Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Atividade de Leitura
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
A velha contrabandista
1) Este texto é uma:
( ) narrativa ( ) poesia ( ) fábula
restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo e 6) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda: Quando
respondeu: o narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a
que tipo de dentes ele se referia?
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia 7) Quando a velhinha decidiu contar a verdade?
nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar
8) Qual é a grande surpresa da história?
o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só
9) Na primeira vez que o fiscal examinou o saco que a velhinha
tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em
levava e viu que era areia, ele ficou sem graça
frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de (A) Porque ficou sem graça de desconfiar de uma velhinha;
areia atrás. (B) Porque encontrou contrabando dentro do saco de areia que
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha a velhinha carregava.
(C) Porque a velhinha ficou brava por ele Ter desconfiado dela;
passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro
(D) Ele ficou sem graça, pois pensou que certamente iria
daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na encontrar algum contrabando dentro do saco.
lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez.
10) Os funcionários da alfândega eram profundos conhecedores
Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que de contrabando. Que frase do texto contém essa informação?
era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês
11) O que o narrador quis dizer com “tudo malandro velho”?
seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que
ela levava no saco era areia. 12) O texto diz que as personagens fazem um acordo.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou: a) Qual foi o acordo proposto pelo fiscal?
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40
b) Qual foi a condição que a velhinha impôs para contar ao fiscal
anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. o que ela contrabandeava?
Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
13) Numere corretamente as frases abaixo, observando a ordem
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia dos acontecimentos.
tocar a lambreta, quando o fiscal propôs: ( ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. ( ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
( ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era
Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a
contrabando de lambretas.
senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está ( ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa
passando por aqui todos os dias? lambreta, com um saco no bagageiro.
( ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos
- O senhor promete que não “espaia” ? – quis saber a
os dias.
velhinha. ( ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as
- Juro – respondeu o fiscal. vezes, o que ela levava no saco era areia.
- É lambreta. ( ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas
pediu à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que
fazia.
(Stanislaw Ponte Preta)
7.
a) R= 3; b) R= 2; c) R= 7; d) R= 1; e) R= 4; f) R= 5; g) R= 6.
EEEFM DO OUTEIRO TEXTO 2
ALUNO: __________________________________________________________ TURMA: _______
PROFESSOR: Dayan Leite
De noite na casa da serra, a luz acabou. Entra o garoto: 1. Relacione os vários sentidos do verbo CAIR.
− Pai, vó caiu na piscina.
(a) Ela quis correr e CAIU. ( ) Diminuir.
− Tudo bem, filho.
(b) O prédio CAIU. ( ) Escorregar, tombar..
O garoto insiste:
(c) Ela CAIU nos braços do ( ) Desmoronar.
− Escutou o que eu falei pai? namorado. ( ) Atirar-se.
− Escutei, e daí? Tudo bem. (d) CAIU o preço do café. ( ) Entrar na água para
− Cê não vai lá? (e) Não aguentou o calor e tomar banho.
− Não estou com vontade de cair na piscina. CAIU na água.
− Mas ela tá lá... 2. Leia o trecho:
Eu sei você já contou. Agora deixe seu pai fumar um − Pai, vó caiu na piscina.
cigarrinho descansado. − Tudo bem filho.
− Tá escuro, pai.
− Assim até é melhor. Eu gosto de fumar no escuro. a. O que Nelsinho quis dizer?
Daqui a pouco a luz volta. Se não voltar, dá no mesmo. Pede a b. O que Eduardo entendeu?
sua mãe pra acender a vela na sala. Eu fico aqui mesmo,
sossegado. c. O que causou a confusão?
− Pai... 3. No texto, predomina o diálogo, ou seja, as personagens
Meu filho vá dormir. conversam.
− Vó tá com uma vela. Observe os sinais de pontuação e responda.
− Pois então? Tudo bem. Quando ela sair da piscina,
pega a vela e volta direitinho pra casa. Não vai errar o caminho, a. Para que serve os dois- pontos?
você sabe muito bem que sua avó não precisa de guia.
− Por que cê não acredita no que eu digo? b. Para que serve o travessão?
− Como não acredito? Acredito sim. 4. Qual é o clímax da história?
− Cê não ta acreditando.
− Você falou que a sua avó caiu na piscina, eu acreditei, 5. Você concorda com a fala de dona Marieta quando ela diz que
tudo bem. Que é que você queria que eu dissesse? o filho teve “acesso de burrice”? Explique o que você entendeu.
− Não pai, cê não acreditou ni mim.
6. Em relação ao texto, é CORRETO afirmar que:
− Ah, você está me enchendo. Vamos acabar com isso.
(A) É uma crônica, pois é um relato curto de um fato do
Eu acreditei quantas vezes você quer que eu diga isso? Ou você
cotidiano.
acha que estou mentindo?
(B) É um poema, uma vez que se apresenta em forma de versos.
− Não te chamei de mentiroso.
(C) É uma notícia, uma vez que nos apresenta um acontecimento
− Não chamou, mas está duvidando de mim. Bem, não
novo e recente.
vamos discutir. Sua avó caiu na piscina e daí? É um direito dela.
(D) É um relato histórico, pois se baseia em documentos, para
Não tem nada de mais cair na piscina. Eu só não caio porque
mostrar ao leitor um fato acontecido no passado.
estou meio resfriado.
− Ô, pai!!! 7. Complete a tabela abaixo.
O garoto saiu desolado. Daí a pouco chega a mãe:
− Eduardo, você sabe que dona Marieta caiu na piscina?
Frase com Frase
− Até você, Fátima? Não chega o Nelsinho vir com essa
linguagem reescrita em Personagem
ladainha, coloquial linguagem
− Eduardo, está escuro que nem breu, sua mãe tropeçou, culta
escorregou e foi parar dentro da piscina, ouviu? Está com uma
vela acesa na mão, pedindo que tirem ela de lá, ela está com a 1.
roupa encharcada, e se você não for depressa ela morre, 2.
Eduardo! 3.
− Como? Por que aquele moleque não me disse isto logo?
8. Como Fátima consegue convencer o marido a tirar dona
Ele falou apenas que ela tinha caído na piscina, não explicou que
Marieta da piscina?
ela tinha tropeçado, escorregado e caído!
Saiu correndo, nem esperou a vela, tropeçou, quase ia 9. Que argumentos o pai usou para se desculpar com dona
parar também dentro Marieta?
d’água :
− Mamãe, me desculpe! O menino não me disse nada 10. Que modo de dar a notícia garantiria a compreensão do pai e
direito. Falou só que a senhora caiu na piscina. Eu pensei que a evitaria o mal-entendido?
senhora estava se banhando.
11. Escreva qual foi a reação da avó ao ser retirada da piscina?
− Está bem Eduardo − disse dona Marieta, saindo da
água pela mão do filho, e sempre empunhando vela que 12. Que fator contribui para dona Marieta caísse na piscina?
conseguira manter acesa. − Mas de outra vez você vai prestar
mais atenção no sentido dos verbos, ouviu? Nelsinho falou
direito, você é que teve um acesso de burrice, meu filho!!!
3. Na sala há dois meios de comunicação. Observe-os bem. A posição em que estão na sala e o tamanho em que foram retratados
pelo cartunista ajudam a construir o sentido da charge? Explique.
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
4. Que membros da família estão presentes na ilustração? Como você pôde identificá-los?
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
5. Todos, inclusive o cachorro, estão com a mesma expressão facial. Que emoção ou sentimento está expresso em seus rostos?
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
6. Por que a família está tão espantada? O que provocou essa reação?
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
8. Os balões de fala indicam duas situações: uma fictícia e uma real. Identifique cada uma delas e responda: para qual das duas a
família dá atenção e para qual dá, literalmente, as costas?
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
6. O filho usa a forma verbal "está" numa conversa informal com seu pai. Esse uso está coerente com a situação comunicativa?
