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MEDULA ESPINHAL

Na medula espinhal residem todos os neurónios motores que enervam os músculos e também os
eferentes autónomos. Recebe também toda a sensibilidade do corpo e alguma da cabeça e actua
no processamento inicial da informação de todos estes inputs.

Num adulto, a medula espinhal parece ser pequena, medindo apenas 42 a 45cm de comprimento
e cerca de 1cm de diâmetro no seu ponto mais largo e o seu peso é de cerca de 35g. É
anatomicamente segmentada, embora não o seja muito evidente, apresentando as suas radículas
posteriores a entrarem através de um sulco longitudinal posterolateral bem definido enquanto
as suas radículas anteriores a abandonam bem desalinhadas descrevendo-se usualmente um
sulco longitudinal anterolateral, muito embora este esteja estruturalmente mal definido.

As radículas dorsais e ventrais por sua vez coalescem em raízes ventrais e dorsais
respectivamente e as últimas unem-se para formar os nervos raquidianos. Cada raiz dorsal,
apresenta um gânglio dorsal raquidiano proximal à junção da raiz dorsal com a raiz ventral e este
gânglio contém os corpos celulares dos primeiros neurónios aferentes (neurónios sensitivos
primários) cujos prolongamentos axonais entram através das radículas posteriores para sinaptizar
na medula.

A porção da medula espinhal que dá origem a um nervo espinhal constitui um segmento e é


neste sentido que se diz que a medula é segmentada. Existem 31 segmentos – 8 cervicais, 12
torácicos, 5 lombares e 1 coccígeo. No entanto esta segmentação não é visível, apresentando-se
toda a estrutura como um contínuo longitudinal com dois alargamentos (intumescência cervical
e intumescência lumbossagrada) e uma terminação caudal (cone medular). Estes dois
alargamentos existem devido ao maior número de neurónios e fibras que enervam os membros
superiores e inferiores respectivamente nessas zonas:
 Intumescência cervical – C5 a T1;
 Intumescência lumbossagrada – L2 a S3.

Cada segmento da medula espinhal enerva um dermátomo – aquando do desenvolvimento


embrionário cada nervo raquidiano fica relacionado com um sómito o que consequentemente
leva a que este nervo tenha relação com a pele, músculos e osso que correspondem a este
sómito, enervando estas estruturas, deste modo, apesar de não visível, sabe-se que a medula
espinhal é segmentada. Cada nervo raquidiano, a excepção de C1 que apresenta geralmente um
gânglio dorsal raquidiano rudimentar, enerva um dermátomo (área cutânea que é enervada por
um nervo raquidiano). Este arranjo em dermátomos é particularmente evidente no tronco, onde
os pares de dermátomos formam bandas que rodeiam o peito e o abdómen – neste caso pode-se
dizer que são um vestígio de uma organização metamérica (são metâmoros). O arranjo dos
membros é um tanto mais complexo embora se possam classificar tendo como ponto de partida
a existência de planos pós-axial e pré-axial. De uma forma similar a enervação dos músculos
esqueléticos é também segmentada. Estes conhecimentos são extremamente úteis para o
diagnóstico de certas doenças e lesões nervosas.

A medula espinhal atinge o seu tamanho adulto antes de o canal vertebral o atingir, deste
modo até ao terceiro mês de vida fetal, ambos apresentam aproximadamente a mesma taxa de
crescimento, apresentando-se a medula a preencher todo o canal vertebral. Após este período, o
corpo e consequentemente a coluna vertebral, crescem a um ritmo bem mais acelerado que a
medula de modo a que na altura do nascimento a medula se encontra ao nível de L3. O
crescimento diferencial continua após o nascimento, embora com um intervalo mais pequeno de
forma a que na idade adulta a medula espinhal ocupa no canal vertebral a posição ao nível de L1/
L2. Por outro lado, os nervos raquidianos continuam a abandonar os espaços intervertebrais
inicialmente correspondentes, o que implica um crescimento destes nervos e verificando também
que os gânglios dorsais raquidianos continuam ao nível dos respectivos buracos intervertebrais.
De cervical para sagrado, as raízes dorsais e ventrais tornam-se progressivamente maiores uma
vez que se encontram cada vez mais afastados do seu local de saída do canal vertebral.

