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Noções Gerais:
- O Mundo da Natureza e O Mundo da Cultura
- O que é Direito?
- Qual é a finalidade do Direito?
- Acepções da palavra Direito
- Direito Natural x Direito Positivo
- Direito Objetivo e Direito Subjetivo
- Ordem Jurídica
Mundo da Natureza
É tudo aquilo que nos foi dado. Existe independente da atividade humana.
Trata-se de realidade natural. Aqui existem as leis físico-matemáticas que
são regidas pelo princípio da causalidade, ou seja, são leis cegas aos valores. São
meramente indicativas.
Ex: a Terra é um planeta.
Princípio da causalidade: na natureza nada ocorre por acaso. Cada fenômeno
tem sua explicação em uma causa determinante. Esse princípio corresponde ao
nexo existente entre a causa e o efeito de um fenômeno.
Mundo da Cultura
É tudo aquilo que vem sendo construído pelo homem ao longo da história.
Trata-se de realidade humano-cultural-histórica.
É aqui que se situa o DIREITO.
O homem produz as leis culturais, que são normas imperativas – “dever ser”.
Ex: O homem deve ser honesto.
O pai e a mãe devem alimentar seus filhos.
O devedor deve pagar o credor.
Não se deve matar ninguém.
Máxima em Direito:
“NINGUÉM PODE ALEGAR DESCONHECIMENTO DA LEI” (art.3°,
do Decreto-Lei n° 4657/42)
Ordem Jurídica
Introdução ao Direito
Aula 2
Ementa:
- Noções gerais de Norma Jurídica
- Diferenças entre Direito, Moral, Regras de Trato Social e Religião
Para promover a ordem social, o Direito objetivo deve ser prático, ou seja,
relevar-se mediante normas orientadoras das condutas interindividuais.
LEI: é apenas uma das formas de expressão das normas, que se manifestam
também pelo Direito costumeiro e, em alguns países pela jurisprudência”. (Paulo
Nader, p.83)
- conceito de lei:
1
Criada pela Constituição Federal de 1988, a medida provisória é ato de competência do Presidente da
República, que poderá editá-la na hipótese de relevância e urgência, excluída a permissão constitucional
sobre matéria afeta à nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos, Direito Eleitoral,
Penal, Processual Penal e Processual Civil, entre outros assuntos, conforme prevê o art. 62 da Emenda
Constitucional n° 32, de 11 de setembro de 2001. Caso não logre a conversão em lei dentro do prazo de
60 dias da publicação, a medida provisória perderá seu caráter obrigatório, com efeitos retroativos ao
início de sua vigência. Ocorrendo essa hipótese, o Congresso Nacional deverá disciplinar as relações
sociais afetadas pelas medidas provisórias rejeitadas.
2
Os atos normais de competência do Chefe do Executivo – Presidente da República, Governador de
Estado, Prefeito Municipal – são baixados mediante simples decreto. A validade destes não exige o
referendo do Poder Legislativo.
5
- Direito e Religião
Dto x Religião = a causa final de ambos integra a idéia do BEM, que no Dto é a
justiça.
Direito Religião
Coexistência harmônicae Atingir a Finalidade de orientar os homens na
justiça busca e conquista da felicidade eterna
Concebe a justiça dentro de um valor Justiça em sentido amplo com relação
social estipulado na norma jurídica aos deveres do homem com Deus
A sanção jurídica atinge a liberdade A sanção limita-se ao plano espiritual
(prisão) ou o patrimônio
Norma jurídica Estabelece uma escala de valores a ser
cultivada e dispõe a conduta. Ex: 10
mandamentos
Convivência pacífica Instrumento de harmonia e
solidariedade entre os homens
(caridade)
1ª # Estrutural: Alteridade é essencial, Alteridade não essencial, pois é o
pois a idéia do próximo é um elemento diálogo do homem com Deus - bem
necessário ao Dto
2ª # Estrutural: tem por meta a Aqui é revelada a fraqueza e a
segurança a partir da certeza insegurança humana – questões
ordenadora transcendentais
Direito e Moral
Direito # Moral
Tem origem no Estado Origem nos costumes e valores
É coercitivo (ex:prisão) Externamente É apenas coercitiva internamente
Bilateral, nasce de um acordo de Unilateral, apenas dada ao indivíduo. É
vontades um ato de liberdade
Sanção já prefixada em lei Sanção é incerta e sofrida pelo indivíduo
na reprovação de seu ato pela
sociedade, amigos, parentes – meio
social
Obriga independente da vontade das As pessoas agem por vontade própria
pessoas
RESUMÃO
Bilateral
Quanto à Costume e valores Costume e valores Costume e valores
origem: da doutrina
Estado religiosa
Quanto à Incoercível Incoercível Incoercível
sanção:
Coercível
Quanto à Difusa Difusa Geralmente
aplicação da prefixada
sanção:
Prefixada na lei
Quanto à Melhorar o homem Melhorar o Atingir a felicidade
finalidade: para agir segundo convívio social eterna
coexistência e o justo, o bom, o
segurança certo
O mundo do Direito – Mundo da Cultura
Introdução ao Direito
Aula 03 e 04
Ementa:
- O que é Moral; - Ordem Jurídica; - Noções históricas do Direito Romano
- Direito Público e Direito Privado; - Sistemas jurídicos; - Codificação
MORAL
(texto com base na obra “Direito, Justiça, Virtude Moral e Razão” de Moacyr Motta
da Silva, Editora Juruá, 2003)
VIRTUDE MORAL:
Designa forma de vida justa e honrada.
