No ano de 2006, a receita fiscal registou um crescimento de 7.2%
relativamente ao ano anterior. Este crescimento traduz-se num aumento de € 2 179 milhões relativamente à receita de 2005 e € 193 milhões acima do valor da receita do Orçamento. Relativamente aos valores arrecadados em 2005, os impostos directos e indirectos registaram crescimentos de 9.5% (€ 1097 milhões) e de 5.7% (€ 1082 milhões), respectivamente. Para o bom desempenho da receita fiscal contribuiu o excelente desempenho da cobrança coerciva cuja receita total arrecadada superou o objectivo fixado em € 1500 milhões. Dentro dos impostos directos, a receita do IRS do Estado registou um crescimento de 6.4% relativamente a 2005, cerca de € 34 milhões inferior ao valor orçamentado. Contudo, uma parte significativa deste desvio é explicada pela entrega às Regiões Autónomas de cerca de € 27 milhões, a título de acerto relativo a anos anteriores. A receita de IRC registou um acréscimo muito acentuado que se situou em 16,1%, excedendo o valor orçamentado em € 490 milhões. Para este resultado contribuíram um conjunto de medidas que foram implementadas ao longo do ano, das quais se destacam: as acções anti-abusivas relativas aos prejuízos fiscais; a actuação preventiva e de esclarecimento relativas aos pagamentos por conta e pagamentos especiais por conta; as medidas de combate à evasão e fraude fiscais. Este conjunto de acções e medidas traduziram-se, também, numa melhoria do cumprimento voluntário por parte dos contribuintes. A receita dos impostos indirectos registou uma variação de 5.7%, o que se traduz num aumento de € 1 082 milhões relativamente a 2005, mas cerca de € 281 milhões abaixo da estimativa de execução inscrita no Orçamento do Estado para 2006. A explicação deste desvio reside, em parte, na evolução da receita líquida de reembolsos e outras operações de tesouraria do IVA, uma vez que a receita bruta apresentou um desempenho próximo do previsto De facto, a receita líquida de IVA registou um crescimento de 6.2%, o qual se traduz numa diferença para menos, relativamente ao valor
Notícias DGCI: - “Receita Fiscal em 2006” (22-01-2007) 1
orçamentado, de € 189 milhões de euros. As razões para este desvio, já enunciadas em anteriores edições deste boletim, estão directamente relacionadas com o crescimento das exportações acima do inicialmente esperado e com a implementação gradual do Despacho Normativo n.º 53/2005, de 15 de Dezembro, que permite o processamento mais célere dos reembolsos, em particular das empresas exportadoras, elevando os reembolsos para níveis muito acima do previsto. Como referido a receita bruta registou um bom desempenho. O ISP, apesar do crescimento da receita em 2,5% relativamente ao registado em 2005, apresenta um desvio negativo de € 234 milhões relativamente à previsão do Orçamento de 2006. Três razões justificam este desvio: a introdução de incentivos fiscais aos biocombustíveis; a evolução das quantidades consumidas destes produtos abaixo do previsto e a não actualização das taxas de ISP em função da taxa de inflação. Relativamente ao imposto sobre o tabaco o resultado agora registado, confirma a recuperação que tem vindo a ser mencionada em edições anteriores deste Boletim. A receita do IA registou um decréscimo de 0,7% relativamente a 2005, devido à evolução das vendas de automóveis e à sua composição. Quanto ao IABA, a receita do Estado registou um crescimento de 2.3%, ficando abaixo do valor orçamentado em cerca de € 20 milhões, dos quais 82% são justificados pela transferência adicional de receita deste imposto para as Regiões Autónomas relativo a acertos de receitas referentes a anos anteriores. A receita do imposto do Selo registou, face ao ano anterior, um crescimento de cerca de 11%, o que se traduziu em € 95 milhões de euros acima do valor orçamentado. Para estes resultados contribuíram, de forma significativa, as receitas provenientes de imposto do selo incidente sobre as transmissões gratuitas. Este acréscimo teve como origem as cobranças conseguidas com referência aos anos de 2004 e seguintes, após terem sido concretizadas as condições que permitiram avançar com as respectivas liquidações. A título de balanço por Direcções Gerais, a receita fiscal cobrada pela DGCI registou um crescimento de 7.8% e a cobrada pela DGAIEC um crescimento de 5%. As justificações anteriormente apresentadas permitem concluir que, em termos gerais, foram cumpridos os objectivos inicialmente definidos.
Notícias DGCI: - “Receita Fiscal em 2006” (22-01-2007) 2
Na análise da eficiência da DGCI e da DGAIEC na cobrança de impostos deve também entrar-se em linha de conta com as transferências feitas para as Regiões Autónomas, para pagamento de regularizações de anos anteriores, que o Governo assumiu no conjunto global de € 44 milhões. Assim, relativamente ao Orçamento para 2006, a receita fiscal administrada pela DGCI excederia em € 264 milhões o objectivo, enquanto na DGAIEC o desvio negativo seria apenas de € 27 milhões, pelas razões referidas.
Fonte: DGO – “Síntese da Execução Orçamental do Subsector Estado,
Janeiro a Dezembro de 2006”
Notícias DGCI: - “Receita Fiscal em 2006” (22-01-2007) 3