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Aula 12

Direito Tributário p/ AFRFB - 2016 (com videoaulas)


Professor: Fábio Dutra

34863293402 - Agatha Nicole Heloisa Alves


Direito Tributário para AFRFB - 2016
Curso de Teoria e Questões
Prof. Fábio Dutra - Aula 12

AULA 12: Garantias e Privilégios do Crédito


Tributário e Administração Tributária

SUMÁRIO PÁGINA
Observações sobre a aula 01
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 02
Administração Tributária 30
Lista das Questões Comentadas em Aula 66
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 81

Observações sobre a Aula

Olá, amigo(a), mais uma vez!

Hoje, vamos tratar das garantias e dos privilégios do crédito tributário e,


mais à frente, estudaremos o tema “Administração Tributária”.

Vamos estudar diversas questões da ESAF nesta aula! Fiquemos atentos


ao modo como o assunto é abordado pela banca. Muitas vezes, basta conhecer
a literalidade do CTN!

Abra o seu CTN e...vamos começar!!!

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1 – GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A partir do art. 183, o CTN cuida das garantias e dos privilégios relativos
ao crédito tributário. Mas o que vem a ser garantia e privilégio, em se tratando
de crédito tributário?

As garantias dizem respeito aos mecanismos criados pelo legislador


para facilitar a cobrança do crédito tributário. Os privilégios ou
preferências têm como objetivo conferir ao crédito tributário
prioridade de pagamento em relação às demais dívida que o devedor possa
ter.

De acordo com o ilustre professor Paulo de Barros Carvalho,

Por garantias devemos entender os meios jurídicos assecuratórios que


cercam o direito subjetivo do Estado de receber a prestação do tributo. E
por privilégios, a posição de superioridade de que desfruta o crédito
tributário, com relação aos demais (...)”
(CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 25ª Edição.
2013. Pág. 511)

Observação: Há créditos que preferem ao crédito tributário. Isso será visto


em tópico específico desta aula.

Garantias  facilitação da cobrança

Privilégios  prioridade de pagamento em relação aos


demais créditos

1.1 – Garantias do crédito tributário

O CTN previu, em seu art. 183, que as garantias do crédito tributário não
são taxativas. Ou seja, leis ordinárias podem vir a prever expressamente
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outras garantias ao crédito tributário, conforme dispõe o dispositivo:

Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao


crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente
previstas em lei, em função da natureza ou das características do
tributo a que se refiram.

Para sua prova, guarde o seguinte:

Taxativo = Exaustivo = Numerus Clausus

Exemplificativo = Numeros Apertus

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Assim, embora o CTN já tenha previsto algumas garantias ao crédito


tributário, nada impede que outras leis venham prever outras. Isso pode
ocorrer, em função das características de cada tributo. Há tributos cujas
características intrínsecas oferecem maior risco de não recebimento ao ente
tributante.

Sendo assim, cada ente federativo pode criar leis, com o objetivo
de assegurar o recebimento do tributo devido pelo sujeito passivo.

Por exemplo, quando determinados bens entram em regime de admissão


temporária (ingresso temporário de bens no território nacional, que retornarão
ao país de origem) pode ser exigido do contribuinte uma garantia de que, se o
bem não retornar ao país de origem, haverá o pagamento do imposto de
importação.

Portanto, o importador pode ter que realizar depósito em dinheiro entre


outras garantias previstas na legislação aduaneira, para garantir o pagamento
do tributo. Trata-se, pois, de uma garantia prevista expressamente em lei
para assegurar o recebimento do crédito tributário.

Observação: Tome cuidado com a palavra “expressamente”. O examinador


pode armar uma pegadinha, afirmando que outras garantias podem ser
implicitamente previstas em lei, o que não é verdade.

Contudo, as garantias atribuídas ao crédito tributário não têm o


condão de alterar a natureza do crédito tributário, muito menos da
obrigação tributária a ele relativa. É isso o que dispõe o par. único do art.
183, do CTN.

A título de exemplo, a União pode exigir o oferecimento de uma garantia


real, como condição para fruição de determinado benefício fiscal. Assim, se o
contribuinte agir em desacordo com a legislação que regula o benefício, pode-
lhe ser exigido os tributos devidos, que foram garantidos pela constituição de
uma hipoteca. 34863293402

Observação: Garantias reais são aquelas que asseguram o cumprimento de


uma obrigação, por meio de bens móveis e imóveis. No caso da hipoteca,
trata-se de uma garantia real de bem imóvel. Ou seja, o devedor continua
tendo a posse e propriedade do bem imóvel, mas, em caso de inadimplência,
o credor pode executar a hipoteca do imóvel, como pagamento da dívida.

Pois bem, a hipoteca, por óbvio, não é um crédito tributário, mas sim um
crédito hipotecário. Isso não significa que, se o crédito tributário tiver
sido garantido por uma hipoteca se transformará em crédito
hipotecário. O mesmo se pode dizer em relação à obrigação tributária
correspondente.

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1.2 – Universalidade da cobrança do crédito tributário

O art. 184 do CTN estabelece o seguinte:

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre


determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo
pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das
rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu
espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real
ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for
a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente
os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

O dispositivo em análise teve por objetivo favorecer o Fisco, em


relação aos bens e rendas suscetíveis de cobrança. Assim, respondem pelo
pagamento do crédito tributário todos os bens e rendas do sujeito passivo,
espólio ou massa falida.

Nessa linha, se o sujeito passivo possui um imóvel urbano, com dívidas


de IPTU que superem o valor do respectivo imóvel (embora seja de difícil
aplicação prática, serve-nos como exemplo), pode ter de cumprir a obrigação
com outros bens que possua. Por isso é que se diz que a responsabilidade é
pessoal, respondendo pela dívida a totalidade dos bens do devedor.

Portanto, ainda que os bens tenham sido gravados por ônus real
(hipoteca, por exemplo) ou tenham sido declarados impenhoráveis ou
inalienáveis, por ato de vontade do particular, respondem pelo crédito
tributário. Ou seja, até mesmo aqueles bens que não podem ser objeto
de cobrança de créditos de outra natureza, ficam submetidos à
cobrança do crédito tributário.

A exceção diz respeito aos bens e rendas declarados pela lei como
absolutamente impenhoráveis. Sendo assim, os bens voluntariamente
declarados como impenhoráveis continuam sujeitos ao crédito tributário. Em
outros termos, o que restringe o acesso do fisco aos é a disposição legal
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no sentido da absoluta impenhorabilidade.

Quais são esses bens “absolutamente impenhoráveis”? Estão previstos


no art. 649 do Código de Processo Civil:

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:

I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos


à execução;

II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a


residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem
as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;

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III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado,


salvo se de elevado valor;

IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações,


proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do
devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os
honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste
artigo;

V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos


ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer
profissão;

VI - o seguro de vida;

VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas


forem penhoradas;

VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que


trabalhada pela família; .

IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para


aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;

X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada


em caderneta de poupança.

XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da


lei, por partido político.

Observação: Você não precisa decorar tudo. Normalmente, as questões de


Direito Tributário não se aprofundam nesse tema. Sendo assim, sabendo que,
em regra, trata-se de recursos essenciais para sobrevivência ou
exercício da profissão da pessoa, já é o suficiente.
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No que se refere ao art. 649, I, não há aplicação em relação ao crédito


tributário, pois os bens assim declarados por ato voluntários estão sujeitos à
cobrança pelo Fisco, já que o CTN assim o diz, sendo este norma específica,
com status de lei complementar.

Cabe destacar que até mesmo o bem de família é penhorável para a


cobrança de tributos, desde que relativos ao próprio bem imóvel
familiar (Lei 8.009/1990, art. 3º, IV).

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Bens e rendas absolutamente impenhoráveis por


disposição legal  Não respondem pelo crédito
tributário.

Bens e rendas declarados impenhoráveis por ato


voluntário  Respondem pelo crédito tributário.

Além dos bens e rendas declarados pela lei como absolutamente


impenhoráveis, o art. 184, na sua parte inicial, afirma também que a lei pode
determinar privilégios especiais sobre determinados bens.

Dessa forma, com o advento da LC 118/05, foi incluído o art. 186, par.
único, I, o qual estabelece que o crédito tributário não prefere (não tem
preferência) sobre os créditos com garantia real, nos processos de falência.
Isso será entendido por completo, quando estudarmos os privilégios do crédito
tributário.

Por hora, o que deve ser entendido é que, em processo de falência, os


créditos gravados por garantia real gozam de prioridade em relação ao
crédito tributário.

Portanto, por serem utilizados como meio de pagamento aos com


prioridade, os imóveis hipotecados (garantia real), por exemplo, nem sempre
respondem pelas dívidas tributárias, pois podem ser entregues aos
respectivos credores, antes que se proceda ao pagamento do crédito
tributário.

Bens e rendas absolutamente


Não respondem impenhoráveis pela lei
pelo pagamento
do crédito
tributário Bens gravados por garantia real, nos
processos de falência
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1.3 – Presunção de fraude à execução fiscal

Com o intuito de fornecer maior proteção e garantia ao crédito tributário,


o legislador do CTN estabeleceu um momento a partir do qual se considera
fraude à execução fiscal a alienação de bens pelo devedor, quando este não
mantiver outros bens suficientes para a quitação da obrigação
tributária.

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Vejamos o que diz o art. 185 do CTN:

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens


ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para
com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente
inscrito como dívida ativa.(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de


terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes
ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp nº
118, de 2005)

Observação: Para o ajuizamento de uma ação de execução fiscal, é


necessário que o crédito tributário tenha sido inscrito em dívida ativa. Trata-
se de tema que ainda será estudado nesta aula.

Com base no que foi visto no art. 185, o momento estabelecido pelo
legislador como marco para a presunção de fraude à execução é o da
inscrição do crédito tributário em dívida ativa. A inscrição em dívida ativa
ocorre quando não há pagamento do crédito tributário dentro do prazo de
vencimento. Portanto, ocorre em momento posterior ao do lançamento e,
consequentemente, do fato gerador.

Destaque-se que a presunção prevista no caput do art. 185 é


puramente objetiva, ou seja, não se considera a intenção do devedor,
mas unicamente a sua atuação no sentido de alienar seus bens sem deixar
saldo suficiente para pagamento de crédito inscrito em dívida ativa.

Em decorrência do exposto, também não se admite prova em contrário


pelo sujeito passivo. Ou seja, constatada a situação prevista em lei, há
presunção absoluta de alienação fraudulenta. Assim entende a doutrina
dominante.

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Entenda-se como momento de inscrição em dívida ativa


aquele em que o sujeito passivo tiver sido
comunicado formalmente a respeito da inscrição.

Sendo assim, podemos afirmar que antes da inscrição do crédito em


dívida ativa, o devedor pode dispor de seus bens, sem que fique
configurado qualquer ato lesivo ao Fisco.

Aliás, conforme mencionado acima, ainda que tenha alienado os bens


após a inscrição em dívida ativa, se o devedor tiver reservado bens ou
rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita, não há que se
falar em alienação fraudulenta (CTN, art. 185, par. único).

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Em síntese, pode-se dizer que, para que fique presumida a alienação


fraudulenta, é necessário que ocorram cumulativamente as seguintes
situações:

 Crédito tributário inscrito em dívida ativa (após comunicação oficial);


 Alienação de bens ou seu começo;
 Não houver reserva de bens ou rendas para quitar o crédito inscrito.

Observação: Tudo o que foi explicado neste tópico se aplica também à


“oneração de bens”. Ou seja, quando o devedor oferece bens como garantia
de outro crédito (constitui uma hipoteca, por exemplo), após a inscrição do
crédito tributário em dívida ativa, e não reserva bens e rendas suficientes
para quitação do crédito inscrito, a oneração também é considerada
fraudulenta!

1.4 – Penhora eletrônica ou online

No tópico anterior, nós havíamos falado da alienação fraudulenta, que é


aquela realizada após a inscrição do crédito em dívida ativa. Veja que para ser
considerada fraudulenta não é necessário que o devedor já tenha sido
executado, bastando a inscrição em dívida ativa. Correto?

A penhora online ocorre somente no curso da ação de execução


fiscal. Apenas para se ter uma noção básica, admitida a ação de execução
fiscal proposta pela Fazenda Pública, o devedor é citado (comunicado) para
pagar a dívida tributária ou nomear bens à penhora.

Contudo, se o devedor não pagar nem apresentar bens à penhora e


também não forem encontrados bens penhoráveis, fica o devedor sujeito ao
disposto no caput do art. 185-A, do CTN, cuja redação é a seguinte:

Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado,


não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não
forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a
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indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão,


preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades
que promovem registros de transferência de bens, especialmente
ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do
mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no
âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído
pela Lcp nº 118, de 2005)

Requisitos para ocorrer penhora online:

 Não pagou;
 Não apresentou bens à penhora no prazo legal;
 Não foram encontrados bens penhoráveis.

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Sendo assim, o juiz determinará a indisponibilidade dos bens e direitos


do sujeito passivo, sendo comunicados os órgãos que promovem registros de
transferência de bens (como os departamentos de trânsito, por exemplo),
especialmente o registro público de imóveis (cartório de registro de imóveis), e
também o Banco Central e a CVM, que são as autoridades supervisoras do
mercado bancário e de capitais, respectivamente.

Observação: Com a indisponibilidade dos bens, estes ficam bloqueados


(penhorados), à disposição do juízo.

Após o cumprimento da ordem judicial, os órgãos e entidades aos quais


se fizer a comunicação enviarão imediatamente ao juiz a relação discriminada
dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido (CTN, art. 185-
A, § 1º).

Com base nas informações apresentadas, o juiz determinará o


imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que
excederem o valor da dívida (CTN, art. 185-A, § 2º).

Repare que este tópico é bem tranquilo, referindo-se à possibilidade de o


juiz determinar a indisponibilidade dos bens eletronicamente, comunicando a
ordem aos órgãos responsáveis. Obviamente, o valor que exceder a dívida
tributária, deve ser imediatamente liberado. Veja, ainda, que o instituto só
foi previsto no CTN, com a edição da LC 118/05, ou seja, é recente, se
comparado com o ano da publicação do CTN (1966).

1.5 – Prova de quitação dos tributos

O legislador determinou que, para a prática de certos atos jurídicos, é


necessário haver a prova de quitação dos tributos. Isso é feito por meio da
certidão negativa, tema a ser visto adiante, mas que, por hora, é bom saber
que se trata de documento capaz de comprovar a inexistência de
débitos em nome do sujeito passivo.
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A prova de quitação dos tributos não deixa de ser uma garantia


do crédito tributário, tendo em vista que se impõe o pagamento dos tributos
como condição para os atos que serão descritos a seguir.

Parte da doutrina considera que, ao exigir a prova de


quitação dos tributos, concede-se ao crédito tributário
um sistema adicional de garantias.

Em primeiro lugar, o art. 191 do CTN determinou que para se obter a


declaração judicial da extinção das obrigações do falido, ao final do processo
de falência, deve ser comprovada a quitação de todos os tributos devidos.

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Além disso, de acordo com o art. 191-A, a concessão da recuperação


judicial também está condicionada à comprovação da quitação de todos os
tributos, observados os arts. 151, 205 e 206 do CTN.

O art. 151, como já estudamos, refere-se à suspensão da exigibilidade


do crédito tributário. Estudaremos mais à frente que, quando um crédito
tributário está com sua exigibilidade suspensa, é possível a emissão da
certidão positiva com efeitos de negativa (art. 206). Ou seja, embora
exista a dívida, os efeitos da certidão positiva são os mesmos da certidão
negativa, podendo ser utilizada para a concessão da recuperação judicial.

Já o art. 192 do CTN, ao tratar dos processos de inventário ou


arrolamento, estabelece que nenhuma sentença de partilha (vários
herdeiros) ou adjudicação (único herdeiro) será proferida sem prova da
quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas
rendas.

Por último, o art. 193 do CTN proíbe que os departamentos da


administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, ou suas autarquias, celebrem contrato ou aceitem proposta em
licitação pública, sem que o contratante ou proponente faça prova de quitação
de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à
atividade em cujo exercício contrata ou concorre.

O que se pode interpretar da redação do dispositivo? Ora, o contratante


ou proponente só precisa demonstrar quitação dos tributos relativos ao ente
federativo com o qual está celebrando o contrato, bem como em relação às
atividades em cujo exercício contrata ou concorre. Vamos ver um exemplo?

Se determinada pessoa deseja celebrar um contrato de prestação de


serviços de guincho com o Município de São Paulo, deve comprovar apenas a
quitação de ISS, relativo ao Município de São Paulo. Não precisa, portanto,
comprovar pagamento de IPTU (pois não se relaciona com a prestação do
serviço), nem do IPVA do caminhão que será utilizado para prestar o serviço
(por se tratar de tributo de competência de outro ente).
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Observação: Esse raciocínio é o que deve ser levado para a prova de Direito
Tributário. Contudo, devemos deixar claro que a Lei de Licitações e Contratos
(Lei 8.666/1993) traz regras mais rigorosas sobre o tema em seu art. 29.

Em TODOS os casos apresentados, deve haver


comprovação da quitação de TODOS os tributos devidos.

