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TOCQUEVILLE, Alexis de. A democracia na América: Leis e costumes. Martins Fontes.

Capítulo VII – Do julgamento político nos Estados Unidos

O capítulo referente ao julgamento político refere-se a uma abordagem do autor sobre


seu entendimento quanto ao assunto, tratando inicialmente do conceito de julgamento político,
considerando este como uma sentença pronunciada por um corpo político que foi designado
para aquela função, um corpo político dotado momentaneamente pelo ato de julgar aquele caso
em questão.
Em governos absolutos, há a dificuldade em dar formas extraordinárias ao julgamento,
pois há a vontade soberana de quem está no poder, existindo apenas o temor quanto a
conservação das aparências exteriores da justiça e em uma possibilidade de desonra de sua
autoridade.
No caso dos países livres, já ocorreu a situação do poder judiciário ser colocado nas
mãos dos próprios representantes da sociedade. A Inglaterra, Estado Unidos e França
introduziram o julgamento político nas suas leis. Na Inglaterra e França, a câmara dos pares
constituiu a alta corte criminal, a qual não julgava todos os delitos políticos, mas tinha
capacidade para julgar todos, possuindo à sua disposição todas as leis penais para punir todos
os que infringissem as leis.
Outro poder político, junto com a câmara dos pares, era o direito de acusar, em que entre
esses dois países se diferenciavam pelo fato de que na Inglaterra os deputados poderiam acusar
quem quisessem; já na França, essas acusações e processos só poderiam ser direcionados aos
ministros do Rei.
Nos Estados Unidos, dentro os ramos de julgar e acusar, os representantes denunciam o
culpado e o senado pune-os. Contudo, o senado só pode ser provocado pelos representantes,
que só podem acusar funcionários públicos. Dessa maneira, a competência do Senado se mostra
restrita do que na França e sua câmara dos pares. Por outro lado, os representantes possuem um
direito de acusação mais extenso do que os deputados franceses.
A grande diferença entre os Estados Unidos e a Europa é a aplicação de todos os
dispositivos penais na Europa do código penal; já nos Estados Unidos, ao retirar alguém da sua
função pública, seu direito se esgota e assim os tribunais ordinários podem agir. Ou seja, na
Europa, vê-se todas as prerrogativas dentro dos tribunais.
Contudo, na Europa, quando um funcionário público é condenado, suas funções lhe são
tiradas. Significa dizer que sua interdição política pode ser consequência da sentença, e não a
própria sentença, sendo o julgamento político mais próximo a um ato judiciário do que uma
medida administrativa, contrariamente ao que ocorre nos Estados Unidos.
Dessa maneira, o julgamento político nos Estados Unidos possui objetivo primordial de
retirar do poder aquele que o utiliza de forma errada e impedir que esta mesma pessoa possa
retornar ao poder futuramente. Já na Europa, o julgamento político possui o objetivo de punir
os responsáveis; nos Estados Unidos , tirar o poder destes, sendo então uma medida preventiva.

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