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O lado sombrio da floresta:

A sub-casta das Devoradoras está imersa em um corriqueiro período de provas


psíquicas para testar o autodomínio de telepatia entre as bruxas das florestas. Um
duelo mental entre a lucidez e o lado sombrio da Bruxa Canibalesca está em curso.
Durante a terceira lua minguante de cada ano tridimensional, um campo
eletromagnético, localizado entre o oitavo e o décimo carvalho, ao sul da amoreira
preta, na Floresta Nacional de São Francisco de Paula, se abre. Nesse momento então,
Bruxas de quaisquer sub-castas podem sozinhas ou coletivamente se apresentar para
as testagens. Basta diante do portal, se auto-convocar e entrar. No campo
eletromagnético sombrio da Lua Dourada Minguante de Setembro, a Canibalesca sem
comunicar sua treinadora, sozinha entrou. A casta da qual ela fazia parte teve acesso
às imagens do teste dessa incomum criatura a partir de projeções holográficas que a
estrutura atômica de um elemento químico, ainda não descrito pelos umanus, são
capazes de realizar; sempre que a intensidade de um episódio qualquer rompe o limiar
energético mínimo de manifestação. Isso primeiro ocorre para a casta da partícipe.
Raramente um evento comum de testagem como esse é projetado para toda a teia,
além de uma ou outra casta. Mas caso ocorra, a teia da vida então assiste aos testes de
autodomínio; incluindo todas as castas da quarta dimensão, os seres mágicos das
florestas do Planeta Terra e as Deusas da Natureza. Assim, ARACNIS estava imantada
ao que ocorria com a bruxa, tamanha descarga energética que essa tomada de decisão
liberou. Sua treinadora, a Xamã, não tinha consciência, ainda que Deusas também
houvessem sido conectadas ao até então mero e corriqueiro teste de transmutação de
um ser mágico de quarta dimensão. Moradora da Floresta Nacional da cidade de São
Francisco de Paula, desde que o desfecho da Batalha do Mar de Penhascos fizera a
índia odiar a Artemis, nessa época uma não-Deusa, com toda a violência que um corpo
de carne vermelha é capaz de manifestar, a treinadora da bruxa instantaneamente
apresentou-se diante do portal. Passou a observar, em um misto de perplexidade e
admiração não um provável sucesso, mas a coragem descomunal que sua aluna
manifestara. A índia quase não mantinha o domínio de toda a perplexidade que sentia
ao ver uma novata se autotestando durante a Lua Dourada de Setembro. Dessa vitória
todos os conectados à teia receberiam lucros eletromagnéticos, inclusive a índia.
Porém, o que acontecia lá dentro com a Bruxa era desolador.

Violentamente arremessada de um lado para outro no oceano do seu inconsciente, a


Bruxa Canibalesca estava imersa em uma tempestade psíquica tão intensa que fez
despertar toda energia armazenada na teia da vida chamada ARACNIS. Há cinco dias e
seis noites, jogada contra os penhascos da vaidade, da arrogância e do orgulho, ela
fazia das extensas feridas do seu corpo o anúncio do ocaso da sua vida. A maior de
todas as testagens era por óbvio aquela que mais lhe destruía. Toda sua energia de
viver escoava de si, em uma plasmarragia indomável que retroalimentava seu estado
de inconsciência e torpor. Era o girar da roda da não-vida. A roda que os umanus de
“olho único” jamais assumiam responsabilidade, em giro.
Real

Nada
Vazio Simbólico

Imaginário

Queda após queda, ferimento após ferimento, ela abria os olhos, levantava a cabeça e
pronunciava: Retestagem. Prontamente, o portal sombrio se reconfigurava e o teste
outra vez acontecia. Há seis noites, em torno de 700.000 bilhões de diversas formas de
vida estavam conectados em AGORA-ETERNO, percebendo a bruxa nos imensos telões
holográficos sustentados pelo Campo de Sensar dessas criaturas. Visivelmente abatida
e desconectada do (s)EU campo de SENSAR, a bruxa não derramava mais uma lágrima
dentro do portal. Isso já repercutia em energia e poder para todos os seres vivos
ligados a ela. Demonstração clara de domínio de dom de telepatia; mas ela em si não
usufruía dessa conquista. O código de conduta para os seres nas teias era
contundente:

“Nenhum ser mágico está apto a receber e usufruir dos poderes


adquiridos em testes de autodomínio, antes do portal sombrio se
desintegrar completamente”.
Livro das Teias do Ser, p. 32

Febril e delirante, ela oscilava entre as projeções mentais de um mundo ideal e o ódio
que sentia em ver essas ilusões não manifestas. As principais máscaras do teatro
umanu, projetadas há milênios por Desconectus, eram apresentadas para a bruxa, que
prontamente as vestia. Sem domínio de si, velozmente encenava ilusões: A vítima, a
justiceira, a rejeitada. Essas e outras encenações comuns para umanus, na terceira
dimensão. Triste assistir toda a energia ser escoada e gasta nas ilusões. Esgotada, ela
caía no vazio. Entrava em inconsciência e se afogava nas memórias remanescentes da
sua experiência como ser humano: Lembrava dos pedaços mornos do cérebro do seu
pai que espirraram em suas mãos, após o tiro certeiro disparado como ato final de
uma vida infeliz: ele fora um suicida. Então, ela encenava a vítima. Gastava mais um
pouco de seu reservatório energético acreditando na dramatização que essas imagens
mal arquivadas lhe traziam. Acessava o campo magnético do VAZIO, em tempestade
psíquica, novamente. A luta para não se afogar nessas memórias usava muito de seu
reservatório ectoplasmático quase esgotado. Porém, algo nela fazia com que pedisse
reteste: “Reteste!”, “retest...e”, “ret...est”, “r...e..tes....te”. De fora do portal-sombrio,
absolutamente dominados em si, estavam inertes a índia e suas carnes. Mas o campo
magnético emitido pela curandeira apresentava linhas de forças que oscilavam de
orientação: Ora estavam orientadas para o norte magnético, ora estavam alocadas
para o norte geográfico terrestre. Essa instabilidade magnética gerava momentos
quânticos capazes de criar ramificações no continuum espaço-tempo; ou seja,
aniquilações tempo-espaciais. A Xamã, ciente que sua vida também corria risco de ser
banida atraiu uma borboleta verde. Quando o animal pousou em seu ombro, a índia
sussurrou: “poetiza-te”. O ar morno do sussurro aqueceu as asas da borboleta que
prontamente voou. Imediatamente, dentro do portal, a bruxa sentiu forças extras e
finalmente entre as máscaras e o vazio, ela acessara o NADA! A índia utilizara de uma
das manifestações de domínio da Deusa Gaia para ajudar a bruxa. Desde a Batalha do
Mar de Penhascos, Gaia quando queria observar as florestas voava de borboleta até
esses locais. Outros animais ainda mantinham a conexão entre as dimensões da teia da
vida. A borboleta era um desses animais fantásticos. Dotada de uma capacidade única
de realizar vôos entre cinco das doze dimensões que compõe qualquer floresta, as
borboletas mantinham ativas as conexões de ecologia profunda! Poucos sabiam desse
segredo. A borboleta magnetizada pelas palavras pronunciadas atravessou o portal
sombrio, pousou na bruxa e começou a bater as asas para liberar a energia das
palavras consagradas por uma iniciada em magia de floresta. Isso fez o campo
eletromagnético de pensar da bruxa cessar. Nesse instante, toda energia elétrica antes
gasta em pensamentos comuns e decisões lineares causadas pelo uso excessivo da
razão sem poesia realocou-se no conector cardíaco da bruxa, localizado precisamente
a oito centímetros abaixo dos ossos claviculares. Essa energia reorientada para seu
Campo de Sensar possibilitaria à bruxa, assim que ela aprendesse a manter o conector
ativado, terminar com a experiência do VAZIO que acompanhava não apenas ela, mas
quaisquer seres que vivem até a quarta dimensão de manifestação da vida. O SENSAR
ativado, ainda possibilitaria a manifestação dos sensos estéticos, matemáticos,
harmônicos... Era a rede de Gaia se expandindo novamente, abaixo da quinta
dimensão de manifestação da vida, no planeta Terra. Antes da Batalha do Mar de
Penhascos todos os seres vivos se manifestavam a partir do Campo de Sensar; fazendo
do Campo de Pensar apenas um auxiliar para as decisões já tomadas. Após a Batalha,
os Campos de Sensar e Pensar se desconectaram um do outro, em todos os seres vivos
de terceira dimensão, inclusive os seres humanos. Com o passar dos milênios, os
humanos foram extintos e os umanus rapidamente povoaram o planeta Terra.
Totalmente desconectados da Teia de Gaia e excessivamente pensantes, inverteram a
lógica natural de manifestação: Eles nasciam e morriam invertidos, pois primeiro
ativavam o pensar e posteriormente, com os restos metabólicos dessa ativação,
usavam o Sensar. Um absurdo ecológico que causava danos sérios para a teia, pois
gerava falhas no tecido de manifestação da realidade. Para a Teia da Vida, a terceira
dimensão do planeta Terra, nela incluindo umanus em suas três castas, eram
reconhecidamente a Dimensão Invertida da Lógica de Sensar da Vida. Motivo de
piadas sim, mas motivo de preocupação. A inversão causada intoxicava com excesso
de Carbono as teias do ser que compunham ARACNIS. A Bruxa conseguira acessar o
conector cardíaco, carregá-lo energeticamente com algo em torno de trinta por cento
da capacidade energética total. Com esse mínimo de energia, a roda da não-vida
parou. Imediatamente, o NADA fora acessado. Do VAZIO ao NADA: um salto quântico!