Cuidado com questões que afirmam a necessidade de se


comprovar apenas a quitação dos tributos relativos à
atividade mercantil do falido. Está errado!!!

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Em suma, são as seguintes situações que exigem do sujeito passivo a


apresentação de certidão negativa, comprovando a quitação de todos os
tributos:

 Declaração judicial da extinção das obrigações do devedor falido (CTN, art.


191);
 Concessão de recuperação judicial (CTN, art. 191-A);
 Prolação de sentença judicial de partilha ou adjudicação (CTN, art. 192);
 Participação em contrato ou licitação da Administração Pública (CTN, art.
193);

1.6 – Os privilégios ou preferências do crédito tributário

Os privilégios ou preferências dos créditos se aplicam diante da


pluralidade de credores, como nos processos de falência, recuperação judicial
ou inventário, por exemplo. O objetivo é estabelecer uma relação hierárquica
entre as classes de créditos que serão pagas em primeiro lugar, em segundo e
assim sucessivamente.

Observação: Somente se passa para a segunda classe de créditos após se


esgotarem aqueles créditos que pertencem à primeira classe, conforme
estabelecido pela lei.

No que se refere aos privilégios do crédito tributário, o caput art. 186 do


CTN estabelece o seguinte:

Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual


for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os
créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de
trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Veja, então, que o crédito tributário tem preferência quase que absoluta
sobre os demais, não prevalecendo apenas sobre os créditos
decorrentes da legislação do trabalho e de acidente de trabalho.
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Nesse sentido, primeiramente são pagos os créditos trabalhistas e


acidentários. Logo em seguida, procede-se ao pagamento dos créditos
tributários. Posteriormente, se ainda houver saldo remanescente, as demais
classes legais são pagas.

Deve-se ter em mente que o caput art. 186 se refere aos privilégios do
crédito tributário nos processos em geral. No parágrafo único, o legislador
estipulou regras especiais para o crédito tributário nos processos de
falência. Vamos ver quais são elas?

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1.6.1 – Regras relativas aos processos de falência

De início, faz-se necessário transcrever as palavras do par. único do art.


186, do CTN:

Art. 186 - (...):

Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às


importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar,
nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado;
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos


créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº
118, de 2005)

III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.


(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Em primeiro lugar, saiba que, mesmo nos processos de falência, os


créditos trabalhistas e acidentários precedem ao crédito tributário.

Além dessa prioridade, outras foram incluídas pelo par. único do art.
186. Assim, pode-se dizer que o crédito tributário perdeu espaço na
preferência entre os demais, nos processos de falência. Ou seja, além
da preferência dos créditos trabalhistas e acidentários, precedem ao
crédito tributário os créditos extraconcursais, as importâncias passíveis
de restituição e os créditos com garantia real (penhor, hipoteca).

Quando não se tratar de processo de falência, os


créditos com garantia real não possuem prioridade
sobre o crédito tributário.
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Os créditos extraconcursais são aqueles cujos fatos geradores


ocorrem após a decretação da falência, como fruto da administração da
massa falida. Podem ser de várias espécies, inclusive tributária (quando
os fatos geradores ocorrerem após a decretação falência), ou trabalhista
(quando os serviços tiverem sido prestados após a decretação da falência).

Nesse contexto, vejamos a redação do art. 188 do CTN:

Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos


geradores ocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada
pela Lcp nº 118, de 2005)

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Portanto, podemos dizer que os créditos tributários extraconcursais


preferem aos créditos tributários não extraconcursais, cujos fatos
geradores tenham ocorrido antes da falência. Recomendo a leitura do art. 84
da Lei 11.101/2005 (Lei de Falências).

No que concerne às importâncias passíveis de restituição, são


aqueles bens ou valores que pertencem a terceiros, e que na data da
decretação da falência estavam em poder do devedor falido.

É também passível de restituição os bens vendidos a crédito e entregues


ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se
ainda não alienada. O objetivo dessa prioridade é proteger aqueles que, de
boa-fé, vendem a prazo aos devedores, desconhecendo a crítica situação
financeira destes.

Nessa mesma linha, o STJ considerou como importância passível de


restituição os valores adiantados pelos clientes da empresa falida para
realização de contrato de câmbio:

Súmula STJ 307 - A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na


falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito.

Relativamente aos créditos com garantia real, há que se destacar


que preferem ao crédito tributário, até o limite de valor do bem gravado
com garantia real. O “valor do bem” é aquele efetivamente arrecadado com
a sua venda.

Lembre-se de que a oneração de bens (garantia real, por exemplo) após


a inscrição do crédito tributário, desde que não tenham sido reservados bens
suficientes para a quitação do crédito inscrito, é considerada fraudulenta (CTN,
art. 185), não gozando da preferência estabelecida no CTN.

Outro aspecto a ser destacado é o art. 186, II, do CTN, o qual afirma que
a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos
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créditos decorrentes da legislação do trabalho. Foi nesse rumo que a Lei


11.101/2005 estipulou como limite o valor de 150 salários-mínimos por
credor. Destaque-se que esse limite não se aplica aos créditos
decorrentes de acidentes de trabalho.

Ademais, prescreve o art. 186, III, do CTN, que, na falência, a multa


tributária não tem a mesma preferência do crédito tributário,
preferindo apenas aos créditos subordinados. O objetivo é que, se as
multas tivessem maior prioridade, muitos credores deixariam de receber seus
créditos, havendo verdadeira punição aos credores, pela infração cometida
pelos devedores (afinal, quem fez surgir a penalidade foram estes).

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Vamos resumir a classificação dos créditos na falência:

ORDEM CRÉDITOS OBSERVAÇÕES


Adiant. de contrato
1º Importâncias Passíveis de Restituição
de câmbio

Podem ser
2º Créditos Extraconcursais
tributários ou não
Limite p/ créd. Leg.
Créditos derivados da legislação do trabalho e
3º decorrentes de acidente de trabalho
Trab.: 150 salários-
mínimos
Até o limite do bem
4º Créditos com garantia real
gravado
As multas não se
Créditos tributários, seja qual for sua natureza
5º ou tempo de constituição
incluem nessa
classe

6º Créditos com privilégio especial -

7º Créditos com privilégio geral -

8º Créditos quirografários -

Multas contratuais, penas pecuniárias por


9º infração penal ou administrativa, inclusive as -
multas tributárias

10º Créditos subordinados -

Observação: Para as provas de Direito Tributário, não é necessário estudar


as características de cada classe. O tema é detalhadamente estudado no
Direito Empresarial.
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DICA DE PROVA: Se a questão cobrar privilégios do crédito tributário, a


primeira atitude a ser tomada é verificar se a questão menciona “processo de
falência”, situação em que você deverá utilizar as regras específicas do par.
único, do art. 186, do CTN. Caso contrário, utilize o que foi estabelecido no
caput do referido artigo.

1.6.3 – Autonomia da execução fiscal

Este tópico, na realidade, trata especificamente de processo tributário,


ou seja, a maneira como deve ser feita a cobrança do crédito tributário.

Quando se instaura processo de cobrança coletiva, como na falência,


concordata ou inventário, os credores devem se habilitar no respectivo juízo

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para receberem seus créditos. Não é possível, portanto, ajuizar ação


individual em tais casos. Essa é a regra para todos, com exceção do
Fisco.

Veja o que diz o caput do art. 187, do CTN:

Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a


concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial,
concordata, inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp nº 118,
de 2005)

Portanto, a execução fiscal não é obrigatoriamente habilitada no


juízo universal (onde estão os demais credores). No entanto, nada impede
que a cobrança do crédito tributário seja feita juntamente aos demais
credores.

A ação de execução fiscal não está sujeita ao


concurso de credores.

Neste ponto, pode suscitar algumas dúvidas, como a seguinte: se o


crédito tributário não possui prioridade absoluta (sobre todos os demais), será
respeitada a preferência dos demais créditos (como os trabalhistas, por
exemplo), se a ação é ajuizada individualmente?

Sim, será! Se houver, por exemplo, penhora de bem na ação de


execução fiscal, o montante arrecadado com a alienação do referido bem deve
ser remetido ao juízo falimentar (onde estão os demais credores), para que
seja distribuído conforme a ordem.

Destaque-se que, na hipótese da cobrança do crédito tributário ser feita


no juízo universal, se houver contestação do devedor acerca da legitimidade do
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crédito tributário, não compete ao juiz da falência decidir sobre o


assunto. Neste caso, a controvérsia deverá ser remetida ao juízo
competente:

Art. 188 - (...):

§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao


processo competente, mandando reservar bens suficientes à extinção
total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a
garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor
dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada.

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Por fim, destaque-se que as mesmas regras previstas no art. 188 são
aplicáveis aos processos de concordada, conforme preceitua o § 2º, do art.
188, do CTN. Embora não tenha aplicação prática, o dispositivo deve estar
sempre na memória dos candidatos que se preparam para provas de
Direito Tributário.

1.6.4 – O crédito tributário nos processos de inventário e arrolamento


e na liquidação judicial ou voluntária

No que se refere aos processos de inventário ou arrolamento, o art. 189


do CTN estabelece o seguinte:

Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados


em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os
créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu
espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento.

Dessa forma, os créditos tributários exigíveis no decurso do


processo de inventário ou arrolamento são pagos preferencialmente a
qualquer encargo do monte.

Observação: Encargo do monte são as dívidas deixadas pelo de cujus.

Da mesma forma como ocorre no juízo falimentar, no processo de


inventário ou arrolamento, se for contestado o crédito tributário, o juiz
deve remeter as partes ao processo competente, adotando os mesmos
procedimentos previstos no § 1º do art. 188 (CTN, art. 189, par. único).

Semelhantemente, nos processos de liquidação judicial ou voluntária, os


créditos tributários vencidos ou vincendos são pagos
preferencialmente a quaisquer outros créditos. Vejamos o que diz o art.
190 do CTN:

Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos


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tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito


privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da
liquidação.

Observação: A liquidação consiste no levantamento do patrimônio da


sociedade, realizando (venda) o ativo, e pagando o passivo. Trata-se de
procedimento com a finalidade de extinguir a sociedade, após decisão
societária.

DICA DE PROVA: Se a questão cobrar privilégios ou preferências do crédito


tributário, em processo de inventário ou arrolamento, ou mesmo em processo
de liquidação, lembre-se que o crédito tributário prefere a quaisquer
outros.

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1.6.5 – Concurso de preferência entre as Fazendas Públicas

Vimos que o crédito tributário não se sujeite ao concurso de credores, ou


seja, é possível que a ação de execução fiscal tramite individualmente.
Contudo, o CTN prevê o concurso de preferência entre as pessoas jurídicas de
direito público, quando mais de uma for credora:

Art. 187 - (...):

Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica


entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:

I - União;

II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;

III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

Isso significa que, ao realizar o pagamento dos créditos, segue-se a


ordem que aprendemos, partindo-se da primeira classe, em direção às demais,
assim que for esgotado o crédito daquela.

Ao chegar a vez do crédito tributário, deve-se analisar o concurso de


preferência entre as pessoas jurídicas de direito público. Primeiramente,
procede-se ao pagamento dos créditos da União. Somente são pagos os
créditos tributários dos Estados e DF, se for possível quitar todos os de
competência da União. O mesmo raciocínio se aplica aos créditos tributários
dos Municípios.

Se, porventura, o montante a ser distribuído não for suficiente para


quitar os créditos dos vários Estados interessados (ou Municípios), deve-se
fazer o rateio proporcionalmente ao valor total dos créditos de cada
ente federativo.

Vamos exemplificar? 34863293402

Imagine que em um processo de falência todos os credores com


preferência sobre o crédito tributário já tenham sido pagos, cabendo ao Fisco o
recebimento de seus créditos de natureza tributária.

O montante a ser distribuído é de R$ 200.000,00.

O valor dos créditos tributários de cada ente federativo são os seguintes:

 União: R$ 100.000,00
 Estado de Minas Gerais: R$ 400.000,00
 Estado de São Paulo: R$ 600.000,00
 Município de Belo Horizonte: R$ 100,000,00

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Fazendo os cálculos, conforme explicado acima:

ENTE FEDERATIVO CRÉDITO TRIBUT. VALOR PAGO PROPORÇÃO


União R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 -
Minas Gerais R$ 400.000,00 R$ 40.000,00 40%
São Paulo R$ 600.000,00 R$ 60.000,00 60%
Belo Horizonte R$ 100,000,00 - -

Veja que a União recebeu os seus créditos tributários integralmente, o


que não ocorreu com os Estados, pois o valor dos créditos superou o montante
a ser distribuído. Sendo assim, foi feito rateio proporcionalmente ao valor total
de cada Estado, quando comparado à soma total dos créditos tributários
estaduais.

Com relação ao Município de Belo Horizonte, nada foi pago, já que o


montante se esgotou. O mesmo se poderia dizer em relação aos demais
créditos que deveriam ser pagos após o crédito tributário, como os créditos
com privilégio especial, por exemplo.

Cumpre destacar, para finalizar o assunto, que a Lei 6.830/1980


equiparou aos entes federados suas respectivas autarquias, conforme se
demonstra na redação do art. 29:

Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é


sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata,
liquidação, inventário ou arrolamento

Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre


pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:

I - União e suas autarquias;

II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias,


conjuntamente e pro rata;
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III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.

Observe que, no inciso I, não se fala em rateio. O que isso significa? Em


todos os casos em que houver créditos do ente e da respectiva autarquia,
primeiramente se procede ao pagamento do ente federativo, para
posteriormente realizar o pagamento da autarquia.

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Questão 01 – ESAF/PGFN/2012

A lei estabelecerá limites e condições para a preferência dos créditos


decorrentes da legislação do trabalho em relação aos demais créditos, inclusive
aos tributários.

Comentário: De acordo com o art. 186, par. único, II, do CTN, a lei poderá
estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da
legislação do trabalho. Portanto, trata-se de uma regra facultativa e não
obrigatória. Questão errada.

Questão 02 – ESAF/PGFN/2012

Com as alterações havidas em relação ao regime falimentar, a alteração do


Código Tributário Nacional deixa claro o propósito de preservar as empresas
em dificuldades e consequentemente a oferta de empregos, pelo que se
permite afirmar que o crédito tributário ganhou posições em relação à
sistemática até então vigente.

Comentário: Na realidade, o crédito tributário perdeu posição na ordem de


preferência, não preferindo, atualmente, aos créditos com garantia real até o
limite do valor do bem gravado. Questão errada.

Questão 03 – ESAF/PGFN/2012

Na falência, o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais e às


importâncias passíveis de restituição. Todavia, não prefere aos créditos com
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garantia real, no limite do valor do bem gravado.

Comentário: Está correto dizer que, na falência, o crédito tributário não


prefere aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado.
Contudo, o crédito tributário também não prefere aos créditos extraconcursais
e às importâncias passíveis de restituição. Questão errada.

Questão 04 – ESAF/PGFN/2012

As multas contratuais e as penalidades pecuniárias por infração das leis penais


ou administrativas, inclusive as multas tributárias, preferem aos credores
quirografários.

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Comentário: Conforme estudamos, as multas tributárias são pagas após os


créditos quirografários, preferindo apenas aos créditos subordinados. Questão
errada.

Questão 05 – ESAF/PGFN/2007

Na falência, dentro do limite do valor do bem gravado, o crédito tributário fica


abaixo dos créditos com hipoteca.

Comentário: Como a questão se trata do processo de falência, os créditos


com garantia real, no limite do valor do bem gravado, preferem aos créditos
tributários. Questão correta.

Questão 06 – ESAF/PGFN/2007

Decorre do CTN que a multa tributária tem, na falência, a mesma preferência


dos demais créditos tributários.

Comentário: Pela redação do art. 186, par. único, III, pode-se inferir que, na
falência, a multa tributária não tem a mesma preferência dos demais créditos
tributários. Portanto, a questão está errada.

Questão 07 – ESAF/PGFN/2007

A dívida inscrita precisa estar em fase de execução, para que se presuma


fraudulenta a alienação de bem efetuada por sujeito passivo insolvente, em
débito para com a Fazenda Pública.
Comentário: Antes da LC 118/05, a presunção só se dava se o crédito inscrito
em dívida ativa tivesse sido objeto de ação de execução fiscal. Contudo, com
as alterações promovidas pela referida lei complementar, basta que haja
regular inscrição em dívida ativa para que se presuma fraudulenta a alienação
de bem efetuada por sujeito passivo insolvente. Questão errada.
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Questão 08 – ESAF/SEFAZ-CE/2007

Como regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos


bens e de rendas, de qualquer natureza ou origem, do sujeito passivo.

Comentário: De acordo com o art. 184, a regra é que responde pelo


pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de
qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa
falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula.
A exceção são os bens e rendas que a lei declare absolutamente
impenhoráveis. Questão correta.

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Questão 09 – ESAF/SEFAZ-CE/2007

Na execução fiscal, existe hipótese em que o juiz pode decretar a


indisponibilidade dos bens e direitos do sujeito passivo.

Comentário: Estabelece o caput do art. 185-A, do CTN, que na hipótese de o


devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à
penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz
determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos. Questão correta.

