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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE - Lei nº
8.069/90
Instituição credenciada
pelo MEC Portaria 716/13

ISCP - PMDF
Instituto Superior de
Ciências Policiais
Centro de Altos Estudos
e Aperfeiçoamento -
CAEAp

Setor de Áreas Isoladas


Sudeste (SAISO)
AE 4 Setor Policial Sul,
Brasília-DF.

Todos os direitos desta edição reservados ao ISCP


Virtual. É proibida a duplicação ou reprodução deste
volume ou parte do mesmo, sob qualquer meio, sem
autorização expressa do ISCP Virtual - PMDF.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecário Carlos Anderson Vieira – CRB 1/1636

Reitora
Cel. QOPM Priscila Reiderer Rocha

Chefe da Divisão de Ensino e Coordenador de Cursos


Maj. QOPM Luiz Gustavo Danzmann

Design e Diagramação
Servidor Civil Pablo Marques

Revisão
Profª Me. Tatyana Nunes Lemos
ST. Israel Serafim de
Carvalho

NOVEMBRO/2017
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 8

UNIDADE I - Visão Geral ........................................................................................................... 9


AULA 1 - Aspectos Gerais sobre o ECA .............................................................................................. 9
1.1 O Estatuto da Criança e do Adolescente ...........................................................................................9
1.2 Breves Considerações .....................................................................................................................11
1.3 Âmbito Internacional ......................................................................................................................11
1.4 No Âmbito Nacional ........................................................................................................................13
AULA 2 - Princípios Constitucionais e Legais .................................................................................... 13
2.1 Princípios .........................................................................................................................................13
2.2 Quem é criança e quem é adolescente para o ECA? ......................................................................16
AULA 3 - Responsabilidades Civil, Penal, Administrativa e o ECA ..................................................... 16
3.1 Esfera Administrativa ......................................................................................................................17
3.2 Esfera Penal .....................................................................................................................................17
3.3 Esfera Cível ......................................................................................................................................17
AULA 4 - Trabalho Infanto-juvenil ................................................................................................... 18
4.1 Leis Trabalhistas e Trabalho Não Permitido....................................................................................19
4.2 O Trabalho do Adolescente no ECA ................................................................................................19

UNIDADE II - Crimes e Infrações Administrativas .................................................................... 23


AULA 5 - Crimes Praticados Contra Criança e Adolescente. .............................................................. 23
5.1 Crimes do ECA .................................................................................................................................24
5.2 Crimes em Espécie do ECA ..............................................................................................................25
5.3 Infrações Administrativas do ECA ...................................................................................................27
AULA 6 - Atos Infracionais .............................................................................................................. 28
6.1 Atos Infracionais..............................................................................................................................28
6.2 Medidas Socioeducativas ................................................................................................................30
6.3 Remissão .........................................................................................................................................31
AULA 7 - Da Polícia Militar, da Autoridade Policial, da Justiça, do Ministério Público e da Defensoria
Pública ...................................................................................................................................................... 32
7.1 Conselho Tutelar .............................................................................................................................32
7.2 Delegacias Especializadas................................................................................................................33
7.3 Ministério Público ...........................................................................................................................33
7.4 Justiça da Infância ...........................................................................................................................34
7.5 Defensorias Públicas .......................................................................................................................34
AULA 8 - Da Abordagem: Revista Pessoal em Criança e Adolescente em Ambiente Escolar............... 34
8.1 As Limitações da Abordagem Policial em Ambiente Escolar ..........................................................35
8.1.1 A doutrina classifica a revista pessoal em 4 grupos:....................................................................36
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 40
UNIDADE I
Visão Geral
INTRODUÇÃO

Caro aluno!

Seja bem-vindo à Unidade I da disciplina Estatuto da Criança e do


Adolescente – Lei nº 8.069/90, do Curso de Especialização em Policiamento
Ostensivo Escolar – CEPOE/2017.

Bons estudos!

Objetivo da Unidade

Ao final do estudo desta Unidade você será capaz de:

 Conhecer e identificar a correlação das normas internacionais, a


Constituição Federal e o ECA;
 Conhecer e interpretar as normas sobre criança e adolescente a partir
dos princípios constitucionais e legais;
 Conhecer a responsabilidade tridimensional que envolve o ECA;
 Conhecer e identificar a licitude e a ilicitude das práticas trabalhistas
envolvendo crianças e adolescentes.
UNIDADE I - Visão Geral

AULA 1 - Aspectos Gerais sobre o ECA

Objetivos da Aula

Nesta aula você será capaz de identificar aspectos gerais sobre o ECA e
sua relação com a constituição e as demais normas âmbito interno, e sua origem no
contexto internacional.

1.1 O Estatuto da Criança e do Adolescente

Atualmente, a Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990, é a Lei Nacional


que trata sobre os direitos da criança e do adolescente em todo território nacional,
revogando, assim, o antigo Código de Menores – Lei Nº 6.697/79.

Se traçarmos um paralelo comparativo entre o revogado Código de


Menores e o ECA, poderemos assim sintetizar:

 Código de menores: foi produto do autoritarismo patriarcal apresentando


soluções paliativas, cujo objetivo era “tirar de cirlação” aquilo que atrapalhava
a ordem social, ou seja, todos os envolvidos no cenário de “situação
irregular”. Para esse diploma legal, os menores não eram considerados
sujeitos de direito e sim mero objeto do processo ou de medidas judiciais. Por
fim, a declaração de irregular poderia derivar da conduta pessoal do menor,
de fatos ocorridos na família ou da sociedade. Era o Código Penal do menor.

 ECA: sujeito de direitos e garantias na condição peculiar de pessoas em


desenvolvimento, com proteção integral de todos os agentes (família,
sociedade, Estado – Federal, Estadual/DF e Municípios – de forma conjunta e
solidaria). Estabelece políticas sociais, assistências e de proteção especial.
Garantia de desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em
condições de liberdade e de dignidade.
Nunca fale ou escreva “fulano é DE MENOR”. O correto é falar ou
escrever “MENOR DE” idade ou “MENOR QUE”.

A promulgação da Constituição Cidadã marcou uma nova fase para a


democracia e, consequentemente, para todo sistema jurídico que culminou com a
criação do ECA no ano de 1990.

O ECA mantêm relação de predominância sobre as demais leis que com ela
colidirem (antinomia de leis), mas também harmoniza-se quando o complementa, a
exemplo do Direito Civil, Processo Civil, do Direito Penal, Administrativo, do Estatuto
da Juventude, além de criar procedimentos próprios. É lei de múltiplas aplicações.

