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Como consultor in company do Senac/SP, atua com controle financeiro, fluxo de caixa, contabilidade, contas a
pagar e, ainda, na área logística: produção, compras, estoques, transporte etc.
É diretor proprietário da Horseman Consultoria Ltda., empresa especializada em treinamento na área logística.
CDU 51 (076)
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Virgínia Bilatto
Luanne Batista
Sumário
Matemática Financeira
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................8
Unidade I
1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS....................................................................................................................... 11
1.1 Taxa de juros .......................................................................................................................................... 15
1.2 Equivalência de taxas ......................................................................................................................... 21
1.3 Equivalência de capitais .................................................................................................................... 23
2 DIAGRAMA DE FLUXO DE CAIXA .............................................................................................................. 26
2.1 Regime de capitalização dos juros................................................................................................. 27
2.1.1 Regime de capitalização simples....................................................................................................... 27
2.2 Montante e capital em capitalização simples .......................................................................... 37
3 DESCONTO SIMPLES RACIONAL OU “POR DENTRO”.......................................................................... 44
3.1 Desconto bancário ou comercial ou “por fora”........................................................................ 46
4 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA................................................................................................ 48
4.1 Juros compostos.................................................................................................................................... 49
4.2 Taxas proporcionais e equivalentes em capitalização composta...................................... 63
Unidade II
5 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS..................................... 70
5.1 Sistema Financeiro da Habitação (SFH)........................................................................................ 70
5.2 Definições básicas................................................................................................................................ 71
5.3 Sistema de Amortização Constante (SAC).................................................................................. 73
5.4 Expressões de cálculo do SAC.......................................................................................................... 75
5.5 SAC com carência................................................................................................................................. 78
6 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS.................................................................................................... 81
6.1 Expressões de cálculo do SAF........................................................................................................... 83
6.2 SAF com carência.................................................................................................................................. 85
7 TABELA PRICE.................................................................................................................................................... 88
7.1 Sistema de amortização misto........................................................................................................ 90
7.2 Comparações entre SAC, SAF e SAM............................................................................................. 92
7.3 Gráfico de comparação entre SAC, SAF e SAM......................................................................... 92
8 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO AMERICANO............................................................................................. 93
8.1 Sinking fund ou fundo de amortização....................................................................................... 95
8.2 Sistema de Amortização Crescente (Sacre)................................................................................ 96
8.3 Custo efetivo........................................................................................................................................... 97
APRESENTAÇÃO
A Matemática Financeira é o ramo da Matemática aplicado aos negócios. É importante que você,
aluno, conheça as expectativas da universidade e dos coordenadores pedagógicos quanto ao conteúdo
que lhe deve ser proporcionado pelo professor dessa disciplina comum, ou seja, aplicada aos alunos dos
cursos tecnológicos de gestão da Universidade Paulista – UNIP, que compõem o eixo Gestão e Negócios
do Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, editado pelo Ministério da Educação e Cultura
– MEC. São os seguintes cursos: Gestão Financeira, Logística, Marketing, Processos Gerenciais e Gestão
de Recursos Humanos.
De acordo com o Plano Pedagógico do Curso Superior Tecnológico de cada um desses cursos, em
que a disciplina compõe núcleos básicos, o objetivo é fornecer subsídios fundamentais para a formação
acadêmica do discente na área financeira e também contribuir para o desenvolvimento de sua capacidade
de raciocínio lógico e reflexivo. Esse é um fator essencial na tomada de decisão, atividade típica da
função de administrador financeiro.
Com base nesse objetivo básico, propomos como meta estudar os seguintes assuntos:
4. Rendas ou anuidades.
Na elaboração deste material, o autor optou por expor as teorias de forma ampla, visto que é
destinado a alunos de um curso superior de tecnologia, futuros tecnólogos, ou seja, profissionais que
não irão lidar diretamente com a Matemática, mas que a utilizarão para melhorar a qualidade de suas
decisões. De acordo com os planos pedagógicos de cada curso, priorizou também a exposição de casos
e situações práticas. Desse modo, facilita-se a absorção do conhecimento, possibilitando que a teoria
em Matemática Financeira possa ser compreendida por meio de sua aplicação no ambiente profissional.
Na primeira unidade, portanto, você dará seus primeiros passos no ambiente da Matemática
Financeira, estudando os conceitos fundamentais utilizados por todos os que se deparam com
problemas matemáticos relacionados com os negócios. Serão estudados conceitos como: juros;
7
capitais; fluxo de caixa; valor atual; capitalização simples e composta; juros simples e juros compostos;
montante; capital; taxas proporcionais e equivalentes; desconto simples, racional ou “por dentro”.
Todos esses conceitos são básicos, conhecidos por muita gente e amplamente utilizados. Dessa forma,
não caia na tentação de usar calculadoras de financiamentos que estão disponíveis em diversos sites
da internet. Faça realmente os exercícios que serão propostos. Sabemos que esse pode ser um trabalho
um tanto enfadonho ou aparentemente desnecessário, mas é ótimo para que possa entender a matéria
estudada e fortalecer os seus conhecimentos. Uma sugestão é alterar os valores dos exemplos que
você encontrará e tentar observar casos reais à sua volta, tentando resolvê-los pelo uso das fórmulas e
conceitos básicos aqui estudados.
Não há um tempo de estudo definido para sugestão. Você tanto poderá completar os estudos desta
unidade em algumas horas quanto em semanas. O importante é que se sinta satisfeito e confiante
para seguir rumo às aplicações mais avançadas da Matemática Financeira. Não avance logo para a
segunda unidade dedicando-se tão pouco à primeira, pois, consumindo um bom tempo nesta, terá mais
facilidade para entender os conteúdos mais avançados.
Você tanto poderá realizar os cálculos de forma completamente manual ou usando uma calculadora
simples (recomendado). Poderá também utilizar uma calculadora financeira, de qualquer marca ou
uma HP12C, padrão comum entre os executivos de finanças. Poderá ainda utilizar uma planilha
eletrônica (por exemplo, do Microsoft Excel). No entanto, recomenda-se veementemente que efetue
os cálculos de forma autônoma, sem recorrer a facilidades que hoje são oferecidas aos executivos.
Até poderá utilizá-las para fins profissionais, mas, nesse momento, é imprescindível que se realizem
cálculos manuais.
Na segunda unidade, a expectativa é que você esteja bem desenvolto nas fórmulas básicas da
Matemática Financeira, pois estudará aspectos mais sofisticados dessa matéria, em especial os sistemas de
amortização de empréstimos e financiamentos e as principais comparações entre eles. Com os exercícios
de comparação que acompanhará, verá que não existe um sistema melhor do que o outro, mas um que
pode ser mais conveniente de acordo com o problema. É, portanto, aprendendo as especificidades de
cada método que terá condições de tomar ótimas decisões no seu campo profissional.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno!
Sempre que iniciamos o estudo de qualquer disciplina, perguntamo-nos: para que eu tenho de estudar
isso? Ou, ainda: em que a Matemática Financeira pode ajudar em meu sucesso profissional? Não menos
importante, muitos costumam perguntar sobre como os conhecimentos dessa matéria podem melhorar
na sua vida pessoal. Muitos alunos de tecnologia que não trabalharão nas áreas “matemáticas”, como
a de Gestão Financeira, costumam também se perguntar o motivo de ter de estudar obrigatoriamente
Matemática Financeira, pois acreditam que aplicarão muito pouco desse conhecimento em seu trabalho
cotidiano.
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A resposta a essas inquietações inicia-se na própria preocupação da universidade ao decidir que a
Matemática Financeira é imprescindível, a ponto de não admitir que um aluno venha a ser diplomado
como tecnólogo se não mostrar um mínimo de conhecimento sobre essa matéria. Mais do que uma
preocupação formal, a história e as pesquisas científicas mais relevantes têm demonstrado que o
profissional que toma decisões sem o uso da Matemática Financeira tende a não ter um bom desempenho
em suas atividades, sejam lá quais forem elas.