Questão 10 – ESAF/SEFAZ-CE/2007

Nos casos de falência e recuperação judicial, podemos afirmar que a lei não
poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos
decorrentes da legislação do trabalho.

Comentário: Em se tratando de processo de falência, o art. 186, par. único,


II, do CTN, prevê que a lei poderá estabelecer limites e condições para a
preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. Questão errada.

Questão 11 – ESAF/SEFAZ-CE/2007

Nos casos de falência e recuperação judicial, podemos afirmar que a multa


tributária prefere apenas aos créditos subordinados.

Comentário: Na falência, a multa tributária prefere apenas aos créditos


subordinados, conforme preceitua o art. 186, par. único, III, do CTN. Questão
correta.

Questão 12 – ESAF/AFRF/2005

Na falência, a cobrança judicial do crédito tributário é sujeita a habilitação em


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processo de falência.

Comentário: Embora a Fazenda Pública possa optar por habilitar o crédito no


juízo falimentar, não há tal sujeição, de modo que a cobrança pode se dar em
ação de execução fiscal, individualmente. Questão errada.

Questão 13 – ESAF/AFTE-RN/2005

A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita à habilitação em


inventário, exceto se houver herdeiro civilmente incapaz.

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Comentário: Não há qualquer exceção, que faça com que a cobrança judicial
do crédito tributário se sujeite à habilitação no juízo falimentar. Questão
errada.

Questão 14 – ESAF/PFN/2003

Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida


sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às
suas rendas.

Comentário: De forma a garantir indiretamente o pagamento dos tributos


devidos, o art. 192 determina que nenhuma sentença de julgamento de
partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os
tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. Questão correta.

Questão 15 – ESAF/Agente Tributário-MT/2002

A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário modifica sua liquidez e


certeza.

Comentário: De acordo com o art. 183, par. único, a natureza das garantias
atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste, não havendo,
portanto, modificação da liquidez e certeza do crédito tributário. Questão
errada.

Questão 16 – ESAF/AFPS/2002

Presume-se fraudulenta a alienação de bens pelo sujeito passivo em débito


para com a Fazenda Pública por crédito tributário constituído regularmente e
inscrito como dívida ativa.

Comentário: É exatamente isso o que afirma o caput do art. 185, do CTN.


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Questão correta.

Questão 17 – ESAF/AFPS/2002

O crédito tributário prefere aos demais, ressalvados os créditos decorrentes da


legislação trabalhista e os protegidos por garantia real.

Comentário: Como a questão não menciona que se trata de processo de


falência, deve-se seguir a regra geral, segundo a qual os créditos com garantia
real não preferem aos créditos tributários. Questão errada.

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Questão 18 – ESAF/AFRF/2002

Em regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário os bens gravados


por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual
for a data da constituição do ônus ou da cláusula.

Comentário: Conforme estudamos, os bens impenhoráveis por ato voluntário,


como aqueles gravados por ônus real, respondem pelo pagamento do crédito
tributário. Questão correta.

Questão 19 – ESAF/Procurador-Fortaleza/2002

Não há concurso de preferência entre Estados e Municípios, na cobrança


judicial de seus créditos tributários.

Comentário: O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas


jurídicas de direito público, conforme estabelece o par. único, do art. 187, do
CTN. Questão errada.

Questão 20 – ESAF/AFTM-Fortaleza/1998

Os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos após a


decretação da falência gozam de preferência sobre os créditos anteriores à
decretação.

Comentário: Os créditos tributários cujos fatos geradores tenham ocorrido


após a decretação da falência são denominados créditos extraconcursais,
possuindo prioridade em relação aos créditos tributários anteriores à falência.
Questão correta.

Questão 21 – ESAF/AFTM-Fortaleza/1998
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A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza


da correspondente obrigação tributária.

Comentário: De acordo com o art. 183, par. único, a natureza das garantias
atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação
tributária a que corresponda. Questão correta.

Questão 22 – FCC/Juiz Substituto-AL/2007

Em nosso sistema tributário, a presunção de fraude à execução somente pode


ser invocada pela Fazenda Pública nos casos de alienação ou oneração de bens
do sujeito passivo após a inscrição do débito fiscal como dívida ativa.

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Comentário: Havendo regular inscrição em dívida ativa, presume-se


fraudulenta a alienação de bem efetuada por sujeito passivo, quando não tiver
sido reservado bens ou rendas suficientes para o pagamento total da dívida
tributária. Questão correta.

Questão 23 – FGV/Juiz-PA/2008

A penhora on-line, no Direito Tributário, encontra amparo no CTN e permite a


decretação judicial da indisponibilidade dos bens e direitos do devedor, com a
comunicação da decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e
entidades que promovem os registros de transferência de bens, a fim de que,
no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.

Comentário: A penhora online encontra guarida no art. 185-A do CTN,


permitindo a decretação judicial da indisponibilidade dos bens e direito do
devedor, com a comunicação da decisão preferencialmente por meio eletrônico
aos responsáveis por promover os registros de transferência de bens. Questão
correta.

Questão 24 – FGV/Juiz-PA/2008

Segundo o CTN, os créditos tributários decorrentes de fatos geradores


ocorridos no curso do processo de falência são considerados extraconcursais.
Comentário: Os créditos extraconcursais são aqueles cujos fatos geradores
ocorrem após a decretação da falência. Portanto, a questão está correta.

Questão 25 – CESPE/AFTM-Vitória/2007

Lúcia, visando esquivar-se do pagamento de tributo federal, gravou com


cláusula de impenhorabilidade seu apartamento. Nessa situação, promovida a
execução fiscal, o apartamento de Lúcia não poderá ser penhorado.
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Comentário: De acordo com o CTN, os bens impenhoráveis por ato voluntário,


como aqueles gravados por ônus real, respondem pelo pagamento do crédito
tributário. Dessa forma, Lúcia terá seu apartamento penhorado em favor do
Fisco. Questão errada.

Questão 26 – FGV/Advogado- Senado Federal/2008

As garantias do crédito tributário não estão sujeitas ao princípio da reserva


legal.

Comentário: As garantias atribuídas ao crédito tributário podem estar


previstas tanto no CTN como em outras leis, conforme determina o art. 183,

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caput, do próprio CTN. Sujeitam-se, pois, ao princípio da reserva legal.


Questão errada.

Questão 27 – FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2009

O artigo 195 do CTN reza que “para os efeitos da legislação tributária, não têm
aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de
examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos
comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da
obrigação destes de exibi-los”. Com base nesse dispositivo, o Supremo
Tribunal Federal editou súmula de modo a consolidar o entendimento de que
se sujeitam à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros
comerciais, ilimitadamente, independentemente dos pontos objeto da
investigação.

Comentário: A transcrição do art. 195 do CTN está fiel ao texto da norma. O


erro está em dizer que a Súmula do STF ampliou os poderes da fiscalização
tributária, quando, na verdade, a redação da Súmula 439 do STF estabeleceu
que “estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros
comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação”. Portanto, a
questão está errada.

Questão 28 – FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2010

Analise as afirmativas a seguir.


I. A cobrança judicial do crédito tributário fica sujeita a concurso de credores
ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento.
II. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário
ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários
vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no
decurso do processo de inventário ou arrolamento.
III. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de
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quitação de todos os tributos, sem qualquer exceção.


Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se somente a afirmativa I estiver correta.
(D) se somente a afirmativa II estiver correta.
(E) se somente a afirmativa III estiver correta.

Comentário:

Item I: Na realidade, o caput do art. 187, do CTN, previu que a cobrança


judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação

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em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.


Portanto, este item está errado.

Item II: Novamente, a banca FGV exige a literalidade do CTN, desta vez do
seu art. 190, a saber: são pagos preferencialmente a quaisquer outros os
créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de
direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da
liquidação. Item correto.

Item III: Não se trata de regra sem exceção, pois o art. 191-A previu a
possibilidade de apresentação da certidão positiva com efeito de negativa,
relativa aos tributos que estejam com sua exigibilidade suspensa, nos termos
do art. 151, do CTN. Item errado.

Gabarito: Letra D

Questão 29 – FGV/AFRE- RJ/2011

Carlos, proprietário de apartamento em zona urbana de grande município,


furtou-se ao pagamento do IPTU nos anos de 2008 e 2009. A secretaria
municipal de fazenda efetuou o lançamento e notificou-o do crédito em aberto
em 2010. Nessa situação fictícia, é correto afirmar que
a) Caso o apartamento de Carlos seja registrado como bem de família, a
impenhorabilidade é oponível nos casos de execução fiscal. Assim, o fisco deve
dirigir a execução a qualquer outro bem do patrimônio disponível de Carlos.
b) No momento da notificação oficial até a sentença final em sede de execução
fiscal, Carlos pode alienar o apartamento em questão, uma vez que a fraude
contra a fazenda somente se configura se a alienação ocorrer após o trânsito
em julgado da sentença de execução.
c) Na hipótese de Carlos vender o seu apartamento antes do lançamento, o
adquirente de boa-fé jamais responderia perante o fisco pelas eventuais
dívidas do apartamento antes da sua aquisição.
d) Caso Carlos possuísse dívidas de natureza civil, ainda que constituídas antes
da notificação do crédito em aberto em virtude do não pagamento do IPTU, o
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crédito tributário, mesmo assim, teria preferência sobre aquelas.


e) A notificação seria inócua, uma vez que haveria ocorrido a prescrição.

Comentário:

Alternativa A: Como vimos durante a aula, até o bem de família é penhorável


para a cobrança de tributos, isto é, é inoponível à execução fiscal. Alternativa
errada.

Alternativa B: A fraude presume-se fraudulenta a partir do momento em que


há a inscrição em dívida ativa do crédito tributário. Portanto, a alternativa está
errada.

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Alternativa C: Apenas não há responsabilidade para o sucessor, adquirente


do bem imóvel, caso conste do título a prova da quitação dos tributos
incidentes sobre o imóvel. No caso, o adquirente responderia pelos fatos
geradores já ocorridos, ainda que não tenham sido objeto de lançamento.
Alternativa errada.

Alternativa D: As dívidas de natureza civil não preferem ao crédito tributário.


Portanto, haveria sim a prioridade do crédito tributário. Alternativa correta.

Alternativa E: Não há que se falar em prescrição nem mesmo em decadência


(prazo para constituição do crédito tributário), pois não decorreu o prazo
definido no CTN. Alternativa errada.

Gabarito: Letra D

Questão 30 – FGV/Juiz-PA/2008

São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores


ocorridos no curso do processo de falência.

Comentário: Os créditos extraconcursais são aqueles cujos fatos geradores


ocorrem após a decretação da falência, como fruto da administração da massa
falida. Questão correta.

Questão 31 – FGV/Juiz-PA/2008

Na falência, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a


natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos
decorrentes de acidente de trabalho ou da legislação do trabalho,
independentemente do seu valor.

Comentário: Na realidade, a questão confunde a preferência do crédito


tributário nos processo de falência, com a preferência nos demais processos.
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Na falência, há outros créditos além dos trabalhistas e acidentários que


preferem ao crédito tributário. Portanto, a questão está errada.

Questão 32 – FGV/Juiz-PA/2008

A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita a concurso de


credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, inventário ou
arrolamento.

Comentário: A execução fiscal (cobrança judicial do crédito tributário) não é


obrigatoriamente habilitada no juízo universal, onde estão os demais credores.

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No entanto, nada impede que a cobrança do crédito tributário seja feita


juntamente aos demais credores. Questão correta.

Questão 33 – FGV/Juiz-PA/2008

São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou


arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos
ou vincendos a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do
processo de inventário ou arrolamento.

Comentário: De acordo com o art. 189, caput, do CTN, os créditos tributários


exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento são pagos
preferencialmente a qualquer encargo do monte. Questão correta.

Questão 34 – FGV/Juiz-PA/2008

São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários


vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em
liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.

Comentário: Trata-se da literalidade do art. 190 do CTN, segundo o qual são


pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou
vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação
judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. Questão correta.

Questão 35 – FGV/Juiz-PA/2008

A enumeração das garantias dos créditos tributários pelo CTN é taxativa, pois
não permite que outras garantias sejam previstas em lei.

Comentário: De acordo com o caput do art. 183, do CTN, a enumeração das


garantias atribuídas ao crédito tributário não exclui outras que sejam
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expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características


do tributo a que se refiram. Portanto, as garantias não são taxativas (ou
exaustivas). Questão errada.

Questão 36 – FCC/PGE-SP-Procurador/2009

Com base no art. 185-A do CTN, o juiz pode determinar a indisponibilidade de


bens do devedor, se preenchidos determinados requisitos legais.

Comentário: O art. 185-A do CTN trata da penhora online, que ocorre quando
o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à
penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis. Nesse

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caso, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos. Questão


correta.

Questão 37 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

O bem de família, instituído por lei, pode ser penhorado em execução fiscal,
independentemente da natureza do tributo cobrado em juízo.

Comentário: O bem de família somente pode ser penhorado em execução


fiscal, se os tributos objetos de cobrança forem relativos ao bem imóvel.
Portanto, a questão está errada.

Questão 38 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

A fraude à execução fiscal ocorre com a alienação de bens pelo sujeito passivo
em débito tributário para com a fazenda pública, após a regular inscrição do
crédito tributário na dívida ativa, tornando-o insolvente.

Comentário: De acordo com o caput do art. 185, do CTN, presume-se


fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa. Questão correta.

Questão 39 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

Os créditos tributários gozam de preferência em relação a quaisquer outros,


incluindo-se os decorrentes da legislação trabalhista.

Comentário: Os créditos tributários não preferem aos decorrentes da


legislação trabalhista. Questão errada.

Questão 40 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 34863293402

O concurso de preferência para recebimento do crédito tributário entre as


pessoas jurídicas de direito público obedece à seguinte ordem: municípios,
estados e DF e, por fim, a União.

Comentário: O concurso de preferência entre as pessoas jurídicas de direito


público segue a seguinte ordem (CTN, art. 187, par. único): União; Estados,
Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;e Municípios,
conjuntamente e pró rata. Questão errada.

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Questão 41 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

Respondem pelo pagamento do crédito tributário todos os bens, presentes e


futuros, do sujeito passivo, salvo os gravados por ônus real ou cláusula de
inalienabilidade ou impenhorabilidade.

Comentário: De acordo com o art. 184 do CTN, responde pelo pagamento do


crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade.
Questão errada.

Questão 42 – CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012

As garantias atribuídas ao crédito tributário estão previstas no CTN, não se


admitindo outras oriundas de outras fontes legislativas, ainda que de maneira
subsidiária.

Comentário: De fato, a enumeração das garantias atribuídas ao crédito


tributário pelo CTN não é exaustiva. No entanto, de acordo com o caput do art.
183 do CTN, somente previsão expressa em lei pode atribuir outras garantias
ao crédito tributário. Questão errada.

2 – ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

A partir do art. 194, o CTN cuidou do tema “Administração Tributária”.


Foram estabelecidas algumas regras para nortear os procedimentos a serem
adotados pelos órgãos e agentes fazendários.

Conforme foi visto no início do nosso curso, os tributos são a principal


fonte de receita do Estado. É por isso que a administração tributária é, em
termos simples, a sustentação do Estado, conforme está previsto no art. 37,
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XXII, da CF/88:

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do
Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
recursos prioritários para a realização de suas atividades e
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

Destaque-se que, em compatibilidade com a previsão acima no sentido


de que as administrações tributárias terão recursos prioritários, o art. 167, IV,
da própria CF/88, permitiu a excepcional vinculação da receita dos
impostos para realização das atividades da administração tributária.

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Em suma, o que nos importa nesse momento é saber que o CTN dividiu
o tema em três capítulos, quais sejam: Fiscalização, Dívida Ativa e Certidões
Negativas.

Vamos estudar cada um deles a partir de agora!

2.1 - Fiscalização

O capítulo que trata da fiscalização diz respeito aos poderes e deveres


das autoridades administrativas. Também trata das restrições quanto à
divulgação de informações relativas à situação econômica dos contribuintes.

2.1.1 – Poderes das autoridades administrativas

Em primeiro lugar, cabe relembrar que o CTN é uma norma geral em


matéria tributária. Por conseguinte, há outras regras atinentes à fiscalização
tributária, previstas em leis ordinárias de cada ente federativo.

Sendo assim, em cada esfera podem ser criadas normas


regulamentando as prerrogativas das autoridades fiscais a ela
vinculadas. Tais normas podem ser tanto em caráter geral, aplicando-se à
fiscalização de todos os tributos de competência do ente, ou em caráter
especial, aplicando-se a um tributo especificamente.

Vejamos o que estabelece o art. 194 do CTN:

Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei,


regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da
natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes
das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da
sua aplicação.

Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às


pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que
gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.
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Neste ponto, é muito importante que o aluno perceba que, ainda que o
contribuinte esteja imune ou isento, deve ser fiscalizado. Isso ocorre porque a
imunidade e a isenção exoneram o contribuinte da obrigação de pagar,
mas não da possibilidade de vir a ser fiscalizado.