O ECA, recentemente, passou por novas alterações como a “lei da palmada”,


a infiltração de agentes policiais para a investigação de crimes contra a dignidade
sexual da criança e do adolescente. A omissão da família, da sociedade e do Estado
somatiza problemas. O caráter do ECA é muito mais social e pedagógico do que
jurídico.

Acesse o site da Presidência da República em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069Compilado.htm
1.2 Breves Considerações

As crianças e adolescentes brasileiros são protegidos por um sistema de


normas no âmbito nacional e internacional com o fim de assegura-los à sua proteção
integral e específica, tendo em vista suas limitações à vida em sociedade.
Este curso não tem o escopo de tangenciar todas as informações voltadas ao
seu objeto jurídico, mas tão somente subsidiar esse objeto no que se refere aos
objetivos propostos para a melhor aplicação da norma pelos agentes de segurança
pública em sua atividade policial.

1.3 Âmbito Internacional

Os órgãos internacionais, verificando esse caráter de limitação às questões


da vida em sociedade, no decorrer dos anos, evoluíram com uma gama de tratados,
pactos, diretrizes que visam resguardar e garantir os direitos inerentes às crianças e
aos adolescentes.
Tais tratados visam também dar máxima atenção aos atos infracionais
praticados pelas crianças e adolescentes, tecendo regras mínimas de aplicação em
tais casos.
Cabe, portanto, dar conhecimento a todos aqueles que atuam direta ou
indiretamente cumprindo e fazendo cumprir as leis vigentes a existência e
singularidade do conjunto de normas internacionais que o Brasil assinou e ratificou
como normas supralegais ou, dependendo do rito de aprovação, equiparadas às
emedas a constituição.
Para tanto, segue abaixo algumas normas bastante conhecidas e que
devem ser observadas:
1.3.1 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

 A Declaração Universal dos Direitos Humanos;


 A Declaração Universal dos Direitos da Criança e suas respectivas
Convenções;
 A Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes e suas respectivas
Convenções;
 O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos;
 As Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça e da
Juventude – Regras de Beijing;
 As Regras Mínimas das Nações Unidas para Proteção dos Jovens Privados
de Liberdade;
 A Declaração do Panamá;
 Convenção de Haia sobre Adoção Internacional (1993) e Sequestro
Internacional de Crianças (1980);
 E outras.

1.3.2 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS

 A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da


Costa Rica): ratificada pelo Brasil em 06 de novembro de 1992.
 Carta da Organização dos Estados Americanos: assinado em Bogotá,
Colômbia, em 30 de abril de 1948.

1.3.3 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

 As Convenções OIT Nº 138 e 182 com suas recomendações e decretos.

1.3.4 ORGANIZÇÃO MUDIAL DO TURISMO

 Código Mundial de Ética do Turismo.


1.4 No Âmbito Nacional

O primeiro arcabouço legal brasileiro é a própria Constituição Federal de


1988, em seus artigos 227 e 228, que determina a “prioridade absoluta” na proteção
da infância e na garantia de seus direitos, não só pelo Estado, mas também pela
família e pela sociedade.
Para que os preceitos constitucionais sejam efetivados o instrumento
utilizado é a lei e, no caso da infância, a lei mais importante é o Estatuto da Criança
e do Adolescente – Lei nº 8.069/90, considerado um marco na proteção da infância
e tem como base a doutrina de proteção integral, reforçando a ideia de “prioridade
absoluta” contida na Constituição.
No ECA estão previstas as questões sobre os direitos fundamentais da
criança e do adolescente; as sanções e procedimentos quando há cometimento de
ato infracional; os órgãos do Estado envolvidos na proteção e assistência; os crimes
e os demais atos que violam direitos e garantias da criança e do adolescente, por
exemplo.

AULA 2 - Princípios Constitucionais e Legais

Objetivos da Aula

Nesta aula você será capaz de compreender a importância dos princípios na


interpretação e aplicação do ECA em suas diversas peculiaridades.

2.1 Princípios

O Estatuto da Criança e do Adolescente é formado por um conjunto de


regras/normas e princípios que integram um campo específico desse sistema
jurídico de proteção e garantia.
Norma/Regra (abstrata) e Princípios (mandamentos de otimização, é a base
jurídica das regas; são valores capazes de afastar ou não a incidência de outras
normas que tratem sobre o mesmo assunto ou objeto jurídico).

O princípio é mandamento valorativo que apoia e sustenta todo o


ordenamento jurídico. A afronta ao princípio é mais grave do que a violação a regra,
haja vista, que a violação a um princípio consiste na ofensa de todo ordenamento
jurídico.