Muitos homens e mulheres de negócios dão muito valor ao conhecimento da Matemática Financeira
para as suas próprias decisões, bem como valorizam funcionários que o têm e aplicam no cotidiano
profissional. Não há muitos dados ou pesquisas relacionadas ao valor que os empresários costumam
dar a esse conhecimento, mas Rosseti Jr. e Schimiguel (2011) estudaram a percepção de empresários na
região da grande Vitória e chegaram à seguinte conclusão: as empresas valorizam muito as pessoas que
possuem conhecimentos financeiros e que são conhecedoras de Matemática Financeira, remunerando-
as bem. Isso aponta para uma demanda do mercado por conhecimentos em Matemática Financeira e
finanças.
Com tudo isso, nota-se uma grande necessidade do uso dos conhecimentos oferecidos por essa
disciplina pela sociedade e também para a continuidade dos seus estudos. Sendo assim, certos do
sucesso em esclarecer a inquietante dúvida: “eu tenho de aprender Matemática Financeira por quê?”,
espera-se que, ao final deste estudo, você tenha formado habilidades para melhor usar a Matemática a
seu favor para tomar decisões de melhor qualidade.
Cada um tem suas individualidades e manias. Há pessoas que conseguem compreender bem um
assunto com uma simples leitura e outras que preferem fazer exercícios. Há ainda aquelas que têm
predileção por livros coloridos, preenchidos com gráficos, elementos visuais e resumos bem bonitos e
ricamente ilustrados. Sendo assim, quando este trabalho foi elaborado, pensamos em mesclar estratégias
de ensino para que se tornasse mais interessante, o que, porém, depende de sua postura como aluno,
de seu interesse. Se, antes de abrir o livro, estiver indisposto e sem vontade, certamente por maior que
tenha sido o nosso esforço para tornar o material mais atrativo, as páginas serão muito penosas.
9
Unidade I
Especialmente para estudar Matemática Financeira, além de uma simples e rápida leitura, é
importante que você exercite muito o que aprendeu. Quanto mais desenvoltura tiver para realizar os
exercícios, melhor! Por isso, a orientação é de que aproveite cada página com olhos interessados, com
vontade e entusiasmo, porque, como vimos, conhecer essa matéria é um passaporte para tomar boas
decisões e ser melhor remunerado no mercado.
Vale lembrarmos que a UNIP Interativa oferece disciplinas optativas de nivelamento em Matemática,
uma vez que é preferível que você esteja bem desenvolto com os conceitos matemáticos básicos. Então,
para um melhor aproveitamento da disciplina, interaja sempre com os tutores, com seus colegas e com
o professor nos fóruns. Em particular, se possível, tente formar grupos de estudos e adaptar os exercícios
a situações e problemas mais específicos de sua cidade e/ou região, imaginando como tomaria uma
decisão, caso realmente os estivesse enfrentando na sua vida profissional.
É importante salientar que este material não esgota todas as possibilidades de estudo; ele é apenas
um dos instrumentos de aprendizado e não deve jamais ser visto como fonte única para seus estudos.
Em cada uma das unidades, leia sempre os resumos, faça as atividades e exercícios propostos e dedique-
se aos materiais sugeridos no Saiba Mais, para leitura ou consulta. Esse item tem como objetivo
fundamental aumentar sua curiosidade pelo tema em estudo.
Uma última observação, antes de iniciarmos nossos estudos, é a seguinte: no mercado é padrão
a utilização da calculadora financeira HP12C1 (da empresa americana Hewlett-Packard modelo 12C),
que é a mais utilizada entre os profissionais da área de finanças. Há tantos cursos de utilização das
funcionalidades dessa calculadora, que, muitas vezes, são confundidos com aqueles de Matemática
Financeira em si.
Para fins profissionais ou mesmo para estudo, a recomendação é que você tenha em posse uma
calculadora desse modelo ou tenha como usá-la quando necessário. No entanto, devido ao seu alto
custo e a vários outros fatores, esclarecemos que todo o material didático deste curso, incluindo as
questões de prova, foram elaboradas para serem resolvidas com o uso de calculadoras simples ou por
cálculo manual, conforme acabamos de observar. Portanto, não há uma “calculadora oficial” nos cursos
de Gestão da UNIP Interativa.
1
Um detalhe é que, por conta de configurações internas, a HP12C, geralmente, oferece um resultado mais
preciso, o que pode dificultar a escolha das alternativas corretas. Assim, não utilize essa calculadora em avaliações
desta disciplina; utilize apenas uma calculadora normal.
10
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Unidade I
1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
O aluno normalmente não enxerga a Matemática como uma matéria das suas preferências, e os
motivos para isso são vários. Por isso, recomendamos que você enxergue essa disciplina que vamos
iniciar não como matemática, mas, sim, como uma ferramenta que auxilia na tomada de decisão do
gestor. Verá que ela está presente na sua vida, no seu dia a dia. Embasamo-nos nessa percepção para o
nosso trabalho.
Exemplo 1: João empresta R$ 5,00 a Maria, que, por sua vez, paga-lhe depois de 2 meses.
Imaginemos que um sorvete custasse R$ 2,50 quando houve o empréstimo do dinheiro. Assim,
se teriam condições de comprar dois sorvetes. No entanto, quando do pagamento por Maria, o
sorvete já custa R$ 3,00, de modo que se ela paga o empréstimo sem nenhum acréscimo, João
compra agora somente um sorvete. Então perguntamos: isso é correto? Emprestar dinheiro de
dois sorvetes e receber dinheiro que compre somente um? Mesmo sendo muito amigos, seria
justo que João dissesse: estou emprestando dinheiro de 2 sorvetes e quero receber dinheiro de 2
sorvetes. Assim, Maria teria de pagar R$ 6,00.
Veja a aplicação do conceito: na hora do empréstimo, R$ 5,00 valiam dois sorvetes, na hora do
pagamento dois sorvetes valiam R$ 6,00. Assim fica a questão: o sorvete que aumentou ou o valor do
dinheiro que diminuiu? A resposta a essa pergunta é como aquela máxima da propaganda: “Tostines é
fresquinho por que vende mais ou vende mais por que é fresquinho?”
Exemplo 2: imagine que você comprou uma televisão tela plana 3D, de 50 polegadas, por R$ 8.000,00.
Na ocasião fez um financiamento em 36 parcelas de R$ 450,00. Pagou 26 parcelas e deseja pagar as 10
ultimas de uma vez. Então, procura a financeira que fez o financiamento e faz a proposta para saber
quanto deveria pagar. Entretanto, alguém na financeira diz que não lhe será dado desconto, ou seja, se
decidir pagar as 10 parcelas, o valor será R$ 4.500,00. Então, perguntamos: você faria o pagamento? Já
deve ter respondido que não, pois o está antecipando e merece um abatimento. Isso é um pensamento
de Matemática Financeira. Pode não saber quantificar, mas sabe que merece abatimento.
Segundo Rovina (2009, p. 5), a Matemática Financeira é “incompreendida por muitos e amada por
poucos”. No entanto, conforme vimos, não podemos negar sua utilidade, tanto para pessoas comuns,
clientes, quanto empresa ou grande corporação. Como profissionais da área da educação, podemos
assegurar que, se entendemos para que serve uma ciência, temos maior aceitação com seus conceitos e
por consequência melhor aprendizagem.
Rovina (ibidem, p. 5) conceitua a Matemática Financeira, conforme o próprio nome indica, como um dos
inúmeros ramos da Matemática, que surgiu da necessidade de termos que lidar com o dinheiro ao longo
do tempo. Para a Matemática usual, aquela que sempre aprendemos, dois sempre é igual a dois, mas para a
Matemática Financeira essa informação é insuficiente, pois, além de quantificar, ou seja, dizer que dois é igual
a dois, precisa situar o momento temporal, ou seja, dois só é igual a dois, se, e somente se, os dois valores
estiverem situados no mesmo momento temporal, ou, melhor falando, na mesma data.
Então, a partir dos conceitos gerais de Matemática Financeira, vamos conceituar os recursos
necessários para pensá-la:
• Capital
Exemplo 1: fez-se uma aplicação no valor de R$ 10.000,00 por 3 meses, a uma taxa de juros de R$
1% ao mês. O capital é de R$ 10.000,00.