Justifique.
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
8. Baseado na fala do pai no último quadrinho, responda: o que é mais importante para ele? Explique.
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
9. Uma rede social é uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações,
que partilham valores e objetivos comuns. As redes sociais online podem operar em diferentes níveis, como, por exemplo, redes
de relacionamentos (facebook, orkut, myspace, twitter). Baseado nisso, responda:
a) Que rede social está presente na tirinha?
_______________________________________________________________________________________________________
b) Antes que o pai citasse esse nome, de que outra forma você foi capaz de identificá-la?
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
c) Se o leitor não conhecesse essa rede social, seria capaz de compreender o humor presente no texto?
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________
EEEFM TEODORA BENTES TEXTO 6
ALUNO: __________________________________________________________ TURMA: _______
PROFESSOR: Dayan Leite
massa de gazes, tubos, gessos e fios. Eusébia olhou bem e achou _______________________________________________
um pé descoberto, a única parte possível de ser acariciada. 11. não tocado, inteiro
(QUINTANA, Mário. Prosa & Verso. 6. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 87)
O leitor semidesperto lê desconfia que tem algo errado mas não se importa.
O leitor atento lê e pesquisa para ver se o que leu é verdade.
4. Por que os sete sábios da Grécia deviam ser a tábua de salvação das conversas?
Eles tinham grande prestígio e influência entre os seus contemporâneos, e eram dotados de tamanha
sabedoria que alguns de seus ensinamentos foram inscritos nas paredes do templo de Apolo, em
Delfos.
6. Caetano Veloso, na letra Sampa, afirma o seguinte: "Á mente apavora o que ainda não é mesmo
velho". Que trecho do texto apresenta opinião semelhante?
"Autor que os queira conservar não deve ministra-lhes o mínimo susto."
7. Qual a diferença de postura entre o leitor dorminhoco, o leitor semidesperto e o leitor atento em
relação à frase: " O Brasil não fugirá ao seu destino histórico"?
O leitor dorminhoco lê, sem prestar atenção e não interpreta o que leu.
O leitor semidesperto lê desconfia que tem algo errado mas não tem curiosidade de aprofundar o seu
conhecimento, se acomoda;
O leitor atento lê, pesquisa, relacionar os fatos para ver se o que leu é verdade.
GABARITO
1-A , 2-D,3-B,4-D, 5- B,6-C,7-A,8-B,9-B,10-C, 11-A
Leitura compartilhada
Os quatro ladrões
Diz que era uma vez quatro ladrões muito sabidos e finos. Num domingo de manhã estavam
deitados, gozando a sombra de uma árvore, quando viram passar na estrada um homem levando um
carneiro grande e gordo. Palpitaram furtar o carneiro e comê-lo assado. Acertaram um plano e se
espalharam por dentro do mato.
O primeiro ladrão foi para o caminho, encontrando o homem do carneiro e salvou-o:
— Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
— Para sempre seja louvado!
— O senhor, que mal pergunto, para onde leva este cachorrinho?
— Que cachorrinho?
— Esse aí que está amarrado numa corda! Bem bonitinho!
— Isso não é cachorro. É carneiro. Repare direito.
— Estou reparando, mas é cachorro inteiro. Vigie o focinho, as patas, o pelo. É cachorro e dos
bons.
Separaram-se e o dono do carneiro ficou olhando o animal meio desconfiado. Adiante saiu o
segundo ladrão, deu as horas, e foi logo entrando na conversa:
— Cachorro bonito! Esse dá para tatu e cutia. Focinho fino, bom para farejar. Perna fina
corredeira. É capaz de correr veado. Onde comprou o bicho?
— O senhor repare que não é cachorro. É um carneiro. Já outro cidadão ali atrás veio com
essa palúxia para meu lado. Bote os olhos direito no bicho.
— Homem, desde que nasci que conheço cachorro e carneiro. Se esse aí não é o cachorro eu
ando espritado. Deixar de conhecer cachorro?
O homem seguiu sozinho, mas não tirava os olhos do carneiro, quase convencido de que
comprara o bicho errado. O outro ladrão apareceu e fez a mesma conversa, misturando os dois
animais, e ficando espantado quando o dono dizia que era um carneiro. Discutiram um bom pedaço e
o terceiro ladrão espirrou para dentro do marmeleiro.
O quarto camarada veio e puxou conversa, oferecendo preço para o cachorro que dizia ser
bom caçador de preás. Deu os sinais de cachorro de faro e todos encontravam no bicho que o
homem ia levando.
Assim que despediu, o dono do carneiro, que ia comendo o animal com os olhos, parou,
desatou o laço da corda e soltou o carneiro, certo e mais que certo que o carneiro era cachorro.
Os quatro ladrões que vinham acompanhando por dentro da capoeira agarraram o carneiro e
fizeram dele um almoço especial.
CASCUDO, Luís da C. Contos tradicionais do Brasil. 13. ed., 6ª reimp. São Paulo: Global, 2009.
2. Analisando o texto
a) Discuta com seus colegas:
● Os ladrões agem como na maioria dos furtos? Explique.
Resposta pessoal.
b) Que argumentos cada ladrão usou para convencer o homem de que ele tinha um cachorro?
1º ladrão: Afirma que o animal é um cachorro e ainda aponta o focinho, as patas, o pelo como provas de que é um
cachorro.
2º ladrão: Afirma que o animal é um cachorro farejador, bom para caçar tatu e cutia.
3º ladrão: Repetiu os argumentos do primeiro e do segundo ladrão.
4º ladrão: Afirmou que o animal era um cachorro bom para caçar preás.
c) Qual foi a consequência da estratégia usada pelos ladrões para conseguir o carneiro?
O homem desistiu do carneiro, convencido de que era um cachorro.
d) O que você acha da estratégia usada pelos homens para conseguir o carneiro? Você considera
que houve realmente um furto? Resposta pessoal.
b) De acordo com esse trecho, o cenário (local onde se passa o fato narrado)
( X ) é apresentado primeiro e depois se sabe o que aconteceu nele.
( ) não é apresentado de início. Vai-se tomando conhecimento dele no desenrolar da narrativa.
( ) não é importante para o conto, por isso não há menção ao lugar onde se passa o fato.
c) E a expressão temporal “Diz que era uma vez” o que sugere: um tempo exato em que é possível
situar a história ou o tempo do faz de conta?
O tempo do faz de conta.
5. Analisando a passagem do tempo nos contos
a) Agora, releia o conto “Os quatro ladrões” e identifique as palavras e as expressões que indicam a
passagem do tempo. Sublinhe-as no texto.
“Num domingo de manhã”; “adiante”; Assim que despediu”.
b) Em sua opinião, o uso dessas expressões é importante na organização do texto? Por quê?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reconheça sua importância na organização da ordem dos acontecimentos no texto.
6. Analisando o desenvolvimento do conto
a) Ao verem o homem passar com o carneiro, que ideia os ladrões tiveram?
A ideia de furtar o carneiro.
b) Qual é o plano para colocar a ideia em prática?
Espera-se que o aluno seja capaz de inferir o plano latente nas ações narradas: convencer o dono do carneiro de que o animal era um
cachorro.
NO DIA EM QUE O GATO FALOU
(Millôr Fernandes)
Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de
ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses
egípcios. Este gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar não falava. E sua
dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele na esperança de que um dia
aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas, nada!
A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali
mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois
era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio, que falava
pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um
papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando
métodos, repetindo silabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.
Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu cérebro,
veio acompanhada da critica, auto-crítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?” O papagaio viu no brilho do
olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar, mas estava preso.Foi morto, depenado e cozinhado
em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se 25. desse ao gato o papagaio
como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio,
não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu experimento científico, a dama gentil e senil
procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateu-lhe mesmo – horror! – pela primeira
vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o
papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia do estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava
de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-miau-miau, mas perfeitamente
compreensível):
– Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair!
