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Para economista juros são “variável-chave” do endividamento público e colocam em risco “regra
de ouro” que pode levar governo ao crime de responsabilidade fiscal. Este conteúdo está sendo
organizado na Plataforma Brasilianas e fez parte do seminário de abertura da parceria do GGN
com a PUC-SP
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economista contraria o pensamento propagado pela equipe econômica do atual governo de que o
29/11/2017 - 12:27
Estado brasileiro precisa reduzir drasticamente os gastos primários (encargos com políticas O relacionamento entre Tesouro e
públicas) como se o corte nas contas públicas tivesse o mesmo efeito da economia feita dentro de Banco Central, por Fernando Nogueira
da Costa
uma casa.
29/11/2017 - 12:22
"A senhora dona de casa e o empresário acreditam
Política fiscal, por Fernando Nogueira
nisso, porque é um discurso muito convincente. Só da Costa
que o Estado não é uma casa, é o contrário. Quando
Estado gasta ele arrecada mais pelo fator multiplicador de renda. Quando corta gastos arrecada 27/11/2017 - 19:39
Carga Tributária: o que é e o que
menos. Esse é o beaba de [John] Keynes, do maior economista do século 20”, pontuou durante
deveria ser, por Fernando Nogueira da
sua participação no fórum Brasilianas - Saídas para o Brasil crescer. Costa
Um exemplo bem-sucedido dessa aplicação foi o New Deal, programa implementado pelo então 25/11/2017 - 11:50
presidente Franklin Delano Roosevelt que aumentou de forma massiva os investimentos federais O peso dos juros sobre o orçamento no
Brasil, por Fernando Nogueira da Costa
em obras públicas, tirando os Estados Unidos da grande depressão de 1929.
29/03/2017 - 22:02
E i d i t d
https://jornalggn.com.br/blog/lilian-milena/o-peso-dos-juros-sobre-o-orcamento-no-brasil-por-fernando-nogueira-da-costa 1/5
21/12/2017 O peso dos juros sobre o orçamento no Brasil, por Fernando Nogueira da Costa | GGN
Economia: o desaparecimento do
emprego
Nogueira da Costa prossegue explicando que a dívida bruta do Estado brasileiro (incluindo
governo federal, INSS, estados e municípios), entre 2003 e 2013, ficou em torno de 57% do 13/10/2016 - 09:14
Economia mais eficiente é economia
Produto Interno Bruto - índice que representa a soma de todas as riquezas produzidas no país.
sem desigualdades, diz Gaël Giraud
Chegando, em setembro de 2017, a 73,9% do PIB, ou R$ 4,8 trilhões. A dívida líquida do Estado,
por sua vez, estava calculada em 50,9% do PIB (R$ 3,3 trilhões) em setembro deste ano. 20/05/2015 - 09:07
O Estado como investidor e formador
Lembrando que a dívida bruta é o resultado de todo o tipo de débito assumido pelo Estado com de mercados, por Mariana Mazzucato
setor privado e público financeiro no mundo incluindo operações do Banco Central com títulos
09/02/2015 - 16:58
públicos. Já dívida líquida corresponde ao total de endividamento do país descontando tudo que Bresser-Pereira propõe nova teoria
tem em caixa, ou seja, os reais e dólares mantidos no país ou no exterior. desenvolvimentista
Leia também 'Carga Tributária: o que é e o que deveria ser, por Fernando Nogueira da Costa' 30/01/2015 - 12:37
Brasil 2015: o desafio de mudar o tripé
Usando dados do próprio Banco Central, o professor destaca que, no decorrer do último ano, a econômico
elevação de 4,7% da dívida bruta em relação ao PIB foi proporcionada pela incorporação de seis
fatores: aumento de 4,7% dos juros nominais (juros real mais a inflação), de 1,3% do déficit
primário, da valorização cambial acumulada de 2,8% (aumento de 0,4 p.p.), reconhecimento de ÚLTIMAS DESTA EDITORIA
dívidas (+0,1%), efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 1,5%) e, por fim, ajuste da
paridade de moedas da dívida externa líquida (redução de 0,2%). GEOPOLÍTICA
Os especuladores globais das
commodities e a fragilidade brasileira,
Política scal, por Fernando Nogueira da Costa no Brasilianas por Bruno Lima Rocha
OPINIÃO
Banqueiros contra brasileiros -
retrógrados pensamentos para ações
golpistas, por Pedro Augusto Pinho
CRISE
Especulação, por Leo Villanova
INDICADORES
Brasil parece uma sociedade de castas,
diz Le Monde
ANÁLISE
O perigoso engano da estabilidade de
preços, por William White
LEIA MAIS
Para deixar mais visível o papel dos juros como chave determinante do endividamento público, o
professor aponta que, em 2015, do total da carga tributária bruta (32,7% em relação ao PIB),
16,6% foi de transferências para o INSS. Da outra metade (16%), 8,4% foi despesa com juros,
sobrando apenas 7,7% aplicados com o custeio da máquina pública, incluindo saúde, segurança
pública e educação.
