ideias;
3) Planos de projeção: os principais planos de projeção são o Vertical e o Horizontal, no entanto,
mais adiante veremos que podemos utilizar outros planos para obter mais vistas do objeto.

52
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Tais elementos adquirem diferentes posições um em relação ao outro, considerando cada


diedro, mas existe um princípio básico que é respeitado em todas as projeções: o objeto sempre deve
estar entre o observador e o plano de projeção.

4.3.1. Primeiro e Terceiro Diedros

No primeiro diedro, a face frontal do objeto, projeta-se no plano vertical superior e a face
superior projeta-se no plano horizontal anterior, como mostra a figura 4.7. Dessa maneira, a ordem
dos elementos da projeção é a seguinte: OBSERVADOR à OBJETO à PLANO DE PROJEÇÃO.
Outra consequência do posicionamento do objeto no primeiro diedro é que cotas e
afastamentos são positivos. É por essa razão que a maioria das representações se faz localizando-se o
objeto no primeiro diedro. Em épura tem-se a face frontal representada acima da linha de terra e a
face superior representada abaixo da mesma linha, resultando no que mostra a figura 4.8.

Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/ Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/


hypergeo/monge.htm hypergeo/monge.htm
Fig. 4.7 Fig. 4.8

Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/ Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/


hypergeo/monge.htm hypergeo/monge.htm
Fig. 4.9 Fig. 4.10

Quando o objeto é localizado no terceiro diedro, como mostrado pela figura 4.9, ele passa a não
mais estar entre o observador e o plano de projeção. A ordem dos elementos da projeção passa a ser
a seguinte: OBSERVADOR à PLANO DE PROJEÇÃO à OBJETO.
Essa mudança faz com que a face frontal do objeto, seja projetada no plano vertical inferior e
a face superior é projetada no plano horizontal posterior. Quando se faz o rebatimento do plano
53
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

horizontal sobre o vertical para obter a épura teremos – agora diferente do que ocorre no primeiro
diedro – a face frontal abaixo e a face superior acima da Linha de Terra.

4.3.2. Segundo e Quarto Diedros

No Desenho Técnico, o segundo e o quarto diedros não são utilizados para posicionar objetos
porque quando ocorre a rotação do plano horizontal sobre o plano vertical para obter a épura, as
projeções ficam sobrepostas, o que dificulta o entendimento da representação do objeto. Observe as
figuras abaixo.

Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/ Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/


hypergeo/monge.htm hypergeo/monge.htm
Fig. 4.11
Fig. 4.12

Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/
hypergeo/monge.htm Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/
Fig. 4.13 hypergeo/monge.htm
Fig. 4.14

4.3.3. Sistemas Alemão e Americano

A organização da apresentação das vistas apresentada estudada no item anterior é resultado


do diedro escolhido para posicionar o objeto. No caso da organização trazida na figura 4.22, o objeto
está posicionado no primeiro diedro, ou seja, a ordem dos elementos da projeção é a seguinte:
OBSERVADOR à OBJETO à PLANO DE PROJEÇÃO (ver itens 4.3.1 e 4.3.2). Quando isso acontece diz-
se que o sistema de apresentação das vistas adotado foi o Sistema Alemão ou Europeu.

54
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Esse sistema difere do Sistema Americano


exatamente no que diz respeito ao diedro
escolhido para posicionar o objeto. No Sistema
Americano o objeto fica no terceiro diedro.
Dessa forma, a ordem dos elementos da
projeção é: OBSERVADOR à PLANO DE
PROJEÇÃO à OBJETO. Tal fato resulta numa
apresentação diferente para as vistas
mongeanas, a qual está ilustrada na figura 4.24.
É possível perceber que a vista (LD) está à direita
da vista (F), a (LE) está à esquerda, a vista (S) está Fig. 4.24
acima da (F) e a vista (I) está abaixo da vista (F).

No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que regula todo tipo de
padronização não só para a área da Geometria e do Desenho Técnico, como também para outras as
áreas do conhecimento, adota o Sistema Alemão, também chamado de Sistema Europeu. No
entanto, ela admite a utilização do Sistema Americano em determinadas áreas do conhecimento. O
Sistema Alemão tem maior abrangência se comparado ao Sistema Americano de apresentação das
vistas. A representação do objeto no terceiro diedro é mais rara, sendo utilizada, sobretudo, na
Inglaterra e nos Estados Unidos.

4.4. As Seis Vistas


Uma única projeção ortogonal de um objeto não é suficiente para entender o objeto por
completo. Comparando as figuras 4.15 e 4.16, se percebe que os objetos são diferentes, a primeira
figura mostra um cubo, já a segunda um prisma. No entanto, as projeções das faces frontais das
peças, ou seja, as projeções verticais são iguais.

Fig. 4.15 Fig. 4.16

Caso somente a projeção vertical desses objetos estivesse disponível se teria somente as
dimensões de altura e largura. Dessa maneira, não seria possível identificar a dimensão do
comprimento. Consequentemente, não se teria o entendimento correto das peças. Na medida em
que outras faces da peça são projetadas é possível visualizar outras dimensões do objeto. As figuras

55
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

4.17 e 4.18 trazem a projeção da face superior das peças, o que por consequência fazem as
dimensões de largura e de comprimento serem mostradas.

Fig. 4.17 Fig. 4.18

Com as projeções das faces frontal e superior dos objetos se teriam visualizadas as três
dimensões da peça (largura, altura na face frontal e largura e comprimento na face superior). Dessa
maneira, muitas peças já podem ser definidas, como é o caso das peças das figuras 4.17 e 4.18. Por
essa razão essas duas projeções, a frontal e a superior, são chamadas de projeções básicas do
Sistema Mongeano.
Entretanto, muitas vezes as duas projeções básicas não são suficientes para o entendimento
de alguns objetos. Sendo necessárias outras projeções. A figura 4.19, mostra épuras de um mesmo
objeto e os desenhos isométricos das possíveis interpretações dessas épuras.
Na primeira linha da figura abaixo se percebe que apenas uma das vistas é conhecida. Nesse
caso, são possíveis pelo menos três interpretações do objeto, como mostram as figuras da linha 1,
colunas A, B e C. Todas essas figuras podem ser a figura dada na épura 1.
Quando são fornecidas duas vistas, épura 2, a figura da coluna C é descartada, pois se vê que
a vista superior não é compatível com a vista superior de um cilindro. Mesmo assim, ainda se tem
duas possibilidades, os objetos das colunas A e da coluna B.
Para que se possa ter certeza de que objeto se trata, mais uma vista tem que ser dada. Tem-
se, então, a épura 3, que traz as vistas (F), (S) e (LD). Com tais informações é possível afirmar que o
objeto tratado é o que está representado na coluna B.

Épuras A B C

56
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Fig. 4.19

Para realizar a projeção de todas as seis possíveis faces do ortoedro de referência que envolve
um objeto no espaço, se faz uso de outra técnica que é a da caixa imaginária de projeção. Diferente
do já conhecido ortoedro de referência, a caixa imaginária de projeção não fica totalmente ajustada
ou “colada” ao objeto, de forma que seja o menor ortoedro que envolva todas as faces do objeto.
Pelo contrário, o objeto é posicionado no interior da caixa imaginária de projeção de maneira que
haja certo afastamento entre suas faces e as faces da caixa como aparece na figura 4.20.
Após o posicionamento do objeto dentro da caixa imaginária de projeção se procede com a
representação de cada uma das faces do objeto em cada uma das faces da caixa, ou seja, as faces da
caixa imaginária de projeção funcionam como planos de projeção, e duas a duas funcionam como
diedros, observar a figura 4.20.

Fonte: DUARTE, 2008. Fonte: DUARTE, 2008.


Fig. 4.20 Fig. 4.21

57
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Após as projeções, a caixa imaginária de projeção é aberta, como mostra a figura 4.21. Esse
movimento é o mesmo que Gaspard Monge fez ao fazer o plano horizontal coincidir com o plano
vertical, para assim criar a épura mongeana. No caso da figura analisada, após a abertura da caixa,
todos os planos envolvidos coincidiram com o plano vertical e, assim, tem-se as vistas mongeana de
todas as faces do objeto, ver figura 4.22. É possível perceber que as vistas ficam organizadas segundo
certa ordem, como mostra a figura 4.22. Esta ordem não é aleatória, ela é o resultado do processo de
obtenção das vistas como foi visto nas figuras 4.20, 4.21 e 4.22.
Essa organização também deixa clara uma característica das vistas mongeanas, a relação
projetiva entre as faces, a qual se dá por meio das linhas de chamada, como mostra a figura 4.23. A
relação projetiva possibilita que as informações dimensionais de uma face auxiliem a construção de
outras. É exatamente essa relação que possibilita que operações gráficas sejam realizadas na épura,
isso porque elas registram as medidas lineares e angulares do objeto, bem como das distâncias entre
as arestas e os planos de projeção.

Fonte: DUARTE, 2008.


Fig. 4.22 Fig. 4.23

A vista FRONTAL (F) é considerada a principal vista da peça. É nela que, geralmente, ficam as
informações mais importantes. Tal vista representa a projeção obtida no plano vertical de projeção. A
figura 4.22 mostra que a esta face fica localizada aproximadamente no centro da épura. Esses dois
fatores, juntamente com a relação projetiva existente entre as faces, fazem com que ela seja
referência para a construção ou localização das outras. A vista SUPERIOR (S) se localiza abaixo da
vista frontal e a vista INFERIOR (I), se localiza acima. Seguindo o mesmo raciocínio a vista LATERAL
DIREITA (LD) fica à esquerda da vista frontal e a vista LATERAL ESQUERDA (LE) fica à direita da vista
frontal. A vista POSTERIOR (P) pode ficar ao lado das vistas laterais ou acima da vista inferior ou ainda
abaixo da vista superior. No exemplo dado na figura 4.22, a vista posterior está localizada ao lado da
vista lateral esquerda.

4.5. Os Eixos Coordenados

É interessante perceber que a interpretação ou leitura das informações trazidas pelo Sistema
Mongeano exige um pouco mais de abstração e de conhecimento gráfico, uma vez que
diferentemente do Desenho Isométrico ou da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira, as informações sobre

58
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

as dimensões do objeto vêm separadas. Cada vista traz duas das três dimensões do objeto. A vista
FRONTAL, por exemplo, traz as medidas de largura (x) e de altura (z), já a vista SUPERIOR traz as
medidas de largura (x) e profundidade (y).
Da mesma maneira acontece com as outras vistas, ou seja, cada uma dela mostra apenas uma
combinação de duas dimensões:
· As vistas laterais mostram profundidades (y) e alturas (z);
· As vistas superior e inferior mostram profundidade (y) e largura (x);
· As vistas frontal e posterior mostram largura (x) e altura (z).

A figura 4.25 traz ilustrados os eixos


coordenados com todas as combinações de
dimensões por face.
Para visualizar uma peça
representada no Sistema Mongeano é
preciso estabelecer um diálogo entre todas
as vistas mostradas. Somente assim, é
possível ter uma ideia da totalidade da peça.

Fig. 4.25

4.6. Visualização das Vistas Mongeanas e da Peça

A figura 4.26 mostra a representação de duas


superfícies distintas, identificadas pelos números 1 e
2. Nela é possível concluir que são duas superfícies
devido à presença da reta destacada. Tal reta
representa uma mudança de plano, a qual pode ser:
MUDANÇA DE PLANO 1. uma reta de interseção entre as superfícies 1 e
Fig. 4.26
2, ou;

59
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

2. uma terceira superfície perpendicular à


superfície 1 e à 2.
Essas duas possibilidades geram uma série de
possíveis interpretações para a peça, como mostra
figura 4.27. O fato é que a existência da linha na vista
significa que há uma mudança de plano na peça.
Para saber se a peça traz uma interseção entre
superfícies ou uma terceira superfície é necessário
que mais vistas sejam fornecidas, como foi discutido
no item 4.4 dessa Apostila. Dessa forma, é possível
fazer uma associação entre as vistas, bem como
utilizar a relação projetiva existente entre elas, para
Fig. 4.27 definir a volumetria da peça.
A figura 4.28 traz a segunda vista a ser fornecida, nela estão indicadas por setas as superfícies
1 e 2, que estão reduzidas a uma reta. Com essa vista já se tem mais informações sobre a peça. Sabe-
se, por exemplo, que não há superfícies curvas, o que descartaria algumas das possíveis
interpretações da peça presentes na figura 4.27.
Já a figura 4.29 traz as duas vistas associadas, tal fato facilita a interpretação das informações,
inclusive porque pelo próprio posicionamento das vistas já é possível afirmar que a vista da figura
4.26 é a vista (F), enquanto que a vista da figura 4.28 é a vista (S) ou ainda que a primeira é a vista (I)
e a segunda é a vista (F). O mais comum é que sejam fornecidas as vistas (F), (S), visto que essas são
as vistas que mostram as faces com mais detalhes da peça.

