Castelo da Povoa de Lanhoso

Num dos topos da maior formação rochosa de granito do país implanta-se o sólido castelo
roqueiro de Póvoa de Lanhoso, vigiando montes e vales por onde correm os rios Cávado e Ave.

Uma citânia pré-romana localiza-se neste agreste monte, mas o lugar teve maior relevo
durante a ocupação romana. De facto, uma das vias romanas que estavelecia a ligação entre a
Bracara Augusta (Braga), Chaves e Astorga passava neste povoação nortenha, o que levou à
construção de importante torre de vigia romana no século II a.C.. Posteriormente, esta seria
objeto de remodelação e ampliação.

O Castelo da Póvia de Lanhoso teve a sua maior projeção ao longo da Época Medieval,
servindo mesmo como residência de importantes figuras da nobreza nacional no período do
Condado Portuvalese. Quando enviuvou d conde D. Hnrique, D- Teresa encontrou aqui refugio.
Cercada pelas tropas de D. Urraca e já em situação desesperada, D. Teresa consegue
estabelecer um acordo – o Tratado de Lanhoso – e salva a chefia do seu condado.

Ainda no século XII, o castelo conheceu um trágico episódio. O seu alcaide,D. Rodrigo Gonçal
ves Pereira, possuído de raiva e ciúme, ordenou que seincendiasse a residência da fortaleza, pro
vocando a morte de sua mulher, doamante desta e dos seus serviçais.
Cedo esta fortaleza perde a sua posição estratégio-militar, entrando em acentuado processo de
abandono e ruína. No século XVII, outra catrastrofe abate-se sobre ela. Com efeito, um insigne
comerciante local decidiu construir uma replica do santuário do Bom Jesus do Monte de Braga.
Para tal, desmantelou a maior parte do castelo e a pedra retirada serviu para edificar uma igreja,
o escadório e as capelas de perigrinaçao.
Ainda assim, o Castelo de Lanhoso conserta um certo encanto original. Compõem-se de
irregulares panos de muralha hexagonal, tendo adarves protegidos por parapeito resguardado
por ameias piramidais, algumas das quais apresentam aberturas com torneiras.
No ponto mais elevado da muralha destaca-se a torre da menagem, edificada na base da antiga
torre romana. Uma escada em pedra estabelece o acesso entre a românica porta da torre e a
ampla praça de armas.
A barbacã defensiva desenha uma elipse. Na parte virada a norte rasga-se a porta principal, a
que se acede vencendo ingreme escadaria talhada na rocha dura e firme. A porta da cerca é
defendida por dois estreitos e esbeltos cubelos ameados.