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PARTE 1: IMIGRAÇÃO PARA OS EUA
(ASPECTOS PATRIMONIAIS E FISCAIS)
Fonte: IRS
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Algumas unidades federadas americanas, como Califórnia e Nova Iorque, também aplicam Imposto de Renda
Estadual (State Income Tax).
Entretanto, como exposto anteriormente, em relação às famílias com patrimônio e
investimentos no Brasil, parte relevante de suas rendas ou rendimentos é
considerada pela legislação brasileira como isenta ou não-tributadas (v.g.
distribuição de lucros e dividendos).
No Brasil, as empresas são tributadas em suas atividades, seja no sistema do lucro
real, seja nos sistemas do lucro presumido ou arbitrado. Por outro lado, os lucros e
dividendos são distribuídos aos acionistas com alíquota zero de imposto sobre a
renda. Nesses casos, os valores pagos pelas empresas não poderão ser utilizados
na compensação com o imposto devido nos EUA.
Da mesma forma, as receitas de alugueres, caso os imóveis sejam de propriedade
de pessoa jurídica. Mesmo a pessoa jurídica sendo tributada sobre as rendas de
alugueres, os dividendos e lucros são novamente distribuídos aos acionistas sem
custo fiscal. Também aqui não há créditos passíveis de serem opostos à tributação
nos EUA.
Somente as operações tributadas na fonte (receitas financeiras, royalties, juros
sobre capital próprio ou outros) gerarão créditos passíveis de compensação na base
de cálculo do Income Tax nos EUA.
Tributação americana em caso de falecimento ou doação
Outro aspecto fundamental a ser considerado pela família interessada em imigrar
para os EUA é o custo fiscal incidente sobre o patrimônio em caso de falecimento ou
doação.
Enquanto no Brasil incide, em casos de falecimento ou doação, o denominado
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações – ITCMD, com alíquotas entre
4% (quatro por cento) e 8% (oito por cento), nos EUA também ocorre tributação
similar através do Estate, Inheritance and Gift Tax (tributo federal).
O Federal Estate, Inheritance and Gift Tax (imposto federal incidente sobre herança
e doação) incide em relação aos indivíduos que tenham residência fiscal nos EUA,
com alíquotas progressivas podendo chegar a 35% (trinta e cinco por cento) do
patrimônio ou dos ativos em questão. Há uma isenção até o montante de USD
5.490.000,00 (exercício 2017) e USD 5.600.000 (exercício 2018) no caso do
Estate/Inheritance Tax (em caso de falecimento) e uma isenção de até USD
13.000,00 (treze mil dólares) para o Gift Tax (em caso de doações).
Além do imposto federal, alguns Estados americanos, também impõem a cobrança
de um Estate, Inheritance and Gift Tax adicional de caráter estadual com alíquotas
entre 1% (um por cento) e 16% (dezesseis por cento).
Para as famílias brasileiras em processo de imigração é, portanto, essencial a
discussão baseada na avaliação técnica sobre as hipóteses de transferência
patrimonial em vida (sucessão patrimonial em vida) e de forma antecipada à
obtenção do visto permanente e residência fiscal americana.
Planejamento Pré-Imigratório
Consoante disposto anteriormente, a residência fiscal americana apresenta uma
realidade fiscal totalmente nova para os indivíduos e famílias brasileiros em processo
de imigração para os EUA.
Caso o planejamento patrimonial e sucessório não seja implementado de forma
preliminar à obtenção do visto e consequente residência fiscal nos EUA, certamente
a carga fiscal incidente sobre o patrimônio existente no Brasil e também no exterior
será bastante alto.
Acima de aproximadamente USD 400.000,00 (quatrocentos mil dólares) anuais de
renda ou rendimentos (essa base de cálculo inclui TODOS os tipos de rendas ou
rendimentos, tais como dividendos, lucros, receitas financeiras, alugueres etc.), a
alíquota do Income Tax é de 39.6% (trinta e nove vírgula seis por cento).
O alto custo fiscal incidente nos EUA pode ser atestado em comparação com a
realidade brasileira. No Brasil, a tributação sobre os lucros e dividendos é isenta; a
tributação de rendimentos da pessoa natural se submete à alíquota de até 27,5%
(vinte e sete vírgula cinco por cento); a tributação de rendas decorrentes de aluguéis
em pessoa jurídica é de 11.33% (onze vírgula trinta e três por cento) no lucro
presumido; e, os investimentos financeiros, em sua maioria, estão sujeitos à tabela
regressiva (entre 22,5% e 15%).
Da mesma forma, enquanto no Brasil a tributação em casos de herança e doação
tem um custo fiscal entre 4% (quatro por cento) e 8% (oito por cento) sobre o valor
do patrimônio, nos EUA esse custo fiscal pode atingir patamares próximos de 65%
(sessenta e cinco por cento) nas hipóteses de incidência dos tributos federais e
estaduais.
Por isso, a utilização de sociedades holdings como veículo legal na propriedade de
ativos, a estruturação de fundos de investimento exclusivo para não-residentes
(Resolução CMN n. 4.373/2015), a estruturação de sociedades holdings em países
com acordos de bitributação com os EUA, a estruturação de trusts e foundations, a
transferência e/ou doação de ativos para herdeiros e sucessores, bem como a
remessa de capitais de forma antecipada aos EUA são algumas das ferramentas e
estratégias geralmente utilizadas nos projetos de planejamento patrimonial e fiscal
pré-imigratórios.
Por outro lado, cada família interessada na permanência temporária ou definitiva
nos EUA tem peculiaridades e objetivos próprios, exigindo análise pormenorizada da
realidade da família e de seus integrantes, tornando singular a solução técnica a ser
implementada em cada caso. Através do pre-immigration planning (planejamento
pré-imigratório), são estudadas alternativas e estruturas legais viáveis para que as
rendas de dividendos, alugueres, rendimentos financeiros e outros não sejam
sujeitos à bitributação.
Sendo assim, novamente é importante destacar que a mudança do Brasil para os
EUA tem consequências fiscais importantes e relevantes que precisam ser
analisadas e estudadas com a assessoria de profissionais habilitados tanto no Brasil
como nos EUA.