Fig. 4.28

3 3

Fig. 4.30 Fig. 4.29


1

A análise feita a seguir parte da interpretação de que a figura 4.29 traz as vistas (F) e (S). Tal
figura mostra a superfície número 1 em vista (F) e reduzida a uma reta na vista (S). Isso ocorre porque
essa superfície está posicionada de modo paralelo ao plano vertical e de modo perpendicular ao
60
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

plano horizontal (ver figura 4.30). O resultado desse posicionamento é que a superfície aparece em
VG na vista (F) e como uma reta paralela à linha de terra (LT) na vista (S). A superfície número 2
aparece do mesmo modo que a primeira superfície analisada, ou seja, em vista na vista (F) e como
uma reta na vista (S). No entanto, seu posicionamento em relação aos planos de projeção é
diferente. Ela está perpendicular ao plano horizontal, mas é oblíqua ao plano vertical (ver fig. 4.30). É
por essa razão que ela aparece inclinada em relação à LT na vista (S). No caso da superfície número 3,
é possível afirmar que ela está posicionada de maneira semelhante à superfície 1, porém nas vistas
contrárias, ou seja, ela é paralela ao plano horizontal e perpendicular ao plano vertical (ver fig. 4.30).
A interpretação de vistas mongeanas ocorre dessa maneira, ou seja, por meio da análise das
superfícies da peça em relação aos planos de projeção e da relação que elas estabelecem entre si.
Parece mais complicado do que é na realidade. O treino da visualização das vistas mongeanas e da
interpretação das peças ocorre através da resolução dos exercícios. Após a resolução de um bom
número deles, a análise acima se torna automática.

4.7. A Escolha das Vistas

Quando utilizamos o Sistema Mongeano para representar um objeto, muitas vezes não
precisamos desenhar as seis vistas. O desenho de três vistas, usualmente as vistas (F), (S) e uma das
laterais, é suficiente para o entendimento de um objeto. Isso porque nessas três vistas podemos ver
a combinação dos três eixos coordenados, dois a dois. No entanto, a escolha dessas três vistas é
muito importante, pois elas devem mostrar o máximo de detalhes existentes no objeto. Se a escolha
das faces a serem mostradas não for eficiente, pode haver tanto a dúvida quanto à volumetria da
peça ou mesmo a interpretação incorreta da mesma.
Vejamos o exemplo abaixo: dadas as duas vistas mongeanas da figura 4.31 há várias
possibilidades de interpretação do objeto, como mostram as figuras 4.32 e 4.33. Se forem fornecidas
somente tais vistas, não será possível definir qual a volumetria do objeto. Dessa maneira, deve-se
sempre procurar representar as vistas do objeto que mais claramente caracterizem-no. De forma que
não deixe margens para dúvidas na interpretação.

Fig. 4.33
Fig. 4.32
Fig. 4.31

61
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Como já foi mencionado nessa Apostila, geralmente são desenhadas três vistas de uma peça,
porém, há situações em que a interpretação continua indefinida, como mostram as figuras 4.34 e
4.35.

Fig. 4.34
Fig. 4.35
No caso das figuras acima, ter representado as vistas LD e LE não ajudou a interpretação da
volumetria da peça porque ambas são equivalentes, ou seja, não mostram nada diferente uma da
outra. Para resolver tal situação seria necessário representar outro conjunto de vistas.

4.8. Desenhando as Primeiras Peças em Mongeano

O primeiro passo para desenhar é conhecer a convenção utilizada no Sistema Mongeano. Leia
atentamente o quadro abaixo com os tipos mais usados de linhas, suas representações e suas
funções no desenho técnico:

TIPO DE LINHA REPRESENTAÇÃO FUNÇÃO


Contínua Grossa contornos visíveis e arestas visíveis
linhas de interseção imaginárias, linhas
de cotas, linhas de construção, linhas
Contínua Fina
de chamada, hachuras e linhas de
centro
contornos não visíveis e arestas não
Tracejada Grossa
visíveis

Fig. 4.36

Em seguida, é necessário identificar as medidas dos segmentos da peça nas direções das
arestas do ortoedro de referência utilizando os conhecimentos já adquiridos sobre perspectiva
cilíndrica cavaleira e desenho isométrico, como sugere a figura 4.37. Dando continuidade à
representação da peça, são desenhadas as Linhas de Terra (LT), as quais são representadas por duas
linhas ortogonais entre si. As LTs criam quadrantes dentro dos quais as vistas serão organizadas,
como aparece na figura 4.38.

62
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Fig. 4.37 Fig. 4.38

O próximo procedimento consiste na escolha das vistas que serão projetadas. Em geral, são
desenhadas no Sistema Mongeano as mesmas faces que aparecem na Perspectiva Cilíndrica Cavaleira
ou no Desenho Isométrico, uma vez que se tem informações sobre elas, ou seja, não é preciso
presumir informações. No entanto, essa prática não é regra. É possível ter que projetar faces que não
estão sendo vistas. No exemplo mostrado as vistas escolhidas foram: (F), (S) e (LD), justamente as
que aparecem no desenho isométrico dado, ver figura 4.39. Na sequência, as vistas são organizadas
nos quadrantes formados pelas LTs, de acordo com a ordem mostrada na figura 4.22, ver resultado
da organização das vistas na figura 4.40.

LATERAL FRONTAL
DIREITA
x

SUPERIOR
Fig. 4.39
y

Fig. 4.40
Procede-se então para o desenho das vistas mongeanas da peça, deixando um espaço entre
as vistas e as LTs. Esse espaço deve ter, de preferência, entre 0,5 e 1 cm. Uma vez escolhida, essa
distância terá que se respeitada no desenho das outras vistas, tal fato mantém a relação projetiva
entre as vistas.
É possível começar o desenho por qualquer uma das vistas, no exemplo da figura 4.41, o
desenho começa pela vista (F). De acordo com que já foi estudado, a vista (F) como qualquer outra
vista, mostra duas das três coordenadas: a coordenada x (largura) e coordenada z (altura). O ponto A
da figura possui, então, as seguintes coordenadas [x; z] = [ 1; 1]. Em todas as outras vistas o ponto A
deve aparecer com as mesmas coordenadas.

63
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Fig. 4.41
Fig. 4.42
Na figura 4.42, que traz também a vista (S), é possível observar mais uma coordenada do
ponto A, a coordenadas de y, que é [5]. Dessa forma, as três coordenadas são disponibilizadas, são
elas [ x; y; z] = [ 1; 5; 1]. Com essa informação e a relação projetiva entre as faces, dada pelas linhas
de chamada, é possível construir qualquer uma das outras vistas.
A figura 4.43 mostra o ponto A sendo “transportado” pelas linhas de chamada para o
quadrante onde será construída a vista (LD).
As linhas de chamada são linhas de
apoio, desenhadas com traço contínuo fino,
que quando traçadas:
§ verticalmente, transportam medidas
de largura (x);
§ horizontalmente transportam
medidas de altura (z);
§ com o compasso ou o esquadro de
45° transportam medidas de
profundidade (y).

Fig. 4.43
É importante observar que:
§ as medidas de profundidade são transportadas primeiro até o eixo y e só então são
levadas com o compasso ou com o esquadro de 45° para o eixo x (que representa o
rebatimento do eixo y na épura). Se as medidas de profundidades forem transportadas
com o compasso, a ponta seca deve ser centrada na origem, dos eixos coordenados;
§ as linhas tracejadas são utilizadas para representar existentes, porém não visíveis;
§ as linhas de chamada são traços contínuos finos;

64
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

§ que as linhas de terra e as arestas de peça devem ser traços contínuos grossos.

4.9. Os Sólidos Básicos: prismas, pirâmides, cilindros, cones e esferas

Nessa disciplina, o aluno terá que redesenhar figuras que são fornecidas ora em perspectiva
cilíndrica cavaleira, ora em desenho isométrico, no Sistema Mongeano. Ou, ainda, realizar o caminho
inverso, ou seja, redesenhar figuras que são dadas em vistas mongeanas, em perspectiva cilíndrica
cavaleira ou desenho isométrico.
Para iniciar o desenho de um sólido seja qual for o sistema escolhido é preciso reconhecer
suas propriedades geométricas. Além disso, é necessário que a figura dada seja compreendida, para
isso é crucial reconhecer o tipo de representação em que a figura foi elaborada, ou seja, se a peça
dada está representada em perspectiva cavaleira ou em desenho isométrico. Como cada um desses
sistemas possui regras próprias de representação, já estudadas nos capítulos anteriores dessa
Apostila, é possível extrair do desenho, com precisão, as grandezas lineares e angulares necessárias
para a construção da peça no sistema pedido.

4.9.1. Prisma

Para desenhar prismas, é preciso saber que eles são sólidos geométricos delimitados por faces
planas, que suas bases pertencem a planos paralelos entre si e que suas faces laterais serão
quadriláteros.
Dado o objeto da figura 4.44, o primeiro procedimento é reconhecer em que sistema
de representação ele foi desenhado. Dessa forma é possível extrair as informações, especialmente
com relação às medidas de largura, comprimento e altura. No caso da figura, o objeto está
desenhado em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira e possui k = 0,5, isso significa que quando a peça for
desenhada em Desenho Isométrico ou em Mongeano, as medidas relativas ao eixo y serão
aumentadas, uma vez que nesses sistemas de representação o K sempre é igual a 1. Feito isso é
necessário identificar as faces que estão sendo mostradas, no caso do exemplo são as (F), (S) e (LD),
como mostra a figura 4.44.

LATERAL FRONTAL
DIREITA
x

k = 0,5 SUPERIOR

y
Fig. 4.44
Fig. 4.45

65
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Em seguida, as vistas já identificadas, são


organizadas nos quadrantes resultantes do
encontro das Linhas de Terra, ver figura 4.45.
É importante lembrar que é preciso
definir a distância do objeto até os planos de
projeção, bem como que essa distância deve ser
respeitada em todos os quadrantes.
A épura do objeto é iniciada com a
representação da vista (F), a qual guarda as
medidas de largura e altura, extraídas a figura
dada em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira, ver Fig. 4.46
figura 4.46.

O próximo procedimento consiste na representação da vista (S) através do traçado das linhas
de chamada (no sentido vertical), o que mais parece o prolongamento das arestas que representam
as alturas, como pode ser visto na figura 4.47. Em seguida, as medidas de comprimento, extraídas da
Cavaleira são introduzidas na épura no quadrante da vista (S), como aparece na figura 4.48. Após o
desenho dessa vista, procede-se com o traçado das linhas de chamada horizontais. Estas vão partir da
vista (F) levando as medidas de altura para a construção da vista (LD), bem como vão partir da vista
(S) levando as medidas de comprimento para a construção da mesma vista. No caso da vista (S), as
linhas de chamada vão até o eixo y, como está mostrado na figura 4.48.

Fig. 4.47 Fig. 4.48 Fig. 4.49

Com o compasso, ou com o esquadro de 45°, transportam-se as medidas de comprimento da


vista (S) até o quadrante da vista (LD). O compasso deve ser centrado na origem dos eixos
coordenados e devem partir de um eixo e chegar até o outro eixo como mostra a figura 4.49.
Em seguida, as linhas de chamada são levantadas a partir do eixo para cruzarem-se com as
linhas que partiram da vista (F). Dessa forma, a vista (LD) é definida, ver resultado final da épura na
figura 4.49.

66
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

4.9.2. Pirâmides

Pirâmide é um sólido geométrico delimitado por


faces planas, sendo sua base um polígono qualquer e suas
faces laterais triângulos que possuem um ponto em comum
chamado de vértice.
Dada a pirâmide da figura 4.50, os primeiros
procedimentos para sua representação em Mongeano é,
como foi dito para Prismas, a identificação do sistema em
que a figura dada foi desenhada, e depois sua compreensão.
Fig. 4.50 No caso do exemplo, a figura foi desenhada em Perspectiva
Cavaleira.
Um recurso que auxilia o entendimento de uma peça é, como foi discutido no primeiro
capítulo da apostila, o uso da técnica do ortoedro de referência, ver figura 4.50. Em razão do desenho
do ortoedro é possível afirmar que trata-se de uma pirâmide de base quadrangular reta, ou seja,
todas as faces são iguais e o vértice se projeta no centro da base.
O traçado em épura da pirâmide em estudo teve início com vista (S), que guarda as medidas
de largura e de profundidade. O próximo procedimento é o desenho da vista (F). Para isso
estendemos as linhas de chamada no sentido vertical, incluindo a linha de chamada que contém as
informações sobre o vértice. Em seguida, são traçadas linhas de construção, com as medidas de
altura, trazidas da Perspectiva Cavaleira, ver figura 4.51. Na figura 4.52 é possível verificar que
conhecendo a localização do vértice, facilmente são traçadas as duas arestas que representam as
duas faces laterais da pirâmide, e por consequência, a face frontal é definida.
As linhas de construção e de chamada podem ser deixadas no desenho, porém devem ser
diferenciadas das arestas definitivas por meio da espessura do traço.

Fig. 4.51 Fig. 4.52

Para desenhar a vista (LD), procede-se como foi explicado para os prismas, ou seja, as
medidas de altura e de comprimento são transportadas para o quadrante em que a vista será
desenhada por meio das linhas de chamada.