Ademais, há casos de imunidade ou isenção em que o contribuinte fica


sujeito a alguns requisitos, e só há um meio de verificar se estão sendo
realmente cumpridos: fiscalização.

Nesse rumo, o art. 195 dispõe sobre os poderes das autoridades fiscais:

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Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação


quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito
de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos
comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da
obrigação destes de exibi-los.

Sendo assim, as autoridades fiscais têm o direito de examinar os livros,


arquivos e documentos do sujeito passivo, e este tem o dever de exibi-los,
ainda que haja lei excluindo ou limitando essa prerrogativa fiscal. É
claro que a fiscalização deve se limitar ao objeto da investigação, conforme se
extrai do entendimento sumulado do STF:

Súmula STF 439 - Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária


quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da
investigação.

Repare que o STF deixa claro que quaisquer livros comerciais estão
submetidos à fiscalização tributária ou previdenciária. O que isso quer dizer?
Ora, até mesmo aqueles livros que não são de escrituração obrigatória
(não constituem obrigações acessórias) submetem-se ao exame do Fisco.

Relativamente aos livros obrigatórios de escrituração comercial e


fiscal e aos comprovantes dos lançamentos neles efetuados, o par.
único do art. 195, do CTN, assevera que devem ser conservados até que
ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações
a que se refiram.

Tenha muito cuidado em relação a esse dispositivo. O legislador não


previu um prazo fixo (5 anos, por exemplo), até porque o prazo
prescricional, como foi visto no nosso curso, está submetido à interrupção,
hipótese em que é reiniciado. Sendo assim, o prazo para ocorrer a prescrição
do crédito tributário pode ser bastante superior aos 5 anos.

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Conservação de livros obrigatórios e comprovantes


de lançamentos = até ocorrer prescrição.

A autoridade fiscal ainda tem a prerrogativa de requisitar informações a


terceiros, no interesse da fiscalização, conforme se expõe a seguir:

Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à


autoridade administrativa todas as informações de que disponham
com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:

I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;

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II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições


financeiras;

III - as empresas de administração de bens;

IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;

V - os inventariantes;

VI - os síndicos, comissários e liquidatários;

VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em


razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a


prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o
informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em
razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Deve ficar claro que não são apenas as pessoas listadas no art. 197
do CTN que estão obrigadas a prestar informações ao Fisco. Veja que o
inciso VII abrange quaisquer outras pessoas ou entidades que a lei designe. O
objetivo é abranger todas as pessoas que de alguma forma possam ter
conhecimento de informações necessárias à atividade de fiscalização.

A lista prevista no CTN de pessoas obrigadas a prestar


informações sobre bens, negócios ou atividades de
terceiros não é taxativa. Lei ordinária pode estendê-
la.

As pessoas já citadas nos incisos I a VI do art. 197, do


CTN, não dependem de lei ordinária para estarem
obrigadas a prestar informações, por já se encontrar
expresso no próprio CTN.
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Fica ressalvado, no entanto, os casos em que a lei reguladora da


profissão determine o dever de sigilo. Por exemplo, se o advogado impedido
de prestar informações relativas aos seus clientes, em decorrência da lei
regulamentadora da sua profissão, não fica obrigado a fornecê-las, diante da
intimação recebida.

No que concerne à possibilidade de a autoridade fiscal requisitar


informações protegidas por sigilo bancário (art. 197, II), há forte controvérsia
jurisprudencial.

Com o advento da LC 105/2001, ficou estabelecido o seguinte:

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Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar
documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os
referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando
houver processo administrativo instaurado ou procedimento
fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis
pela autoridade administrativa competente.

O tema foi submetido no STF diversas vezes (ADI 2.386, ADI 2.389, ADI
2.390, ADI 2.397 e ADI 2.406), não havendo, ainda, decisão final. Entretanto,
embora a lei continue em vigor, o STF (RE 389.808/PR) já demonstrou que a
quebra do sigilo bancário deve ser submetida ao Poder Judiciário.

De acordo com o raciocínio exposto pela Suprema Corte, não se coaduna


com os preceitos da CF/88 norma legal que atribua à autoridade
administrativa, que constitui uma das partes na relação jurídico-tributária
(sujeito ativo), o afastamento do sigilo dos dados referentes ao sujeito
passivo.

Não obstante tal entendimento, deve ser levado em consideração na


hora da prova que o art. 6º da LC 105/2001 continua em vigor (ou seja,
você deve decorar os pressupostos previstos na lei complementar). Utilize a
jurisprudência apenas se banca demonstrar que deseja que esse conhecimento
seja considerado.

Observação: No julgamento do RE 389.808, a votação foi muito apertada.


Ademais, a composição do STF já se alterou após a data do julgamento
(2010). Portanto, não há um posicionamento firme e definitivo do STF sobre o
tema. Sendo assim, sempre fique de olho no que o examinador deseja
ter como resposta.

O art. 6º da LC 105/2001 está em vigor!

Pressupostos para requisitar informações protegidas pelo


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sigilo bancário:

 O processo administrativo deve estar instaurado;


 A informação requisitada deve ser considerada
indispensável.

Lembrar que o STF possui entendimento no sentido de


que a quebra do sigilo bancário deve ser
determinada pela autoridade judicial.

Prezado aluno(a), repare que não estamos falando de divulgação


das informações protegidas pelo sigilo bancário, mas sim do acesso às

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informações pertinentes ao processo administrativo fiscal instaurado


contra o sujeito passivo, sem ordem judicial para tanto.

Destaque-se que a autoridade administrativa também possui o poder de


requisitar (e não apenas solicitar) o auxílio da força pública, ou seja, das
autoridades policiais, quando vítimas de embaraço ou desacato no
exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação de
medida prevista na legislação aduaneira (CTN, art. 200). Isso se aplica
mesmo que o obstáculo imposto pelo sujeito passivo não se configure
fato definido em lei como crime ou contravenção.

Outro detalhe previsto no art. 200 do CTN é o fato de a autoridade


fiscal poder requisitar a força pública vinculada a outro ente federado.
Por exemplo, o Auditor-Fiscal da Receita Federal, embora esteja vinculado à
União, pode requisitar a Polícia Militar, órgão vinculado a determinado estado-
membro.

Observação: Lembre-se de que a administração fazendária e seus servidores


fiscais têm, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei (CF/88, art. 37,
XVIII).

Entretanto, cabe destacar que o acesso ao estabelecimento do


contribuinte nem sempre é possível, já que devem ser levadas em
consideração as garantias individuais, previstas no art. 5º, XI, da CF/88
(inviolabilidade domiciliar).

Citamos, abaixo, as palavras do ilustre Leandro Paulsen a respeito desse


assunto (grifamos):

O STF tem entendido que, inobstante a prerrogativa do Fisco de solicitar


e analisar documentos, os agentes fiscais só podem ingressar em
escritório de empresa quando autorizados (pelo proprietário, gerente ou
preposto). Em caso de recusa, não podem os agentes
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simplesmente requerer auxílio de força policial, eis que, forte na


garantia de inviolabilidade do domicílio, oponível também ao
Fisco, a medida dependerá de autorização judicial.
(PAULSEN, Leandro. Direito tributário: Constituição e Código
Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 16 Ed. Pág. 1391)

A autoridade responsável pela fiscalização é sempre a


fiscal, e não a policial.

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2.1.2 – Deveres das autoridades administrativas

2.1.2.1 – Termo de Início de Fiscalização

No que se refere à atividade de fiscalização, o CTN previu prerrogativas à


autoridade administrativa, como também estabeleceu alguns deveres. O
primeiro deles é o dever de lavrar o Termo de Início de Fiscalização.

Vamos ver o que está previsto no art. 196 do CTN:

Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a


quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários
para que se documente o início do procedimento, na forma da
legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão
daquelas.

Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados,


sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando
lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização,
cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo.

Basicamente, o Termo de Início de Fiscalização possui três efeitos


relevantes: determina a data inicial para contagem do prazo máximo
para conclusão das diligências, antecipa a contagem do prazo
decadencial e afasta a espontaneidade do sujeito passivo.

O Termo de Início de Fiscalização estabelece a data em que a atividade


fiscalizatória teve início. Com isso, é possível fixar o prazo máximo para a
conclusão das diligências de fiscalização.

Ademais, nós aprendemos que a regra geral de contagem do prazo


decadencial ocorre no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado, correto?

Vimos também que, se entre a data do fato gerador e o primeiro dia do


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exercício seguinte, houver a notificação do sujeito passivo de qualquer


procedimento de fiscalização, antecipa-se o início da contagem do prazo
decadencial para este dia (data do Termo de Início de Fiscalização). Este é,
portanto, o segundo efeito da lavratura do referido termo.

Responda-me, então: sempre há antecipação do prazo de contagem do


prazo decadencial? Não! Se o procedimento de fiscalização for iniciado após o
primeiro dia do exercício seguinte à data do fato gerador, o prazo decadencial
já teria iniciado o seu curso, não havendo qualquer impacto na sua
contagem.

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Se a notificação do início de procedimento fiscal ocorrer


após o “primeiro dia do exercício seguinte”, não haverá
impacto sobre o curso do prazo decadencial.

O terceiro efeito está relacionado ao estudo da responsabilidade


tributária. Você se lembra quando estudamos a denúncia espontânea? Naquele
momento, foi dito que o sujeito passivo só fica livre das penalidades, se agir
espontaneamente, antes de qualquer procedimento de fiscalização.

Sendo assim, lavrado o Termo de Início de Fiscalização, o sujeito


passivo perde o direito à denúncia espontânea, tornando-se responsável
pelos tributos devidos bem como pelas penalidades cabíveis.

Vamos esquematizar?

Fixa data inicial para contagem de prazo máximo


TERMO DE
INÍCIO DE Antecipa a contagem do prazo decadencial
FISCALIZAÇÃO
Afasta espontaneidade do sujeito passivo

Em relação às formalidades do termo ora estudado, o par. único do art.


196 estabelece que, sempre que possível, deve ser lavrado em algum dos
livros obrigatórios da pessoa fiscalizada. Se tal medida não se fizer
possível, lavra-se o termo em papel separado, entregando cópia
autenticada ao sujeito passivo.

2.1.2.2 – O dever de sigilo por parte da autoridade administrativa

No exercício da atividade de fiscalização, a autoridade administrativa


obtém as informações necessárias para efetuar o lançamento tributário. A
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maioria dessas informações está relacionada à situação econômica do sujeito


passivo, motivo pelo qual a autoridade fiscal tem o dever de mantê-las em
sigilo. Trata-se do sigilo fiscal.

Se não houvesse tal sigilo, uma empresa em crise financeira, por


exemplo, teria sua situação ainda mais agravada à medida que os seus
fornecedores e clientes tomassem conhecimento das suas condições
financeiras.

Vejamos o que diz o caput do art. 198 do CTN:

Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a


divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores,

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de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica


ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a
natureza e o estado de seus negócios ou atividades.

Observação: Pela redação do art. 198, não se proíbe a divulgação de


informações cadastrais, mas sim daquelas que retratem a situação
econômica ou financeira e a natureza e o estado de seus negócios.

Destaque-se que o CTN previu duas possibilidades em que, embora


seja mantido o sigilo das informações, é possível transferi-las a outros
órgãos, do Poder Judiciário ou da própria administração pública:

Art. 198 - (...):

§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no


art. 199, os seguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;


(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da


Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração
regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade
respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se
refere a informação, por prática de infração administrativa.
(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Desse modo, o juiz pode requisitar as informações de que o Fisco dispõe,


para instruir processos judiciais, sejam eles de natureza civil ou penal. A
requisição é feita no interesse da justiça.

Destaque-se que as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs)


também podem solicitar informações ao Fisco, já que a CF/88 conferiu
àquelas poderes de investigação próprios das autoridades judiciais
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(CF/88, art. 58, § 3º).

No que se refere às solicitações administrativas, a transferência das


informações é mais restrita, já que se exige, no momento da solicitação,
processo administrativo regularmente instaurado no âmbito do órgão ou
entidade solicitante, com o objetivo de investigar sujeito passivo por
prática de infração administrativa.

Vale ressaltar que sempre deve ser considerado os procedimentos


previstos no § 2º, do art. 198:

Art. 198 - (...):

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§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração


Pública, será realizado mediante processo regularmente
instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade
solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e
assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela Lcp nº 104, de
10.1.2001)

Pela redação do dispositivo, percebe-se que o objetivo é sempre


preservar o sigilo fiscal. Por isso, lembre-se que as requisições promovidas
pelo Judiciário e as solicitações administrativas não autorizam a
divulgação de informações, mas apenas o seu uso no interesse da justiça
ou da Administração Pública, respectivamente.

“Professor, existe alguma exceção em que se permite a divulgação de


informações?”

Sim! Vamos ver o que prevê o § 3º do art. 198:

Art. 198 - (...):

§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a:


(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp nº


104, de 10.1.2001)

II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela


Lcp nº 104, de 10.1.2001)

III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de


10.1.2001)

Observação: Vamos gravar essas três hipóteses?

Representações fiscais para fins penais (RE), parcelamento ou


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moratória (PAR) e inscrições em dívida ativa (IN) = REPARIN

Em primeiro lugar, você deve estar se perguntando: o que vem a ser a


representação fiscal para fins penais?

Se um sujeito passivo pratica ilícito administrativo, fica sujeito ao


lançamento da respectiva multa, ou da aplicação de outra penalidade, como a
pena de perdimento de mercadorias, por exemplo.

Em se tratando de atos que configurem ilícito penal, cabe ao Poder


Judiciário a aplicação da penalidade cabível. Sendo assim, a autoridade fiscal
deve representar à autoridade competente para propor a ação penal,
ou seja, o representante do Ministério Público.

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Observação: O representante do Ministério Público é o titular exclusivo para


propor a ação penal pública.

Portanto, a representação fiscal para fins penais se trata de uma


representação elaborada pela autoridade fiscal, com intuito de responsabilizar
o infrator penalmente, isto é, com fins penais.

Cabe ressaltar que, nos crimes contra a ordem tributária (Lei


8.137/1990, arts. 1º e 2º), crime de apropriação indébita previdenciária
(Código Penal, art. 168-A) e crime de sonegação de contribuição
previdenciária (Código Penal, art. 337-A), a configuração do crime está
condicionada à existência do crédito tributário. Se não há crédito
tributário, não há crime.

O grande problema é que, com o lançamento, o crédito tributário está


constituído, mas não definitivamente constituído, pois pode ser impugnado
pelo sujeito passivo. Está lembrado?

Sendo assim, só temos certeza da existência do crédito tributário,


quando este estiver definitivamente constituído, isto é, após proferida a
decisão final na esfera administrativa. Portanto, é somente a partir de então
que pode ser formulada a representação fiscal para fins penais (RFFP),
a ser encaminhada ao Ministério Público.

Nessa linha, é válido citar o art. 83 da Lei 9.430/1996:

Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes
contra a ordem tributária previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137,
de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes contra a Previdência
Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei no 2.848, de
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), será encaminhada ao
Ministério Público depois de proferida a decisão final, na esfera
administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário
correspondente. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)
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Demonstrando entendimento nessa mesma linha, o STF editou a


seguinte súmula vinculante:

Súmula Vinculante 24 – Não se tipifica crime material contra a ordem


tributária, previsto no art. 1.º, incisos I a IV, da Lei n.º 8.137/90, antes do
lançamento definitivo do tributo.

Saiba que, após a constituição definitiva do crédito tributário, o MP pode


oferecer a denúncia (propor a ação penal), independentemente do recebimento
da RFFP.

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Somente com a constituição definitiva do crédito


tributário é que se configura os crimes acima estudados.

O MP não depende de RFFP para oferecer a


denúncia.

Deve-se destacar também que em casos excepcionais, o STF (HC


95.443/SC) permite a instauração de inquérito policial antes do
encerramento do processo administrativo fiscal, quando for
imprescindível para viabilizar a fiscalização.

Além da RFFP, a Fazenda Pública também não está proibida de divulgar


as informações relativas às inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública,
bem como em relação ao deferimento do parcelamento e da moratória.

Observação: Não se esqueça de que o marco para a caracterização da


alienação fraudulenta (CTN, art. 185) é a regular inscrição do crédito
tributário em dívida ativa.

Antes de finalizarmos o estudo dos deveres das autoridades


administrativas, não podemos nos esquecer do importante art. 199 do CTN,
cuja redação é a seguinte:

Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a
fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma
estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.

Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em


tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com
Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de
tributos. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

O fato de cada ente federativo dispor de um banco de dados próprio, em


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função das características peculiares dos tributos de sua competência, torna-se


muito proveitoso o compartilhamento de tais informações com os demais
entes, no sentido de promover uma fiscalização mais efetiva.

Observação: Trata-se de mais um caso de transferência de informações


sigilosas.

Novamente, vamos destacar o que foi estabelecido no próprio texto


constitucional, ao tratar das administrações tributárias:

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do
Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão

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recursos prioritários para a realização de suas atividades e


atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

Veja que existe previsão na CF/88 para o compartilhamento de cadastros


e informações fiscais, como também há previsão no CTN nesse sentido.
Contudo, o compartilhamento de fato só ocorre, mediante a edição de
lei ou convênio. Ou seja, não é autoaplicável.