Regra de convivência em sociedade balizada pela honra e justiça.
Tem início na família – aqui são construídos os princípios da VM.
Ex: respeito pela família, obediência hierárquica, cidadão x Estado.
É a boa vontade que nasce no homem a partir da educação voltada a esse
fim.É o aperfeiçoamento que vocaciona o homem ao bem.
VIRTUDE POLÍTICA:
Segundo a teoria da educação, é o ensino de princípios, de condutas
destinadas a formar o cidadão para a administração do Estado.
=ADMINISTRAR O ESTADO COM JUSTIÇA=
EXCELÊNCIA INTELECTUAL:
10
EXCELÊNCIA MORAL:
Nasce do hábito, dos costumes, da inteligência de discernir entre o bem
e o mal. É concretizada através da ação humana que deve buscar o bem através da
utilidade. A ação, os meios e os fins – devem ser morais, para que a ação seja
considerada MORAL.
O maior bem da EM é a justiça. O homem, ser racional, desenvolve a idéia do
bem, do justo e passa a formar uma tábua de valores éticos.
VALOR MORAL:
O conceito de valor moral parece ter origem na consciência do ser espiritual,
como fenômeno de Natureza existencial. O ser espiritual elege o valor moral a partir
de sua realidade histórica. Trata-se de juízo de valor que o ser desenvolve como
processo existencial.
RAZÃO:
Esse conceito apóia-se no conhecimento do ser. A razão como faculdade do
intelecto opera como a memória, a imaginação. Constitui a razão a baliza que
orienta os impulsos, as emoções, sejam no sentido positivo ou negativo.
NOÇÕES DE DIREITO ROMANO:
(introdução para entender sistemas jurídicos, diferença entre Dto Público e Dto
Privado e fontes do Direito)
(Obra base: Direito Civil, Parte Geral. Silvio de Salvo Venosa. 5ª ed. 2005. Ed. Atlas.
São Paulo)
O Dto Romano nunca morreu. Suas instituições revelaram-se como uma arte
completa e uma ciência perfeita. Sempre almejou uma cultura jurídica superior.
IUS CIVILE
O romano é prático e submete-se à lei na medida de sua utilidade. A
utilidade é para o espírito romano a fonte verdadeira e suficiente para justificar o
direito.
Os pontífices, juristas canônicos interpretam o direito divino FAZ. Os juristas
leigos vão interpretar o direito dos homens IUS.
14
IUS GENTIUM
O “ius civile” convinha a uma cidade de estreitos confins.
À medida que o estado romano trava contato com outros povos,
aumentando os contatos com estrangeiros, o excessivo formalismo do “ius civile”
torna-se insuficiente e inconveniente.
Roma deixa de ser uma cidade essencialmente agrícola para tornar-se um
centro de atividade comercial.
Surge um dto mais elástico apropriado aos estrangeiros e ao comércio - +-
um dto internacional.
Esse sistema tinha muita relação com o direito natural inspirado no bom,
justo e eqüitativo.
Com o “ius gentium” o “ius civile” ameniza-se, torna-se menos formalístico.
O centro político do império transfere-se ao Oriente (Constantinopla)
enquanto Roma cai nas mãos dos bárbaros.
CODIFICAÇÃO DE JUSTINIANO
CÓDIGO – CODEX
Feito em 2 anos.É obrigatório como lei do império.
Começa com uma invocação a Cristo. Fontes do dto. Dto de asilo. Funções
dos agentes imperiais. Processo. Dto privado. Dto penal. Dto administrativo e Dto
fiscal.
DIGESTO
É obra mais completa que o Código e ofereceu maiores dificuldades em sua
elaboração.
Nunca houve um trabalho assim antes.