Sobre o peso do INSS no PIB, o economista lembra que, em 2014, os gastos com o setor se
estabilizaram em R$ 388 bilhões, com arrecadação líquida de R$ 333 bilhões e financiamento do
restante, R$ 54,5 bilhões, por outras fontes do governo, valor inclusive menor do que o patamar
de 2007 (R$ 69 bilhões). Em 2015, o déficit da previdência aumentou para R$ 58 bilhões mas,
segundo Nogueira da Costa, foi em resposta a políticas neoliberais que, ao contrário de combater
a crise, reforçaram o estado de retração do setor privado e consequente aumento do desemprego,
portanto menos pessoas ocupadas contribuindo com a Previdência. Com isso, o peso do INSS
dentro dos déficits primários saiu de 0,8% em 2011 para 2,4% do PIB em 2016.
O professor reconhece a importância da queda gradual da taxa de juros nos últimos quinze
meses, passando de 14,25% para 7,5% ao ano, porém durante o período em que esteve no
patamar mais alto a taxa básica contribuiu para um aumento significativo do déficit nominal
(soma do juro real mais a inflação). Além disso, o Estado esbarra agora em um momento sem
superávit primário, portanto recebendo menos do que precisa para cumprir suas obrigações. Sem
conseguir cobrir toda a dívida, os juros incidem sobre um valor maior, aumentando mais o déficit
das contas públicas, assim como acontece quando você não consegue pagar toda a conta do
cartão de crédito.
Em casos como esse é normal que o Estado vá até o mercado fazer empréstimos mas é nesse
ponto que a chamada “regra de ouro”, norma constitucional que determina que as emissões da
dívida pública não podem superar as despesas com investimentos é colocada em xeque. E se o
governo Temer descumprir essa regra estará incorrendo ao crime de responsabilidade fiscal,
ressalta o professor.
Saídas
Fernando Nogueira defende o ajuste da taxa de juros no Brasil. “Esse é um tipo de debate que
tem que ser feito, porque é o benefício da capital financeiro em relação ao capital produtivo [este
https://jornalggn.com.br/blog/lilian-milena/o-peso-dos-juros-sobre-o-orcamento-no-brasil-por-fernando-nogueira-da-costa 2/5
21/12/2017 O peso dos juros sobre o orçamento no Brasil, por Fernando Nogueira da Costa | GGN
último] que gera emprego”, criticando a visão predominante no Banco Central Brasileiro de que
seu papel deve ser apenas o de controlar a inflação através da Selic. E uma forma de corrigir essa
linha seria ter metade da equipe do Banco Central composta por economistas
desenvolvimentistas.
Leia também: O relacionamento entre Tesouro e Banco Central: o que é e o que deveria ser
“Porque todo o Banco Central independente no mundo tem que combater inflação e o
desemprego, só no Brasil esse último ponto não é debatido. Estamos falando do melhor emprego
do mundo, portanto, onde sua função é subir juros e ganhar dinheiro próprio, sem compromisso
com o emprego”, avaliou.
https://jornalggn.com.br/blog/lilian-milena/o-peso-dos-juros-sobre-o-orcamento-no-brasil-por-fernando-nogueira-da-costa 3/5
21/12/2017 O peso dos juros sobre o orçamento no Brasil, por Fernando Nogueira da Costa | GGN
Comentários 1 comentário
ESPAÇO COLABORATIVO DE COMENTÁRIOS
Frederico Carvalho
Enquanto o Brasil tiver professor de "economia" que pensa -- e transmite ficções econômicas deletérias
em prol do status quo aos seus incautos alunos -- como o professor "progressista" do IE da Unicamp
Fernando Nogueira da Costa será impossível que o país entre em trilhos econômicos benfazejos! Mein
Gott! O homem não tem a menor ideia a respeito do que fala... Como todos os "progressistas" que na
verdade são neoliberais.
o peso....
sab, 25/11/2017 - 09:16
ze sergio
"Gastos com Aposentadorias nos Estados e Municípios supera Divida Pública (uol25/11)". O problema
deste país nunca foi DINHEIRO. Dinheiro sempre tivemos sobrando. E muito. Dinheiro que sempre
custeou uma Corte Nababesca. É INACREDITÁVEL !!! O país mais rico do Mundo com a População mais
miserável que poderia haver. Brasileiros, como isto é possível ainda em pleno 2017?! Como é possível
alimentarmos tanto atraso?
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