Exemplo 2: fazendo uma prestação de R$ 100,00 por mês durante 10 meses, decidindo-se por pagar
à vista, qual será o valor?
O que queremos saber é o valor do capital, que, em situações como essas, pode ser chamado de valor
atual, que, na linguagem financeira, é abreviada por PV, Present Value. Inclusive, você poderá perceber
que, na HP 12 C, calculadora financeira utilizada mundialmente, é essa a sigla gravada.
Figura 1
12
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Saiba mais
• Montante
Exemplo 1: apliquei R$ 10.000,00 na caderneta de poupança e fui viajar, passei 5 anos fora. Qual é
o montante da minha aplicação quando voltei ao Brasil?
Na linguagem financeira, é chamado de valor futuro ou referido pela sigla FV, como demonstra a
figura em seguida:
Figura 2
• Taxa de juros
13
Unidade I
• Juros
É a correção monetária em espécie ou o valor acrescido pela taxa de juros. Por exemplo, se tenho
R$ 1.000,00 e pela aplicação feita por um ano saquei R$ 1.500,00, posso dizer que recebi juros de R$
500,00. Pode ser simples ou composto, o que será estudado mais adiante.
• Desconto
• Período
São os prazos envolvidos na operação financeira. Podem ser expressos em dia, semana, mês, semestre,
ano; mas o que importa é que temos de considerar uma regra: devem constar, de um problema de
Matemática Financeira, todas as informações de taxa e período na mesma menção de tempo. Vejamos
um exemplo. Fez-se uma aplicação de R$ 1.000,00 por 6 meses, a uma taxa de 2% ao bimestre. Devo
transformar a taxa em mês ou o período em bimestre, ficando o valor aplicado por 3 bimestres, que é o
mesmo que 6 meses.
Observação
• Investimento
Operação financeira em que se faz aplicação de um valor e espera recebê-lo acrescido dos juros
incorridos no período.
• Empréstimo
Operação financeira na qual se buscam recursos no mercado para fazer frente às necessidades das
mais variadas espécies.
• Amortização
14
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Taxa de juros é o coeficiente que determina o valor do juro, a razão entre os juros recebidos (ou
pagos) e o capital inicial aplicado (ou emprestado). Elas se referem sempre a uma unidade de tempo (dia,
mês, semestre, ano etc.) e podem ser representadas equivalentemente de duas maneiras: taxa unitária
(fração decimal) e taxa percentual; uma é fruto da outra, não são duas coisas diferentes, e sim uma
extensão da aplicação.
Taxa unitária
É a fração decimal da taxa que expressa quanto que um juro obtido representa do valor principal. É
expressa pela fórmula:
J
i=
C
i = taxa de juros
J = juros
C = Capital
Observação
Taxa percentual
Vejamos um exemplo. Uma aplicação de R$ 10.000,00 obteve juros de R$ 100,00 em um mês. Qual
foi a taxa unitária?
Solução:
100
i= = 0, 01
10.000
Para encontrar a taxa percentual basta multiplicar por 100 o resultado encontrado:
100
i= = 0, 01⋅100 = 1% em um mês.
10.000
Como foi definido, taxa unitária é uma fração decimal, nesse caso 0,01.
15
Unidade I
A desvantagem da definição da taxa de juro J não incluir um período de tempo é eliminada com a
taxa unitária de juro i, definida como: valor unitário da taxa é o valor percentual dividido por 100.
Assim parece fácil, mas vamos ampliar a visão? Vejamos mais um exemplo. O gerente do banco
realizou um empréstimo de R$ 2.000,00 pelo prazo de 60 dias.
Solução:
Conceituamos juros como o valor acrescido em uma operação. Então, podemos encontrá-lo pela
subtração do montante pelo valor do capital, ou seja:
J=M=C
J = juros
M = montante
C = capital
Lembrete
Lembrete
250
i= = 0,125
2000
Em 60 dias ou dois meses
16
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Vamos agora encontrar a taxa percentual, que é resultado da multiplicação da taxa unitária por 100.
250
i= = 0,125 ⋅100 = 12, 5%
2000
Em 60 dias ou dois meses.
Falou-se aqui em duas taxas, unitária e percentual, e que uma se origina da outra. Sendo assim,
podemos transformar uma na outra sem nenhuma dificuldade. Para transformar, então, a taxa percentual
em taxa unitária, basta dividirmos o valor percentual por 100. Dessa forma,
1) 163% =
163
= 163
,
100
17
Unidade I
2) 2.107% =
2.107
= 21, 07
100
3) 12% =
12
= 0,12
100
Veja que, para trabalharmos com cálculos financeiros, devemos pensar “percentualmente”. Pensemos,
então, em mais situações nas quais a porcentagem é a base da solução.
Exemplo 3. Num lote de 100 lâmpadas, 15 apresentam defeito. Qual é a porcentagem de lâmpadas
defeituosas?
15
= 0,15 × 100 = 15%
100
Exemplo 4. Um DVD é vendido por R$ 28,00. Se o seu preço fosse acrescido em 18%, quanto passaria
a custar?
Solução:
O primeiro passo é calcular os juros que serão acrescidos. Lembre-se de que a fórmula é: J = C x i x n,
na qual:
J = juros
C = capital
i = taxa de juros
n = período
Observação
18
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Sabemos que acrescer 18% sobre o valor do DVD equivale a somar R$ 5,04 sobre o valor original.
Então,
Preço = R$ 28,00
Novo preço = 28 + 5,04 = 33,04
E se, em vez de um acréscimo, como o citado, fosse concedido um desconto de 20%, qual seria no
novo preço?
Lembrete
Se quiséssemos calcular 20% de acréscimo ao valor do DVD, lembremos
que bastaria multiplicarmos o valor do bem pela porcentagem mencionada.
28,00 x 0,20 = 5,60
Trabalhamos, então, com o conceito de taxa de juros, mas vamos agora aplicar a taxa de juros nos
conceitos de Matemática Financeira diferenciando juro exato de juro comercial.
Juro exato
Juro comercial
Para referenciar os conceitos de juro exato e juro comercial, citamos Bruni e Famá (2002), Hazzan e Pompeo
(2004) e Assaf Neto (2002). Esses autores afirmam que os juros exatos e juro comercial são usados nas operações
em curto prazo, situação em que é comum fazer uso de juros simples, com prazos definidos em dias.
Vejamos um exemplo para entendermos melhor tudo isso. Em se tratando de uma aplicação com
taxas de juros de 12% ao ano, ao calcularmos a taxa equivalente diária, teremos resultados diferentes
se considerarmos juro exato ou comercial. Em juro exato, dividimos a taxa de juros pelo número exato
de dias do ano:
12
Je = = 0, 032876 a / d
365
19
Unidade I
Onde
Je = Juro exato
a/d= ao dia
Em juro comercial, dividimos a taxa de juros pelo número de dias comercial, ou ano contábil:
12
Jc = = 0, 033333 a / d
360
Onde
Jc = Juro comercial
a/d = ao dia
Lembrete
O cálculo que acabamos de realizar tem como base juros simples.
Para que o aluno entenda melhor, diferenciamos, em seguida, juros simples de compostos.
Juros simples
Juros compostos
A capitalização ocorre sobre o valor principal e sobre os juros incorridos; é o chamado juros sobre
juros. Mais adiante vamos detalhar cada um deles; nesse momento é importante só entender o conceito.
Vejamos um exemplo. Um capital de R$ 1.000,00 aplicado a uma taxa de juros de 10% ao mês ficaria
da seguinte forma:
Juros simples
Tabela 1
20
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Juros compostos
Tabela 2
Veja que os resultados não são os mesmos, que em juros compostos capitalizou-se juros sobre juros.
Essa separação é importante para direcionarmos as discussões de que nos ocuparemos.
1% ao mês = 3% ao trimestre.
21
Unidade I
Exemplo de aplicação
Quadro 1
Calcule sem olhar as respostas, é uma forma de reforçar sua visão sobre os pontos discutidos.
Solução:
Quadro 2
Por isso, as chamamos de taxas equivalentes, um investimento que renda ou que cobre 2% ao mês
ou 12% no semestre é a mesma coisa, resultará no mesmo rendimento ou cobrança de juros.