67
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Ao se cruzarem, elas criam uma malha com


linhas e pontos, que definem tanto as arestas
definitivas quanto as não visíveis da peça.
É importante perceber que os pontos sempre
estarão sobre a mesma linha de chamada. Isso ocorre
devido à existência da relação projetiva entre as faces,
estabelecida pelas linhas de chamada.
O ponto que define o vértice da pirâmide, por
exemplo, “percorre” todos os quadrantes, ou seja, está
em todas as vistas, sempre sobre a mesma linha de
chamada, ver figura 4.53.
Fig. 4.53

4.9.3. Cilindros

Como já foi discutido no item 2.6 dessa Apostila, o cilindro é um sólido que, de acordo com
uma de suas leis de geração, possui um eixo, uma diretriz e várias geratrizes. As geratrizes são retas
paralelas entre si e todas são paralelas a um eixo, cuja visualização e entendimento são
imprescindíveis para a representação desses sólidos em épura.
A representação de cilindros em vistas mongeanas ocorre como a representação de qualquer
sólido geométrico estudado até o momento. Primeiramente, há a identificação das propriedades
geométricas do objeto na figura dada. Essa etapa acontece com a identificação do sistema de
representação utilizado na figura dada. Depois, se dá a compreensão da volumetria da peça, essa
etapa é feita, usualmente, por meio do desenho do ortoedro de referência na peça dada. Em seguida,
são identificadas as faces que irão ser mostradas no desenho, assim, é feita a organização da
localização dessas faces na épura. No caso da figura 4.54 estão sendo mostradas as faces (F), (S) e
(LD). Por uma escolha didática as vistas a serem representadas em Mongeano serão as mesmas.
A figura 4.54 mostra uma Perspectiva Cilíndrica
Cavaleira do cilindro que será desenhado em
Mongeano. Nessa figura, o cilindro está envolvido
pelo ortoedro de referência e quatro das suas
geratrizes foram destacadas. As geratrizes em
destaque são as chamadas Geratrizes de Limite de
Visibilidade (GLVs). As GLVs são retas que estão
presentes em qualquer representação de sólidos que
possuem superfícies curvas. Isso porque superfícies
dessa natureza não possuem arestas. Portanto, as
GLVs servem para marcar os limites de visibilidade do
observador. Tais limites variam de acordo com a vista
mongeana elaborada.
Fig. 4.54

68
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Quando um cilindro é representado em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira, como é o caso da


figura 4.54, sua superfície curva aparece na forma de dois traços verticais, indicados na figura como
g5 e g6. Esses dois traços são as GLVs da Perspectiva Cavaleira. Tais geratrizes sempre tangenciam as
circunferências das faces planas do cilindro. Quando esse mesmo cilindro é representado em
Desenho Isométrico, o desenho mostra outro par de GLVs. O mesmo ocorre na representação do
cilindro em vistas mongeanas. Quando se trata da vista (F) um par de GLVs aparece, o par g1 e g2,
comparar as figuras 4.55 e 4.54. Já na vista (LD), o par mostrado é o g3 e g4.

Como também já foi colocado, a representação no


Sistema Mongeano pode começar a ser elaborada por
qualquer uma das vistas. Na figura 4.55, a vista (S), que
possui a forma de uma circunferência, foi a primeira a
ser elaborada. Para isso foi definida uma medida de
afastamento do sólido para os planos de projeção e
desenhado um quadrilátero que representa a vista (S) do
ortoedro de referência. Em seu interior desenha-se uma
circunferência circunscrita que já é a vista (S) do cilindro.
A vista (F) é composta por duas faces planas e por uma
face curva. As faces planas aparecem reduzidas a retas
no topo e na base da vista. A construção dessa face exige
uma análise sobre como construir faces com essa
Fig. 4.55 natureza, pois elas não possuem arestas de onde
partiriam linhas de chamada.

Para desenhar as duas faces planas do cilindro, deve-se marcar a medida da altura desse
objeto, a qual é trazida da Perspectiva Cavaleira e marcadas na vista (F) por meio de linhas de
chamada paralelas ao eixo x, respeitando-se a medida de afastamento para os planos de projeção,
como mostra a figura 4.55. Já para desenhar a face curva, o que deve ser observado é a extensão de
visibilidade do observador, a qual compreende o arco 142, da figura 4.55, ou seja, a face curva do
cilindro é vista pelo observador somente do ponto 1 até o ponto 2, o arco 132 fica não visível para o
observador. Portanto, as linhas de chamada que partem dos pontos 1 e 2, e sobem na direção do
quadrante da vista (F), marcam os limites laterais do sólido, sendo portanto, quando escurecidas, as
GLVs. Essas retas representam os limites da extensão da face curva quando visualizada pelo
observador na vista (F).

69
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

A figura 4.56 traz a vista (LD), cuja


construção obedece a mesma lógica utilizada
para na construção da vista (F), ou seja, a
utilização das GLVs como limites da extensão da
visualização do sólido, só que nesse caso, as
linhas de chamada partem dos pontos 3 e 4,
porque é o arco 423 que está sendo visto pelo
observador.

Fig. 4.56

4.9.4. Cones

Cones, assim como cilindros, possuem


superfícies de diferentes naturezas, uma é plana
e outra que é curva. Consequentemente, os
procedimentos para a representação de cones
no Sistema Mongeano se assemelham aos
procedimentos da representação do cilindro
nesse sistema, estudados no item acima. No
entanto, os cones possuem um elemento que os
cilindros não possuem, o vértice.
Fig. 4.57
Tal ente geométrico é o ponto de convergência de todas as geratrizes do cone, inclusive das
GLVs, como pode ser observado na figura 4.57. Sua localização é muito importante na determinação
das vistas mongeanas desse sólido.
No caso da figura 4.57 estão sendo mostradas as faces (F), (S) e (LD). Por uma escolha
didática, as vistas a serem representadas em Mongeano serão as mesmas. Em seguida, é feita a
organização da localização dessas faces na épura.
A representação de um cone segue a mesma lógica da representação de qualquer sólido
geométrico. Primeiramente, há a identificação das propriedades geométricas do objeto na figura
dada. Essa etapa acontece com a identificação do sistema de representação utilizado. Depois, se dá a
compreensão da volumetria da peça, essa etapa é feita, usualmente, por meio do desenho do
ortoedro de referência na peça dada, ver figura 4.57.
No caso do exemplo tratado nesse item, a representação em Mongeano vai ter início com a
vista (S), pois a representação dessa vista consiste somente na construção de uma circunferência
(circunscrita por um quadrado que é a vista superior do ortoedro de referência) e na localização do
vértice do cone no centro dela, como mostra a figura 4.58. As GLVs não aparecem na vista (S), pois

70
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

quando o observador está acima do objeto, ele não enxerga mudanças de plano. Em seguida, são
localizados, na mesma vista, os limites laterais do cone, os pontos 1 e 2, ver figura 4.59.

Fig. 4.58 Fig. 4.59


Desses pontos partem as linhas de chamada que “sobem” na direção do quadrante da vista
(F). Quando, nesse quadrante, há o cruzamento entre as linhas de chamada e a linha horizontal que
marca o afastamento do plano até o sólido, são encontrados os pontos 1 e 2. Desses dois pontos
partem as duas GLVs, que no caso do cone concorrem no vértice. As duas GLVs marcam a extensão
da visibilidade do observador que no caso da figura 4.59 vai compreender tudo que é visto no arco 1
2.
A altura onde o vértice fica na vista (F) é
trazida da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira e
posta na vista (F) sobre a linha de chamada que
parte da projeção do vértice na vista (S). A
figura 4.60 traz a construção da vista (LD). A
representação dessa vista é o resultado do
cruzamento das linhas de chamada que partem
da vista (S), com as linhas de chamada que
partem da vista (F). É possível observar que na
vista (LD) aparecem as GLVs que partem dos
pontos 3 e 4 presentes na vista (S).

Fig. 4.60

71
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

4.9.5. Esferas

A esfera é um sólido geométrico que possui


uma característica marcante em relação aos
outros sólidos, uma única superfície curva.
Consequentemente, a esfera só possui geratrizes
curvas e são de dois tipos: meridianos ou
paralelos, como aparece na figura 4.61. Tendo a
esfera uma superfície curva não há arestas ou
vértices.
http://www.mat.uel.br/geometrica/php/gd_t/gd_15t.php
Fig. 4.61
A representação da esfera é feita usualmente em Vistas Mongeanas e em Isometria, ou ainda
em Desenho Isométrico. Não é usual representar a esfera em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira porque
a esfera fica tão deformada que deixa de parecer uma esfera. Conforme vimos no capítulo 3, na
Isometria (exata) as medidas paralelas aos eixos coordenados sofrem uma deformação natural de
0,816, tanto na altura, como na largura e na profundidade, ou seja, em todas as suas medidas. No
entanto, o desenho do contorno aparente da esfera não sofre deformação, como mostra a figura
4.62, isso ocorre porque todas as medidas já foram deformadas. Para representar a esfera em
Desenho Isométrico vai ocorrer o contrário, ou seja, como as medidas que estão paralelas aos eixos
coordenados sofrem deformação, a qual é desconsiderada, o desenho do contorno aparente da
esfera – que na Isometria Exata não sofre deformação – será deformado em 0,816, como mostra a
figura 4.63.

Fig. 4.62 Fig. 4.63

Na prática, para desenhar a esfera em Desenho Isométrico utilizamos o Ortoedro de


Referência desenhado em medidas reais. Em sequência, para desenhar o contorno aparente da
72
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

esfera centramos o compasso no vértice central que pertence simultaneamente as vistas frontal,
superior e lateral direita. A abertura do compasso será igual ao raio da esfera, mas atenção! O raio
real deve ser dividido pelo fator de deformação 0,816 para que o contorno aparente da esfera fique
proporcional ao Desenho Isométrico. Observe atentamente o exemplo da figura 4.64, para desenhar
uma esfera de raio 2cm. Desenha-se um ortoedro de referência, em medidas reais, ou seja, com 4cm
em todos os lados. Em seguida, se desenha o contorno aparente da esfera, centrando o compasso no
centro e com raio, dessa vez deformado, isto é, 2cm (raio real) dividido por 0,816 (fator de
deformação).

Para dividir a esfera ao meio, desenhamos um plano que divide o Ortoedro, também em
medidas reais, procedemos então o desenho da elipse inscrita ao plano desenhado anteriormente,
também em medidas reais.

4,0 4,0

4,0

elipse que divide a


esfera em meias
esferas

Fig. 4.64

Uma curiosidade importante é que quando se está trabalhando com a meia esfera, é possível
construir o ortoedro de referência, depois a elipse que dividirá a esfera ao meio e para desenhar o
contorno aparente da esfera podemos simplesmente observar os raios ao invés de calcular. Os raios
paralelos aos eixos coordenados estão em medida real, ou seja, 2cm, mas o raio no sentido
horizontal (que não está paralelo a nenhum eixo) já está desenhado com a deformação desejada,
como mostra a figura 4.64.
Os procedimentos para a representação de esferas em épura são os mesmos procedimentos
utilizados para representar qualquer outro sólido geométrico. Portanto, primeiramente, há a
identificação das propriedades geométricas do objeto na figura dada. Essa etapa acontece com a

73
CAPÍTULO 4 – Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

identificação do sistema de representação utilizado. Depois, se dá a compreensão da volumetria da


peça, essa etapa é feita, usualmente, por meio do desenho do ortoedro de referência na peça dada,
ver figura 4.64. Quando o observador vê uma esfera, seja na vista (F), (S), (LD) ou qualquer outra, a
linha que ele enxerga são meridianos, como mostra as figura 4.61.
A representação da esfera no mongeano se assemelha de certa forma à representação do
cone e do cilindro. Isso ocorre porque no caso da esfera também teremos geratrizes de limite de
visibilidade. Ao iniciarmos o desenho pela vista (S), por exemplo, o observador vê apenas uma
circunferência. A linha da circunferência é uma das GLVs da esfera, g2, um paralelo equivalente ao
equador da terra. Dando continuidade ao desenho, parte-se para a vista (F), e traça-se duas
tangentes à g2 da vista (S). No sentido da largura, é traçada então uma nova GLV, g1, que
corresponde à vista (F) da esfera, composta por dois meridianos. Para finalizar, procede-se o desenho
da vista (LD), por meio de linhas de chamadas tangentes à g2 da vista (S) no sentido da profundidade
e linhas de chamada tangentes à g1 da vista (F) no sentido da altura. É traçada então uma nova GLV,
g3, que corresponde a dois meridianos. Observe atentamente a figura 4.65. Observe que para efeitos
didáticos foram indicadas as posições de todas as GLVs em todas as vistas.

Fig. 4.65

Fig. 4.66

Conclui-se assim que as linhas de chamada são retas tangentes às GLVs de cada projeção da
esfera, ou seja, a circunferência vista pelo observador em cada vista. É importante destacar também
que em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira e Desenho Isométrico, a linha que representa a esfera é
chamada de Contorno Aparente da esfera.

74
EXERCÍCIOS - PERSPECTIVA CILÍNDRICA ORTOGRÁFICA
1. Imagine duas peças que tenham como vista 2. Imagine que a peça abaixo é a projeção
frontal a figura abaixo. Desenhe para cada frontal de uma peça recortada de um prisma.
uma das peças imaginadas as vistas lateral Desenhe as vistas lateral direita e superior e
direita e superior e uma cavaleira, mostrando uma cavaleira, mostrando as mesmas vistas.
as mesmas vistas.

3. Imagine três peças com o desenho isométrico 4. Desenhe três vistas mongeanas do objeto
do objeto abaixo. Desenhe as vistas frontal e abaixo mostrando as mesmas faces que
lateral direita de cada uma delas. aparecem na cavaleira.

