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08/01/2018 Vínculo trabalhista a ser considerado pelo INSS para fins de concessão de aposentadoria

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Ação trabalhista com objetivo de reconhecimento de


vínculo para ns previdenciários
03/10/2015 / 4.107 visualizações

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Em um mundo hipotético e ideal, todas as empresas deveriam cumprir todas as suas obrigações principais e acessórias relacionadas à formalização da contratação de um
empregado, bem como cumprir a legislação trabalhista e previdenciária.

Existem vários fatores que contribuem para que o empresário, grande ou pequeno, desrespeite a legislação, entre os quais:

• elevada carga tributária na folha de pagamento de empregados;


• excesso de burocracia e elevado custo para contratação de um empregado;
• suposto desconhecimento das normas trabalhistas e previdenciárias;
• di culdades nanceiras da empresa, que opta por cortar as despesas com as contribuições previdenciárias.

O trabalhador, sendo a parte mais frágil da relação de emprego, não questiona o seu empregador sobre a regularidade da formalização do contrato de trabalho. Mesmo nas
hipóteses em que o contrato de trabalho é anotado na carteira de trabalho do empregado, este não ousa questionar ou veri car com os órgãos competentes se as suas
contribuições previdenciárias estão sendo realizadas de forma adequada ou se os valores do Fundo de Garantia do Fundo de Serviço – FGTS estão sendo depositados de
forma regular.

A gravidade da situação mencionada só é evidenciada pelo trabalhador quando chega o momento de obter algum benefício previdenciário, mas, principalmente, o benefício
de aposentadoria por tempo de contribuição ou a aposentadoria por idade.

Vínculo empregatício anotado na CTPS, porém sem o pagamento das contribuições previdenciárias
Na maioria dos casos, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, ao constatar que os recolhimentos previdenciários inerentes à determinada empresa não constam no
Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS, estabelece que o trabalhador/segurado apresente provas do vínculo empregatício, bem como os respectivos
comprovantes dos pagamentos das contribuições previdenciárias realizadas pelo empregador.

Essa conduta praticada pelo INSS é ilegal, porque o artigo 34 da Lei nº 8.213/1991 determina que, no cálculo do valor da renda mensal do benefício, os salários de
contribuição referentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa ou pelo empregador doméstico, serão computados como tempo de
contribuição para ns de aposentadoria, considerando os valores e percentuais calculados com base na remuneração do segurado.

Na prática, o INSS simplesmente emite uma exigência para que o segurado apresente as provas do vínculo empregatício e dos recolhimentos previdenciários no prazo de 30
dias, sob pena de indeferimento do benefício pleiteado.

Di cilmente o segurado consegue apresentar os documentos exigidos, primeiro porque a empresa não fornece ou não possui os documentos exigidos, segundo porque, em
algumas hipóteses, a empresa já encerrou as suas atividades e o segurado não consegue localizar os sócios ou o contador da empresa para obter os documentos exigidos
pelo INSS, o que acarreta o indeferimento do benefício.

Discordamos do posicionamento do INSS em exigir do segurado os documentos, já que compete ao próprio INSS obtê-los diretamente da empresa.

A empresa é obrigada a manter de forma correta todos os documentos e comprovantes de pagamentos de contribuições e disponibilizá-los quando solicitados pelo INSS.
Sendo necessário rati car algum período trabalhado, o INSS dispõe de mecanismo legal inserido no artigo 125-A, da Lei nº 8.213/1991, para scalizar e obter os referidos
documentos da empresa, conforme estabelece o dispositivo legal mencionado, vejamos:

Art. 125-A. Compete ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS realizar, por meio dos seus próprios
agentes, quando designados, todos os atos e procedimentos necessários à veri cação do atendimento
das obrigações não tributárias impostas pela legislação previdenciária e à imposição da multa por seu
eventual descumprimento.

https://nossosaber.com.br/vinculo-trabalhista-tempo-contribuicao-inss/ 1/6
08/01/2018 Vínculo trabalhista a ser considerado pelo INSS para fins de concessão de aposentadoria

1º A empresa disponibilizará ao servidor designado por dirigente do INSS os documentos necessários à
 comprovação de vínculo empregatício, de prestação de serviços e de remuneração relativos a f
trabalhador previamente identi cado.