A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez.
Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo: – Foge, madame, que o prédio vai cair!
Madame, foge! – e pulou para a rua.
Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em
meio aos seus escombros.
O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou
apenas, com um gato mais pobre que passava: – Veja só que cretina. Passou a vida inteira para fazer eu falar e no
momento em que falei, não me prestou a mínima atenção.
_____________________________________________________________
3. Em: “Manso e inteligente, seu olhar era humano”, a palavra em destaque significa:
4. Em: “Curiosa natureza, pensava a mulher…” a palavra em destaque tem o mesmo significado que em:
d.( ) Conservava, aos quarenta anos, todas as boas qualidades de sua natureza.
5. Em: “…e um papagaio cretino mas parlapatão…” a expressão em destaque indica que o papagaio era:
6. Em: “E quanto mais meditava mais tempo gastava…” a palavra em destaque significa:
7. Relacione as colunas de modo a fazer a correspondência entre as palavras que se seguem, formadas por auto e
sua significação.
3. ( ) autobiografia c. avaliação feita por um indivíduo para provar a ele próprio que sabe determinados
conhecimentos
11. Em: “O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio…” a palavra em destaque significa:
a.( ) olhou para a sua dona b.( ) escutou o que sua dona dizia
c.( ) aproximou-se do gato d.( ) já estava para ser morto
c.( ) pesarosa pelo fato de a ideia não lhe ter ocorrido antes
17. A operação que envolve a morte do papagaio até a ingestão do alimento por parte do gato durou
aproximadamente:
18. Quanto tempo era gasto diariamente pela dama com os métodos de ensino ao gato?
19. Quando foi que ocorreu à dama a fórmula que lhe pareceu adequada para fazer com que o gato falasse?
________________________________________________________
GABARITO
1. c 2. B 3. A 4. B 5. A 6. B 7. A seqüência é: b, e, a, d, f, c 8. D 9. C
18. Todo dia a dama gastava uma a duas horas tentando ensinar o gato a falar.
ESTUDO DO TEXTO
1. O cartaz é um tipo de texto:
( ) informativo.
( ) publicitário.
Dinâmica "Jogo do Abecedário"
Em duplas, os alunos vão escrever uma cena teatral em que cada um terá que iniciar a fala com a próxima letra do
alfabeto, de “A” a “A”. Tal como o exemplo abaixo:
Sugestões de tema:
“No alto de uma roda gigante”
“No estádio de futebol lotado”
“Turbulência no voo”
“No zoológico”
“Preso no elevador”
# Proposta:
Entregue aos alunos uma pequena folha que conterá um item a partir do qual o aluno deverá criar 6 palavras. Os itens
devem ser os que seguem abaixo, de forma que cada item fique com um aluno e itens repetidos fiquem com alunos que
sentem distantes.
"Charada de Einstein"
Dizem que o próprio Einstein bolou o enigma abaixo, em 1918, e que pouca gente, além dele, conseguiria resolvê-lo.
Então, esta é a sua chance de se comparar à genialidade do mestre. Queime a mufa!
Numa rua há cinco casas de cinco cores diferentes e em cada uma mora uma pessoa de uma nacionalidade. Cada
morador tem sua bebida, seu tipo de fruta e seu animal de estimação.
A questão é: quem é que tem um peixe? Siga as dicas abaixo:
1) Sabe-se que o inglês vive na casa vermelha; o suíço tem cachorros; o dinamarquês bebe chá.
2) A casa verde fica à esquerda da casa branca; quem come goiaba cria pássaros; o dono da casa amarela prefere
laranja.
3) O dono da casa verde bebe café; o da casa do centro bebe leite; e o norueguês vive na primeira casa.
4) O homem que gosta de abacate vive ao lado do que tem gatos; o que cria cavalos vive ao lado do que come laranja; e
o que adora abacaxi bebe cerveja.
5) O francês só compra maçã; o norueguês vive do lado da casa azul; e quem traz abacate da feira é vizinho do que bebe
água.
Leia o texto abaixo e responda as questões propostas:
(Lenda oriental)
Dois amigos, Mussa e Nagib, viajavam pelas extensas estradas que circulam as tristes e sombrias
Chegaram, certa manhã, às margens de um grande rio, barrento e impetuoso, em cujo seio a morte
Era preciso transpor a corrente ameaçadora. Ao saltar, porém, de uma pedra, o jovem Mussa foi
infeliz. Falseando-lhe o pé, precipitou-se no torvelinho espumejante das águas em revolta. Teria ali
Este, sem um instante de hesitação, atirou-se à correnteza e, lutando furiosamente, conseguiu trazer
Chamou, no mesmo instante, os seus mais hábeis servos e ordenou-lhes gravassem na face mais lisa de
"Viandante! Neste lugar, durante uma jornada, Nagib salvou, heroicamente, seu amigo Mussa".
Isto feito, prosseguiram com suas caravanas pelos intérminos caminhos de Allah.
Alguns meses depois, de regresso às terras, novamente se viram forçados a atravessar o mesmo rio,
E, como se sentissem fatigados, resolveram repousar algumas horas à sombra acolhedora do lajedo
Eis que, por um motivo fútil, surge, de repente, grave desavença entre os dois companheiros.
Discordaram. Discutiram. Nagib, exaltado, num ímpeto de cólera, esbofeteou, brutalmente, o amigo. Que
fez Mussa? Que farias tu, em seu lugar? Mussa não revidou a ofensa. Ergueu-se e, tomando, tranqüilo, o
amigo Mussa".
- Senhor! Da primeira vez, para exaltar a abnegação de Nagib, mandaste gravar, para sempre, na
pedra, o feito heróico. E agora, que ele acaba de ofender-vos, tão gravemente, vós vos limitais a escrever
na areia incerta, o ato de covardia! A primeira legenda, ó cheique, ficará para sempre.
Todos os que transitarem por este sítio dela terão notícia. Esta outra, porém, riscada no tapete de
areia, antes do cair da tarde, terá desaparecido, como um traço de espumas entre as ondas buliçosas do
É que o benefício que recebi de Nagib permanecerá, para sempre, em meu coração. Mas a injúria. .
. Essa negra injúria... Escrevo-a na areia, com um voto, para que, se depressa daqui se apagar e
- Assim é, meu amigo! Aprende a gravar, na pedra, os favores que receberes, os benefícios que te
Aprende, porém, a escrever, na areia, as injúrias, as ingratidões, as perfídias e as ironias que te ferirem
Aprende a gravar, assim, na pedra; aprende a escrever, assim, na areia... e serás feliz !
1. Que elementos do texto nos permitem deduzir que os amigos Mussa e Nagib têm uma condição social elevada?
2. Com que expressão personificada (com características humanas) o narrador acentua os perigos do grande rio
barrento e impetuoso?
3. Segundo o narrador, a queda de Mussa foi causada por nervosismo, temor ou arrojamento? Justifique.
4. O que fez Mussa para que a lembrança da gratidão a Nagib não fosse efêmera (passageira)?
5. Por que Mussa gravou a injuria de Nagib na areia?
A FESTA DO FOLCLORE
No mundo das lendas e dos mitos do Brasil havia um grande alvoroço. Estava chegando o dia de festejar o Folclore brasileiro.
A Mula-sem-cabeça, agitada, preparava as bandeirinhas coloridas, o Saci-pererê, que havia prometido ajudar, fazia suas
peraltices trançando as crinas dos cavalos das fazendas, quando se lembrou da promessa correu para ajudar a Mula a enfeitar
- Comadre Mula-sem-cabeça, eu não sei se vai vir muita gente. Hoji está tudo tão isquisito!
- Minina, tu num sabe não? O pessoal desse país anda inventando umas festanças que eu não sabia que inxistia. Um tal de
Dia das Bruxas. Você conhece, aqui nu Brasil, essa tal de Bruxa?