A possibilidade de permuta de informações prevista no


art. 199 do CTN é norma de eficácia limitada.

Do mesmo modo, a Fazenda Pública da União também está autorizada a


firmar tratados, acordos ou convênios, com o intuito de permutar
informações com Estados estrangeiros, sempre no interesse da
arrecadação e da fiscalização dos tributos.

2.2 – Dívida Ativa

Para entender com clareza o que será visto neste tópico, é importante
relembrarmos como ocorre a constituição definitiva do crédito tributário.
Vamos lá: ao ser notificado do lançamento, o sujeito passivo tem um prazo
fixado em lei para pagar ou impugnar o lançamento.

Caso o sujeito passivo cumpra com a obrigação tributária, pagando o


tributo contra ele lançado, o crédito tributário é extinto pelo próprio
pagamento (CTN, art. 156, I).

Se, por outro lado, o sujeito passivo impugnar o lançamento, instaura-se


um litígio entre a Fazenda Pública e o contribuinte ou responsável, em que se
discute o crédito tributário. Ao final, caso a decisão seja desfavorável ao
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sujeito passivo, mantendo o crédito lançado, ocorre a constituição


definitiva do crédito tributário.

No curso do processo administrativo instaurado a partir


da impugnação do contribuinte, a Administração
Tributária exerce controle interno de legalidade.

Imaginemos, ainda, que o sujeito passivo, notificado do lançamento, não


toma qualquer medida para efetuar o pagamento ou impugnar o lançamento.
Nesse caso, também haverá a constituição definitiva do crédito
tributário.

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Nesse sentido, estabelece o art. 201 do CTN o seguinte:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa


natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente,
depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou
por decisão final proferida em processo regular.

Veja, então, que a após a constituição definitiva do crédito tributário, e


não havendo pagamento por parte do sujeito passivo ou qualquer
medida judicial que suspenda a exigibilidade do crédito tributário, cabe
à Fazenda Pública proceder à inscrição do crédito tributário em dívida ativa.
Em se tratando de tributos de competência da União, a inscrição compete à
Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN).

É de se destacar que, embora já possa ter havido controle de legalidade


pela Fazenda Pública (no curso do processo administrativo), em face do
julgamento em processo administrativo, a inscrição em dívida ativa é o último
controle de legalidade do crédito tributário constituído. Podemos dizer, ainda,
que é o único controle de legalidade realizado pela apreciação crítica de
profissionais legalmente competentes 1 : os Procuradores da Fazenda
Nacional, relativamente aos tributos federais. Destacamos que se trata
apenas de exemplo, citando o que ocorre na esfera federal.

Não se trata do único controle de legalidade, como vimos


logo acima, mas sim do único realizado
obrigatoriamente por bacharéis em Direito. A ESAF
já cobrou isso, fique atento!

Observação: É evidente que o Poder Judiciário, quando provocado, pode


efetuar o controle da legalidade do lançamento, devendo anular o ato
praticado pela autoridade administrativa, quando estiver em desacordo com a
lei. Contudo, nossa abordagem se restringe ao controle administrativo
da legalidade. 34863293402

Nesse sentido, acrescentamos as lições de Geraldo Ataliba e Cleber


Giardino2:

“A inscrição evita a propositura pela Fazenda de execuções indevidas,


resguarda os direitos individuais, protege o cidadão; faz valer o princípio
da reserva legal e da propriedade privada. Instituída a inscrição como
controle de legalidade, fundamentalmente com essas qualidades,

1
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 25ª Edição. 2013 Pág. 534.

2
ATALIBA, Geraldo. GIARDINO, Cleber. Inscrição de dívida ativa Função Privativa dos Advogados
Públicos. Revista de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Jul/Set. de 1982, p. 340.

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apresenta ainda várias vantagens marginais, tais como desonerar o


judiciário de causas temerárias e livrar a administração de condenações
moral e patrimonialmente lesivas”.

Mas, afinal de contas, em que consiste a inscrição em dívida ativa?


Trata-se de inclusão do nome do sujeito passivo no cadastro de
devedores inadimplentes, mediante a lavratura de termo no livro da dívida
ativa do respectivo ente federado. Atualmente, tal procedimento é realizado de
forma eletrônica.

O objetivo da inscrição do crédito tributário em dívida ativa é


extrair a Certidão de Dívida Ativa (CDA), título executivo extrajudicial, que
viabiliza a posterior propositura da ação de execução fiscal.

Como a inscrição ocorre após a constituição definitiva do


crédito tributário, o sujeito passivo não possui o
direito de ser notificado da inscrição e da extração
da CDA.

Ressaltamos, porém, que no âmbito da Fazenda Nacional há uma


Portaria do Ministro da Fazenda (Portaria MF 75/2012), que dispõe o seguinte:

Art. 1º Determinar:

I - a não inscrição na Dívida Ativa da União de débito de um mesmo


devedor com a Fazenda Nacional de valor consolidado igual ou
inferior a R$ 1.000,00 (mil reais); e

II - o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos com a


Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$
20.000,00 (vinte mil reais).

Observação: É importante saber essas informações para enfrentar a ESAF,


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nas provas para os concursos da RFB!

Estando a dívida regularmente inscrita, goza de presunção relativa de


certeza e liquidez, admitindo, obviamente, prova em contrário por parte do
sujeito passivo:

Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e


liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e


pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou
do terceiro a que aproveite.

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Como exemplo, se o contribuinte realizar o pagamento de determinado


tributo, como o IR, por exemplo, e o sistema da RFB não detectá-lo,
certamente o contribuinte terá o seu débito inscrito em dívida ativa. Tomando
ciência do fato, pode imediatamente apresentar suas provas inequívocas de
que houve o correto pagamento.

Destaque-se que o par. único do art. 201, do CTN, estabelece que a


fluência de juros de mora não exclui a liquidez do crédito. Portanto,
ainda que os juros de mora sejam acrescentados ao valor total da dívida, a
liquidez (o valor exato) do crédito tributário não deixa de existir, pois sempre
será possível calcular o montante devido, a título de tributo.

O CTN também previu os requisitos do termo de inscrição da dívida


ativa:

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela


autoridade competente, indicará obrigatoriamente:

I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem


como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de
outros;

II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora


acrescidos;

III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a


disposição da lei em que seja fundado;

IV - a data em que foi inscrita;

V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se


originar o crédito.

Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste


artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.
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Observação: Já vi questões cobrando tais requisitos. Portanto, nesse caso, é


muito importante que você memorize todo o conteúdo do art. 202, do CTN.

Não é difícil de decorar tais requisitos. Em primeiro lugar, deve-se


lembrar que é mais do que básico que o termo de inscrição contenha a
quantidade devida, o nome do devedor e o fundamento legal (natureza e
origem do crédito tributário). Isso é básico, para que o contribuinte tenha
condições de apresentar provas em contrário.

Lembre-se também que, sendo o caso (nem sempre, portanto),


deve haver o número do processo administrativo. Em qualquer caso, a
certidão deverá conter a indicação do livro e da folha de inscrição.

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Cumpre-nos ressaltar que a omissão ou erro relativamente aos requisitos


previstos no art. 202 do CTN são causas de nulidade da inscrição em dívida
ativa, bem como do respectivo processo de cobrança dela decorrente,
conforme se expõe abaixo:

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo


anterior (202), ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da
inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a
nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância,
mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo,
acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá
versar sobre a parte modificada.

Contudo, o STF (AI-AgR 81.681/MG) entende que “há de atentar-se para


a substância e não para os defeitos formais que não comprometem o essencial
do documento tributário”.

Havendo erros ou omissão dos requisitos estabelecidos, será nula a


inscrição e o processo de cobrança dela decorrente. No entanto, a nulidade
pode ser sanada até a decisão de primeira instância, substituindo-se a
certidão nula, e devolvendo ao sujeito passivo o prazo para defesa, que
somente versará sobre a parte modificada.

A fim de que seja possível entender o que viria a ser a “decisão de


primeira instância”, vamos estudar em termos simples a ação de execução
fiscal.

Após a inscrição em dívida ativa, a Fazenda Pública pode ajuizar a ação


de execução fiscal. Admitida a ação, o juiz realiza o despacho que ordena a
citação do devedor para pagar o valor devido (tributo, juros e multa de mora
e os encargos indicados na CDA) ou garantir a execução, mediante depósito
em dinheiro, fiança bancária ou indicação de bens à penhora.

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Observação: Lembre-se de que o despacho do juiz que ordenar citação em


execução fiscal faz interromper o curso do prazo prescricional.

Se o sujeito passivo reconhece a dívida, ele realiza o pagamento integral.


Caso contrário, pode garantir a execução, podendo-se defender mediante
interposição de embargos à execução. Até que o juiz julgue em primeira
instância os embargos interpostos, a Fazenda pode substituir a CDA
nula.

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Opa! A inscrição em dívida ativa é o último controle de


legalidade sobre o crédito tributário, no âmbito
administrativo. Contudo, é possível alterar a CDA até
a decisão de primeira instância.

Na linha do que acabamos de explicar, segue o entendimento do STJ:

Súmula STJ 392 - A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida


ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de
correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo
da execução.

O que o STJ deixou claro, e que tem sido demonstrado pela


jurisprudência deste Tribunal, é que só se admite substituição de CDA para
corrigir erro material ou formal, relativos à inscrição e à certidão, mas não se
estendendo ao lançamento propriamente dito. Portanto, não é possível
substituir a CDA como meio de alterar o próprio lançamento anteriormente
realizado.

Se o vício diz respeito à constituição do crédito tributário,


deve-se realizar outro lançamento, e não a simples
substituição de CDA.

Nesse mesmo sentido, o STJ (REsp 87.768/SP) já determinou que é


inadmissível substituição de CDA, para alteração do valor do débito de IPTU, já
que se constitui modificação do próprio lançamento.

2.2 – Certidões Negativas

As certidões negativas de débitos (CND) são o documento capaz de


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comprovar a inexistência de débito de determinado contribuinte, de


determinado tributo ou relativo a determinado período. Trata-se, então,
do documento que comprova a quitação dos tributos devidos.

De acordo com o art. 5º, XXXIV, b, da CF/88, é a todos assegurado,


independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões
em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal. Trata-se de imunidade aplicável às taxas.

Observe o que diz o art. 205 do CTN:

Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado


tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à

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vista de requerimento do interessado, que contenha todas as


informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e
ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o
pedido.

Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos


em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da
data da entrada do requerimento na repartição.

Pela redação do par. único do art. 205, a Fazenda tem o prazo de 10


dias para expedir a certidão negativa requerida pelo sujeito passivo.
Normalmente, a emissão da certidão é imediata.

O prazo é de 10 dias, e não 10 dias úteis! Grave isso!

Devemos nos atentar para o fato de que é possível que o sujeito passivo
tenha débitos, mas esteja em situação regular perante o Fisco. É o caso, por
exemplo, dos créditos tributários cuja exigibilidade tenha sido suspensa (CTN,
art. 151).

Em casos como esse, expede-se, em vez de certidão negativa, a


certidão positiva com efeitos de negativa. Ou seja, a certidão é positiva,
pois o sujeito passivo possui débito. No entanto, a certidão possui efeitos de
negativa, já que é como se fosse esta, ou seja, o sujeito passivo está em
situação regular.

Nessa esteira, vamos ver quais as situações que ensejam a expedição de


certidão positiva com efeitos de negativa:

Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão


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de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de


cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou
cuja exigibilidade esteja suspensa.

Quando os créditos tributários não estão vencidos  Se há créditos


tributários já constituídos contra o sujeito passivo, mas não se esgotou o prazo
para o adimplemento da obrigação tributária (créditos vincendos), este
encontra-se em situação regular.

Quando os créditos estejam garantidos por penhora  No curso da ação


de execução fiscal, se tiverem sido penhorados bens suficientes para extinção
total dos créditos, o sujeito passivo encontra-se em situação regular, já que o
recebimento daqueles está garantido pelos bens penhorados.

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Quando os créditos estejam com a exigibilidade suspensa  Suspender


a exigibilidade significa impedir que o Fisco promova os atos de cobrança do
crédito tributário. Sendo assim, o sujeito passivo não deixa de estar em
situação regular.

Observação: Para responder questões que cobrem esse assunto, é bom você
estar com as causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário na
“ponta da língua”. Lembre-se: MORDER e LIMPAR.

Sintetizando:

Créditos Vincendos
Certidão positiva
Créditos garantidos por penhora com efeitos de
negativa

Créditos com exigibilidade suspensa

Inexistência de débitos Certidão negativa

2.2.1 – Dispensa da apresentação de certidão negativa

Em alguns casos, o sujeito passivo está dispensado de apresentar a


certidão negativa, ou seja, não será necessário fazer prova da quitação dos
tributos.

Acompanhe o art. 207 do CTN:

Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será


dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento,
quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a
caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes no
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ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis,


exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal
ao infrator.

Imagine que determinada empresa, participante de processo licitatório,


tenha que apresentar com urgência os comprovantes de quitação de tributos.
Considere, ainda, que os servidores responsáveis pela emissão da CND
estejam em greve. Como o sujeito passivo deve proceder para não ser
desabilitado?

O art. 207 do CTN prevê que, independentemente da existência de lei


permissiva, o sujeito passivo fica dispensado da prova da quitação dos
tributos, quando se tratar de ato indispensável para evitar a perda do direito.

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É errado afirmar que:

 Nunca se dispensa a apresentação de CND;


 A dispensa de apresentação de CND depende de
lei autorizativa de cada ente.

Destaque-se que todos os participantes respondem pelo tributo


porventura devido, bem como os juros de mora e as penalidades cabíveis,
com exceção daquelas cuja responsabilidade seja pessoal do infrator.

Observação: Os contratantes são a pessoa jurídica e as pessoas físicas que


atuaram em nome daquela. Não se incluem entre os contratantes, para
fins de responsabilidade, as testemunhas e os membros da comissão de
licitação.

2.2.2 – Responsabilidade por expedição de certidão com erro

Se o servidor público expede certidão negativa, quando na verdade


deveria expedir certidão positiva, a certidão contém erro contra a Fazenda
Pública. É o caso, por exemplo, daquele servidor que deseja ajudar um
amigo, alterando as informações, para que a certidão negativa seja expedida.

Com o objetivo de punir os servidores públicos, responsáveis pela


expedição de certidões negativas, por atuação dolosa ou fraudulenta, o art.
208 do CTN estabeleceu a seguinte regra:

Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que


contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza
pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e
juros de mora acrescidos.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a


responsabilidade criminal e funcional que no caso couber.
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Repare que o dispositivo prevê que o servidor público será


pessoalmente responsável pelo crédito tributário (aquele que deixou de
constar na certidão “negativa” expedida) e pelos juros de mora acrescidos.
Ademais, fica o servidor sujeito às sanções penais e administrativas
cabíveis.

Além de responder pessoal pelo crédito tributário e pelos


juros de mora, o servidor pode sofrer
responsabilização criminal e funcional.

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Direito Tributário para AFRFB - 2016
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Quando estudamos para concurso público, não devemos “brigar” com a


lei, já que ela é muitas vezes cobrada literalmente. Contudo, muitos autores
questionam a responsabilização pessoal do servidor pelo crédito tributário,
haja vista que, dessa forma, o contribuinte, que se beneficiou da fraude, fica
dispensado do pagamento dos tributos.

Imagine, agora, que o crédito tributário tenha sido de R$ 1.000.000,00,


e que a empresa beneficiada seja uma multinacional. Como o servidor iria
arcar com tudo isso sozinho? Seria justo? Vamos deixar a discussão para outro
momento, correto? O que nos importa é saber como está previsto no
CTN!

Questão 43 – ESAF/AFRFB/2014

Sobre a inscrição em dívida ativa tributária, assinale a opção incorreta.


a) A inscrição em dívida ativa, que se constitui no ato de controle
administrativo da legalidade, será feita, no caso dos tributos de competência
da União, pela Procuradoria da Fazenda Nacional.
b) Trata-se do único ato de controle de legalidade, efetuado sobre o crédito
tributário já constituído, que se realiza pela apreciação crítica dos profissionais
legalmente competentes.
c) O exame prévio efetuado para a inscrição em dívida ativa constitui uma
garantia ao cidadão de que aquele crédito, originário de uma obrigação não
adimplida em tempo e forma devidos, foi devidamente apurado e teve sua
existência confirmada por meio do controle administrativo de sua legalidade e
legitimidade.
d) Exige-se a notificação do sujeito passivo da lavratura da notificação do
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débito, da inscrição em dívida ativa e da extração da respectiva certidão, sob


pena de nulidade.
e) A Fazenda Nacional pode, graças à autorização contida em Portaria
Ministerial do Ministro de Estado da Fazenda, deixar de inscrever em Dívida
Ativa da União débitos consolidados de um mesmo sujeito passivo inferiores a
determinado valor.

Comentário:

Alternativa A: De fato, a inscrição em dívida ativa é um ato de controle de


legalidade e, em se tratando de tributos de competência da União, é realizado
pela PFN. Item correto.

