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AULA 19 – DIREITO INTERNACIONAL

Continuação
Requisitos Jurídicos
(1)Viabilidade do novo Estado
Segundo a regra, minorias no interior de um Estado não possuem direito à
independência, possuem direito à autonomia.
Quando trabalhamos com um povo, o direito internacional consagra a todos os povos
direito à independência. Se o povo se encontra no interior de outro Estado, o atual direito
internacional pondera os princípios da integridade territorial e da autodeterminação dos povos
de forma a conferir aos povos direito a independência frente a potência estrangeira que domina
seu território

Requisitos para que possamos apontar a existência de um povo


 o povo precisa ser étnica ou culturalmente distinto do restante da população do Estado
onde se encontra;
 o povo precisa ser maioria no território onde deseja criar o novo Estado;
 dominação estrangeira: colonização, ocupação territorial recente ou secessão remedial.

Para o Brasil, nem o Kosovo nem a Crimeia são reconhecidos como Estados.
Quando os direitos humanos são maciçamente violados, a viabilidade necessária ao
reconhecimento de novos Estados é atenuada. Mesmo havendo algumas dúvidas sobre a
existência do novo Estado, seu reconhecimento por outros países não viola o direito
internacional.

(2)O novo Estado não pode ter sido constituído mediante o recursos a atividades que
caracterizam violação grave do jus cogens
Esse entendimento em direito internacional, remonta ao início da década de 1930
quando foi formulada a Doutrina Stinsom para impedir o reconhecimento do Manchukoo. Com
o tempo, essa doutrina foi aperfeiçoada de forma que não somente o uso da força de forma
ilegal proíbe o reconhecimento de novos Estados, como também violações graves do jus cogens
em geral. As resoluções do Conselho de Segurança da ONU, nas últimas décadas, têm
confirmado essa proibição. Exemplos:
 Rodésia do Sul (Zimbábue) – o não reconhecimento foi imposto. Em 1965, a minoria
branca declarou independência em relação ao império britânico para implantar um
regime de apartheid. Dias após, o CSONU, com base no capítulo VII da Carta da ONU,
adotou duas resoluções 216 e 217: o Conselho proibiu que qualquer Estado pudesse
reconhecer a Rodésia do Sul como país independente. O não reconhecimento tinha por
finalidade estrangular o novo Estado. Em 1979, a minoria desistiu e convocou novas
eleições. Em 1980, a maioria negra chegou ao poder.
 República Turca do Chipre do Norte – a minoria turca declarou independência. O
Conselho de Segurança emitiu a resolução 541/1983 proibindo o reconhecimento desse
Estado (a finalidade era garantir o estrangulamento de forma a permitir que uma
solução pacífica fosse encontrada entre o Chipre).

De forma geral, Estados que cometem violações graves do jus cogens não podem ser
reconhecidos. Violações graves do jus cogens geram hipóteses de responsabilidade
internacional agravada, geram efeitos erga omnes.
Há um requisito que constitui a atual prática internacional em matéria de
reconhecimento de Estado, mas que ainda não é costume internacional - não há obrigatoriedade
em se verificar esse requisito. Ele é mais político do que jurídico: novos Estados para serem
reconhecidos precisam se comprometer a respeitar os direitos humanos, os limites existentes,
assim como os diversos regimes internacionais (como o de não proliferação de armas). Além
disso, exige-se frequentemente que o novo Estado se organize internamente com base na
democracia e no império da lei. Esse requisito surgiu originalmente em um documento
comunitário europeu de 1991 chamado Diretrizes para o Reconhecimento de Novos Estados na
Europa Oriental e URSS.

RECONHECIMENTO DE GOVERNO
As características do ato de reconhecimento de governo são as mesmas do ato de
reconhecimento de Estado: unilateral, irrevogável, discricionário, retrativo. O ato de
reconhecimento de governo é incondicional.
O reconhecimento de governo faz-se necessário quando uma ruptura na ordem política
de um Estado (do gênero de uma revolução ou golpe de Estado) faz com que se instaure no país
um novo esquema de poder à margem do regime constitucional até então em vigor.
Se a mudança de governo é constitucional segundo suas instituições ou se o golpe é
promovido pelo próprio governo para permanecer no poder, o reconhecimento internacional
não é necessário.