Foi neste momento que chegou o Boitatá e ouviu boa parte da conversa. Ele disse:
- Meu amigo lobisomem me disse que ela é dama da terra de uns gringos. Ele também não entende porque ensinam as
Estavam nesta conversa animada quando chegou o Curupira. Ele trazia a carne para o churrasco que não deve faltar em
qualquer festa. O Lobisomem chegou avisando que antes do sol nascer ele teria de voltar para casa. O Negrinho do Pastoreio
O terreiro estava lindo. O trabalho dos personagens folclóricos ficou perfeito. Faltava a luz para iluminar tudo, pois chegariam
Ela obedeceu. O terreiro ficou claro como o dia. A meninada começou a chegar. As crianças foram sentando e, curiosas,
perguntavam, umas às outras, como seria o saci, o boitatá, o lobisomem. Elas nunca viram nenhum deles. Todas sentaram-se
E surgiu o Boitatá, grande cobra de fogo. O Curupira, com seus pés para trás, sentou no chão do palco e narrou as suas
aventuras em defesa das matas e dos animais. O mesmo fez o Lobisomem e o Negrinho do Pastoreio. A história dele é muito
bonita, pois Nossa Senhora o salvou dos maus tratos que ele sofria na fazenda. Os olhos da garotada ficaram cheios de
lágrimas de tanta emoção. – Ainda bem que Nossa Senhora cuida das criancinhas! – disse uma delas enxugando os olhos com
a manga da blusa.
Conhecida a lenda de todos, o Saci anunciou a segunda parte da festa. Era o momento das cantigas e das danças. E como foi
bonito ver as crianças, vestidas com roupas alusivas à data, cantando e dançando, mostrando a riqueza do folclore do Brasil.
2- Responda :
a- Quais foram os personagens do Folclore que participaram da festa ?
c- O Saci teve medo de que não fosse muita gente á festa porque ele acha que as coisas estão muito esquisitas hoje em dia. O
4- Numere os parágrafos do texto, localize as frases abaixo, destaque os pronomes pessoais e escreva a quem se referem:
b-Comadre Mula-sem-cabeça eu não sei se vai vir muita gente. ( 2º parágrafo ) ____________
d- Meu amigo Lobisomem disse que ela é a dama da terra de uns gringos. (8º parágrafo) ______________ e- Ela obedeceu. (
f- Ele é igualzinho que aprece nos livros de história. ( 13º parágrafo ) _________________
5- No texto aparecem cinco palavras escritas erradas. Circule essas palavras e reescreva-as corretamente:
* Nós _____________________________________________________________
* Eles _____________________________________________________________
* A gente ___________________________________________________________
* Ela _______________________________________________________________
*Eu ______________________________
*Nós _____________________________
*Eles _____________________________
*A gente __________________________
*Ela ______________________________
A notícia de seu desabrochar no dia 21 de março, atraiu multidões para um jardim botânico na ilha de Java, no sudeste
asiático. Isso porque a Amorphophallus titanum é a maior flor do mundo. Também é uma das mais raras: floresce apenas de
quatro em quatro anos e sobrevive por alguns poucos dias. Mas ela não é peculiar somente por causa da raridade: carnívora
que vive de insetos caídos em suas pétalas pegajosas, a titanum exala um odor definido por alguns como “uma mistura de
peixe estragado com açúcar queimado”. Ou, de forma mais direta, por outros como “um insuportável fedor de rato podre”.
Analisando o texto
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Jardim botânico é o lugar onde se cultivam plantas ornamentais, úteis ou para estudo.
________________________________________________________________
4) Usando as informações do texto e a referência bibliográfica, escreva o dia, o mês e o ano que a A. titanum floresceu.
6) Em que anos ela vai florescer novamente? Que informação do texto lhe permite afirmar isso?
_____________________________________________
________________________________________________________________
7)Você já viu jornal, canal de televisão ou alguma revista noticiar que uma rosa floresceu no jardim de uma casa? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________
____________________________
a Então, por que a A. titanum foi notícia? Por que ela atraiu multidões para vê-
la?__________________________________________________________________________________________________
___________________________
____________________________________________________________________________________________________
____________________________
____________________________________________________________________________________________________
____________________________
10) Qual a palavra usada no título do texto para dizer que essa flor:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
12) Que outro título você daria a esse texto para chamar ainda mais a atenção de quem fosse ler? Escreva-o.
________________________________________________________________
A notícia de seu desabrochar no dia 21 de março, atraiu multidões para um jardim botânico na ilha de Java, no sudeste
asiático. Isso porque a Amorphophallus titanum é a maior flor do mundo. Também é uma das mais raras: floresce apenas de
quatro em quatro anos e sobrevive por alguns poucos dias. Mas ela não é peculiar somente por causa da raridade: carnívora
que vive de insetos caídos em suas pétalas pegajosas, a titanum exala um odor definido por alguns como “uma mistura de
peixe estragado com açúcar queimado”. Ou, de forma mais direta, por outros como “um insuportável fedor de rato podre”.
Analisando o texto
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Jardim botânico é o lugar onde se cultivam plantas ornamentais, úteis ou para estudo.
________________________________________________________________
4) Usando as informações do texto e a referência bibliográfica, escreva o dia, o mês e o ano que a A. titanum floresceu.
________________________________________________________________
6) Em que anos ela vai florescer novamente? Que informação do texto lhe permite afirmar isso?
_____________________________________________
________________________________________________________________
7)Você já viu jornal, canal de televisão ou alguma revista noticiar que uma rosa floresceu no jardim de uma casa? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________
____________________________
a Então, por que a A. titanum foi notícia? Por que ela atraiu multidões para vê-
la?__________________________________________________________________________________________________
___________________________
____________________________________________________________________________________________________
____________________________
____________________________________________________________________________________________________
____________________________
10) Qual a palavra usada no título do texto para dizer que essa flor:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
12) Que outro título você daria a esse texto para chamar ainda mais a atenção de quem fosse ler? Escreva-o.
________________________________________________________________
Fábio tem um gato, que está sempre querendo pegar o passarinho da casa do vizinho.
Eu só fico imaginando a alegria desse gato se ele descobrisse os peixes que tem na casa da esquina.
Ainda bem que o outro bicho que mora lá na minha rua é uma pacata tartaruga.
.....................................................................................................................
......................................................................................................................
......................................................................................................................
...................................................................................................................
Os bichos de goiaba, pêssego, manga, laranja e outras nascem dentro das frutas.
As fêmeas adultas de um tipo de mosca — a mosca-das-frutas — perfuram as cascas das frutas maduras e depositam os ovos
que se transformam em larvas. Estas se alimentam ali dentro, até deixarem o interior das frutas para cair no chão.
“Se ingeridas, as larvas não produzem nenhum efeito patológico para o ser humano”, afirma o médico veterinário e
No entanto, elas são as responsáveis pela má qualidade das frutas, que ficam impróprias para o consumo.
2) Lendo novamente o texto, observe que o autor se utilizou de certas palavras para não repetir outras ou para fazer a ligação
3) No segundo parágrafo, também para evitar a repetição, foi utilizada a expressão ALI DENTRO. Nesse parágrafo, aparece
“Se ingeridas, as larvas não produzem nenhum efeito patológico para o ser humano.”
5) Procure no dicionário o significado de ENTOMOLOGISTA e reescreva ( no caderno) o terceiro parágrafo utilizando, no lugar
Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse
minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais
engraçada!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos
a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse
como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de
casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois
repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!”
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante
irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir,
o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhecimento da
história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um,
ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de
estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão
irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que
ocomissário ((autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, judicial,
fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres
colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que
assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea
homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a
um persa(habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da
Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu
encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho
dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até
hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela
que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história
do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.”