Com a mesma definição de equivalência de taxas, dois capitais são equivalentes quando colocados
no mesmo prazo. Como assim? Vamos utilizar os conceitos já estudados para entendermos melhor.
Lembre-se de que o dinheiro tem valor no tempo.
Vamos imaginar que você tenha emprestado R$ 1.000,00 a um amigo e que tenha cobrado dele
uma taxa de juros de 10% ao mês. Este deverá a você, passados 2 meses, R$ 1.200,00, e, se lhe pagar
1 mês depois da data do empréstimo, pagará 1 mês antes da data combinada. Quanto ele deve pagar?
Dispondo esses dados em um diagrama de fluxo de caixa, temos:
1.100,00 1.200,00
1.000,00
0 1 2
momento que
pediu o dinheiro
emprestado
Figura 3
O amigo vai pagar R$ 1.100,00, ou seja, esse valor é o mesmo que R$ 1.200,00 no mês 2. São valores
equivalentes.
Cálculos como esse podem ser úteis em que situações? Vejamos. Imaginemos que eu saiba hoje que,
dentro de 1 ano, terei de efetuar um pagamento no valor de R$ 1.200,00, dinheiro de que já disponho
para quitação desse débito e que há aplicações que rendam uma taxa de 20% ao ano. Será melhor eu
efetuar o pagamento ou aplicar o dinheiro? Vamos ver.
Primeira opção:
O credor não oferece desconto pelo pagamento da dívida à vista. Assim, pagarei R$ 1.200,00 e ficarei
sem esse recurso.
23
Unidade I
Segunda opção:
Esse será o montante no final de 1 ano, que poderá pagar a dívida, sobrando R$ 240,00.
Então, devo pagar a dívida ou não? A resposta é não. Se eu efetuar esse pagamento hoje, terei de
desembolsar R$ 1.200,00, sendo que eu poderia aplicar R$ 1.200,00 no prazo de 1 ano a uma taxa de
20% ao ano.
Percebemos que o dinheiro não tem o mesmo valor ao passar do tempo (mesmo não existindo
inflação), e essa argumentação foi feita com termos estritamente econômicos, e não pessoais.
Pagamentos diferentes em sua magnitude total, mas que são feitos em datas diferentes,
podem ser equivalentes. Capitais são ditos equivalentes quando os seus valores, transferidos
para a mesma data, com a mesma taxa de desconto (custo de oportunidade), são iguais. Vamos
pensar inicialmente em taxas equivalentes em juros simples, que permitem a simples divisão ou
multiplicação das taxas pelos períodos considerados. O importante aqui é o pensamento de que o
dinheiro terá valor no tempo.
Aplicação:
PV = valor presente
i = taxa de juros
n = período
24
MATEMÁTICA FINANCEIRA
i = taxa de juros
n = período
Vamos alternar aqui o uso dos dois conceitos para que o aluno se acostume com ambos.
VF = VP ⋅ (1 + i ⋅ n)
ou
M = C ⋅ (1 + i ⋅ n)
Quem nunca teve contato com cálculos financeiros deve entender da seguinte maneira. Calcular
valor futuro é imaginar o valor que terá de pagar ou receber em um momento futuro. Por exemplo, se
você deposita R$ 1.000,00 em um banco qualquer, quanto terá daqui a 12 meses? Perguntar qual é o
montante ou qual é o valor futuro é a mesma coisa.
E valor presente, o que é? É o valor de uma aplicação no momento atual. Por exemplo: tenho uma
dívida de R$ 1.000,00 que vence em 12 meses e, caso queira pagar com 10 meses de antecedência, qual
será o valor da dívida? Para tal, é preciso antecipar o valor da dívida para a data atual.
Exploremos melhor outro exemplo. Uma empresa tem um título a pagar de valor nominal de R$
1.000,00 que vence em 6 meses, com taxa de juros de 1,2% ao mês. O gestor financeiro procurou o
credor da dívida e solicitou que, na mesma condição, ampliasse o prazo de pagamento, substituindo o
título por um de vencimento em 12 meses. A proposta feita pela empresa credora foi a de substituir por
um título com valor de R$ 1.100,00. Você a aceita ou não? Como resolver isso?
FV
PV =
(1 + i ⋅ n)
1.000, 00
PV =
(1 + 0, 012 ⋅ 6)
1.000, 00
PV =
(1 + 0, 072)
1..000, 00
PV = 25
(1, 072)
1.000, 00
PV =
(1 + 0, 012 ⋅ 6)
Unidade I
1.000, 00
PV =
(1 + 0, 072)
1..000, 00
PV =
(1, 072)
PV = 932, 83
FV
PV =
(1 + i ⋅ n)
1.100, 00
PV =
(1 + 0, 012 ⋅12)
1.100, 00
PV =
(1 + 0,144 )
1.100, 00
PV =
(1144
, )
PV = 961,53
Veja que os valores não são equivalentes, sendo que a proposta feita não é satisfatória para quem vai
pagar. Logo, devemos rejeitar essa proposta, pagando um valor superior ao que encontramos trazendo
a primeira dívida para o momento zero.
0 6 meses 1 ano
R$ 932,83 R$ 1.000,00 R$ 1.100,00
R$ 961,53
Figura 4
Qual seria o valor justo a ser cobrado? Recorreremos à fórmula em seguida, mas não temos o FV, que
é o que queremos descobrir. Qual é o valor futuro que devemos aceitar?
FV
PV =
(1 + i ⋅ n)
X
932, 83 =
(1 + 0, 012 × 12)
x=932,83 . 1,144
x=1.067,15
Com os gráficos estudados anteriormente, pudemos ampliar os conceitos. Uma forma clara de
entendermos o fluxo do dinheiro no tempo, sabendo das entradas ou saídas de recursos, é o diagrama
26
MATEMÁTICA FINANCEIRA
de fluxo de caixa. Serve para facilitar a visualização dos movimentos monetários estabelecidos em
distintos momentos ao longo do tempo, sendo, então, de grande utilidade para as operações de
Matemática Financeira:
700 200
500 200
i%
0 1 2 3 4 5
200
800
Figura 5
O que significa? Como interpretar? Essa é uma operação qualquer, na qual, no momento 0, houve
pagamento de 800,00, e um pagamento de 200,00 no momento 3, e estes representam a saída de
caixa. Contudo, houve ainda entrada de 500,00 no momento 1 e de 200,00 no momento 2, 700,00
no momento 4 e 200,00 no momento 5. As setas para cima da linha do tempo refletem as entradas de
dinheiro, e as setas para baixo da linha horizontal indicam as saídas. É imprescindível que o prazo e a
taxa de juros estejam expressos na mesma unidade.
Apliquemos esse recurso, com mais um exemplo. Uma dívida de R$ 48.000,00 vence daqui a 6 meses.
O devedor pretende quitá-la da seguinte forma: uma prestação de R$ 4.800,00 é paga hoje; uma de
R$14.000,00, daqui a 2 meses e uma última de R$ 27.500,00, daqui a 7 meses. Vejamos como fica o
diagrama do fluxo de caixa dessa dívida.
48.000,00
0 1 2 3 4 5 6 7
4.800,00 14.000,00 27.500,00
Figura 6
É a forma como os juros são incorporados ao capital no decorrer do tempo e podem ser identificados
em dois regimes de capitalização: simples e composto.
Compara-se a uma progressão aritmética, isto é, o juro cresce de forma linear ao longo do tempo. Os
juros incidem somente sobre o capital inicial da operação, e não sobre o acumulativo.
Para um melhor entendimento do sistema de capitalização simples, vamos supor uma aplicação no
valor de R$ 1.000,00 por cinco anos, com taxa de juros no valor de 10% ao ano.
27
Unidade I
O capital, que é o valor aplicado de R$ 1.000,00, multiplicado por 10%, perfará juros de R$ 100,00.
Assim, no final do ano 1, teremos um montante de R$ 1.100,00 (1.000 + 100).
Como os juros são lineares e ocorrem sempre sobre o capital, teremos mais juros de R$ 100,00.
Assim, o montante é de R$ 1.100,00 + 100 = 1.200,00.