NADA: A matriz bioenergética a partir da qual toda manifestação de vida ocorre.

NADA: Uma teia eletromagnética de mil olhos.

Da mais profunda e pesada respiração agônica nasceu dos pulmões da índia uma
expiração de sincero alívio. Após 14 dias dentro do portal sombrio, a bruxa havia enfim
dominado a telepatia. Era então a mais nova posse de si que esse ser mágico de
histórico único conquistara. O esperado era, após uma aprovação em um teste de
telepatia, dentro de um campo eletromagnético de luz polarizada fria, que esse
momento quântico sombrio se desfizesse imediatamente após o sucesso no teste.
Assim, o ser transmutado se reapresentaria à sua casta de origem. Mas, dessa vez, o
portal não desintegrou. A índia então trocou a sensação de alívio pela sobriedade
emocional. A permanência no campo magnético do NADA, na quarta dimensão
anularia a existência da bruxa. Ela corria o risco de cair do NADA para o VAZIO não
manifesto. Nunca mais ela participaria de uma teia de vida, caso isso acontecesse.

NADA: O absoluto não - manifesto.

NADA: Um campo magnético de puro prazer.

Caso umanus de olho único ou umanus de olhos de espelho acessassem o NADA antes
da atingir o tempo necessário para mudar sua percepção da natureza, um mecanismo
de proteção chamado AGONIA era imediatamente acionado. Os umanus eram
afastados desse poderoso campo de SENSAR, por precaução. O comprimento de onda
emitido pelos seres de líquido corporal interno vermelho ainda instável deixava
umanus em ÊXTASE, prejudicando a evolução do olhar. No espaço de domínio da
Canibalesca, a imersão no NADA gerava o ÊSTASE! A bruxa era a melhor manipuladora
da roda da vida que a índia tivera a oportunidade de treinar. Até porque antes da briga
com Artemis, era a xamã a grande manipuladora reconhecida em toda primeira teia da
vida: ARACNIS 1.

REAL

VAZIO

NADA
IMAGINÁRIO SIMBÓLICO

Uma aprendiza rara. A índia concentrava-se apenas nessa definição: Rara! Assim, não
se contaminava com toda a ilusão de devoção e espanto que a bruxa há muito
despertava em todos. Lembrou-se do dia em que ambas se encontraram pela primeira
vez, enquanto caminhavam pelo vale da Cachoeira das Gêmeas Gigantes, na Floresta
Nacional de São Francisco de Paula. O sentimento que primeiro as uniu foi o de
derrota. Ambas, com suas vidas pessoais despedaçadas, mas nenhuma com
disponibilidade de cultivar mágoas e outros ranços afetivos. A índia foi oferecendo sua
sabedoria, mais interessada em fazer passar o tempo do que realmente envolvida com
a aprendizagem que a bruxa poderia estar construindo. Mas, a voracidade para
entender e praticar o que lhe era oferecido fez da aprendiza um destaque dentro da
casta das bruxas. A Canibalesca dominou rapidamente as técnicas de putrefação e de
morte programada das células. Retirava os elementos químicos da matéria orgânica
morta e os colocava em re-ciclo usando a metade do tempo que até então uma
manipuladora da parte sombria da floresta costumava valer-se. Na cerimônia da
escolha do nome de personalidade todos calaram, quando ela, após o ritual do Inferno
Verde se autodenominou: Canibalesca! Passou a andar sozinha e raramente
participava dos ritos comuns da floresta. Mas, certamente o maior de seus atributos
era a capacidade de girar as rodas da vida e da não-vida; tanto as suas quanto as de
quaisquer seres humanos ou seres mágicos da quarta dimensão. Trabalhava com
paixão tamanha a força que exibia.