 Princípio da Dignidade Humana – é um princípio que perpassa por todo


ordenamento jurídico, portanto também é amplamente utilizado no ECA.
 Princípio da Prioridade Absoluta - Tem previsão no art. 227 da CF/88, bem
como nos artigos 4º e 100, parágrafo único, inciso II do ECA. Cumpre
destacar o caráter meramente exemplificativo do parágrafo único do artigo 4º,
pois a sua interpretação deverá ser extensiva.
 Princípio da Proteção Integral - Tem previsão no artigo 227 da CF/88, que
estabelece como dever da família, da sociedade e do Estado (nas três
esferas de governo) assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
 Princípio do Contraditório – Tem previsão no artigo 5º, inciso LV da CF/88 e
nos artigos 171 a 190, estabelecendo a garantia aos adolescentes infratores
ampla defesa e igualdade de tratamento no processo de apuração de ato
infracional. É direito indisponível do indivíduo.
 Princípio do Melhor Interesse ou da Prevalência dos Interesses – Tem
previsão no art. 6º do ECA. Sua origem vêm do instituto do direito anglo-
saxônico do Parens Patrie, no qual o Estado assumia a responsabilidade
pelos indivíduos considerados juridicamente limitados, quais sejam os loucos
e os menores. Esse princípio foi consolidado na Declaração dos Direitos da
Criança. O STJ tem contemplado esse princípio a exemplo do REsp
9648836/BA – 3ª Turma/2009. Para que haja a aplicação do melhor interesse
é imprescindível que o direito deles goze de proteção constitucional ainda
que colidam com o direito dos próprios familiares.
 Princípio da Brevidade e Excepcionalidade – Tem previsão no art. 121 do
ECA. O primeiro diz respeito à internação, observando o prazo máximo de
três anos. O segundo consiste no fato de que a medida de internação sé será
aplicada subsidiariamente, quando não houver cabimento de outra medida
socioeducativa.
 Princípio da Sigilosidade – tem previsão no art. 143 do ECA. Garante a
privacidade dos registros referentes aos jovens infratores, carecendo
portando de autorização da autoridade competente para acessá-los.
 Princípio da Gratuidade – Tem previsão no art. 141 do ECA. Segundo o
STJ, tal princípio visa beneficiar apenas crianças e adolescentes na
qualidade de autor ou requerido, não se estendendo aos demais sujeitos
processuais envolvidos.
 Princípio da Convivência Familiar – Tem previsão no art. 226 e 227 da
CF/88 e no art. 19 do ECA. A família é a base fundamental para a formação
de indivíduos, mesmo que essa convivência se dê em família substituta por
meio dos institutos da guarda, tutela ou adoção.
 Princípio da Municipalização – Tem previsão nos artigos 203, 204, inciso I e
227, § 7º da CF/88 e nos artigo 88 e 100, parágrafo único, inciso III do ECA.
A sua finalidade é o de melhor atender as necessidades das crianças e
adolescentes, uma vez que cada região apresenta características
específicas. Importa a responsabilidade solidária das três esferas do governo
(federal, estadual/DF e Municipal).
 Princípio da Cooperação – é dever de todos (Estado, Família e Sociedade).
 Princípio da Condição Peculiar – tem previsão no artigo 6, estabelece o
mister da lei quanto aos fins sociais a que ela se destina, considerando a
idade, o grau de desenvolvimento físico ou mental e à sua capacidade de
autonomia e discernimento no exercício de seus direitos.
 Princípio da Indisponibilidade dos Direitos do infante – Tem previsão no
artigo 27, que reconhece o estado de filiação como direito personalíssimo,
indisponível e imprescritível, observado o segredo de justiça.
 Princípio da Reeducação e Reintegração do infante – tem previsão no
artigo 119, incisos I a IV, que estabelece a necessidade da reeducação e
reintegração do adolescente infrator, através das medidas socioeducativas e
medidas de proteção, promovendo socialmente a sua família, fornecendo-
lhes orientação e inserindo-os em programa oficial ou comunitário de auxílio
e assistência, bem como supervisionando a frequência e o aproveitamento
escolar.
 Princípio da Prevenção Geral e Especial – Tem previsão nos artigos 54,
incisos I e VII, 70 e 74, estabelecendo o dever de todos na prevenção de
qualquer ocorrência de ameaça ou violação desses direitos, especialmente,
por meio dos órgãos competentes, que regulará as diversões e espetáculos
públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias, locais e os
horários de sua apresentação.
Todos os direitos e garantias contidos na Constituição Federal, além de
outros que vierem a existir sobre crianças e adolescentes devem, na sua
aplicação e interpretação, observar os princípios supramencionados.

2.2 Quem é criança e quem é adolescente para o ECA?

Para o ECA, a delimitação de criança e adolescente é biológica evolutiva,


em decorrência da idade. O artigo 2º considera criança a pessoa até 12 anos
incompletos; e adolescente a pessoa de 12 aos 18 anos incompletos. Podendo esta
Lei ser aplicada, excepcionalmente, às pessoas entre 18 e 21 anos incompletos.
O referido dispositivo conceitua, de forma objetiva, quem é considerado
criança e quem é considerado adolescente para fins de aplicação do ECA. Outras
ciências podem adotar outros critérios, a exemplo das normas internacionais que
utiliza o termo criança para as pessoas menores de 18 anos.
É pertinente salientar que a alteração da maioridade penal só poderá ocorrer
mediante Emenda Constitucional.

AULA 3 - Responsabilidades Civil, Penal, Administrativa e o ECA

Objetivos da aula

Nesta aula você será capaz de compreender as repercussões nas esferas


cível, penal e administrativa envolvendo o ECA.
3.1 Esfera Administrativa

O ato ilícito pode gerar repercussões penais, cíveis e administrativas. Como


são independentes, pode haver ou não condenação nas três esferas,
individualmente o concomitantemente.
Na esfera administrativa a responsabilidade é a mesma daquele que
legalmente alcançou a maioridade.

3.2 Esfera Penal

O infante que comete ilícito penal, segundo o ECA não pode ser preso, não
se sujeita a lei penal, não se sujeita a lei de execução penal. Este menor pratica ato
infracional análogo ao crime ou a contravenção penal, cumprindo medida
socioeducativa (só o adolescente) e/ou medidas de proteção (a criança e o
adolescente).

3.3 Esfera Cível

Já na esfera cível paira um questionamento sobre o adolescente que nos


termos da lei civil venha antecipar a maioridade pelo advento da emancipação
(artigo 5º, parágrafo único do Código Civil). Atualmente só é permitida a prisão por
inadimplemento voluntário e inescusável de pensão alimentícia (novo entendimento
do STF conforme Pacto de São José da Costa Rica, afastando a prisão civil por
dívida).
Nesse particular, há entendimento doutrinário que faz separação sobre os
tipos de emancipação. Se a emancipação for voluntária ou judicial a
responsabilidade dos pais não fica afastada, segundo o STF. Entretanto, se a
emancipação for legal, o adolescente estará sujeito à prisão civil pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de pensão alimentícia.
A prisão civil é meio coercitivo de pagamento. Para que haja convergência
entre a CF/88, o Código Civil e o ECA, não é razoável colocar um adolescente junto
com outros presos em estabelecimento prisional, assim, o mais adequado será a
aplicação da medida socioeducativa de internação em estabelecimento educacional.
A doutrina cita alguns requisitos para que a decretação da prisão civil: o
alimentando deve ser menor não emancipado; o emancipado deve ter condições
financeiras de prestar alimentos; o emancipado deve sujeitar-se as mesmas
garantias previstas no ECA referentes à internação socioeducativa.

Sobre maioridade Civil, Penal e o ECA.

O novo Código Civil não trouxe alteração ou implicações ao ECA. O


limite de 21 anos incompletos do ECA está ligado à probabilidade da soma
entre os 18 anos da maioridade penal que já existia e os 03 anos referente ao
prazo máximo de tempo em que um adolescente pode permanecer cumprindo
medida socioeducativa de internação.

O instituto da emancipação alcança a capacidade para a prática de


atos no âmbito civil não afetando o ECA. Exemplo: um jovem de 17 anos que
se casa, nos termos do Código Civil, e comete um ilícito penal não será
punido pelo Código Penal, mas responderá a um ato infracional do ECA.