2º Aplica-se ao disposto neste artigo, no que couber, o art. 126.

3º O disposto neste artigo não abrange as competências atribuídas em caráter privativo aos ocupantes do
cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil previstas no inciso I do art. 6º da Lei no 10.593, de 6 de
dezembro de 2002.

A nalidade da norma transcrita é dotar o INSS de instrumentos necessários ao regular reconhecimento, manutenção, revisão ou extinção de direitos previdenciários, a
exemplo das diligências destinadas à comprovação de vínculo empregatício, o que pode vir a se transformar em importante ferramenta em favor dos trabalhadores
mantidos na informalidade para a comprovação da atividade laboral exercida.

Reconhecimento de vínculo trabalhista para averbação no tempo de contribuição do segurado que objetiva
algum benefício previdenciário
Grande parte dos trabalhadores que prestam serviços sem a formalização do contrato de trabalho na carteira de trabalho não compreende os graves prejuízos que
inviabilizam a obtenção do benefício previdenciário a ser requerido.

Somente no momento em que o segurado realiza a contagem do seu tempo de contribuição é que constata a necessidade de incluir em seu período de contributivo o tempo
que trabalhou na informalidade, sem registro na carteira de trabalho.

Entendemos que a responsabilidade da falta de anotação do contrato de trabalho na CTPS do trabalhador é dos órgãos scalizatórios e do empregador. O poder público é
quem tem o dever de scalizar o cumprimento da lei, o que inclui a anotação correta na CTPS.

Não compete ao trabalhador exigir de seu empregador que cumpra a legislação trabalhista e previdenciária e, por consequência, não pode esse mesmo trabalhador ser
penalizado pelo INSS quando chega o momento de obter o benefício previdenciário.

Na esfera administrativa, di cilmente o segurado consegue provar que exerceu a atividade remunerada no período alegado para que esse tempo seja integrado com o seu
período contributivo. Isso ocorre porque o INSS exige prova documental e contemporânea do vínculo e é improvável que o segurado localize tais documentos, muitas vezes
por não existirem.

Entendemos que existe uma inversão de responsabilidades, o INSS ou a Super Receita Federal negligencia a sua atribuição de scalizar e penalizar as empresas irregulares
com as suas obrigações principais e acessórias e transfere para o trabalhador, que é a parte mais frágil, a atribuição de apresentar os documentos que comprovam o vínculo
empregatício.

O caminho mais adequado para o segurado suprir a inexistência de formalização do contrato de trabalho é ingressar com reclamação trabalhista pleiteando o
reconhecimento do vínculo empregatício de determinado período que exerceu atividade remunerada como empregado.

Mesmo na hipótese de já ter transcorrido período superior a dois anos após o encerramento da atividade do trabalhador na empresa que irregularmente não anotou na
CTPS o vínculo empregatício, é possível ingressar com a reclamação trabalhista.

Embora conste no artigo 7º, XXXIX da Constituição Federal que o prazo para o trabalhador ingressar com ação seja de dois anos a contar da data da extinção do contrato de
trabalho, esse prazo não se aplica nas ações que tenham por objetivo apenas a declaração do reconhecimento do vínculo empregatício.

O fundamento legal para o ingresso da ação após o decurso de dois anos da extinção do contrato de trabalho consta no § 1º do artigo 11 da CLT, que foi incluído pela Lei
nº 9.658/1998, o qual estabelece que não se aplica a prescrição nas ações que tenham por objeto anotações para ns de prova junto à Previdência Social.

É sempre recomendável que o trabalhador providencie o máximo de prova documental para fazer o pedido de reconhecimento de vínculo empregatício em juízo, além de
buscar testemunhas que trabalharam no mesmo local, com o objetivo de apresentar ao juiz elementos substanciais do exercício de atividade remunerada do período
alegado.

Participação do INSS no polo passivo da reclamação trabalhista que objetiva reconhecimento de vínculo
A necessária participação da autarquia previdenciária por intermédio da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional se dá em virtude do real e efetivo interesse da autarquia
em receber as contribuições previdenciárias após o reconhecimento do vínculo empregatício, objeto da reclamação trabalhista, pois:

• a decisão trabalhista que reconhecer o vínculo empregatício resultará crédito exequível à autarquia;

• o reconhecimento do vínculo empregatício e o pagamento das contribuições previdenciárias deverão gerar efeitos para ns de averbação de tempo de contribuição em
favor do segurado, para ns de qualidade de segurado e concessão de benefício previdenciário.