Qualquer floresta é formada por doze espaços geográficos interdependentes que


existem no plano palpável da energia. Cada um desses espaços comunica-se com os
demais através de vórtices quadridimensionais. Esses vórtices por sua vez estão
conectados em uma rede de tubos energéticos contínuos, mas não palpáveis. Um
vórtice é formado quando a tensão quântica acumulada em um local rompe o limiar
gravitacional, criando espaços, chamados de vórtice, onde o transitar interdimensional
dos seres vivos é liberado. Em qualquer floresta do mundo comum há teias de energia
que são na realidade redes de fibra ótica constituídos por um elemento químico ainda
não descoberto pela ciência tridimensional. É assim que a floresta de sal comunica-se
com a floresta sombria. A floresta sombria se comunica como os seres que moram no
dossel das árvores e assim sucessivamente. Todas as florestas do planeta Terra
comunicam-se a partir de redes submersas abaixo das placas tectônicas. A verdadeira
floresta é invisível pelo simples fato de ela estar localizada abaixo das placas
continentais. A primeira lição que um ser mágico aprende é observar essas conexões
no plano tridimensional. Assim, caminhar dentro das matas passa a oportunizar essas
observações àqueles que se sentem aprendizes. A Canibalesca passara seus últimos
anos terrestres caminhando por entre as relvas. Pouco falava com outras pessoas.
Pouco participava da teia de viver. Dedicava-se às comunicações que estava
desenvolvendo com os seres do universo vegetal. Registrava tudo em caderno de
notas que ultimamente andavam despertando a curiosidade das demais bruxas. Era
invejada sim tanto pelas outras quanto pela índia. A xamã ao observá-la lembrava de
si. “Outrora, fora eu a grande manipuladora da roda da vida”, telepatizava; fazendo
purgar da ferida que ela tinha, três dedos abaixo do umbigo, um calor morno e fétido.
Da sexta dimensão da natureza, lugar onde habitam aqueles que os umanus de olho
único chamam de DEUSAS, três delas observavam a Canibalesca. Elas tinham interesse
em ter acesso ao conhecimento que o Universo Verde estava disponibilizando.
Mesmo tendo dominado a telepatia há muito tempo, a índia perdeu brevemente esse
campo de autodomínio. Sentiu um arrepio a descer da coluna vertebral que se
espalhou pelos corpos sensorial e magnético; além o seu corpo de carne vermelha.
Artemis chegava diante do portal sombrio para proclamar para si o direito de evoluir a
Bruxa. Por um segundo, espanto no semblante da índia. Mestra e discípula frente a
frente, após a humilhação de ambas, ocorrida na Batalha dos Penhascos. Artemis
jamais perdoara a xamã pela incompetência no trato dos ferimentos do Centauro-
Guardião. “Escolher como fonte de cura um Nenúfar de Água Doce”, Artemis rosnava
lembrando-se do erro estúpido da curandeira. A índia por sua vez jamais perdoara a
“Deusa” da Vida Selvagem e Guardiã dos Mortos, das Ervas e do Submundo pela
crueldade aplicada na teia da vida, desde então. “Nunca mais estarei à disposição dos
caprichos dela”, concluía a xamã para si.

-Quem diria que a discípula de uma miserável como você, moradora de uma floresta
qualquer, seria um dia capaz de acordar a energia adormecida de uma ARACNIS
inteira- disse Artemis para a índia.