Quarto ano:
Quinto ano:
Tabela 3
Observação
Veja que os juros incidiram somente sobre o capital, e esse valor de
juros calculados é somado ao montante do período anterior.
Para calcular os valores da tabela que acabamos de preencher, podemos utilizar uma fórmula:
M=C(1+ixn)
28
MATEMÁTICA FINANCEIRA
i = taxa de juros
n = período
Fazendo as substituições:
M = 1.000 (1 + 0,10 x 5)
M = 1.000 (1 + 0,50)
M = 1.000 x 1,50
M = 1.500,00
Algumas observações podem ser apresentadas: os juros, por incidirem exclusivamente sobre o
capital inicial de R$1.000,00, apresentam valores idênticos ao final de cada ano (R$ 100,00); como
consequência, o crescimento dos juros no tempo é linear, revelando um comportamento idêntico ao
de uma progressão aritmética. Os juros totais da operação atingem, nos 5 anos, R$ 500,00; se os juros
simples não forem pagos ao final de cada ano, a remuneração do capital emprestado somente se opera
pelo seu valor inicial (R$ 1.000,00), não ocorrendo rendimento sobre os juros que se formam no período.
Assim, no 5º ano, a remuneração calculada de R$ 100,00 é obtida com base no capital aplicado há 5
anos.
M = FV ou valor futuro
C = PV ou valor presente
Com o mesmo exemplo, podemos calcular ainda os juros ocorridos e acumulados no período.
J=M–C
J = juros
M = montante
C = capital
Lembrete
J = C ⋅i⋅n
J = juros
C = capital (principal)
i = taxa de juros
n = número de períodos
Para melhor entendimento do aluno, quando da realização dos exercícios, é importante conhecer as
siglas presentes nos enunciados no que se refere à taxa de juros.
30
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Quadro 3
Abreviatura Significado
a.d. ou a/d Ao dia
a.m Ao mês
a.b Ao bimestre
a.t Ao trimestre
a.q Ao quadrimestre
a.s Ao semestre
a.a Ao ano
Detenhamo-nos agora em alguns exemplos para você fixar o entendimento do que acabamos de
estudar.
Exemplo 1. Um capital de R$ 1.500,00 foi aplicado à taxa de 10% a.b., pelo período de 2 meses, no
regime de capitalização simples. Qual o valor dos juros para o período?
Primeiro passo: fazer uma legenda que extraia do enunciado todos os dados importantes.
C = 1.500
i = 10% a.b
n = 2 meses
Veja que não foram referidos do mesmo modo: a taxa foi mencionada em bimestre, e o período, em
meses.
Vamos, então, fazer uso de taxas equivalentes: uma taxa de 10% ao bimestre equivale a qual taxa
mensal?
Como um bimestre tem dois meses, vamos dividir a taxa bimestral por 2.
10
Taxa mensal = = 5% ao mês
2
31
Unidade I
J=Cxixn
J = 1.500 x 0,05 x 2
J = 150
Exemplo 2. Um capital de R$ 1.120,00 foi aplicado a uma taxa de 5% a.m. no regime de capitalização
simples por 7 meses. Qual o valor dos juros capitalizados durante o período de vigência da aplicação e
o montante acumulado no final do período?
Legenda:
C = 1.120
i = 5% a.m
n=7m
J=?
M=?
Veja que a taxa e período foram referidos da mesma forma: em meses. Vamos, então, aos cálculos.
Calculemos primeiro o valor dos juros capitalizados durante o período de vigência da aplicação:
J=Cxixn
J = 1.120 x 0,05 x 7
J = 392,00
M=J+C
32
MATEMÁTICA FINANCEIRA
M = 392 + 1.120
M = 1.512,00
Exemplo 3. Uma pessoa compra a prazo um DVD que custa, à vista, R$ 500,00, e faz dois pagamentos
de R$ 270,00, um no ato da compra e outro um mês depois. Qual é a taxa de juros mensal cobrada
pela loja?
Aqui é necessário preparar os dados para iniciar a operação. Veja que a compra foi no total de R$
500,00, sendo que o valor R$ 270,00 foi pago na hora. Sobre essa quantia não incide qualquer juro, pois
foi paga à vista. Se o preço inicial era de R$ 500,00, e 270,00 foram pagos à vista, quanto restou para
pagar no mês seguinte?
500 – 270 = 230. Esse é o valor que será financiado e pago um mês depois.
Considerando que a segunda parcela paga foi de R$ 270,00 e o valor original de R$ 230,00, quanto
foi pago de juros?
270,00 – 230,00 = 40,00. Esse foi o valor que se pagou a mais dos R$ 230,00 iniciais. Em porcentagem
significa quanto? Vejamos:
40
i= × 100 = 17, 39%
230
Exemplo 4. Temos uma dívida de R$ 80.000,00 que deve ser paga em um trimestre, com juros de 8%
a.m. pelo regime de juros simples. Quanto pagaremos de juros?
Legenda:
C = 80.000
i = 8% a.m
J=?
Nesse caso, é mais fácil transformarmos o período na mesma referência da taxa, ou seja: trimestre
em mês.
J = C ⋅i⋅n
J = 80.000 ⋅ 0, 08 ⋅ 3
J = 19.200, 00
33
Unidade I
Exemplo 5. Uma dívida de R$ 50.000,00 deve ser paga em quatro bimestres, com juros de 20%
a.m., pelo regime de juros simples. Quanto será pago de juros?
Legenda:
C = 50.000
n = 4 bimestres = 8 meses
J=?
Calculemos:
J = C ⋅i⋅n
J = 50.000 ⋅ 0, 20 ⋅ 8
J = 80.000,00
Exemplo 6. Um negociante pegou um empréstimo a uma taxa de 12% ao mês, no regime de juros
simples, para pagar daqui a 10 meses. O juro apurado foi de R$ 20.000,00. Quanto ele pegou emprestado?
J= 20.000
i = 12% a.m
n = 10 meses
C=?
Calculemos:
20.000
C= = 16.666, 66
0,12 ⋅10
Exemplo 7. Você investiu numa aplicação o valor de R$ 45.000,00 por 12 meses, o que lhe proporcionou
um rendimento de R$ 8.000,00. Qual foi a taxa de juros simples dessa aplicação?
34
MATEMÁTICA FINANCEIRA
J = 8.000
C = 45.000
n = 12 meses
i=?
Calculemos:
8.000
i=
45.000 ⋅12
8.000
i=
540.000
Exemplo 8. Quanto tempo um capital de R$ 6.200,00 deve ficar aplicado a uma taxa de 4,7% a.m.
para obter um rendimento de R$ 1.625,00?
Seguindo a mesma base dos exercícios anteriores, teremos uma nova fórmula:
J
n=
C ⋅i
Legenda:
C= 6.200
J = 1.625,00
n=?
35
Unidade I
Substituindo:
J
n=
C ⋅i
1.625, 00
n=
6.200 ⋅ 0, 047
1.625, 00
n= = 5, 576 , ou, arredondando = 6 meses.
291, 40
Legenda:
C = 75.000
n = 1 quadrimestre (4 meses)
Substituindo:
J = C ⋅i⋅n
J = 75.000 ⋅ 0, 04 ⋅ 4
J = 12.000, 00
Exemplo 10. Foram emprestados R$ 17.000,00 pelo prazo de 55 dias, com a taxa de juros de 19%
ao ano. Foi imposta a condição de pagar os juros junto à devolução do empréstimo. Calcule os juros no
regime de juros simples considerando o ano comercial.
Devemos nos atentar para o tipo de juro: exato ou comercial? O exemplo refere-se a juro comercial, do que
podemos entender o ano de 360 dias. Assim, a taxa anual de 19% ao ano deve ser transformada em taxa diária.
i = 19 % ao ano
19
taxa diária = = 0, 0527% ao dia
360
Todo o restante deve ser desenvolvido de maneira similar aos exemplos anteriores.
Legenda:
C = 17.000
n = 55 dias
36
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Substituindo:
J=C x i x n
J=17.000 x 0,00052777 x 55
J=493,46
Exemplo 11. Um capital de R$ 1500,00 foi aplicado à taxa de 30% a.a., no regime de capitalização
simples, por um período de 4 meses. Qual o valor dos juros no período?