AULA 4 - Trabalho Infanto-juvenil

Objetivo da Aula

Nesta aula você será capaz de identificar a licitude e a ilicitude da prática


laboral envolvendo criança e adolescente no contexto socioeconômico brasileiro.
4.1 Leis Trabalhistas e Trabalho Não Permitido

O Brasil é um país com muitas contradições sociais e econômicas que


abarca os mais variados tipos de mão de obra operária. É bastante comum crianças
e adolescentes sujeitando-se a pedir dinheiro em semáforos das grandes cidades,
ou vendendo doces ou objetos para ajudar no sustento familiar ou sendo exploradas
sexualmente para obter recursos materiais mínimos de subsistência ou trabalhando
em situação análoga a de escravos em lavouras, carvoarias, fábricas, indústrias. Há,
também, aqueles que nos termos da legislação em vigor exercem atividade
remunerada.
A Constituição Cidadã em seu artigo 7º, inciso XXXIII, estabelece a proibição
de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e proíbe o trabalho
para os menores de 16 anos, salvo na condição de menor aprendiz a partir dos 14
anos.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), trata do trabalho do menor nos
artigos 402 à 441. Para a CLT, considera-se menor o trabalhador que tenha entre 14
e 18 anos de idade.
O empregador é obrigado, dentre outras coisas, conceder ao adolescente o
tempo necessário para a frequência às aulas, salário mínimo integral e férias.
Aos 14 anos é admissível o Contrato de Aprendizagem ou Menor Aprendiz.
Considera-se aprendiz o trabalhador com idade entre 14 e 24 anos, matriculado em
curso profissionalizante e que tenha sido contratado para desempenhar um trabalho
relacionado com seu curso.

4.2 O Trabalho do Adolescente no ECA

O ECA trata do trabalho do adolescente nos artigos 60 à 69 conforme


abaixo, in verbis:
Capítulo V
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de
idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição
Federal)
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por
legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional
ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação
em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes
princípios:
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada
bolsa de aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são
assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado
trabalho protegido.
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de
trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade
governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco
horas do dia seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à
escola.
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo,
sob responsabilidade de entidade governamental ou não-
governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente
que dele participe condições de capacitação para o exercício de
atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as
exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e
social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado
ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não
desfigura o caráter educativo.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção
no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

O trabalho não permitido é todo aquele não contemplado em lei. No entanto,


é possível obter autorização para exercer trabalhos artísticos e para a prática de
atividades desportivas fora das idades previstas em lei.
E como ficam as milhares de crianças e adolescentes nos bolsões da
pobreza que estão todos os dias no trabalho informal? É ilegal. Nesse quesito deve-
se observar com razoabilidade as circunstâncias que os envolvem e exigir que o
Estado aplique políticas públicas de desenvolvimento social, de educação, apoio e
ajuda.

Você chegou ao final desta Unidade Didática. Para reforçar o aprendizado


dos conteúdos estudados até aqui, realize as atividades propostas no Ambiente
Virtual de Aprendizagem – AVA.

Em caso de dúvidas, faça uma releitura do conteúdo e, se necessário,


entre em contato com o seu professor-tutor.

Bom estudo!
UNIDADE II
Crimes e Infrações
Administrativas
UNIDADE II - Crimes e Infrações Administrativas

Caro aluno!

Seja bem-vindo à Unidade II da disciplina Estatuto da Criança e do


Adolescente – Lei nº 8.069/90, do Curso de Especialização em Policiamento
Ostensivo Escolar – CEPOE/2017.

Bons estudos!

Objetivos da Unidade

Ao final do estudo desta Unidade você será capaz de:

 Conhecer e identificar os crimes praticados contra criança e adolescente e


suas respectivas sanções;
 Conhecer, interpretar e atuar nas ocorrências em que envolvam atos
infracionais praticados por criança e adolescentes, isolado ou em coautoria
com pessoas imputáveis;
 Conhecer a competência dos órgãos públicos em relação à criança e ao
adolescente infrator;
 Como atuar nas diversas abordagens a criança e adolescentes em ambiente
escolar.

AULA 5 - Crimes Praticados Contra Criança e Adolescente.

Objetivos da aula

Nesta aula você será capaz de conhecer e identificar ações ou omissões


criminosas contra crianças e adolescentes.
5.1 Crimes do ECA

O ECA deve ser estudado, analisado e praticado de forma sistemática,


buscando sempre o melhor benefício e a proteção integral do infanto-juvenil. O
artigo 4º dessa Lei assevera que “é dever da família, da comunidade, da sociedade
em geral e do poder público (em todas as esferas de governo) assegurar [...].
Os artigos 5º e 18-A aduzem que eles não serão objeto de qualquer forma
de negligência, discriminação, exploração, violência (todas as variáveis: física,
moral, psicológica, patrimonial etc), crueldade e opressão, mesmo sobre o pretexto
de correção disciplinar, educação por parte de quem tenha ou exerça, mesmo que
transitoriamente, autoridade ou domínio, no âmbito público ou privado.

A Lei é exaustiva em imprimir a consciência e a corresponsabilidade de


todos os envolvidos direta ou indiretamente com o sistema de proteção à criança e
ao adolescente. Os artigos 70 ao 80, geram um dever de todos na prevenção de
qualquer ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do
adolescente, sobretudo do poder público por meio de programas e integração de
todos os órgãos que compõem o sistema – judiciário, ministério público, defensoria
pública, segurança pública (Lei 13.431/2017, que entrará em vigor no dia 4 de
abril de 2018), conselhos tutelares, conselhos da criança e do adolescente, ONG’s,
dentre outros.
Essa Lei impõe a estrita observância e obediência de todas as normas que
compõe o sistema de direitos da criança e do adolescentes por parte das entidades
públicas ou particulares de atendimento à criança e ao adolescente. Cabendo ao
Ministério Público e/ou Conselho Tutelar e/ou autoridade judiciária a apuração e
fiscalização.
Após essa breve síntese, o ECA traz um título específico sobre crimes e
infrações administrativas cometidas contra a criança e o adolescente. É importante
frisar que não há qualquer diferencial, em termos processuais, entre os crimes
previstos no ECA e os crimes previstos no Código Penal, ressalvado o fato de serem
todos de ação penal pública incondicionada.
5.2 Crimes em Espécie do ECA

O ECA traz um rol de crimes praticados por entidades públicas e privadas,


cometidos por ação ou omissão de autoridades e agentes encarregados de, por
exemplo, assistir, cuidar, garantir e proteger criança e adolescente que esteja em
sua responsabilidade, direta ou indireta, definitiva, temporária ou eventual; e, ainda,
por pessoas físicas com fins diversos, a exemplo dos crimes com viés sexual.

Cabe reforçar que os crimes contra criança e adolescente são de ação penal
pública incondicionada. Ou seja, o policial militar está obrigado a atuar, e a
autoridade policial está obrigada a iniciar a investigação de qualquer notícia de crime
definidos no ECA, independentemente da iniciativa da vítima e/ou de seus
representantes, estando também sujeita ao princípio da prioridade absoluta.