Uma outra estrutura surge como consequência deste crescimento diferencial – a cisterna lombar
– que é um fundo de saco dural, após a terminação da medula espinhal que começa de L1/l2 até
S2, local onde primeiramente se localizava a medula espinhal. Esta cisterna está preenchida com
a colecção de raízes dorsais e ventrais que descem da medula para formarem os nervos
raquidianos a sair ao nível correspondente inicial e que no seu conjuntos e designam de cauda
equina. Como esta cisterna é consequência de um espaço entre medula espinhal e dura mater,
este local é propício à acumulação de líquido cefaloraquidiano, sendo muito frequentemente
utilizado para análise e diagnóstico de certas doenças através de punção com risco de lesões
mínimas – punção lombar.

A suspensão da medula no canal vertebral faz-se ao longo de todo o seu comprimento através
dos ligamentos denteados – extensões da pia-aracnoide sobre a dura mater – e do filum
terminal – localizado na terminação caudal da medula e que se estende para se ancorar no final
do saco dural na dura mater e que é uma extensão da pia mater que recobre o saco medular. Este
filum terminal tem duas partes – o filum terminal interno com aproximadamente 15cm e o filum
terminal externo com 5 cm, que se fixa à primeira vértebra coccígea.
Cortes transversais
Em corte transversal a medula espinhal consiste numa massa cinzenta interna em forma de H,
com aspecto de borboleta e que é rodeada por massa branca. A massa cinzenta pode ser
divisível em cornos e a massa branca em funículos ou colunas.

A medula espinhal apresenta uma fissura mediana anterior, que se estende quase até ao centro;
um sulco mediano posterior, menos visível mas que se continua com um septo glial se estende
até ao canal central rodeando-o. Desta forma, devido à existência destas estruturas, quer
anteriores quer posteriores a medula é divisível em metades direita e esquerda que apenas
comunicam por um pequeno espaço junto ao canal central que são as comissuras cinzentas
anterior e posterior e logo junto a estas as comissuras brancas anterior e posterior
respectivamente.

Para além destas estruturas existem também os já referidos sulcos anterolateral e posterolateral
que permitem dividir cada metade direita e esquerda em três fascículos ou colunas no que diz
respeito à matéria branca:
 Fascículo/coluna anterior – entre a fissura mediana anterior e o sulco anterolateral;
 Fascículo/coluna lateral – entre os sulcos anterolateral e posterolateral;
 Fascículo/coluna posterior – entre os sulcos posterolateral e mediano posterior.

Se não se considerar a existência do sulco anterolateral, passa-se a designar os fascículos anterior


e lateral como fascículo anterolateral.

Relativamente à coluna posterior em regiões cervicais e torácicas elevadas existe um sulco


intermédio posterior – este sulco estende-se através de um septo glial que divide a coluna
posterior em dois (divide os feixes gracilis e cuneiforme).

Relativamente à substância cinzenta é importante referir a existência de um corno posterior


(cauda da vírgula) essencialmente sensitivo e de um corno anterior (cabeça da vírgula)
essencialmente motor. Ao nível torácico entre T1 e L3 existe ainda um corno intermédio com
funções essencialmente autónomas.

A medula espinhal está envolvida no processamento sensitivo, motor e reflexos. As fibras


aferentes entram na medula via gânglios dorsais raquidianos e depois terminam na sua maioria
no lado ipisilaterlal da mesma. Elas podem alcançar o seu local de sinapse nos neurónios da
matéria cinzenta ipsilaterais ou ascender directamente sem cruzar até atingir o núcleo
respectivo no bolbo raquidiano. Ao fazerem-no, os neurónios secundários por sua vez vão
transportar o sinal através de uma via específica até às estruturas mais ascendentes.
É importante perceber que cada neurónio primário aferente dá origem a diversos estímulos que
podem entrar em diferentes vias, pois podem sinaptizar com diversos ramos de outros neurónios.

Relativamente aos neurónios motores que enervam o músculo esquelético, estes estão
localizados nos cornos anteriores e os neurónios autónomos pré ganglionares estão localizados
nos cornos intermédios. Os axónios de ambos estes neurónios abandonam a medula através das
raízes ventrais e a sua actividade é regulada por circuitos reflexos e por vias descendentes cujas
fibras se localizam na matéria branca.

Certos estímulos aferentes causam consequências motoras estereotipadas e não voluntárias


designadas de reflexos. Muitos destes circuitos que provocam reflexos estão contidos apenas na
medula espinhal.

A matéria cinzenta da medula espinhal está especializada regionalmente de tal forma que o
corno posterior contém neurónios sensitivos, interneurónios e neurónios de projecção; o corno
anterior contém neurónios motores; e o corno intermédio contém neurónios autónomos pré-
ganglionares.