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Alternativa B: De fato, é o único ato de controle de legalidade em que o


crédito tributário lançado é submetido a profissionais bacharéis em Direito.
Item correto.

Alternativa C: De fato, o exame prévio efetuado pela PFN, antes de inscrever


o crédito em dívida ativa, constitui um meio de proteção ao cidadão contra
lançamentos improcedentes. Item correto.

Alternativa D: Não se exige a notificação da inscrição do crédito em dívida


ativa, bem como a extração da CDA. Exige-se apenas a notificação do
lançamento do crédito tributário. Item errado.

Alternativa E: De fato, a Portaria MF 75/2012 determina que não sejam


inscritos em dívida ativa os débitos inferiores ao que foi nela estipulado. Item
correto.

Gabarito: Letra D

Questão 44 – ESAF/ATRFB/2012

A certidão com efeito de negativa pode ser expedida em favor de contribuinte


que tenha efetuado o depósito do montante integral do crédito tributário, pois,
em tal caso, este estará com sua exigibilidade suspensa?

Comentário: Conforme prevê o art. 206, do CTN, pode ser expedida certidão
positiva com efeitos de negativa, quando o crédito tributário esteja com sua
exigibilidade suspensa, como é o caso do depósito do montante integral.
Questão correta.

Questão 45 – ESAF/ISS-RJ-Fiscal de Rendas/2010

O termo de inscrição da dívida ativa (CDA) tem função precípua de materializar


a dívida ativa tributária regularmente inscrita na repartição administrativa,
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instrumentalizando pela Fazenda Pública, ação executória fiscal pertinente.

Comentário: Deveras, a função precípua da CDA é materializar a dívida ativa


tributária, viabilizando a propositura da ação de execução fiscal. Questão
correta.

Questão 46 – ESAF/ISS-RJ-Fiscal de Rendas/2010

A inscrição em dívida ativa pressupõe prévio inadimplemento do contribuinte;


entretanto, é necessária a prévia notificação deste para pagamento antes do
ajuizamento da ação fiscal.

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Comentário: Embora a inscrição em dívida ativa pressupõe o prévio


inadimplemento do contribuinte, não se faz necessária a sua prévia notificação,
antes do ajuizamento da ação de execução fiscal. Questão errada.

Questão 47 – ESAF/ISS-RJ-Fiscal de Rendas/2010

Tendo o contribuinte apurado e declarado o montante do tributo devido e,


portanto confessado a obrigação correspondente, deveria ter efetuado o
pagamento no prazo estipulado pela legislação fiscal. Não o realizando, o
crédito tributário deve ser inscrito na Dívida Ativa da União;

Comentário: Realmente, inadimplemento da obrigação tributária enseja a


inscrição do crédito tributário em dívida ativa. Questão correta.

Questão 48 – ESAF/AFRFB/2009

Em que pese o dever de sigilo da autoridade fiscal, o Código Tributário


Nacional autoriza a divulgação de informações relativas a representações
fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública
e parcelamento ou moratória.

Comentário: O § 3º, do art. 198, do CTN, autoriza a divulgação de


informações relativas a representações fiscais para fins penais, inscrições na
Dívida Ativa e parcelamento ou moratória. Lembre-se do mnemônico
REPARIN. Questão correta.

Questão 49 – ESAF/ATRFB/2009

Sobre a dívida ativa tributária, é incorreto afirmar que:


a) provém de crédito de igual natureza.
b) somente se admite a inscrição de débito em dívida ativa após o decurso do
prazo fixado para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em
34863293402

processo administrativo.
c) o controle da legalidade da inscrição em dívida ativa é a derradeira
oportunidade que a Administração tem de rever os requisitos dos atos
praticados no processo administrativo de cobrança, ocasião em que ainda pode
modificá-los.
d) as informações relativas a inscrições na dívida ativa da fazenda pública
podem ser divulgadas, sem que isso configure violação ao sigilo fiscal.
e) uma vez inscrito o débito em dívida ativa, tem-se que o título representativo
desta goza de presunção de liquidez e certeza.

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Comentário:

Alternativa A: Obviamente, a dívida ativa tributária provém do crédito


tributário inadimplido. Item correto.

Alternativa B: Como vimos, a inscrição em dívida ativa ocorre após a


constituição definitiva do crédito tributário, que pode ser dar pelo decurso do
prazo para pagamento ou impugnação, ou por decisão final proferida em
processo administrativo. Item correto.

Alternativa C: É possível substituir a CDA até a decisão de primeira instância,


conforme consta no art. 203 do CTN. Portanto, o item está errado.

Alternativa D: De acordo com o previsto no art. 198, § 3º, II, do CTN, não é
vedada a divulgação de informações relativas a inscrições na Dívida Ativa da
Fazenda Pública. Item correto.

Alternativa E: Após a inscrição do débito em dívida ativa, extrai-se a CDA,


título executivo que goza de presunção de liquidez e certeza. Item correto.

Gabarito: Letra C

Questão 50 – ESAF/AFRFB/2009

Verificada a existência de crime contra a ordem tributária, praticado por


particular, deve a autoridade administrativa representar ao Ministério Público,
mesmo antes de proferida decisão final, na esfera administrativa, sobre a
exigência do crédito tributário.

Comentário: De acordo com o art. 83 da Lei 9.430/1996, a representação


fiscal para fins penais, em se tratando de crime contra a ordem tributária, deve
ser encaminhada ao Ministério Público após o lançamento definitivo do tributo.
Questão errada.
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Questão 51 – ESAF/AFRFB/2009

Diante de requisição da autoridadeadministrativa de apresentação de


informações sigilosas, não pode o agente público responsável pelo deferimento
negar-se a entregá-la.

Comentário: De acordo com o art. 198, § 1º, II, do CTN, é necessário que
haja processo administrativo regularmente instaurado no âmbito do órgão ou
entidade solicitante, com o objetivo de investigar sujeito passivo por prática de
infração administrativa. Portanto, não satisfeitos os requisitos citados, o
agente público responsável pelo deferimento pode se negar a entregar as
informações solicitadas. Questão errada.

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Questão 52 – ESAF/PGDF/2007

A certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de


cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja
exigibilidade esteja suspensa, tem os mesmos efeitos da certidão negativa.

Comentário: A assertiva cobra a literalidade do art. 206 do CTN, ou seja,


certidão positiva com efeitos de negativa. Questão correta.

Questão 53 – ESAF/PGDF/2007

Poderá ser concedida certidão positiva com efeitos de negativa quando houver
crédito cuja exigibilidade esteja suspensa.

Comentário: Se o crédito tributário está com sua exigibilidade suspensa, é


concedida ao sujeito passivo a certidão positiva com efeitos de negativa.
Questão correta.

Questão 54 – ESAF/PGDF/2007

A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando


exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do
interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de
sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período
a que se refere o pedido.

Comentário: Trata-se da literalidade do caput do caput art. 205 do CTN. A


questão está correta.

Questão 55 – ESAF/TRF/2006

Tem os mesmos efeitos de certidão negativa documento firmado pela


34863293402

autoridade competente que indique a existência de crédito vincendo, ou sob


execução garantida por penhora, ou com a exigibilidade suspensa.

Comentário: Conforme o que foi previsto no art. 206 do CTN, tem os mesmos
efeitos de certidão negativa aquela de que conste créditos vincendos (não
vencidos), sob execução garantida por penhora ou cuja exigibilidade tenha sido
suspensa, nos termos do art. 151 do CTN. Trata-se da certidão positiva com
efeitos de negativa. Questão correta.

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Questão 56 – ESAF/TRF/2006

Será sempre expedida nos termos em que tenha sido solicitada pelo
interessado, no prazo de 15 (quinze) dias da data de entrada do requerimento
na repartição.

Comentário: Consoante o disposto no par. único do art. 205, do CTN, a


certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido
requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do
requerimento na repartição. Questão errada.

Questão 57 – ESAF/AFTM-Recife/2003

Não tem os mesmos efeitos de certidão negativa a certidão de que conste a


existência de crédito tributário objeto de parcelamento, cujas parcelas vêm
sendo pagas pontualmente pelo contribuinte.

Comentário: De acordo com o art. 206 do CTN, tem os mesmos efeitos de


certidão negativa a certidão de que conste a existência de crédito tributário
cuja exigibilidade esteja suspensa. Ora, como o parcelamento suspende a
exigibilidade do crédito tributário, é possível a emissão da “certidão positiva
com efeitos de negativa”. Questão errada.

Questão 58 – ESAF/AFTM-Recife/2003

Não tem os mesmos efeitos de certidão negativa a certidão de que conste a


existência de crédito tributário da Fazenda Pública que, por meio de recurso
administrativo, esteja sendo questionado pelo contribuinte.

Comentário: Lembre-se de que o recurso administrativo suspende a


exigibilidade do crédito tributário, conforme se prevê no art. 151, III, do CTN.
Sendo assim, é possível conceder ao sujeito passivo a certidão positiva com
34863293402

efeitos de negativa (CTN, art. 206). Questão errada.

Questão 59 – ESAF/Agente Tributário-MT/2001

A certidão negativa de débito tributário perante a Fazenda Pública não é meio


hábil para provar a quitação de tributos.

Comentário: A certidão negativa de débito tributário é documento legítimo


para comprovar a quitação de tributos, conforme preceitua o caput art. 205 do
CTN. Questão errada.

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Questão 60 – ESAF/SEFAZ-PI/2001

O funcionário que expedir certidão negativa com dolo ou fraude, contendo erro
contra a Fazenda Pública, será pessoalmente responsável funcional e
criminalmente, excluída a responsabilidade pelo crédito tributário.

Comentário: Conforme previsão no a art. 208 do CTN, a certidão negativa


expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública,
responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito
tributário e juros de mora acrescidos, não excluindo a responsabilidade
criminal e funcional, se cabível. Questão errada.

Questão 61 – ESAF/Agente Tributário-MT/2001

A certidão negativa de débito tributário perante a Fazenda Pública em


nenhuma hipótese pode ser dispensada a sua apresentação como prova
de quitação de tributos.

Comentário: O art. 207 do CTN assevera que fica dispensada a prova de


quitação de tributos quando se tratar de prática de ato indispensável para
evitar a caducidade de direito. Isso ocorre independentemente de disposição
legal permissiva. Questão errada.

Questão 62 – FGV/CONDER-Advogado/2013

Em determinado procedimento de fiscalização os agentes fazendários, sem


mandado judicial, apreenderam livros contábeis e arquivos que continham
registros de notas fiscais emitidas pela empresa fiscalizada. Os documentos
fiscais e contábeis referidos subsidiaram a denúncia do MP em face dos
gestores da empresa, por crime de sonegação fiscal.
A denúncia, na hipótese,
A) padece de vício de nulidade, já que houve quebra do sigilo de dados não
34863293402

autorizada pelo Poder Judiciário.


B) não é cabível denúncia com base em quebra não autorizada do sigilo de
dados, embora sejam documentos de apresentação obrigatória pelo
contribuinte.
C) a prova obtida através de meio ilícito conspurca a denúncia, conforme
registrado na tese dos frutos da árvore envenenada.
D) pode ser regularmente admitida, já que embora tenha havido a quebra do
sigilo de dados, durante o processo o contribuinte poderá opor defesa.
E) deve ser regularmente recebida, já que não há qualquer vício no
procedimento adotado pela fiscalização, uma vez que os documentos
apreendidos são públicos.

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Comentário: De acordo com o art. 195, do CTN, não têm aplicação quaisquer
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou
fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de
exibi-los. Portanto, a denúncia do Ministério Público por crime de sonegação
fiscal deve ser recebida pelo Poder Judiciário, já que não houve vício no
procedimento adotado pela fiscalização.

Gabarito: Letra E

Questão 63 – FGV/CGE-MA- AUDITOR/2014

DCS – Corretagem e Seguros Ltda., se insurge em face da quebra de seu sigilo


bancário para averiguação, pela Receita, de sua movimentação financeira. Até
a lavratura do auto de infração, que ocorreu em 2000, só havia procedimento
administrativo de fiscalização, sem qualquer processo judicial instaurado.
Aduz a sociedade empresária que a Lei Complementar n. 105/2001, que
dispõe sobre o sigilo das operações financeiras, não poderia ter sua aplicação
retroativa.
Com base no exposto, assinale a afirmativa correta.
A) É lícita e legítima a conduta do Fisco, uma vez que possível a retroatividade
das leis tributárias procedimentais, relativas à constituição do crédito tributário
não alcançado pela decadência, ainda que os fatos imponíveis a serem
apurados lhes sejam anteriores.
B) É inconstitucional a conduta do Fisco, seja pela aplicação retroativa da Lei
Complementar n. 105/2001, seja pela quebra do sigilo de dados que tem
proteção da Carta Magna.
C) É ilegal a conduta do Fisco, que conflita com o Código Tributário Nacional, o
qual determina que o lançamento seja regido pela lei vigente à época da
ocorrência do fato gerador.
D) É legítima a conduta do Fisco, já que a Fazenda Pública prescinde, em
qualquer hipótese, de autorização judicial para obter informações sobre
operações realizadas pelo contribuinte.
E) É abusiva a conduta do Fisco, pois embora a lei tributária procedimental
34863293402

possa retroagir, tal não será possível para gerar responsabilidade do


contribuinte.

Comentário: A LC 105/2001 permitiu em seu art. 6º, que as autoridades e os


agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios podem examinar documentos, livros e registros de instituições
financeiras, referentes ao sujeito passivo. Como se trata de lei procedimental,
pode ser aplicada aos fatos geradores anteriores à sua edição, em
conformidade com o que dispõe o § 1º, do art. 144, do CTN.

Gabarito: Letra A

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Questão 64 – FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2008

A respeito da quebra do sigilo bancário do contribuinte pela fiscalização


tributária, é correto afirmar que:
A) depende sempre de autorização judicial.
B) não se pode dar de modo algum.
C) viola a Constituição.
D) pode ocorrer, no caso de processo administrativo em trâmite.
E) para sua concreção, basta que a autoridade fiscal expeça intimação escrita.

Comentário: De acordo com o art. 6º, da LC 105/2001, as autoridades e os


agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios podem examinar documentos, livros e registros de instituições
financeiras, referentes ao sujeito passivo, quando houver processo
administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames
sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
competente. Portanto, a resposta desta questão é a Letra D.

Gabarito: Letra D

Questão 65 – FGV/Fiscal de Rendas-MS/2006

A competência e os poderes das autoridades administrativas, em matéria de


fiscalização tributária, devem ser regulados pela legislação tributária:
A) em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de
que se tratar, aplicando-se aos contribuintes, sejam pessoas naturais ou
jurídicas, exceto as que gozem de isenção de caráter pessoal.
B) em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de
que se tratar, aplicando-se aos contribuintes, sejam pessoas naturais ou
jurídicas, exceto as que gozem de imunidade tributária.
C) em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de
que se tratar, aplicando-se às pessoas naturais ou jurídicas, aos contribuintes
ou não, exceto as que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter
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pessoal.
D) em caráter geral, aplicável a todos os tributos da União, dos Estados e dos
Municípios, indistintamente.
E) em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de
que se tratar, aplicando-se às pessoas naturais e jurídicas, contribuintes ou
não, inclusive as que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter
pessoal.

Comentário: A questão cobra a literalidade do art. 194, do CTN. Assim, a


competência e os poderes das autoridades administrativas, em matéria de
fiscalização tributária, devem ser regulados pela legislação tributária em
caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se
tratar. Ademais, a legislação aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, aos

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contribuintes ou não, exceto as que gozem de imunidade tributária ou de


isenção de caráter pessoal.

Gabarito: Letra E

Questão 66 – FGV/Juiz-PA/2008

A certidão em que constar a existência de crédito não vencido, no curso de


cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja
exigibilidade tenha sido suspensa, será considerada "positiva, com efeito, de
negativa".

Comentário: Conforme prevê o art. 206 do CTN, tem os mesmos efeitos


previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos
não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a
penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. É denominada certidão positiva
com efeito de negativa. Questão correta.

Questão 67 – FGV/Juiz-PA/2008

A dívida regularmente inscrita goza de presunção de certeza e liquidez e tem o


efeito de prova pré-constituída. Assim, com base na alteração introduzida no
CTN pela Lei Complementar 118/05, presume-se fraudulenta a alienação ou
oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito
para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como
dívida ativa.

Comentário: Presume-se fraude à execução fiscal a alienação ou oneração de


bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a
Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.
Questão correta.

Questão 68 – FGV/AFRE-RJ/2010
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O lançamento regularmente notificado ao contribuinte, porque dotado de


exigibilidade, constitui dívida ativa tributária.

Comentário: O lançamento apenas constitui o crédito tributário, tornando a


obrigação tributária exigível. Não há que se falar, portanto, em constituição de
dívida ativa tributária. Questão errada.

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Questão 69 – FGV/AFRE-RJ/2010

A certidão de dívida ativa poderá ser emendada ou substituída até a decisão de


primeira instância judicial, assegurada ao executado a devolução do prazo para
embargos.