Os crimes previstos no ECA são crimes omissivos, conforme alguns


exemplos descritos abaixo, praticados por:

 Encarregado de serviço, médico, enfermeiro ou o dirigente de


estabelecimento de atenção à saúde de gestante, nos termos dos artigos
228 e 229.
 Autoridade policial que deixa de comunicar imediatamente à autoridade
judiciária e à família do apreendido ou pessoa por ele indicada; ou de
ordenar a imediata liberação do menor, tão logo tenha ciência da ilegalidade
da apreensão. Contrariando preceitos constitucionais (artigo 5º, incisos LXI e
LXII da CF), e do ECA (artigos 106, 107 c/c artigo 100, inciso IX),
caracterizando abuso de autoridade. A criança apreendida deve ser
apresentada incontinenti ao Conselho Tutelar, sem prejuízo da investigação.
A lavratura do auto de apreensão em flagrante ou boletim de ocorrência
circunstanciado ocorrer na presença dos pais ou responsável pelo
adolescente, que irá recebe-lo liberado, firmando Termo de Compromisso de
Apresentação ao Ministério Público, conforme artigo 174 do ECA. A regra é
a colocação da criança e do adolescente em liberdade, sem precisar de
ordem judicial. E, nos casos excepcionais que ocorra a não liberação, deve-
se cumprir os prazos fixados no ECA, sob pena de responder por crime.

Os crimes previstos no ECA são crimes comissivos, conforme alguns


exemplos descritos abaixo, praticados por:
 Autoridades militares ou civis que priva da liberdade, sem estar em flagrante
ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária. Contrariando preceitos
constitucionais (artigo 5º, inciso LXI da CF), do ECA (artigos 106, 172 e
173), e processuais penais (artigos 301 a 303 do CPP c/c o artigo 152 do
ECA), caracterizando abuso de autoridade.
 Quem tenha autoridade, guarda ou vigilância, seja em decorrência de lei ou
não. Pode ser um professor, familiar, policial, guardião, ou qualquer adulto
que momentaneamente se coloque na posição de autoridade ou de cuidado
que submeta a criança ou adolescente a vexame ou constrangimento; ou
entregar filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa, inclusive o
terceiro que oferece ou paga a recompensa; ou enviar menor para o exterior
sem observar as formalidades legais ou com o fim de obter lucro.
 Qualquer pessoa que produz, reproduz, dirige, fotografa, filma ou registra
cena de sexo explícito ou pornográfico; ou agencia, facilita, recruta, coage,
intermedeia a participação de menores em cenas sexuais; ou vende, expõe
à venda fotografia, vídeo ou registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfico envolvendo menor; ou adquire, possui ou armazena, por
qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registo que contenha
cena de sexo explícito ou pornográfico envolvendo menor; ou simular a
participação de menor em cena de sexo explícito ou pornográfico por meio
de montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer forma de
representação visual; ou submete menor à prostituição ou exploração
sexual. A ideia central é proteger a inocência, o desenvolvimento sadio e
incorruptível da criança e do adolescente contra todo e qualquer ato ou
manifestação sob qualquer pretexto, com viés sexual.
 Qualquer pessoa que vende, fornece, entrega produtos que possam causar
dependência física ou psíquica; ou munição/explosivo.
 Qualquer pessoa que corrompa ou facilite a corrupção de menor, com ele
praticando infração penal ou induzindo-o a pratica-la. Caso o crime praticado
em companhia de menor se enquadre no rol dos crimes hediondos, será
causa de aumento da pena.
Vale destacar que os crimes previstos no ECA contra criança e adolescente
são na maioria dos casos de mera conduta e formais, não prevê resultado ou não
dependem de resultado ou de prova da efetividade do ato. Também são crimes
próprios, quando requer o agente uma qualidade específica para a prática do crime,
ou são comuns, quando qualquer pessoa pode cometer.
5.3 Infrações Administrativas do ECA

Embora não cheguem a caracterizar crimes, certas condutas que acarretam


violação de direitos infanto-juvenis devem ser alvo de repressão estatal, com
processo e julgamento perante a Justiça da Infância e da Juventude, conforme
preceitua o artigo 148, inciso VI do ECA, implicando em multa e sanções
administrativas. Semelhantemente aos crimes, as infrações administrativas previstas
no ECA ocorrem por omissão ou comissão.
São exemplos de infrações administrativas cometidas por omissão os
praticados por:
 Médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e
de ensino fundamental, pré-escola ou creche quando deixa de comunicar às
autoridades competentes casos de que tenha conhecimento envolvendo
suspeita ou confirmação de maus-tratos contra menor. Tal comunicação é
obrigatória e requer ainda o fornecimento de mecanismos destinados a
facilitar as denúncias.
 Qualquer pessoa, física ou jurídica que omitir informações sobre faixa etária,
local de acesso, natureza da diversão ou espetáculo; ou filmes, peças
teatrais ou quaisquer representações ou espetáculos.

São exemplos de infrações administrativas cometidas por comissão os


praticados por:

 Qualquer pessoa, física ou jurídica, que divulga, sem autorização, nome, ato
ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a
menor que se atribua ato infracional; ou exibe, fotografia ou qualquer
ilustração que implique em envolvimento de menor em ato infracional.
 Pessoa jurídica que hospeda menor desacompanhado dos pais ou
responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária,
renegando assim o dever de cautela que deve ter em relação a
documentação exigida para formalizar a hospedagem.
 Qualquer pessoa, física ou jurídica, que transporta menor sem observar
normas referentes à segurança e a documentação necessária para fins de
transporte, seja com ou sem a obtenção de lucro.
AULA 6 - Atos Infracionais

Objetivos da Aula

Nesta aula você será capaz de identificar e atuar nas ocorrências que
envolvam crianças e adolescentes na prática de atos infracionais.

6.1 Atos Infracionais

O ato infracional é toda conduta humana, comissiva ou omissiva, praticada


por criança ou adolescente que se amolde a alguma figura típica de um crime e ou
de uma contravenção penal, nos termos do artigo 103 do ECA.
O estatuto prevê também que nenhum adolescente será privado de sua
liberdade sem o devido processo legal, nos termos do artigo 110 da em estudo. E
que criança está sujeita apenas às medidas protetivas, não poderá ser apreendida e
conduzida à delegacia especializada. O procedimento a ser adotado em relação a
criança é, nessa ordem de prioridade:
- Encaminhamento ao Conselho Tutelar do Município ou da Região
Administrativa próximo à sua residência, que cuidará de aplicar alguma medida
protetiva prevista no artigo 101;
- Encaminhamento ao Juiz da Vara da Infância e Juventude, mediante termo
de entrega;
- Encaminhar aos pais ou responsáveis.
No caso de adolescente que comete ato infracional fica sujeito tanto às
medidas socioeducativas previstas no artigo 112, dependendo da gravidade do ato,
quanto às medidas protetivas previstas no artigo 101, como forma mais branda.
Sendo necessária a apreensão, será encaminhado de preferência à
delegacia especializada (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), nos
casos de flagrância de ato infracional, mesmo que em coautoria com maior de idade,
conforme os artigos 171 e 172, conforme a gravidade do ato.
Caso a apreensão se dê em cumprimento de ordem judicial, o adolescente
deverá ser encaminhado imediatamente à autoridade judiciária.
Em razão dos tratados internacionais sobre direitos humanos e o conjunto
normativo constitucional, os menores não podem ser conduzidos em compartimento
fechado de viaturas policiais ou qualquer veículo oficial ou particular, conforme
disciplina do artigo 178.