Relativamente ao corno posterior este contém essencialmente interneurónios cujos


prolongamentos se confinam à medula e neurónios de projecção cujos prolongamentos
permitem a existência de via ascendentes sensitivas. Esta área de matéria cinzenta apresenta
uma cabeça, colo e corpo e a sua cabeça apresenta a lâmina terminal, a substância gelatinosa e
o núcleo central. A substância gelatinosa apresenta-se junto à lâmina terminal, como que a
proteger todo o resto do corno e apresenta fibras pouco mielinizadas e até mesmo não
mielinizadas no caso das fibras sensitivas que transmitem as informações extroceptivas de dor e
temperatura.

Entre a substância gelatinosa e a superficial da medula existe uma área na massa branca menos
mielinizada do que o resto da massa branca designada de tracto dorsolateral ou de Lissauer que
estabelece relações íntimas com a substância gelatinosa.

O corpo do corno anterior consiste principalmente em interneurónios e neurónios de projecção


que transmitem a informação somática e visceral sensitiva, suplementando as funções do corno
intermédio.

O corno anterior contém os corpos celulares dos neurónios motores que enervam os músculos
esqueléticos. Estes neurónios são designados de neurónios motores alfa, adelta ou neurónios
motores baixos e são a única forma pela qual o sistema nervoso pode controlar os movimentos
musculares interfusários quer voluntariamente quer involuntariamente. Os neurónios motores
alfa estão normalmente orientados longitudinalmente e cada grupo enerva um musculo
individual. Em corte transversal apresentam-se organizados em clusters, separados uns dos
outros por áreas com interneurónios. Estes clusters organizam-se em: medial para os músculos
axiais, intermédio para os músculos das cinturas e lateral (principalmente nas intumescências)
para os membros – esta referência é normalmente feita à lâmina IX.

Outro tipo de neurónios são os neurónios motores gama, dispersos entre os alfa. Estes enervam
os músculos intrafusários sendo também referidos como neurónios fusimotores.

Duas colunas identificáveis no corno anterior são o núcleo espinhal acessório que vai de C5 até à
terminação rostral da medula e os axónios que emergem deste núcleo formarão o nervo
acessório e o núcleo frénico que contém os neurónios motores que irão enervar o diafragma e
está localizado na porção intermédia da lâmina XI no corno anterior nos segmentos de C3 a C5.

O corno intermédio contém os corpos celulares dos neurónios pré-ganglionares autónomos. Em


adição, em alguns níveis este apresenta um núcleo de grande importância designado de núcleo
torácico ou de Clarke. Este corno está situado entre T1 e L3 e pode-se dividir desta forma em
coluna intermédiolateral, intermédiomedial e núcleo torácico. As células nervosas localizadas
entre S2 e S4 correspondem ao núcleo sagrado parassimpático mas não formam um corno
lateral distinto.

O núcleo torácico é rodeado por um conjunto de células grandes e está localizado na superfície
posterior do corno de T1 a L2. É muito importante para a transmissão da informação ao
cerebelo (proprioceptica inconsciente) e desempenha também um papel na transmissão da
informação para o tálamo.

Organização em Lâminas (por Rexed)


Forma de subdivisão da matéria cinzenta:
 Lâmina I – Placa marginal
 Lâmina II e Lâmina III – substância gelatinosa Cabeça do corno
 Lamina III e Lamina IV – núcleo central posterior
 Lâmina V – Colo do corno posterior (Substância reticular)
 Lâmina VI – Corpo do corno posterior
 Lâmina VII – corno intermédio
 Lâmina VIII – corno anterior
 Lamina IX – corno anterior (divisível em parte medial, intermédia e lateral para
musculaturas axiais, cinturas e membros respectivamente)
 Lâmina X – Junto ao canal central, composto pelas comissuras cinzentas anterior e
posterior e pelas células que envolvem o canal central.

Aferentes extroceptivos – I, II, III e IV


Aferentes proprioceptivos – V e VI

A grande maioria dos neurónios primários aferentes sinaptiza nas lâminas I,IV e V, sendo as fibras
II e III essencialmente modeladoras.

O circuito reflexivo é então construído na medula espinhal. Um reflexo consiste numa resposta
involuntária e esterotipada a um estímulo sensitivo. Todas as vias que traduzem reflexos
envolvem pelo menos uma associação entre um neurónio aferente e um neurónio eferente. Com
excepção do Strech reflex, todos os outros reflexos envolvem também um ou mais
interneurónios.