Comentário: O art. 203 do CTN estabelece que a omissão de quaisquer dos


requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de
nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente.

No entanto, o próprio dispositivo permite sanar a nulidade até a decisão de


primeira instância judicial, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou
interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte
modificada. Questão correta.

Questão 70 – FGV/AFRE-RJ/2010

A certidão negativa de débito expedida com dolo ou fraude, que contenha erro
contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a
expedir, pelo crédito tributário e juros de mora.

Comentário: Dispõe o art. 208 do CTN que a certidão negativa expedida com
dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza
pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de
mora acrescidos. Questão correta.

Questão 71 – FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2008

Com relação à expedição da Certidão Negativa de Débito (CND ou CPEN), em


caso de débito de imposto, cujo valor o contribuinte já informara à Fazenda
mediante documento próprio (GIA-ICMS), é correto afirmar que:
A) não pode ser expedida em hipótese alguma.
34863293402

B) só pode ser expedida após a efetivação do lançamento a cargo da


autoridade administrativa.
C) não pode ser expedida, salvo se o contribuinte pagou o débito declarado.
D) só pode ser expedida se ocorrer a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário.
E) não pode ser expedida, pois não ocorreu inscrição do débito na Dívida Ativa.

Comentário: A certidão negativa comprova a quitação de determinado


tributo, no caso citado, do ICMS. Portanto, não pode ser expedida em caso de
débito de imposto, salvo se o contribuinte pagou o débito declarado.

Gabarito: Letra C

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Questão 72 – FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2008

Débito de ICMS teve o fato gerador ocorrido em 01.04.01, foi objeto de


lançamento em 20.04.02, foi inscrito em dívida ativa em 20.05.04 e, em
25.05.05, o juiz despachou determinando a citação (Execução Fiscal). O
contribuinte devedor alienou todos os seus bens em _____, caracterizando
fraude à execução.
Assinale a alternativa que complete corretamente a lacuna do trecho acima:
A) 20.05.02
B) 10.01.04
C) 31.03.03
D) 01.09.02
E) 30.11.04

Comentário: Presume-se fraudulenta a alienação dos bens do sujeito passivo


após o crédito tributário ser inscrito em dívida ativa. Portanto, se a alienação
ocorrer em em 30/11/04, após a referida inscrição, fica caracterizada a fraude.

Gabarito: Letra A

Questão 73 – FGV/Consultor Legislativo - MA /2013

Com relação à Certidão da Dívida Ativa, assinale a afirmativa correta.


A) A certidão da dívida ativa que contiver erro substancial quanto ao nome do
devedor é anulável, cabendo ao contribuinte pugnar pela correção do ato.
B) O termo de inscrição da dívida ativa deve contemplar o demonstrativo de
cálculo do tributo devido.
C) A certidão da dívida ativa é título executivo cartular, cuja validade se
prende à sua literalidade.
D) A certidão da dívida ativa é prova pré constituída do débito tributário, que
pode ser elidida pelo contribuinte.
E) A certidão da dívida ativa deve discriminar os juros e demais encargos que
estejam sendo cobrados do contribuinte. 34863293402

Comentário:

Alternativa A: A certidão da dívida ativa que contiver erro substancial quanto


ao nome do devedor é nula, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de
primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito
passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar
sobre a parte modificada. Alternativa errada.

Alternativa B: Na realidade, o termo de inscrição da dívida ativa não precisa


contemplar o demonstrativo de cálculo do tributo devido, mas sim a quantia
devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos. Alternativa errada.

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Alternativa C: Não se pode afirmar que a certidão da dívida ativa é um título


executivo cartular, cuja validade se prende à sua literalidade, justamente
porque a dívida regularmente inscrita goza da presunção relativa de certeza e
liquidez. Alternativa errada.

Alternativa D: Conforme prevê o art. 204, do CTN, a dívida regularmente


inscrita goza da presunção relativa de certeza e liquidez e tem o efeito de
prova pré-constituída. Pode ser, portanto, ilidida por prova inequívoca, a cargo
do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. Alternativa correta.

Alternativa E: O art. 202 apenas menciona a obrigatoriedade de indicação da


quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos.
Alternativa errada.

Gabarito: Letra D

Questão 74 – FGV/Fiscal de Rendas-MS/2006

A respeito da dívida tributária regularmente inscrita, pode-se afirmar que:


A) goza de certeza, liquidez e tem efeito de prova pré-constituída.
B) sua certeza pode ser ilidida por qualquer prova indiciária.
C) goza de presunção absoluta de certeza e liquidez.
D) somente pode ser desconstituída pelo sujeito passivo.
E) não precisa ser líquida.

Comentário: De acordo com o art. 204, do CTN, a dívida regularmente


inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-
constituída.

Gabarito: Letra A

Questão 75 – CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
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É vedada a divulgação, pela administração tributária, de informações relativas


a representações para fins penais.

Comentário: De acordo com o exposto no art. 198, § 3º, I, do CTN, não é


vedada a divulgação de informações relativas a representações fiscais para
fins penais. Questão errada.

Questão 76 – CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012

Até que ocorra a prescrição dos créditos tributários, os livros obrigatórios de


escrituração comercial e fiscal devem ser conservados.

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Comentário: O art. 195, par. único, do CTN, preceitua que os livros


obrigatórios de escrituração comercial e fiscal, bem como os comprovantes de
lançamentos neles efetuados, devem ser conservados até que ocorra a
prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações às quais se
refiram. Questão correta.

Questão 77 – CESPE/DELEGADO-PF/2013

A administração tributária poderá requisitar o auxílio da força policial para


garantir, em caso de oposição, o direito de fiscalizar todos os livros e
documentos das referidas empresas.

Comentário: Prevê o art. 200 do CTN que a autoridade administrativa pode


requisitar auxílio de força pública (policial) quando vítimas de embaraço ou
desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê
medida prevista na legislação tributária. Questão correta.

Questão 78 – CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012

Em regra, é dispensável o exaurimento do processo administrativo-fiscal para


a caracterização do crime contra a ordem tributária.

Comentário: Para a caracterização do crime contra a ordem tributária, é


necessário que ocorra a constituição definitiva do crédito tributário. Isso
somente se dá com o exaurimento do processo administrativo-fiscal. Questão
errada.

Questão 79 – CESPE/PROMOTOR-MP-SE/2010

Em recente decisão, o STF entendeu que é possível a instauração de inquérito


policial para apuração de crime contra a ordem tributária, antes do
encerramento do processo administrativo-fiscal, quando isso for imprescindível
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para viabilizar a fiscalização.

Comentário: Como vimos, esse tem sido o entendimento do STF acerca da


possibilidade de instauração de inquérito policial, antes do encerramento do
processo administrativo-fiscal. Questão correta.

Questão 80 – CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2013

A fazenda pública pode substituir a certidão de dívida ativa até a prolação da


sentença de embargos, em caso de correção de erro material ou formal. Nessa
situação, pode-se modificar o sujeito passivo da execução.

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Comentário:

De acordo com a Súmula 392 do STJ, a Fazenda Pública pode substituir a


certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos,
quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a
modificação do sujeito passivo da execução. Questão errada.

Questão 81 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

O lançamento substitui a inscrição na dívida ativa tributária, para todos os


efeitos legais.

Comentário: A inscrição na dívida ativa somente ocorre após o lançamento


definitivo. Sendo assim, não faz o menor sentido dizer que o lançamento
substitui a inscrição na dívida ativa. O que se pode dizer é que nem sempre o
crédito lançado é inscrito na dívida ativa, já que o sujeito passivo pode
promover o pagamento, extinguindo o crédito. Questão errada.

Questão 82 – CESPE/PGM-RR/2010

Qualquer omissão de requisito legal previsto para constar no termo de


inscrição de dívida ativa causa a sua nulidade absoluta, caso a omissão não
seja sanada até a decisão de primeira instância.
Comentário: A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no art. 202 do
CTN causa a nulidade da CDA. Contudo, a nulidade pode ser sanada até a
decisão de primeira instância. Se não o for, certamente haverá nulidade
absoluta. Questão correta.

Questão 83 – CESPE/JUIZ FEDERAL-2ª REGIÃO/2009

A fazenda pública pode substituir a certidão de inscrição do débito fiscal em


dívida ativa, quando aquela apresentar nulidade, apenas até a citação do
34863293402

devedor no executivo fiscal.

Comentário: O prazo para substituição da CDA é o da decisão de primeira


instância, e não até a citação do devedor no executivo fiscal. Questão errada.

Ficamos por aqui!


Um abraço e até o nosso próximo e último encontro!

Prof. Fábio Dutra


E-mail: fabiodutra08@gmail.com
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3 – LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

Questão 01 – ESAF/PGFN/2012

A lei estabelecerá limites e condições para a preferência dos créditos


decorrentes da legislação do trabalho em relação aos demais créditos, inclusive
aos tributários.

Questão 02 – ESAF/PGFN/2012

Com as alterações havidas em relação ao regime falimentar, a alteração do


Código Tributário Nacional deixa claro o propósito de preservar as empresas
em dificuldades e consequentemente a oferta de empregos, pelo que se
permite afirmar que o crédito tributário ganhou posições em relação à
sistemática até então vigente.

Questão 03 – ESAF/PGFN/2012

Na falência, o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais e às


importâncias passíveis de restituição. Todavia, não prefere aos créditos com
garantia real, no limite do valor do bem gravado.

Questão 04 – ESAF/PGFN/2012

As multas contratuais e as penalidades pecuniárias por infração das leis penais


ou administrativas, inclusive as multas tributárias, preferem aos credores
quirografários.

Questão 05 – ESAF/PGFN/2007

Na falência, dentro do limite do valor do bem gravado, o crédito tributário fica


34863293402

abaixo dos créditos com hipoteca.

Questão 06 – ESAF/PGFN/2007

Decorre do CTN que a multa tributária tem, na falência, a mesma preferência


dos demais créditos tributários.

Questão 07 – ESAF/PGFN/2007

A dívida inscrita precisa estar em fase de execução, para que se presuma


fraudulenta a alienação de bem efetuada por sujeito passivo insolvente, em
débito para com a Fazenda Pública.

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Questão 08 – ESAF/SEFAZ-CE/2007

Como regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos


bens e de rendas, de qualquer natureza ou origem, do sujeito passivo.

Questão 09 – ESAF/SEFAZ-CE/2007

Na execução fiscal, existe hipótese em que o juiz pode decretar a


indisponibilidade dos bens e direitos do sujeito passivo.

Questão 10 – ESAF/SEFAZ-CE/2007

Nos casos de falência e recuperação judicial, podemos afirmar que a lei não
poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos
decorrentes da legislação do trabalho.

Questão 11 – ESAF/SEFAZ-CE/2007

Nos casos de falência e recuperação judicial, podemos afirmar que a multa


tributária prefere apenas aos créditos subordinados.

Questão 12 – ESAF/AFRF/2005

Na falência, a cobrança judicial do crédito tributário é sujeita a habilitação em


processo de falência.

Questão 13 – ESAF/AFTE-RN/2005

A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita à habilitação em


inventário, exceto se houver herdeiro civilmente incapaz.
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Questão 14 – ESAF/PFN/2003

Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida


sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às
suas rendas.

Questão 15 – ESAF/Agente Tributário-MT/2002

A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário modifica sua liquidez e


certeza.

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Questão 16 – ESAF/AFPS/2002

Presume-se fraudulenta a alienação de bens pelo sujeito passivo em débito


para com a Fazenda Pública por crédito tributário constituído regularmente e
inscrito como dívida ativa.

Questão 17 – ESAF/AFPS/2002

O crédito tributário prefere aos demais, ressalvados os créditos decorrentes da


legislação trabalhista e os protegidos por garantia real.

Questão 18 – ESAF/AFRF/2002

Em regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário os bens gravados


por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual
for a data da constituição do ônus ou da cláusula.

Questão 19 – ESAF/Procurador-Fortaleza/2002

Não há concurso de preferência entre Estados e Municípios, na cobrança


judicial de seus créditos tributários.

Questão 20 – ESAF/AFTM-Fortaleza/1998

Os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos após a


decretação da falência gozam de preferência sobre os créditos anteriores à
decretação.

Questão 21 – ESAF/AFTM-Fortaleza/1998
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A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza


da correspondente obrigação tributária.

Questão 22 – FCC/Juiz Substituto-AL/2007

Em nosso sistema tributário, a presunção de fraude à execução somente pode


ser invocada pela Fazenda Pública nos casos de alienação ou oneração de bens
do sujeito passivo após a inscrição do débito fiscal como dívida ativa.

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Questão 23 – FGV/Juiz-PA/2008

A penhora on-line, no Direito Tributário, encontra amparo no CTN e permite a


decretação judicial da indisponibilidade dos bens e direitos do devedor, com a
comunicação da decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e
entidades que promovem os registros de transferência de bens, a fim de que,
no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.

Questão 24 – FGV/Juiz-PA/2008

Segundo o CTN, os créditos tributários decorrentes de fatos geradores


ocorridos no curso do processo de falência são considerados extraconcursais.

Questão 25 – CESPE/AFTM-Vitória/2007

Lúcia, visando esquivar-se do pagamento de tributo federal, gravou com


cláusula de impenhorabilidade seu apartamento. Nessa situação, promovida a
execução fiscal, o apartamento de Lúcia não poderá ser penhorado.

Questão 26 – FGV/Advogado- Senado Federal/2008

As garantias do crédito tributário não estão sujeitas ao princípio da reserva


legal.

Questão 27 – FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2009

O artigo 195 do CTN reza que “para os efeitos da legislação tributária, não têm
aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de
examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos
comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da
obrigação destes de exibi-los”. Com base nesse dispositivo, o Supremo
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Tribunal Federal editou súmula de modo a consolidar o entendimento de que


se sujeitam à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros
comerciais, ilimitadamente, independentemente dos pontos objeto da
investigação.

Questão 28 – FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2010

Analise as afirmativas a seguir.


I. A cobrança judicial do crédito tributário fica sujeita a concurso de credores
ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento.

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II. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário


ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários
vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no
decurso do processo de inventário ou arrolamento.
III. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de
quitação de todos os tributos, sem qualquer exceção.
Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se somente a afirmativa I estiver correta.
(D) se somente a afirmativa II estiver correta.
(E) se somente a afirmativa III estiver correta.

Questão 29 – FGV/AFRE- RJ/2011

Carlos, proprietário de apartamento em zona urbana de grande município,


furtou-se ao pagamento do IPTU nos anos de 2008 e 2009. A secretaria
municipal de fazenda efetuou o lançamento e notificou-o do crédito em aberto
em 2010. Nessa situação fictícia, é correto afirmar que
a) Caso o apartamento de Carlos seja registrado como bem de família, a
impenhorabilidade é oponível nos casos de execução fiscal. Assim, o fisco deve
dirigir a execução a qualquer outro bem do patrimônio disponível de Carlos.
b) No momento da notificação oficial até a sentença final em sede de execução
fiscal, Carlos pode alienar o apartamento em questão, uma vez que a fraude
contra a fazenda somente se configura se a alienação ocorrer após o trânsito
em julgado da sentença de execução.
c) Na hipótese de Carlos vender o seu apartamento antes do lançamento, o
adquirente de boa-fé jamais responderia perante o fisco pelas eventuais
dívidas do apartamento antes da sua aquisição.
d) Caso Carlos possuísse dívidas de natureza civil, ainda que constituídas antes
da notificação do crédito em aberto em virtude do não pagamento do IPTU, o
crédito tributário, mesmo assim, teria preferência sobre aquelas.
e) A notificação seria inócua, uma vez que haveria ocorrido a prescrição.
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Questão 30 – FGV/Juiz-PA/2008

São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores


ocorridos no curso do processo de falência.

Questão 31 – FGV/Juiz-PA/2008

Na falência, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a


natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos
decorrentes de acidente de trabalho ou da legislação do trabalho,
independentemente do seu valor.

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Questão 32 – FGV/Juiz-PA/2008

A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita a concurso de


credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, inventário ou
arrolamento.

Questão 33 – FGV/Juiz-PA/2008

São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou


arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos
ou vincendos a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do
processo de inventário ou arrolamento.

Questão 34 – FGV/Juiz-PA/2008

São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários


vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em
liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.

Questão 35 – FGV/Juiz-PA/2008

A enumeração das garantias dos créditos tributários pelo CTN é taxativa, pois
não permite que outras garantias sejam previstas em lei.

Questão 36 – FCC/PGE-SP-Procurador/2009

Com base no art. 185-A do CTN, o juiz pode determinar a indisponibilidade de


bens do devedor, se preenchidos determinados requisitos legais.

Questão 37 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 34863293402

O bem de família, instituído por lei, pode ser penhorado em execução fiscal,
independentemente da natureza do tributo cobrado em juízo.

Questão 38 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

A fraude à execução fiscal ocorre com a alienação de bens pelo sujeito passivo
em débito tributário para com a fazenda pública, após a regular inscrição do
crédito tributário na dívida ativa, tornando-o insolvente.

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Questão 39 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

Os créditos tributários gozam de preferência em relação a quaisquer outros,


incluindo-se os decorrentes da legislação trabalhista.

