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TRABALHANDO COM MAPAS: LEITURA CARTOGRÁFICA COM ALUNOS DE

EDUCAÇÃO INFANTIL E PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL

Osmar Rigon1

RESUMO

O presente artigo apresenta as discussões a serem encaminhadas no mini-curso “Trabalhando


com mapas: leitura cartográfica com alunos de educação infantil e primeiras séries do ensino
fundamental”. O debate se articula em torno da apreensão do que venha ser Alfabetização
Cartográfica. A linguagem de mapas e plantas requer, para sua interpretação, o domínio de
conhecimentos específicos. Objetivando instrumentalizar futuras educadoras na leitura e no
trabalho com plantas e mapas, desenvolvendo e aplicando a linguagem gráfica na
organização da apreensão do espaço vivido pelos alunos é que se propôs esse trabalho. A
linguagem gráfica, composta por um sistema de símbolos, compreende a noção de
proporcionalidade (escala), o uso de signos ordenados (legenda, convenções) e técnicas de
projeção, que permite à criança adquirir condições de ler, interpretar e representar
graficamente as realidades ambiental e social. O ensino desses conteúdos e habilidades, na
perspectiva aqui apresentada, requer a construção de um outro olhar metodológico de ensino,
feito pela conjunção de um conjunto de estímulos à percepção, pelos alunos, da diversidade
de olhares existentes na construção de representações e de interpretações do espaço e pelo
desenvolvimento da “percepção do impercebível”, do olhar o detalhe no conjunto,
valorizando o diverso como parte integrante do todo.

Palavras-chave: Ensino de geografia; Alfabetização cartográfica; Ensino fundamental

1. INTRODUÇÃO

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais a Geografia é uma disciplina que


trabalha com imagens e que recorre a diferentes linguagens na busca de informações e
também para expressar suas interpretações, hipóteses e conceitos. Neste sentido a Geografia
exige que se trabalhe com o conceito de cartografia, uma vez que esta se faz apoiada na fusão
de múltiplos tempos e numa linguagem específica.

O presente mini-curso visa, fundamentalmente, instrumentalizar futuras educadoras a


desenvolver e aplicar uma linguagem gráfica, que organize a apreensão do espaço vivido pelo
aluno, e que o habilite a construir conceitos geográficos, indispensáveis ao seu
desenvolvimento cognitivo e psicomotor, no âmbito das relações de orientação, de
localização, bem como de suas representações.
1
Professor de Geografia. Doutor em Geografia - Análise ambiental - pela Universidade Estadual de Maringá.
2. A GEOGRAFIA E A REPRESENTAÇÃO ESPACIAL

A Geografia assim como inúmeros outros saberes tem como objeto de estudo o espaço
circunscrito à superfície terrestre. Todavia, a Geografia busca explicar a organização desse
espaço considerando a relação existente entre a sociedade e a natureza. Para compreender tal
dinâmica o geógrafo lança mão de sua capacidade de observação, descrição, comparação,
interpretação e explicação de fenômenos físicos e humanos que se conjugam (re)construindo
o espaço geográfico.

O aprender geográfico passa pelo desenvolvimento de habilidades e competências que


venham possibilitar que o indivíduo consiga identificar sua posição diante das e nas relações
entre a sociedade e o espaço no qual se encontra inserido, desenvolvendo a percepção de que
suas ações num determinado meio têm implicações para si e para o coletivo do qual é parte
integrante.

O estudo da Geografia requer a utilização de uma linguagem que se materializa através da


descrição, localização, dimensionamento, explicação, interpretação e representação de um
espaço geográfico específico. De maneira que, ao estudar um lugar, um espaço, um território,
uma paisagem, uma região ou uma sociedade local qualquer, se deve necessariamente
estabelecer relações com outros lugares, espaços e territórios para que elementos de
comparação possam ser utilizados e assim identificar semelhanças, diferenças e
transformações, construindo explicações para os fenômenos ali observados. Ao se recortar um
espaço para análise e estudo se impõe a exigência de sua localização e representação espacial,
é nesse processo que se utilizam os conceitos cartográficos.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) entende a Cartografia como “um conhecimento


que vem se desenvolvendo desde a Pré-História até os dias de hoje” e que, a linguagem
cartográfica, sintetiza informações, expressa conhecimentos, estuda situações, entre outras
coisas, sempre envolvendo a idéia de produção do espaço, sua organização e distribuição. São
ainda os Parâmetros Curriculares que certificam a relevância da Cartografia, ao estabelecerem
como um dos objetivos do estudo de Geografia no Ensino Fundamental, a utilização dos
mapas para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos,
sugerindo conteúdos, como a leitura e a compreensão das informações, que são expressas em
linguagem cartográfica. O estudo dessa linguagem, por sua vez, tem cada vez mais reafirmado

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sua importância, desde o início da escolaridade. O estudo da cartografia contribui não apenas
para que os alunos compreendam e utilizem os mapas, mas, também, para que desenvolvam
capacidades relativas à representação do espaço.