Codificou e reuniu todo o dto clássico.
INSTITUTAS
São um breve manual de estudo.
NOVELAS
A maioria foi editada em língua grega e contém reformas fundamentais
como no direito hereditário e no direito matrimonial.
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A história de nosso dto está ligada a Portugal, que por sua vez recepcionou o
Dto Romano, assim como França, Alemanha, Espanha, Itália e qse todos os países
do Ocidente.
Em Portugal, temos: 1446 Ordenações Afonsinas
Início do séc. XVI Ordenações Manuelinas
1603 Ordenações Filipinas
Código Civil 1867
A distinção entre dto público e privado na vida prática não tem a importância
que alguns juristas pretendem dar. O Direito deve ser entendido como um todo.
Fazemos, porém, a distinção entre o dto privado e o dto público por motivos
didáticos e para favorecer a pesquisa.
Melhor será considerar como direito público o direito que tem por
finalidade regular as relações do Estado, dos Estados entre si, do Estado com
relação a seus súditos, quando procede com seu poder de soberania.
EX: D. Constitucional (base), Penal, Administrativo, Financeiro, Internacional
Público, Internacional Privado, Processual.
Teorias:
SISTEMAS JURÍDICOS
------------------------------------------------------------------------------------------------
ROMANO-GERMÂNICO
COMMON LAW
SOCIALISTAS
FILOSÓFICOS OU RELIGIOSOS
CODIFICAÇÃO
Códigos da Antiguidade:
Códigos Modernos:
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Introdução ao Direito
Aula 05, 06 e 07.
Fontes do Direito:
COSTUMES
JURISPRUDÊNCIA ---------------------------------->> fontes indiretas
DOUTRINA JURÍDICA
PROCEDIMENTOS DE INTEGRAÇÃO: ANALOGIA
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO
EQUIDADE
b) quanto à fonte:
- legislativas: são as normas jurídicas escritas, corporificadas nas leis,
medidas provisórias, decretos.
-consuetudinárias: são as normas não-escritas, elaboradas
espontaneamente pela sociedade. Para que uma prática social se caracterize
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d) quanto à hierarquia:
- constitucionais: originais da Constituição Federal ou de Emendas.
Condicionam a validade de todas as outras normas e tem o poder de revogá-las.
Assim, qualquer norma jurídica de categoria diversa, anterior ou posterior à
constitucional, não terá validade caso contrarie as disposições desta.
- complementares: na ordem jurídica brasileira há normas que se localizam
em leis complementares à Constituição e se situam hierarquicamente entre as
constitucionais e as ordinárias. A aprovação de normas complementares se dá de
acordo com o art.69 da CF, por maioria absoluta.
- ordinárias: localizam-se nas leis, medidas provisórias, leis delegadas.
- regulamentares: estão contidas nos decretos.
- individualizadas: testamentos, sentenças judiciais, contratos, etc.
e) quanto à sanção:
- perfeitas: quando prevê a nulidade do ato, na hipótese de sua violação.
- mais do que perfeitas: quando prevê além da nulidade, uma pena para
os casos de violação.
- menos do que perfeita: determina apenas penalidade quando
descumprida.
- imperfeita: quando não considera nulo ou anulável o ato que a contraria,
nem comina castigo aos infratores.
f) quanto à qualidade:
- positivas: permitem a ação ou omissão.
- negativas: as que proíbem a ação ou omissão.
IV – SANÇÃO:
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Presidente: 15 dias para sancionar ou vetar. a sanção pode ser tácita: qdo o
prazo escoa sem manifestação ou expressa: qdo declara concordância no prazo.
se VETAR, o Congresso Nacional tem 30 dias para apreciar.
Para REJEITAR O VETO: CN deve ter voto da maioria absoluta dos deputados
e senadores.
É indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser feita por órgão
oficial. A conseqüência natural da vigência da lei é sua obrigatoriedade, que dimana
do caráter imperativo do Direito.
Aplicação da Lei:
------------------------------------ Costumes
----------------------------------------------
Lei Costume
Autor Poder Legislativo Povo
Forma Escrita Oral
Obrigatoriedade Vigência - promulgação A partir da efetividade
Criação Reflexiva Espontânea
Positividade Validade que aspira Efetividade que aspira
efetividade validade
Condições de Validade Cumprimento de formas e Ser admitido como fonte e
respeito à hierarquia das respeito à hierarquia das
fontes fontes
Legitimidade Quando traduz os Presumida
costumes e valores
sociais
Valor: Lei é a principal fonte do Direito, mas entre nós há certo valor
costumes de direito comercial, direito trabalhista, internacional público.