5. Desenhe três vistas mongeanas da peça 6. Desenhe três vistas mongeanas da peça
abaixo após rotacioná-la 90° AH no sentido do abaixo, mostrando as mesmas faces que
eixo “z”. Atenção para o K. aparecem na cavaleira, atenção para o K.
K=0,5

7. Desenhe três vistas mongeanas da peça 8. Desenhe três vistas mongeanas da peça
abaixo, mostrando as mesmas faces que abaixo, mostrando as mesmas faces do
aparecem na cavaleira, atenção para o K. desenho isométrico.

75
9. Desenhe três vistas mongeanas da peça 10. Desenhe três vistas mongeanas da peça abaixo,
abaixo, mostrando as mesmas faces que mostrando as mesmas faces que aparecem em
aparecem na cavaleira, atenção para o K. cavaleira. Considere K = 0,5.

11. Desenhe três vistas mongeanas da peça 12. Desenhe três vistas mongeanas da peça abaixo,
abaixo, mostrando as mesmas faces que mostrando as mesmas faces que aparecem no
aparecem na cavaleira. desenho isométrico.

13. Desenhe três vistas mongeanas da peça 14. Desenhe três vistas mongeanas da peça abaixo,
abaixo, mostrando as mesmas faces que mostrando as mesmas faces da cavaleira.
aparecem no desenho isométrico.

76
15. Desenhe três vistas mongeanas da peça 16. Desenhe três vistas mongeanas da peça
abaixo, mostrando as faces frontal, lateral abaixo, mostrando as mesmas vistas da
esquerda e superior. cavaleira.

17. Desenhe três vistas mongeanas da peça 18. Desenhe três vistas mongeanas da peça
abaixo, mostrando as mesmas vistas que abaixo (frontal, superior e lateral direita).
aparecem em desenho isométrico (frontal,
lateral direita e superior).

19. Desenhe três vistas mongeanas da peça 20. Desenhe 3 vistas mongeanas da peça abaixo
abaixo, mostrando as mesmas vistas que
aparecem em desenho isométrico.

77
21. Desenhe 3 vistas mongeanas da peça 22. Desenhe 3 vistas mongeanas da peça abaixo,
abaixo, mostrando as mesmas vistas da mostrando as mesmas vistas que aparecem
cavaleira. na cavaleira.

23. Desenhe 3 vistas mongeanas da peça 24. Desenhe 3 vistas mongeanas da peça
abaixo, mostrando as mesmas vistas que abaixo, mostrando as mesmas vistas que
aparecem na cavaleira. aparecem na cavaleira.

25. Desenhe 3 vistas mongeanas da peça 26. Desenhe 3 vistas mongeanas da peça abaixo,
abaixo. mostrando as faces frontal, lateral esquerda e
superior.

78
27. Desenhe 3 vistas mongeanas da peça 28. Desenhe 3 vistas mongeanas da peça abaixo,
abaixo, mostrando as mesmas vistas que mostrando as mesmas vistas que aparecem na
aparecem em desenho isométrico. cavaleira.

29. Desenhe 3 vistas mongeanas da peça 30. a) Desenhe a face superior do objeto abaixo;
abaixo, mostrando as mesmas vistas que b) Redesenhe a peça abaixo cavaleira
aparecem em desenho isométrico. mostrando as faces frontal, lateral esquerda e
superior.

31. Desenhe a face lateral direita da peça 32. Insira, nas faces da peça abaixo, as projeções
abaixo. de um cilindro com diâmetro da base e altura
medindo ambos 1,5 cm, sua base deve estar
contida no plano inclinado da peça.

79
33. a) Desenhe a face lateral esquerda do objeto 40. Imagine a face abaixo girando em torno
abaixo; b) Redesenhe a peça abaixo em da reta indicada 270°. Desenhe as vistas
cavaleira mostrando as faces frontal, lateral frontal e superior, e uma perspectiva da
esquerda e superior. peça gerada por essa rotação.

35. a) Desenhe a face lateral esquerda do objeto 36. Redesenhe a peça abaixo em desenho
abaixo; b) Redesenhe a peça abaixo em isométrico ou cavaleira após rotacionada
cavaleira mostrando as faces frontal, lateral 90ᵒ (anti-horário) no sentido do eixo x.
direita e superior.

37. Redesenhe o objeto abaixo em desenho 38. Redesenhe a peça abaixo em desenho
isométrico mostrando as mesmas faces que isométrico.
estão em sistema mongeano.

80
39. Redesenhe a peça abaixo em desenho 40. Redesenhe o objeto abaixo em desenho
isométrico. isométrico mostrando as mesmas faces
representadas no sistema mongeano.

41. Redesenhe o objeto abaixo em desenho 42. Redesenhe o objeto abaixo em desenho
isométrico mostrando as mesmas faces isométrico mostrando as mesmas faces
representadas no sistema mongeano. representadas no sistema mongeano.

43. a) Desenhe a vista superior da peça abaixo; b)


Redesenhe a peça abaixo em desenho
isométrico.

81
44. a) Desenhe a vista lateral direita da peça abaixo; 45. Redesenhe a peça abaixo em desenho
b) Redesenhe a peça em desenho isométrico; c) isométrico.
Acrescente, nas 3 vistas e no desenho
isométrico, um cubo com aresta medindo 1cm e
com uma face contida na face a da peça.

46. Redesenhe a peça abaixo em desenho 47. Redesenhe a peça abaixo em desenho
isométrico. isométrico.

48. Redesenhe a peça abaixo em desenho 49. Redesenhe a peça abaixo em desenho
isométrico. isométrico.

82
50. Redesenhe a peça abaixo em desenho 51 Redesenhe a peça abaixo em desenho
isométrico. isométrico.

52. Redesenhe a peça abaixo em desenho 53 Redesenhe a peça em Desenho Isométrico


isométrico. mantendo as mesmas vistas.

83
54 Redesenhe a peça em desenho isométrico mantendo as mesmas vistas que estão representadas no
sistema mongeano.

55 a) Dadas as vistas frontal e superior, desenhe a 56 Desenhe 3 vistas mongeanas da peça


vista direita; b) Redesenhe a peça em desenho abaixo.
isométrico, mostrando as mesmas vistas do
sistema mongeano.

84
57 a) Desenhe a face lateral esquerda da 58 Redesenhe a peça abaixo em desenho isométrico.
peça abaixo; b) Redesenhe a peça
abaixo em desenho isométrico.

59 Redesenhe a peça abaixo em desenho isométrico.

60 Redesenhe a peça abaixo em Desenho Isométrico, mostrando as mesmas vistas.

85
61 Desenhe e vista lateral direita da peça 62 Desenhe 3 vistas mongeanas da peça abaixo,
abaixo e Redesenhe-a em desenho mostrando as mesmas vistas que aparecem no
isométrico. desenho isométrico.

63 a) Desenhe a lateral direita da peça abaixo; 64 a) Desenhe a vista lateral direita da peça abaixo;
b) Redesenhe a peça abaixo em Desenho b) Redesenhe a peça abaixo em Desenho
Isométrico. Isométrico, mostrando as mesmas vistas que em
aparecem em épura.

65 Redesenhe a peça abaixo em Desenho 66 Redesenhe a peça abaixo em Desenho


Isométrico. Isométrico.

86
67. Redesenhe a peça abaixo em desenho 68. a) Desenhe uma vista lateral da peça abaixo;
isométrico. b) Redesenhe a peça abaixo desenho
isométrico.

87
GABARITOS
1

4 5

6 7

88
8 9

10 11

12 13

89
14 15

16 17

18 19

90
20 21

22 23

24 25

91
26 27

28 29

30 31

92
32 33

34 35

36 37

38 39

93
40 41

42 43

44 45

94
46 47

48 49

50 51

95
52 53

54

55

96
56

57

58 59

97
60 61

62 63

98
64

65 66

67 68

99
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

CAPÍTULO 5 - Verdadeira Grandeza

5.1. Definições e Usos

Verdadeira Grandeza (VG) são as medidas angulares e lineares reais de uma das arestas ou
faces de um objeto - como altura, largura e profundidade. Na área de conhecimento das Engenharias
é imprescindível o conhecimento das medidas reais, ou verdadeiras grandezas, de um objeto, seja ele
um parafuso ou um telhado. Geralmente, o uso das verdadeiras grandezas de um objeto está
atrelado ao cálculo de áreas, e realmente, sem o conhecimento da real medida do perímetro de uma
superfície, por exemplo, é impossível realizar o cálculo de sua área com precisão. No entanto, saber
“ler” ou, mais ainda, saber extrair as verdadeiras grandezas de um objeto que está representado no
Sistema Mongeano é importante não somente no cálculo de áreas, mas também em diversas
atividades da prática profissional da engenharia, como, por exemplo, análise de projetos e pareceres
técnicos.

Nem sempre as características geométricas do objeto representado possibilitam a extração


direta de suas verdadeiras grandezas, ou seja, algumas vezes mesmo a representação de todas as
vistas de um objeto não mostram todas as partes deste objeto em VG. Para lidar com situações dessa
natureza, deve-se dominar o uso de operações gráficas para determinar a VG de superfícies ou de
arestas. Existem, na Geometria Descritiva, algumas operações gráficas, as principais são:
§ Mudança de Plano;
§ Rotação; e
§ Rebatimento.

Todas as operações citadas possuem o mesmo objetivo, que é o de determinar a VG de


objetos geométricos. No entanto, nessa disciplina optou-se por trabalhar com a operação da
Mudança de Plano para determinar a VG de faces e arestas. Essa opção foi feita porque essa
operação é a mais versátil, ou seja, com ela se resolve qualquer caso de obtenção de VG.

5.1.1. Compreendendo as três posições básicas: paralela, perpendicular e oblíqua

Para compreender o conceito de Verdadeira Grandeza é imprescindível conhecer as três


posições básicas de referência posicional entre os elementos geométricos que compõem um objeto
(arestas ou faces) e, principalmente, de referência posicional entre os elementos desse objeto e os
planos de projeção. São três as posições básicas que um ente geométrico pode assumir: paralela,
perpendicular e oblíqua. Em outras palavras, arestas e faces podem estar paralelas, perpendiculares
ou oblíquas entre si ou entre si e os planos de projeção.

No capítulo 4, onde estudou-se o Sistema Mongeano, essas três posições foram trabalhadas,
no entanto, o que será feito agora é compreender como cada uma dessas posições pode interferir na
visualização da VG de arestas e superfícies.

100
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

Tomando como exemplo a situação da casa da figura 5.1, observa-se a superfície ABCD que
compõe a coberta. Atenção para a aresta AD e suas projeções nas vistas frontal, superior e nas
laterais. Na vista superior, a aresta AD está sendo representada por um segmento de reta. Na vista
frontal, AD está representada por um único ponto e, finalmente, nas vistas laterais, AD aparece
novamente sendo representada por um segmento de reta. Analisando as quatro vistas
conjuntamente percebe-se que a aresta AD está perpendicular ao plano de projeção da vista frontal
e por isso aparece representada por um ponto nessa vista. Todas as vezes que um elemento está
perpendicular ao plano de projeção, diz-se que ele está em vista básica (VB) nesse plano. Dessa
maneira, a aresta AD está em VB. Já com relação aos outros três planos de projeção, a aresta AD está
paralela a esses planos, aparecendo com as mesmas dimensões, que são exatamente as suas
dimensões reais. Portanto, na vista superior e nas laterais a aresta AD está em verdadeira grandeza.
É importante ressaltar que a única posição que um objeto pode tomar para que ele esteja em VG é
quando ele está paralelo a um plano no qual se fará a projeção ortogonal.

Na mesma figura, a 5.1, a aresta AB está representada por um segmento de reta em todas as
vistas. No entanto, ela não está na mesma posição com relação a todos os planos de projeção. Na
vista frontal a aresta AB está em VG, porque está paralela ao plano vertical. Já nas outras três vistas,
a aresta AB aparece com dimensões reduzidas em relação à suas medidas reais. Isso ocorre porque
ela está oblíqua aos planos de projeção horizontal e verticais.

Casa esquemática representada em vistas ortográficas


Figura 5.1
101
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

Portanto, podemos concluir que dependendo da posição da aresta com relação aos planos de
projeção, podemos ter essa aresta em verdadeira grandeza (VG), em vista básica (VB) ou com
dimensões reduzidas. Veja o quadro síntese abaixo:

objeto paralelo ao plano de projeção = objeto em verdadeira grandeza (VG)


objeto perpendicular ao plano de projeção = objeto em vista básica (VB)
objeto oblíquo ao plano de projeção = objeto com dimensões reduzidas

O mesmo raciocínio utilizado para compreender as posições relativas de uma aresta com
relação aos planos de projeção deve ser aplicado para as faces do objeto. Como será visto no
próximo item.

5.2. Sistema Mongeano e Plano Auxiliar

Tomando como exemplo uma situação na


qual é solicitado o cálculo da área da superfície da
coberta da casa representada em épura na figura
5.2, para que se possa fazer o cálculo do
quantitativo de telhas para cobrir o telhado,
percebe-se que nem a vista superior da casa
(projeção no plano horizontal), nem na vista frontal
(projeção no plano vertical) as medidas da
superfície da coberta são as medidas reais.