E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é
minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal
começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...”
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando
pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela
pequena casa cinzenta de meu bairro.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
08) Afinal, que história Rubem Braga inventou para alegrar e comover tantas pessoas?
09) Na sua opinião, o que mais sensibiliza as pessoas: histórias engraçadas ou dramáticas? Justifique.
Gabarito
Fonte: Luciliane
4) Você concorda com a idéia de que quem assiste muito à TV fica pobre de imaginação?
brasileiro passa em média 4 horas por dia assistindo à TV. Qual é sua opinião sobre
Drama
O CALO
– O senhor vai precisar extrair esse calo, seu Antônio.
– Mas, doutor!?
– Coisa simples! Amanhã, lá pelas oito, o senhor passa pelo hospital e num instante nós retiramos esse incômodo. Anestesia
local. Não vai doer nada.
O pacato Antônio, funcionário público há trinta anos, saiu do consultório cabisbaixo e meio nervoso. “Que ideia! – Depois de
vinte e dois anos, vivendo com esse calo. Meu calo de estimação! A Eusébia resolveu implicar com ele! Coisa de mulher… Logo
agora que eu faria bodas de prata com o calo!?”, praguejou Antônio entre dentes.
Eusébia, em casa, recebeu a notícia com satisfação. Aliás já esperava por isso. Afinal, há vinte e dois anos Antônio reclamava,
dizia que o calo era o centro de seus problemas. Mas tirar o calo, tomar alguma providência, que é bom, nada. Nada mesmo.
– Graças a Deus, Antônio. Deus ouviu minhas preces.
– Tô arrependido, Eusébia!
– Arrependido!? Por quê?
– (…) O calo sempre me avisou sobre o tempo. É melhor que o Serviço de Meteorologia! Se vier chuva ele dói, uma dorzinha
fina; se for calor, ele lateja e se for nublado, ele estufa. Até pensei levar o calo no programa do Sílvio Santos, você se lembra?
.....................
– Quer saber de uma coisa? Sempre detestei esse calo. Eu gostaria de ter um marido com pé perfeito. Perfeito, entendeu?
Assim foi. Antônio se arrumou, tomou café, não deu uma palavra com Eusébia e foi para o hospital. Algo chateado, ansioso, pois
afinal de contas, havia vinte e dois anos de convivência diária com aquele calo feio, macerado, duro, mas no fundo adorável.
Antônio subia as escadas principais do hospital quando, maldito calo, a-dor-fininha-sinal-de-chuva começou. Foi a conta,
Antônio tropeçou e caiu. Quebrou o calcanhar.
Uivando de dor foi levado por dois atentos enfermeiros até a sala de raio-X. Colocado numa maca, lá ficou esperando meia hora,
quarenta minutos e, insuportável calcanhar, como não aparecia ninguém, ele resolveu, de mansinho, se levantar e ir chamar
alguém. E então aconteceu o pior – Antônio caiu da maca e se arrebentou todo. Diagnóstico: fratura da bacia com estiramento
parcial da coluna. Sua família foi comunicada; seu médico, simples dermatologista, chamou uma equipe de ortopedistas, para
tratar do caso, e nosso herói todo esticado (e tracionado) foi internado no quarto 315.
– Doutor, a culpa foi minha! Fui eu que obriguei o Antônio a vir aqui.
– Calma, Dona Eusébia. Não chore, por favor. Seu marido vai para casa dentro de 15 dias.
– Quinze dias, doutor?!
– Dona Eusébia, foi o destino! Os ossos demoram um pouco para se consolidar. Tenha paciência. Ele está sendo muito bem
tratado. Os ortopedistas só usaram dezoito quilos de gesso.
– Só!? (E chorou.)
– O importante é que ele fique imóvel. Completamente imóvel.
......................
– Dona Eusébia, venho lhe comunicar que seu marido pegou uma pneumonia.
– Doutor!? Como isso aconteceu?
– É porque ele está imóvel há muito tempo.
– Mas não foi o senhor mesmo que disse que ele não devia se mexer, doutor?
– Mas essas coisas acontecem, Dona Eusébia. Fique calma, por favor. Nós vamos chamar um pneumologista.
– Um, o quê? (E chorou.)
– Um médico de pulmão!
E foi o médico de pulmão entrar para começar a desgraça. Primeiro ele meteu um tubo goela abaixo de Antônio, depois colocou-
o no soro, deu uma série de injeções e comunicou à chorosa Eusébia:
– Dona Eusébia, infelizmente apareceu um novo problema.
– Outro!? Qual, doutor?
– Examinando o pulmão, notei que o coração de seu marido não anda nada bem. Tá trotando mais que cavalo no grande prêmio.
– E agora?
– Vamos chamar um cardiologista!
– Eu não quero ficar viúva não! (E Eusébia chorou.)
– Calmo, Dona Eusébia. Tudo vai dar certo!
O cardiologista entrou como um tufão. Era eficientíssimo. Colocou o estetoscópio no peito, pescoço e barriga do Antônio. Ouviu
tudo a que tinha direito. Depois tirou a pressão, um eletrocardiograma e disse:
– Dona Eusébia, o seu marido não tem nada de coração.
Eusébia já vestida de preto, pois esperava pelo pior, sorriu toda alegra.
– É mesmo, doutor? Que bom! Então não vai acontecer o pior?
– Pelo coração não! Mas pelo cérebro eu não dou certeza alguma. Chame um neurologista imediatamente! A propósito, os rins
não estão funcionando bem. Aproveite e chame um nefrologista também.
....................
Antônio estava agonizante. A equipe médica confabulava em torno do leito. Enfermeiras engomadíssimas andavam e zuniam por
toda parte. Máquinas, termômetros e aparelhos dançavam em torno de Antônio que dava os últimos suspiros. Eusébia, acabada,
isolada, assistia a tudo com desespero e dor. Se sentia culpada e pressentia sua existência sem Antônio, sem amor ou carinho.
Nesse instante, um dos médicos se aproximou e Eusébia, num estalo, falou:
– Doutor, eu queria dar um último beijo nele. Um afago, um último adeus!
Todos os médicos concordaram de imediato e Eusébia se postou junto ao leito. Mas onde beijar? Se Antônio era uma massa de
gazes, tubos, gessos e fios. Eusébia olhou bem e achou um pé descoberto, a única parte possível de ser acariciada. Eusébia se
curvou e viu, imaginem, o calo. Altivo, intacto e vivo. E, sem raiva ou vergonha, Eusébia beijou o calo do amado. E para
surpresa de todos o moribundo se mexeu.
Acreditem, no quarto beijo Antônio espirrou. E, de afago em afago no calo, Eusébia conseguiu o impossível – curar Antônio.
Enfim, Antônio voltou ao lar com o calo e eles viveram felizes para sempre.
Moral da história – O amor tem razões que até os médicos desconhecem.
(DOC COMPARATO. O melhor da crônica brasileira. Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1981)
_________________________________________________________________________________
Estudo das palavras do texto.
A. Complete a frase com a palavra que indica a especialidade médica.
2.