De acordo com a definição do Atlas Geográfico Escolar a cartografia atualmente é entendida


como “a representação geométrica plana, simplificada e convencional, do todo ou de parte da
superfície terrestre, apresentada através de mapas, cartas ou plantas” (IBGE,2002, p. 12).

A ferramenta mais utilizada pela cartografia é o mapa.

O mapa é a representação simbólica de um espaço real, que se utiliza de


uma linguagem semiótica complexa: signos, projeção e escala. (...) é um
símbolo que representa o espaço geográfico, de forma bidimensional e
reduzida. A elaboração de um mapa envolve, portanto, o conhecimento do
espaço geográfico e sua codificação que traduz em imagem o significado, o
conteúdo. (PASSINI, 1994, p. 23)

Podemos conceituar o mapa como uma representação da superfície terrestre ou de parte dela,
que conserva matematicamente uma relação de redução do espaço cartografado. Passini
observa que:

O mapa é importante, portanto, na identificação da organização do espaço,


avaliação das alterações na forma de sua ocupação e como instrumento de
expressão dos resultados dos dados compilados.
Insiste-se, pois, sobre a importância de saber ler esse instrumento de
comunicação visual, levando em conta seu conteúdo, para que as decisões,
sobre as ações da sociedade no espaço, não sejam resultado do privilégio
de alguns leitores de mapas.
Ler mapa é codificar os símbolos para entender a sua linguagem e
informar-se. (PASSINI, 1994, p. 24)

O mapa é um instrumento de apelo visual com enorme capacidade de síntese onde se pode
representar qualquer fenômeno, geográfico ou não. Para Almeida (2003, p. 13), “Sobre um
mapa-base, pode-se representar uma série de informações, escolhidas por interesses ou
necessidades das mais diversas ordens: política, econômica, militar, científica, educacional
etc”.

A leitura cartográfica é, portanto, um saber complexo, codificado por símbolos e conceitos


comuns aos adultos, mas que as crianças têm dificuldades de compreendê-los. O trabalho de
alfabetização cartográfica, iniciada ainda na educação infantil e primeiras séries do ensino
fundamental (1ª a 4ª séries), permite que o educando adquira noções fundamentais de
conceitos e procedimentos indispensáveis à interpretação do espaço que o circunda.

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3. A LEITURA CARTOGRÁFICA

A forma mais usual de trabalhar com a linguagem gráfica na escola é por meio de situações
em que os alunos têm de colorir mapas, copiá-los, escrever os nomes de rios ou cidades,
memorizar as informações neles representadas. Mas esse tratamento não garante que eles
construam os conhecimentos necessários, tanto para ler mapas como para representar o espaço
geográfico. Para isso, é preciso partir da idéia de que a linguagem gráfica é um sistema de
símbolos que envolvem proporcionalidade (escala), uso de signos ordenados (legenda,
convenções) e técnicas de projeção. É também uma forma de atender a diversas necessidades,
desde as mais cotidianas, como a de chegar a um lugar que não se conhece, até as mais
específicas como delimitar áreas de plantio e compreender zonas de influência climática.

Embora essas ações pareçam fáceis, para realizá-las é necessária uma série de conhecimentos
que podem ser adquiridos num processo de alfabetização diferente. Nela se aprende os
significados das linhas, cores e formas que envolvem a linguagem cartográfica. A esse
processo denomina-se Alfabetização Cartográfica, por corresponder a um conjunto de
símbolos e códigos que permitem às crianças adquirirem condições de ler, interpretar e
representar graficamente as realidades ambiental e social.

Interpretar cartas geográficas e produzir interpretações do próprio espaço são habilidades que
se formam de maneira gradual e contínua, e que precisa começar o quanto antes na vida
escolar. Na escola, o trabalho com essa linguagem possibilita o desenvolvimento da
capacidade de percepção do espaço de vivência e, através da simbologia, a codificação das
informações que representam a espacialidade dos fenômenos geográficos. Dessa forma, esse
processo torna-se imprescindível para atingir os níveis de abstração necessários à construção
do saber geográfico.

A importância dos mapas na vida social, não se deixa ver apenas pelo ensino escolar, mas
fundamentalmente pelas observações que se fazem presentes nos mais variados usos e
atividades como revistas, jornais, noticiários de televisão, gabinetes de políticos e
empresários, urbanistas, engenheiros, militares, geógrafos entre outros, servindo também para
orientar pessoas em suas viagens.