Casa com épura


Figura 5.2

102
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

Quatro vistas ortográficas


Figura 5.3

Na figura 5.3 é possível notar que a superfície ABCD (que corresponde à metade da superfície
da coberta) aparece nas projeções, porém com medidas deformadas. Na vista superior, e nas duas
laterais, a face aparece com suas medidas reduzidas, já na vista frontal, ela aparece em VB. Dessa
forma, nenhuma das quatro vistas ortográficas fornece as medidas reais da face ABCD. Isso ocorre
porque o plano em que a superfície da coberta se apoia é oblíquo tanto ao plano de projeção
horizontal (π1), quanto aos planos verticais - principal (π2) e auxiliares (π3, π4). Para que o plano
ABCD fosse mostrado em VG seria necessário que estivesse representado paralelo a um dos planos
mongeanos. No entanto, embora o plano ABCD não apareça em VG em nenhuma das projeções
mongeanas, algumas arestas do plano estão representadas em VG em algumas das vistas. E é
exatamente a noção da união das partes que estão em VG que irá nos auxiliar na aplicação do
método da Mudança de Plano para a extração da VG de ABCD.

Observe que na vista frontal a coberta ABCD está representada em VB. Lembrando que a VB
ocorre quando o objeto representado está perpendicular ao plano de projeção. Consequentemente,
se o objeto for um segmento de reta, sua representação em VB será um ponto, e se o objeto for um
plano, sua representação em VB será uma reta, como é o caso do plano ABCD.

Observe também que os segmentos AB e CD estão paralelos ao plano vertical de projeção


(π2), portanto estando em VG nessa vista. Os segmentos AD e BC estão paralelos tanto ao plano
horizontal (π1), como aos planos verticais de projeção (π3 e π4), consequentemente estando em VG
nessas vistas. Se pudéssemos unir essas partes que estão em VG do plano ABCD teríamos a VG desse
plano. Contudo, esse raciocínio, embora útil, é difícil de ser aplicado para o caso de uma face com
103
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

muitas arestas, ou aresta com medidas diferentes por exemplo. Para isso existe a operação da
Mudança de Plano, com ela podemos reunir as partes da face, da qual se quer a VG, que estão com
suas medidas reais representadas em planos mongeanos diferentes.

Para que se conheçam as medidas reais da coberta é necessário se produzir mais uma
projeção. Vale ressaltar que a condição essencial para se trabalhar no Sistema Mongeano é operar
dentro de diedros. Portanto, o primeiro passo de uma operação de mudança de plano é criar um
novo diedro. Um novo diedro terá que ser criado porque nenhum dos diedros já conhecidos (os que
fornecem as seis vistas mongeanas) colocam o plano que apoia a face da qual se quer a VG na posião
necessária para se obter suas VGs. Em outras palavras, é preciso criar um diedro, no qual o novo
plano seja perpendicular a um dos planos mongeanos e ao mesmo tempo seja paralelo à face ABCD,
como mostra a figura 5.4, visto que somente essa posição fornecerá a VG da face ABCD. No caso do
exemplo da figura, o novo diedro é composto pelo plano π2 e por um novo plano, também chamado
de Plano Auxiliar (PA). Por isso é que se dá o nome de “Mudança de Plano” para essa operação
descritiva. Criado o novo diedro, projeta-se a face ABCD ortogonalmente no PA.

Casa esquemática para mostrar a projeção do telhado no plano auxiliar


Figura 5.4

No entanto, temos que realizar a projeção no PA trabalhando de forma bidimensional, ou


seja, em épura. Para isso o PA deve ser inserido perpendicularmente (ortogonalmente ou em VB),
com relação a um dos seis planos mongeanos para criar um novo diedro. Como mostra a figura 5.4,
observe que o PA criou um novo diedro com o plano vertical π2.

104
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

5.3. Mudança de Plano

Em resumo, na operação da Mudança de Plano utilizamos um novo plano, um plano auxiliar


(PA) que deve ser paralelo à face da qual se quer a VG. Sabemos também que esse PA deve criar um
novo diedro com um dos planos mongeanos, portanto ele é inserido em VB em um dos seis planos
mongeanos.
Concluímos, portanto, que para se extrair a VG de uma aresta ou face utilizando a Mudança de
Plano devemos ter duas premissas em mente:
1. Para visualizar uma face ou aresta em VG, essa face ou aresta precisa ser projetada num PA
paralelo a ela;
2. O PA é sempre inserido perpendicularmente (em vista básica) a um dos seis planos
mongeanos. Essa condição de perpendicularidade ocorre porque é necessário que criar um
novo diedro.

Se o PA deve, simultaneamente, ser inserido em VB em um dos seis planos mongeanos e


estar paralelo à face da qual irá se extrair a VG, logo a face tem que estar em VB em pelo menos
uma das vistas.

Dentro da lógica da mudança de plano existem três situações possíveis de posicionamento


entre os entes geométricos e os planos de projeção. Tais situações serão estudadas a seguir. Cada
uma das três situações são chamadas de Casos, temos assim: caso 1; caso 2 e caso 3. Essa divisão não
existe na literatura, ela é resultado de uma opção didática elaborada pelos professores dessa
disciplina ao longo dos semestres. Elas reúnem todas as possibilidades de posicionamento de uma
aresta ou face em relação aos planos de projeção.

No caso 1, a face da qual se quer a VG aparece em VB em pelo menos uma das seis vistas
mongeanas. No caso 2, a face da qual se quer a VG não está em VB em nenhuma das seis vistas
mongeanas, mas pelo menos uma de suas arestas aparece em VG em pelo menos uma das seis vistas
mongeanas. Finalmente, no Caso 3, a face da qual se quer a VG não está em VB em nenhuma das seis
vistas mongeanas, e também nenhuma de suas arestas aparece representada em VG em nenhuma
das seis vistas mongeanas.

5.4. Caso 1
Identificamos que a situação está no Caso 1, quando a face da qual se quer a VG já aparece
em vista básica, ou seja, ela aparece reduzida a um segmento de reta em pelo menos um dos seis
planos mongeanos. Nas situações do caso 1 é necessário apenas um único procedimento para extrair
a VG da face.

105
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

Qual é a VG da face 122’1’?

1. Localizar se há algum plano no qual a face


122’1 esteja representada em VB.
2. No plano da vista superior (π1) a face 122’1
está com as arestas 1’2’e 12 em medidas
reduzidas. Mas as arestas 11’ e 22’ estão em
VG.
3. No plano da vista lateral (π3) direita a face
122’1 também está com as arestas 1’2’e 12
em medidas reduzidas. Mas as arestas 11’ e
22’ estão em VG.
4. Na vista frontal (π2) as arestas 12 e 1’2’ estão
em VG.
5. A face 122’1’ está em VB no plano da vista
frontal, pois está reduzida a um segmento de
reta.

Identificando a posição da face que se quer a VG


Figura 5.5

Procedimento 1: determinar a VG da
face 122’1’
1. A face 122’1 está em vista básica no
plano π2. Pois está reduzida a um
segmento de reta.
2. Inserimos o plano auxiliar, π4, em VB
com relação ao plano π2 e paralelo a VB
da face 122’1’, que também está em VB.
3. Cria-se o diedro entre π2 e π4.
4. As arestas 12 e 1’2’ que estavam em VG
em π2 têm suas medidas projetadas em
π4, isso é feito através das linhas de
chamada.
5. Rebatemos π4 para que ele apareça na
representação.
6. Transportamos as medidas com o
compasso a partir da linha de terra π1 π2
até os pontos 1’, 1, 2 e 2’ para o PA.
Com o cuidado de, no momento do
transporte, centrar na linha de terra
Determinando a VG da face 121’2’ com um procedimento π2π4 (ver quadro síntese na próxima
Figura 5.6 página).
7. Após o transporte das medidas
fechamos a linha poligonal unindo os
vértices.
Se houver dúvidas no fechamento da linha poligonal, podemos observar a face da qual estamos
extraindo a VG em alguma das projeções mongeanas.

106
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

IMPORTANTE:
Um aspecto relevante sobre as linhas de chamada é o fato de que estas estabelecem uma
relação de ortogonalidade dentro do diedro. As linhas de chamada transportam medidas de um plano
a outro dentro do diedro formado por ambos. Portanto, as linhas de chamada sempre estão
perpendiculares à linha de terra do diedro ao qual pertence.
Outro aspecto que merece atenção é o transporte das medidas para o PA. Há uma dúvida
recorrente com relação ao transporte de medidas no momento de rebater o Plano Auxiliar. Existem
duas maneiras de visualizar de que lugar devemos extrair as medidas para o transporte:
1) Observar os eixos coordenados. Se por exemplo o PA foi inserido em π2, estamos
trabalhando com larguras (x) e alturas (z), portanto quando rebatermos o PA as medidas
que aparecerão serão as profundidades (y).
2) Observar a relação do diedro. Se fecharmos os diedros do desenho, voltando a relação em
3D, podemos, facilmente, observar de onde deveremos extrair as medidas que queremos.
É importante lembrar que esse transporte deve ser feito com o compasso e utilizando as
distâncias de plano a ponto, para evitar erros.

5.5. Caso 2
Identificamos que a situação está no Caso 2, quando a face da qual se quer a VG não aparece
em vista básica. No entanto, existe pelo menos uma aresta, pertencente à face, em VG. Esse será
nosso ponto de partida.
Nas situações do Caso 2 são necessários dois procedimentos para extrair a VG da face. Isso
ocorre porque para extrair a VG da face precisamos que ela esteja em VB, só assim podemos inserir o
PA, também em VB, paralelo a face da qual se quer a VG. Como a face não está em VB, precisamos
realizar um procedimento anterior ao que realizamos para o Caso 1. Esse procedimento anterior
consiste em fazer uma vista auxiliar (utilizando um plano auxiliar) para reduzir a face para a VB. Após
esse procedimento inicial teremos a face em VB, voltando assim para uma situação de Caso 1.
Observe a figura.

107
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

Qual é a VG da face 122’1’?


1. Localizar se há algum plano no qual 122’1’
esteja representada em VB. Nesse caso
não há.
2. Precisamos fazer uma vista auxiliar,
utilizando um plano auxiliar para reduzir a
face 122’1’ à VB.
3. Para que um PA visualize a face 122’1’ em
VB esse plano precisa estar perpendicular
à face. Para simplificar: se o PA estiver
perpendicular a qualquer aresta
pertencente a face 122’1’ irá reduzir essa
aresta à VB (que é um ponto),
consequentemente irá reduzir toda a face
122’1’ à VB (que é um segmento de reta).
4. Mas para fazer isso, precisamos trabalhar
com a VG de uma aresta pertencente à
face 122’1’ que está em VG.
5. Em π2, identificamos que as arestas 1’2’ e
12 estão paralelas à π1, portanto, em π1
Identificando a posição da face que se quer a VG
essas arestas estão em VG. Figura 5.7
6. Faremos o procedimento com base na VG
do segmento.

Procedimento 1: determinar a VB da
face 122’1’
1. Para o PA visualizar a face 122’1’ em VB
ele precisa estar perpendicular a VG de
uma aresta dessa face.
2. Em π2, identificamos que as arestas 1’2’
e 12 estão paralelas à π1, portanto, em
π1 essas arestas estão em VG.
3. Inserimos o PA perpendicular à VG da
aresta 1’2’ (nesse caso, também
poderia ser a aresta 12).
4. Projetamos a face no PA.
5. Rebatemos o PA, transportando de
compasso as medidas a partir da linha
de terra π1PA até os pontos 1’, 1, 2 e 2’
para o PA. Com o cuidado de, no
momento do transportar, centrar na
linha de terra π1PA. (observar o texto
relativo ao transporte de medidas).
6. A face 122’1’ aparece projetada em VB
no PA.
7. Voltamos a ter a condição do Caso 1, na Determinando a VB da face 121’2’ com o primeiro procedimento
qual temos a face da qual queremos a Figura 5.8
VG em VB.

108
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

Procedimento 2: determinar a VG da
face 122’1’
1. A face 122’1’ está em VB no plano
auxiliar π4, pois está reduzida a um
segmento de reta.
2. Inserimos um plano auxiliar, π5, em VB
com relação a π4 e paralelo à VB da face
122’1’.
3. Cria-se o diedro entre π4 e π5.
4. Projeta-se a face 122’1’ em π5.
5. Rebatemos π5, transportando as
medidas com o compasso a partir da
linha de terra π1 π4 até os pontos 1’, 1, 2
e 2’ para π5. Com o cuidado de, no
momento do transporte, centrar na
linha de terra π4π5 (para esse
transporte, perdemos a referência dos
eixos coordenados, devemos utilizar a
relação do diedro).
6. Após o transporte das medidas
fechamos a linha poligonal unindo os
vértices 1, 2, 1’ e 2’.

Determinando a VG da face 121’2’ com o segundo procedimento


Figura 5.9

5.6. Caso 3
Identificamos que a situação está no Caso 3, quando a face da qual se quer a VG não aparece
em vista básica e nenhuma aresta pertencente à face está em VG em nenhum dos seis planos
mongeanos.
Nas situações do Caso 3, a exemplo do que ocorreu nas situações do Caso 2, também são
necessários dois procedimentos para extrair a VG da face. Isso ocorre porque para extrair a VG da
face precisamos que ela esteja em VB, só assim podemos inserir o PA, também em VB, paralelo à face
da qual se quer a VG. Como a face não está em VB, precisamos realizar um procedimento anterior ao
que realizamos para o Caso 1. Esse procedimento anterior consiste em fazer uma vista auxiliar
(utilizando um plano auxiliar) para reduzir a face para a VB. Após esse procedimento inicial teremos a
face em VB, voltando assim para uma situação de Caso 1. Observe a figura.

