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Série Mitologia - Celtas

Fernando Martins – ofernando@globo.com


Terapeuta Holístico – CRT 37.039
http://fmth.webnode.com

MITOS CELTAS

PISTAS BÁSICAS PARA COMPREENDER


O MITO CELTA

Pelo que sabemos, o celta é, com suas diferenças, um dos homens mais religiosos da
Antigüidade conhecida, se excetuarmos o egípcio das primeiras dinastias. Longe de sua
imagem rústica, belicosa, saqueadora e sempre embriagada que nos foi transmitida pelos
romanos, sua vida estava quase que constantemente orientada para o mundo mágico e
espiritual pelo sistema semiteocrático imposto pelo druidismo, essa prodigiosa organização
religiosa que soube dotar a civilização na qual se desenvolveu de uma compreensão
mitológica da existência. O mito não deixa de ser, em princípio, um tipo de história
sagrada; isto é, pertence não apenas ao ser humano, mas também às entidades que estão
acima dele, às divindades. É uma tradição sacra, conhecida como revelação primordial. Ao
redor do celta, tudo era prodigioso e vinha de algum tipo de encantamento: desde suas
origens próprias e incertas até os bosques ou os animais com os quais convivia, desde os
combates contra o inimigo ou as expedições aos confins do mundo até seu calendário de
festas. Os deuses se manifestavam a todo momento e, se não eram eles, o mesmo faziam as
entidades de outros planos, como as do mundo feérico: as fadas, os elfos ou qualquer outro.
A vida não podia ser considerada outra coisa a não ser uma mera transição mais ou menos
agradável até o momento da morte, que se aceitava sem complexos nem culpas, uma vez
que não constituía mais que um passo prévio para a existência no Outro Mundo. Sugere-se
em alguns textos a crença na reencarnação, apesar de não estar muito claro se os celtas a
entendiam tal como nós a entendemos hoje. De qualquer forma, trata-se de um conceito de
origem indo-ariana e é muito provável que o tenham trazido consigo quando chegaram à
Europa ou até mesmo que ele tenha existido entre alguns povos que aqui habitaram
anteriormente. Sabemos que ela esteve muito arraigada em amplas zonas do Velho
Continente, chegando ao ponto de o Concilio de Nicéia — no ano de 325 d.C. — ter de
definir o que deveria ser entendido obrigatoriamente como a essência divina de Cristo,
contra as objeções dos arianos, ao mesmo tempo que condenava a idéia reencarnacionista
de forma explícita por ser contra o dogma cristão.
Para os celtas, a vida significava movimento e dinamismo e por isso não havia alternativa
possível: descartada a opção de ficar quieto, sob pena de ser destruído pela incessante
ondulação da existência, a única coisa que restava a fazer era seguir andando com ela. É
outra ponte através do espaço e do tempo com a filosofia oriental, segundo a qual a
mudança é a única que nunca muda no mundo. Disso arranca seu desapego ao material e
sua compreensão do quanto a vida é passageira, expressos na ausência de grandes
assentamentos permanentes, de impressionantes templos de pedra ou da simples
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necessidade de deixar uma prova da própria existência após a morte, além da recordação
familiar.

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