1. O especialista em doenças do coração chama-se ________________________
2. O especialista em doenças renais ou dos rins chama-se ______________________
3. O especialista que corrige as deformidades dos ossos chama-se ______________________
4. O especialista em doenças do pulmão chama-se ________________________
5. O especialista em doenças da pele chama-se _____________________________
6. O especialista em doenças do cérebro chama-se _______________________________
2. B. Localize e transcreva as palavras do texto que possuem os significados abaixo:
1. arrancar, tirar de dentro ________________
2. desagradável, enfadonho __________________
3. que é amigo da paz, pacífico, sossegado __________________
4. abatido, humilhado ___________________
5. moído, torturado ______________________
6. determinação de uma doença pelos sintomas _______________________
7. tornar sólido, resistente _____________________________
8. trocar ideias, conversar ___________________________
9. sentir com antecipação, pressagiar, suspeitar ______________________________
10. pôr-se, permanecer em um lugar ________________________
11. não tocado, inteiro __________________________
2. C. Na frase: “Dona Eusébia, venho lhe comunicar que seu marido pegou uma pneumonia.” O verbo em destaque tem o
sentido de adquirir uma enfermidade. O verbo pegar pode ter vários significados. Crie frases usando o verbo pegar com os
seguintes sentidos:
1. pegar = agarrar, prender, segurar
2. pegar = subir ou instalar-se em um veículo para nele viajar
3. pegar = chegar a tempo, alcançar
4. pegar = aceitar fazer, comprometer-se a realizar um trabalho
5. pegar = seguir por determinada direção
6. pegar = ser condenado
Gabarito:
Questão A.
1) cardiologista
2) nefrologista
3) ortopedista
4) pneumologista
5) dermatologista
6) neurologista
Questão B.
1) Extrair
2) Incômodo
3) Pacato
4) Cabisbaixo
5) Macerado
6) Diagnóstico
7) Consolidar
8) Confabulava
9) Pressentia
10) Postou
11) intacto
Questão F. Por insistência de sua esposa, que julgava o calo do marido como um gerador de problemas.
Questão J. A longa espera em uma das salas de atendimento. Como ninguém aparecia para atendê-lo, tentou levantar-se, caiu e
fraturou a bacia,
Questão M. Por não achar outro lugar, Eusébia beijou o calo do marido e a partir daí começou a cura.
“Atenção, senhores passageiros para o Leblon, queiram apresentar-se ao poste de embarque”. Me despedi rapidamente das duas
tias, três primos, uma cunhada, ouvi as apressadas recomendações de minha mãe para que ficasse sempre atento olhando pela
janelinha e antes de entrar ainda acenei dos degraus do ônibus. Instalei-me, obedecendo ao painel luminoso que dizia “aperte os
cintos e não fume”. Logo depois o motorista acionou os motores, (…) e só não levantou voo pela Rua do Catete porque os
engarrafamentos não deram espaço para a decolagem.
Não tínhamos ainda nem fechado dez carros e o trocador veio à frente do ônibus explicando que como iríamos passar pela orla
marítima teríamos que aprender – para qualquer emergência – a colocar o colete salva-vidas. O senhor ao meu lado ouvia atento
o trocador. Pensei que talvez estivesse fazendo sua primeira viagem de ônibus.
– É verdade, para o Leblon é a primeira. – E interrompido por uma brusca freada, aproveitou para perguntar se a viagem era toda
assim.
– Só nos sinais – respondi.
– E tem muitos sinais até o Leblon?
– Uns 500. Deve ter mais sinal do que rua.
À minha frente, uma senhora quis saber do trocador se estávamos no horário. “Estamos atrasados uns quinze minutos”- disse ele.
“E se não pegarmos mais do que seis congestionamentos poderemos chagar ao Leblon por volta das oito horas”. Para quebrar um
pouco a tensão da viagem, aproveitei e perguntei à senhora o que iria fazer no Leblon.
– Vou visitar uma tia. E o senhor?
– Eu vou a negócios (se for bem sucedido – pensei, mas não disse – volto de táxi).
Era evidente que o meu vizinho não estava preparado para a viagem. Quando abalroamos o terceiro carro, ameaçou saltar.
Levantou-se, mas ao olhar para fora percebeu que estávamos em cima do viaduto. Ficou lívido. Querendo distraí-lo, ainda
comentei: “É bonita a vista daqui, não?” – Ele não me ouviu. Estava preocupado com os roncos e os mais estranhos ruídos que
saíam do ônibus: “Que barulho é esse?” indagou.
– É do ônibus mesmo – disse um cidadão sentado atrás.
– Mas esse ônibus está em péssimo estado – comentou meu vizinho.
– É verdade – voltou o cidadão que gostava de frases feitas – mas não se esqueça que cada coletividade tem um coletivo que
merece.
A viagem prosseguiu normal, ou seja: cheia de solavancos, batidas, freadas súbitas e imprudências – a curva que fizemos ao
entrar na Barata Ribeiro foi de deixar envergonhada a Esquadrilha da Fumaça. Às 11 horas, então, desembarcamos no Leblon.
Antes do ônibus parar, observei pela janelinha que todos os meus parentes que moram no bairro estavam me aguardando. Me
despedi do motorista, do trocador e desci à procura de um telefone.
– Um telefone para quê? perguntou meu primo que pratica surf.
– Pra avisar lá em casa que cheguei vivo.
(CARLOS EDUARDO NOVAES. Travessia da Via Crucis. Rio de Janeiro, Editorial Nórdica, 1975)
1. Damos algumas definições através das quais você deve localizar, no texto, as palavras que se enquadram nelas.
a) pôr em movimento – ____________________________
b) beira, margem – _________________________________
c) algo acontecido, ocorrido – _________________________
d) ir de encontro, chocar-se violentamente – ________________________
e) pálido – _____________________________
f) que surgem sem ser previstas – _____________________________
2. Ao dizer: “Atenção, senhores passageiros para o Leblon, queiram apresentar-se ao poste de embarque”, o Autor está
ironizando, utilizando a forma de convocar os passageiros de outro veículo de transporte. Que veículo é esse?
3. Em que outros momentos do texto o Autor compara, ironicamente, o ônibus ao avião? Transcreva os trechos.
GABARITO
1. a) acionar b) orla c) sucedido d) abalroar e) lívido f) súbitas
2. o avião
3. “Aperte o cinto e não fume”; “… e só não levantou voo pela Rua do Catete porque os engarrafamentos não deram espaço para
a decolagem”; “…colocar o colete salva-vidas.”
4. São frases organizadas com determinadas palavras que encerram uma ideia. São também conhecidas como “ditos populares”
tais como: “Cada macaco no seu galho”, “Quem ama o feio, bonito lhe parece”. No texto encontramos: “Cada coletividade tem o
coletivo que merece”.
5. Viagem “cheia de solavancos, batidas, freadas súbitas e imprudência…”
6. Critica a velocidade exagerada dos ônibus, na cidade do Rio de Janeiro.
7. Resposta pessoal.
CONTO GRAFOLÓGICO1
É anunciada, a um grande industrial, a visita de uma pobre parenta, a irmã de sua mãe. Recebe-a friamente:
Tia Delfina põe-se a chorar. Entrara cheia de temor no suntuoso edifício de seu riquíssimo sobrinho, e as duas horas de espera acabaram por aviltá-la.
– Vamos, não percamos tempo, diz o industrial. Com lágrimas nada se resolve. Se veio pedir dinheiro, previno-a que não lhe darei.
– Ora, Pedro! Eu soube que na semana passada houve uma vaga na seção de correspondência. Pelo amor de Deus, empregue o meu filho!
– Aqui o grau de parentesco não interessa. Acima de tudo está o interesse da indústria.
– Mas é justamente no interesse da casa que eu lhe peço que empregue o rapaz. Ele é formado em ciências comerciais, fala francês, inglês e alemão, é
muito ativo e não tem vícios.
Tia Delfina entrega-lhe a carta e sai quase chorando. O grande industrial é tomado de repentina cólera. Que maçada, que aborrecimento esses
parentes, que estão sempre a pedir! E, num ímpeto, pega a carta e, rasgando-a, atira-a para dentro do cesto. Com esse gesto, sua cólera desaparece e
considera o fato com mais calma. Se o rapaz possui mesmo tantas qualidades boas, talvez pudesse dar-lhe o emprego almejado. Afinal de contas, tia
Delfina é irmã de sua mãe…
Arrependido, torna a pegar a carta rasgada do cesto, recompõe-a e, quase como penitência, escreve-a novamente de seu próprio punho. Depois
chama o secretário:
– Envie esta carta para a seção de empregos. O candidato é meu parente, mas não quero preferências. O lugar deve ser dado a quem o merecer.