109
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

PROCEDIMENTO INICIAL: destacar a VG


de segmento da face 123
1. Precisamos projetar a VB da face 123 para
extrair sua VG.
2. Para projetar a face 123 em VB precisamos
de uma aresta em VG. Porém, nenhuma
aresta pertencente a face 123 está em VG.
3. A partir de um vértice da face, no caso da
figura, o vértice 2, traçamos o segmento de
reta 2P, paralelo à π1. Se P pertence a
aresta 31, irá, consequentemente,
pertencer a todas as projeções de 31.
Sendo assim, descemos uma linha de
chamada a partir de P até a sua projeção
em π1.
4. Em π1, o segmento de reta 2P está em VG.
Dessa forma, voltamos a uma situação
semelhante ao caso 2.

Identificando a posição da face que se quer a VG


Figura 5.10
Procedimento 1: determinar a VB da
face 123
1. Posicionar π4 perpendicular ao
segmento 2P.
2. Projetamos a face 123 em π4 .
3. Rebatemos π4, transportando de
compasso as medidas a partir da
linha de terra π1π2 até os pontos 1, 2
e 3 para π4. Com o cuidado de, no
momento de transportar, centrar na
linha de terra π1 π4.
4. A face 123 aparece projetada em VB
em π4.
5. Voltamos a ter uma condição do
Caso 1, na qual temos a face da qual
queremos a VG em VB.

Determinando a VB da face 123 com o primeiro procedimento


Figura 5.11
110
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza

Determinando a VG da face 123 com o segundo procedimento


Figura 5.12

Procedimento 2: determinar a VG da face 123


1. A face 123 está em vista básica no Plano auxiliar π4. Pois está reduzida a um segmento de reta.
2. Inserimos um plano auxiliar π5, em VB com relação a π4 e paralelo a VB da face 123.
3. Cria-se o diedro entre π4 e π5.
4. Projeta-se a face 123 em π5.
5. Rebatemos π5, transportando as medidas com o compasso a partir da linha de terra π1 π4 até os
pontos 1, 2 e 3 para π5. Com o cuidado de, no momento do transportar, centrar na linha de terra
π4 π5. (para esse transporte, perdemos a referência dos eixos coordenados, devemos utilizar a
relação do diedro).
6. Após o transporte das medidas fechamos a linha poligonal unindo os vértices 1, 2 e 3. Se houver
dúvidas no fechamento da linha poligonal, podemos observar a face da qual estamos extraindo a
VG em alguma das projeções mongeanas.

111
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

CAPÍTULO 6 – SEÇÃO PLANA

6.1. Introdução ao Conceito de Seção Plana e Interseção

6.1.1. Superfície e Sólido

Superfície é uma região que possui dois comprimentos. Segundo Rangel (1979) a definição
mais básica e abrangente para qualquer superfície é a definição de Gaspar Monge: “Superfície é o
limite da extensão a três dimensões”. Porém, no intuito de ampliar o entendimento de superfícies
Rangel apresenta mais três definições: “a) Superfície é a película sem espessura que separa duas
regiões no espaço tridimensional; b) É o lugar geométrico dos pontos comuns a duas regiões
tridimensionais e; c) É todo lugar bidimensional” (Rangel, 1979, p. 97).
Portando, as superfícies podem possuir diferentes formas. As figuras abaixo mostram
diferentes exemplos de superfícies. As figuras 6.1, 6.2 e 6.3 mostram uma superfície cilíndrica, uma
superfície cônica e uma superfície esférica, respectivamente, as três possuem leis de geração, sendo
assim consideradas superfícies geométricas: “Toda superfície geométrica pode ser gerada por uma
linha que se move segundo uma lei dada” (Chaput, 1949, p. 193).
As figuras 6.4 e 6.5 trazem exemplos de superfícies não geométricas, porque possuem uma
forma irregular que não estão submetida a nenhuma lei de geração. A figura 6.6 é um caso particular
de superfície, pois trata-se de uma superfície plana. A superfície plana também é um exemplo de
superfície geométrica.

Superfície Cilíndrica Superfície Esférica


Superfície Cônica
Figura 6.1 Figura 6.3
http://www.mat.ufmg.br/
Figura 6.2
http://www.professores.uff.br/
http://www.professores.uff.br/

Superfície curva qualquer Superfície de um bule


Figura 6.4 Figura 6.5 Superfície plana
http://knowledge.autodesk.com/support/autoc http://knowledge.autodesk.com/support/autoc Figura 6.6
ad/ ad/ http://7dasartes.blogspot.com.br/

112
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

As superfícies fechadas, a exemplo da superfície esférica, figura 6.3, admitem interior e


exterior. O espaço interior à superfície é o seu volume e todo o restante é o espaço exterior. A soma
da superfície com o espaço interior chama-se sólido (Rangel, 1982:3). Por exemplo, a esfera é um
sólido composto pela superfície esférica somada a toda região compreendida por essa superfície. Os
sólidos podem ser classificados em dois grandes grupos: os poliedros e os sólidos de revolução. A
esfera é um exemplo de sólido de revolução (figura 6.7). Já os sólidos da figura 6.8, são exemplos de
poliedros.

Esfera Poliedros
Figura 6.7 Figura 6.8
http://geometriaespacial-3g.blogspot.com.br/ http://www.reidaverdade.net/o-que-sao-poliedros.html

Nessa apostila serão trabalhados sólidos geométricos básicos, são eles: prisma, cone,
pirâmide e cilindro, como mostra a figura 6.9.

Prisma Cone Pirâmide Cilindro


Figura 6.9

6.1.2. Interseção e Seção

O conceito de interseção na Geometria é


o mesmo da Matemática, isto é, os elementos
que fazem parte do conjunto interseção são os
elementos comuns aos conjuntos relacionados.
Na geometria uma interseção ocorre entre entes
geométricos: retas, sólidos e superfícies. A figura
6.10 mostra a interseção (I) entre a porção de
uma superfície esférica (E) e um cone (C).

Interseção entre superfícies


Figura 6.10
http://www.mat.uel.br/geometrica/
113
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

A interseção mais simples e mais facilmente percebida é da figura 6.11, que ilustra a
interseção entre duas retas, marcada por um ponto comum às duas retas. A interseção entre uma
reta é uma superfície também é marcada por um ponto (figura 6.12) ou por mais pontos (figura 6.13).
A interseção entre um plano e uma reta, não pertencente a este, é marcada por um ponto (A),
como ilustra a figura 6.14. A interseção entre dois planos é marcada por um reta. No caso da figura
6.15, onde os planos são perpendiculares entre si, a interseção entre é chamada de Linha de Terra,
ou, simplesmente, LT, como vimos no estudo do sistema mongeano.

Interseção entre duas retas


Interseção entre superfície e reta Interseção entre superfície e reta
Figura 6.11
(um ponto) (vários pontos)
Figura 6.12 Figura 6.13

Interseção entre reta e plano


Figura 6.14
Interseção entre planos perpendiculares entre si.
Interseção = Linha de Terra
Figura 6.15

Foram vistos alguns exemplos de interseções, porém não foram esgotadas todas as
possibilidades, podem existir interseções entre superfícies, entre superfícies e sólidos ou ainda entre
sólidos.
A definição de seção em geometria também pode ser encontrada nos dicionários:
“Seção: 1 Ato ou efeito de seccionar. 2 Lugar onde uma coisa está cortada. 3 Cada uma das
partes em que um todo foi seccionado ou separado; segmento. (...) 6 Desenho da figura que
resultaria do corte de qualquer coisa por um plano, geralmente vertical. (...) 8 Geom Figura
proveniente da interseção de um sólido ou superfície por um plano. (...).”
(http://michaelis.uol.com.br/)
O conceito de seção está incluso no conceito de interseção porque para realizar o estudo da
seção, por exemplo, entre um plano de seção, também chamado de plano setor, e um objeto, temos

114
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

que determinar pontos e arestas em comum entre ambos, ou seja, temos que determinar as
interseções entre o plano da seção e os elementos do objeto que está sendo seccionado. Dessa
forma, podemos afirmar que toda seção é uma interseção.

6.2. Seção plana de sólidos geométricos básicos


A seção plana envolve um plano e um sólido ou superfície. O plano “corta” o sólido ou
superfície. No caso da seção plana de uma superfície, a seção será a linha de interseção entre o plano
e esta superfície. No caso da seção plana de um sólido, a seção resultante será uma figura plana, que
compreende toda a região de interseção entre o plano e o sólido.
As possibilidades de posição de plano setor são infinitas. Nessa apostila, por uma opção
didática, o plano setor será sempre fornecido em vista básica em uma das vistas mongeanas. Além
disso, serão exploradas algumas posições que melhor representam essa variedade de possibilidades e
que, consequentemente, ilustram grande parte das situações encontradas na atividade profissional
de um engenheiro. Dessa forma, serão exemplificadas várias posições de plano setor para cada sólido
geométrico. Para facilitar o entendimento, o plano horizontal (também chamado de plano do chão,
ou ainda π1) sempre será a referência para a posição do plano setor.

6.2.1 Seção Plana de Prismas

Para trabalhar com a seção de prismas, será usado como exemplo um prisma reto de base
quadrangular. Estudaremos as seções de prismas em três situações, que são:

1) Plano de Seção Paralelo ao Plano Horizontal (PH): no caso do prisma de base quadrangular da
figura 6.16, a seção produzida é um polígono igual ao polígono da base, como mostra a figura 6.17.

Prisma seccionado por um plano paralelo ao PH Prisma truncado após a seção


Figura 6.16 Figura 6.17

115
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

A figura 6.18 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da
seção de um plano paralelo ao PH em um
prisma de base quadrangular (o Sistema
Mongeano de representação foi estudado no
capítulo 4).
Observe que plano setor α está dado na
vista frontal, e nela ele aparece em vista
básica. A seção propriamente dita também
aparece em vista básica nessa vista. O mesmo
ocorre na vista lateral, onde a área seccionada
está reduzida a um segmento de reta. Na vista
Vistas mongeanas de um prisma seccionado
superior a área seccionada, representada por por um plano paralelo ao PH
uma hachura, é uma região igual a da base. Figura 6.18

2) Plano de Seção Oblíquo ao Plano Horizontal (PH): no caso da figura 6.19, a seção produzida é um
polígono diferente do polígono da base, conforme mostra a figura 6.20.

Prisma seccionado por um plano oblíquo ao PH Prisma truncado após a seção


Figura 6.19 Figura 6.20

A figura 6.21 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da
seção de um plano oblíquo ao PH em um
prisma de base quadrangular.
Observe que plano setor α está dado
na vista frontal, em vista básica. A área
seccionada também aparece em vista
básica nessa vista. Nas vistas superior e
lateral, as áreas seccionadas estão
representadas por hachuras, ambas são
regiões quadrangulares com dimensões
diferentes das dimensões da base e do
topo.
Vistas mongeanas de um prisma seccionado

116
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

por um plano oblíquo ao PH


Figura 6.21

3) Plano de Seção Perpendicular ao Plano Horizontal (PH): nesse exemplo, o plano setor está
perpendicular ao plano do chão e está paralelo à face frontal do prisma (ver figura 6.22). Nesse caso,
a seção produzida é um polígono igual à face frontal, conforme mostra a figura 6.23.

Prisma seccionado por um plano perpendicular ao PH Prisma truncado após a seção


Figura 6.22 Figura 6.23

A figura 6.24 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da
seção de um plano perpendicular ao PH em
um prisma de base quadrangular.
Observe que plano setor α está dado na vista
superior, portanto nessa vista ele aparece em
vista básica. A seção também está em vista
básica nessa vista mongeana. O mesmo ocorre
na vista lateral, onde a seção também está em
vista básica. Já na vista frontal, a área
seccionada, representada por uma hachura, é
um polígono igual à face frontal, uma vez que
o plano está paralelo a essa face.
Vistas mongeanas de um prisma seccionado
por um plano perpendicular ao PH
Figura 6.24

6.2.2 Seção Plana de Pirâmides

Para trabalhar com a seção de pirâmides, será usada como exemplo uma pirâmide reta de
base quadrangular. Serão estudadas quatro posições básicas para o plano de seção, são elas:

1) Plano Paralelo ao PH: no caso da pirâmide de base quadrangular da figura 6.25, a seção produzida
é um polígono semelhante ao polígono da base, como mostra a figura 6.26. Nas pirâmides, a seção
resultante de um plano setor paralelo ao chão é diferente da do prisma porque nas pirâmides as

117
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

faces laterais concorrem no vértice, ou seja, as arestas laterais não são paralelas entre si, como nos
prismas, e por isso, não mantêm as distâncias entre si.