BRASIL
Reconhecimento de Estado Reconhecimento de Governo
1822 X -
1889 - X
1930 - X
1964 - X

Requisitos jurídicos para o reconhecimento de novos governos


Há requisitos que encontramos no costume internacional.
(1)Efetividade é o principal requisito. Na sua ausência, o reconhecimento de governo constitui
intervenção nos assuntos internos de outros países. O novo governo é considerado efetivo
quando possui o controle da máquina administrativa do Estado e não há resistência armada
contra o mesmo em parte relevante do território. Em outras palavras, o novo governo deve
controlar a maior parte do território e da população.
O atual direito internacional não exige a legitimidade popular do novo governo para que
possa haver seu reconhecimento. A efetividade pode ser garantida mediante recurso a força.
Governos efetivos são legítimos segundo o direito internacional.
A legitimidade popular, todavia, é importante requisito político para o reconhecimento.
O reconhecimento de governo é ato discricionário, nesse sentido, Estados democráticos relutam
em reconhecer novos governos que não contam com apoio popular. A legitimidade popular do
novo governo é relevante juridicamente no que concerne a participação do seu Estado em certas
organizações internacionais.
Organizações internacionais que possuam clausulas democráticas normalmente
suspendem Estados quando, na opinião dos demais membros, seu novo governo é ilegítimo.
Duas doutrinas historicamente preocuparam-se em avaliar que requisitos seriam
obrigatórios em matéria de reconhecimento de governo.

(1)Doutrina Tobar
Criada em 1907 pelo então ministro das relações exteriores do Equador, Carlos Tobar. A
fim de evitar a sucessão de golpes de Estados na América Latina, seria fundamental que novos
governos somente fossem reconhecidos quando contassem com o apoio popular. Em outras
palavras, seria necessário expresso juízo de valor sobre a legitimidade do novo governo.
A Doutrina Wilson previa a legitimidade democrática. A Doutrina Larreta (Uruguai) e a
Doutrina Betancourt (Venezuela) retomaram a Doutrina Tobar.
(2)Doutrina Estrada
Criada em 1930 por Hernaro Estrada, então secretário das relações exteriores, foi uma
reação a Doutrina Tobar.
Segundo essa doutrina, o ato de reconhecimento de governo seria intromissão indevida
nos assuntos de outro pais. Esse seria ato ofensivo a soberania do Estado cujo governo fosse
reconhecido. A legitimidade do novo governo seria questão interna.
Sendo assim, caso os países aceitassem o novo governo, deveriam simplesmente manter
relações diplomáticas com o Estado onde ocorreu a reviravolta sem manifestações sobre a
legitimidade do novo governo. Por outro lado, o rompimento de relações deveria ocorrer
quando o novo governo não fosse satisfatório.

Em matéria de forma, a Doutrina Estrada é a que mais se aproxima do atual costume


internacional – hoje, o reconhecimento é normalmente tácito. Em questão de fundo, as duas
doutrinas apresentam problemas: porque a legitimidade não é exigida e também o ato de
reconhecimento de governo não contraria o direito internacional.

Na próxima aula veremos o cumprimento das obrigações internacionais do Estado e o


aparecimento conforme o direito internacional.

Leituras Obrigatórias:
Celso – Parágrafos 167 a 178 do Capítulo XVII (recomendado)
Guido – Capítulo 11 (págs. 249-250)
Accioly – Subparágrafo 2.3.3.
Rezek – Parágrafos 140 a 145.

Leituras Avançadas:
Amaral Júnior – Parágrafo 11.2.
Mazzuoli – Parágrafo 4 da Seção I do Capítulo II da Parte II
Portela – Parágrafo 5 do Capítulo V.

Leitura complementar em língua estrangeira:


Shaw - Chapter 9

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