Questão 40 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

O concurso de preferência para recebimento do crédito tributário entre as


pessoas jurídicas de direito público obedece à seguinte ordem: municípios,
estados e DF e, por fim, a União.

Questão 41 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

Respondem pelo pagamento do crédito tributário todos os bens, presentes e


futuros, do sujeito passivo, salvo os gravados por ônus real ou cláusula de
inalienabilidade ou impenhorabilidade.

Questão 42 – CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012

As garantias atribuídas ao crédito tributário estão previstas no CTN, não se


admitindo outras oriundas de outras fontes legislativas, ainda que de maneira
subsidiária.

Questão 43 – ESAF/AFRFB/2014

Sobre a inscrição em dívida ativa tributária, assinale a opção incorreta.


a) A inscrição em dívida ativa, que se constitui no ato de controle
administrativo da legalidade, será feita, no caso dos tributos de competência
da União, pela Procuradoria da Fazenda Nacional.
b) Trata-se do único ato de controle de legalidade, efetuado sobre o crédito
tributário já constituído, que se realiza pela apreciação crítica dos profissionais
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legalmente competentes.
c) O exame prévio efetuado para a inscrição em dívida ativa constitui uma
garantia ao cidadão de que aquele crédito, originário de uma obrigação não
adimplida em tempo e forma devidos, foi devidamente apurado e teve sua
existência confirmada por meio do controle administrativo de sua legalidade e
legitimidade.
d) Exige-se a notificação do sujeito passivo da lavratura da notificação do
débito, da inscrição em dívida ativa e da extração da respectiva certidão, sob
pena de nulidade.
e) A Fazenda Nacional pode, graças à autorização contida em Portaria
Ministerial do Ministro de Estado da Fazenda, deixar de inscrever em Dívida
Ativa da União débitos consolidados de um mesmo sujeito passivo inferiores a
determinado valor.

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Questão 44 – ESAF/ATRFB/2012

A certidão com efeito de negativa pode ser expedida em favor de contribuinte


que tenha efetuado o depósito do montante integral do crédito tributário, pois,
em tal caso, este estará com sua exigibilidade suspensa?

Questão 45 – ESAF/ISS-RJ-Fiscal de Rendas/2010

O termo de inscrição da dívida ativa (CDA) tem função precípua de materializar


a dívida ativa tributária regularmente inscrita na repartição administrativa,
instrumentalizando pela Fazenda Pública, ação executória fiscal pertinente.

Questão 46 – ESAF/ISS-RJ-Fiscal de Rendas/2010

A inscrição em dívida ativa pressupõe prévio inadimplemento do contribuinte;


entretanto, é necessária a prévia notificação deste para pagamento antes do
ajuizamento da ação fiscal.
Questão 47 – ESAF/ISS-RJ-Fiscal de Rendas/2010

Tendo o contribuinte apurado e declarado o montante do tributo devido e,


portanto confessado a obrigação correspondente, deveria ter efetuado o
pagamento no prazo estipulado pela legislação fiscal. Não o realizando, o
crédito tributário deve ser inscrito na Dívida Ativa da União;

Questão 48 – ESAF/AFRFB/2009

Em que pese o dever de sigilo da autoridade fiscal, o Código Tributário


Nacional autoriza a divulgação de informações relativas a representações
fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública
e parcelamento ou moratória.
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Questão 49 – ESAF/ATRFB/2009

Sobre a dívida ativa tributária, é incorreto afirmar que:


a) provém de crédito de igual natureza.
b) somente se admite a inscrição de débito em dívida ativa após o decurso do
prazo fixado para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em
processo administrativo.
c) o controle da legalidade da inscrição em dívida ativa é a derradeira
oportunidade que a Administração tem de rever os requisitos dos atos
praticados no processo administrativo de cobrança, ocasião em que ainda pode
modificá-los.

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d) as informações relativas a inscrições na dívida ativa da fazenda pública


podem ser divulgadas, sem que isso configure violação ao sigilo fiscal.
e) uma vez inscrito o débito em dívida ativa, tem-se que o título representativo
desta goza de presunção de liquidez e certeza.

Questão 50 – ESAF/AFRFB/2009

Verificada a existência de crime contra a ordem tributária, praticado por


particular, deve a autoridade administrativa representar ao Ministério Público,
mesmo antes de proferida decisão final, na esfera administrativa, sobre a
exigência do crédito tributário.

Questão 51 – ESAF/AFRFB/2009

Diante de requisição da autoridadeadministrativa de apresentação de


informações sigilosas, não pode o agente público responsável pelo deferimento
negar-se a entregá-la.

Questão 52 – ESAF/PGDF/2007

A certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de


cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja
exigibilidade esteja suspensa, tem os mesmos efeitos da certidão negativa.

Questão 53 – ESAF/PGDF/2007

Poderá ser concedida certidão positiva com efeitos de negativa quando houver
crédito cuja exigibilidade esteja suspensa.

Questão 54 – ESAF/PGDF/2007
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A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando


exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do
interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de
sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período
a que se refere o pedido.

Questão 55 – ESAF/TRF/2006

Tem os mesmos efeitos de certidão negativa documento firmado pela


autoridade competente que indique a existência de crédito vincendo, ou sob
execução garantida por penhora, ou com a exigibilidade suspensa.

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Questão 56 – ESAF/TRF/2006

Será sempre expedida nos termos em que tenha sido solicitada pelo
interessado, no prazo de 15 (quinze) dias da data de entrada do requerimento
na repartição.

Questão 57 – ESAF/AFTM-Recife/2003

Não tem os mesmos efeitos de certidão negativa a certidão de que conste a


existência de crédito tributário objeto de parcelamento, cujas parcelas vêm
sendo pagas pontualmente pelo contribuinte.

Questão 58 – ESAF/AFTM-Recife/2003

Não tem os mesmos efeitos de certidão negativa a certidão de que conste a


existência de crédito tributário da Fazenda Pública que, por meio de recurso
administrativo, esteja sendo questionado pelo contribuinte.

Questão 59 – ESAF/Agente Tributário-MT/2001

A certidão negativa de débito tributário perante a Fazenda Pública não é meio


hábil para provar a quitação de tributos.

Questão 60 – ESAF/SEFAZ-PI/2001

O funcionário que expedir certidão negativa com dolo ou fraude, contendo erro
contra a Fazenda Pública, será pessoalmente responsável funcional e
criminalmente, excluída a responsabilidade pelo crédito tributário.

Questão 61 – ESAF/Agente Tributário-MT/2001


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A certidão negativa de débito tributário perante a Fazenda Pública em


nenhuma hipótese pode ser dispensada a sua apresentação como prova
de quitação de tributos.

Questão 62 – FGV/CONDER-Advogado/2013

Em determinado procedimento de fiscalização os agentes fazendários, sem


mandado judicial, apreenderam livros contábeis e arquivos que continham
registros de notas fiscais emitidas pela empresa fiscalizada. Os documentos
fiscais e contábeis referidos subsidiaram a denúncia do MP em face dos
gestores da empresa, por crime de sonegação fiscal.

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A denúncia, na hipótese,
A) padece de vício de nulidade, já que houve quebra do sigilo de dados não
autorizada pelo Poder Judiciário.
B) não é cabível denúncia com base em quebra não autorizada do sigilo de
dados, embora sejam documentos de apresentação obrigatória pelo
contribuinte.
C) a prova obtida através de meio ilícito conspurca a denúncia, conforme
registrado na tese dos frutos da árvore envenenada.
D) pode ser regularmente admitida, já que embora tenha havido a quebra do
sigilo de dados, durante o processo o contribuinte poderá opor defesa.
E) deve ser regularmente recebida, já que não há qualquer vício no
procedimento adotado pela fiscalização, uma vez que os documentos
apreendidos são públicos.

Questão 63 – FGV/CGE-MA- AUDITOR/2014

DCS – Corretagem e Seguros Ltda., se insurge em face da quebra de seu sigilo


bancário para averiguação, pela Receita, de sua movimentação financeira. Até
a lavratura do auto de infração, que ocorreu em 2000, só havia procedimento
administrativo de fiscalização, sem qualquer processo judicial instaurado.
Aduz a sociedade empresária que a Lei Complementar n. 105/2001, que
dispõe sobre o sigilo das operações financeiras, não poderia ter sua aplicação
retroativa.
Com base no exposto, assinale a afirmativa correta.
A) É lícita e legítima a conduta do Fisco, uma vez que possível a retroatividade
das leis tributárias procedimentais, relativas à constituição do crédito tributário
não alcançado pela decadência, ainda que os fatos imponíveis a serem
apurados lhes sejam anteriores.
B) É inconstitucional a conduta do Fisco, seja pela aplicação retroativa da Lei
Complementar n. 105/2001, seja pela quebra do sigilo de dados que tem
proteção da Carta Magna.
C) É ilegal a conduta do Fisco, que conflita com o Código Tributário Nacional, o
qual determina que o lançamento seja regido pela lei vigente à época da
ocorrência do fato gerador.
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D) É legítima a conduta do Fisco, já que a Fazenda Pública prescinde, em


qualquer hipótese, de autorização judicial para obter informações sobre
operações realizadas pelo contribuinte.
E) É abusiva a conduta do Fisco, pois embora a lei tributária procedimental
possa retroagir, tal não será possível para gerar responsabilidade do
contribuinte.

Questão 64 – FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2008

A respeito da quebra do sigilo bancário do contribuinte pela fiscalização


tributária, é correto afirmar que:
A) depende sempre de autorização judicial.

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B) não se pode dar de modo algum.


C) viola a Constituição.
D) pode ocorrer, no caso de processo administrativo em trâmite.
E) para sua concreção, basta que a autoridade fiscal expeça intimação escrita.

Questão 65 – FGV/Fiscal de Rendas-MS/2006

A competência e os poderes das autoridades administrativas, em matéria de


fiscalização tributária, devem ser regulados pela legislação tributária:
A) em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de
que se tratar, aplicando-se aos contribuintes, sejam pessoas naturais ou
jurídicas, exceto as que gozem de isenção de caráter pessoal.
B) em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de
que se tratar, aplicando-se aos contribuintes, sejam pessoas naturais ou
jurídicas, exceto as que gozem de imunidade tributária.
C) em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de
que se tratar, aplicando-se às pessoas naturais ou jurídicas, aos contribuintes
ou não, exceto as que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter
pessoal.
D) em caráter geral, aplicável a todos os tributos da União, dos Estados e dos
Municípios, indistintamente.
E) em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de
que se tratar, aplicando-se às pessoas naturais e jurídicas, contribuintes ou
não, inclusive as que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter
pessoal.

Questão 66 – FGV/Juiz-PA/2008

A certidão em que constar a existência de crédito não vencido, no curso de


cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja
exigibilidade tenha sido suspensa, será considerada "positiva, com efeito, de
negativa".
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Questão 67 – FGV/Juiz-PA/2008

A dívida regularmente inscrita goza de presunção de certeza e liquidez e tem o


efeito de prova pré-constituída. Assim, com base na alteração introduzida no
CTN pela Lei Complementar 118/05, presume-se fraudulenta a alienação ou
oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito
para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como
dívida ativa.

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Questão 68 – FGV/AFRE-RJ/2010

O lançamento regularmente notificado ao contribuinte, porque dotado de


exigibilidade, constitui dívida ativa tributária.

Questão 69 – FGV/AFRE-RJ/2010

A certidão de dívida ativa poderá ser emendada ou substituída até a decisão de


primeira instância judicial, assegurada ao executado a devolução do prazo para
embargos.

Questão 70 – FGV/AFRE-RJ/2010

A certidão negativa de débito expedida com dolo ou fraude, que contenha erro
contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a
expedir, pelo crédito tributário e juros de mora.

Questão 71 – FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2008

Com relação à expedição da Certidão Negativa de Débito (CND ou CPEN), em


caso de débito de imposto, cujo valor o contribuinte já informara à Fazenda
mediante documento próprio (GIA-ICMS), é correto afirmar que:
A) não pode ser expedida em hipótese alguma.
B) só pode ser expedida após a efetivação do lançamento a cargo da
autoridade administrativa.
C) não pode ser expedida, salvo se o contribuinte pagou o débito declarado.
D) só pode ser expedida se ocorrer a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário.
E) não pode ser expedida, pois não ocorreu inscrição do débito na Dívida Ativa.

Questão 72 – FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2008


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Débito de ICMS teve o fato gerador ocorrido em 01.04.01, foi objeto de


lançamento em 20.04.02, foi inscrito em dívida ativa em 20.05.04 e, em
25.05.05, o juiz despachou determinando a citação (Execução Fiscal). O
contribuinte devedor alienou todos os seus bens em _____, caracterizando
fraude à execução.
Assinale a alternativa que complete corretamente a lacuna do trecho acima:
A) 20.05.02
B) 10.01.04
C) 31.03.03
D) 01.09.02
E) 30.11.04

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Questão 73 – FGV/Consultor Legislativo - MA /2013

Com relação à Certidão da Dívida Ativa, assinale a afirmativa correta.


A) A certidão da dívida ativa que contiver erro substancial quanto ao nome do
devedor é anulável, cabendo ao contribuinte pugnar pela correção do ato.
B) O termo de inscrição da dívida ativa deve contemplar o demonstrativo de
cálculo do tributo devido.
C) A certidão da dívida ativa é título executivo cartular, cuja validade se
prende à sua literalidade.
D) A certidão da dívida ativa é prova pré constituída do débito tributário, que
pode ser elidida pelo contribuinte.
E) A certidão da dívida ativa deve discriminar os juros e demais encargos que
estejam sendo cobrados do contribuinte.

Questão 74 – FGV/Fiscal de Rendas-MS/2006

A respeito da dívida tributária regularmente inscrita, pode-se afirmar que:


A) goza de certeza, liquidez e tem efeito de prova pré-constituída.
B) sua certeza pode ser ilidida por qualquer prova indiciária.
C) goza de presunção absoluta de certeza e liquidez.
D) somente pode ser desconstituída pelo sujeito passivo.
E) não precisa ser líquida.

Questão 75 – CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012

É vedada a divulgação, pela administração tributária, de informações relativas


a representações para fins penais.

Questão 76 – CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012

Até que ocorra a prescrição dos créditos tributários, os livros obrigatórios de


escrituração comercial e fiscal devem ser conservados.
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Questão 77 – CESPE/DELEGADO-PF/2013

A administração tributária poderá requisitar o auxílio da força policial para


garantir, em caso de oposição, o direito de fiscalizar todos os livros e
documentos das referidas empresas.

Questão 78 – CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012

Em regra, é dispensável o exaurimento do processo administrativo-fiscal para


a caracterização do crime contra a ordem tributária.

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Questão 79 – CESPE/PROMOTOR-MP-SE/2010

Em recente decisão, o STF entendeu que é possível a instauração de inquérito


policial para apuração de crime contra a ordem tributária, antes do
encerramento do processo administrativo-fiscal, quando isso for imprescindível
para viabilizar a fiscalização.

Questão 80 – CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2013

A fazenda pública pode substituir a certidão de dívida ativa até a prolação da


sentença de embargos, em caso de correção de erro material ou formal. Nessa
situação, pode-se modificar o sujeito passivo da execução.

Questão 81 – CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

O lançamento substitui a inscrição na dívida ativa tributária, para todos os


efeitos legais.

Questão 82 – CESPE/PGM-RR/2010

Qualquer omissão de requisito legal previsto para constar no termo de


inscrição de dívida ativa causa a sua nulidade absoluta, caso a omissão não
seja sanada até a decisão de primeira instância.

Questão 83 – CESPE/JUIZ FEDERAL-2ª REGIÃO/2009

A fazenda pública pode substituir a certidão de inscrição do débito fiscal em


dívida ativa, quando aquela apresentar nulidade, apenas até a citação do
devedor no executivo fiscal.

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4 – GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

1 Errada 29 Letra D 57 Errada


2 Errada 30 Correta 58 Errada
3 Errada 31 Errada 59 Errada
4 Errada 32 Correta 60 Errada
5 Correta 33 Correta 61 Errada
6 Errada 34 Correta 62 Letra E
7 Errada 35 Errada 63 Letra A
8 Correta 36 Correta 64 Letra D
9 Correta 37 Errada 65 Letra E
10 Errada 38 Correta 66 Correta
11 Correta 39 Errada 67 Correta
12 Errada 40 Errada 68 Errada
13 Errada 41 Errada 69 Correta
14 Correta 42 Errada 70 Correta
15 Errada 43 Letra D 71 Letra C
16 Correta 44 Correta 72 Letra A
17 Errada 45 Correta 73 Letra D
18 Correta 46 Errada 74 Letra A
19 Errada 47 Correta 75 Errada
20 Correta 48 Correta 76 Correta
21 Correta 49 Letra C 77 Correta
22 Correta 50 Errada 78 Errada
23 Correta 51 Errada 79 Correta
24 Correta 52 Correta 80 Errada
25 Errada 53 Correta 81 Errada
26 Errada 54 34863293402

Correta 82 Correta
27 Errada 55 Correta 83 Errada
28 Letra D 56 Errada - -

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