Pirâmide seccionada por um plano paralelo ao PH Pirâmide truncada após a seção


Figura 6.25 Figura 6.26

A figura 6.27 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da seção de
um plano paralelo ao PH em uma pirâmide de base
quadrangular. Observe que plano setor α está
dado na vista frontal, portanto em vista básica. A
área seccionada, também está em vista básica
nessa vista. O mesmo ocorre na vista lateral, onde
a seção está reduzida a um segmento de reta, pois
também está em vista básica. Já na vista superior,
a área seccionada, representada por uma hachura,
é uma região semelhante, porém menor que a da
base da pirâmide.
Vistas mongeanas de uma pirâmide seccionada
por um plano paralelo ao PH. Figura 6.27

2) Plano de Seção Oblíquo ao PH: no caso da figura 6.28, a seção produzida é um polígono diferente
do polígono da base, conforme mostra a figura 6.29.

Pirâmide seccionada por um plano oblíquo Pirâmide truncada após a seção


Figura 6.28 Figura 6.29

118
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

A figura 6.30 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da seção de
um plano oblíquo ao PH em uma pirâmide de
base quadrangular.
Observe que plano setor α está dado na
vista frontal em vista básica, portanto a área
seccionada nesta vista coincide com a
representação do plano, ou seja, também está
em vista básica. Nas vistas superior e lateral as
áreas seccionadas estão representadas por
hachuras, ambas são regiões quadrangulares de
dimensões diferentes das da base, observe que a
Vistas mongeanas de uma pirâmide seccionada
base é um quadrado e as seções das vistas
Por um plano oblíquo ao PH superior e lateral são trapézios, isso ocorre por
Figura 6.30 conta da obliquidade do plano setor α.

3) Plano de Seção Perpendicular ao PH: no caso da pirâmide, como mostra a figura 6.31, a seção
produzida é um polígono diferente do polígono da face frontal, conforme mostra a figura 6.32.

Pirâmide seccionada por um plano perpendicular ao PH Pirâmide truncada após a seção


Figura 6.31 Figura 6.32

A figura 6.33 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da
seção de um plano perpendicular ao PH em
uma pirâmide de base quadrangular.
Observe que plano setor α está dado na
vista superior, portanto, nessa vista, tanto o
plano de seção quanto a área seccionada
aparecem em vista básica. Na vista lateral, a
área seccionada também está em vista
básica, portanto, reduzida a um segmento de
reta. Já na vista frontal, área seccionada
representada por uma hachura, é um
Vistas mongeanas de pirâmide seccionada
por um plano perpendicular ao PH
polígono diferente do polígono da face

119
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

Figura 6.33 frontal.

4) Plano de Seção Perpendicular ao PH Passando pelo Vértice: no caso da pirâmide como mostra
a figura 6.34, a seção produzida é um triângulo semelhante à face frontal, conforme mostra a
figura 6.35.

Pirâmide seccionada por um plano perpendicular


ao PH que passa pelo vértice Pirâmide truncada após a seção
Figura 6.34 Figura 6.35

A figura 6.36 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da
seção de um plano perpendicular ao PH,
passando pelo vértice, em uma pirâmide de
base quadrangular.
Observe que plano setor α está dado na
vista superior, portanto, nessa vista, tanto p
plano de seção quanto a seção propriamente
dita aparecem em vista básica. Na vista
lateral a área seccionada também está
reduzida a um segmento de reta, portanto
em vista básica. Já na vista frontal área
seccionada, representada por uma hachura, é
um triângulo semelhante ao da face frontal,
Vistas mongeanas de pirâmide seccionada observe que as medidas do triângulo da
Por um plano perpendicular ao PH que passa pelo vértice seção são um pouco menores do que as
Figura 6.36
medidas das arestas da face.

6.2.3 Seção Plana de Cilindros


Para trabalhar com a seção de sólidos curvos, como o cone e o cilindro, é necessário utilizar os
conceitos de lei de geração e de geratrizes de limite de visibilidade. Para realizar qualquer seção em
um cilindro, ou um cone, serão utilizadas suas geratrizes retas e suas geratrizes curvas, conforme
mostram as figuras 6.37 e 6.38.

120
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

As geratrizes retas e curvas de um cilindro reto As geratrizes retas e curvas de um cone reto
Figura 6.37 Figura 6.38

Para o estudo da seção plana de cilindros será utilizado como exemplo um cilindro reto. A
exemplo da pirâmide, estudaremos quatro posições básicas:

1) Plano de Seção Paralelo ao PH: no caso do cilindro reto da figura 6.39, a seção produzida é uma
circunferência igual à circunferência da base, como mostra a figura 6.40.

Cilindro seccionado por um plano paralelo Cilindro truncado após a seção


Figura 6.39 Figura 6.40

A figura 6.41 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da seção
de um plano paralelo ao PH em um cilindro reto.
Observe que plano setor α está dado na
vista frontal, portanto em vista básica. Do
mesmo modo, a área seccionada aparece
reduzida a uma reta nessa vista. Na vista lateral,
a área seccionada também aparece em vista
básica. Na vista superior, a área seccionada,
representada por uma hachura, é uma região
igual a da base, ou seja, uma circunferência.
Como o cilindro é um sólido redondo, para
determinar os pontos da seção que “cortam” a
face curva deve-se trabalhar com as geratrizes
de limite de visibilidade. Vistas mongeanas de um cilindro seccionado
por um plano paralelo ao PH - Figura 6.41

Na vista frontal, as geratrizes são g1 e g2, como mostra a figura 6.41. A partir delas
determinamos os pontos 1 e 2 em todas as vistas. Tais pontos pertencem tanto à seção como à face

121
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

curva do cilindro. Na vista lateral, os limites de visibilidade são as geratrizes g3 e g4. A partir delas
foram determinados os pontos 3 e 4 em todas as vistas.

2) Plano de Seção Oblíquo sem Cortar a Base: no caso da figura 6.42, o plano setor está oblíquo ao
PH e “corta” as geratrizes retas e curvas da face curva do cilindro. A seção produzida é uma elipse,
conforme mostra a figura 6.43.

Cilindro seccionado por um plano oblíquo ao PH Cilindro truncado após a seção


Figura 6.42 Figura 6.43

A figura 6.44 mostra como fica a representação, em vistas mongeanas, da seção de um plano
oblíquo ao Ph em um cilindro reto.
Observe que plano setor α está dado na vista frontal, portanto tanto o próprio plano de seção
quanto a seção aparecem em vista básica. Na vista superior a área seccionada, que está hachurada,
tem sua representação igual a da circunferência da base, no entanto a curva da seção é uma elipse.
Isso ocorre porque quando a elipse é projetada na vista superior ela fica aparentemente com as
mesmas dimensões da base.
Na vista lateral a área seccionada,
que está representada por hachura,
corresponde a uma elipse com dimensões
reduzidas no sentido do eixo menor por
conta do plano setor que está oblíquo à
vista lateral.
Para determinar os pontos da seção
que “cortam” o cilindro deve-se trabalhar
com as geratrizes de limite de visibilidade.
Na vista frontal, as geratrizes são g1 e g2, a
partir delas determinamos os pontos 1 e 2,
em todas as vistas. Tais pontos pertencem
tanto à seção como à face curva do cilindro.
Na vista lateral os limites de visibilidade são
as geratrizes g3 e g4, a partir delas foram
determinados os pontos 3 e 4, em todas as
vistas. Vistas mongeanas de um cilindro seccionado
por um plano oblíquo ao PH
Figura 6.44

122
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

3) Plano de Seção Oblíquo ao PH Cortando uma das Superfícies Planas do Cilindro: no caso da figura
6.45, o plano setor está oblíquo “cortando” a face curva do cilindro, mas também “corta” a face
plana, que tem forma de circunferência. Nesse caso, a seção produzida é um arco de elipse somado a
um segmento de reta, conforme mostra a figura 6.46.

Cilindro seccionado por um plano oblíquo ao PH Cilindro truncado após a seção


Figura 6.45 Figura 6.46

A figura 6.47 mostra como fica a representação, em vistas mongeanas, da seção de um plano
oblíquo ao PH, que passa por uma das suas superfícies planas, em um cilindro reto.
Observe que plano setor α está dado na vista frontal, em vista básica, portanto nessa vista a
área seccionada coincide com a representação do plano. Na vista superior, a área seccionada, que
está representada por hachura, é limitada por um arco de circunferência somado a um segmento de
reta. O arco de circunferência corresponde ao arco de elipse projetado na vista superior, o
segmento de reta corresponde à região na qual o plano setor “corta” a base.

Na vista lateral a área seccionada, que está


representada por hachura, corresponde a um
arco de elipse somado a um segmento de reta. O
arco de elipse apresenta um tamanho reduzido
no sentido do eixo maior.
Para determinar os pontos da seção que
“cortam” o cilindro deve-se trabalhar com as
geratrizes de limite de visibilidade. Na vista
frontal, as geratrizes são g1 e g2, porém a seção
não passa pela geratriz g1. A partir de g2
determinamos o ponto 2, em todas as vistas. Tal
ponto pertence tanto à seção como a face curva
do cilindro. Ainda na vista frontal, determinamos
os pontos 1 e 1’ que estão no topo do cilindro,
que é a face plana do cilindro em forma de
circunferência. Na vista lateral direita, os limites Vistas mongeanas de um cilindro seccionado
por um plano oblíquo ao PH que passa pela
de visibilidade são as geratrizes g3 e g4, a partir
superfície plana superior
delas foram determinados os pontos 3 e 4, em Figura 6.47
todas as vistas.

123
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

4) Plano de Seção Perpendicular ao PH: no caso da figura 6.48, o plano setor está perpendicular
“cortando” as geratrizes curvas da face curva. A seção produzida é um quadrilátero (nesse caso um
retângulo), sendo dois dos lados iguais às geratrizes retas e os outros dois lados secantes às
circunferências da base e do topo do cilindro, conforme mostra a figura 6.49.

Cilindro seccionado por um plano perpendicular ao PH Cilindro truncado após a seção


Figura 6.48 Figura 6.49

A figura 6.50 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da
seção de um plano perpendicular ao PH em
um cilindro reto.
Observe que plano setor α está dado na
vista superior, portanto a área seccionada
nesta vista coincide com a representação do
plano, ou seja, também está em vista básica.
Na vista frontal, a área seccionada, que está
representada por hachura, corresponde a um
quadrilátero, sendo os segmentos 13 e 24
iguais às geratrizes retas do cilindro. Os
segmentos 12 e 34 são secantes à face plana
do cilindro que tem forma de circunferência.
Na vista lateral, a área seccionada, está
representada por um segmento de reta, uma
vez que o plano setor se encontra em vista Vistas mongeanas de um cilindro seccionado
básica. Observe que o plano setor não por um plano oblíquo ao PH que passa
pelo topo do cilindro
interceptou as geratrizes de limite de Figura 6.50
visibilidade.

6.2.4 Seção Plana de Cones


O estudo de seções planas nos cones poderia ser um capítulo a parte. Isso porque elas geram
as quatro curvas cônicas, conforme mostra a figura 6.51: circunferência (a), parábola (b), elipse
(c) e hipérbole (d). Cada curva cônica possui propriedades geométricas específicas. O tipo de

124
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

curva cônica depende da posição que o plano de seção toma em relação ao PH quando está
cortando a superfície cônica.

As quatro curvas cônicas: circunferência (a), parábola (b), elipse (c) e hipérbole (d)
Figura 6.51

Conforme foi dito anteriormente, para trabalhar com a seção de sólidos redondos, como o
cone e o cilindro, é necessário utilizar os conceitos de lei de geração e de geratrizes de limite de
visibilidade. Para realizar qualquer seção em cones serão utilizadas suas geratrizes curvas e suas
geratrizes retas, as quais são mostradas nas figuras 6.52 e 6.53. Será tomado como referência o cone
esquemático da figura 6.54.

Vista esquemática do cone com seus


As geratrizes retas do cone As geratrizes curvas do cone
elementos formadores
Figura 6.52 Figura 6.53
Figura 6.54

Para o estudo da seção plana do cone será utilizado como exemplo um cilindro reto.
Diferentemente dos outros sólidos estudados, estudaremos cinco posições básicas para o plano de
seção, são elas:

1) Plano de Seção Paralelo ao PH - circunferência: caso do cone reto da figura 6.55, a seção
produzida é uma circunferência semelhante à circunferência da base, como mostra a figura 6.56.

125
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

Cone seccionado por um plano paralelo Cone truncado após a seção


Figura 6.55 Figura 6.56

A figura 6.57 mostra um cone


esquemático sendo cortado pelo plano
setor α. Quando o plano setor está
paralelo ao PH – ou ainda, perpendicular
ao eixo gerador “e” – irá produzir uma
seção em forma de circunferência.
Importante: a circunferência é um
caso particular que acontece apenas
Cone esquemático mostrando a posição do
quando o plano setor está perpendicular
plano de seção paralelo ao PH
ao eixo “e”. Figura 6.57

A figura 6.58 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da seção
de um plano paralelo ao PH em um cone reto.
Observe que plano setor α está dado na
vista frontal, portanto a área seccionada nesta
vista coincide com a representação do plano,
ou seja, está em vista básica. Na vista lateral, a
área seccionada está reduzida a um segmento
de reta, porque também está em vista básica.
Na vista superior, a área seccionada,
representada por uma hachura, é uma região
semelhante à da base, ou seja, uma
circunferência com diâmetro menor do que a
circunferência da base.
Vistas mongeanas de um cone seccionado Como o cone é um sólido redondo, para
por um plano paralelo ao PH determinar os pontos da seção que “cortam” a
Figura 6.58
face curva deve-se trabalhar com as geratrizes
de limite de visibilidade.

