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A Umbanda tem nos caboclos uma de suas linhas de trabalhos espirituais. A linha de
caboclos é formada por milhões de espíritos, todos incorporados às hierarquias
espirituais regidas pelos Orixás menores, o primeiro grau da hierarquia dos Tronos
Naturais. Espíritos oriundos de todas as religiões, com as mais diversas formações
teológicas e mesmo culturais, têm se integrado às linhas de caboclo realizando um
trabalho de caridade, doutrinação e espiritualização junto aos seus afins encarnados.
O que foi codificado é que as religiões antigas teriam a oportunidade de criar linhas de
trabalhos espirituais e magísticas, que atuariam sob a regência dos Orixás, mas
recorreriam aos seus próprios conhecimentos e aos mistérios das divindades
intermediárias que os regiam. Assim surgiram muitas linhas de trabalhos, e todas foram
englobadas no grau de linhas de caboclos, de preto-velhos, de Exus e de Pomba- Giras.
Nas linhas de caboclo muitas religiões estão presentes, e, só como exemplo, temos a
linha de Caboclos do Fogo, que é toda formada por “magos” do fogo adoradores de
“Agni”, e temos a linha de Caboclos” Tupã”, formada por pajés adoradores de Tupã, que
é Deus para os índios brasileiros.
Tupã é Deus no Brasil, para os índios que o cultuam com esse nome.
Portanto, os espíritos que são incorporados, só são nas linhas cuja divindade ou Orixá
seja regente ancestral.
Sua cor geralmente é o verde, em alguns casos acrescenta-se o branco, mas pode
variar dependendo da vibração atuante do caboclo, seu próprio fio-de-conta pode variar.
Suas oferendas geralmente são frutas, flores, alguns solicitam charuto e cerveja em
suas oferendas, já vi casos de caboclos solicitarem vinho branco ou tinto. O pano que
cobrirá a oferenda também dependerá do caboclo bem como o local da entrega. Alguns
recebem em matas fechadas, outros sobre uma pedra, outros mais próximo a um rio,
outros em campos altos e de grama rasteira, também dependerá da forma que seu
caboclo trabalha e o local escolhido para ele transmutar as energias, cada entidade tem
o seu campo santo mediante a vibração que atua, portanto, cada qual tem um local
determinante para abrir os seus portais.
Caboclos de Oxalá: A vibração de Oxalá é aquela que nos traz a Paz, a Pureza de
Espírito, são caboclos que atuam na camada mais sutil do Centro, em nossos centros
psíquicos, nos preparando para os trabalhos litúrgicos dentro do terreiro. Falam muito
baixo, costumam conversar, atuam também na área de saúde. Muitos ocupam cargos
de chefia dentro da falange dos caboclos e dos próprios templos. Alguns caboclos que
atuam nessa vibração são Pena Branca, Águia Branca, Urubatão da Guia, Tupã,
Aimoré, Caboclo do Sol.
Caboclos de Iemanjá: São caboclos que em sua enorme maioria trazem o poder da
cura, por serem exímios manipuladores da água, o elemento da vida, possuem grande
capacidade para curar, regenerar tecidos recuperar a vitalidade de cada órgão das
pessoas. Não são muito sérios, costumam falar mais que os caboclos de Ogum ou
Xangô, existem muitas caboclas também sob a vibração de Iemanjá, geralmente são
caboclos que atuam na praia ou no mar. Entre os caboclos mais conhecidos dessa
vibração estão Jurema da Praia, Iara, Ondina, Jandira, Jacira, Caboclo da Lua, Beira-
Mar, Ubirajara.
Caboclos de Ogum: Geralmente são sérios, atuam mais na Ordem do centro, inibindo
a ação de entidades maléficas e desmanchando demandas, são austeros, destemidos
e onde atuam a Paz deve existir, por trabalharem sob uma vibração que representa a
força, o desejo de vitória, limitam-se apenas em trabalhar vencendo as Guerras que
cercam os templos Umbandistas, atuam na limpeza da Egrégora da casa. Alguns deles
são: Rompe-Mato, Beira-Mar, Pena Vermelha, Quebra-Ferro, Rompe-Ferro, Sete
Estradas, Sete Lanças, Sete Escudos, Sete Ondas.
Caboclos de Oxóssi: De todos os caboclos, são os que mais falam, é a vibração que
representa todos os caboclos em geral, costumam apresentar-se como bons
conselheiros, ótimos curandeiros e benzedeiros. Alguns caboclos que atuam sob a
égide de Oxossi; Guaraná, Jurema, Sete Encruzilhadas, Sultão das Matas, Araribóia,
Cobra Coral, Tupinambá etc.
Caboclos de Oxum: São caboclos que trazem todo o encantamento e doçura dessa
vibração, Oxum é a vibração de uma verdadeira mãe, protetora, amiga e sábia, assim
são os caboclos que atuam sob essa vibração. Conversam bastante e explicam com
uma paciência hercúlea. Alguns caboclos de Oxum são Pena Dourada, Iracema,
Indaiara, Jandira, Jurema dos Rios, etc.
Caboclos de Obaluaê: São muito poucos caboclos que atuam sob essa vibração, são
caboclos muito sérios, falam muito pouco e costumam também realizar seus trabalhos
na esquerda. Seus brados de guerra geralmente são muito curtos e ocos. Alguns
caboclos da linha de Obaluaie/Omulu são Arranca-Toco, Vira-Mundo, Urutu, etc.
Caboclos de Iansã: São muito confundidos com os caboclos de Obaluaiê ou até mesmo
os de Xangô pela semelhança e características. Trazem consigo a vibração da Guerra,
oriunda de Iansã e manipulam muito bem o elemento ar oriundo de sua Vibração
Original que é Iansã, são muito versáteis, alguns falam bastante, gesticulam muito,
outros nem tanto. Alguns caboclos são: Ventania, Caboclo do Vento, existe também o
Caboclo Sete Flechas que atua originalmente nas Sete •Vibrações.
Muitas são as tribos que atuam nos trabalhos de Umbanda, apenas citando alguns:
Sioux, Apaches, Chippeway, Comanches, Iroqueses, Navajos, Peles-Vermelhas, entre
outras tribos do norte da América, também temos a presença dos Incas, Maias e
Astecas que situavam-se mais na América Central e a vasta quantidade de tribos
brasileiras, como Tupiniquins, Tupinambás, Aimorés, Tupis, Tamoios, Guaiacurús,
entre outras tribos, onde alguns caboclos receberam como nome de trabalho, o nome
de sua própria tribo.