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O local, entretanto, onde o seu uso deve se fazer indispensável é a sala de aula do ensino
fundamental, por ser nesse momento da vida da criança que devem ser iniciados os processos
de apreensão dos conhecimentos e da aquisição de habilidades para lidar, entender e
representar a realidade. A construção do conceito de espaço geográfico se faz por uma
apreensão gradualmente construída, através do envolvimento de aspectos cognitivo e
psicomotor, que lhes permitirão fazer a passagem do concreto para o abstrato e do simples
para o complexo  começando pela representação de pequenas áreas tais como o quarto de
dormir, a sala de aula, a escola, a rua, o bairro – para chegar à representação de grandes áreas,
como a cidade, o estado, o país e o planeta.

A inclusão do ensino desse conjunto de conteúdos e habilidades, também requer a construção


de um outro olhar metodológico. Adotar práticas que permitam a percepção da diversidade do
olhar na construção de representações e de interpretações. É possível que o observador seja
aquele que observa e constrói, intuindo que numa representação espacial, por exemplo,
podem conter intenções políticas e culturais. O imprescindível é levar as crianças a
“perceberem o impercebível”, olhar o detalhe no conjunto, valorizando o diverso como parte
integrante do todo. Estimular a percepção do espaço e do tempo como uma representação
múltipla, ou seja, feita a partir de um discurso e de interpretações. Nesta dinâmica é
importante o confronto da perspectiva do aluno (indivíduo) com a perspectiva de outros
olhares (coletivo), desenvolvendo a noção de que ele não apenas observa, mas também
constrói uma representação para o seu espaço a partir de seu olhar, da mesma maneira que os
outros o faz. Neste sentido, é importante que a escola crie oportunidades para que os alunos
construam conhecimentos sobre essa linguagem em dois sentidos: como pessoas que
representam e codificam o espaço e como leitores das informações expressas por ela.

É importante enfatizar que o trabalho de alfabetização cartográfica deve não somente


considerar, mas partir do interesse que as próprias crianças têm pelas imagens através de
desenhos, figuras, fotografias, maquetes, mapas, jogos entre outros. Entretanto, é fundamental
que os alunos encontrem significados nesses recursos para se sentirem estimulados na busca
das informações contidas nas imagens.

Almeida (2004) afirma que as crianças inicialmente são capazes apenas de estabelecer
relações espaciais com aquilo que lhes é próximo, sendo que os seus referenciais mais
utilizados são: dentro e fora, frente e atrás, perto e longe. Elas não são ainda capazes de
considerar medidas, distâncias e ângulos. Segunda a autora, será a partir dos seis ou sete anos

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que a maioria das crianças começa a desenvolver a percepção espacial cujo processo se dá na
seguinte ordem: a relação de vizinhança, percebendo os objetos no mesmo plano, por
exemplo, a boneca sobre a cama, a TV na frente do sofá, a sala ao lado da cozinha e ou do
quarto, sua casa ao lado da casa vizinha. Quando ele compreende a noção de vizinhança,
percebe também que os objetos vizinhos, embora num mesmo plano, estão separados. A
noção da separação aumenta com a idade e o desenvolvimento de sua capacidade de
compreensão espacial. Ela começa a perceber que a porta e a janela de um cômodo da casa
podem estar na mesma parede, mas estão separadas por um pedaço dessa parede. Isso traz a
relação de ordenamento, de sucessão, onde objetos ocupam posição anterior, intermediário ou
posterior em relação uns aos outros. Ao conseguir perceber cada um desses elementos e sua
inter-relação, se constrói a relação de envolvimento perceptível em várias dimensões. A
seqüência de cidades às margens de uma rodovia serve como exemplo de relação de
envolvimento: para se deslocar de Maringá até Apucarana através da rodovia BR-376,
obrigatoriamente vai se passar por Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul e Cambira.
Todas as cidades relacionadas caracterizam uma seqüência da rodovia que se completam
formando a relação de envolvimento.

O domínio dessas habilidades será a base para a compreensão do espaço geográfico que
permitirá desenvolver o conceito de limite territorial entre municípios, estados, regiões,
diferenciar o espaço urbano do espaço rural entre outras.