O policial responsável pela condução, analisando os fatores de risco


(periculosidade, trocou tiro com os policiais, o porte físico, reagiu de forma
violenta a abordagem, descontrole provocado pelo uso de drogas, etc.)
poderá, fundamentadamente, conduzir o menor em compartimento fechado,
desde que a adoção da extrema medida se justifique, fazendo constar os
motivos que determinaram em relatório policial apresentado à autoridade
policial ou judiciária.

No caso de internação provisória, o prazo máximo é de 45 dias, até o


término do procedimento judicial. Na maioria dos casos, principalmente, nos atos
infracionais considerado de pequena ou média gravidade do ato, a regra é que o
adolescente, após ser ouvido na delegacia, seja imediatamente liberado e entregue
aos pais ou responsáveis, ou ainda ao Ministério Público, respondendo ao processo
em liberdade.
No procedimento judicial serão observados os princípios do contraditório e
da ampla defesa, e caso seja condenado, poderá sofrer a imposição de uma medida
socioeducativa que pode ser uma simples advertência, passando pela obrigação de
reparação de danos ou ficar em liberdade assistida, ou ficar obrigado a prestação de
serviços à comunidade, ou sujeitar-se a limitação de sua liberdade nos casos de
semiliberdade ou internação, como medida excepcional, aplicável nos atos
infracionais cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, podendo privar o
adolescente por até 3 anos do convívio social.
Por fim, a medida socioeducativa não tem caráter meramente punitivo, mas,
sobretudo educativo, pedagógico fazendo com que a vida do adolescente caminhe
ruma à cidadania.

O ECA proíbe que menores de idade sejam colocados em delegacias


ou cadeias, devendo permanecer em unidades exclusivas, separados por
idade entre eles.

6.2 Medidas Socioeducativas

No processo judicial, observados os princípios constitucionais e do estatuto,


a exemplo do contraditório e da ampla defesa, sobrevindo condenação, poderá ser
aplicada uma das medidas socioeducativas (advertência; reparação do dano;
liberdade assistida; prestação de serviços à comunidade; semiliberdade; e
internação) como já mencionado acima.
Para melhor entendimento da aplicação no caso concreto, segue um rápido
exame dessas medidas:
 Advertência – é a de maior tradição no direito do menor. Consiste na
admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada. Sua finalidade é
de alertar o adolescente e seus genitores ou responsáveis sobre os riscos
do envolvimento no ato infracional.
 Reparação de Danos – caso ocorra no ato infracional danos patrimoniais, a
autoridade judiciária poderá aplicar a medida de “restituir a coisa”, promova
o “ressarcimento do dano” ou compense o prejuízo da vítima de outra forma,
conforme preconiza o artigo 116. Segundo entendimento jurisprudencial e
doutrinário, os pais podem respondem solidariamente (presunção de culpa,
ver artigos 932 e 1.579 do Código Civil), mesmo não tendo a guarda do
menor, pelos atos ilícitos do menor. Salvo se demonstrar que não agiram de
forma negligente no dever de vigilância, cuidado, afeto, educação, formação
moral, ou não disponha de recursos próprios para compor o dano.
 Prestação de Serviço à Comunidade – é uma inovação do ECA. Consiste,
segundo os artigos 112, III e 117, na prestação de serviços comunitários
gratuitos, por período não excedentes a 6 meses, junto a entidades
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem
como programas comunitários do governo ou não, sem ocasionar prejuízo à
frequência escolar ou jornada de trabalho.
 Liberdade Assistida – destina-se a acompanhar, auxiliar e orientar o
adolescente no prazo mínimo de 6 meses, com a possibilidade de
prorrogação, renovação ou substituição por outra medida. A autoridade
judiciária designará pessoa capacitada para desempenhar essa função, de
modo a supervisionar a frequência escolar, diligenciar a profissionalização,
conforme artigo 118. É a medida mais adequada, na teoria, para quem está
se iniciando da prática de ato infracional.
 Semiliberdade – é admissível como início ou como forma de progressão para
o meio aberto. Comporta o exercício de atividades externas,
independentemente de autorização judicial. É obrigatória a escolarização e
profissionalização. Não tem prazo determinado, mas deverá ser revista a
cada 6 meses, e não poderá ser superior a 3 anos, nos termos dos artigos
120 e 121.
 Internação - é medida extrema que implica na privação da liberdade,
aplicável por exemplo, nos atos infracionais praticados mediante violência e
grave ameaça à pessoa. Não comporta prazo determinado, mas deverá ser
revista a cada 6 meses, e não poderá ser superior a 3 anos. Findo esse
prazo, deverá pôr em liberdade ou em semiliberdade ou liberdade assistida.
Sujeita-se aos princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito à
condição peculiar de pessoas em desenvolvimento, além do devido
processo legal, conforme artigos 121, § 4º e 122. Não há livramento
condicional. Ocorrerá liberação obrigatória ao completar 21 anos de idade,
conforme prevê o artigo 121, § 5º. A internação deverá ser cumprida em
entidade exclusiva para adolescentes, com rigorosa separação por idade,
compleição física e gravidade da infração, conforme artigo 123. Os direitos
do adolescente internado estão elencados no artigo 124.

6.3 Remissão

O instituto da remissão está associado a uma espécie de perdão


concedido pelo Promotor de Justiça (causa de exclusão processual, antes de inicia-
lo) ou pelo Juiz de Direito (causa de suspensão ou extinção do processo iniciado). É
ato bilateral que compreende a troca do processo por uma medida antecipada. Não
implica em reconhecimento de culpa, nem prevalece para efeitos de antecedentes e
depende de homologação do juiz. Importa aduzir que o Ministério Público poderá
conceder a remissão e aplicar qualquer das medidas socioeducativas, exceto as
privativas de liberdade, conforme artigos 127, 146, 148, 180. Porém, o STJ na
súmula 108 da entendimento contrário, afirmando que as medidas socioeducativas é
de competência exclusiva do juiz.