JAMAIS será aplicado no Direito Penal : não há crime nem pena sem lei
anterior.
Espécies:
“secundum legem” (qdo corresponde à lei. É o costume interpretativo,
pois expressando o sentido da lei a prática social consagra um tipo de aplicação da
norma. Já foi erigido em lei, portanto perde a característica de costume
propriamente dito),
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------------------------------------------ Jurisprudência
---------------------------------
Jurisprudência e Costume:
==A formação de ambos exige a pluralidade de prática: enquanto o costuma
necessita da repetição de um ato pelo povo, a jurisprudência requer uma série de
decisões judiciais sobre determinada matéria de Direito.
## enquanto o costume é obra de uma coletividade a jurisprudência é
produto de um setor da organização social;
##Costume é criado no relacionamento comum entre as pessoas e a
jurisprudência forma-se diante de conflitos que são julgados pelos tribunais;
## o costume é criação espontânea, enquanto a jurisprudência é criação
intelectual, reflexiva.
1- A livre estimação:
Norteada pelo idealismo de justiça esta corrente preconizou ampla liberdade
aos juízes que poderiam aplicar o dto com base nos princípios de equidade.
Buscam possibilitar a justiça do caso concreto independentemente do
ditame legal – Ex: direito alternativo
Visando tornar o direito positivo mais racional e adequado aos valores éticos,
o princípio da razoabilidade e proporcionalidade pelo qual as normas jurídicas
devem ser entendidas como fórmulas lógicas e justas para a realização de
determinados fins, tem sido atualmente consagrada pela doutrina e pelos juízes.
2- Limitação à subsunção:
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Aqui o juiz opera apenas com os critérios rígidos das normas jurídicas, com
esquemas lógicos, sem possibilidade de contribuir com a sua experiência, na
adaptação do ordenamento à realidade emergente.
Com essa orientação se evitaria o subjetivismo e o arbítrio nos julgamentos,
ao mesmo tempo em que se preservaria a integridade dos códigos.
- Súmula Vinculante.
-------------------------------DOUTRINA JURÍDICA---------------------------------
Funções da doutrina
Argumento de autoridade
------------------------------------ANALOGIA--------------------------------------------
Conceito de analogia
Fundamento
Conceito
Funções
---------------------------------------
EQUIDADE-----------------------------------------
A LICC é omissa, mas o CPC no art. 127 dispõe que o juiz só decidirá por
equidade nos casos previstos em lei.
Importância:
Lei publicada => presunção de que todos a conhecem (ficção jurídica) ou,
conveniência de que seja conhecida (segurança jurídica).
LOGO, o magistrado não poderá eximir-se de sentenciar, alegando que não
conhece a lei.
PORÉM, quando for provado que houve ERRO DE DIREITO, e este foi causa
determinante, motivo único e principal a determinar a vontade na celebração de
um negócio jurídico (ex: contrato), pode haver anulação.
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com
a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DE NORMAS EM CASO DE LACUNAS.
LACUNAS: 1. existência
2. constatação
3. preenchimento
A teoria das LACUNAS tem dupla função: 1- fixar os limites para as decisões dos
magistrados (juízes) demonstrando o que se deve entender por sistema jurídico;
2- justificar a atividade do Poder Legislativo.
Constatação e Preencimento:
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO -> são cânones que foram ditados pelo
elaborador da norma, explícita ou implicitamente, sendo que, nesta última
hipótese, estão contidos de forma imanente no ordenamento jurídico. São
diretrizes para integração de lacunas a fim de buscar uma solução razoável. Ex:
Explícito: Art. 5°, II, da CF: princípio da legalidade: ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Implícito:
contidos no sistema jurídico civil: moralidade, igualdade de direitos e deveres,
proibição de locupletamento ilícito, função social da propriedade, boa-fé
presumida e má-fé provada, as obrigações contraídas devem ser cumpridas,
etc.
Art. 5° Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela
se dirige e às exigências do bem comum. CRITÉRIOS DE HERMENÊUTICA E
INTERPRETAÇÃO.
Fim social: não há lei que não contenha uma finalidade social imediata. O
princípio da finalidade da lei norteia toda a tarefa interpretativa. A aplicação da lei
seguirá a marcha dos fenômenos sociais, receberá, continuamente, vida e
inspiração do meio ambiente e poderá produzir a maior soma possível de energia
jurídica.
TÉCNICA JURÍDICA
b.4.2) A cláusula de revogação consiste na cláusula que a lei faz aos atos
legislativos que perderão a sua vigência.
Ex: ficam revogadas as disposições em contrário.
b.5) fecho: indica o local e a data da assinatura, bem como os anos que
são passados da Independência e da Proclamação da República.