Legenda:
C = 1.500
i = 30% a.a
n = 4 meses
J=?
Substituindo:
J=Cxixn
J = 1.500 x 0,025 x 4
J = 150,00
Nos exemplos citados, foi realizado um exercício de montante e outro de capital. Para fixar o
aprendizado do aluno, vamos abrir espaço em seguida para tratamento dos dois conceitos.
É importante estudar os conceitos de montante e capital, imprescindíveis para o estudo dos sistemas
de amortização. Para facilitar esse estudo, recorreremos às definições de Rovina (2009, pp. 7-8):
37
Unidade I
Lembrete
Montante é o valor do dinheiro em tempo futuro.
Como já foi apontado anteriormente, o montante pode ser obtido por meio da soma do capital com os juros.
FV = PV + INT
Capital é um valor monetário disponível em determinada data. Sempre é considerada a data zero, o momento
em que é feita uma aplicação ou empréstimo. Sua representação ocorre pela letra C ou pela abreviatura PV, que,
do inglês, significa valor presente. Não importando por qual dessas representações optar, o significado é o mesmo.
Lembrete
Capital é o valor presente do dinheiro, o valor na data zero da operação.
Mediante o entendimento dos conceitos de capital e montante, é possível obtermos as seguintes fórmulas:
Juros
J=C x i x n
Montante
M=C+J
M = C(1 + i ⋅ n)
Capital
M
C=
(1 + i ⋅ n)
38
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Observe que a base da fórmula é a mesma para encontrar quaisquer dos valores dos elementos que
a compõem. Há casos em que precisamos depreender dela outros caminhos para chegarmos ao valor
procurado, ou seja, isolarmos um elemento, segundo regras matemáticas, para encontrar o seu valor.
Taxa de juros
Utilizando o método de isolar a variável necessária, obtemos as fórmulas para o cálculo da taxa de
juros:
M
−1
i= C
n
Período
Lembrete
Em exercícios de capitalização composta, nos quais sejam fornecidos os
valores de juros, taxa e capital, podemos usar das fórmulas de juros simples
já fornecidas.
Com essas fórmulas, é possível resolvermos grande parte dos problemas matemático-financeiros.
Vamos aos exemplos. O exemplo a seguir foi baseado em Assaf Neto (2002), Bruni e Famá (2002) e
Hazzan e Pompeo (2004). Trata-se de um exercício padrão, com redação muito próxima daquela que
geralmente se observa em treinamentos e testes de Matemática Financeira no Brasil.
Legenda:
C = 70.000
i = 3,5% a.m. (taxa percentual); a taxa unitária = 0,035
n = 1 semestre = 6 meses
J=?
39
Unidade I
Substituindo
J=Cxixn
J = 70.000 x 0,035 x 6
J = R$ 14.700,00
Exemplo 2. Um negociante tomou um empréstimo pagando uma taxa de juros simples de 8% a.m.
durante 10 meses. Ao final desse período, calculou em R$ 255.000,00 o total dos juros incorridos na
operação. Determine o valor do empréstimo.
Como não é mencionado o montante, mas os juros, é mais fácil o cálculo pela fórmula de juros,
e não pela do montante. Para quem está tendo o primeiro contato com a Matemática Financeira,
uma das dificuldades é justamente saber qual fórmula utilizar, então entenda isso como uma dica do
professor.
Legenda:
C=?
J = 255.000
n = 10 meses
J=Cxixn
Substituindo
255.000 = C x 0,08 x 10
Observe que o valor destacado passará para o outro lado da equação, dividindo:
255.000
C=
0, 08 ⋅10
C = 318.750,00
Exemplo 3. Um capital de R$ 35.000,00 foi aplicado num fundo de poupança por 9 meses,
produzindo um montante de R$ 44.750,00. Pede-se apurar a taxa de juros simples oferecida por
essa operação.
40
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Legenda:
C = 35.000
M = 44.750
n = 9 meses
i=?
Substituindo:
M
−1
i= C
n
44.750
−1
i = 35.000
9
1278571
, −1
i=
9
0, 278571
i= = 0, 030952
9
J=Cxixn
Não temos, de forma explícita, o valor dos juros, mas o montante e o capital, e sabemos que o
montante equivale ao capital acrescido dos juros. Então, se retirarmos, do montante, o capital, sobrarão
os juros:
J = M – C
9.750 = 35.000 x i x 9
41
Unidade I
9.750 = 315.000 x i
9.750
i= = 0, 030952
315.000
Exemplo 4. Uma aplicação de R$ 244.000,00 rendendo a uma taxa de juros simples de 1,9% ao
mês produz, ao final de determinado período, juros no valor de R$ 31.000,00. Calcular o prazo da
aplicação.
Legenda:
C = 244.000
J= 31.000
n=?
M = C + J = 275.000
Substituindo:
M
−1
n= C
i
275.000
−1
n = 244.000
0, 019
1127049
, −1
n=
0, 019
0,127049
n=
0, 019
42
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplo 5. Uma empresa tomou R$ 3.500,00 emprestados para pagar dentro de 7 meses, a uma taxa
de juros simples igual a 5,5% a.m. Calcule o valor futuro dessa operação.
Lembrete
Legenda:
C = 3.500
n = 7 meses
M=?
M = C (1 + i x n)
M = 3.500 (1 + 0,055 x 7)
M = R$ 4.847,50
Exemplo 6. Uma aplicação feita no regime de juros simples rendeu um montante igual a R$ 780,00
após 6 meses, a uma taxa de 9,5% a.m. Qual o capital inicial da operação?
C=?
M = 780,00
n = 6 meses
i = 19% ao bimestre = 9,5% ao mês (taxa percentual); a taxa de juros unitária = 0,095
Substituindo:
M
C=
(1 + i ⋅ n)
780
C=
(1 + 0, 095 ⋅ 6)
780
C=
157
, 43
C = 496, 81
M
C=
(1 + i ⋅ n)
Unidade I
780
C=
(1 + 0, 095 ⋅ 6)
780
C=
157
,
C = 496, 81
O desconto simples racional, também chamado de desconto “por dentro”, assume os conceitos e
relações básicas de juros simples. Dessa forma, Dr é o valor do desconto racional, C é o capital (ou valor
atual), i é a taxa periódica de juros e n é o prazo do desconto (número de períodos em que o título é
negociado antes de seu vencimento). Tem-se a seguir a expressão de juros simples:
Dr = C x i x n
Dr = N – Vr
sendo que N é o valor nominal (ou valor de resgate ou montante) e Vr é o valor descontado racional
(ou valor atual) na data da operação:
Vr = N − Dr
Desconto:
N⋅i⋅n
Dr =
1+ i ⋅ n
Valor descontado:
N
Vr =
1+ i ⋅ n
Lembrete
Temos a seguir mais um exemplo baseado em Assaf Neto (2002), Bruni e Famá (2002) e Hazzan e
Pompeo (2004), muito próximo de treinamentos e testes de Matemática Financeira no Brasil.
44
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplo 1. Seja um título de valor de R$ 3.500,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 2
meses antes de seu vencimento. Sendo 48% a.a. a taxa nominal de juros corrente, pede-se calcular o
desconto e o valor descontado.
Vr N = R$ 3.500,00
Figura 7
Análogo ao que já estudamos na capitalização simples, trazemos um valor futuro para o presente.
Legenda:
N = 3.500
n = 2 meses
Dr = ?
Vr = ?
N⋅i⋅n
Dr =
1+ i ⋅ n
3.500 ⋅ 0, 04 ⋅ 2 280
Dr = = = 259, 26 (valor do desconto)
1 + 0, 04 ⋅ 2 1, 08
Valor descontado
Vr = N − Dr
Ou
45
Unidade I
N
Vr =
1+ i ⋅ n
3.500, 00
Vr = = $3.240, 74
1 + 0, 04 ⋅ 2
Para o devedor, o valor de R$ 259,26 representa o que se está deixando de pagar por quitar a dívida
antecipadamente. O valor líquido do pagamento (valor descontado) é de R$ 3.240,71.