Hipnotizada pelo ódio que sentia por Artemis, a xamã conectou-se ao seu SENSAR.
Milhares de criaturas mágicas se puseram então a bombardear a Deusa com Carbono
Ativado. Isso intoxicaria seus ductos comunicantes. Inerte e feliz com sua vingança, a
curandeira manteve-se em pé ao lado do portal. Em vão! Artemis evocava
propositalmente todas as derrotas que a índia ainda mantinha em arquivo
eletromagnético. Triste duelo orquestrado por um desejo de vingança recíproco. A
Deusa ativava propositalmente o Campo de Pensar da índia, desconectando-a do seu
SENSAR. A dor causada na índia dava prazer a Deusa. Artemis rondando o corpo da
curandeira, se pos a cheirar com desdém, cada milímetro cúbito dos cabelos, ossos e
unhas da mais fiel e antiga aprendiza de magia da floresta:

-Você está fedendo a cidades umanas – riu Artemis, - Seus olhos já começaram a
envidraçar; - disse rindo ao observar o estado miserável que a índia se encontrava e
seguiu:

- Humpf! Engula sua raiva e retire-se daqui. A transublimação da Bruxa agora é


domínio meu; - proclamou Artemis que traçando um símbolo mágico no ar, pos a índia
de joelhos.

A xamã ao ser subjugada conjurou palavras que aceleraram o ataque à energia de


manifestação da Deusa. Assim, Artemis estava com hora marcada para sair de Aracnis.
O ódio era mútuo:

-Continuam a purgar essa ignorância mútua, - proclamou uma terceira presença.

Tanto a índia quanto Artemis suspenderam temporariamente suas rusgas. Ambas


então olharam para a borboleta verde que outrora fora usada pela xamã no auxílio à
bruxa:
“Gaia, - prosseguiu a índia absorta em seus pensamentos: como pude esquecer que ela
passeia de borboleta pelas cinco dimensões do universo manifesto”.

“Você está se esquecendo da sua ancestralidade, menina”, telepatizou Gaia para a


índia. “Está se tornando umana rapidamente”. “Largue a vingança contra Artemis”.

As três grandes derrotadas no Mar de Penhascos frente-à-frente. Gaia e Artemis


sequer trocaram olhares. Terem sido rebaixadas à condição de Deusas para uma orde
de umanus subtipo grego já libertava uma a outra uma carga magnética de tão ácida
aversão que quando isso reverberava na teia, alguma grande guerra umana se
realizava. A índia ao mesmo tempo em que enfrentava Artemis, sua antiga mestra, se
deixava encantar por Gaia, uma novidade para a xamã. Quando a discussão entre as
Deusas começaria reverberar ARACNIS 1, a índia propôs: “Que a Canibalesca seja
treinada por cada uma de nós. Ela terá um ciclo quadridimensional de tempo com
cada. Sendo assim, Artemis inicia o treinamento. Durante o festival de Gaia então a
bruxa passará para o exercício de domínio e treinamento de outra de nós. “Como fui
eu quem a treinei durante muito mais tempo do que um ciclo quadridimensional, eu
me retiro dessa obrigação”. Artemis discordou, mas a bruxa agonizando dentro do
portal foi perdendo suas forças finais.

As trombetas que ecoam o som cósmico começaram a soprar: A bruxa estava sendo
banida. Estava morrendo. Caindo do NADA para o VAZIO. As três presenças de fora do
portal lançaram suas magias para salvar a bruxa: a índia rapidamente conectou suas
mãos ao solo e mobilizou centenas de milhares de cristais dos mais coloridos sais
orgânicos. Aos pés da índia um sem número de seres subterrâneos conectados
enviavam mensagens químicas. Artemis lançou sua flecha para dentro do portal e Gaia
arremessou sua rede. As desavenças entre elas não poderiam ser o foco. A flecha da
Deusa Guerreira foi o primeiro objeto mágico a acertar a bruxa que caiu no chão da
floresta, no exato instante em que o portal sombrio se desintegrava. Desmaiar um ser,
quando ele ainda estivesse em teste de domínio de telepatia era uma falta gravíssima
passível de banimento ou inversão. Mas Artemis enfrentaria isso depois. A Sacerdotisa
das Árvores estava ao chão, desmaiada. O silencio entre a índia e as Deusas, fez da
agonia um ar respirável para a floresta inteira. Gaia e a Xamã se retiraram do local. O
treinamento da aprendiza tinha começado. Artemis aproximou-se do corpo inerte da
aprendiza. Observou os danos causados pela testagem inédita ao qual essa criatura se
colocara a aproximadamente três meses tridimensionais. O campo de SABER da bruxa
estava completamente destruído. Isso deixava Artemis em alerta. A sabedoria
adquirida, quando bruxa, estaria indisponível para a criatura transmutada; até que o
campo de SENSAR da Sacerdotisa fosse restabelecido. ]