Para os efeitos desse Lei, deve ser considerada a idade do


adolescente à data do fato.

O adolescente infrator, portador de doença ou deficiência mental,


receberá atendimento individual e especializado, em local adequado às suas
condições.

AULA 7 - Da Polícia Militar, da Autoridade Policial, da Justiça, do Ministério


Público e da Defensoria Pública

Objetivos da Aula

Nesta aula você será capaz de identificar os limites de competência e


atuação dos órgãos públicos no trato com criança e adolescente infratores

7.1 Conselho Tutelar

Nos termos do artigo 131, o Conselho Tutelar é órgão municipal,


permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Seu objetivo principal é
a efetiva solução dos problemas que afligem a população infanto-juvenil,
proporcionando-lhe a proteção integral lhe lhes é afeto.

O ECA separou um capítulo específico para tratar das atribuições do


Conselho Tutelar, com previsão no artigo 136. Importa destacar as atribuições de
promover as medidas protetivas estabelecida pela autoridade judiciária, representar
ao Ministério Público casos de infração administrativa ou crimes cometidos contra o
menor, encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência.

Ocorrendo ato infracional, se criança, o policial militar encaminhará ao


Conselho Tutelar para este adote as providências previstas no estatuto, colhendo a
assinatura de Termo de Entrega e Responsabilidade. No caso de adolescente
infrator, a autoridade policial dará ciência ao Conselho Tutelar para acompanhar ou
tomar as providências previstas no estatuto.

7.2 Delegacias Especializadas

O policial militar quando se deparar com atos infracionais cometidos por


adolescente deve, quando possível, registrar ocorrência na delegacia especializado
juntamente com a vítima. Na delegacia, a autoridade policial lavrará auto de
apreensão, para os atos infracionais com violência ou grave ameaça ou lavrar
boletim de ocorrência circunstanciado, para os demais casos na presença dos pais
ou responsável que ficará encarregado de levar o adolescente para ser ouvido pelo
Ministério Público, sempre dando ciência ao Conselho Tutelar.

A autoridade policial deverá examinar desde logo a possibilidade de pôr em


liberdade o menor envolvido em flagrante de ato infracional ou remeterá o
procedimento ao Juiz da Vara da Infância para determinar, se for o caso de
internação provisória, sempre acompanhado de advogado.

7.3 Ministério Público

O representante do Ministério Público notifica o adolescente para


comparecer (os menores de 16 anos serão representados; e os maiores de 16 anos
e menores de 21 anos serão assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na
forma da legislação civil ou processual) em Audiência de Apresentação. Na ocasião,
o Promotor de Justiça realiza a oitiva informal com os envolvidos (adolescente, pais
ou responsáveis, vítima e testemunhas) e, dependendo das provas colhidas, da
gravidade da infração, pode tomar as seguintes providências: arquivar;
sugerir/aplicar alguma medida socioeducativa e/ou remissão; ou representar.
7.4 Justiça da Infância

Caso ofereça a Representação, que independe de prova pré-constituída de


autoria ou materialidade, será iniciado o processo de apuração na fase judicial.
Nesse momento será marcada uma segunda audiência, a Audiência de
Continuação, sobre o crivo do contraditório e da ampla defesa, onde juiz, após ouvir
o Promotor de Justiça, pode aplicar a remissão ou dar prosseguimento ao feito.

Dando prosseguimento, o adolescente deve produzir sua defesa, por meio


de testemunhas e demais provas, contando sempre com a defesa técnica de um
Defensor Público ou particular, respeitado segredo de justiça.

Após a sentença final, que pode ser absolutória ou sancionatória, cabem os


recursos previstos no Código de Processo Civil, conforme artigo 198 do ECA. Desta
forma, o ECA adotou no processo de apuração as normas do processo penal e na
fase recursal as normas do processo civil.

7.5 Defensorias Públicas

O ECA nos artigos 206 e 207 prevê que toda criança e adolescente deve ser
acompanhado por advogado, ou por Defensor Público, respeitado o segredo de
justiça. A DP pode tomar medidas em favor da coletividade ou de determinados
grupos de pessoas, inclusive em relação aos menores. Nas ações de atos
infracionais, o DP advogará na defesa e no cumprimento dos direitos e garantias
fundamentais afetos ao adolescente em juízo.

AULA 8 - Da Abordagem: Revista Pessoal em Criança e Adolescente em Ambiente


Escolar

Objetivos da Aula

Nesta aula você será capaz de atuar diligentemente nas situações


excepcionais de abordagens policial em criança e adolescente em ambiente escolar.
8.1 As Limitações da Abordagem Policial em Ambiente Escolar

No Brasil, alguns estados da federação, a exemplo do Distrito Federal, têm


implementado o policiamento escolar de forma especializada, atuando no trânsito,
nas imediações e também no interior das escolas.

E, o objetivo principal do policiamento escolar é o de prevenir possíveis


práticas de crimes ou ato infracional no âmbito escolar. Para que esse objetivo se
torne efetivo importa consignar a colaboração de toda comunidade escolar, formada
pelos professores, servidores, alunos, pais de alunos, comunidade do perímetro
escolar, Conselho Tutelar, Vara da Infância e Juventude, Ministério Público, Polícia
Civil, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Educação, administrações regionais, entre
outros.

As infrações administrativas perpetradas por crianças ou adolescentes não


configura ato infracional, mas são muito frequentes. Para esses casos, a escola
deve exercer com primazia sua competência no sentido de gerenciar, controlar e
resolver tais demandas. Casos especiais devem ser levados ao conhecimento do
Conselho Tutelar da localidade e estabelecer políticas específicas e pedagógicas.

Entretanto, é comum a solicitação da polícia militar para intervir em ocasiões


urgentes, de perigo, de descontrole ou para resguardar a integridade física de
alguém, por exemplo.

Visando otimizar as ações preventivas junto à comunidade escolar, as


escolas e a polícia militar vêm estabelecendo trabalhos contínuos, a exemplo de
palestras de prevenção ao uso de drogas (PROERD), sobre violência e, também,
operações internas com abordagens (revista pessoal) realizadas nas escolas.

Essas operações, sem dúvida alguma, é a tarefa mais delicada a se fazer.