Ex: Brasília, 21 de julho de 2004; 182° da Independência e 115° da
República.
- Parágrafo: §
- Inciso, alínea e item:
4
Abordaremos esse assunto adiante.
39
5
Faz parte do discurso jurídico a utilização de brocardos ou aforismos. São frases elegantes e consagradas
que servem à prática e teoria jurídicas. Seu valor é relativo. Quase sempre vêm mencionados em latim e
são colhidos no Digesto (de Justiniano). São brocardos sem qualquer significado: dura lex sede lex (a lei é
dura mas é lei); interpretatio cessat in claris (a interpretação cessa diante da clareza); testis unus testis
nullus (uma só testemunha é nenhuma testemunha).
São exemplos de expressões ricas: ad impossibilia nemo tenetur (ninguém é obrigado a fazer coisas
impossíveis), iuris praecepta sunt haec: honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere (os
preceitos do direito são os seguintes: viver honestamente, não prejudicar o próximo e dar a cada um o seu
direito).
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Se a analogia não for factível porque sequer lei existe, então se buscará o
costume para o preenchimento da lacuna.
Se não houver lei nem jurisprudência, pode haver costume, e este valerá
para a solução do caso concreto.
O direito romano foi obra do povo romano através da lei; dos pretores pelos
seus editos; e dos jurisprudentes pelo esforço doutrinário.
Por essa razão, a Revolução Francesa, que tudo repele ao antigo regime,
passa a buscar o direito nacional como expressão da vontade do povo, substituindo
assim pelo direito novo qualquer resquício da antiguidade.
A lei não é mais direito do que a sentença. Sob certo aspecto esta é
mais direito pois é o direito em ação, em movimento, tornado vivo e concreto.
1.Autêntica: é feita pelo próprio autor da lei. Não se aplica às outras fontes
do direito. Tal interpretação tem pouco valor, pois a lei uma vez editada, adquire
vida própria, não interessa saber a vontade do legislador nem a sua intenção. Do
contrário seria impossível hoje aplicar leis mais antigas.
E seus métodos:
1.Gramatical: foi o primeiro admitido pelo positivismo legalista. O primeiro
passo foi admitir uma interpretação restrita à linguagem, ao sentido das palavras e
de suas funções na oração.
2.Lógico: tem dimensão maior do que a análise lógica da frase. Implica não
somente a interpretação da norma como também a ciência do direito, na
descoberta de seus fundamento. Ex: analogia
A lógica tradicional pode ser utilizada pelo direito na análise das fórmulas
jurídicas. Esclarecidas, essas fórmulas geram conceitos jurídicos puros e essenciais.
Na aplicação do direito, todavia, não se deve perder de vista que a lógica,
concebida como pura lógica formal ou como matemática, não pode ser usada até as
ultimas conseqüências. O direito é pauta para a ação dos homens. E o humano não
é lógica, mas vida. Daí haver no universo jurídico lugar para uma lógica humana, a
lógica do razoável, em oposição à lógica matemática dos conceitos puros.
Nenhuma interpretação será jurídica se não for humana e razoável por isso.
Referências Bibliográficas:
RELAÇÕES JURÍDICAS
-Personalidade Jurídica
O dto pode ser considerado dos pontos de vista estático e dinâmico.
Estático: conjunto de regras abstratas que orientam a conduta social.
Dinâmico: projeta-se no quadro das relações sociais para definir,
concretamente, os direitos e deveres de cada pessoa.
Todo fato regulado por norma jurídica constitui sempre um vínculo entre
pessoas.
SUJEITO ou TITULAR: é o portador de dtos ou deveres em uma relação
jurídica.
-Pessoa Jurídica
Conceito: é uma construção elaborada pelo dto, em decorrência da
necessidade social de criação de entidades capazes de realizarem determinados
fins, que não alcançados normalmente pela atividade individual isolada.
Princípios:
1- a pessoa jurídica não se confunde com a pessoa natural.
2- o que a pessoa jurídica deve, os indivíduos que a integram não devem.
3- a personalidade jurídica da pessoa coletiva garante-lhe em princípio iguais
direitos e obrigações das pessoas naturais.
4- a administração dos interesses das pessoas jurídicas é feita por pessoas
naturais.
PESSOAS JURÍDICAS DE DTO PRIVADO (art. 44) – Existência legal: art. 45, com a
inscrição do ato constitutivo no registro.
- ASSOCIAÇÕES (art. 53-61): são entidades que visam a fins culturais,
beneficentes, esportivos, religiosos, sem finalidade de lucro.