Até mesmo quando existe a formalização de acordo na ação trabalhista que discute a existência de vínculo empregatício, o juiz do trabalho é obrigado a executar ou cobrar
as contribuições previdenciárias decorrentes desse vínculo, independentemente de requerimento formalizado pela União. Vejamos o que determinam as normas
constantes na Consolidação das Leis do Trabalho:

CLT, art. 831, parágrafo único: No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão
irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.

Art. 832, § 4º A União será intimada das decisões homologatórias de acordos que contenham parcela
indenizatória, na forma do art. 20 da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada a interposição de
recurso relativo aos tributos que lhe forem devidos.
https://nossosaber.com.br/vinculo-trabalhista-tempo-contribuicao-inss/ 2/6
08/01/2018 Vínculo trabalhista a ser considerado pelo INSS para fins de concessão de aposentadoria

Art. 876, Parágrafo único. Serão executadas ex-of cio as contribuições sociais devidas em decorrência de
 decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de f
acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido.

O artigo 20 do Decreto nº 3.048/1999 estabelece que a liação à previdência social decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada para os segurados
obrigatórios, e da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição para o segurado facultativo.

Sem realizar qualquer análise teórica do dispositivo legal, podemos concluir com segurança que basta o segurado prestar ou realizar alguma atividade remunerada para
gerar a obrigação tributária de pagamento da contribuição previdenciária, assim como ocorre instantaneamente, para o segurado obrigatório, a sua liação com o ato da
prestação de serviço remunerado.

Existe um grande desequilíbrio nas regras que regulam a participação do INSS ou da União nas ações que objetivam o reconhecimento de vínculo empregatício.

Para ns de cobrança das contribuições previdenciárias, existe grande proteção à União, que dispõe de mecanismos e cientes para cobrar as contribuições provenientes do
reconhecimento do vínculo empregatício.

Por outro lado, para ns de averbação desse mesmo vínculo empregatício junto ao INSS, o segurado não pode se valer da mesma ação trabalhista, pois a decisão trabalhista
que reconhece o vínculo empregatício será válida apenas como um meio de prova do vínculo reconhecido que deverá ser refeito no âmbito administrativo.

A participação do INSS na reclamação trabalhista que objetiva o reconhecimento do vínculo empregatício é relevante para evitar a alegação da autarquia que a coisa julgada
ou a concretização da decisão trabalhista que reconheceu o vínculo não gera efeitos para o INSS que não participou do processo.

Conclusão
O fato de o empregador não formalizar o vínculo empregatício do empregado contratado gera grandes prejuízos previdenciários ao empregado.

Entendemos que não há qualquer justi cativa para a contratação de um empregado sem a observância das normas trabalhistas e previdenciárias, nem mesmo a alegada
di culdade econômica e os elevados tributos aos quais as empresas são submetidas quando da contratação de um empregado.

A legislação previdenciária, na maioria das vezes, é desrespeitada pelo próprio INSS, que transfere ao segurado o ônus de buscar as provas necessárias para provar o
exercício de atividade remunerada de determinado período, sendo que compete aos órgãos scalizatórios, e não ao trabalhador, exigir das empresas a regularidade do
cumprimento das obrigações principais e acessórias.

Diante do cenário apresentado, um mecanismo que pode ser utilizado pelo segurado que objetiva o reconhecimento de um vínculo empregatício para ns de obtenção de
algum benefício previdenciário é ingressar com a ação trabalhista para que esse vínculo seja reconhecido e formalizado por uma decisão judicial que servirá como meio de
prova para averbar o referido vínculo em seu tempo de contribuição.

Referências
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L8213cons.htm>. Acesso em: 4 set. 2015.

APOSENTADORIA / PREVIDÊNCIA SOCIAL / PROVA TRABALHO / TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO / VÍNCULO TRABALHISTA

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Waldemar Ramos Junior


Advogado, palestrante, professor, atua nas seguintes áreas do direito: Previdenciário, Trabalhista, Cível e Família. Possui livros
publicados e artigos divulgados em revistas especializadas.

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