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Atualizada às 21h44 de 02/01/2018
Depois de cinco anos em queda, as exportações brasileiras voltaram a crescer levando a balança
comercial a registrar um saldo positivo de US$ 67 bilhões no ano passado – o melhor resultado da série
histórica iniciada em 1989. Já as importações tiveram o primeiro aumento após três anos consecutivos
de retração.
Montante é resultado de exportações de US$ 217,746 bilhões e importações de US$ 150,745 bilhões Foto: Rafael
Arbex/Estadão - 9/6/2017
O resultado contou com a contribuição das vendas recordes de petróleo (em volume) e de automóveis
(em valor) para o mercado externo. Historicamente, o País é importador líquido de petróleo, mas nos
últimos dois anos vendeu mais ao exterior do que comprou. Em 2017, o total exportado de petróleo
bruto pelo Brasil cresceu 66,4%. O aumento da produção brasileira ajuda a explicar esse avanço.
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A indústria automobilística contribuiu exportando 200 mil carros a mais no ano passado. A venda de
automóveis de passageiros para outros países cresceu 43,9%. Entre os principais destinos dos veículos
brasileiros, todos tiveram aumento das exportações. As vendas para a Argentina, por exemplo,
cresceram 43% e para o Chile, 98%.
As montadoras dizem que o aumento é resultado de novos acordos comerciais e de um câmbio
favorável, além de um esforço para conquistar novos clientes fora do Brasil. Com o aumento das
exportações, os automóveis passaram da 9.ª para a 5.ª colocação no ranking de produtos exportados.
Os principais produtos exportados pelo País, no entanto, continuam sendo minério de ferro (em valor)
e soja (em volume).
O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio, Abrão Neto, classificou como
o resultado como “contundente”. “O número mais vistoso é o saldo comercial de US$ 67 bilhões, o que
tem uma importância muito grande”, disse. O presidente Michel Temer, que está em repouso no Palácio
Jaburu, recuperandose de uma cirurgia, usou a rede social Twitter para comemorar: “Esse crescimento
extraordinário mostra a retomada da economia brasileira.”
O recorde anterior da balança comercial era de 2016 e somava US$ 47,6 bilhões. Para este ano, a
expectativa é de um saldo comercial positivo, mas menor, em torno de US$ 50 bilhões. Com a retomada
da economia, as importações devem crescer de forma mais intensa do que as exportações.
Em 2017, as exportações atingiram US$ 217,7 bilhões, um aumento de 18,5% em relação ao ano
anterior. “Os economistas leem esses resultados como a retomada do crescimento da economia”, disse o
ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira. Para este ano, o secretário
Abrão Neto prevê alta na aquisição de bens de consumo como consequência do aumento da demanda
das famílias.
O economista da Consultoria Tendências Silvio Campos Neto destaca também o crescimento
generalizado das importações brasileiras. “Ao mesmo tempo em que houve forte aumento das compras
de combustíveis, os bens de consumo e os bens de capital ganharam consistência. É esse panorama que
esperamos também para 2018.”
Este é o cenário traçado por economistas para o desempenho da balança comercial este ano, quando o
setor externo terá, conforme se espera, contribuição menor – em algumas previsões, até negativa – no
crescimento da economia.
Economistas consultados pelo Banco Central apostam em superávit comercial menor porque as
exportações, com modesta alta de 1%, devem subir bem menos do que as importações, cujo crescimento
esperado é de 9%. Se essas contas do mercado estiverem certas, o saldo comercial somará US$ 52,5
bilhões em 2018. Mesmo com a queda de 21% em relação ao recorde de US$ 67 bilhões do ano passado,
será o segundo maior valor da história.
Para o diretor presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e
Globalização Econômica (Sobeet), Luís Afonso Lima, a retomada do crescimento e consequente
aumento das importações explicam a queda do saldo.
Balança comercial
Diferença entre as exportações e as importações é recorde
Evolução do saldo
EM BILHÕES DE DÓLARES
US$
67,001
bilhões
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Em valor
PRODUTO PRINCIPAIS MERCADOS
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