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2. Relação Jurídica
-Conceito
-Formação
-Elementos ( Sujeitos, Vínculo, Objeto)
-Conceito
É elemento chave para o conhecimento da Teoria Geral do Direito. Nela se
entrelaçam fatos sociais e regras de Direito.
Savigny: “um vínculo entre pessoas, em virtude do qual uma delas pode
pretender algo a que a outra está obrigada”. – elemento material: relação social e
elemento formal: determinação jurídica do fato.
-Formação
As relações de vida formam-se em decorrência de determinados fatores que
aproximam os homens e os levam ao convívio.
A necessidade que o homem possui de suprir as suas várias carências é que
o induz à convivência.
As relações jurídicas formam-se pela incidência de normas jurídicas em fatos
sociais.
Em sentido amplo, os acontecimentos que instauram, modificam ou
extinguem relações jurídicas são denominados fatos jurídicos.
Então, quando ocorre um determinado acontecimento regulado pelas regras
de Direito, instaura-se uma relação jurídica.
É a política jurídica que indica ao legislador as relações sociais que
necessitam de regulamentação jurídica.
Sujeitos:
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Relação jurídica:
-simples: envolve apenas duas pessoas.
-plurilateral: em que mais de uma pessoa apresenta-se na situação jurídica
ativa ou passiva.
Vínculo de Atributividade:
Miguel Reale: “é o vínculo que confere a cada um dos participantes da
relação o poder de pretender ou exigir algo determinado ou determinável”.
Tem origem na lei ou no contrato.
Objeto:
É sobre o objeto que recai a exigência do sujeito ativo e o dever do sujeito
passivo.
Recai sempre sobre um bem. Pode ser patrimonial ou não-patrimonial,
conforme apresente valor pecuniário ou não.
49
Introdução ao Direito.
FATO JURÍDICO
O direito é um fato social. Porém, não é qualquer fato que lhe interessa.
Em decorrência de sua participação na vida social, as pessoas mantêm entre
si uma pluralidade de relações jurídicas.6
Nem todo fato é fato jurídico, mas somente aquele qualificado juridicamente
por uma norma.
Conceito:
Maria Helena Diniz: “O fato jurídico lato sensu é o elemento que dá origem
aos direitos subjetivos, impulsionando a criação da relação jurídica, concretizando
as normas jurídicas.”
6
CONJUNTO DE OBRIGAÇÕES E DEVERES RECÍPROCOS SANCIONADOS PELO DIREITO.
Elementos: sujeito ativo e passivo; objeto; fato; proteção jurídica.
50
EX: a morte resolve todas as coisas. Com a morte extingue-se a ação penal.
As relações jurídicas são resolvidas pela morte, embora passem a ser integradas
por um outro sujeito (o espólio do de cujus).
O tempo é outro fato natural a pôr temo ao fato jurídico. Não há interesse
em que as situações, até mesmo de responsabilidade penal permaneçam
indefinidamente.
Daí o porquê da prescrição7 e da decadência8, institutos jurídicos ligados ao
tempo, pelos quais os direitos materiais desaparecem depois de certo tempo ou
permanecem, mas seus titulares não dispõe mais do direito de ação para exigi-los.
O ato jurídico é fruto de uma vontade livre. Para o direito não importa tanto
a explicação psicológica da vontade quanto a sua manifestação, desde que livre de
fatores que a viciam.
Para o direito, não basta que a vontade exista, mas que venha expressa de
alguma forma, mesmo tacitamente, quando isso for admitido. É preciso lembrar que
o silêncio constitui uma maneira de manifestar a vontade.
7
PERDA DE UM DIREITO EM RAZÃO DA INÉRCIA DO SEU TITULAR E DO DECURSO DO
TEMPO. Extinção de uma ação ajuizável em virtude da inércia do seu titular durante um certo lapso de
tempo. Ex: os locadores tem direito de cobrar o seu aluguel por ação judicial, se os inquilinos recusarem-
se a pagar e dentro de 3 anos não formalizarem a demanda, perdem o direito de fazê-lo, porque há um
interesse social em não permitir que as pendências fiquem sempre em aberto.
8
PERDA DE UM DIREITO PELO FATO DE SEU TITULAR NÃO EXERCÊ-LO DENTRO DO
PRAZO LEGAL. Ex: haverá decadência se alguém deixar passar mais de 120 dias para exercer o direito
de impetrar mandado de segurança.
51
Referências:
Relembrar:
FATO JURÍDICO: acontecimento independente da vontade humana que produz
efeitos jurídicos – cria, extingue ou modifica relação jurídica. Pode ser: stricto sensu,
ordinário ou extraordinário.