Quando um ser mágico é desacordado, ainda dentro de um portal sombrio, a perda de


memória recente é fato. Por isso, Artemis não se ocupava em restaurar agora esse
campo quântico. Ao cair, a Sacerdotisa abrira uma ferida na testa que sangrava. O
líquido vermelho escorria pelas bochechas. Ela parecia uma estátua de Madona que
chorava sangue. No seu corpo de carne, graves ferimentos: A testa e parte do queixo
sofreram escoriações, mas Artemis não possuía domínio na arte de curar estruturas
orgânicas cujos líquidos circulantes internamente fossem vermelhos ou verdes ou
azulados. A Deusa mais uma vez transgrediu as normas estabelecidas. O tempo ainda
contava a favor da morte da bruxa. Depois de avaliar a profundidade dos danos no
domínio de telepatia e nos campos de sabedoria ancestral, a Deusa decidiu acordar a
Sacerdotisa das Árvores. Artemis tinha muito a fazer.

Ao acordar, a Sacerdotisa enxergava freqüências de ondas de todos os comprimentos.


Cores indescritíveis. Ondas fluídicas de um cristal tão puro e brilhoso. Ela enxergava
em Auroras Boreais de todos os matizes. O som do silêncio trombetou tão intenso em
seus ouvidos, que suas membranas timpânicas colapsaram. Ao passar a mão em uma
das orelhas, ela sentiu o sangue que escorria de dentro de um dos seus ouvidos. O
sangue estava estranho. Sentia-se zonza. Sua pele, ela tinha a impressão de ser capaz
de sentir até a mais simplória molécula de oxigênio. De simplória não tinha nada: As
moléculas de oxigênio são muitos fofoqueiras. A Sacerdotisa podia ouvir a
comunicação do hiperssom. Tentou contar-se. Respirou fundo e evocou seu campo de
pensar. Em vão! Ela conectava duas informações lineares, mas quando a terceira iria se
unir, em reta, uma rede de outras formas e conteúdos se tecia na sua cabeça. Ela
desmaiou. Isso tudo doía com uma agudeza insana. Acordou pensando na loucura do
sonho que acabara de ter. Mas, a entrada brusca de luz solar pelos seus olhos
sobrecarregou intensamente seus circuitos cerebrais e ela desmaiou. Artemis a
observava, sem ser vista pela aprendiza.

A Sacerdotal, em regime de urgência reuniu-se para definir o destino de Artemis. A


gravidade das infrações cometidas contra às regras da Teia do Ser catapultavam
Artemis para a ordem das clandestinas; sequer dando a ela a possibilidade de defesa,
diante do conselho das Donzelas do Espaço. Mas, antes de conectarem com as
Donzelas, a Sacerdotal precisava deliberar sobre os últimos episódios. Artemis
primeiro fora rebaixada à condição de Deusa umana, agora a penalidade cabível era o
banimento para a Ordem das Clandestinas.

Até que as formas existissem novamente em arquivos de memórias disponíveis para


acesso e formação de imagens no seu córtex cerebral, a Sacerdotisa não enxergaria
com definição a luz condensada ou como os umanus chamavam a matéria sólida. O
sistema sensorial de qualquer ser mágico capta a energia e adapta a velocidade de
manifestação da luz àquilo que consegue o ser ter maturidade de perceber. Então, a
partir da quarta dimensão de vida, na floresta, cada qual tem um olhar único. Por isso,
o NADA passa a ser um campo magnético manifestado por uma teia eletromagnética
de mil olhos: Nenhum olhar se perde, quando se vive a rede de Gaia.