Os exames neurológicos apresentam várias etapas, uma delas é avaliação de reflexos, por
exemplo os reflexos rotuliano, bicipital e aquiliano. Existem variados tipos de reflexos sendo os
mais comuns os que levam à tensão, força e flexão.

Vias ascendentes e descendentes


Apresentam-se em localizações definidas na medula espinhal.

As fibras nervosas na matéria branca pode ser de cinco tipos:


1. Fibras ascendentes longas, que se projectam para o tálamo, cerebelo e núcleos do
tronco cerebral.
2. Fibras descendentes do córtex cerebral ou de núcleos do tronco cerebral para a matéria
cinzenta da medula espinhal.
3. Fibras inter e intrasegmentares – que são proprioespinhais e que interconectam vários
níveis da medula espinhal, como as fibras responsáveis pela coordenação e reflexos de
flexão. Estas fibras normalmente localizam-se perto na matéria cinzenta, rodeando-a – o
tracto correspondente é designado tracto proprioespinhal ou fascículo próprio.
4. Fibras aferentes.
5. Fibras eferentes.
Os tractos ou vias não são estruturas completamente definidas e capazes de exercer apenas
uma função. Na verdade existe uma certa plasticidade de certos tractos desempenharem outras
funções, tal como, nem todos os neurónios responsáveis por estas se localizam unicamente nos
tractos descritos.

É também importante referir que a maioria das vias quer motoras quer sensitivas são
somatotópicas, ou seja, as porções do corpo estão representadas numa região específica dos
feixes medulares.

Vias aferentes:
Conscientes proprioceptivos:
Coluna posterior.
Inconscientes proprioceptivos:
Tracto espinhocerebelar
Espinhocerebelar posterior;
Espinhocerebelar anterior;
Cuneocerebelar;
Extroceptivos:
Tracto espinhotalâmico
Espinhotalâmico lateral.
Espinhotalâmico anterior
Espinhocervicotalâmico
Espinhotalâmico dorsolateral
Tracto espinhoreticular
Tracto espinhomesencefálico
Tracto espinhohipotalâmico

Coluna posterior:
O termo coluna posterior refere-se a todo o fascículo posterior responsável pelo
encaminhamento das sensações proprioceptivas conscientes ao córtex cerebral.

Esta coluna consiste principalmente em aferentes primários ascendentes e mielinizados e é


considerada tradicionalmente como a forma como a sensibilidade cutânea, articular e muscular
atinge o córtex cerebral por excelência.

As fibras dos aferentes primários da medula espinhal têm o seu corpo celular no gânglio dorsal
raquidiano e cada radícula que entra na medula pode atingi-la através de uma divisão medial e
de uma divisão lateral.
 Divisão medial contém fibras de maior diâmetro, mielinizadas;
 Divisão lateral contém fibras de pequeno diâmetro e não mielinizadas.

As fibras da divisão medial entram para a coluna posterior e a grande maioria dá origem a
colaterais que atingem as lâminas da matéria cinzenta da medula e terminam ou no nível espinhal
em que entram ou noutro acima.

Caudalmente a T6, a coluna posterior apenas contém o núcleo gracilis e rostralmente a este
nível vertebral, as fibras sinaptizam num outro núcleo mais lateral, o núcleo cuneado. O primeiro
núcleo assinalado recebe os aferentes do membro inferior e estruturas de baixo nível torácico e o
segundo núcleo assinalado recebe os aferentes do nível torácico superior e membros. Estes dois
núcleos estão separados parcialmente a partir de T6 por um septo glial – o septo intermédio
posterior.

As fibras atingem então a substância cinzenta das lâminas III, IV e V ou no núcleo de Clarke onde
sinaptizam com os neurónios aferentes secundários cujas fibras ascendem nos feixes gracilis ou
cuneado da medula até ao tronco cerebral onde atingem os núcleos com o mesmo nome, na
porção caudal do bolbo raquidiano. Estas fibras entram no lemnisco medial no tronco cerebral
onde cruzam e continuam para terminar no tálamo, especificamente no núcleo ventral
posterolateral (VPL) onde sinaptizam com os neurónios de terceira ordem.

Estes, por sua vez, ascendem através da cápsula interna e sinaptizam no córtex, principalmente
no giro pós-central, que corresponde ao córtex somatossensitivo primário.