Duas semanas depois o lugar é ocupado, mas não pelo filho de tia Delfina. Esta pede nova audiência.
– Por que não empregou o meu filho? O lugar foi dado e um jovem rico que não precisa dele. Como farei, agora? A quem devo dirigir-me se você não
me quer ajudar?
– Verdadeiramente, senhor – diz humildemente o chefe da seção – esse Eugênio Tavares teria sido o melhor de todos. Mas o senhor ordenou que
a caligrafia dos candidatos fosse examinada pelo grafólogo para conhecer o caráter, o que foi feito. Porém, esse exame grafológico revelou que quem a
escreveu é um sujeito antipático, desonesto, despótico, malvado e vulgar.
FOLCO MASUCCI. O livro que diverte. Editora Leia, São Paulo, 1953.
__________________________________________________________________
Notas explicativas:
Grafológico – palavra relativa à Grafologia, que é a ciência que estuda a maneira como as pessoas escrevem, a fim de desvendar-lhea a personalidade.
____________________________________________________________________
3. Tia Delfina inicia a entrevista chorando. Três fatos deram origem a esse pranto. Quais são eles?
5. A tia demonstrou ser uma mulher prática e prevenida. Como se nota isto no texto?
7. O industrial arrependeu-se e tomou uma decisão muito importante que culminou em uma informação importante. Qual foi esta decisão e qual a
informação importante?
8. Apesar de reescrever a carta, o industrial não estava decidido a empregar o parente. Como se comprova isso?
10. Que frase do texto nos revela a importância social do visitado e a insignificância social da visitante?
12. Que frase do texto melhor demonstra que o industrial era impetuoso e colérico?
13. Se tudo estivesse em plena paz entre os personagens, não haveria história. Qual o conflito que encontramos no texto?
14. Você acha que a situação relatada pelo autor é uma história real ou foi apenas um pretexto para o escritor falar das características humanas. Que
outras histórias você conhece que caracterizam as pessoas em boas ou más?
______________________________________________________________________________________
Gabarito:
Sugestão de resposta. O importante é que a palavra usada transmita a ideia contida na frase.
5. Quando o sobrinho pediu uma carta de solicitação de emprego, ela já a tinha em mãos.
7. O industrial reescreveu a carta. Com tal gesto, submeteu sua letra à análise grafológica que revelou o seu próprio caráter: antipático, desonesto,
despótico, malvado e vulgar.
8. Pediu ao secretário que levasse a carta ao setor de empregos, mas recomendou que não queria preferências.
10. “É anunciada, a um grande industrial, a visita de uma pobre parenta, a irmã de sua mãe.”
12. “E, num ímpeto, pega a carta e, rasgando-a, atira-a para dentro do cesto.”
13. Uma senhora pobre deseja conseguir um emprego para o filho e o parente, que pode fazê-lo, não deseja empregá-lo.
E AGORA, JOSÉ?
E agora, José?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu
A noite esfriou,
E agora, José?
E agora, você?
II
E agora, José?
a noite esfriou,
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
III
E agora, José?
Sua biblioteca,
Sua incoerência,
IV
José, e agora?
Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você tocasse
A valsa vienense,
Se você dormisse
Se você morresse…
Sozinho no escuro
Qual bicho-do-mato
Sem teogonia,
Para se encostar
1. Das possibilidades sugeridas pelo poeta para que José mudasse seu destino, a mais extremada está contida no verso:
b. ( ) um solitário
c. ( ) um joão-ninguém frustrado
a. ( ) deixar bem claro que José foi abandonado porque fazia frio.
______________________________________________________________
Gabarito
1. B 2. A 3. Na 2a. estrofe 4. D 5. “Você que é sem nome” (1a. estrofe) 6. “José, para onde?” (4a. estrofe) 7.
A
8. Resposta pessoal. Mas deve reportar-se à situação de miséria e abandono em que vive grande parte das pessoas de baixa renda
no Brasil.
“Atenção, senhores passageiros para o Leblon, queiram apresentar-se ao poste de embarque”. Me despedi rapidamente das duas
tias, três primos, uma cunhada, ouvi as apressadas recomendações de minha mãe para que ficasse sempre atento olhando pela
janelinha e antes de entrar ainda acenei dos degraus do ônibus. Instalei-me, obedecendo ao painel luminoso que dizia “aperte os
cintos e não fume”. Logo depois o motorista acionou os motores, (…) e só não levantou voo pela Rua do Catete porque os
engarrafamentos não deram espaço para a decolagem.
Não tínhamos ainda nem fechado dez carros e o trocador veio à frente do ônibus explicando que como iríamos passar pela orla
marítima teríamos que aprender – para qualquer emergência – a colocar o colete salva-vidas. O senhor ao meu lado ouvia atento
o trocador. Pensei que talvez estivesse fazendo sua primeira viagem de ônibus.
– É verdade, para o Leblon é a primeira. – E interrompido por uma brusca freada, aproveitou para perguntar se a viagem era toda
assim.
– Só nos sinais – respondi.
– E tem muitos sinais até o Leblon?
– Uns 500. Deve ter mais sinal do que rua.
À minha frente, uma senhora quis saber do trocador se estávamos no horário. “Estamos atrasados uns quinze minutos”- disse ele.
“E se não pegarmos mais do que seis congestionamentos poderemos chagar ao Leblon por volta das oito horas”. Para quebrar um
pouco a tensão da viagem, aproveitei e perguntei à senhora o que iria fazer no Leblon.
– Vou visitar uma tia. E o senhor?
– Eu vou a negócios (se for bem sucedido – pensei, mas não disse – volto de táxi).
Era evidente que o meu vizinho não estava preparado para a viagem. Quando abalroamos o terceiro carro, ameaçou saltar.
Levantou-se, mas ao olhar para fora percebeu que estávamos em cima do viaduto. Ficou lívido. Querendo distraí-lo, ainda
comentei: “É bonita a vista daqui, não?” – Ele não me ouviu. Estava preocupado com os roncos e os mais estranhos ruídos que
saíam do ônibus: “Que barulho é esse?” indagou.
– É do ônibus mesmo – disse um cidadão sentado atrás.
– Mas esse ônibus está em péssimo estado – comentou meu vizinho.
– É verdade – voltou o cidadão que gostava de frases feitas – mas não se esqueça que cada coletividade tem um coletivo que
merece.
A viagem prosseguiu normal, ou seja: cheia de solavancos, batidas, freadas súbitas e imprudências – a curva que fizemos ao
entrar na Barata Ribeiro foi de deixar envergonhada a Esquadrilha da Fumaça. Às 11 horas, então, desembarcamos no Leblon.
Antes do ônibus parar, observei pela janelinha que todos os meus parentes que moram no bairro estavam me aguardando. Me
despedi do motorista, do trocador e desci à procura de um telefone.
– Um telefone para quê? perguntou meu primo que pratica surf.
– Pra avisar lá em casa que cheguei vivo.
(CARLOS EDUARDO NOVAES. Travessia da Via Crucis. Rio de Janeiro, Editorial Nórdica, 1975)
1. Damos algumas definições através das quais você deve localizar, no texto, as palavras que se enquadram nelas.
a) pôr em movimento – ____________________________
b) beira, margem – _________________________________
c) algo acontecido, ocorrido – _________________________
d) ir de encontro, chocar-se violentamente – ________________________
e) pálido – _____________________________
f) que surgem sem ser previstas – _____________________________
2. Ao dizer: “Atenção, senhores passageiros para o Leblon, queiram apresentar-se ao poste de embarque”, o Autor está
ironizando, utilizando a forma de convocar os passageiros de outro veículo de transporte. Que veículo é esse?