4. ORIENTAÇÃO E REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

O domínio cartográfico pressupõe conhecer os referenciais geográficos de localização que


foram construídos ao longo do tempo. É de fundamental importância que o professor ao
trabalhar os conceitos cartográficos conheça referenciais como o movimento aparente do Sol,
da Lua, de constelações como o Cruzeiro do Sul e a estrela Polar (constelação Ursa Menor).
Que saiba como funciona, mesmo que superficialmente, uma bússola, tenha domínio sobre os
pontos de orientação (cardeais, colaterais e subcolaterais) e das coordenadas geográficas.

Considerando a forma esférica da Terra, o globo terrestre é o que melhor representa sua
superfície, já que ele consegue reproduzir os traços do planeta com maior fidelidade.
Entretanto, o globo não permite a visualização simultânea de toda sua superfície. Outro
inconveniente é o seu tamanho reduzido, representando em escala pequena, os aspectos

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naturais e artificiais do planeta, caracterizando-se mais como um objeto com finalidade
cultural e ilustrativa.

Diante de tais limitações a cartografia se desenvolveu brilhantemente através da representação


bidimensional obtida com a planificação da Terra (mapas, cartas, plantas), mais prático que os
globos, além de permitirem a representação total ou parcial da superfície terrestre. A grande
dificuldade dessa técnica reside justamente na esfericidade do planeta (na realidade um
geóide, ou seja, um sólido semelhante à esfera, mas levemente achatado nos pólos), o que
torna impossível sua planificação sem deformações.

Como os mapas são representações espaciais da superfície total ou parcial da Terra, faz-se
necessário a utilização de um conjunto de elementos cartográficos, tais como símbolos ou
convenções, projeções e escala. A utilização de símbolos ou convenções tem por finalidade
permitir a leitura e/ou a interpretação das informações contidas no mapa. Os símbolos são
escolhidos de forma a conter em si certo grau de compreensão e intuição de seu significado,
visando proporcionar que qualquer pessoa em qualquer parte do mundo consiga interpretá-lo
apenas observando a legenda do mapa. A figura a seguir exemplifica alguns dos símbolos e
convenções comumente utilizados pela cartografia.

Exemplos de legenda

Fonte: IBGE – Atlas Geográfico Escolar Multimídia (2002, p. 33)

Quanto às projeções cartográficas, sua necessidade decorre do clássico problema que é a


representação de uma superfície curva, a esfera terrestre, num plano. As projeções consistem
em uma rede de meridianos e paralelos, sobre os quais são desenhados os mapas e são
denominados de sistema de projeções. Ao se confeccionar uma planta, carta ou mapa, antes de
tudo, se deve estabelecer o método que será empregado de acordo com a localização da área
cartografada e o objetivo da representação. Diversos métodos podem ser utilizados para sua
execução. Não existe nenhuma solução perfeita para o problema, e isto pode ser rapidamente
compreendido a partir do exemplo a seguir: compare uma laranja a Terra, tire sua casca e
tente cobrir com ela uma superfície plana equivalente sobre uma mesa. Para cobrir toda a
superfície da mesa (equivalente a área da laranja) a casca sofrerá grande deformação. Embora

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o exemplo seja uma simplificação grosseira do problema das projeções cartográficas, ela
expressa claramente a impossibilidade de uma projeção livre de deformações. Por que então
usar os mapas? Existem algumas razões que justificam esta opção, e as mais convincentes
são: o mapa é plano, além de ser mais fácil de ser produzido e manuseado.

Diferentes técnicas de representação podem ser escolhidas e aplicadas de maneira que a carta
venha a possuir propriedades que satisfaçam as finalidades impostas pela sua utilização, as
mais usuais são: a projeção azimutal, polar ou plana, que consiste numa projeção obtida
sobre um plano tangente a um ponto qualquer da superfície terrestre, onde o ponto de
tangência ocupa sempre o centro da projeção. É um tipo de projeção bastante utilizada na
representação das regiões polares. Já na projeção cônica a superfície cartografada é
representada sobre um cone imaginário que está em contato com a esfera em determinado
paralelo entre os trópicos e os círculos polares e é normalmente utilizada na representação de
regiões de latitude médias. Uma outra forma de projeção é a cilíndrica, idealizada por
Gerardus Mercator, geógrafo e cartógrafo flamengo do século XVI, e consiste em projetar a
superfície terrestre sobre um cilindro com paralelos e meridianos retos que se cortam em
ângulos retos. Essa projeção representa bem as áreas de baixas latitudes e tem sido a base
para os mapas-múndi.

Projeções: azimutal polar cônica cilíndrica.

Fonte: IBGE – Atlas Geográfico Escolar Multimídia (2002) – adaptado por RIGON, O.