Antes de avançarmos nesse tema, há que se determinar critérios, sob uma ótica
mais abrangente, a fim de se distinguir as diversas espécies de revista (busca)
pessoal.
8.1.1 A doutrina classifica a revista pessoal em 4 grupos:

- quanto à natureza jurídica do procedimento

 Preventiva - realizada por autoridade competente e capacitada pelo Estado


no exercício do poder de polícia.
 Processual - realizada após a prática delitiva, com o fim de atender interesse
processual na obtenção de objetos necessários ou relevantes à prova da
infração.
- quanto ao nível de restrição de direitos individuais imposto

 Preliminar – realizada de forma superficial, rápida, com menor restrição de


direitos.
 Minuciosa – realizada em local adequado, reservado, íntimo, com maior
restrição de direitos.
- quanto ao sujeito passivo da medida

 Individual – realizada de forma individualizada, objetiva.


 Coletiva - realizada em situação especial, para eventos que o poder público,
em nome do bem comum, submete todos os interessados ao procedimento.
- quanto à tangibilidade corporal

 Direta – realizada de forma que o contato físico ocorre sobre o corpo e a


roupa do revistado (preventiva); ou realizada de forma invasiva, alcançando
partes íntimas/internas da pessoa, e de forma não invasiva, como exames de
DNA a parte de fios de cabelos, impressão datiloscópica, por exemplo
(processual).
 Indireta – realizada em objetos ou em determinado ambiente externo que
guarde estrita relação com a pessoa relacionada, ou ainda por meio de
aparelhos eletrônicos (preventiva ou processual).
Neste diapasão, no Brasil, a revista pessoal que ocorre na fase preventiva
ou pré-processual, deve ser externa, superficial, realizada sobre o corpo e a roupa
do revistado, impondo pouca restrição aos direitos individuais, e por isso, não
carecer de autorização judicial, conforme artigo 244 do Código de Processo Penal.

E, a revista pessoal processual trata-se de uma intervenção corporal, seja


invasiva ou não invasiva, portanto, o campo de restrições aos direitos individuais é
amplo e carece de estrita previsão legal ou autorização judicial para tanto.
As operações preparadas e executadas pela polícia militar, de cunho
preventivo, visando inibir o risco de ilícitos ou violência no ambiente escolar, mesmo
que autorizadas pelos diretores ou responsáveis legais pela escola, requerem uma
análise jurídica ampla e sólida.

Os posicionamentos da justiça, do ministério público e da defensoria pública


e dos demais profissionais que atuam no campo dos direitos das crianças e dos
adolescentes, embora firmes não são homogêneos.

Em junho desse ano (2017), o STJ confirmou condenação do Estado de


Goiás ao pagamento de indenização por danos morais a um estudante submetido a
revista pessoal após ocorrência de furto na sala de aula.

Nessa linha, é o entendimento o Promotor de Justiça integrante do Centro


de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente do Estado do
Paraná, Murillo José Digiácomo:

“As revistas, realizadas quase sempre "a pedido" da direção da


escola e com a "autorização" do Conselho Escolar, Associação de Pais,
Mestres e Funcionários e, não raro, da própria Justiça, a pretexto de coibir
o ingresso de armas ou drogas, são feitas de forma indiscriminada em
todos os alunos, seja qual for sua idade, abrangendo a revista pessoal e
das bolsas, pastas e mochilas transportadas, podendo ocorrer tanto
quando da entrada na escola quanto de inopino, a qualquer momento, com
os alunos já em sala de aula, são arbitrárias, infundadas, absolutamente
incompatíveis com o ambiente escolar, antipedagógica e constituem em
crimes estatuídos no Estatuto da Criança e do Adolescente.”

No mesmo diapasão, aduz o mesmo autor que “os infanto-juvenis não são
meros objetos de intervenção estatal como dantes, mas sujeitos de direitos,
constitucionalmente assegurados.”

Para finalizar esse assunto polêmico e pantanoso, a polícia militar caso


necessite realizar abordagem (revista pessoal) em criança ou adolescente em
ambiente escolar deve observar os princípios contidos na constituição e no estatuto,
preferindo ações individuais às coletivas, pois a intensidade dessas ações
caminham em sentido contrário ao sistema de proteção integral dos direitos da
criança e do adolescente.

A Lei 13.491/17 alterou a competência das Justiças Militares Federal e


Estadual, promovendo sua ampliação. Há entendimento que os crimes
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, quando praticados por
Policiais Militares no exercício das funções serão de competência da Justiça
Militar Estadual.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm

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Em caso de dúvidas, faça uma releitura do conteúdo e, se necessário, entre


em contato com o seu professor-tutor.

Bom estudo!
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS

- BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do


Adolescente. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/ L8069.htm>.
Acesso em: 10 ago.2017.

- BRASIL, Lei n. 1001, de 21 de outubro de 1969. Código Penal Militar e suas


alterações. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-
Lei/Del1001.htm. Acesso em: 18out2017.

- DIGIÁCOMO, Murillo José e DIGIÁCOMO Ildeara Amorim, Estatudo da


Criança e do Adolescente anotado e interpretado. Curitiba, Ministério Público do
Estado do Paraná. 2013. 6ª Edição.

PESQUISAS NA INTERNET

DIÁRIO do Nordeste. Ceará tem média de 4 crimes sexuais por dia em 2017.
2017. Disponível em:
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/policia/online/ceara-tem-
media-de-4-crimes-sexuais-por-dia-em-2017-1.1709175. Acesso em: 05NOV2017.

FOLHA VITÓRIA. Abusos Sexuais representam 85% de Crimes contra


Criança e Adolescentes na Grande Vitória. 2017. Disponível em:
http://www.folhavitoria.com.br/policia/noticia/2017/05/abusos-sexuais-representam-
85-de-crimes-contra-criancas-e-adolescentes-na-grande-vitoria.html. Acesso em:
05NOV2017

AMAPÁ. Macapá Registrou 151 casos de Estupro contra Mulheres e Crianças


em 2017. 2017. Disponível em: https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/macapa-
registrou-151-casos-de-estupro-contra-mulheres-e-criancas-em-2017.ghtml. Acesso
em: 05NOV2017.
CAOPCAE. Jurisprudência Selecionada. 2017. Disponível em:
http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1038 e
http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1665.
Acesso em: 05NOV2017.

JUSBRASIL. Jurisprudência. 2017. Disponível em:


https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Crimes+contra+crian%C3%A7a
+e+adolescente. Acesso em: 05NOV2017.

DIREITOS HUMANOS. Com Quatro Casos de Exploração Sexual de Criança


por Hora, Brasil Debate Prevenção. 2017. Disponível em:
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2017/05/com-quatro-casos-de-
exploracao-sexual-de-criancas-por-hora-brasil-debate-prevencao. Acesso em:
05NOV2017.

GAUTO, Maitê Fernandez. Cenário da Infância e Adolescência no Brasil.


2017. Disponível em: http://www.chegadetrabalhoinfantil.org.br/wp-
content/uploads/2017/03/Cenario-2017-PDF.pdf. Acesso em: 05NOV2017.

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