ATO JURÍDICO: é todo o ato que depende da vontade humana e produz efeito
jurídico. Pode ser: em sentido estrito, negócio jurídico ou ato ilícito.
ATO ILÍCITO:
É a conduta humana violadora da ordem jurídica.
A ilicitude implica sempre a lesão a um direito pela quebra do dever jurídico.
Para a configuração do ilícito concorrem os elementos:
CONDUTA: sempre humana
ANTIJURIDICIDADE: a ação praticada é proibida pelas normas jurídicas
IMPUTABILIDADE: responsabilidade do agente pela autoria do ilícito
Art. 186 CC : Ato ilícito é aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral.
CATEGORIAS:
Há duas categorias de ilícito: civil e penal.
CIVIL: o descumprimento do dever jurídico, contratual ou extracontratual,
contraria normas de Direito Privado e tem por conseqüência a entrega de um bem
ou de uma indenização.
PENAL: quando a conduta antijurídica enquadra-se em um tipo de crime
definido em lei. Em face do princípio da reserva legal, não pode haver crime e nem
pena sem lei anterior. A sanção penal consiste geralmente em uma restrição à
liberdade individual ou pagamento de multa.
EXCLUDENTES DO ILÍCITO:
Art. 188 CC:
LEGÍTIMA DEFESA: esta medida é de natureza especial e extraordinária, pois
o caminho natural para a defesa dos direitos é a via judicial. A reação moderada, a
título de defesa, além de direito, é dever moral. Ex: quando o proprietário se vê
privado da posse de qualquer bem.
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO RECONHECIDO: o direito subjetivo é para
ser exercitado. A sua utilização normal, de acordo com a sua finalidade, não
caracteriza qualquer ilícito. Ex: proprietário que ajuíza ação de despejo contra uma
empresa, não tem responsabilidade pelo tempo e dinheiro perdidos durante a
paralisação temporária.
ESTADO DE NECESSIDADE: apresenta-se um conflito entre direitos
pertencentes a titulares distintos. Para tutelar o direito próprio, alguém destrói ou
inutiliza o bem jurídico de outrem. É ação ilícita apenas se exceder os limites
indispensáveis à remoção do perigo. REQUISITOS: PERIGO ATUAL E INEVITÁVEL,
54
ABUSO DO DIREITO:
TEORIAS DA RESPONSABILIDADE:
NEGÓCIO JURÍDICO:
CLASSIFICAÇÃO:
DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS: arts. 138 a 165, são vícios que
comprometem a validade dos atos.
ERRO OU IGNORÂNCIA
DOLO
COAÇÃO --------------------------- Anuláveis
ESTADO DE PERIGO
LESÃO
FRAUDE CONTRA CREDORES
-----------------------------------------------------------------------------------
ERRO OU IGNORÂNCIA: Ignorância é a ausência de conhecimento total ou
parcial. Erro é a manifestação de uma vontade que se forma sob pressupostos
falsos.
DOLO: quando o declarante é induzido ao erro pela má-fé de alguém. Há
uma falsa representação da realidade. O autor da manobra pode ser parte do
negócio ou terceiro.
COAÇÃO: é ato de ameaça, de intimação, pelo qual se obriga alguém a
praticar determinado NJ. Pode ser por violência ou constrangimento psicológico.
Para anular o NJ, requisitos: temor de dano; perigo atual ou iminente; que o objeto
da ameaça seja de valor igual ou superior ao do NJ; ser a causa determinante do NJ;
ilegal.
ESTADO DE PERIGO: quando alguém pratica o NJ forçado pela necessidade
de salvar-se ou a pessoa de sua família, de grave dano, assumindo obrigação
excessivamente onerosa.
LESÃO: ocorre quando uma pessoa com necessidade ou por inexperiência se
obriga a prestação manifestadamente desproporcional ao valor da prestação
oposta.
FRAUDE CONTRA CREDORES: quando alguém em estado de insolvência ou
com o propósito de ficar insolvente, transfere bens de sua propriedade, que
serviriam para garantir o pagamento de suas dívidas. A ação para anular esse NJ
chama-se pauliana ou revocatória.
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Introdução ao Direito
Antinomia imprópria:
"Não é por outra razão que, após duas horas acaloradas de debates, o
Superior Tribunal de Jusdiça tomou uma decisão inédita no Brasil. Negou o
cancelamento do registro de paternidade, mesmo após um exame de DNA
comprovar que um pediatra de Goiás não era o pai biológico de uma criança. A
razão: a sentença já havia transitado em julgado.
O STJ optou por manter a sentença para preservar a "segurança jurídica" no
campo do Direito Civil.