É importante referir que para além da informação proprioceptiva consciente, a coluna posterior é
responsável também pelo transporte da informação extroceptiva – do tacto fino e do tacto
discriminativo.
Gânglio dorsal raquidiano (neurónios de 1ª ordem)

Divisão medial das raízes dorsais (neurónios de 1ª ordem)

Laminas III, IV e V da matéria cinzenta (neurónios de 1ª ordem sinaptizam com neurónios de 2ª ordem)

Coluna posterior (feixe gracilis ou cuneado) (neurónios de 2ª ordem)

Núcleo gracilis ou cuneados do bolbo raquidiano (neurónios de 2ª ordem)

Lemnisco medial do tronco cerebral – fibras cruzam (neurónios de 2ª ordem)


Núcleo ventral posterolateral do tálamo (neurónios de 2ª ordem sinaptizam com neurónios de 3ª ordem)

Córtex somatossensitivo primário (neurónios de 3ªordem)

Tractos Espinhocerebelosos:
A medula espinhal é uma fonte importante de informação usada pelo cerebelo na coordenação
do movimento e outras funções proprioceptivas inconscientes. Esta informação atinge o córtex
cerebelar e os núcleos cerebelares ou directamente através dos tractos espinhocerebelares, ou
indirectamente através de uma via que passa pelos núcleos do tronco cerebral e que por agora
não irá ser tratado.

 Espinhocerebelar Posterior

As fibras colaterais à coluna posterior transmitem a informação proprioceptiva inconsciente e


informação do tacto e da pressão e entram na medula espinhal pela raiz posterior para depois
sinaptizarem na matéria cinzenta, mais precisamente, no núcleo torácico ou de Clarke. Os
neurónios de segunda ordem enviam depois os seus axónios para a coluna lateral do mesmo
lado, formando o tracto espinhocerebelar posterior.

Este tracto está localizado na medula espinhal desde a entrada da raiz dorsal na medula até à
zona do ligamento denteado e as suas fibras projectam-se ipsilateralmente, passando através do
pedúnculo cerebelar inferior, para as zonas mediais do cerebelo (vermis e áreas adjacentes).

Como o núcleo de Clarke não existe caudalmente a L2, e por isso, nem o tracto espinhocerebelar
posterior, as fibras que transmitem a informação propriocetiva inconsciente são integradas no
núcleo gracilis e ao atingirem o nível de L2 incorporam-se no núcleo de Clarke.

Deste modo, a origem das suas fibras é de T1 a L2, correspondente ao núcleo de Clarke;
representam o tronco e extremidades inferiores; os seus inputs são mecanoreceptores nos
músculos, articulações e pele; as suas fibras não cruzam.

Gânglio dorsal raquidiano (neurónios de 1ª ordem)

Núcleo de Clarke matéria cinzenta (neurónios de 1ª ordem sinaptizam com neurónios de 2ª ordem)

Fibras passam para a coluna lateral constituindo o tracto espinhocerebelar posterior


(neurónios de 2ª ordem)
Fibras ascendem até parte caudal da protuberância (neurónios de 2ª ordem)

Pedunculo cerebelar inferior (neurónios de 2ª ordem)

Vermis e áreas adjacentes do cerebelo (neurónios de 2ª ordem sinaptizam com neurónios de 3ªordem)

 Cuneocerebelar

Como o núcleo torácico não está presente na medula a partir do nível rostralmente a T1, as
fibras que transmitem a informação proprioceptiva inconsciente vão-se incorporar no feixe
cuneado da medula e ascender para terminar no núcleo cuneado externo ou lateral no bolbo
raquidiano que desempenha as mesmas funções que o núcleo de Clarke. Este núcleo tal como o
nome indica está justaposto ao núcleo cuneado.

Os axónios destes neurónios projectam-se também ipsilateralmente para o vermis e áreas


adjacentes, passando para tal pelo pedúnculo cerebeloso inferior.

A origem das fibras do cuneocerebelar é então no núcleo cuneado lateral no bolbo raquidiano;
representam o tronco e membro superior; os seus inputs principais são mecanoreceptores nos
músculos, articulações e pele; as suas fibras não cruzam.