Na medida em que evolui o olhar, as partes holográficas das florestas se tornam


visíveis para os seres mágicos do imaginário umanu como bruxas e índias curandeiras.
As florestas tentam se conectar ao mundo umanu há milênios, mas até então não
havia alguém que fosse capaz de intermediar o diálogo entre eles. Além das bruxas e
índias curandeiras, existem semeadoras e as coletoras; sendo essas quatro então as
principais castas da quarta dimensão das florestas no planeta Terra. As Deusas da
Natureza como Gaia, Artemis e Deméter exercem campo quântico de domínio em
partes específicas dessas teias da vida. Nunca foram Deusas, que isso se esclareça
rápido. Os umanus compreendiam pouco do divino. Os seres humanos perderam a
conexão com essas sinergias de contato e de percepção há mais de 800.00 anos
terrestres tridimensionais, após a Batalha do Mar de Penhascos. Com o passar dos
anos e com o AGORA-ETERNO tendo sido dividido em passado, presente e futuro, para
realocar o excesso de energia não suportada pelo giro de rotação do planeta Terra; e
também em virtude do campo de gravidade terrestre ter sido reajustado para se
manifestar ao quadrado, os seres humanos foram sendo extintos. A percepção visual
foi sendo lentamente linearizada e a escuta poética da natureza ensurdeceu.
Nasceram umanus em suas três linhagens principais: olho único, olhos de espelho e
olhos de cristal. Muitas outras conseqüências do trágico desfecho da batalha do Mar
de Penhascos ainda reverberavam na teia, mantendo toda violência manifesta que
uma vida tridimensional é capaz de trazer ao ser vivo que a ela se mantém
encarcerado. No livro das teias do ser constava uma das regras mais simples sobre essa
etapa onde o ser vivo espontaneamente passava a ansiar pelo alargamento do seu
horizonte de percepção.

“O visível não é outro além de uma das fases da realidade


muiltifásica. Mas isso sem que haja um véu de
aparências que dissimule a realidade.
A realidade tridimensional é o próprio véu”.
Livro das Teias do Ser, p. 11

Ocorrida há 800.000 mil anos atrás, a Batalha de todos os eventos, como ficou
conhecida, gerou, como conseqüência, um excesso de energia da vida drenado para
fora do Planeta Terra. Bobagem acreditar que a extinção das espécies estava
ocorrendo por manifestação umana. Muitos seres vivos tinham decidido não mais
adaptar sua manifestação às condições ambientais isolantes que Desconectus estava
orquestrando na terceira dimensão do Planeta Terra, desde a tal Batalha. A cada dia,
tempo cronológico da terceira dimensão da Terra, quase 1000 espécies diferentes
evacuavam a Terra. Em contrapartida apenas 6 decidiam na Terra se manifestar. A
Deusa Gaia estava perdendo todas as redes de seres vivos que evadiam. Isso
sobrecarregava as demais dimensões de ARACNIS 1. Mas esse episódio da testagem da
Bruxa comunicou à Gaia que outro tempo na terceira dimensão poderia se manifestar.
O Conselho das DONZELAS DO ESPAÇO, Governo Máximo de todas as Teias, já houvera
se reunido outras duas vezes para articular medidas de contenção desse excesso de
energia que estava saindo desequilibradamente da Terra, mas essas investidas ainda
não haviam findado com esse desequilíbrio ecológico. Dessa vez, porém, o Conselho
Máximo fora convocado a partir do que estava acontecendo dentro da teia, ao invés
de reunirem-se por vontade própria. Tudo estava inédito para todos. Na terceira
dimensão, a vida pulsava estranho: Muito doentia e triste. Seres humanos começavam
a se manifestar imerso no oceano de umanus. Discretamente havia ESTRANHEZAS.
A Sacerdotisa das Árvores:

Uma Deusa ou qualquer outro de fora de um holograma-Aracnis somente se manifesta


caso a teia deseje. E o desejo de cada um dos moradores é registrado e enviado por
um dispositivo holográfico situado três dedos acima do coração. Assim, as espécies
biológicas com coração ou outro órgão semelhante emitem sinais eletromagnéticos de
desejos que são contabilizados para que as decisões mais amplas sejam o resultado
das decisões individuais.

A SACERDOTAL de Aracnis 1 estava reunida. Todos aqueles escolhidos dentro de sua


casta primeira para serem sacerdotes, compunham para fora desta, uma casta
superior denominada SACERDOTAL. O que seria um simples teste de domínio de
telepatia, por parte de uma integrante da casta das BRUXAS ineditamente tomara
proporções holográficas: As deusas Artemis e Gaia fizeram-se presentes no portal
Sombrio, durante essa corriqueira transmutação de uma Bruxa para a casta das
SACERDOTISAS DAS ÁRVORES. Isso reverberou com tanta intensidade nos fios que
compunham a teia de Aracnis 1 que a casta sacerdotal teve que se auto-convocar para
uma reunião de urgência. Desde a batalha no Mar de Penhascos, as Deusas não mais
se encontraram. A morte do Centauro-Guardião ainda precisava ser esclarecida, mas
nenhuma das Deusas estava disposta a isso. Uma névoa de ódio e vingança envolvia as
Divindades. Mas o objetivo por hora não era o necessário acerto de contas entre elas.