A ação foi julgada em primeira instância em 1993 e a decisão, à base de
provas testemunhais, foi pelo reconhecimento da paternidade.
Em segunda instância, manteve-se a decisão.
E, em grau de recurso, chegou o caso ao STJ, que não julgou a ação por se
tratar de matéria de prova (é conveniente lembrar que o STJ só tem competência
para julgar matéria de direito).
Só depois de vencidos os prazos legais em que podia recorrer, o pediatra
entrou com uma ação de negação de paternidade, exigindo o exame de DNA e
pedindo o cancelamento do registro civil.
O exame provou que não era ele o pai. Mas aos olhos da lei era tarde
demais.
Prevaleceram no STJ os argumentos de que a matéria julgada deveria ser
preservada, sob pena de abrir um precedente que determinaria a possibilidade de
reavaliação constante de ações já julgadas, fazendo, desta feita, pois, prevalecer o
princípio de segurança jurídica sobre o valor da justiça, como valor axiológico
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Maria Helena Diniz trata tal antinomia como algo aceitável ou tolerado para
o aplicador: "não podendo ser removida pela ciência do direito, mas deve constituir
um estímulo ao aplicador para ver se ela pode ser eliminada por meio de técnica
interpretativa".
SEGURANÇA JURÍDICA
Pelo fato de o homem não ser auto-suficiente no plano material e espiritual, ele
não se sente totalmente seguro.
O seu estado permanente de dependência proporciona-lhe a inquietude. A
certeza das coisas e a garantia de proteção são uma eterna procura do homem.
A segurança é uma aspiração comum aos homens.
No plano jurídico a segurança corresponde a uma primeira necessidade, a mais
urgente, porque diz respeito à ordem.
Como se poderá chegar à justiça se não houver, primeiramente um Estado
organizado, uma ordem jurídica definida???
Segundo Goethe, “ Prefiro a injustiça à desordem”.
O Código Civil de Napoleão, no início do século XIX proporcionou aos franceses o
valor da segurança (codicismo, letra da lei, falta de interpretação, etc)
O positivismo jurídico, que teve em Hans Kelsen a sua mais alta expressão,
exalta o valor segurança, enquanto o jusnaturalismo não se revela tão inflexível
quanto a este valor, por se achar demais comprometido com os ideais de justiça e
envolvido com as aspirações dos direitos humanos.
O conflito entre segurança e justiça é comum na vida do Direito e quando este
fenômeno ocorre é forçoso que prevaleça a segurança, pois, a predominar o
idealismo de justiça, a ordem jurídica ficaria seriamente comprometida e se criaria
uma perturbação na vida social.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO
DIREITO NATURAL:
O motivo fundamental que canaliza o pensamento ao DN é a permanente
aspiração de justiça que acompanha o homem. Este, em todos os aspectos e
lugares não se satisfaz apenas com a ordem jurídica existente.
Filosofia do Direito (positivismo jurídico e jusnaturalismo)
É a idéia do direito perfeito, ideal, cuja ordem de princípios não é criada pelo
homem e que expressa algo revelado pela própria natureza.
Hoje, o DN concebe o dto como um conjunto de amplos princípios a partir
dos quais o legislador deverá compor a ordem jurídica. Ex: dto à vida, à liberdade,
participação na vida social, união entre os seres, igualdade de oportunidades, etc. É
eterno, imutável e universal.
A função do DN é traçar as linhas dominantes de proteção ao homem, para
que este tenha as condições básicas para realizar todo o seu potencial para o bem.
(séc. XVI a XVIII)
# do DPositivo que é visto como a expressão de vontade do Estado.
POSITIVISMO JURÍDICO
O positivismo jurídico é espécie do positivismo. Floresceu no século XIX
através de um método experimental com Auguste Comte (1798-1857).
O PJ. Rejeita todos os elementos de abstração na área do Direito, a começar
pela idéia do DN. Por julgá-la anticientífica.
Para o positivista, a lei assume a condição de único valor.
O Direito faz parte da Sociologia.
O PJ reduziu o significado humano.
Identificando o Dto com a lei o PJ é uma porta aberta aos regimes totalitários
seja comunista, fascista ou nazista.
As regras jurídicas tem sempre um significado, um sentido, um valor a
realizar.
NORMATIVISMO JURÍDICO
Hans Kelsen – divisor de águas ( 1881-1973) +- 1920.
Teoria Pura do Direito reduz a expressão do Direito à norm jurídica.
Aqui o direito passa a ser uma ciência por si.
Seu intento maior foi o de criar uma teoria que impusesse o dto como
ciência e não mais como uma seção da Sociologia.
Essa teoria se refere exclusivamente ao DP.
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