Gânglio dorsal raquidiano (neurónios de 1ª ordem)

Feixe cuneado da matéria cinzenta (neurónios de 1ª ordem)

Núcleo Cuneado Lateral (ou externo) do bolbo raquidiano (neurónios de 1ª ordem sinaptizam com
neurónios de 2ª ordem)

Fibras ascendem até parte caudal da protuberância (neurónios de 2ª ordem)

Pedunculo cerebelar inferior (neurónios de 2ª ordem)

Vermis e áreas adjacentes do cerebelo (neurónios de 2ª ordem sinaptizam com neurónios de 3ªordem)

 Espinhocerebelar anterior
Apesar deste tracto tal como o tracto espinhocerebelar posterior conter muita da informação
relativa ao membro inferior o espinhocerbelar anterior difere do posterior em três aspectos
importantes:
o Primeiro: Os aferentes deste tracto são mais complexos – eles vêm não só de
aferentes musculares do grupo I como também de uma grande variedade de
receptores cutâneos, de interneurónios espinhais e de fibras de tractos
descendentes. – como resultado, a actividade desta via está mais direccionada
para a coordenação do movimento do que simplesmente sinais sensitivos.
o Segundo: O tracto é cruzado ao nível da medula espinhal, ao contrário do
posterior que nunca cruza.
o Terceiro: O tracto espinhocerebelar anterior faz um trajecto algo peculiar –
ascende rostralmente, depois volta-se dorsalmente e entra no cerebelo através
do pedúnculo cerebeloso superior. A maioria das suas fibras voltam a cruzar
(cruza e descruza) e deste modo acabam por terminar ipsilateralmente.

Os aferentes desta via tem origem nos níveis de T12 a L5, representam o tronco e extremidade
inferior e os seus inputs principais são mecanoreceptores e interneurónios relacionados com o
movimento.

As fibras cruzam na medula espinhal e cruzam depois novamente no pedunculo cerebelar


superior para atingirem o cerebelo e terminarem ipsilateralmente.

Gânglio dorsal raquidiano (neurónios de 1ª ordem)

Lâminas da matéria cinzenta (neurónios de 1ª ordem sinaptizam com neurónios de 2ª ordem)

Comissura anterior – fibras cruzam (neurónios de 2ª ordem)

Fibras ascendem até à parte rostral da protuberância (neurónios de 2ª ordem)

Pedunculo cerebelar superior – fibras cruzam novamente (descruzam) (neurónios de 2ª ordem)

Fibras descem até ao vermis e áreas adjacentes do cerebelo (neurónios de 2ª ordem sinaptizam com
neurónios de 3ªordem)
Via anterolateral:

Localizada na metade anterior da coluna lateral e é constituída pelo conjunto de tractos


responsável pelo encaminhamento da informação nociceptiva – conjunto de percepções da dor
que o organismo é capaz de distinguir conscientemente. Deste modo é responsável pela
transmissão das sensações de dor e temperatura. É importante referir que esta via transporta
também outras informações extroceptivas ao córtex – nomeadamente o tacto e a pressão.
É formada pelos:
 Tractos espinhotalâmicos referidos abaixo;
o Feixe epinhotalâmico lateral;

o Feixe espinhotalâmico anterior;

o Feixe epinhotalâmico dorsolateral


Fibras primárias aferentes fazem sinapse na parte posterior da medula espinhal
com fibras secundárias aferentes. Estas por sua vez cruzam a comissura cinzenta
posterior e sobem incorporadas no tracto de Lissauer até ao bolbo lateral e
incorporam-se no lemnisco medial até ao VPL do tálamo.

o Feixe espinhocervicotalâmico – As fibras primárias aferentes sinaptizam com os


neurónios de segunda ordem nas laminas I, IV e VI. Os neurónios de segunda
ordem correm por sua vez pelo sulco anterolateral até ao núcleo em frente da
coluna posterior da medula – núcleo cervical lateral – depois cruzam no
lemnisco medial para depois atingirem o núcleo ventral posterolateral do
tálamo onde sinaptizam com os neurónios de terceira ordem. Está relacionada
com os apectos motores que advêm da dor.

 Tracto espinhoreticular – fibras dos neurónios de primeira ordem sinaptizam na lâmina


VII e as fibras dos neurónios de segunda ordem juntamente com o espinhotalâmico
anterior vão ascender para terminar nos núcleos da formação reticular. Projecções que
seguem uma via polisinaptica, com muitos interneurónios e que atingem o tronco
cerebral e a substância reticular. É importante para as alterações no nível de atenção em
reposta à dor;
o Feixe espinhoreticular medial – correm com fibras do feixe espinhovestibular;
o Feixe espinhoreticular lateral – corre com espinhotalâmico anterior e atinge a
substância reticular através de uma via polissináptica;
 Tracto espinhomesencefálico – as fibras primárias aferentes sinaptizam nas lâminas I, II,
III, IV e V e as fibras desta via terminam ao nível do mesencéfalo. Desempenham um
papel muito importante nos mecanismos intrínsecos do controlo da dor;

 Tracto espinhohipotalâmico – atingem directamente o hipotálamo e são importantes


para o controlo autónomo da dor.