De ampla utilização pelo mercado, em operações de crédito bancário e comercial de curto prazo,
segundo autores brasileiros de trabalhos de Matemática Financeira, como Bruni e Famá (2002), Hazzan
e Pompeo (2004) e Assaf Neto (2002), o desconto comercial (ou “por fora”) proporciona maior volume
de encargos financeiros nas operações, porque incide sobre o valor nominal, ou “valor de resgate”.
Determina-se o desconto por fora (DF, no regime de juros) da seguinte forma: o produto do valor
nominal do título (N) multiplicado pela taxa de desconto periódica “por fora” contratada na operação (d)
e pelo prazo de antecipação definido para o desconto (n), o que pode ser matematicamente representado
da seguinte forma:
DF = N x d x n
Sendo assim, aplicando-se a definição para o valor descontado “por fora” (VF), obtém-se a seguinte
fórmula:
VF = N – DF
VF = N – N x d x n
VF = N (1 – d x n)
Dediquemo-nos, em seguida, a três exemplos para fixarmos o que acabamos de aprender; os dois
primeiros, como outros no decorrer desse material, foram baseados em Assaf Neto (2002), Bruni e Famá
(2002) e Hazzan e Pompeo (2004).
Exemplo 1. Qual o valor do desconto bancário de uma duplicata de R$ 100,00 descontada 60 dias
antes do vencimento, à taxa de desconto de 0,2% a.d.?
Legenda:
Db = ?
46
MATEMÁTICA FINANCEIRA
N = 100
n = 60 dias
Db = N x d x n
Db = 100,00 x 0,002 x 60
Db = R$ 12,00
Exemplo 2. Uma empresa emitiu uma duplicata de R$ 7.500,00 a vencer em 3 de abril. No dia 19 de
janeiro, descontou o título num banco que cobra 2,5% a.m. de desconto bancário. Calcular o valor de
resgate do título.
Legenda:
N = 7.500
C=?
i = 2,5% a.m. = 2,5/30 = 0,0833% ao dia (taxa percentual); taxa unitária = 0,000833 a.d.
n = 74 dias
C= 7.500 ( 1 – 0,091667)
C= 7.500 (0,938333)
Exemplo de aplicação
Ao longo da unidade, você teve contato com termos das áreas financeira e matemática que
correspondem a determinados conceitos. Propomos, por isso, que você aprofunde sua compreensão com
relação a eles. Tente explicar a seguir com suas próprias palavras o que significa juro. Caso necessite,
volte ao texto, releia-o e pesquise, em livros e na internet, não só o que o termo significa, mas como os
profissionais da área financeira e matemática o utilizam.
47
Unidade I
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________.
Saiba mais
Compara-se a uma progressão geométrica, ou seja, o juro cresce de forma exponencial ao longo do
tempo. Os juros incorporam-se ao capital inicial da operação e de forma acumulativa, isto é, juros sobre
juros.
Vejamos exemplo:
Tabela 4
48
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Na comparação entre juros simples e compostos, o mesmo capital aplicado pelo mesmo período e
taxa de juros fica da seguinte forma:
Tabela 5
1800
1500
Ano
1200 Simples montante
Composto montante
900
600
1 2 3 4 5 6
Figura 8
Observe, na tabela de juros compostos, que os juros não incidem unicamente sobre o capital inicial
de R$ 1.000,00, mas sobre o saldo total existente no início de cada ano. O crescimento dos juros ocorre
em progressão geométrica, evoluindo de forma exponencial ao longo do tempo.
O regime de juros compostos é comumente usado no sistema financeiro e, com isso, o mais usual
para cálculos de problemas financeiros do cotidiano. Uma particularidade é serem juros gerados a cada
período e incorporados ao valor principal para serem referência no cálculo dos juros do período seguinte,
isto é, são juros sobre juros.
O momento em que os juros são incorporados ao valor principal é quando ocorre a capitalização. A
seguir, temos a expressão algébrica que demonstra os juros sobre juros em três períodos:
1º mês
M = C.(1 + i)
49
Unidade I
M = C x (1 + i) x (1 + i)
M = C x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i)
Dessa forma, é possível obtermos a fórmula da qual deriva todas as outras fórmulas que veremos
em seguida a ela:
M = C.(1 + i)n
M
C=
(1 + i)n
Para calcular o juro:
Observação
Para calcular o juro, basta diminuir o valor principal do montante ao final do período:
J=M–C
Analisemos um exemplo para que você possa compreender melhor o conceito de juros compostos.
Se uma pessoa deseja obter R$ 26.750,00 dentro de 11 meses, quanto deverá depositar hoje numa
poupança que rende 1,65% de juros compostos ao mês?
50
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Interpretemos a questão. Veja a pergunta: quanto deverá guardar hoje? Lembre-se de que definimos
o valor do dinheiro hoje como o capital ou o valor presente, e o valor que desejamos obter no futuro,
como montante ou valor futuro.
Legenda:
M = 26.750
i = 1,65% a.m
n = 11 meses
C=?
Substituindo:
M
C=
(1 + i)n
26.750
C=
(1 + 0, 0165)11
26.750
C=
1197139
,
C = 22.343, 07
Para que o gestor financeiro tenha a visão de mercado, vamos indicar, em alguns exercícios, a solução
na HP12C, deixando claro, contudo, que essa ferramenta não poderá ser utilizada nas avaliações; a
permissão aqui é simplesmente para embasar o aluno nas ações de mercado. Vale observar que nem
sempre se podem utilizar calculadoras nos exames oficiais.
Figura 9 – HP12C
51
Unidade I
Para a calculadora HP12C realizar cálculos de capitalização composta, deve exibir a letra C no visor.
Caso não mostre, aperte a tecla STO e depois EEX.
Fazendo os cálculos:
Digite o valor principal, 26750, depois aperte a tecla chs, em seguida a tecla FV, digite 1,65 que é a
taxa de juros, e para conformar como taxa aperte a tecla i, digite 11 e em seguida aperte a tecla n, estará
assim registrando o período. Por último aperte a tecla PV e o resultado será exibido. Para facilitar, segue
sequência a ser seguida.
26750
Chs
FV
1,65
i
11
n
PV
A mínima diferença nos centavos é devido às dízimas periódicas. Para fixar o aprendizado, vejamos
outros exemplos.
Exemplo 1. Qual o valor de resgate de uma aplicação de R$ 12.000,00 em um título pelo prazo de 8
meses à taxa de juros compostos de 3,5% a.m.?
Legenda:
C= 12.000,00
i = 3,5% a.m
n = 8 meses
M=?
52
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Substituindo:
M = C (1 + i)n
M = 12000 (1 + 0,035)8
M = R$ 15.801,71
12000
Chs
Pv
3,5
i
8
n
FV
Resultado: R$ 15.801,70.
Legenda:
C = R$ 6.750,00
n = 13 meses
M=?
Cálculo:
M = C.(1+i)n
53
Unidade I
M = 6750 (1+0,038)13
M=10.961,48
6750
Chs
Pv
3,8
i
13
n
FV
Resultado: R$ 10.961,48.
Legenda:
C = R$ 87.520,00
n = 6 meses
J=?
Solução:
J = C [(1+i)n–1]
j = 87.520 [(1,0335)6 – 1]
54
MATEMÁTICA FINANCEIRA
j = 87.520 [1,218604 – 1]
j = 87.520 [0,218604]
j = R$ 19.132,22
87520
Chs
Pv
3,35
i
6
f
n
Resultado: R$ 19.132,29.
Exemplo 4. Calcule quanto se deve depositar hoje para resgatar R$ 100.000,00 daqui a 15 meses,
considerando a taxa de juro de 1,75% ao mês no regime de juros compostos.
Legenda:
M = 100.000,00
C=?
i = 1,75% a.m
n = 15 meses
C=?
Substituindo:
M
C=
(1 + i)n
100.000
C= =
(1 + 0, 0175)15
100.000
C= = 55
1297227
,
M
C=
(1 + i)n
Unidade I
100.000
C= =
(1 + 0, 0175)15
100.000
C= =
1297227
,
C = 77.087, 51
100000
Chs
Fv
1,75
i
15
n
Pv
Resultado: R$ 77.087,46
Observação
Exemplo 5. João emprestou a Maria R$ 100.000,00, e, após seis meses, a devolução do empréstimo
foi de R$ 141.852,00. Considerando capitalização composta, qual foi a taxa de juros mensal dessa
operação?