3. Em que outros momentos do texto o Autor compara, ironicamente, o ônibus ao avião? Transcreva os trechos.
7. Qual a sua opinião e o que deve ser feito a respeito de um motorista de ônibus que exagera na velocidade ao dirigir o veículo?
______________________________________________________________________________________
GABARITO
1. a) acionar b) orla c) sucedido d) abalroar e) lívido f) súbitas
2. o avião
3. “Aperte o cinto e não fume”; “… e só não levantou voo pela Rua do Catete porque os engarrafamentos não deram espaço para
a decolagem”; “…colocar o colete salva-vidas.”
4. São frases organizadas com determinadas palavras que encerram uma ideia. São também conhecidas como “ditos populares”
tais como: “Cada macaco no seu galho”, “Quem ama o feio, bonito lhe parece”. No texto encontramos: “Cada coletividade tem o
coletivo que merece”.
5. Viagem “cheia de solavancos, batidas, freadas súbitas e imprudência…”
6. Critica a velocidade exagerada dos ônibus, na cidade do Rio de Janeiro.
7. Resposta pessoal.
Eu vos afianço que 1978 é o verdadeiro ano cabalístico, pois asoma final de suas unidades é sete. Portanto, mandei lustrar
os Instantes do Tempo, rebrilhar as Estrelas, lavar a Lua com leite e o Sol com oiro líquido. Cada ano que se inicia, começo eu a
viver.
O mês mais curto é o que mais vocês curtem. Vocês, estilizados. Eu, no ar-condicionado. Vocês, na terça-feira gorda. Eu,
um quarta-feirento. Cinzento. Eu, veríssimo. Vocês, verão.
Março é o mês de prodígios infinitos – já que mar cabe em seu nome. Março abre aulas. Março enche a rua de garotos. Ah!
marçomar! Faz o milagre de acordar em mim o menino que já fui…
Abril, floral. O começo da primavera, bom como todos os começos. A promessa de um inverno, que é o resto da
primavera. E já esperar pelas doçuras de maio, o mês que é primavera no mundo inteiro.
Ao claro som dos sinos de Maria, o Outono aporta no País de Maio em sua barca toda azul e ouro!
Os amantes se aquecem mais em junho. A carícia, entre lãs, avança cálida. O toque, o beijo, a inquietação daninha
fagulham, puro ardor, sob o céu pálido.
É tempo de frio, mas é tempo de férias. Este é também o tempo de se lavrar a terra para as sementeiras. Tempo de amar e
rezar para melhor crescer árvore e filho. Juuuulho! O vento chama. Juuuulho!…
Ao contrário do que se supõe (rifão é rima só, não é verdade) agosto exala um perfume de suavidade, como está no
Eclesiastes, formosa oliveira dos campos. Na metade de agosto, exatamente a 15, Nossa Senhora desce à terra, porque subiu ao
céu. Mês augusto, mês do amor, mês da Glória; tudo a gosto.
Tem a Independência do Brasil, a Natividade de Nossa Senhora e o mais simpático de todos os dias santos, porque é o dia
dos meninos pobres, o de São Cosme s São Damião. E também tem, se os senhores não se incomodam, a Primavera.
Quando eu era menino, o dia 12 de outubro era uma festa para mim. – Que é que você quer ser quando crescer? – os mais
velhos perguntavam. Hoje não perguntam mais. Se perguntassem eu diria, como Fellini, que quero ser menino.
Coitado do homem tropical se ele for incapaz de ver, ouvir e viver o verão. Coitado de quem passa o verão a bufar (que
calor! que calor!), sem abrir os sentidos para o escândalo vital que é a natureza em dezembro.
GLOSSÁRIO
Afiançar – garantir
Aporta – chega
Ardor – calor
Augusto – majestoso
Cálida – morna
Daninha – endiabrada
Emocional – comovedor
Estilizados – fantasiados
Fagulham – brilham
Homem tropical – home que habita os países situados na zona tropical (quente) da terra
Inquietação – desassossego
Oiro – ouro
Prodígios – milagres
Rifão – provérbio
1. A mensagem do texto JANEIRO é muito significativa, porque é uma mensagem de otimismo. Retire do texto a frase que
traduz a esperança no ano que começa.
2. Em um texto, as palavras podem ser empregadas com sentido real (denotativo) ou sentido figurado (conotativo).
Assinale com:
d. ( ) Rebrilhar as Estrelas.
h. ( ) Começo eu a viver.
3. No texto FEVEREIRO, aparecem interessantes jogos de palavras. Exemplo: “O mês mais curto é o que vocês
mais curtem.”
4. Neologismo são palavras novas, geralmente formadas a partir de outras palavras existentes no vocabulário da língua.
Retire do texto FEVEREIRO um neologismo.
5. O texto FEVEREIRO foi escrito por Luís Fernando Veríssimo. Ao dizer “Eu veríssimo”, ele tanto pode se referir ao seu
nome, como pode estar empregando o superlativo do adjetivo vero, que significa verdadeiro. O sentido da
palavraveríssimo, no texto, é ambígua, isto é, possui mais de um sentido. Na frase seguinte “Vocês verão”, ocorre a
mesma situação. Explique os dois sentidos da palavra verão, na frase.
6. Ainda no texto FEVEREIRO aparecem referências a dois aspectos que caracterizam esse mês. Identifique-os analisando
as expressões em negrito:
9. No texto ABRIL lemos: “E já esperar pelas doçuras de maio…”. Identifique nesta frase a palavra empregada no sentido
conotativo (ou sentido figurado).
a) Diga se predomina nele a denotação (sentido real) ou a conotação (sentido figurado) no uso das palavras.
b) Escreva com palavras comuns o que você entendeu ao ler esse texto.
11. Do pequeno poema sobre o mês de JUNHO, retire as palavras que, em oposição ao frio desse mês, relacionam-se
com calor.
12. Chamamos de onomatopeias as palavras que procuram imitar ruídos de animais ou de coisas. No texto do mês JULHO a
autora empregou onomatopeias. Identifique-as e explique seu emprego.
13. No texto AGOSTO, o autor se refere a um rifão (provérbio popular): “Ao contrário do que se supõe (rifão é rima só,
não é verdade) agosto exala um perfume de suavidade.” A que provérbio popular o autor referiu-se?
14. De acordo com o texto SETEMBRO, além da primavera, o mês de setembro é importante porque nele se comemoram
__________________________________________________________
15. No texto OUTUBRO, o autor escreveu: “Quando eu era menino, o dia 12 de outubro era uma festa para mim”. Ele
refere-se dessa forma a esta data porque:
17. No texto NOVEMBRO, há predominância do uso da conotação (sentido figurado das palavras). Identifique dois
exemplos que comprovam isto.
19. Escreva, nos parênteses, D para os casos de emprego de denotação e C para os casos de conotação, nas frases extraídas
do texto DEZEMBRO:
a. ( ) espetáculo
b. ( ) mau procedimento
c. ( ) luxo
d. ( ) indignação
________________________________________________________________________
GABARITO
2. a. 1 b. 1 c. 2 d. 2 e. 2 f. 2 g. 1 h. 2
5. verão = estação do ano verão = verbo ver, 3a. pessoa do plural, futuro do presente do indicativo
7. “Ah! marçomar!” – neologismo criado pela combinação das palavras março e mar.
8. alternativa B
9. doçuras
b) O texto informa: O Outono começa no mês de maio, que é o mês consagrado a Nossa Senhora. A frase que escrevemos tem
sentido semelhante ao do texto, mas usamos o sentido real das palavras ou sentido denotativo.
14. a Independência do Brasil, a Natividade de Nossa Senhora e o dia de São Cosme e São Damião.
15. alternativa C
16. O Dia de Finados é o dia em que a vida visita a morte. É uma alusão à visita das pessoas (que estão vivas) aos túmulos (dos
que morreram).
18. alternativa C
19. a. D b. C c. D d. C
20. alternativa A