Tractos espinhotalâmicos:
 Espinhotalâmico lateral:
Existem múltiplas vias que transportam a informação extroceptiva para a zona rostral da medula
espinhal. Os tractos espinhotalâmicos são responsáveis pelo transporte da informação sobre dor
e temperatura.

As fibras nociceptivas, termoreceptivas e algumas mecanoreceptoras entram na medula


espinhal pela divisão lateral das raízes dorsais e projectam os seus ramos para o corno posterior,
onde sinaptizam com os neurónios da lâmina I, II e III (camada marginal e substância gelatinosa)
e estes por sua vez podem depois sinaptizar com neurónios de outras lâmina (até à V). Estes
neurónios, de segunda ou de terceira ordem, depois cruzam na linha média na comissura
anterior e vão ocupar a via anterolateral do lado oposto.
Outras fibras de outros tractos, juntam-se a esta via antero-lateral e tal como a coluna posterior
apresentam uma organização somatotópica – as fibras dos segmentos mais caudais ocupam uma
posição posterolateral e as fibras de segmentos rostrais um posição anteromedial.

Os neurónios do tracto espinhotalâmico lateral ascendem assim nesta via e atingem o núcleo
ventral posterolateral do tálamo, numa organização somatotópica similar à do lemnisco medial.
Pensa-se que este tracto tenho um papel importante na consciência da natureza da dor e o local
de onde o estímulo que a origina provém.

Existem ainda feixes de fibras espinhotalâmicos que atingem sobretudo a zona do corno
intermédio e que se projectam para outras partes do tálamo, sem uma organização
somatotópica.

Gânglio dorsal raquidiano (neurónios de 1ª ordem)

Divisão lateral das raízes dorsais (neurónios de 1ª ordem)

Laminas I, II e III da matéria cinzenta (neurónios de 1ª ordem sinaptizam com neurónios de 2ª ordem)
(potencial sinapse com outras lâminas – da I à V) (neurónios de 2ª ordem sinaptizam com neurónios de 3ª)

Comissura anterior – fibras cruzam no mesmo nível que o de entrada (neurónios de 2ª ordem ou de 3ª
ordem)

Via anterolateral (neurónios de 2ª ordem ou de 3ªordem)

Núcleo ventral posterolateral do tálamo (neurónios sinaptizam com outros neurónios)

Córtex

 Espinhotalâmico anterior:
Apesar de não existir nenhuma separação bem delimitada entre o espinhotalâmico lateral com o
espinhotalâmico anterior, costumam-se consideram estes dois feixes.

Enquanto o espinhotalâmico lateral era essencialmente responsável pela dor e temperatura, o


espinhotalâmico anterior é responsável pela transmissão da informação ao córtex da pressão e
do tacto grosso, verificando-se que as suas fibras cruzam um ou dois segmentos acima.

Vias eferentes
Movimentos Voluntários
Tracto Corticoespinhal
Tracto corticoespinhal lateral
Tracto corticoespinhal anterior
Tracto rubroespinhal
Tracto reticuloespinhal
Movimentos Involuntários
Tracto vestibuloespinhal
Tracto vestibuloespinhal medial
Tracto vestibuloespinhal lateral

Tracto Corticoespinhal

Os neurónios alfa e gama do corno anterior são regulados por centros supraespinhais. Alguns
destes centros estão localizados no tronco cerebral e outros e também os mais importantes no
córtex cerebral, particularmente no giro pré-central.

Este tracto é responsável pela grande maioria dos movimentos voluntários e portanto,
conscientes.
 Corticoespinhal lateral

Este tracto é também conhecido incorrectamente como tracto piramidal e praticamente todas as
suas fibras cruzam ao nível nas pirâmides, na decussação das pirâmides. Na medula espinhal este
tracto está localizado na metade posterior da coluna lateral, medial ao tracto espinhocerebelar
posterior.