Como uma produção cartográfica nada mais é que uma representação convencional ou
digital de uma superfície, a mesma corresponde a uma imagem reduzida de uma área real.
Assim, somos obrigados a utilizar um terceiro elemento, a escala cartográfica, uma vez que é
ela quem determina a relação matemática entre o mapa e a área real cartografada. Sua função
é, portanto, a de informar a quantidade de vezes que um determinado espaço foi reduzido em
relação ao mapa.

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A escala pode ser representada de forma numérica e gráfica. A escala numérica indica a
relação entre os comprimentos de uma linha na carta e o correspondente comprimento no
terreno, em forma de fração ou razão.

Onde:

E = escala
N = denominador da escala
d = distância medida na carta
D = distância real medida no terreno

As escalas apresentam como numerador a unidade e como denominador um múltiplo de 10,


representando o valor da redução.

De acordo com o exemplo acima, 1cm na carta corresponde a 25.000cm ou 250m no terreno.
A escala gráfica consiste numa representação onde as distâncias no terreno são informadas
sobre uma linha reta graduada. Esse tipo de escala permite realizar as transformações de
dimensões gráficas em dimensões reais sem efetuarmos cálculos. Para sua construção,
entretanto, torna-se necessário o emprego da escala numérica. Observe nas escalas abaixo
que quanto menor a escala maior será a área representada.

Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html, acessado em 8/10/2007.

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Assim, uma escala será tanto maior, quanto menor for o seu denominador, pois menor será o
fator de redução, havendo assim, uma maior riqueza de detalhes na representação. Observe,
agora, o que significa, na prática, a utilização de escalas diferentes na construção de um
mapa, atentando para o fato de que a definição do emprego de uma ou outra escala irá
depender das intenções do que se pretende representar.

Uma mesma localidade representada em várias escalas

Fonte: IBGE - Atlas Geográfico Escolar Multimídia, 2002, p. 29

Os mapas acima representam um mesmo local – a cidade de Cornélio Procópio-PR – em


diferentes escalas. O primeiro mapa (a) é uma projeção em grande escala 1:50.000, e
apresenta grande quantidade de detalhes, sendo possível visualizar até o arruamento urbano.
Na seqüência a escala vai diminuindo, chegando até o mapa (d) construído na escala de
1:1.000.000, onde a cidade é representada apenas como um ponto que a localiza, não sendo
permitido nessa grandeza escalar a observação de particularidades, todavia, é possível
identificar os municípios vizinhos a Cornélio Procópio.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conhecimento cartográfico é essencial no ensino de Geografia, não apenas para que o aluno
se localize espacialmente, mas também para que possa usá-lo como ferramenta no estudo
desse espaço, facilitando o entendimento dos fenômenos físicos, humanos, sociais, políticos e
econômicos em escala local, regional, nacional e planetária. É com essa intenção que a
Alfabetização Cartográfica deve ser inserida desde muito cedo na vida escolar das crianças,
possibilitando a aquisição de noções fundamentais que lhes possibilitarão ler, interpretar e
representar graficamente as realidades ambiental e social.

Contudo, a discussão sobre a Alfabetização Cartográfica, aqui introduzida, não teve a


pretensão de esgotar o tema, muito pelo contrário. O que se buscou foi introduzir conceitos
fundamentais para a compreensão da representação cartográfica. O aprendizado da cartografia
pode ser iniciado na educação infantil e se estender até o ensino médio. Desta maneira, é
importante que os conceitos sejam introduzidos com atividades adequadas a cada idade.
Assim, valendo-se de brincadeiras e jogos infantis, pode-se propor a construção de maquetes e
desenho de mapas, de trajetos e roteiros. Representar a sala de aula, o prédio da escola, o
quarteirão, a cidade e o estado pode ser uma brincadeira divertida, contudo, a cada etapa é
preciso ensinar os conceitos cartográficos envolvidos.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Rosângela Doin de; PASSINI, Elza Yassuco. O espaço geográfico: ensino e
representação. 13ª edição. São Paulo : Contexto, 2004 (Repensando o Ensino)
ALMEIDA, Rosângela Doin de. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. 2ª
edição. São Paulo : Contexto, 2003.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
Boletim de Geografia / Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Geografia. Vol.
1 n. 1 (1983). Maringá :UEM/Departamento de Geografia, 1983.
IBGE. Atlas Geográfico Escolar – Multimídia, 2002.
PASSINI, Elza Yassuco. Alfabetização cartográfica e o livro didático: uma análise crítica.
Belo Horizonte, MG: Ed. Lê, 1994.
Universidade Livre do Meio Ambiente. História e geografia do Paraná: textos e
metodologias de mapas e maquetes / Universidade Livre do Meio ambiente. Curitiba, 2002.
SITES
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html
(acesso em 08/10/2007)

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