Na vista frontal, as geratrizes são g1 e g2, a partir delas determinamos os pontos 1 e 2 em


todas as vistas, os quais pertencem tanto à seção como à face curva do cilindro. Na vista lateral, os

126
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

limites de visibilidade são as geratrizes g3 e g4, a partir delas foram determinados os pontos 3 e 4,
em todas as vistas.
2) Plano de Seção Oblíquo ao PH - elipse: no caso da figura 6.59, o plano setor está oblíquo ao PH, ou
seja, “cortando” as geratrizes retas e curvas da face curva do cone. A seção produzida é uma elipse,
conforme mostra a figura 6.60.

Cone truncado após a seção


Cone seccionado por um plano oblíquo ao PH. Figura 6.59 Figura 6.60

A figura 6.61 mostra um cone esquemático sendo


cortado por um plano setor oblíquo ao PH. Quando o plano
setor forma um ângulo Ɵ com o PH, irá produzir uma seção
em forma de elipse. β é o ângulo que a geratriz do cone
forma com o PH. Enquanto Ɵ for menor do que β teremos
vários casos de elipse.
Resumindo: diferentemente da seção em forma de
circunferência, que é um caso particular, ou seja, o caso em
que o plano setor é paralelo ao PH, com o plano setor
Cone esquemático mostrando a posição do
oblíquo podemos ter vários casos de elipse, desde que Ɵ < plano oblíquo ao PH
β. Figura 6.61

A figura 6.62 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da seção
de um plano oblíquo ao PH em um cilindro reto.
Observe que plano setor α está dado na
vista frontal, portanto a área seccionada nesta
vista coincide com a representação do próprio
plano de seção, ou seja, também está em vista
básica. Na vista superior, a área seccionada
corresponde a uma elipse, que está
representada por hachura. Na vista lateral, a
área seccionada, também está representada
por hachura, e também corresponde a uma
elipse. Esta possui dimensões reduzidas no
sentido do eixo menor por conta do plano setor
Vistas mongeanas de um cone seccionado que está oblíquo à vista lateral. Para determinar
por um plano oblíquo ao PH os pontos da seção que “cortam” o cone deve-
Figura 6.62
127
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

se trabalhar com as geratrizes de limite de


visibilidade. Na vista frontal, as geratrizes são
g1 e g2, a partir delas determinamos os pontos
1 e 2, em todas as vistas. Tais pontos pertencem
tanto à seção como à face curva do cone. Na
vista lateral, os limites de visibilidade são as
geratrizes g3 e g4, a partir delas foram
determinados os pontos 3 e 4, em todas as
vistas.

3) Plano de Seção Oblíquo ao PH e Paralelo à Geratriz do Cone - parábola: no caso da figura 6.63, o
plano setor está “cortando” as geratrizes retas e curvas da face curva do cone. A seção produzida é
uma parábola, conforme mostra a figura 6.64.

Cone seccionado por um plano oblíquo ao PH Cone truncado após a seção


Figura 6.63 Figura 6.64

A figura 6.65 mostra um cone


esquemático sendo cortado pelo plano setor.
Quando o plano setor está oblíquo ao PH e
paralelo à geratriz do cone, ele forma um
ângulo Ɵ com a base do cone. A seção
resultante tem a forma de uma parábola. Se
o plano setor é paralelo à geratriz do cone, os
ângulos Ɵ e β, que é o ângulo que a geratriz
do cone forma com o plano do chão, são
iguais.
Importante: a parábola é um caso
particular que acontece apenas quando o
ângulo que o plano setor forma com o chão Cone esquemático mostrando a posição do
“Ɵ” for igual ao ângulo que a geratriz do cone plano paralelo à geratriz
forma como chão “β”. Figura 6.65

128
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

A figura 6.66 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da seção
de um plano oblíquo ao PH e paralelo à geratriz
de um cone reto.
Observe que plano setor α está dado na
vista frontal, portanto a área seccionada nesta
vista coincide com a representação do plano, ou
seja, está em vista básica. Na vista lateral, a
área seccionada, que está hachurada,
corresponde a uma parábola. Na vista superior,
a área seccionada também corresponde a uma
parábola. No entanto, esta possui dimensões
reduzidas no sentido vertical devido ao plano
setor estar oblíquo à vista lateral. Para
Vistas mongeanas de um cone seccionado determinar os pontos da seção que “cortam” o
por um plano oblíquo ao PH e paralelo a uma de suas cone deve-se trabalhar com as geratrizes de
geratrizes - Figura 6.66
limite de visibilidade.
Na vista frontal é possível identificar as geratrizes são g1 e g2. A partir de g1 determinamos o
vértice da parábola, o ponto 1. Ainda na mesma vista, a base do cone, está em vista básica, portanto,
representada por um segmento de reta, neste determinamos os pontos 2 e 2’. Deve-se determinar os
pontos 1, 2 e 2’ em todas as vistas. Na vista lateral os limites de visibilidade são as geratrizes g3 e g4,
a partir delas foram determinados os pontos 3 e 4, em todas as vistas.

4) Plano oblíquo ao PH – hipérbole qualquer: quando o plano setor está oblíquo ao plano do chão.
No caso da figura 6.67, o plano setor está oblíquo “cortando” as geratrizes retas e curvas da face
curva do cone. A seção produzida é uma hipérbole qualquer, conforme mostra a figura 6.68.

Cone seccionado por um plano oblíquo ao PH Cone truncado após a seção


Figura 6.67 Figura 6.68

129
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

A figura 6.69 mostra um cone esquemático


sendo cortado por um plano de seção. Quando
este plano está oblíquo ao plano horizontal,
formando um ângulo Ɵ com este, o resultado é
uma seção em forma de hipérbole. β é o ângulo
que a geratriz do cone forma com o plano do
chão. Enquanto Ɵ for maior do que β teremos
vários casos de hipérbole.
Resumindo: com o plano setor oblíquo ao Cone esquemático mostrando a posição do
plano oblíquo ao PH
PH podemos ter vários casos de hipérbole, desde Figura 6.69
que Ɵ > β.

A figura 6.70 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da seção
de um plano oblíquo em um cone reto.
Observe que plano setor α está dado na
vista frontal, portanto a área seccionada nesta
vista coincide com a representação do plano,
ou seja, também está em vista básica. Na vista
superior, a área seccionada corresponde a uma
hipérbole, representada por hachura, com
dimensões reduzidas no sentido vertical por
conta do plano setor que está oblíquo à vista
lateral. Na vista lateral, a área seccionada, que
também está representada por hachura,
corresponde a uma hipérbole. Para determinar
os pontos da seção que “cortam” o cone deve-
se trabalhar com as geratrizes de limite de
visibilidade. Na vista frontal, as geratrizes são
g1 e g2. A partir delas determinamos os pontos
2 e 3, em todas as vistas. Tais pontos
pertencem tanto à seção como à face curva do
cone. Na vista lateral, os limites de visibilidade
são as geratrizes g3 e g4. A partir delas foram
Vistas mongeanas cone seccionado
por plano oblíquo determinados os pontos t e t’, em todas as
Figura 6.70 vistas. Nas bases foram determinados dois
pares de pontos, que são: 1, 1’ e 4, 4’.

5) Plano de Seção Perpendicular ao PH – hipérbole equilátera: no caso da figura 6.71, o plano setor
está perpendicular ao PH, “cortando” as geratrizes curvas e passando pelas geratrizes retas da face
curva do cone. A seção produzida é uma hipérbole equilátera, conforme mostra a figura 6.72. Uma
hipérbole dessa natureza possui seus dois ramos com iguais características geométricas.

130
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

Cone seccionado por um plano oblíquo Cone truncado após a seção


Figura 6.71 Figura 6.72

A figura 6.73 mostra um cone esquemático


sendo cortado pelo plano setor. Quando o plano
setor está perpendicular ao plano horizontal, ou
seja, quando ele for paralelo ao eixo “e”, a
seção resultante tem a forma de uma hipérbole
equilátera.
Resumindo: a hipérbole equilátera é um caso
particular que acontece apenas quando o plano
setor está perpendicular ao chão, ou ainda, Cone esquemático mostrando a posição do plano
setor perpendicular ao PH
quando o plano setor é paralelo ao eixo “e”.
Figura 6.73

A figura 6.74 mostra como fica a


representação, em vistas mongeanas, da seção
de um plano perpendicular ao PH em um cone
reto.
Observe que plano setor α está dado na
vista frontal, portanto a área seccionada nesta
vista coincide com a representação do plano, ou
seja, também está em vista básica. Na vista
superior, a área seccionada também está em
vista básica, correspondendo a um segmento de
reta. Na vista lateral, a área seccionada, que
está representada por hachura, corresponde a
uma hipérbole com dimensões em verdadeira
grandeza porque o plano setor está paralelo à
vista lateral.
Para determinar os pontos da seção que
“cortam” o cone deve-se trabalhar com as
geratrizes de limite de visibilidade. Na vista
Vistas mongeanas de um cone seccionado
por um plano perpendicular ao PH frontal, as geratrizes são g1 e g2. A partir delas
Figura 6.74 determinamos os pontos 2 e 3, em todas as

131
CAPÍTULO 6 – Seção Plana

vistas. Tais pontos pertencem tanto à seção


como à face curva do cone. Na vista lateral, os
limites de visibilidade são as geratrizes g3 e g4.
Observe que não há pontos que tangenciam
essas geratrizes. Nas bases foram determinados
dois pares de pontos, que são: 1, 1’ e 4, 4’, em
todas as vistas.

132
EXERCÍCIOS – TERCEIRA UNIDADE

1. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 2. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

3. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 4. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

5. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 6. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

133
7. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 8. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

9. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 10. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza.

11. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 12. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza.

134
13. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza. 14. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

15. Desenhe a faces α em verdadeira grandeza. 16. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

17. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 18. Desenhe a face α em verdadeira grandeza..

135
19. Desenhe as faces α, β e λ em verdadeira 20. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.
grandeza.

21. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 22. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

23. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 24. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

136
25. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza. 26. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

27. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza. 28. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza.

29. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 30. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza.

137
31. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza. 32. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza.

33. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 34. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

35. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza. 36. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza.

138
37. Desenhe as faces α e β em verdadeira grandeza. 38. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

39. Desenhe a face α em verdadeira grandeza. 40. Desenhe a face α em verdadeira grandeza.

41. Faça a seção do prisma de acordo com o corte do 42. Faça a seção do prisma de acordo com o corte
plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

139
43. Faça a seção do prisma de acordo com o corte do 44. Faça a seção do prisma de acordo com o corte
plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

45. Faça a seção do prisma de acordo com o corte do 46. Faça a seção do prisma de acordo com o corte
plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

47. Faça a seção do prisma de acordo com o corte do 48. Faça a seção do prisma de acordo com o corte
plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

140
49. Faça a seção do prisma de acordo com o corte do 50. Faça a seção do prisma de acordo com o corte
plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

51. Faça a seção da pirâmide de acordo com o corte 52. Faça a seção da pirâmide de acordo com o corte
do plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

53. Faça a seção da pirâmide de acordo com o corte 54. Faça a seção da pirâmide de acordo com o corte
do plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

141
55. Faça a seção da pirâmide de acordo com o corte 56. Faça a seção da pirâmide de acordo com o corte do
do plano α. Determine a V.G. da seção. plano α. Determine a V.G. da seção.

57. Faça a seção da pirâmide de acordo com o corte 58. Faça a seção da pirâmide de acordo com o corte do
do plano α. Determine a V.G. da seção. plano α. Determine a V.G. da seção.

59. Faça a seção do tronco de pirâmide abaixo de 60. Faça a seção do tronco de pirâmide abaixo de
acordo com o corte do plano α. Determine a V.G. da acordo com o corte do plano α. Determine a V.G. da
seção. seção.

142
61. Faça a seção do tronco de pirâmide abaixo de 62. Faça a seção do tronco de pirâmide abaixo de
acordo com o corte do plano α. Determine a V.G. da acordo com o corte do plano α. Determine a V.G. da
seção. seção.

63. Faça a seção do tronco de pirâmide abaixo de 64. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o corte
acordo com o corte do plano α. Determine a V.G. da do plano α. Determine a V.G. da seção.
seção.

65. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o 66. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

143
67. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o 68. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o corte
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

69. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o 70. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o corte
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

71. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o 72. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o corte
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

144
73. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o 74. Faça a seção do cone abaixo de acordo com o corte
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

75. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o 76. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

77. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o 78. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

145
79. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o 80. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

81. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o 82. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

83. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o 84. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

146
85. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o 86. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

87. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o 88. Faça a seção do cilindro abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

89. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o 90. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

147
91. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o 92. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o corte
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

93. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o 94. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o corte
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

95. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o 96. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o corte
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

148
97. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o 98. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o corte
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. do plano α. Determine a V.G. da seção.

99. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o 100. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

101. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o 102. Faça a seção do objeto abaixo de acordo com o
corte do plano α. Determine a V.G. da seção. corte do plano α. Determine a V.G. da seção.

149
150

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