As fibras dos neurónios eferentes primários projectam-se do córtex cerebral (giro pré-central e
algumas do pós-central) e descem pelo pedúnculo cerebral, parte basal da protuberância e
pirâmides do bolbo raquidiano. Nas pirâmides ocorre o cruzamento da grande maioria das fibras
e as suas fibras sinaptizam nos cornos anterior ou intermédio da medula espinhal. Assim, deste
modo, estas fibras terminam a sinaptizar com neurónios motores ou interneurónios que depois
sinaptizam com neurónios motores.

Os neurónios motores alfa, saem pela raiz ventral e enervam o músculo estriado directamente
sendo também chamados de neurónios motores baixos. Os neurónios cujos axónios descem do
córtex cerebral ou do tronco cerebral e terminam a sinaptizar com neurónios motores alfa
directamente, ou indirectamente através de interneurónios, são designados neurónios motores
elevados.

Cortex cerebral (giro pré-central) (neurónios motores elevados)

Pedunculo Cerebral (neurónios motores elevados)

Parte basal da Protuberância (neurónios motores elevados)

Pirâmides do bolbo raquidiano – 80 a 85% das fibras cruzam na decussação lateral das pirâmides
(neurónios motores elevados)

Coluna lateral (neurónios motores elevados)

Cornos anterior e intermédio da matéria cinzenta (neurónios motores elevados sinaptizam com neurónios
motores baixos)

Raiz ventral raquidiana (neurónios motores baixos)

Músculo esquelético (neurónios motores baixos sinaptizam na junção neuromuscular)


 Corticoespinhal anterior

Os 15% das fibras que não cruzam na decussação das pirâmides, continuam na coluna anterior.
Estas fibras terminam em neurónios motores ou interneurónios na porção medial do corno
anterior ou no corno intermédio e afectam principalmente a actividade dos neurónios motores
para os músculos axiais.

Muitas destas fibras podem cruzar a comissura branca anterior antes de sinaptizar e apenas
cerca de 2 ou 3% nunca chegam a cruzar. A grande maioria termina nos segmentos cervicais e
torácicos e por isso desempenham um papel importante no controlo dos movimentos do pescoço
e dos ombros.

Cortex cerebral (giro pré-central) (neurónios motores elevados)

Pedunculo Cerebral (neurónios motores elevados)

Parte basal da Protuberância (neurónios motores elevados)

Pirâmides do bolbo raquidiano (neurónios motores elevados)

Coluna anterior – porção mais medial (neurónios motores elevados)

15% cruzam na comissura branca anterior e 2 a 3% não cruzam

Cornos anterior e intermédio da matéria cinzenta (neurónios motores elevados sinaptizam com neurónios
motores baixos)

Raiz ventral raquidiana (neurónios motores baixos)

Músculo esquelético (neurónios motores baixos sinaptizam na junção neuromuscular)

Tracto rubroespinhal
Origem: Células grandes (magnocelulares) do núcleo rubro. Fibras cruzam ao nivel da comissura
tegmentar ventral no mesencefalo.

Tanto o corticoespinhal como o rubroespinhal podem terminar monosinapticamente como


polissinapticamente. O corticoespinhal mais monossinapticamente e o rubroespinhal mais
polissinapticamente.
Tracto reticuloespinhal

Proveniente da substância reticular, desce para contribuir na enervação motora voluntária.


São dois feixes:
o Feixe reticuloespinhal medial – importante no estabelecimento da tonicidade e
com origem no núcleo gigantocelular do bolbo raquidiano e que sinaptiza na
parte medial do corno anterior;
o Feixe reticuloespinhal lateral – cuja origem mais frequente das fibras é ao nível
da protuberância. Localiza-se lateral e posterior ao feixe reticuloespinhal
medial.

Tracto Vestibuloespinhal

Com origem no núcleo vestibular do bolbo raquidiano, as suas fibras descem para correr na
coluna anterolateral da medula.

O feixe vestibuloespinhal lateral corre nos núcleos mais laterais e o feixe vestibuloespinhal
medial corre nos núcleos mais mediais e entra na medula espinhal juntamente com um feixe
longitudinal medial proveniente do diencéfalo (o feixe vestibuloespinhal medial está relacionado
com a enervação da parte alta do tórax, pescoço e cabeça).

Este tracto é essencial, pois nele caminham os neurónios motores involuntários.

Nota: Feixe rafeespinhal:


Feixe com origem proximal à substância cinzenta periaquedutal e que termina no cordão
posterior. Este feixe faz parte de um sistema complexo – o sistema de controlo endógeno da dor.

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