Xamã: Uma xamã é uma intermediária. É um ser vivo classificado como borderline:
Uma estrutura viva que se manifesta entre os limites dos mundos. Ela acessa o espírito
dos animais que os seres humanos e as Deusas precisam para viver. Uma senhora das
árvores, por sua vez, acessa o espírito das florestas. Os “olhos miúdos”, estágio
evolutivo mais infantil e ancestral do olhar, não enxergam as diferenças dessas duas
castas. Para eles, os dois são a mesma coisa: Uma mentira. Já no momento evolutivo
dos “olhos de vidro”, já há uma sutil percepção por parte dos umanus, mas ainda
oscilam entre “achar” que elas são de realidade inexistente e “sentir” que elas existem.
No mundo comum, Aluci Crêizi olhava a chuva caindo e pensava: ”Difícil definir o
mundo comum, quando a história é alucinógena, com ligações de vida que por ora o
senso comum chama de psicodelia”. Ela pensava em escrever uma história cuja
personagem “real” era uma professora branca que lecionava em uma escola pública de
periferia de uma cidadela capitalista qualquer. Depois, Aluci Crêizi pensou em escrever
uma história cuja personagem “real” era uma ecologista que um dia leu os livros da
Lynn Margulis e da Eva Jablonka e resolveu, dentro de si, mudar o mundo. Aluci Crêizi
também pensou em escrever tendo o mundo comum representado por uma filhinha
branca e mimada de classe média baixa com problemas de autoestima típicos da
adolescência sendo debatidos no divã de uma psicanalista. Mas daí Aluci teve uma
crise de LUZ-ci e entendeu que tudo era reflexo da rejeição que todo ser humano
sente: A tal dor universal que os psicanalistas, alguns, falam: Ser expelido na hora do
parto, a dor de se sentir separado do corpo da mãe. Sei lá se era isso mesmo, mas Luci
resolveu que se era para inventar uma vida real, a dela seria Luci e Crêizy. Mas o que
era uma vida Luci e Crêizy? Nem ela sabia. Na dúvida, achou melhor seguir assim
mesmo. Todo esse blá fez Aluci Crêizi achar outra forma de manifestar sua
negatividade. Nada disso deu certo. Aluci Crêizi tinha uma relação estranha com as
palavras e mais estranha ainda eram as relações da Aluci com as relações de vida. Ela
tem um filho humano, leonino que por vezes se comporta como um filhote de
tartaruga. É uma relação tão autoral entre Aluci e o filho-filhote que a ternura é o
sentimento que mais impera entre os dois. Aluci gosta ainda de um leão marinho
sagitariano que a faz transformar ondas eletromagnéticas, por tanto imateriais, em
ondas mecânicas de som: Do mar, da música, dos contos de temática hídrica e
histórias na beira da Lagoa do Horácio. O leão marinho tem um timbre de voz que por
si só já é doce e aconchegante: Resolve e acalma.

Pensou, pensou em tantos esses e muitos outros cenários para o mundo comum.
Nenhum deles parecia ser o mundo comum da Lu ( só para os íntimos) : Ela era mãe,
mas ela professora. Era mãe, mas era ambientalista. Era escritora, mas aprendiz. Era
filha. Era vizinha, era louca, mas lúcida, era a derrota do pai, era a inveja do irmão.
Tantas eras Alu que ela não soube inventar mais nada. Faltou uma única definição de
si. Então, ela cansou de tentar ser coerente e passou a ser a si própria. Mesmo que isso
não viesse com manual de instruções.

Assim, na história da Sacerdotisa das Árvores, o mundo comum será representado pela
Aluci Crêizy, seu filhote o Luci Dinho e o amor da Aluci, o Aluci Nadu. Teremos ainda
uns amigos da Aluci, mas que também são amigos do Nadu. Como pode? Alguém ser
amigo de alguém e ser duas vezes amigo de dois alguéns diferentes? Mundo comum
muito crêizi, doidinnho.
Existem 3 forças no universo: força, egoísmo e oportunismo: egoísmo, potência
interna que o ser vivo usa para atrair pra si as coisas de seu interesse. Oportunismo:
inteligência intrínseca que move os corpos a se aproximarem daquilo que mais força.

MATURAMA: chileno

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