Legenda:
C = 100.000,00
M = 141.852,00
n = 6 meses
i=?
Solução:
56
MATEMÁTICA FINANCEIRA
i = (M / C)1/n -1
i = (141.852 / 100.000)1/6 -1
i = 0,06
(141.852 / 100.000)1/6 -1
Figura 10
1) abrir parêntese;
3) fechar parêntese;
4) apertar a tecla ^, que indica que os valores digitados na sequência estarão em potência;
5) abrir parêntese;
6) digitar 1/6;
7) fechar parêntese;
8) digitar – 1 e =.
Para desenvolver o mesmo cálculo na calculadora do computador, você deve seguir os mesmos
passos vistos anteriormente, com a única diferença de digitar no lugar de isto: x, em algumas tem-se
a tecla: yx.
57
Unidade I
Figura 11
Exemplo 6. Hoje foram aplicados R$ 10.000,00 pelo prazo de 12 meses, com taxa de juro de 3,5% ao
trimestre. Calcule o valor do resgate considerando o regime de juros compostos.
Legenda:
C= 10.000
n = 12 meses (4 trimestres)
M=?
Solução:
M = C x (1 + i)n
Exemplo de aplicação
1. Calcule quanto deveria ser aplicado hoje para se resgatarem R$ 10.000,00 daqui a 12 meses,
considerando a taxa de juro constante de 2,2% ao mês, no regime de juros compostos.
Legenda:
58
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Calculando:
Solução:
C = M / (1 + i)n
C = 10000 / (1+0,022)12
C = 7.701,75
2. Um investidor tem R$ 11.000,00 para aplicar durante 4 meses. Consultou um determinado banco
e recebeu as seguintes propostas de investimento:
Análise da proposta I
59
Unidade I
Análise da proposta II
Solução:
i = 2,5% ao mês
N = 4 meses
C = 11.000
M=?
Substituindo na fórmula:
M = C ( 1+ i x n)
M = 11.000 ( 1+ 0,025 x 4)
M = 11.000 (1,10)
M= 12.100,00
60
MATEMÁTICA FINANCEIRA
i = 1,3% ao mês
N = 4 meses
C = 11.000
M=?
Substituindo na fórmula:
M = C ( 1+ i)n
M = 11.000 ( 1 + 0,013)4
M = 11.583,25
Decisão: olhando somente para os valores absolutos, já temos a escolha da opção I, pois o valor é
maior pelo mesmo período. Isso significa que as taxas não são equivalentes. Visualizemos melhor cada
proposta no quadro em seguida.
Quadro 4
61
Unidade I
Solução:
Legenda
C = 7.500
n = 6 meses
J=?
M=?
M = C . (1 + i)n
M = 7.500,00 (1 + 0,10)6
M = 7.500,00 (1,10)6
M = 7.500,00 (1,771561)
M = 13.286,70
Calculemos agora os juros compostos, o que pode ser realizado de duas formas:
Primeira forma:
J=M–C
J = 13.286,70 – 7.500,00
J = 5.786,70
Segunda forma:
J = C . [(1 + i)n–1]
J = 5.786,70
62
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Da mesma maneira que estudamos em juros simples, as taxas em juros compostos também exigem
análise de equivalência em algumas situações. Para compreender o significado dessas taxas, é necessário
reconhecer que toda operação envolve dois prazos:
Para exemplificar, um investimento paga aos investidores uma taxa de juros de 6% ao ano, a qual
é capitalizada ao valor principal, todo mês, por meio de um percentual proporcional de 0,5% a.m.
Portanto, temos dois prazos: prazo da taxa em ano e prazo da capitalização em mês, e, para uso das
fórmulas da Matemática Financeira, é necessário expressá-los na mesma unidade de tempo.
Lembrete
iq = q 1 + i − 1
ou
1
q
iq = (1 + i) − 1
iq= (1+i)1/q – 1
em que:
iq = q 1 + i − 1
63
Unidade I
i6 = 6 1 + 0,103826 − 1
i6 = 6 1103826
, −1
i6 = 166
,
iq = (1+i)1/q – 1
iq = (1+0,103826)1/6 – 1
iq = (1,103826)1/6 – 1
iq = 1,0165999 – 1
iq= 0,0165999.
Interpretação: 10,3826% ao semestre ou 1,66% ao mês é a mesma coisa; em linguagem técnica são
equivalentes ou proporcionais. Assim sendo, a um mesmo capital e prazo de aplicação, é financeiramente
indiferente o rendimento de 1,66% ao mês ou 10,3826% ao semestre. Para demonstrar isso, pensemos
numa aplicação de $ 50.000,00 aplicado por 2 anos:
Exemplo 2. A taxa Selic anual atual é de 9,5%. Qual é taxa equivalente ao dia e ao mês, considerando
o ano comercial?
Solução:
Ao dia
iq = q 1 + i − 1
i360 = 360 1 + 0, 095 − 1
i360 = 1, 000252 − 1
i360 = 0, 000252
64
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Ao mês
iq = q 1 + i − 1
i12 =12 1 + 0, 095 − 1
i12 = 1, 007591 − 1
i12 = 0,007591
Como é taxa
Sendo assim: 9,5% ao ano, 0,0252% ao dia e 0,7591% ao mês são equivalentes.
Observação
Perceba que os procedimentos são diferentes dos métodos utilizados
em juros simples, pois simplesmente efetuávamos a divisão pelos períodos
envolvidos, sendo que 12% ao ano era equivalente a 1% ao mês.
Exemplo 3. A taxa de juros de um financiamento está fixada em 4,2% a.m. em determinado instante.
Qual a taxa acumulada para 1 ano?
Observação
Nos modelos apontados anteriormente, foi necessário transformar ano
em mês, ou seja, a pergunta era: quantos meses tem um ano? Assim, o
expoente em um dos casos era 12. E, quando era para transformar taxa
anual e taxa diária, a pergunta a ser feita era: quantos dias tem um ano?
Assim, o expoente era 360. Agora, teremos de transformar mês em ano; a
pergunta deve ser então: um mês em ano deve ser representado como?
Nesse caso expoente da raiz ficará, então, da seguinte forma: 1/12.
iq = q 1 + i − 1
112
/
/ =
i112 1 + 0, 042 − 1
i12 = 16383
, −1
i12 = 0, 6383
65
Unidade I
como é taxa
Quadro 4
Solução:
Resumo
66
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exercícios
A) R$ 41.040,00
B) R$ 47.304,00
C) R$ 51.291,00
D) R$ 60.000,00
E) R$ 72.000,00
Justificativa geral: no enunciado da questão é dado que uma aplicação de R$ 1.000,00 é realizada
por 6 meses e após, outra de R$ 2.000,00, também por 6 meses e, por fim, mais uma de R$ 3.000,00,
também por 6 meses. Pode-se entender que houve uma aplicação de R$ 1.000,00 por 18 meses, outra
de R$ 1.000,00 por 12 meses e mais outra de R$ 1.000,00 por 6 meses. Nessa circunstância, o montante
é obtido pela aplicação da fórmula seguinte:
67
Unidade I
Montante total = M1 + M2 + M3
M1 = [1.000 (1 + 0,04)18 ] ¸ i 18
4% = 25.645,41
M2 = [1.000 (1 + 0,04)12 ] ¸ i 12
4% = 15.025,80
Questão 2. (ATE/SEFAZ/MT 2001) Três capitais são aplicados a juros simples pelo mesmo prazo.
O capital de R$ 3.000,00 é aplicado à taxa de 3% ao mês, o capital de R$ 2.000,00 é aplicado a 4%
ao mês e o capital de R$ 5.000,00 é aplicado a 2% ao mês. A taxa média mensal de aplicação destes
capitais é de:
A) 3,0%
B) 2,7%
C) 2,5%
68
MATEMÁTICA FINANCEIRA
D) 2,4%
E) 2,0%
69